Você está na página 1de 7

DESENVOLVIMENTO MOTOR TÍPICO (NORMAL)

Desenvolvimento da atividade dos membros inferiores para as funções de


apoio, equilíbrio e propulsão e Desenvolvimento da Marcha
1 – Posição Bípede
• O recém nascido quando mantido com os pés em contato com uma base de apoio,
estende os membros inferiores para se manter ereto;
• Dá alguns passos se inclinar para frente
Com o passar do tempo perde esse apoio e adota uma postura de flexão, o apoio
bípede é adquirido depois de um certo tempo;
• Por volta de 8 a 10 meses se ergue e se coloca de pé desde que apoiando em
objetos;
• O bebê coloca-se muitas vezes sobre as pontas dos pés nesses primeiras tentativas
de posição bípede;
• Depois que se coloca de pé, geralmente encontra dificuldade para voltar a sentar-
se, a não ser largando o apoio e se deixando cair;
• É bem provável que o controle da atividade muscular excêntrica contra o peso da
massa corporal seja mais difícil que a atividade concêntrica, exigindo força e
controle que o lactante ainda não é capaz de exercer.

2 - Posição sentada
• A aquisição da postura sentada independente proporciona ao lactante maior espaço
para variar o seu comportamento;
• Antes desta época, o lactante precisa ser colocado em posição sentada com apoio
de uma pessoa;
• O desenvolvimento dos ajustes posturais em posição sentada depende da
oportunidade para treinar essa posição;
• Na fase inicial do sentar o lactente utiliza as mãos para realizar os ajustes corporais
imaturos;
• Inicialmente a criança se inclina para a frente sobre as mãos, garantindo assim um
máximo de estabilidade sobre uma larga base de apoio;
• Mais tarde pode usar as mãos lateralmente para salvar o equilíbrio, sempre que a
contração dos músculos do tronco e dos mmii se revelar inadequada para impedir
a queda para o lado;
• Por volta dos 7 a 8 meses o controle postural já se revela adequado, de modo que
o lactante consegue movimenta-se em posição sentada, sem ser obrigado a se
apoiar sobre as mãos;
• Os ajustes posturais na posição sentada exigem a coordenação dos grupos
musculares que ligam a parte distal fixa do corpo ( mmii) com a metade superior
(tronco);
• Esses músculos precisam ser ativados antes que a criança levante o braço para
pegar um objeto;
• Isso quer dizer que eles precisam contrair-se antecipadamente, criando condições
para que qualquer perturbação, se ocorrer (devido à movimentação do braço), não
provoque a queda da criança nem a obrigue a realizar ajustes reacionais posteriores
ao movimento do braço;
• O desenvolvimento da capacidade de sentar inclui a aquisição da capacidade para
ficar sentado em cadeira;
• Isso exige ajustes posturais que diferem dos ajustes que o lactente faz quando
sentado no chão;
• Na criança sentada em cadeira, a base fixa de apoio compreende as coxas e os pés;
• A atividade muscular tem lugar nos mmii, tanto antes como durante o movimento
do braço, se este for rápido, mas provavelmente também durante os movimentos
mais lentos;
• O lactente desenvolve também a capacidade de se colocar em pé, partindo da
posição de cócoras, assim como da posição ajoelhada ou semiajoelhada.

3 - De pé
• Na posição de pé, o lactente treina o controle dos ajustes posturais, sobretudo das
contrações musculares responsáveis pela ligação entre os pés fixos e a perna e
outros segmentos corporais, enquanto olha em volta ou procura pegar objetos;
• Inicialmente a posição bípede independente recorre ao apoio com as duas mãos,
mas o lactente realiza experiências, estendendo uma e às vezes ambas as mãos;
• Ela não é capaz de saltar com os dois pés juntos, a não ser a partir de 2 anos de
idade ou 3 anos;
• A partir de 4 anos, consegue ficar apoiada sobre um só pé e aos 5 anos consegue
dar saltos;
• A partir do início da deambulação livre, às vezes até antes dela, o lactente se vale
do seu ambiente para criar um amplo repertório de atos motores, tais como:
Deslocar o centro de gravidade sobre um ou sobre ambos os pés fixos no chão;
Alternar entre a posição de cócoras e a posição bípede;
Entre as posições ajoelhada e em pé;
Levantar-se de um pequeno assento e voltar a sentar-se;
Subir e descer escadas;
Subir em objetos grandes ou contorná-los.

4 - Marcha
• Deambulação independente  coordenação da locomoção para frente e o controle
da postura.;
• Marcha madura precisa ser estável, flexível e capaz de se adaptar-se ao solo;
• Desenvolvimento da marcha focaliza o comportamento motor pregresso;
• Inicialmente a criança (6 e 9 meses) faz marcha lateral com apoio em objetos ou
pessoas e ocasionalmente soltando-se para sentar-se;
• Marcha lateral  ajuda o bebê a ter a capacidade para deslocar o centro de
gravidade do corpo para o lado e de se equilibrar sobre um dos pés;
• No começo da marcha para frente, o lactente mantém a base alargada, passos
pequenos, mantém ponta de pés e os membros superiores em flexão e abdução,
com quedas frequentes;
• À medida que melhora o equilíbrio, a criança torna-se capaz de carregar objetos
sem cair e de caminhar sobre superfícies diversas;
• Em torno dos 5 anos de idade, a marcha apresenta os padrões próprios da marcha
adulta;
• Aos 9 meses em diante, a criança apresenta a deambulação independente. Ela é
caracterizada em sua fase inicial por uma postura mais vertical que no lactente mais
jovem, manifestando-se por diminuição da flexão de quadril e joelhos, pela
dessincronização das articulações de quadril, joelhos e tornozelos e pelo aumento
da amplitude dos passos, acompanhados pelo contato inicial da planta dos pés com
o chão.

Desenvolvimento da atividade dos membros superiores para pegar e


manusear objetos e Desenvolvimento da Preensão

• É provável que o controle conjugado do olhar e da mão, ou seja, a capacidade para


a preensão simples e para a observação da mão, marque o começo do uso funcional
da mão;
• Parte do desenvolvimento do controle funcional da mão consiste em adquirir a
habilidade no emprego dos dedos, isoladamente e em conjunto;
• O lactente pratica diversos atos com os dedos, de caráter provavelmente
explorador;
• Os primeiros movimentos de preensão voluntária são realizados com a mão inteira
com tendência ao desvio ulnar;
• No decorrer do segundo trimestre de vida, o foco se desloca para o lado radial;
• Por volta dos 8 meses de idade, a maioria dos objetos costuma ser segurada nessa
direção;
• Um dos desafios que a criança enfrenta consistente em coordenar as duas mãos
para manipular os objetos, isso implica que as duas mãos devem agir praticamente
com uma unidade, no que se refere às condições de tempo, espaço e atividade
muscular.
Recém nascido
• Apresenta uma atitude típica de flexão dos braços;
• Mantém os punhos cerrados ou em ligeira flexão;
• As mãos tendem a abrir-se quando os cotovelos se encontram em extensão;
• As mãos abrem-se durante o sono ou quando o bebê está se alimentando;
• Criança menor que 9 meses não é capaz de variar o grau de abertura da mão de
acordo com as dimensões do objeto;
• Criança não se aproxima do objeto, orientando o braço e a mão corretamente, e
tampouco ela modifica essa orientação depois de tocar o objeto, enquanto não
decidir o que fazer com ele.
2 meses de idade
• A criança estende vigorosamente o braço em direção aos objetos, porém de punho
cerrado.
3 meses de idade
• Quando olha um objeto, a criança abre a mão ao estendê-la;
• O sistema visual passa a ser binocular (capacidade de pega objetos sob orientação
visual);
• A criança acompanha as próprias mãos com o olhar enquanto elas se movem dentro
do seu campo visual
• Junta as mãos na linha mediana além de abri-las e fechá-las.
De 3 a 4 meses de idade
• A abertura da mão deixa de acompanhar obrigatoriamente o ato de estender o braço
e o lactante já desenvolveu a visão binocular;
• Fica durante longos períodos observando suas mãos, enquanto as movimenta
dentro de seu campo visual. Isso é fundamental para a criança poder dominar a fase
de orientação visual da preensão;
• A visão passa a desempenhar papel de importância cada vez maior na manipulação
de objetos.
4 meses
• Controle da preensão mais perfeito apesar do bebê costumar bater nos objetos ao
invés de pegá-los.
5 meses
• Preensão voluntária já se torna mais frequente;
• A força da preensão ainda é mal dosada e o bebê costuma exercer preensão
demasiado forte, encontrando dificuldade para soltar;
• Segura os pés em decúbito dorsal;
• Já é capaz de supinar a mão, depois de agarrar um objeto, mas só mais tarde e que
ele consegue estender a mão orientada antecipadamente;
• É capaz de orientar a mão de maneira adequada, antes que esta alcance o objeto;
• Outro elemento critico da preensão de objetos é a capacidade para abrir a mão de
acordo com as dimensões do objeto;
• Os bebês de 5 a 6 meses de idade fecham a mão no momento de tocar o objeto, ao
passo que na criança de 13 meses, o ato de pegar começa antes de ela o tocar.
8 meses
• A criança possui interesse pelos rostos;
• Seu dedo indicador começa a ser usado para explorar a face da mãe (do pai);
• Introduz no ouvido ou na boca da pessoa;
• Ao esfregar, apertar e bater os objetos, criança começa sistematicamente tão logo
se tornam eficiente no ato de agarrar e pegar objetos;
• Assim que descobre o potencial dos 5 dedos, começa a treinar movimentos de
bater, de puxar e de engaçar.
9 meses
• Não devolve objeto que lhe é dado;
• O bebê já costuma ter desenvolvido uma preensão em pinça um tanto imatura;
• Alguns bebês comem sozinhos com a colher, mas a maioria o faz em torno dos 15
meses;
• Nas idades de 9 e 13 meses, a criança é capaz de adaptar o grau de abertura da mão
ao tamanho do objeto;
• O ato de soltar não parece ser voluntário antes do terceiro trimestre. Quando se dá
um biscoito à criança, ela o come, mas poderá esmagá-lo antes que ele alcance a
boca.
11 meses
• Sempre em atividades mais difíceis, ocorre a contração de músculos que
normalmente não participam desta atividade.
12 meses
• Até os 12 meses, a maioria dos objetos entregues à criança será colocada na boca;
• Entrega objeto quando solicitado;
• É capaz de segurar pequenos objetos entre as pontas dos dedos polegar e
indicador;
• Dispondo de blocos para brincar, a criança revela-se capaz de colocá-los uns sobre
os outros, desde que se lhe demonstre como fazê-lo.
13 meses
• A cronologia exata entre os movimentos da mão e o objeto é essencial para o
manuseio eficiente e requer controle visual.
15 meses
• A época em que se estabelece o predomínio de uma das mãos varia, mas, por volta
dos 15 meses, a maioria das crianças já apresenta preferência por uma das mãos;
• Depois de dominada a preensão, o desenvolvimento do manuseio depende da
prática e das oportunidades oferecidas pelo ambiente;
• A habilidade do manuseio dos objetos torna-se cada vez mais específica em relação
ao objeto e a tarefa.
18 a 24 meses
• A criança começa a se despir e vestir voluntariamente.
3 anos
• A maior parte das crianças já dispõe da “pega dinâmica em tripé” (uso combinado
de polegar, indicador e dedo médio na execução de pequenos movimentos
altamente coordenados, tais como os movimentos usados no ato de escrever);
• Esta pega se encontra plenamente desenvolvida na idade de 6 anos;
• Consegue construir uma torre de 10 blocos;
• Em posição de pé, a criança de 2 a 3 anos consegue atirar uma bola por cima do
braço;
• Aos 3 anos, ela é capaz de atirá-la para baixo;
• A criança de 5 anos consegue pegar uma bola pequena.

Desenvolvimento da função oral, da fala e da comunicação


• O recém nascido normal apresenta diversos componentes reflexos que parecem ter
o papel de assegurar a sua sobrevida:
Reflexo de procura
Reflexo de náusea (prevenir a aspiração de líquidos e alimentos)
Reflexo de sucção e deglutição
• O desenvolvimento subsequente dos movimentos da língua, da deglutição madura,
da mastigação e da coordenação entre respiração e deglutição permite que a
criança coma maior variedade de alimentos e que ela consiga beber com copo ou
com canudo sem se engasgar.
• Acredita-se que o desenvolvimento do controle sobre a musculatura oral, em
especial dos lábios e da língua, para o ato de comer e de beber favoreça o
desenvolvimento dos movimentos coordenados necessários para falar
• O bebê começa a balbuciar e em seguida a falar, de acordo com as oportunidades
para a comunicação

A criança pode começar a vocalizar a partir dos 4 a 6 meses, produzindo pequenos sons
guturais
Por volta dos 3 meses, ela usa esses sons como meio de comunicação deliberada e o
faz com evidente prazer
A criança principia a rir aos 3 ou 4 meses
Em torno dos 8 meses, começa a produzir sílabas repetitivas, tais como: “da-da”, se bem
que em momentos irrelevantes

• Esses balbucios constitui um prelúdio para a fala, sendo instintivamente


incentivado pelos adultos que respondem ao lactente com sons balbuciados
• Na idade de 12 meses, a criança conhece uma ou duas palavras, mas o seu
vocabulário será maior se o ambiente for de estímulo.
• Existe relação entre a vocalização e a motricidade: a vocalização costuma
acompanhar-se de movimentos.
• A criança faz uso da fala durante os brinquedos, com a finalidade de reforçar a ação,
descrevendo muitas vezes em voz alta a história em que se baseia o jogo que ela
vem realizando.
• Choro  aumento da capacidade funcional dos pulmões durante os primeiros dias
de vida. É a forma mais precoce de comunicação vocal, desencadeada pelo frio,
pela fome e pela dor.

Você também pode gostar