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Desafio: O vicio do consentimento

Amanda Sanches Felix de Moura RA:605751


Ana Alice Novelli Ruano RA:614092
Ana Cássia Rodrigues Ferreira RA:619183
Ana Luísa Lélis Ferreira RA:615110
Breno da Silva Pereira RA: 617946
Jamilly Rubia Boaventura de Carvalho RA:615730

• “Registro: 2021.0000782676 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos


estes autos de Apelação Cível nº 1023387-31.2017.8.26.0002, da
Comarca de São Paulo, em que é apelante BANCO BMG S/A, é apelado
PAULO SERGIO DE OLIVEIRA. ACORDAM, em sessão permanente e
virtual da 17ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São
Paulo, proferir a seguinte decisão:Deram provimento em parte ao recurso.
V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores. PAULO
PASTORE FILHO (Presidente sem voto), IRINEU FAVA E AFONSO
BRÁZ São Paulo, 24 de setembro de 2021. SOUZA LOPES relator
Assinatura Eletrônica PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SÃO PAULO Apelação Cível nº 1023387-
31.2017.8.26.0002 - Voto nº 41009 - Talita/Paola 2 VOTO Nº: 41009
APEL.Nº: 1023387-31.2017.8.26.0002 COMARCA: SÃO PAULO
APTE. : BANCO BMG S/A APDO. : PAULO SÉRGIO DE OLIVEIRA
*Contrato bancário – Cartão de crédito – Empréstimo celebrado com
reserva de margem consignável (RMC) – Alegação de vício do
consentimento – Quadro probatório que demonstra a ocorrência de fraude
– Nome do autor que foi inserido no cadastro de devedores – Dano moral
evidenciado e fixado com moderação – Fixação de multa diária em caso
de descumprimento da ordem de retirada do nome do autor do cadastro de
devedores – Possibilidade – Valor da multa diária de R$ 200,00 –
Necessária imposição de limitação a R$ 25.000,00 – Recurso
parcialmente provido.* Cuida-se de apelação contra a r. sentença de fls.
311/315, que julgou parcialmente procedente a ação declaratória
cumulada com indenização que PAULO SÉRGIO DE OLIVEIRA dirigiu
contra o BANCO PAN S/A e BANCO BMG S/A. O Banco recorre
alegando que também foi vítima de um golpe praticado por terceiro que
se utilizou dos documentos do autor para firmar o contrato de empréstimo
atrelado a cartão de crédito. Nega a existência de dano moral indenizável
ou, subsidiariamente, requer a redução do quantum fixado. Por fim,
pleiteia o afastamento da multa imposta para o Banco proceder a exclusão
do nome do autor do cadastro de devedores ou sua redução/limitação.
Busca a reforma do decisum. Contrariado o recurso (fls. 340/344),
subiram os autos. É o relatório. A irresignação recursal prospera, apenas
em parte. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SÃO PAULO Apelação Cível nº 1023387-
31.2017.8.26.0002 - Voto nº 41009 - Talita/Paola 3 O autor nega ter
celebrado qualquer contrato com o Banco, insistindo o apelante na tese de
que foi formalizado um contrato na modalidade “cartão de crédito com
reserva de margem consignável – RMC”. Ocorre que os documentos
colacionados aos autos apontam a existência de fraude na contratação,
valendo reprisar o bem explanado pelo julgador a quo: “(...) Quanto aos
instrumentos contratuais apresentados pelo BMG, que lastrearam a
consignação à margem do benefício do autor perante o INSS, concluiu a
prova pericial pela inautenticidade das assinaturas atribuídas ao autor. É
dizer: as assinaturas não partiram do punho do demandante. Também é
falsa a carteira de identidade apresentada ao BMG ao ensejo da
contratação (fls. 259, 280, 282). Note-se, ainda, que o autor é domiciliado
em São Paulo (SP) e o correspondente bancário do BMG responsável
pela operação está estabelecido em Fortaleza (CE), como se colhe de fls.
284 e 287. É procedente, portanto, o pedido de declaração de inexistência
dos contratos e de restituição do indébito. Restituição simples, pelas
mesmas razões explicitadas quanto ao BANCO PAN. O BMG incluiu o
nome do autor em cadastro restritivo de crédito (fl. 116). E não lhe
pesava, então, qualquer outra mácula. A inclusão em cadastros dessa
natureza configura dano moral passível de indenização, por atingir o
direito à honra objetiva, como é de aturada jurisprudência. No que
concerne ao arbitramento da indenização, rejeita-se a PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO Apelação Cível nº 1023387-31.2017.8.26.0002 - Voto nº 41009 -
Talita/Paola 4 doutrina que advoga a função punitiva ou pedagógica dos
danos morais. Tal função é meramente acidental, podendo ou não se
verificar, de sorte que não baliza a fixação do montante da reparação, que
deve ter em mira apenas a extensão do dano, nos moldes do art. 944 do
Código Civil. Deve-se considerar, portanto, apenas a extensão do dano ao
direito da personalidade lesado e o objetivo de propiciar alguma
satisfação ao lesado, impondo-se, a bem desta última finalidade, a
consideração das circunstâncias pessoais da vítima.” Ademais, restou
evidenciado que o nome do autor foi inserido no cadastro de devedores
em relação ao débito supracitado e que não deu causa, se mostrando
patente o dano moral in re ipsa. No que se refere ao quantum evidente
que foi fixado com razoabilidade em R$ 7.000,00, quantia esta aquém da
utilizada para casos deste tipo, não havendo que se falar em redução. O
valor da multa diária (R$ 200,00) fixada para forçar o Banco ao
cumprimento da ordem de retirada do nome do autor do cadastro de
devedores também respeita integralmente os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, devendo ser mantida. Como é cediço,
a astreinte possui natureza inibitória e é estabelecida para garantia do
efetivo cumprimento de determinação judicial. Em verdade, o seu
objetivo é de constranger o obrigado “ao cumprimento de decisões
interlocutórias, sentenças e acórdãos, sempre que neles se imponha a
observância de um fazer ou não-fazer. É possível aplicar multa coercitiva
para outorgar efetividade à tutela antecipatória, à tutela cautelar ou a
tutelas finais. Do ponto de vista do direito material, cabe a aplicação de
multa coercitiva para o cumprimento de fazer ou não-fazer fungíveis ou
infungíveis” (STJ, 1ª Turma, REsp 893.041/RS, rel. Min. Teori Zavascki,
j. em 05.12.2006, PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SÃO PAULO Apelação Cível nº 1023387-
31.2017.8.26.0002 - Voto nº 41009 - Talita/Paola 5 DJ 14.12.2006, p.
329). Porém, necessária a limitação da multa para a quantia de R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais), eis que melhor se adequa aos
princípios acima. Pelo exposto, dá-se parcial provimento ao recurso
apenas para impor limitação da multa para a quantia de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais), mantendo-se os demais termos da r. sentença.
SOUZA LOPES”

Respostas:
A) Indique qual o vicio do consentimento;
R: No caso em tela, o vício do consentimento se dá por fraude contra credores e erro. A
fraude contra credores seu maior prejudicado é o credor, pois sua garantia de quitação
da dívida se vai junto com o bem, já no erro, o vício de consentimento que se forma sem
induzimento intencional de pessoa interessada, fundada em cognição falsa.
B) conceitue o vicio do consentimento que achou;
R: o conceito do erro, pois o credor não verificou corretamente a documentação que lhe
foi direcionada.
C) Comente o julgado e se ele considerou o negocio jurídico nulo ou anulável e por qual
motivo
R: Trata-se de um caso de pedido de indenização, por parte do senhor Paulo Sérgio de
Oliveira ao Banco BMG, porque foi feito um empréstimo em seu nome, por meio de
fraude. Dessa forma, O relator considerou o negócio jurídico nulo, já que Paulo Sérgio
não realizou nenhum contrato com o Banco, tendo seus documentos e assinatura
fraudados e usados na contratação, e fixou uma indenização de R$ 7000.

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