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ASPECTOS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL

1 – Alguns aspectos relacionados abaixo se encontram na aula sobre “Aspectos


importantes na avaliação físico funcional em pediatria”. Esta aula foi ministrada no 1º
semestre de 2021 na disciplina “fisioterapia na saúde da criança e do adolescente”:
• Tônus muscular
• Conceitos básicos sobre neurofisiologia do ato motor
• Espasticidade
• Rigidez
• Hipotonia
• Atividade reflexa
• Contraturas
• Avaliação da marcha

1.1 - Reflexos tendinosos


• Proprioceptivos (profundos ou osteotendinosos)  estímulos atuam ou se originam
nos músculos e tendões. São monossinápticos
• Exteroceptivos (ou superficiais)  estímulos atuam em receptores localizados na
pele e/ou mucosas. São polissinápticos
• Visceroceptivos  escassa importância em neurologia

Reflexos proprioceptivos (profundos)


a) Introdução
• O estímulo é constituído pela distensão do músculo
• Origem nos receptores aferentes de tração, situados no seio dos músculos
esqueléticos e nos órgãos neurotendinosos
• O período de latência destes reflexos é naturalmente mais curto do que dos reflexos
exteroceptivos
• Sua ação é mais evidente e potente nos músculos de ação extensora, com função
antigravitária.
• A resposta é dada pelo próprio músculo estimulado, à custa de sua contração e do
relaxamento dos músculos antagonistas
b) Realização do teste
• Equipamento: martelo de reflexos
• Como realizar: percussão de um tendão muscular. Pode haver um dedo do
examinador entre o tendão e o martelo
• Posição do paciente: deitado, sentado ou ajoelhado. Deve estar relaxado
• Manobra deve ser comparativa

c) Tipos
c1) Reflexo braquiorradial (estilorradial)
• Centro: C5-C6 (braquiorradial) e C7-C8-T1 (flexores dos dedos)
• Posicionamento: paciente sentado ou em supino, antebraço semifletido com
posição entre pronação e supinação e punho apoiado
• Teste: percute-se a apófise estilóide do rádio
• Resposta: flexão e ligeira pronação/supinação do antebraço e contração dos
flexores da mão e dedos

C2) Reflexo bicipital


• Centro: C5-C6 N musculocutâneo
• Posicionamento: paciente sentado ou em supino, antebraço semifletido e apoiado
• Teste: percute-se o tendão distal do bíceps
• Resposta: flexão do antebraço

C3) Reflexo tricipital


• Centro: C6-C8 N radial
• Posicionamento: paciente sentado ou de prono, braço em abdução e semifletido,
apoiado sobre a mão do examinador, de modo que forme um ângulo de 90º com o
antebraço
• Teste: percute-se o tendão distal do tríceps
• Resposta: extensão do antebraço

C4) Reflexo patelar


• Centro: L2-L4 N femoral
• Paciente sentado com as pernas pendentes ou na posição supina com os joelhos
semifletidos e apoiados sobre o antebraço do examinador ou travesseiro/rolo
• Percute-se o tendão rotuliano
• Resposta: extensão da perna
C5) Reflexo aquileu
• Centro: L5-S2 N tibial
• Paciente ajoelhado, sentado com as pernas pendentes, na posição supina ou prona
• Percute-se o tendão Aquileu
• Resposta: flexão plantar

1.2 – Avaliação sensorial


• O teste sensorial determina a habilidade do indivíduo em interpretar e discriminar
as informações sensoriais aferentes
• Dados gerados nos testes sensoriais:
Capacidades sensoriais superficiais
Precisão de percepções táteis
Senso de posição articular
Percepção de movimentos

a) Exteroceptiva (superficial)
• Tátil (mecha de algodão, cotonete, pincel, estesiômetro)
• Térmica (frio e calor)
• Dolorosa (palito de dente, ponta de caneta)

b) Cinético-postural (cinestesia)
b1) Noção da posição segmentar
Teste: o indivíduo, de olhos fechados, deverá produzir igualmente de um lado do corpo,
todos os movimentos que o terapeuta realizar do outro lado do corpo.
b2) Noção dos movimentos passivos
Teste: indivíduo de olhos fechados. O indivíduo deverá descrever os movimentos que o
terapeuta realizar.

2 – Tipos de marcha que não estão na aula da disciplina “fisioterapia na saúde da criança
e do adolescente”:
2.1 - Marcha Parkinsoniana, em bloco ou festinante (marcha que ocorre em indivíduos com
Síndrome de Parkinson)
• Postura fletida
• Não há dissociação de cinturas
• Diminuição ou ausência dos membros superiores durante a marcha
• Passos curtos, e às vezes arrastando os pé.
• Apresenta dificuldades de iniciar e parar a marcha.
• Pode apresentar acelerações involuntárias
• Às vezes não tem a fase de balanço
• Cabeça e tronco inclinados para frente Indivíduos tem uma diminuição dos
movimentos (bradicinesia)

2.2 - Marcha atáxica vestibular ou em estrela (lesão do sistema vestibular (labirintopatia))


• O indivíduo apresenta déficit de equilíbrio
• Amplia a base de sustentação
• Há uma tendência para desviar-se para um dos lados
• Apresenta marcha em estrela: pede-se ao indivíduo para caminhar 4 ou 5 metros
com os olhos fechados em linha reta para frente e para trás
• É possível verificar que os desvios acabam por descrever a figura de uma estrela
no chão pois ao caminhar para trás, inverte-se o sentido do desvio

2.3 - Marcha atáxica espinhal, tabética (talonante) ou calcaneante (ocorre devido à lesão
dos funículos posteriores da medula e a consequente perda da sensibilidade profunda
(proprioceptiva))
• Indivíduo mantém o olhar fixo no chão
• Perturbação da sensibilidade proprioceptiva
• Levanta abruptamente os membros inferiores do chão
• Dificuldade em sentir que o pé está no chão, portanto, o indivíduo bate o pé
firmemente ao andar, para que através da audição, possa saber que já pode
movimentar o outro pé.
• O tronco inclina-se para um lado e para o outro e os braços procuram compensar o
desequilíbrio
• Situação semelhante à do indivíduo que tenta andar com os pés dormentes

2.4 - Marcha equina, steppage, escarvante ou do pé caído (polineuropatia periférica)


• Deformidade do pé caracterizado por uma posição de flexão plantar
• A marcha se realização nas ponta dos pés
• Devido à dificuldade em fletir o pé, o indivíduo eleva exageradamente a perna
• O pé fica caído (pé em gota) e é jogado para a frente.

2.5 - Marcha ceifante


• Não há a fase de balanço. Há uma extensão de joelho
• Fase de apoio em flexão plantar
• A criança não faz flexão de quadril e joelho
• Ao tentar fletir o membro parético para dar o passo, ocorre uma abdução de
quadril e circundução
• Na fase de apoio a hipertonia extensora do membro inferior junto com a flexão
plantar faz com que o pé toque o solo pela borda lateral e ponta de pé
• Hipertonia típica em flexão de membros superiores
• Hipertonia do tríceps sural e joelhos do membro inferior acometido

2.6 - Marcha claudicante


• O indivíduo apresenta adormecimento, formigamento, cãibras e dor
• Indivíduo “manca” para um dos lados ao andar

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