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O custo industrial dos produtos acabados (CIPA) constitui um gasto dos produtos e o custo industrial
dos produtos vendidos (CIPV) constitui um gasto do período. Neste sistema de custeio, os inventários
finais são valorizados pelo custo total de produção. O custo dos produtos engloba os gastos fixos e os
gastos variáveis industriais.
Neste sistema devemos atender ao seguinte:
Não minimiza a importância e indispensabilidade dos custos fixos.
Há arbitrariedade das repartições dos gastos indirectos;
Há instabilidade dos gastos ao longo do exercício.
Um aumento das vendas pode ser acompanhado por uma diminuição do lucro.
EXEMPLO
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As vendas mensais atingem o montante de 22.500,00 Meticais (15.000 x 1,50). O custo industrial do
mês será:
( )
O custo industrial dos produtos vendidos, 19.500,00 Meticais, constitui um custo do período. Os gastos
industriais fixos e variáveis são gastos do período com a venda dos produtos.
O total dos gastos do período é igual:
Os gastos não industriais são
sempre gastos do período.
Todos os GGF fixos são considerados como custo industrial não incorporado. Utilizando este sistema
de custeio só os gastos variáveis industriais serão considerados para efeitos de valorização dos
inventários (EFPA – Existências Finais da Produção Acabada). Os inventários de matérias são
igualmente avaliados apenas pelos gastos variáveis Os gastos fixos (gastos de armazenagem e
ordenados) são gastos do período.
No sistema de custeio real variável:
Os resultados reflectem variações das vendas;
Verifica-se uma dificuldade na separação dos custos e custo incompleto
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A informação recolhida tem grande interesse para análise da situação económica da empresa;
Verifica-se uma simplificação do trabalho contabilístico e o apuramento dos gastos é mais
completo
Exemplo: Vamos tomar o exemplo anterior, mas assumindo que a empresa usa o custeio variável.
( )
O custo industrial dos produtos vendidos, 8 250,00 Meticais, constitui um custo do período. Os gastos
industriais variáveis são gastos do período com a venda dos produtos sendo que os gastos industriais
fixos são gastos do período com ou sem a venda do produto.
O total dos gastos do período é igual:
Custeio racional
A adopção do custeio total origina a arbitrariedade da repartição dos gastos fixos e a instabilidade dos
gastos ao longo do exercício, originando alguns inconvenientes para a gestão das empresas,
principalmente no que se refere ao controlo de gestão e ao cálculo do preço de venda. Assim sendo,
há que reduzir os gastos fixos. A imputação dos GGF fixos por quotas teóricas e a Imputação racional
dos gastos fixos são uma alternativa.
Segundo o custeio racional, é considerada como custo dos produtos a parte correspondente à
capacidade produtiva utilizada para transformar as matérias-primas. A parte da capacidade produtiva
instalada e não utilizada, e que corresponde aos GGF fixos não aplicados na actividade produtiva, será
um gasto de inactividade. Esse montante será um gasto do período e é um componente negativo do
resultado.
Deste modo, temos:
Custos do produto Gastos do período
Matérias directas Gastos de distribuição;
Trabalho directo de produção (MOD); Gastos administrativos;
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GGF (variáveis) GGF (Fixos), não incorporada no CIPA
Parte dos GGF (Fixos), incorporada no CIPV
CIPA
Nos diversos sistemas de custeio existem semelhanças quanto ao procedimento contabilístico dado
aos gastos não industriais. Estes gastos de distribuição e administrativos são considerados como
componentes negativos dos resultados. A principal diferença entre os sistemas de custeio encontra-se
na repartição dos GGF fixos.
A determinação é semelhante ao custeio variável. Somente alguns gastos fixos não são incorporados.
Exemplo: Sociedade KKL - Produção de placas de alumínio. Capacidade produtiva da empresa é de
800 toneladas.
Produção
Gastos anuais Custos Unitários
anual
Produção Variáveis Fixos Totais Variável Fixo Total
100 70,00 25 000,00 25 070,00 0,70 250,00 250,70
200 140,00 25 000,00 25 140,00 0,70 125,00 125,70
300 210,00 25 000,00 25 210,00 0,70 83,33 84,03
400 280,00 25 000,00 25 280,00 0,70 62,50 63,20
500 350,00 25 000,00 25 350,00 0,70 50,00 50,70
600 420,00 25 000,00 25 420,00 0,70 41,67 42,37
800 560,00 25 000,00 25 560,00 0,70 31,25 31,95
850 595,00 28 000,00 28 595,00 0,70 32,94 33,64
Como se verifica, o custo fixo unitário e o custo total unitário diminuem até à produção de 800
toneladas, os gastos fixos não se alteram e os gastos variáveis aumentam progressivamente.
Podiam ser considerados os gastos fixos comuns, também designados indirectos, enquanto os gastos
variáveis e gastos fixos específicos (directos) seriam considerados à parte. O Sistema de
Normalização Contabilística (SNC) considera os gastos fixos os indirectos.
O custo industrial unitário quando a produção é de, por exemplo, 600 unidades é superior ao
verificado para a produção de 800 unidades, porque os gastos fixos são imputados a um número
inferior de unidades de produção. O custo unitário diminui com o aumento da produção. Trata-se de
uma economia de escala.
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O método de imputação racional dos gastos indirectos tendem a reduzir os efeitos da variação da
actividade sobre os gastos, quer dos centros de gastos quer dos produtos, e a resolver os problemas
que se colocam quando se utiliza o sistema de custeio total. Na imputação racional dos gastos fixos
industriais (indirectos), estes gastos a imputar à produção resultam da consideração dos gastos reais
e da relação entre a produção real e a que se considera normal. Da relação Actividade
real/Actividade normal obtém se um coeficiente para imputar os gastos fixos (indirectos aos
produtos). O coeficiente será de 0,75 (600/800). Deste modo, apenas parte dos gastos fixos é
imputada á produção, mas não com base numa quota teórica.
Observe que na estrutura da DRE, elaborada com base no Custeio por Absorção, o Custo dos
Produtos vendidos é formado pelos custos variáveis e fixos; na estrutura da DRE elaborada
com base no Custeio Variável, o custo dos produtos vendidos é formado somente pelos custos
variáveis e no Custeio Racional, o Custo dos Produtos vendidos é formado pelos custos
variáveis e parte dos fixos ( ).
Outra diferença observada é que as Despesas Variáveis, na estrutura da DRE pelo Custeio
por Absorção assim como no Racional, têm o mesmo tratamento das Despesas Fixas, ou seja,
são elencadas após Lucro Operacional Bruto e servem para evidenciar o Lucro Operacional
Líquido. Na estrutura da DRE pelo Custeio Variável, as Despesas Variáveis são elencadas
após o Custo dos Produtos Vendidos e servem para evidenciar a Margem de Contribuição.
Margem de Contribuição é o valor que a empresa tem para cobrir os custos e as despesas
fixas e gerar lucro.
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Observa-se ainda que, na estrutura da DRE pelo Custeio por Absorção, os custos fixos fazem
parte do custo dos produtos vendidos, na estrutura da DRE pelo Custeio Variável, os custos
fixos são tratados como despesas, e no Custeio por Racional parte destes é que integra o
custo de produção e o remanescente fará parte do custo do período.
EXERCÍCIOS
Exercício 1: Uma empresa iniciou suas actividades em 01/01/2016, e teve a seguinte movimentação
durante o exercício em causa:
Valores
Compra de matérias-primas 30.000,00
Mão-de-obra directa 10.000,00
Custos indirectos de produção fixos 30.000,00
Custos indirectos de produção variáveis 5.000,00
Despesas administrativas e de vendas fixas 19.000,00
Despesas administrativas e de vendas variáveis 6.000,00
Receitas de vendas 120.000,00
a. Determine o custo da produção acabada nos dois custeios (Por Absorção e Variável).
b. Determine o resultado nos dois custeios (Por Absorção e Variável).
A produção foi de 600 unidades e as vendas foram de 500 unidades ao preço unitário de 140MT.
a. Determine o Custo industrial da produção por unidade (pelo Custeio Total e Variável).
b. Determine o Custo dos Produtos vendidos (pelo Custeio Total e Variável).
c. Determine o resultado do período (pelo Custeio Total e Variável).
d. Justifique as diferenças demonstrando os cálculos.
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Exercício 2: A empresa KLX, LDA., produz o bem XL. Durante o mês de Outubro de 2017
apresentou, os custos conforme discriminados abaixo:
b. Elabore a demonstração de resultados por funções para os três (3) sistemas de custeio e justifique
as diferenças na base de cálculos.