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Página 6 do Artigo

1. Comentário da Revisora: Na página 6 afirma-se, corretamente, que em “Marx o


trabalho tem uma determinação ontológica” e para comprová-lo cita Vieira. Neste caso,
o próprio Marx deve ser referenciado.

Trecho a ser modificado:

Marx efetivamente descobre uma nova dimensão da objetividade humana. O


ser humano só se constitui enquanto ser pela interatividade. A interatividade e a
sociabilidade são indissociáveis do ato de produzir, isto é, do trabalho. Em Marx,
portanto, o trabalho tem uma determinação ontológica:

O trabalho é, antes de tudo, um processo entre o homem e a


natureza, processo este em que o homem, por sua própria ação,
medeia, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ele se
confronta com a matéria natural como com uma potência natural
[Naturmacht]. A fim de se apropriar da matéria natural de uma forma
útil para sua própria vida, ele põe em movimento as forças naturais
pertencentes a sua corporeidade: seus braços e pernas, cabeça e
mãos. Agindo sobre a natureza externa e modificando-a por meio
desse movimento, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria
natureza. (MARX, 2013, p.255)1

Warley, no caso penso que podemos trazer uma citação de Marx. E na sequência trazer
um parágrafo explicando que a determinação ontológica do trabalho está na
interpretação de Lukács. Pode ser também uma nota de rodapé mais explicativa. Veja o
que consegue fazer.

Página 9 do Artigo:
“O processo de acumulação para Marx, isto é, a gênese do capital, tem como
mote a expropriação dos trabalhadores rurais.”

Comentário da Revisora: Mote é uma sentença que apresenta de modo sintético uma
ideia. Não é disso que se trata no texto. Aqui é preciso qualificar como a expropriação
no campo é uma determinação no processo de acumulação primitiva de capitais.

(Pela simples razão da expropriação criar a relação capitalista fundante, que é a


separação dos produtores diretos dos seus meios de produção …. Adeus ao camponês,
viva os trabalhadores livres para serem esfolados pelo capital )

1
Quem desenvolve a análise do trabalho como aspecto central para a constituição do ser social é
Lukács, como podemos notar nesta passagem: “Falaremos amplamente do significado ontológico da
teleologia do trabalho no capítulo respectivo da segunda parte deste livro. O que importa aqui é apenas
fixar, em seus traços mais gerais, o ponto de partida da ontologia marxiana do ser social”. (LUKACS,
2012, p.286)
Warley, teria como me ajudar nessa? Como a expropriação camponesa é determinante
no processo de acumulação de capitais, tendo em mente que ela é a base de todo o
processo.

Página 14 do Artigo:

2. Por meio dessas categorias (que, em Marx, são formas de existência — ou formas de ser), podemos
entender que para produzir a existência material os homens necessitam contrair determinadas relações de
produção que, em última instância, estão determinadas pelo grau de desenvolvimento das forças
produtivas. Em um nível abstrato de análise, as relações de produção correspondem às relações que os
homens estabelecem entre si, já as forças produtivas são as relações que os homens estabelecem com
a natureza, essas duas dimensões estão articuladas, pois são as relações de produção que permitem
aos homens se apropriarem das forças produtivas em determinado período. ”

Comentário da Revisora: Considerando que relações não são contraídas, mas sócio-
historicamente construídas, sugiro substituição do termo. Quanto a definição de forças
produtivas e relações de produção indico recorrer ao Capital para melhor precisar as
categorias utilizadas

Warley: Aqui seria importante trazer uma passagem do Capital que ilustre e sintetize o
que significa essa relação forças produtivas e relações sociais de produção.

Por meio dessas categorias (que, em Marx, são formas de existência — ou formas de
ser2), podemos entender que para produzir a existência material os homens entram
em determinadas relações de produção que são sócio-historicamente construídas, e
estas, em última instância, estão determinadas pelo grau de desenvolvimento das forças
produtivas3. Em um nível abstrato de análise, as relações de produção correspondem às
relações que os homens estabelecem entre si, isto é, são a forma social especifica 4 que
os homens estabelecem para se apropriar da natureza, já as “forças produtivas atua
somente sobre o conteúdo da riqueza, não sobre sua forma”. (MARX, 2011, p. 416).
Neste sentido, as forças produtivas são o conteúdo material da riqueza. Dessa maneira,
as forças produtivas como Marx nos adverte em O Capital, pressupõem: “ a atividade
orientada a um fim, ou o trabalho propriamente dito; em segundo lugar, seu objeto e, em
terceiro, seus meios”.

2
MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. Trad. De Florestan Fernandes. 2ª ed. São
Paulo, Expressão Popular, 2008.

3
MARX, Karl. Prefácio á Contribuição à Crítica da Economia Política. Trad. De Florestan Fernandes. 2ª ed.
São Paulo, Expressão Popular, 2008., p.47)

4
Sobre a relação entre forma social (relações que os homens estabelecem entre si,) e conteúdo técnico
material da riqueza (relações que os homens estabelecem com a natureza) remetemos o leito para o
clássico livro de Isaak Rubin, A teoria Marxista do valor.

MAR, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.
Referências bibliográficas

MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. Trad. De Florestan Fernandes. 2ª ed.
São Paulo, Expressão Popular, 2008.

MARX, Karl. Prefácio á Contribuição à Crítica da Economia Política. Trad. De Florestan


Fernandes. 2ª ed. São Paulo, Expressão Popular, 2008., p.47)

MAR, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.

MARX, Karl. O Capital: crítica da Economia Política. Livro 1. São Paulo: Boitempo, 2013.

LUKÁCS, G. Os princípios ontológicos fundamentais de Marx. In: Para uma ontologia do ser
social I. São Paulo: Boitempo, 2012.

RUBIN. Isaak. A teoria Marxista do valor. São Paulo: Editora Polis, 1987.

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