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INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA – CAMPUS GAMA

LABORATÓRIO DE QUÍMICA INORGÂNICA

EXPERIMENTO - DUREZA DA ÁGUA


OBJETIVO DA EXPERIÊCIA

O objetivo é medir a dureza total e a dureza por cálcio na aula prática utilizado no experimento
é a titulometria de complexação.

INTRODUÇÃO

A dureza da água tem relação com a presença de íons multivalentes presentes na água.
Lembrando que íons são átomos que ganharam ou doaram elétrons, que podem ser cátions ou
ânions.

As águas naturais possuem cátions que podem interferir na ação de sabões ou até mesmo em
detergentes ainda que em menor extensão. Neste sentido a dureza da água é referente a
existência de sais de metais alcalinos terrosos, onde os mais predominantes são os cátions de
cálcio (Ca+2) e de magnésio (Mg+2), além de outros cátions de metais, como por exemplo do
bário, ferro, zinco e outros.

A dureza da água pode ser de origem natural o que ocorre quando a água do solo entra em
contato com materiais como por exemplo o calcário (CaCO3) ou a dolomita (CaCo3 . MgCO3),
e quando isso ocorre pode ser verificado que nessa composição vai conter uma quantidade em
excesso de íons Ca2+ e Mg2+, quem se apresentam como bicarbonatos (HCO3-), sulfatos
(SO42-), cloretos (Cl-), nitratos (NO3-), como consequência a água se torna imprópria para o
consumo humano.

Com as águas das chuvas, o CO2 da atmosfera vai se dissolver formando uma solução de ácido
carbônico de ácido carbônico diluída, que lentamente vai dissolver o calcário, e o resultado será
a água dura e cavernas de calcário, esse tipo de dureza da água é conhecida como dureza
temporária pois o íon Ca2+ (ou íons Mg2+ e Fe2+) podem ser removidos por ebulição com
facilidade.

Se em determinada ocasião os ânions presentes na Água dura forem por exemplo SO42-, NO3-,
Cl-, a dureza da água será conhecida como dureza permanente, pois o Ian indesejável não pode
ser retirado por ebulição como acontece no caso da dureza temporária.

Os principais problemas causados pela dureza da água são: as incrustações, um exemplo é o


entupimento de tubulação que pode causar problemas principalmente em âmbito industrial; a
dureza dificulta a formação de espuma, um exemplo é a formação de espuma ao utilizar
shampoo, como consequência a pessoa acaba utilizando mais produto químico do que realmente
seria necessário em relação à limpeza; quando a dureza da água tem uma quantidade muito
reduzida também pode causar danos a dureza da água e inversamente proporcional a toxicidade
de uma substância; adorei essa da água pode ser associada a alguns problemas de saúde;

Como já foi mencionado anteriormente a dureza da água pode ser temporária o permanente,
mas também pode ser classificada como dureza total que corresponde a presença de todos os
íons de cálcio mais a dureza causada por íons de magnésio presentes na água.

APARELHAGEM UTILIZADA:

Experimento - Aula prática e teórica: dureza da água:

Materiais (dureza total):


• Pipeta volumétrica de 100ml;
• Conjunto de titulação: suporte universal,
garras e bureta de 25ml;
• 3 unidades de Erlenmeyer de 250ml;

Reagentes (dureza total):


• Solução padrão EDTA 0,02 N (0,01 mol/L);
• Solução tampão de hidróxido de amônio (pH 10);
• Indicador preto de eriocromo-T.

Materiais experimento dureza por cálcio:


• Pipeta volumétrica de 100ml;
• Conjunto de titulação: suporte universal, garras e bureta 25 ml;
• 3 unidades de erlenmeyer 250ml;

Reagentes (dureza por cálcio):


• Solução padrão EDTA 0,02 N (0,01 mol/L);
• Solução tampão de hidróxido de sódio (pH12);
• Indicador murexida.
Experimento - Determinação da dureza da água:

Materiais e Reagentes:
• 50 ml de água;
• Proveta volume;
• Erlenmeyer 250 ml;
• Indicador preto eriocromo-T;
• EDTA 0,01;
• Conjunto de titulação: suporte universal, garras e bureta de 25ml.
• Pipeta para coletar 2 ml de solução tampão.

Para titulação deve-se colocar amostra para a dureza no erlenmeyer em seguida 10 gotas do
indicador que provoca uma mudança de cor na substância (íons de cálcio e magnésio reagem
com indicador). Despejar a solução-tampão dentro do erlenmeyer (pH10).

O indicador tem como objetivo mostrar qual o volume gasto durante a viragem, o ponto final
da titulação.

Quando a substância ficar na cor azul podemos determinar que a partir do consumo de EDTA
pode-se achar a dureza da água. O consumo foi de 18ml de EDTA.

Fazendo o mesmo experimento onde a única diferença é que a água com dureza vai passar por
uma resina de troca catiônica que vai promover a substituição dos íons de cálcio e magnésio
por hidrogênios, que fazem ligação covalente em cadeias carbônicas na resina de troca
catiônica. Mas o processo da resina de troca catiônica foi colocado dentro do erlenmeyer 10
gotas do indicador e a cor da substância ficou azul, ou seja, significa que não tem íons de cálcio
ou magnésio na substância, pois os mesmos foram retirados dá água com dureza através da
resina.

METODOLOGIA

O método utilizado no experimento é a titulometria de complexação. Ácido etilenodiamino


tetra- acético (EDTA), utilizado para fazer o ensaio de dureza da água, funciona como agente
quelante que forma complexos com íons multivalentes, que no caso do experimento são os íons
de cálcio e magnésio.
O princípio do método é pegar uma amostra que contêm dureza e gotejar o EDTA, logo o EDTA
vai reagir com esses íons e formar complexos ocasionando mudanças na coloração do meio
mostrando que os íons foram complexados pelo agente quelante que é o EDTA.

A títulometria de complexação nesse caso é quando o EDTA vai reagir com os cátions
polivalentes criando complexos, ou seja, os cátions serão aprisionados. Consequentemente os
indicadores ao reagirem com esses cátions vão adquirir uma coloração diferente da coloração
original, e quando eles forem expulsos dessas ligações pelo EDTA os indicadores voltaram a
coloração original indicando o fim da titulação.

Experimento - Dureza total:

1°- preenche a bureta com a solução padrão de EDTA.

2°- preencher os três Erlenmeyers com 100 ml de amostra.

3°- adicionar 1 ml da solução tampão no primeiro erlenmeyer.

4°- adicionar uma ponta de espátula do indicador preto de eriocromo.

Ao adicionar o preto de eriocromo na amostra ele se liga com todos os cátions polivalentes que
estiverem disponíveis adquirindo uma coloração roxa. Quando começar adicionar o EDTA terá
preferência na ligação com os cátions polivalentes, excluindo então o preto de eriocromo da
ligação, e o preto de eriocromo vai se tornar livre no meio fazendo com que a coloração da
amostra fique azul, isso indica o fim da titulação.

5°- inicie a titulação vagarosamente;

6°- encerre a titulação quando ocorrer o surgimento da coloração azul;

• anotar o volume gasto na bureta;


• cor inicial roxa, e cor final azul.

7°- repita os mesmos procedimentos para os outros dois erlenmeyers;

• após a demissão do tampão o procedimento de titulação não deve ultrapassar 5 minutos.


• anotar os volumes da bureta no início e no fim de cada titulação.

Experimento - Dureza por cálcio:

1°- preenche a bureta com a solução padrão de EDTA e zerá-la;


2°- preencher os três erlenmeyers com 100 ml de amostra;
3°- adicionar 1 ml da solução tampão no primeiro erlenmeyer;
4°- adicionar uma ponta de espátula do indicador murexida;
O princípio do método da dureza por cálcio é o mesmo, porém o PH é mais elevado (pH12) e
o indicador é diferente, nesse caso o indicador é a murexida. Como o PH 12 o magnésio não
vai reagir com a murexida, somente os íons de cálcio irão reagir, fazendo com que a substância
fique com uma coloração rosa bem clara em função da murexida ligada ao cálcio pois o
magnésio não participa dessa ligação. Ao gotejar o EDTA a murexida será removida da ligação,
e como consequência o EDTA se liga ao cálcio, e com a murexida livre novamente eles vão
adquirir uma coloração púrpura (roxo intenso) indicando o final da titulação.
5°- inicia a titulação vagarosamente;
6°- encerra a articulação quando ocorrer o surgimento da coloração púrpura;
• anotar os volumes iniciais e finais em todas as titulações.
• a cor inicial é um rosa bem claro e a cor final é a coloração púrpura.
7°- repita os procedimentos para os outros dois erlenmeyers.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Experimento - Dureza Total:

Vi Vf 𝜟𝑽 mg/L CaCO3
(volume inicial) (volume inicial) (variação do volume)
Ensaio 1 0,0 7,0 7,0 70,0
Ensaio 2 7,0 14,3 7,3 73,0
Ensaio 3 14,3 21,7 7,4 74,0
Média 7,23 72,3
𝑵𝒑𝒂𝒅𝒓ã𝒐 . 𝑽𝒈𝒂𝒔𝒕𝒐 . 𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎
Dureza Total (DT) = ; 𝑽 → 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 ; 𝑵 → 𝒏𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆
𝑽𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂

𝟎,𝟎𝟐 . 𝟕,𝟐𝟑 . 𝟓𝟎𝟎𝟎𝟎


DT= = 7,23 mg/L CaCO3
𝟏𝟎𝟎

Esses resultados obtidos classificam a dureza da água como moderadamente dura (média) de
acordo com a tabela a baixo:
Experimento - Dureza por Cálcio:

Vi Vf 𝜟𝑽 mg/L CaCO3
(volume inicial) (volume inicial) (variação do volume)
Ensaio 1 0,0 5,6 5,6 56,0
Ensaio 2 5,6 11,1 5,5 55,0
Ensaio 3 11,1 16,7 5,6 56,0
Média 5,56 55,6

DT = DCa2+ (dureza do cálcio) + DMg2+ (dureza do magnésio) DMg2+ = 72,3 – 55,6

DMg2+ = 16,7 mg/L CaCO3 Cálculo da Dureza através da NORMALIDADE.

Calculando a Dureza a partir da normalidade:

Massas Molares: Equivalente . Grama

CaCO3 = 100,09 g/mol Ca = 40,08 g/mol EgEDTA = 50,04 g

EDTA = 372,24 g/mol Mg = 24,30 g/mol Padrão = 0,02 N

Média dos Volumes: 7,23 ml

𝟎,𝟎𝟐⋅𝟕,𝟐𝟑
N1.V1 = N2.V2 0,02 . 7,23 = N2 . 100 N2 = = 𝟏, 𝟒𝟒. 𝟏𝟎−𝟑 𝑵
𝟏𝟎𝟎
Calculando a Dureza a partir da Concentração molar:

[EDTA] = 0,01 mol/L; C = Concentração; MM = massa molar

𝟎,𝟎𝟏⋅𝟕,𝟐𝟑
C1.V1 = C2.V2 0,01 . 7,23 = C2 . 100 C2 = = 7,23 . 𝟏𝟎−𝟒 mol/L
𝟏𝟎𝟎

EDTA AMOSTRA

Proporção - Reação 1:1

C = MMCaCO3 . C2 . 1000 C = 100,09 . (7,23. 𝟏𝟎−𝟒 ) . 1000 C = 72,3 mg/L CaCO3

Dureza equivalente do Mg e Ca:

A partir das concentrações dos íons de cálcio e magnésio podemos converter em uma dureza
equivalente seguindo as proporções.

CONCLUSÃO

Os experimentos produzidos para determinar a dureza da água proporcionou resultados


conclusivos em relação a classificação da dureza da água, que dia acordo com a tabela está entre
60 a 150 mg/L CaCO3, o que torna sua característica como uma Água dura média. Processo
utilizado foi a titulometria de complexação.

REFERÊNCIAS

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