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01-02.20
www.sbnpbrasil.com.br
Neuropsicometria
Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp)
03
Sumário
05 REVISÃO HISTÓRICA
A teoria clássica dos testes no histórica da avaliação
neuropsicológica
11 ENTREVISTA
17 HANDS ON!
Algumas considerações sobre o conceito de validade ecológica
e suas possíveis implicações para a Neuropsicologia
REVISÃO HISTÓRICA
Ainda conforme o exposto por Souza Filho & Gouveia (2006), os testes
psicológicos têm fornecido contribuições tanto para o campo teórico,
em pesquisas básicas e aplicadas, quanto para o campo prático, em
que ocupam lugar privilegiado no que tange à realização de diagnós-
ticos, seleções e classificações, orientações e treinamentos. Ademais,
tais instrumentos podem ser úteis em uma avaliação psicológica por
possibilitarem a comparação do indivíduo ou situação com outros que
apresentam características semelhantes. Além disso, permitem a ope-
racionalização e verificação de teorias psicológicas (Hutz, Bandeira &
Trentini, 2015).
Diante disso, cabe mencionar a ideia de Streiner (2010) citado por Sar-
tes & Souza-Formigoni (2013) que assinala que a avaliação psicomé-
trica sofreu diversas modificações no último século, seguindo tendên-
cias observadas em diversos outros contextos nos quais aquilo que é
maior é considerado melhor. Anteriormente, quanto mais extenso fosse
o instrumento para medir um construto, melhor eram suas propriedades
de validade. Atualmente sabemos que tal afirmação não é necessaria-
mente verídica, e há que se tecer considerações acerca dos benefícios
e limitações da TCT. Tal teoria forneceu enormes contribuições para o
desenvolvimento de testes psicológicos e continua sendo amplamente
utilizada, possivelmente em razão dos subsídios trazidos quanto à vali-
dade e confiabilidade.
A partir dos anos 50, tendo em vista as limitações da Teoria Clássica dos
Testes, os psicometristas começaram a buscar solucionar os problemas
apresentados, por meio da proposta de novas abordagens. Assim, hou-
ve o desenvolvimento de modelos classificados como modernos, tais
como a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que pode ser entendida como
um conjunto de modelos psicométricos para desenvolver e refinar me-
didas psicológicas (Embretson & Reise, 2000 apud Sartes & Souza-
-Formigoni, 2010). Diante de tal contexto, aTCT tem sido desafiada por
essa nova corrente teórica, que propõe o uso de escalas mais curtas,
mas que se manteriam com a mesma confiança ou até em níveis maio-
res (Sartes & Souza-Formigoni, 2013).
REFERÊNCIAS
Souza Filho, M. L. D., Belo, R., & Gouveia, V. V. (2006). Testes psicológicos: análise da
produção científica brasileira no período 2000-2004. Psicologia: Ciência e Profissão,
26(3), 478-489.
ENTREVISTA
seguiria nem pensar em uma não relação entre eles. Porque, por exem-
plo, pensando em funções cognitivas individuais, conseguir escrever
uma palavra (ex. chuchu), com som de X, que pode ser produzido pelo
X ou pelo CH. E isso não tem sentido, não tem regra. Se a gente pensar
na palavra macaca e no seu som só pode ser produzido com a letra m,
não tem outra letra que produza esse som. Então pela lógica: qual a letra
que produzir esse som? Letra M. Então será escrito com a letra M. Agora
chuchu, nós temos pelos menos duas possibilidades de escrita, a gen-
te precisa muito da memória, precisamos memorizar que essa palavra
será escrita com ch e não com x. Não existe uma lógica de conversor
fonema-grafema, de que cada letra significa um som. Aqui estamos fa-
lando de regras ortográficas de escrita que são aprendidas e que são
memorizadas. Então se eu tenho uma dificuldade de memória episódica
pra gravar essas regras, eu provavelmente vou ter dificuldades ortográ-
ficas na hora de escrever.
Outro desafio que acho bem relevante, é que algumas escolas, profes-
sores e gestores, têm algum nível de resistência com testagem, com
questionários, então a gente se deparou com algumas escolas que não
abriram as portas porque achavam que avaliar seria limitar ou enges-
HANDS ON!
1 Introdução
REFERÊNCIAS
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the Rey–Osterrieth Complex Figure: Predicting everyday problems in children with
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Haase, V. G., de Salles, J. F., Miranda, M. C., Malloy-Diniz, L., Abreu, N., Argollo, N., ...
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Tarnanas, I., Schlee, W., Tsolaki, M., Müri, R., Mosimann, U., & Nef, T. (2013). Ecological
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