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GEOLOGIA

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TEMA I - Geologia e métodos
1. A Terra e os seus subsistemas em interação
A Terra é um planeta ativo e dinâmico. A sua atividade e dinamismo são demonstradas nos
mais diversos processos que alteram constantemente a morfologia da sua superfície. Desde
que se formou, o nosso planeta já passou por enormes modificações e por períodos de vida
intensa alternados com períodos de extinção maciça.

A Terra enquanto constituinte do Universo é um sistema, pois verifica-se interação organizada


entre os seus vários componentes havendo fluxo de matéria e energia entre eles.

Consoante as inter-relações que se estabelecem entre um sistema e o meio envolvente,


podem considerar-se três tipos de sistemas:

 Sistema Isolado: não ocorre troca de matéria nem de energia com o meio envolvente.
Estes sistemas não ocorrem naturalmente.
 Sistema Fechado: sistema em que ocorre troca de energia mas não existe troca de
matéria entre as fronteiras do sistema.
 Sistema Aberto: sistema em que ocorre troca de energia e matéria com o meio
envolvente.
Desta forma, considera-se que a Terra é um sistema fechado, pois ocorrem trocas de energia
nas suas fronteiras, mas a troca de matéria é residual, podendo considerar-se inexistente. As
principais fontes de energia da Terra são a energia geotérmica (fonte interna) e a energia solar
(fonte externa).

 1.1 Subsistemas terrestres

Como qualquer sistema, também o sistema terrestre é composto por vários subsistemas:

 Hidrosfera: é a totalidade da água existente na superfície terrestre,


independentemente do seu estado físico (oceanos, rios, lagos, águas subterrâneas,
glaciares).
 Atmosfera: corresponde à camada gasosa da Terra sendo, essencialmente, composta
por azoto (78%) e oxigénio (21%), seguindo-se o árgon (0,9%) e o dióxido de carbono
(0,03%), para além de outros gases menos significativos.
 Geosfera: corresponde à parte mais superficial da Terra que se encontra no estado
sólido, a litosfera, englobando as grandes massas continentais e as bases dos oceanos,
bem como os restantes materiais que se encontram no interior da Terra dispostos em
camadas concêntricas.
 Biosfera: é o conjunto de todas as zonas do planeta Terra, onde é possível encontrar
formas de vida.

 1.2 Interação de subsistemas

Os quatro subsistemas terrestres interagem e permanecem em equilíbrio entre si. Desta forma
qualquer alteração provocada pelo Homem em apenas um destes subsistemas, afetará todos
os outros com graves consequências para o equilíbrio dinâmico do planeta Terra, podendo
levar a alterações no ambiente que coloquem em causa a própria sobrevivência humana.
Facilmente nos apercebemos de que forma os subsistemas interagem entre si. A geosfera é o
suporte para a existência de outros subsistemas, como a biosfera e a hidrosfera, sendo na
geosfera que a maior parte dos seres vivos encontra o suporte para se deslocar e habitar. Os
seres vivos constituintes da biosfera dependem da hidrosfera, uma vez que a água é o
elemento fundamental à vida. Também os gases existentes na atmosfera são fundamentais

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para assegurar a sobrevivência dos seres vivos, pois não só intervêm nos fenómenos de
respiração e fotossíntese, mas também são eles que os protegem da radiação ultravioleta
proveniente do sol.

 2. As rochas, arquivos que relatam a história da Terra

As rochas constituem importantes arquivos, nos quais se encontram registadas as


modificações geológicas, geográficas e biológicas que ocorreram ao longo da história da Terra.

Uma rocha é, normalmente, uma associação natural de minerais, agregados ou desagregados.


Existem, ainda que mais raramente, rochas monominerálicas, isto é, constituídas por um único
mineral.
De acordo com a sua origem, definem-se três grandes grupos de rochas:

 Rochas magmáticas/ígneas: resultam da consolidação direta do magma à superfície


(rochas ígneas vulcânicas) ou em profundidade (rochas ígneas plutónicas).
 Rochas sedimentares: formam-se à superfície ou próximo desta, a partir de
deposições de sedimentos oriundos de rochas pré-existentes ou provenientes da
atividade dos seres vivos que, posteriormente, sofrem alterações físicas e químicas sendo
compactados e ligados entre si.
 Rochas metamórficas: formam-se a partir de rochas pré existentes, que sofrem
transformações mineralógicas e estruturais, devido à ação de pressões e/ou
temperaturas elevadas, ou à ação de fluidos de circulação, mas mantêm o estado sólido
ao longo de todas as transformações.
 

2.1 Rochas sedimentares


As rochas sedimentares, como foi referido, resultam da deposição de fragmentos/sedimentos
oriundos de rochas pré-existentes ou de materiais provenientes da atividade dos seres vivos.

Embora cubram uma grande parte da superfície terrestre (75% da área dos continentes),
constituem apenas 5% do volume da crosta terrestre.

O processo de formação de rochas sedimentares envolve duas etapas fundamentais:

 Sedimentogénese: esta etapa engloba um conjunto de processos físicos e químicos


nos quais são elaborados os materiais que vão integrar as rochas sedimentares
(meteorização e erosão), o seu transporte e a sua deposição (sedimentação).
 Meteorização: processo físico e químico que promove alterações físicas e
químicas nas rochas pré existentes, que se encontram à superfície do planeta,
através da ação de agentes erosivos como a água, a temperatura, o vento, a ação
dos seres vivos, etc.;
 Erosão: processo de remoção dos materiais previamente alterados das rochas,
por ação de agentes erosivos (água, vento, seres vivos, gravidade);
 Transporte: os materiais erodidos (detritos/clastos), de dimensões variadas,
são transportados, por ação do vento, da água, da gravidade, de seres vivos, por
distâncias mais ou menos longas até se depositarem;
 Sedimentação: deposição dos materiais transportados que agora se designam
sedimentos. Em condições propícias a deposição regular, em estratos, é feita de
acordo com a densidade dos sedimentos. Nos estratos inferiores depositam-se os
sedimentos mais densos e pesados e nos estratos superiores os menos densos e
menos pesados. Estes estratos, caso não se verifiquem perturbações formam

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camadas horizontais não deformadas. Cada estrato corresponde à deposição que
ocorreu num local, num determinado intervalo de tempo, em que os materiais
disponíveis e as condições de deposição se mantiveram inalterados.
 Diagénese: etapa que engloba um conjunto de processos físicos e químicos que atuam
após a sedimentação e que promovem a evolução dos sedimentos para rochas
sedimentares coerentes. No decurso da diagénese os sedimentos sofrem compactação,
desidratação e cimentação, ficando ligados entre si.
Nas rochas sedimentares é possível encontrar fósseis de seres vivos, pois as condições de
formação destas rochas são compatíveis com os processos de fossilização.

 2.2 Rochas magmáticas e metamórficas

Estes dois tipos de rochas correspondem a 95% do volume da crosta terrestre e, embora
normalmente não apresentem fósseis, pois as suas condições de formação destroem os
vestígios dos seres vivos, o seu estudo permite perceber em que condições se formaram e,
portanto, inferir sobre as condições que existiam no planeta aquando da sua génese.

 Rochas magmáticas/ígneas: uma vez que estas resultam do arrefecimento e da consolidação


de magmas e atendendo a que os magmas são misturas complexas de minerais fundidos,
cristais em suspensão, e gases que podem apresentar diferentes composições químicas,
poderão originar também diferentes tipos de rochas magmáticas.

 Rochas ígneas plutónicas ou intrusivas: resultam do arrefecimento e consolidação do


magma em profundidade. Desta forma o arrefecimento é lento, havendo tempo para que
se formem cristais bem definidos nas rochas. Apresentam portanto uma textura
granulocítica (cristais visíveis a olho nu). Ex: granito.
 Rochas ígneas vulcânicas ou extrusivas: resultam do arrefecimento e consolidação do
magma à superfície. Desta forma o arrefecimento é rápido, não havendo tempo para que
se formem cristais bem definidos nas rochas. Apresentam portanto uma textura amorfa
(cristais não visíveis a olho nu). Ex: basalto.
 

Rochas metamórficas: estas rochas têm origem em rochas preexistentes (sedimentares ou


magmáticas). Uma vez que a Terra é um planeta ativo e dinâmico, as rochas podem ser
deslocadas para zonas com diferentes condições das condições que estiveram na sua génese.
Desta forma podem experimentar maiores pressões ou maiores temperaturas, assim como
depararem-se com um ambiente químico diferente, que vai promover transformações
minerais, químicas e estruturais, ainda que não alterem o seu estado físico (permanecem no
estado sólido). Os principais fatores de metamorfismo são: a temperatura, a pressão, os
fluidos de circulação e o tempo de duração do processo. Ex. Gnaisse
 

2.3 Ciclo das rochas


O ciclo das rochas, ou ciclo litológico, demonstra as relações que existem entre os três grandes
grupos de rochas, pois os fenómenos que levam à formação de rochas sedimentares,
magmáticas e metamórficas estão intimamente ligados entre si, uma vez que qualquer tipo de
rocha tem a possibilidade de se transformar noutro tipo de rocha.
Pela interpretação do ciclo litológico percebemos que qualquer rocha que aflore à superfície
vai sofrer meteorização e erosão pela ação de agentes erosivos. Os detritos daí resultantes
serão transportados até bacias de sedimentação onde sofrem deposição, passando a designar-
se sedimentos. A sedimentogénese é seguida da diagénese, formando-se rochas sedimentares.
Se as condições de diagénese forem superadas, isto é, se as pressões e temperaturas

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ultrapassarem determinados limites, as rochas sofrerão ação de fenómenos de metamorfismo
transformando-se em rochas metamórficas. Por sua vez, se as condições de pressão e
temperatura se elevarem além das fronteiras do metamorfismo, as rochas podem fundir
(alteram o seu estado físico de sólido para líquido), originando magma. Este, ao arrefecer e
solidificar originará novas rochas magmáticas.

3. A medida do tempo e a idade da Terra

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4. A Terra, um planeta em mudança

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 TEMA II – Terra

TEMA III – Geosfera.Vulcanologia.Sismologia

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BIOLOGIA

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