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NIETZSCHE E O CORPO

Thalita Schuh Venancio da Costa


Mestranda em Filosofia da Educação
Universidade Federal de Santa Catarina
email: thalitaschuh@gmail.com.br

Frente à tradição idealista que, desde a concepção platônica até os


nossos dias, privilegia um conhecimento voltado à busca de uma essência das
coisas e do próprio conhecimento através da pretensa substância subjetiva —
eu, sujeito, consciência, razão etc. —, pela qual se passou a desvalorizar o
corpo ou mesmo instrumentalizá-lo. Nietzsche, por exemplo, se mostrou um
feroz crítico do pensamento filosófico ocidental e nesse viés nos interessará
prioritariamente sua crítica à noção de sujeito da tradição humanista e
racionalista e o deslocamento da ideia de razão para a noção de corpo. Isso
porque o filósofo, ao atribuir valor ao corpo, procura mostrar que este configura
uma relação intrínseca com as forças vitais, afetivas e instintivas, que são
segundo ele, essenciais à constituição do humano. Pretende-se assim,
investigar sobre essa perspectiva: a noção de corpo como fio condutor.
O pensamento de Friedrich Nietzsche vai além da crítica de seu tempo e
parece tão atual ao nosso que o estudo de seus postulados teóricos se faz
importante.Neste contexto, a presente comunicação parte das críticas de
Nietzsche sobre a fundamentação do pensamento ocidental visando um
conhecimento idealístico e pautado nas faculdades mentais, tratando o corpo
como desprezo ou instrumento da razão. Nietzsche afirma que o corpo revela
os instintos fundamentais da natureza; qualquer pensamento ou doutrina que
negue, desqualifique ou desconsidere a relação intrínseca entre os instintos, a
natureza, a força, a saúde e a vida é considerado antinatural e decadente. É
importante e necessário reconhecer o corpo, pois é nele e com ele que o ser
humano se relaciona, interpreta, cria e vive no mundo.

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