FUPAC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA
Curso de Direito
10º Período
Uberaba – MG
2021
Lucas Henrique Alves Oliveira
Luiz Carlos de Sousa Borges
Miriam Cristina Lopes
Nayana Viana Buch
Marcos Vinícius Pinto da Silveira
Rafael Mendes Araújo
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA
Uberaba – MG
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _____VARA
DE DA COMARCA DE UBERABA – MINAS GERAIS.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Com fulcro no art. nº 840 da CLT c/c 319 do CPC, pelo rito ordinário, Lei
13.467/2017, em face de NAYANNA - OFICINA MECÂNICA LTDA, com inscrição
no CNPJ nº 25.450.016/0001-27, situada na Rua São Joao Batista, nº 493, Bairro
São Marcos, na cidade de Uberaba-Minas Gerais, CEP:38.005-019, doravante
denominada de RECLAMADA, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
O RECLAMANTE, nos termos do art. 5º, Inciso LXXIV da CF, e § 4º e do art. nº 790
da CLT – Decreto-lei nº 5.452/43, por encontrar-se em situação de hipossuficiência
financeira, requer os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA por não possuir
condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e
de sua família, como se deduz da documentação e Declaração constante nos
apensos, preenchendo, assim, os requisitos para tal benefício.
No dia 05/01/2019, por volta das 16h (dezesseis horas), o RECLAMANTE, com 20
anos de idade, trabalhava no setor de retificação de motores, na empresa de
propriedade da RECLAMADA; momento em sofreu o acidente de trabalho.
O acidente, trágico, ocasionou a perda total do dedo médio de sua mão direita,
bem como da sensibilidade da mesma, sendo que até o momento, os movimentos
da mão não foram recuperados.
Ademais, afeta também sua natureza social e pessoal, destacando-se que no caso
presente, o RECLAMANTE pretendia se preparar função de socorrista, contava
com apenas 20 (vinte) anos de idade e nunca poderá realizar seu sonho.
Art. 949, CC. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o
ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950, CC. Se dá ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não
possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá
pensão correspondente à importância do trabalho para que se
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
d) DA CUMULAÇÃO:
Assim, tendo em vista tão somente o valor do dano moral estético, ensejador de
traumas não só pela lesão mas por tudo aquilo que ele não será capaz de realizar
em sua vida após o acidente de responsabilidade da empresa RECLAMADA, o que
nos leva a pleitear que seja, também, fixado um valor referenciado na expectativa
de vida média nacional, tendo como base o último salário recebido pelo
RECLAMANTE.
Desta feita, tendo em vista o dano moral como um todo, a dor, a humilhação e
extirpação de vários prazeres da vida a que o RECLAMANTE não terá mais
acesso, além do dano estético resultante da vergonha, do complexo de
inferioridade, e do preconceito que parte da sociedade insiste em demonstrar, não
seria uma indenização inferior à soma das propostas individuais capaz de cumprir
com o seu caráter reparador e pedagógico. Veja-se que o valor solicitado tem por
parâmetro o valor requerido em sede de danos materiais.
e) DO NEXO CAUSAL
f) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Ainda nesse sentido, o pedido de dano moral resta caracterizado na presença dos
três requisitos da responsabilidade civil: CULPA, DANO E NEXO CAUSAL, sendo
que os fundamentos jurídicos do dano moral estão positivados no art. 5º, X, CF e
nos arts. 186 e 927 do Código Civil.
Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Entende-se, também, dever ser cabível e considerado que o sinistro, de que foi
vítima o RECLAMANTE, causou-lhe além da dor, sofrimento e angústias, reflexos
próprios de um acidente de grande porte, isto é, sequelas definitivas, o
acompanharão por toda a sua vida.
A indenização por dano moral não tem caráter unicamente indenizatório, mas
também pedagógico, por servir de freio aos atos lesivos praticados pelo
empregador, em linhas gerais, Sebastião Geraldo de Oliveira manifesta-se pelo
acerto da decisão do legislador ao não adotar parâmetros ou limites para a
indenização por dano moral, deixando sua fixação ao arbítrio do juiz e conclui que:
Em matéria de dano moral, o valor da indenização deve ser suficiente tanto para
facilitar a que o ofendido obtenha lenitivos para sua dor, como, também, para
cumprir seu caráter pedagógico, no intuito de desestimular a prática de condutas
lesivas à saúde do trabalhador.
Com base nos fatos e direito exposto, entende-se que a RECLAMADA deva ser
condenada ao pagamento de indenização à título de DANOS MORAIS, eis que
qualquer minoração que impeça um ser humano de continuar realizando suas
atividades que lhes eram comuns antes do acidente são cobertas pelo direito
ensejador de dano moral.
Assim, tendo em vista tão somente o valor do dano moral, ensejador de traumas não
só pela lesão mas por tudo aquilo que ele não será capaz de realizar em sua vida
após o acidente de responsabilidade da empresa RECLAMADA, não seria uma
indenização, por mais valorada que seja, capaz de cumprir com o seu caráter
reparador e pedagógico e terá por parâmetro o valor requerido em sede de danos
materiais, calculados sobre o seu terço. Sugere-se, portanto, que seja fixada um
valor referenciado na expectativa de vida média nacional, tendo como base o último
salário recebido pelo RECLAMANTE.
h) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
f.1) danos morais (art. 1º, III e IV, CF/88 c/c art. 170, CF/88),
devendo ser fixado em pelo menos em 1/3 (um terço) da condenação total;
Destaca-se que o privilégio de pagamento do salário até o quinto dia útil do mês
subsequente previsto em lei, não se estende às questões trabalhistas, advindas de
decisões judiciais, por não terem sido quitadas em época própria.
Para fins de alçada dá-se à presente causa o valor de R$ 1.200.000,00 (um milhão
e duzentos mil de reais).