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TRATAMENTOS TÉRMICOS

E SUPERFICIAIS
Diagramas TTT – Liga Fe-C

“A simplicidade é o último degrau da sabedoria.”


Gibran
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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Objetivos:

− Saber interpretar as curvas de resfriamento


isotérmicos (TTT);

− Compreender a relação da microestrutura com a


temperatura, tempo e sua transformação;

− Saber especificar as microestruturas após um


determinado ciclo de aquecimento e resfriamento.

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◼ Introdução:
◆ Quando trabalhamos com Materiais Metálicos, eles:

− Apresentam uma vasta gama de propriedades


mecânicas.
− Possuem mecanismos de aumento de resistência:
o refino do tamanho de grão;
o formação de solução sólida;
o encruamento.
− E apresentam outras técnicas através de alterações da
microestrutura:
o Transformações de Fases.

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◼ Transformação de Fases:
◆ Envolve alterações da microestrutura:
 Três tipos de transformações (número de fases presentes, suas proporções
e maneira como elas estão distribuídas ou arranjadas).
◆ Dependem da difusão e não há alterações do número e
composição de fases:
 Solidificação de um metal puro;
 Transformações alotrópicas;
 Recristalização e crescimento de grão.
◆ Dependem da difusão e há alterações nas composições das fases
e, frequentemente, no número de fases;
 Reação eutetóide.
◆ Sem difusão com produção de uma fase metaestável:
 Reação martensítica.
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◼ Transformação Multifásicas:
◆ Transformações de fase são induzidas através de
alterações de temperatura – tratamentos térmicos.
◆ Corresponde a se cruzar um contorno entre fases no
diagrama de fases composição – temperatura à medida
que uma liga é aquecida ou resfriada.
◆ A maioria das transformações necessita de um tempo finito
para atingir sua conclusão.
◆ Velocidade ou taxa – importante na relação entre o
tratamento térmico e o desenvolvimento da
microestrutura.

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◼ Limitação do diagrama de fases:


◆ NÃO indica o tempo necessário para que o equilíbrio seja
atingido pois só apresenta a composição e a temperatura.
◆ As condições de equilíbrio caracterizadas pelo diagrama de
fases ocorrem apenas quando o resfriamento é dado em
taxas extremamente lentas, o que para fins práticos é
inviável.
◆ Ocasionalmente deseja-se estruturas metaestáveis (fora do
equilíbrio) diferentes daquelas obtidas nas condições de
equilíbrio - INFLUÊNCIA DO TEMPO nas transformações de
fases.

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𝐹𝑒𝑟𝑟𝑜 𝛿 𝐶𝐶𝐶

𝐹𝑒𝑟𝑟𝑜 𝛾 𝐶𝐹𝐶

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𝐹𝑒𝑟𝑟𝑜 𝛼 𝐶𝐶𝐶
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◼ Um resfriamento fora do equilíbrio pode ocasionar:
◆ Ocorrências de fases ou transformações em temperaturas
diferentes daquela prevista no diagrama;
◆ E existência, a temperatura ambiente, de fases que não
aparecem no diagrama (fases metaestáveis).

Decomposição da

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◼ Diagramas Tempo-Temperatura-Transformação (TTT):
◆ Os Diagramas TTT (tempo, temperatura, transformação)
são conhecidos também por Diagramas de Transformação
Isotérmica, pelo fato de que nele são apresentados os
produtos de transformação da austenita quando esta se
transforma isotermicamente, ou seja, a uma determinada
temperatura constante.
◆ Estes diagramas, por apresentarem a variável tempo (no
eixo das abscissas), relacionam-se diretamente com a
cinética de transformação e, portanto, com a velocidade
com que a austenita se transforma a uma determinada
temperatura (eixo das ordenadas).

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◼ Diagramas Tempo-Temperatura-Transformação (TTT):
◆ As curvas presentes nos diagramas TTT indicam os tempos
de início e fim de transformação da austenita na
temperatura considerada. Estas curvas são chamadas de
curva de início (Ci) e curva de fim (Cf) de transformação da
austenita e, para os aços-ao-carbono, apresentam o
formato característico de um C.
◆ Os elementos de liga nos aços ligados (baixa e alta liga)
modificam acentuadamente a forma dessas curvas.

Cada aço (ou liga) tem seus próprios diagramas TTTs, um para
cada temperatura de austenitização da liga.

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◼ Diagramas Tempo-Temperatura-Transformação (TTT):
◆ Como a curva é obtida:
 A partir da temperatura de austenitização, resfria-se
rapidamente o material até uma determinada temperatura e
mantem-se esta constante até que ocorra a transformação da
austenita (como visto nos diagramas de equilíbrio, a
austenita é instável abaixo da temperatura eutetóide).
 Assim a transformação da austenita ocorre isotermicamente
em uma dada temperatura o que pode ser comprovado pela
análise metalográfica.
 Logo, as microestruturas obtidas, em várias temperaturas,
são plotadas no gráfico:
✓ Temperatura X Tempo.

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◼ Perlita:
A temperatura tem um papel importante
na taxa da transformação da austenita
em perlita. A dependência em relação à
temperatura para uma liga ferro-carbono
com composição eutetóide (Figura ao
lado), na qual estão traçadas curvas em
forma de “S” das porcentagens
transformadas em função do logaritmo
do tempo para três temperaturas
diferentes. Para cada curva, os dados
foram coletados após o resfriamento
A fração que reagiu isotermicamente em rápido de uma amostra composta de
função do logaritmo do tempo para a 100% de austenita até a temperatura
transformação da austenita em perlita em indicada; tal temperatura foi mantida
uma liga ferro-carbono com composição constante ao longo de toda a reação.
eutetóide (0,76%p C).
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Demonstração de como um diagrama
◼ Perlita: para uma transformação isotérmica
(parte inferior) é gerado a partir de
medições da porcentagem
transformada em função do logaritmo
do tempo (parte superior). Liga ferro-
carbono com composição eutetóide

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◼ Perlita:

Diagrama de transformação isotérmica para uma liga ferro-carbono com composição eutetóide,
com a superposição da curva de tratamento térmico isotérmico (ABCD). As microestruturas
antes, durante e depois da transformação da austenita em perlita são mostradas.
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◼ Perlita:

Fotomicrografias (a) da perlita grosseira e (b) da perlita fina. Ampliação de 3000 X.

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◼ Perlita:
◆ A razão entre as espessuras das camadas de ferrita e de
cementita na perlita é de aproximadamente 8 para 1.
◆ A espessura absoluta da camada depende da temperatura
na qual se deixa prosseguir a transformação isotérmica.

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◼ Perlita:
◆ Em temperaturas imediatamente abaixo da eutetóide são
produzidas camadas relativamente grossas, tanto para a
ferrita quanto para a cementita devido ao fato das taxas de
difusão serem relativamente altas, dessa forma, os átomos
de carbono podem se difundir ao longo de distâncias
relativamente longas. A estrutura é conhecida como perlita
grosseira.
◆ Com a diminuição da temperatura, a taxa de difusão do
carbono também diminui, e as camadas se tornam
progressivamente mais finas. A estrutura é conhecida
como perlita fina.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
Para ligas Fe-C com outras
◼ Perlita: composições, uma fase proeutetóide
(ferrita ou cementita) irá coexistir com
a perlita. Dessa forma, também devem
ser incluídas no diagrama de
transformação isotérmica as curvas
adicionais que correspondem a uma
transformação proeutetóide.

Diagrama de transformação isotérmica para uma


liga ferro-carbono com 1,13%p C: A, austenita; C,
cementita proeutetóide; P, perlita.

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◼ Bainita:
◆ Temperatura abaixo daquela na qual a perlita fina se forma
– são formados outros microconstituintes.
◆ Bainita:
 Bainita Superior
 Bainita Inferior
◆ Consiste em ferrita e cementita, porém com arranjos
distintos da estrutura lamelar da perlita.
◆ Entre 300 e 540°C - Bainita Superior - série de ripas
paralelas (tiras finas e estreitas) ou agulhas de ferrita
separadas por partículas alongadas de cementita.

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◼ Bainita:
◆ Entre 200 e 300°C - Bainita Inferior – ferrita na forma de
placas finas e partículas estreitas de cementita (forma de
bastões ou lâminas muito finas) se formam no interior das
placas de ferrita.
Micrografia eletrônica de
transmissão mostrando a estrutura
da bainita. Um grão de bainita passa
do canto inferior esquerdo para o
canto superior direito; ele consiste
em partículas alongadas e em forma
de agulha de Fe3C em uma matriz
de ferrita. A fase envolvendo a
bainita é a martensita.

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◼ Bainita:
◆ Natureza dupla:
 apresentando propriedades típicas de transformação com
nucleação e crescimento (como na formação da perlita), mas
apresenta ao mesmo tempo características semelhantes à
transformação martensítica.
◆ Envolve mudanças de composição – difusão de C, diferente
da reação Martensítica.
◆ Bainita não é fase, é uma mistura de ferrita + carbonetos.
◆ Grande quantidade de defeitos – material duro (frágil).

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◼ Bainita:

Diagrama de transformações
isotérmicas para uma liga
ferro-carbono com composição
eutetóide, incluindo as
transformações da austenita em
perlita (A-P) e da austenita em
bainita (A-B).

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◼ Esferoidita (cementita globulizada):
◆ Aquecimento de uma liga de aço com
microestrutura perlítica ou bainítica a
temperatura abaixo da temperatura
eutetóide, por longo período (700°C,
18 – 24h) – forma esferoidita ou
cementita globulizada – força motriz
é a redução na área de contornos
entre as fases α e Fe3C.

Fotomicrografia de um aço com


microestrutura de esferoidita. As
partículas pequenas são cementita; a fase
contínua é ferrita α. Ampliação de 1000X.

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◼ Esferoidita (cementita globulizada):
◆ Aquecimento de uma liga de aço com
microestrutura perlítica ou bainítica a
temperatura abaixo da temperatura
eutetóide, por longo período (700°C,
18 – 24h) – forma esferoidita ou
cementita globulizada – força motriz
é a redução na área de contornos
entre as fases α e Fe3C.

Fotomicrografia de um aço perlítico que


foi parcialmente transformado em
esferoidita. Ampliação de 1000X.

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◼ Martensita:
◆ Resfriamento rápido (temperadas) até uma temperatura
baixa.
◆ Transformação polimórfica, CFC (Cúbica de Face Centrada
– TCC (Tetragonal de Corpo Centrado).
◆ Transformação com ausência de difusão.

A célula unitária tetragonal de corpo


centrado para o aço martensítico
mostrando os átomos de ferro (círculos) e
as posições que podem ser ocupadas por
átomos de carbono (cruzes). Para essa
célula unitária tetragonal, c > a.

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◼ Martensita:
◆ Ocorre quase instantaneamente (quase 1/3 da velocidade
do som). A energia de ativação para o crescimento de uma
placa é muito baixa.
◆ Dois tipos de estruturas martensíticas nas ligas Fe-C:
 < 0,6%p C – em ripas (placas longas e finas, tais como
lâminas de uma folha de grama) lado a lado alinhadas
paralelamente.
 > 0,6%p C – lenticular (placas). Aparência em forma de
agulhas.
◆ Não aparece no diagrama de fases – fora do equilíbrio.

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◼ Martensita:
◆ No diagrama isotérmico – linhas horizontais – 𝑀(início),
𝑀(50%) e 𝑀(90%).
◆ Independente do tempo (depende exclusivamente da
temperatura).
◆ A nova fase não cresce – não há transformação por
nucleação e crescimento.
◆ Não há transformação isotérmica – formação de
martensita pára com a parada do resfriamento.
◆ A martensita é dura, resistente e frágil porque não possui
estrutura cúbica (é tetragonal) e todo o C permanece em
solução sólida.

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◼ Martensita:
◆ Quanto maior a % de C, maior será a dureza da martensita.

Variação da dureza
martensítica em
função do teor de
carbono dos aços.

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◼ Martensita:
Em branco – austenita retida
Austenita que não se transformou
no processo de resfriamento rápido.

Fotomicrografia mostrando a
microestrutura martensítica. Os grãos em
forma de agulha são a fase martensítica,
enquanto as regiões brancas são austenita
que não se transformou durante o
resfriamento brusco. Ampliação de 1220X.

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◼ Martensita:
Diagrama de transformações
isotérmicas completo para uma liga
ferro-carbono com composição
eutetóide: A, austenita; B, bainita; M,
martensita; P, perlita.

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◼ Martensita:
Diagrama de transformações
isotérmicas para um aço-liga (tipo
4340): A, austenita; B, bainita; P,
perlita; M, martensita; F, ferrita
proeutetóide.

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◼ Martensita:

Diagrama TTT esquemático para o aço


eutetóide (0,76%p C).

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Martensita Revenida:
1) (Temperatura ambiente até 200°C) – a martensita se
transforma em um precipitado de transição cuja
composição varia de Fe2C a Fe3C.
2) (de 200 a 300°C) – qualquer austenita retida se decompõe
em bainita (mescla fina de ferrita e cementita).
3) (de 260 a 360°C) – a martensita de baixo carbono e o
carboneto ε, se decompõem em ferrita e cementita.
4) (de 360 até a temperatura eutetóide, 727°C) – se produz
uma esferoidização e um crescimento das partículas de
carboneto.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Martensita Revenida:

Micrografia eletrônica da martensita revenida. O revenido foi realizado a 594℃.


As partículas pequenas são a fase cementita; a fase matriz é a ferrita α.
Ampliação de 9300X.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Martensita Revenida:

O limite de resistência à tração, o


limite de escoamento e a
ductilidade (%RA) (à temperatura
ambiente) em função da
temperatura de revenido para um
aço-liga (tipo 4340) temperado em
óleo.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Martensita Revenida:
A dureza
(à temperatura
ambiente) em função
do tempo de revenido
para um aço-carbono
comum (1080) com
composição eutetóide
que foi temperado
em água.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Influência nos diagramas TTT:
◆ A presença de outros elementos de liga além do carbono
(por exemplo, Cr, Ni, Mo e W) pode causar alterações
significativas nas posições e formas das curvas TTT’s.

◆ Essas alterações incluem (1) o deslocamento da inflexão


(“nariz”) da transformação da austenita em perlita para
tempos mais longos (e também uma inflexão da fase
proeutetoide, se ela existir) e (2) a formação de uma
inflexão separada para a bainita.

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Diagramas TTT – Liga Fe-C
◼ Influência nos diagramas TTT:

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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas de Transformação com Resfriamento
Contínuo (TRC):
◆ Os tratamentos térmicos isotérmicos não são os mais
práticos de realizar, pois uma liga deve ser resfriada
rapidamente desde uma temperatura mais alta, acima da
eutetóide, e ser mantida em uma temperatura também
elevada.
◆ A maioria dos tratamentos térmicos para os aços envolve o
resfriamento contínuo de uma amostra até a temperatura
ambiente.
◆ Um diagrama de transformações isotérmicas só é válido
para condições em que a temperatura é mantida
constante.
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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas de Transformação com Resfriamento
Contínuo (TRC):
◆ No resfriamento contínuo, os tempos necessários para o
início e o término da reação são retardados.
◆ Um gráfico contendo essas curvas modificadas para o início
e o término da reação é denominado diagrama de
transformações por resfriamento contínuo (TRC).
◆ Algum controle pode ser mantido sobre a taxa de variação
da temperatura, dependendo do meio de resfriamento.

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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas TRC:
Superposição dos
diagramas de
transformações
isotérmicas e de
resfriamento contínuo
para uma liga ferro-
carbono com composição
eutetóide.

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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas TRC:

Curvas de resfriamento
moderadamente rápido e
lento superpostas em um
diagrama de
transformações por
resfriamento contínuo
para uma liga ferro-
carbono com composição
eutetóide.

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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas TRC:

Diagrama de transformações
por resfriamento contínuo para
uma liga ferro-carbono com
composição eutetóide e a
superposição das curvas de
resfriamento, demonstrando a
dependência da microestrutura
final em relação às
transformações que ocorrem
durante o resfriamento.

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Transformação com Resfriamento Contínuo (TRC)
◼ Diagramas TRC:

Diagrama de transformações
por resfriamento contínuo para
um aço-liga (tipo 4340) e a
superposição de várias curvas
de resfriamento demonstrando
a dependência da
microestrutura final dessa liga
em relação às transformações
que ocorrem durante o
resfriamento.

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Comportamento mecânico de ligas Fe-C

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Comportamento mecânico de ligas Fe-C

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Comportamento mecânico de ligas Fe-C

(a) A dureza Brinell e o limite de resistência à tração, e (b) a ductilidade (%RA) (à temperatura
ambiente) em função da temperatura de transformação isotérmica para uma liga ferro-
carbono com composição eutetóide, medidos ao longo da faixa de temperaturas na qual as
microestruturas bainítica e perlítica são formadas.

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Comportamento mecânico de ligas Fe-C

A dureza (à temperatura ambiente)


em função da concentração de
carbono para um aço-carbono
martensítico comum, um aço
martensítico revenido [revenido a
371ºC] e um aço perlítico.

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Resumo

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Resumo
Propriedades Mecânicas
Microconstituinte Fases Presentes Arranjo das Fases
(Relativas)
Esferoidita Ferrita α + Fe3C Partículas relativamente De baixa dureza e dúctil
pequenas de Fe3C com
formato próximo ao
esférico em uma matriz
de ferrita α
Perlita grosseira Ferrita α + Fe3C Camadas alternadas de Mais dura e mais resistente
ferrita α e Fe3C que são que a esferoidita, mas não tão
relativamente grossas dúctil quanto a esferoidita
Perlita fina Ferrita α + Fe3C Camadas alternadas de Mais dura e mais resistente
ferrita α e Fe3C que são que a perlita grosseira, mas
relativamente finas não tão dúctil quanto a perlita
grosseira

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Resumo
Propriedades Mecânicas
Microconstituinte Fases Presentes Arranjo das Fases
(Relativas)
Bainita Ferrita α + Fe3C Partículas muito finas A dureza e a resistência
e alongadas de Fe3C são maiores que as da
em uma matriz de perlita fina; dureza menor
ferrita α que a da martensita; a
ductilidade é maior que a
da martensita
Martensita Ferrita α + Fe3C Partículas muito Resistente; não é tão dura
revenida pequenas de Fe3C com quanto a martensita, mas
formato próximo ao é muito mais dúctil que a
esférico em uma martensita
matriz de ferrita α
Martensita Tetragonal de corpo Grãos com forma de Muito dura e muito frágil
centrado, monofásica agulha

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