Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JhessikaTomaz Pereira1
1
Bacharela em Arquivologia e graduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa
Catarina - UFSC
Key-words: Self-determination of gender. Transsexualism. Gender identity.
Social name. Record name. Civil Registry. Provision 73/18. Personal
documents.
1 INTRODUÇÃO
3 A AUTODETERMINAÇÃO DE GÊNERO
2
Com relação ao critério “orientação sexual” na identidade de gênero/papel, um indivíduo pode
ser bissexual ou monossexual. No caso monossexual, o sentido do erótico pode ser
homossexual ou heterossexual, ao passo que bissexual dimensiona-se para ambos.
(CARDOSO. 2008, p. 70)
3
Aqueles que possuem caracteres anatômicos tanto masculinos quanto femininos são
chamados, atualmente de intersexuais, em substituição à antiga nomenclatura de
“hermafroditas” (SOUZA. 2016, p.30)
Figura 1 - Identidade de Gênero X Orientação Sexual X Sexo Biológico
3.1 O TRANSEXUALISMO
4
A heteronormatividade pode ser conceituada como a manobra cultural responsável por
identificar a heterossexualidade enquanto norma social que regula e determina a possibilidade
de corpos, gêneros e sexualidade, sendo possível as vidas circunscritas dentro de seus limites
do que é ser normal e humano, e impossíveis as vidas lançadas à margem da norma; os
corpos abjetos (SOUZA. 2016, p.36)
administrativo, com providências tímidas sem muitas força impositiva, como a
permissão de uso de nome social por pessoas trans, em determinados órgãos
públicos. De acordo com a I Conferência de 2008, em decorrência dos
trabalhos das Secretarias Estaduais de Educação do Paraná e de Santa
Catarina, a definição de nome social é dada como “o modo como a pessoa é
reconhecida, identificada e denominada na sua comunidade e no meio social,
uma vez que o nome oficial não reflete sua identidade de gênero ou possa
implicar constrangimento.” (ZANELA. 2018, p.375)
Segundo, Zanela (2018) enquanto os direitos não são reconhecidos, não
incluindo transexuais no âmbito jurídico, direitos institucionalizados, como as
Resoluções do Nome Social, são afirmados por contribuir para a permanência
de pessoas transexuais em instituições públicas, como por exemplo, em
universidades, escolas, ministérios, etc. Ainda segundo Zanela (2018) desde o
início de sua autodeterminação, as pessoas trans têm suas identidades de
gênero confrontadas com seus registros civis, circunstância que as
ridicularizam em determinadas situações as quais elas são expostas. A
existência de tais Resoluções são importantes para que as pessoas trans
conquistem a legitimidade de sua existência e seu espaço.
5
Disponível em: <https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2691371> Acesso em
11 nov. 2018.
O Provimento 73/20186 emitido pelo CNJ, é considerado neste trabalho,
um avanço na obtenção de direitos de pessoas trans. No processo de decisão
do STF, foi invocado o princípio de dignidade humana pelos ministros, no qual
o ministro Celso de Mello7 menciona que:
6
Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=3503> Acesso em 11 nov.
2018.
7
De acordo com a Wikipedia (2019) José Celso de Mello Filho é Ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) desde 1989, sendo o decano (membro mais antigo) do tribunal desde 2007. Foi
presidente daquela corte de 1997 a 1999.
processo.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8
De acordo com a Wikipedia (2019) João Otávio de Noronha é um magistrado brasileiro,
ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo o atual presidente desta corte, foi
também corregedor nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
de extrema importância para as pessoas que vivem o trânsito de gênero.
Acredita-se que para a pessoa trans, o nome é mais que uma identificação
perante a sociedade é a sua individualidade preservada. Ter um nome que
condiz com a sua realidade é assegurar seus direitos e garantias pessoais.
É importante destacar que primeiro passo para minimizar o preconceito
em virtude da incompatibilidade da identidade de gênero e ao registro dado ao
nascimento foi a implantação de Resoluções do Nome Social, que contribuiu
para a permanência de pessoas transexuais em instituições públicas, podendo
os documentos das mesmas, portarem o nome social da pessoas trans e não o
de registro.
Superado o direito de autodeterminação e do direito à identidade, como
consequência surgem as mudanças do nome nos registros oficiais e tais
mudanças são essenciais para minimizar as humilhações, as coações e o
preconceito vivenciados pela pessoa trans diariamente. Obter documentos
pessoais identitários adequados a sua identidade de gênero é uma implicação
documental que o transsexualismo e a alteração do nome de registro civil
acabam resultando. Tais implicações demandaram maiores conhecimentos no
que diz respeito aos registros civis públicos e aos documentos pessoais
identitários, desde suas concepções e conceitos até as características,
importâncias, órgãos e formas de emissão de cada documento específico.
Informações trazidas por este trabalho, caracterizadas como pertinentes de
acordo com a demanda por reconhecimento do grupo minoritário das pessoas
tansexuais e dos direitos humanos.
Conjectura-se que esta conquista é uma das muitas outras que ainda
precisam e estão por vir, não se tratando somente do direito à identidade da
pessoa trans, mas também a necessidade de facilitar a emissão de
documentos identitários no Brasil para todos os cidadãos.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 2010.