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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

FUPAC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA

Curso de Direito
10º Período

Uberaba – MG
2021
Lucas Henrique Alves Oliveira
Luiz Carlos de Sousa Borges
Miriam Cristina Lopes
Nayana Viana Buch
Marcos Vinícius Pinto da Silveira
Rafael Mendes Araújo

ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA

Atividade apresentada à Universidade


Presidente Antônio Carlos de Uberaba
como requisito parcial da Disciplina de
Laboratório Jurídico VI - Curso de Direito
– 10º Período - para obtenção de nota
avaliativa relativa à 1ª Etapa – 1º
semestre do ano de 2021.

Professora: Nayara Beatriz Borges Ferreira

Uberaba – MG
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _____VARA
DE DA COMARCA DE UBERABA – MINAS GERAIS.

HENRIQUE CARLOS MENDES, brasileiro, solteiro, mecânico, CTPS 1234567


Série 0001-MG, portador do RG nº MG-33.222.001 PC/MG, e CPF/MF nº
987.654.321-00, PIS 123.56789.98-2, filho de Cristiano Borges e Miriam Viana,
nascido em 13.12.1998, residente e domiciliado na Rua Manoel Campos, 374,
Bairro Parque Americano, na cidade de Uberaba- MG, CEP: 38.021-002, usuário do
endereço eletrônico henri.mendes@hotmail.com, doravante denominado de
RECLAMANTE, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, através
da seus advogados, que a esta subscrevem e com poderes estabelecidos em
documento próprio (Procuração em anexo), propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Com fulcro no art. nº 840 da CLT c/c 319 do CPC, pelo rito ordinário, Lei
13.467/2017, em face de NAYANNA - OFICINA MECÂNICA LTDA, com inscrição
no CNPJ nº 25.450.016/0001-27, situada na Rua São Joao Batista, nº 493, Bairro
São Marcos, na cidade de Uberaba-Minas Gerais, CEP:38.005-019, doravante
denominada de RECLAMADA, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I. DA JUSTIÇA GRATUITA

O RECLAMANTE, nos termos do art. 5º, Inciso LXXIV da CF, e § 4º e do art. nº 790
da CLT – Decreto-lei nº 5.452/43, por encontrar-se em situação de hipossuficiência
financeira, requer os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA por não possuir
condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e
de sua família, como se deduz da documentação e Declaração constante nos
apensos, preenchendo, assim, os requisitos para tal benefício.

II. DOS FATOS

O RECLAMANTE foi contratado pela RECLAMADA em 13/07/2018, para trabalhar


na função mecânico de automóveis. Recebeu como última remuneração o valor de
R$ 1.200,00.

No dia 05/01/2019, por volta das 16h (dezesseis horas), o RECLAMANTE, com 20
anos de idade, trabalhava no setor de retificação de motores, na empresa de
propriedade da RECLAMADA; momento em sofreu o acidente de trabalho.

O acidente, trágico, ocasionou a perda total do dedo médio de sua mão direita,
bem como da sensibilidade da mesma, sendo que até o momento, os movimentos
da mão não foram recuperados.

O RECLAMANTE trabalhava, no momento do acidente, na retirada do motor de um


dos veículos, de um determinado cliente, que contratara os serviços da
RECLAMADA. A tarefa se dava por meio de “guincho” próprio. Entretanto, de
repente, a corrente do equipamento se rompeu, provocando a queda do motor
sobre a mão direita do RECLAMANTE.

Na operação do equipamento trabalham o RECLAMANTE, como direcionador do


motor a ser içado, e o Sr. Lucas, COMO OPERADOR, que encontrava-se próximo
ao mesmo equipamento, mas nada pôde fazer para evitar a queda do motor.

Ao verificar o início da queda o RECLAMANTE, ainda, e imediatamente, gritou ao


seu colega Lucas, porém foi inevitável o resultado (fotografias em anexo).

O RECLAMANTE imediatamente chamou o amigo Lucas que correu para chamar o


Sr. Luiz Souza, supervisor do setor. Nesse meio tempo, outro funcionário da
empresa, Vinícius, motorista, com o carro da empresa, transportou o
RECLAMANTE acidentado direto para a UPA - Unidade de Pronto Atendimento
mais próxima.
Lá chegando, foi feita a triagem, e o RECLAMANTE foi colocado em uma maca,
apenas com uma faixa na mão até por volta de 19h e 30m, sendo atendido e
transferido para o Hospital Escola, onde foi atendido de imediato, pelo Doutor
Rafael, que, em face da urgência da cirurgia para recolocação do dedo
encaminhou-o ao centro cirúrgico. Entre o acidente e a cirurgia transcorrem cerca
de 06 (seis) horas, por se tratar de atendimento no serviço público de saúde.

Todavia, antes de conduzido ao hospital, ainda na UPA, o empresário, proprietário


da empresa o Sr. Carlos Pinto, lá compareceu, por volta de 19h (dezenove horas),
perguntando para o RECLAMANTE se seu acidente havia sido grave, tendo como
sim a resposta dada.

Indiferente à afirmativa, o proprietário, não prestou nenhum tipo de assistência, ou


sequer ofereceu ajuda para o RECLAMANTE, para que fosse encaminhado a
algum outro estabelecimento médico mais específico ou particular de atendimento
médico.

A CAT – Comunicação de Acidente de trabalho foi emitida apenas no dia


08/01/2019, pela chefe de Recursos Humanos – Sra. Beatriz.

O RECLAMANTE ficou internado do dia 05/01/2019 ao dia 13/01/2019 no Hospital


Escola. Durante tal período sofreu a rejeição do membro reimplantado e perdeu
totalmente o dedo médio da mão direita.

Ficou afastado pelo INSS de 22/01/2019 à 06/02/2019, retornando ao trabalho,


após o exame de retorno ao trabalho no dia 09/02/2019.

O médico, que concedeu laudo de retorno ao trabalho, indicou sessões semanais


de fisioterapia, que não foram realizadas até o momento, pois o RECLAMANTE
ainda encontra-se na fila do SUS e a empresa não se dispôs a pagar por tal serviço
em outro centro médico privado.

A única assistência prestada pela empresa, foi o pagamento do medicamento –


simples, tipo analgésicos e anti-inflamatórios.

O médico também sugeriu a título de recomendação que o RECLAMANTE fosse


mudado de função. Ao retornar foi colocado na mesma atividade que gerou o
acidente. Discordando de tal situação e face as dores que apresentava no exercício
da atividade o RECLAMANTE foi ao RH e pediu para que o mudassem de setor.
Atualmente o RECLAMANTE não mais trabalha na máquina, e sim em outro setor.

O RECLAMANTE, por diversas vezes, acionou a empresa, administrativamente,


afim de receber o seguro que possui da mesma, mas até o presente momento nada
foi conseguido.

Destaca-se, ainda, que, só foram feitas revisões da máquina APÓS O ACIDENTE!

“RESSALTA-SE, MAIS UMA VEZ, QUE A AMPUTAÇÃO DO DEDO DO


RECLAMANTE SÓ OCORREU FACE À TOTAL NEGLIGÊNCIA DA RECLAMADA
EM PRESTAR ASSISTÊNCIA/SOCORRO IMEDIATO AO RECLAMANTE QUE
FICOU MAIS DE 6HS NA FILA DO SUS APENAS PARA UM
ENCAMINHAMENTO, E MESMO ASSIM POR INICIATIVA DE UM COLEGA DE
TRABALHO. POIS CASO TIVESSE SIDO ENCAMINHADO AO HOSPITAL
PARTICULAR E OPERADO IMEDIATAMENTE TERIA GRANDES CHANCES DE
NÃO PERDER SEU DEDO. ATENTE-SE PARA O ABSURDO DA NEGLIGÊNCIA
QUE DEVE SER LEVADA EM CONSIDERAÇÃO PARA A FIXAÇÃO DA
INDENIZAÇÃO SOB PENA DE FAVORECER A EMPRESA!”

O movimento da mão do RECLAMANTE está totalmente comprometido. O


RECLAMANTE não pode pegar nenhum tipo de peso e se sente preocupado com
seu futuro, pois tudo dependerá das seções de fisioterapia prescritas e que ainda
não foram possíveis por encontrar-se na fila do SUS.

O RECLAMANTE tem se tratado com uma profissional de psicologia particular,


arcando com todos os custos, sem qualquer assistência da RECLAMADA, embora
tenha requerido ajuda, conforme atestado psicológico em anexo. Cada recibo
emitido tem o valor de R$ 300,00 (trezentos reais).

O RECLAMANTE não recebeu treinamento e não recebia EPI’s - Equipamento de


Proteção Individual para que pudesse operar ou auxiliar na operação do
equipamento, o que por si só já demonstra a negligência da RECLAMADA quanto à
segurança do RECLAMANTE e demais trabalhadores. Tudo poderá ser
comprovado por perícia a ser realizada no local e na máquina em questão.

III. DOS DIREITOS E FUNDAMENTOS:


a) DA PENSÃO – DANO MATERIAL
Conforme demonstrado, o acidente causou várias repercussões à vida do
RECLAMANTE. Veja-se, que estas, de formas significativas, representam
alterações na vida do RECLAMANTE, talvez até mesmo definitivas, tanto de ordem
material quanto moral, seja no seu dia a dia em casa, com sua família, no ambiente
social e ainda para novas oportunidades futuras. Tudo isso devido à evidente
negligência da RECLAMADA em prestar assistência médica emergencial ao
RECLAMANTE, mesmo que o título de solidariedade humana, pois, se atendido de
imediato, teria grandes chances de ser tratado sem a fatídica amputação do
membro.

Em que pese todo o esforço argumentativo dos signatários, os mesmos nunca


serão capazes de demonstrar fielmente o que, de fato, está passando o
RECLAMANTE e sua família. Segue uma breve tentativa de descrição com o seu
embasamento legal.

Em decorrência do gravíssimo acidente de trabalho acometido, o RECLAMANTE,


em razão da amputação, ocasionou a perda da plena capacidade laborativa; o que
representa obstáculo de ordem profissional, causando impedimento permanente ao
desempenho de inúmeras atividades profissionais.

Ademais, afeta também sua natureza social e pessoal, destacando-se que no caso
presente, o RECLAMANTE pretendia se preparar função de socorrista, contava
com apenas 20 (vinte) anos de idade e nunca poderá realizar seu sonho.

Logo, não se deve considerar apenas o trauma psíquico, como também, os


inegáveis reflexos, impresumíveis, que a lesão poderá acarretar. Dá-se destaque,
imediato, à impossibilidade de permanecer na atividade que desenvolvia, além das
que poderia desenvolver.

Assim, consoante a inteligência, devidamente abordada na legislação vigente,


consoante a inteligência dos artigos, 402, 403 e 944, 949 e 950 todos do Código
Civil, os lucros cessantes devem traduzir a redução potencial do patrimônio do
reclamante vitimado por acidente de trabalho e que trarão considerável redução
potencial do patrimônio do RECLAMANTE vitimado pelo acidente de trabalho. São
os rendimentos razoáveis que deixarão de ser recebidos pelo trabalhador em razão
da limitação de sua capacidade laborativa, o que lhe remete ao direito de pleitear
as devidas indenizações afins.

A pensão mensal, seria o caso, podendo ser adotado, como parâmetro de


arbitramento e liquidação, o disposto nos Art. 949 e 950, caput e parágrafo único do
Código Civil vigente, determinando o pagamento de uma só vez, verbis:

Art. 949, CC. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o
ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

Art. 950, CC. Se dá ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não
possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá
pensão correspondente à importância do trabalho para que se
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a


indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

No caso do RECLAMANTE, é notório o prejuízo material, pela ocorrência do


acidente de trabalho, eis que a incapacidade para várias atividades que poderia vir
a desempenhar se tornou permanente, dando, ao mesmo, consistência para
pleitear.

Em caso de outro entendimento, vislumbra-se a possibilidade que não sendo


deferida a indenização em parcela única, deve a RECLAMADA ser condenado ao
pagamento da pensão de forma vitalícia, com inclusão das parcelas de 13º e 1/3 de
férias.

Sérgio Cavalieri Filho, em sua obra Programa de Responsabilidade Civil, ressalta a


importância da inclusão do 13º salário na base do cálculo da pensão. Vejamos:

O 13º salário, ou gratificação natalina, deve integrar a pensão,


havendo divergência jurisprudencial apenas, no caso de não ser
vítima assalariada quando do seu falecimento. (...) Este, por sua
vez é aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar, nos
termos já citado no Art. 402 do Código Civil. Razoável é aquilo que
o bom senso diz que o credor lucraria, o que decorre da
normalidade dos fatos, tendo em vista os antecedentes conforme já
assinado. (...) Ora, o 13º salário é um direito do trabalhador, hoje na
própria Constituição.

b) DOS DANOS MORAIS

Pela simples análise do caso em exame, identifica-se a presença de todos os


requisitos indispensáveis à obrigatoriedade de indenizar, onde o fato lesivo está
consubstanciado na negligência do RECLAMADA ao desrespeitar as normas
protetivas da saúde e segurança do trabalhador, consumando-se com a grave
lesão sofrida pelo RECLAMANTE – amputação irreversível.

Lembra-se, ainda, que do acidente sofrido restaram sequelas permanentes para o


RECLAMANTE, pois este, perdeu totalmente o seu dedo, restando anulada sua
chance de conseguir uma colocação melhor no mercado de trabalho, o que o tem,
inclusive, o levado a realizar tratamento psicológico e fazer uso constante de
antidepressivos para adequar-se à sua nova realidade. O dano, está devidamente
provado pela Comunicação de Acidente de Trabalho, embora tardia, exames e
atestados médicos, com a anulação não apenas da capacidade laborativa, mas da
DIGNIDADE do RECLAMANTE, bem jurídico maior tutelado constitucionalmente no
Art. 1º, III e IV, CF, além da ofensa a cidadania e os valores do trabalho, em ofensa
ainda ao art. 170, CF/88, que diz que a ordem econômica funda-se na livre
iniciativa e na valorização do trabalho humano.

c) DOS DANOS ESTÉTICOS

Conforme se verifica, do acidente resultou amputação do DEDO MÉDIO do


RECLAMANTE, caracterizando, também o dano destacado (Código Civil art. 949),
qualquer lesão significante que altere a vida social e pessoal da vítima, mediante
constrangimento e sentimento de desprezo pela exposição da imagem alterada em
razão da lesão sofrida, configura dano estético o que tem comprometido e alterado
a harmonia física do mesmo.

A ilustre doutrinadora Maria Helena Diniz conceitua o dano estético como:

[...] Toda alteração morfológica do indivíduo, que, além do aleijão,


abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda
que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um afeamento
da vítima, consistindo numa simples lesão desgostante ou num
permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de
inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade
laborativa. [...]

Complementado o conceito acima transcrito, pode-se dizer que o dano estético


corresponde a qualquer alteração morfológica do acidentado como, por exemplo, a
perda de algum membro, uma cicatriz ou qualquer mudança corporal que cause
repulsa ou apenas desperte a atenção por ser diferente, restando configurada a
situação supracitada e o direito à indenização por dano estético.

Com esse prejuízo, o RECLAMANTE nutre complexos de toda ordem, catalisados


pela rejeição tácita por parte da sociedade, diante do dano estético causado pelo
acidente de trabalho, e ainda, não se aceita, desencadeando complexo de
inferioridade.

Salienta-se com o definitivo reconhecimento do dano moral pela CF/88, a respeito


da possibilidade de cumulação dos danos morais com os estéticos, desta forma,
mesmo estando o dano estético compreendido no gênero de dano moral, a doutrina
e jurisprudência evoluíram para deferir indenizações distintas quando esses danos
forem passíveis de apuração em separado.

Isso porque, enquanto o dano estético está vinculado ao sofrimento pela


deformação com sequelas permanentes, o dano moral diz respeito ao
constrangimento, dor, humilhação e todas as demais consequências provocadas
pelo trauma.

d) DA CUMULAÇÃO:

A jurisprudência tem-se firmado no sentido da possibilidade de cumulação do dano


moral com o dano estético, conforme se observa em recentes julgados do TRT da
18ª Região:

DANOS MORAIS E DANOS ESTÉTICOS. CUMULAÇÃO. É


plenamente possível a cumulação da indenização por danos morais
e por danos estéticos, decorrentes do mesmo acidente, quando as
pretensões são formuladas com finalidades distintas e
inconfundíveis, vale dizer, quando a relativa aos danos estéticos se
funda no comprometimento da anatomia da vítima, ao passo que a
concernente aos danos morais assenta-se nas dores físicas
suportadas pelo autor, assim como no sofrimento, na angústia e na
tristeza experimentados com o infortúnio.

Assim, tendo em vista tão somente o valor do dano moral estético, ensejador de
traumas não só pela lesão mas por tudo aquilo que ele não será capaz de realizar
em sua vida após o acidente de responsabilidade da empresa RECLAMADA, o que
nos leva a pleitear que seja, também, fixado um valor referenciado na expectativa
de vida média nacional, tendo como base o último salário recebido pelo
RECLAMANTE.

Contudo, existe teoria e jurisprudência que afirma que o segundo é a espécie do


primeiro. Assim o sendo, não há qualquer dificuldade em se mensurar o tamanho
da indenização, uma vez que um sendo espécie do outro a soma de várias
espécies se dá no total do gênero.

Desta feita, tendo em vista o dano moral como um todo, a dor, a humilhação e
extirpação de vários prazeres da vida a que o RECLAMANTE não terá mais
acesso, além do dano estético resultante da vergonha, do complexo de
inferioridade, e do preconceito que parte da sociedade insiste em demonstrar, não
seria uma indenização inferior à soma das propostas individuais capaz de cumprir
com o seu caráter reparador e pedagógico. Veja-se que o valor solicitado tem por
parâmetro o valor requerido em sede de danos materiais.

e) DO NEXO CAUSAL

Não obstante, no que diz respeito à gravidade do dano e nexo de causalidade e


culpa, entre a conduta da RECLAMADA e a conduta do RECLAMANTE, cujas
comprovações serão motivo de prova nos procedimentos futuros, resultou no
afastamento, do mesmo, de suas atividades laborais em relação à sua contratação,
sendo alocado em outro setor dentro da empresa.

Além disso, a negligência em prestar socorro, de forma adequada, pela


RECLAMADA, foi o fator determinante para que o RECLAMANTE perdesse o
membro definitivamente, pois, em razão do descaso à causa emergencial, teve que
aguardar mais de 6 (seis) horas para seu atendimento na fila do SUS, uma total
desconsideração aos tratos com seus empregados. E ainda, a RECLAMADA, após
o acidente, não prestou nenhum tipo de assistência ao RECLAMANTE, que vem
pagando a psicóloga com seu próprio salário, considerando, também, que até
então não recuperou os movimentos da mão, sendo que necessita de fisioterapia
e, para tanto, permanece aguardando na fila do Serviço Único de Saúde - SUS.

Por fim, ao retornar ao trabalho, o RECLAMANTE sequer foi recolocado de função,


de forma imediata, tendo a RECLAMADA o feito após o mesmo dirigir-se ao RH e
“implorar” pela mudança, em razão das fortes dores, quando insistia na tentativa de
cumprir sua tarefa de forma profissional na função original, surgindo disso uma
possibilidade de agravamento às sequelas iniciais. Resta assim formado o elo
causal.

f) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Quanto aos DANOS MORAIS, verifica-se no presente caso que, em razão do


acidente sofrido pelo RECLAMANTE enquanto exercia suas atividades laborais,
restou configurado como de difícil mensuração.

É inegável que a situação pela qual passa o RECLAMANTE é degradante,


ofendendo diretamente sua dignidade, tanto é que faz uso de medicamentos
diversos para amenizar o trauma sofrido, que segundo parecer da sua psicóloga

“o paciente apresenta sintomas relativos à angústia, ansiedade, humor


deprimido, negação, baixa autoestima, sentimentos de não conseguir
conectar-se com outras pessoas, além da presença de memórias recorrentes
e involuntárias do evento estressante ao qual foi exposto. Necessitando no
momento, de cuidado. Assim, encontra-se em um quadro de uma vida
psíquica restrita e adoecida desencadeado pela exposição ao evento
traumático.”

Ainda nesse sentido, o pedido de dano moral resta caracterizado na presença dos
três requisitos da responsabilidade civil: CULPA, DANO E NEXO CAUSAL, sendo
que os fundamentos jurídicos do dano moral estão positivados no art. 5º, X, CF e
nos arts. 186 e 927 do Código Civil.

Art. 5, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X -
são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação; [...]

Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 950, CC. Se dá ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido


não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá
pensão correspondente à importância do trabalho para que se
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O
prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja
arbitrada e paga de uma só vez.

Entende-se, também, dever ser cabível e considerado que o sinistro, de que foi
vítima o RECLAMANTE, causou-lhe além da dor, sofrimento e angústias, reflexos
próprios de um acidente de grande porte, isto é, sequelas definitivas, o
acompanharão por toda a sua vida.

Quanto ao valor da indenização por danos morais decorrentes de acidente do


trabalho deve ser orientada tanto pela gravidade da lesão como pela condição das
partes envolvidas, pautando- se o julgador pelo princípio da razoabilidade, porém
há que ser lembrado a todo momento que o acidente ocasionou e vem ocasionando
prejuízos imensuráveis à vida do RECLAMANTE. O professor Fernando de
Noronha ressalta nesse sentido que:

“A reparação de todos os danos que não sejam suscetíveis de


avaliação pecuniária obedece em regra ao princípio da satisfação
compensatória: o quantitativo pecuniário a ser atribuído ao lesado
nunca poderá ser equivalente a um ‘preço’, será o valor necessário
para lhe proporcionar um lenitivo para o sofrimento infligido, ou uma
compensação pela ofensa à vida ou à integridade física.”

A indenização por dano moral não tem caráter unicamente indenizatório, mas
também pedagógico, por servir de freio aos atos lesivos praticados pelo
empregador, em linhas gerais, Sebastião Geraldo de Oliveira manifesta-se pelo
acerto da decisão do legislador ao não adotar parâmetros ou limites para a
indenização por dano moral, deixando sua fixação ao arbítrio do juiz e conclui que:

[...] alguns pressupostos assentados na doutrina e jurisprudência


devem nortear a dosimetria dessa indenização: a) a fixação do valor
obedece a duas finalidades básicas que devem ser ponderadas:
compensar a dor, o constrangimento ou o sofrimento da vítima e
combater a impunidade b) é imprescindível aferir o grau de
culpa do empregador e a gravidade dos efeitos do acidente; c) o
valor não deve servir para enriquecimento da vítima nem de ruína
para o empregador; d) a indenização deve ser arbitrada com
prudência temperada com a necessária coragem, fugindo dos
extremos dos valores irrisórios ou dos montantes exagerados,
que podem colocar em descrédito o Poder Judiciário e esse
avançado instituto da ciência jurídica; e) a situação econômica das
partes deve ser considerada, especialmente para que a penalidade
tenha efeito prático e repercussão na política administrativa
patronal; f) ainda que a vítima tenha suportado bem a ofensa,
permanece a necessidade da condenação, pois a indenização pelo
dano moral tem por objetivo também uma finalidade pedagógica, já
que demonstra para o infrator e a sociedade a punição exemplar
para aquele que desrespeitou as regras básicas da convivência
humana.[...]”

Em matéria de dano moral, o valor da indenização deve ser suficiente tanto para
facilitar a que o ofendido obtenha lenitivos para sua dor, como, também, para
cumprir seu caráter pedagógico, no intuito de desestimular a prática de condutas
lesivas à saúde do trabalhador.

Com base nos fatos e direito exposto, entende-se que a RECLAMADA deva ser
condenada ao pagamento de indenização à título de DANOS MORAIS, eis que
qualquer minoração que impeça um ser humano de continuar realizando suas
atividades que lhes eram comuns antes do acidente são cobertas pelo direito
ensejador de dano moral.

Assim, tendo em vista tão somente o valor do dano moral, ensejador de traumas não
só pela lesão mas por tudo aquilo que ele não será capaz de realizar em sua vida
após o acidente de responsabilidade da empresa RECLAMADA, não seria uma
indenização, por mais valorada que seja, capaz de cumprir com o seu caráter
reparador e pedagógico e terá por parâmetro o valor requerido em sede de danos
materiais, calculados sobre o seu terço. Sugere-se, portanto, que seja fixada um
valor referenciado na expectativa de vida média nacional, tendo como base o último
salário recebido pelo RECLAMANTE.

g) DA OBRIGAÇÃO DO PAGAMENTO DO PLANO DE SAÚDE DO


RECLAMANTE

Insiste-se que, além de todo o trauma sofrido pelo RECLAMANTE, o mesmo


necessitará de acompanhamento médico, fisioterapêutico, psicológico, e
psiquiátrico, por um período longo e indeterminado.

Desta forma, o dever de indenizar da RECLAMADA deve ser integral, tendo


inclusive o dever de lhe conceder a manutenção em plano de saúde que disponha
para todos os seus funcionários de forma vitalícia. O RECLAMANTE começou a
pagar plano de saúde particular, que lhe gerou despesas extras, para que possa se
tratar-se, o importa no dever de ressarcimento pela RECLAMADA referente aos os
meses já pagos, bem como assuma o pagamento vitalício do mesmo.

Em 2012, foi editada a Súmula n. 440 consolidando esse posicionamento:

Súmula no 440 do TST. AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO
CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO À
MANUTENÇÃO DE
PLANO DE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA. Assegura-se o
direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica
oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o
contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de
aposentadoria por invalidez.

Desta feita, pugna-se por tal entendimento, concluindo-se pela responsabilização


RECLAMADA quanto à manter/incluir o plano de saúde do RECLAMANTE nos
termos dispostos no dispositivo retro citado.
Alternativamente, caso seja esse o entendimento, sugere-se uma prestação
alternativa consistente em valor equivalente ao valor da última mensalidade do
plano de saúde do RECLAMANTE paga a operadora, na modalidade de
expectativa de vida nacional, calculada pelo IBGE.

h) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O RECLAMANTE recebia adicional de insalubridade no grau médio. No entanto, tal


adicional deveria ser pago em grau máximo uma vez que só recebia como EPI o
abafador de som, e este só era trocado se fosse quebrado ou danificado, nunca
com periodicidade. Pleiteia-se, designação de perícia no local, para comprovar o
alegado, quando então dever-se-á impor a correção à RECLAMADA do adicional
de insalubridade para o grau máximo (40%), uma vez que as condições de trabalho
se mostram insalubres conforme o disposto na NR n° 15.

i) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

No caso presente, necessário se faz a relativização do art. 818 da CLT e a regra


disposta no art. 333 do CPC, a fim de promover a inversão do ônus da prova em
favor do RECLAMANTE, em razão das dificuldades deste em produzir provas de
culpa da parte RECLAMADA pelo acidente, considerando sua hipossuficiência, e,
em homenagem ao princípio da aptidão para a prova, que norteia o Direito do
Trabalho.

A inversão do ônus da prova quanto ao requisito de culpa, tem fundamento no art.


7º, XXII, CF, art. 157 da CLT e art. 19, § 1º, Lei 8.213/91, Convenção n 155 da OIT,
Portaria 3.214 do MTE, e Arts, 6º, VIII e 38 do CDC, tendo este como objetivo a
busca da VERDADE REAL que se norteia em princípio de justiça, e, no Direito do
Trabalho acresce-se o princípio da hipossuficiência do trabalhador.

Nesse sentido, em casos de acidente de trabalho, os tribunais têm admitido a


inversão do ônus da prova, cabendo esta premissa perfeitamente no caso em tela.

Assim clama-se com base em ampla legislação supracitada tal inversão.

j) DO FGTS NÃO DEPOSITADO

O RECLAMANTE ao dirigir-se à CEF – Caixa Econômica Federal, constatou que


nunca foi realizado depósito de FGTS em sua conta. Considerando as disposições
do art. 15 e 21, da Lei nº 150/15 c/c Resolução Conselho Curador do FGTS nº 780
de 24.09.2015 e Lei nº 8.036/90, a DECLARANTE faz jus aos recolhimentos dos
valores fundiários, no percentual mensal, base de 8% (oito por cento), corrigidos e
acrescidos das sanções estipuladas, ou seja adicional de 40% (quarenta por cento),
e demais atualizações e correções, na proporcionalidade devida.

IV. DOS PEDIDOS

Ante a todo o exposto REQUER a Vossa Excelência:

1. A notificação da RECLAMADA, para que tome ciência de todos os


termos da presente, com as advertências do art. 844 da CLT.

2. A concessão ao RECLAMANTE dos benefícios da Justiça Gratuita, por


ser o mesmo pobre no sentido legal, não tendo condições de arcar com as custas e
despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família (art. 5º,
Inciso LXXIV da CF, e § 4º e do art. nº 790 da CLT);

3. A integração da fundamentação desta peça ao pedido para todos os fins


e a procedência do mesmo, condenando a RECLAMADA, ao pagamento das
verbas abaixo relacionadas, acrescidas das devidas correções legais
(considerando-se os juros legais e correção monetária a partir do fato gerador (mês
trabalhado) ou sucessivamente a partir do 1º dia do mês subsequente – 2ª parte da
Súmula 381 do TST), até a data do efetivo pagamento;

4. Que se digne Vossa Excelência designar dia e hora para a audiência


inaugural, notificando a RECLAMADA, no endereço de sua sede, conforme consta
do preâmbulo desta peça, para comparecer e, querendo, produzir defesa, sob pena
de revelia e confissão.

5. A designação de perícia técnica, seguida da nomeação de Perito, para


apuração de insalubridade e das condições de trabalho do RECLAMANTE no
momento do acidente;

6. A designação de perícia médica, seguida de nomeação de Perito para


apuração da incapacidade laborativa do RECLAMANTE;

7. A designação de perícia contábil forense, seguida de nomeação de


Perito para apuração e levantamento detalhado dos valores devidos pela
RECLAMADA ao RECLAMANTE, tendo como base o último salário recebido;

8. A condenação da RECLAMADA ao pagamento das verbas a seguir:

a) pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, sendo 40%


sobre a remuneração ou o salário base, ou ainda, o piso da categoria profissional
(Súmula 4/STF), a possibilidade de opção (art. 193 §2º da CLT), referente a todo o
período trabalhado, com os devidos reflexos sobre DSR, FGTS, multa de 40%,
férias com 1/3, décimo terceiro salários e INSS, no montante a ser apurado em
liquidação de sentença, abatendo eventual valor já pago à mesmo título;

b) Após a constatação da insalubridade, o RECLAMANTE pugna pela


intimação da RECLAMADA para que entregue o PPP - Perfil Profissiográfico
Previdenciário, sob pena de multa diária, a ser arbitrada pelo douto Juízo;

c) O reconhecimento pelo Juízo do acidente do trabalho, decorrente do


labor com a condenação da RECLAMADA ao pagamento dos direitos dela
decorrentes;

c.1-) O reconhecimento pelo juízo do nexo de causalidade entre o acidente do


trabalho do RECLAMANTE e a atividade desempenhada na RECLAMADA;

d) A condenação da RECLAMADA ao VALOR TOTAL DA CAUSA não


inferior ao resultado a ser apurado, não devendo ser inferior a 30 (trinta) vezes

referenciado como inicial do rito ordinário - Lei 13.467/2017, R$ 400.000,00


(quatrocentos mil reais), ao final expressado;

e) Alternativamente, a condenação da RECLAMADA ao pagamento de


pensão vitalícia, repositória de redução de capacidade laboral, no valor mensal
equivalente ao salário percebido à época do acidente, R$1.200,00 (hum mil e
duzentos reais) por mês, incluindo também férias e 13ºs salários, FGTS
devidamente corrigidos e atualizados nos termos da Súmula 43 do STJ, em
decorrência da diminuição da capacidade laboral no importe não inferior ao
quantum decidido na alínea anterior;

f) A condenação da RECLAMADA pelos danos:

f.1) danos morais (art. 1º, III e IV, CF/88 c/c art. 170, CF/88),
devendo ser fixado em pelo menos em 1/3 (um terço) da condenação total;

f.2) danos materiais, devendo ser fixado em pelo menos em 1/3


(um terço) da condenação total (arts. 402, 403 e 944, 949 e 950 CC);

f.3) danos estéticos, devendo ser fixado em pelo menos em 1/3


(um terço) da condenação total (949 e 950 CC);

f.4) alternativamente, caso entenda que o dano estético e o dano


material não sejam cumulados, a condenação em dano moral deve se dar
analisando o todo, a dor, a humilhação e extirpação de vários prazeres da vida a
que o RECLAMANTE não terá mais acesso, além do dano estético resultante
da vergonha, do complexo de inferioridade, e do preconceito que parte da
sociedade terá contra o mesmo, condenando a RECLAMADA em indenizá-lo em
valor não inferior a R$ 780.480,00 (setecentos e oitenta mil, quatrocentos e oitenta
reais) capaz de cumprir com o seu caráter reparador e pedagógico.

g) a condenação da RECLAMADA ao pagamento do FGTS de todo período


laborado pelo RECLAMANTE, no valor a ser levantada, acrescido de multas,
atualizações e correções cabíveis (art. 15 e 21, da Lei nº 150/15 c/c Resolução
Conselho Curador do FGTS nº 780 de 24.09.2015 e Lei nº 8.036/90).

9) a condenação da RECLAMADA ao pagamento do plano de saúde em


nome do RECLAMANTE de forma vitalícia ou indenização substitutiva para tanto,
até os 75 anos de vida (expectativa calculada pelo IBGE);

10) a entrega da apólice de seguros em nome do RECLAMANTE,


devidamente contratada pela RECLAMADA, ou em caso de não existência,
indenização substitutiva em importe não inferior a R$ 40.000,00 (quarenta mil
reais);

11) condenação da RECLAMADA ao pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios sucumbenciais no percentual de 20% sobre o valor da
condenação, requerendo, ademais, que as parcelas incontroversas sejam quitadas
na audiência, sob as penas do art. 467 da CLT, e consequente pagamento da parte
incontroversa acrescida de 50%;

12) que não haja incidência de imposto de renda e INSS em razão da


natureza indenizatória das verbas a que a RECLAMADA venha a ser condenada.

13) que os valores a serem pagos, sejam acrescidos juros e correção


monetária, até a data do efetivo pagamento;

14) a notificação da RECLAMADA para exibir (art. 355, do CPC) juntamente


com a defesa, em audiência: CONTRATO DE TRABALHO, CONTROLES DE
JORNADA, FOLHAS DE PAGAMENTO; DOCUMENTOS RELATIVOS AO
AFASTAMENTO DO OBREIRO; PRONTUÁRIO MÉDICO COMPLETO DO
RECLAMANTE, DESDE A DATA DE ADMISSÃO ATÉ A DATA DO
AFASTAMENTO; DO ATESTADO DE SAÚDE ADMISSIONAL; DOCUMENTOS
QUE COMPROVAM O TREINAMENTO DO REQUERENTE PARA EXERCER A
FUNÇÃO

QUE DESEMPENHAVA; DOCUMENTO QUE DEMONSTRA AS FUNÇÕES


QUE O RECLAMANTE EXERCEU, BEM COMO, A SUA PRODUÇÃO, EM TODO
PACTO LABORAL; COMPROVANTES DE ENTREGA DE EPI; LAUDOS
TÉCNICOS PPRA e PCMSO; devendo constar expressamente na intimação que a
omissão de tais documentos atrairá a aplicação de penas do art. 359 e Súmula 338
do TST.

Por tudo e fim, requer a condenação da RECLAMADA ao pagamento de todas as


indenizações de mora, a partir do mês em que ocorreu a lesão do direito, fato
gerador da obrigação, e não do mês subsequente.

Destaca-se que o privilégio de pagamento do salário até o quinto dia útil do mês
subsequente previsto em lei, não se estende às questões trabalhistas, advindas de
decisões judiciais, por não terem sido quitadas em época própria.

Assim sendo, como a correção monetária é incidente a partir da época em que a


obrigação tornou-se exigível, tal direito ficou devido, coincidentemente com o mês
da lesão, sofrida pelo RECLAMANTE, posto que o pagamento do salário deve ser
efetuado no mês efetivamente trabalhado, e não no mês subsequente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas,


sobretudo, oitiva de testemunhas e depoimento do preposto da RECLAMADA, e
ainda, mediante produção de prova pericial, o que desde já requer.

Instruída e provada a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, espera seja


julgada procedente para condenar a RECLAMADA ao pagamento das verbas
acima pleiteadas, tudo acrescido de juros e correção monetária conforme se apurar
em liquidação de sentença.

Para fins de alçada dá-se à presente causa o valor de R$ 1.200.000,00 (um milhão
e duzentos mil de reais).

Nesses termos, aguarda deferimento.

Uberaba-MG, _____ de ________ de 2021.

LUCAS HENRIQUE ALVES OLIVEIRA LUIZ CARLOS SOUSA BORGES


OAB/MG 0121 OAB/MG 0221
MARCOS VINICIUS SILVEIRA MÍRIAN CRISTINA LÓPES
OAB/MG 0321 OAB/MG 0421

NAYANA VIANA BUCH RAFAEL MENDES ARAÚJO


OAB/MG 0521 OAB/MG 0621

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