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Aula 07: Montagem do orçamento operacional – Orçamento de

despesas operacionais
O Orçamento de Despesas Operacionais pode se tornar uma parte trabalhosa do processo
orçamentário, visto que há uma grande variedade de tipos de despesas a serem consideradas
e é necessário detalhar os gastos para cada setor da empresa. O planejamento em si das
despesas deve envolver a todos e ser considerado ao longo do tempo para recebimento
contínuo de subsídios ao ciclo orçamentário.

Esse detalhamento nos diversos níveis administrativos visa que o orçamento de despesas
possa ser elaborado para cada setor da organização de forma realística. Um dos objetivos do
orçamento de despesas é a identificação dos itens que irão representar as saídas de caixa
futuras.

“Ao se fazer o levantamento das despesas do período pretende-se também analisar quais
destes itens poderão ser reduzidos, eliminados ou aumentados, considerando os recursos
disponíveis e os objetivos e metas organizacionais. O orçamento de despesas operacionais é
montado de acordo com as informações coletadas.” (ZDANOWICZ, 2000)

Podemos priorizar a atividade e a funcionalidade, ou ambas, na construção de modelo de


planejamento orçamentário.

Atividade
Ao priorizarmos a atividade, podemos não só estabelecer uma visão departamental, mas
conhecer como a atividade se comporta de forma macro na estrutura administrativa da
organização.

Funcionalidade
Ao priorizarmos a funcionalidade, a chave contábil departamental permite entender melhor o
fluxo de gastos naquele setor da organização e permite que tomemos decisões de geração de
eficiência econômica associadas ao setor.
EXEMPLO DE ATIVIDADE/FUNCIONALIDADE

Um determinado setor da organização gasta recursos com cópias de documentos. Podemos


buscar eficiência departamental na medida em que o Planejamento Orçamentário de Gastos
Administrativos, que gerencia estes recursos, busca internamente em seu setor evitar gastos
desnecessários. Ocorre que ao longo de vários setores de uma organização outros locais
gastam também com a atividade cópias de documentos. Se o modelo estrutural for focado
apenas na funcionalidade, dificilmente conheceremos o impacto de gastos com cópias em toda
a organização. Porém, se os gastos com cópias for uma atividade individualizada, para
conhecermos as relações de funcionalidade, precisaremos criar controles adicionais que
podem ser mais onerosos do que o próprio gasto.

Ao combinar as visões podemos, para cada funcionalidade departamental, associar um


conjunto de atividades que permitem tanto que um gerente de um setor busque ações de
melhoria da eficiência econômica quanto à controladoria da organização perceba a
possibilidade de decisões estratégicas globais para a organização que foquem nas atividades.
Assim, em uma ação matricial, tanto o encarregado de um setor pode tomar ações para
diminuir gastos com cópias quanto, estrategicamente, a organização pode escolher entre
utilizar diferentes tecnologias de impressão ou modificar a dispersão espacial das copiadoras
para ampliar a economia de gastos na atividade cópias de documentos, de uma forma que não
seria alcançada pela mera superposição de ações funcionais de cada encarregado de setor.

DESPESAS

A respeito do que se poderá apressadamente supor, a análise e o controle das despesas


administrativas e comerciais apresenta uma complexidade maior do que aquela encontrada no
estudo das despesas de fabricação, principalmente em função de dois fatos distintos...

1. Os custos de fabricação têm sido exaustivamente estudados desde os primórdios da


chamada “administração racional”, enquanto os métodos e princípios dessa mesma
administração racional só muito mais recentemente têm sido aplicados à análise dos
custos comerciais.
2. A apuração dos custos administrativos e de distribuição por produto ou por programa
é, em geral, muito mais complexa do que o cálculo dos custos de fabricação. Isso
porque os custos comerciais compõem-se de um mínimo de gastos diretos,
classificando-se todos os demais como indiretos.

• Qual produto mais lucrativo?

• Qual o distrito ou região de vendas mais lucrativo?


• Que departamento ou escritório funciona dentro de bases mais econômicas?

• Quais os vendedores mais eficientes em termos de quantidade vendidas e de lucros


realizados?

 Exemplos de despesas financeiras: juros de empréstimos, financiamentos, descontos, taxas de


serviços, reciprocidade, seguros, cadastros, cauções etc. Ainda há despesas junto aos
fornecedores, como juros por atraso, multas etc.

 O objetivo da análise das despesas administrativas e comerciais consiste, exatamente, em


responder parcialmente (em associação com análise de outros tipos de custos) a perguntas
desse tipo.

Previsão de despesas com devedores duvidosos


Sabe-se, por experiência de mercado, que normalmente uma parte das vendas a prazo acaba
não sendo recebida por inadimplência dos clientes. Com base nisso, e considerando os
pressupostos teóricos assentados nos princípios da competência dos exercícios e da prudência,
é que a ciência contábil admite a constituição dessa provisão.  

Por quê orçar os devedores duvidosos?

• Controle de variabilidade do modelo;

• Minimizar impacto financeiro nos fluxos de caixa;

• Gerenciar melhor os resultados contábeis.

 Por que orçar junto com as despesas operacionais?

 Contabilmente, a provisão para devedores duvidosos deve ser constituída com base em
procedimentos que, efetivamente, reflitam as perdas esperadas. Para tal, é importante que
sejam considerados os fatores de risco conhecidos, com o objetivo de estimar,
criteriosamente, a expectativa de perdas com contas a receber.

 Assim como as demais previsões de despesas vistas até agora nesta aula, é comum que tais
provisões sejam analisadas relativamente a sua porcentagem sobre as receitas líquidas.

A principal variável explicativa das despesas de Provisão para Devedores Duvidosos é o


montante de contas a receber. O montante que será provisionado para se prevenir contra
clientes duvidosos dependerá da qualidade e do montante de crédito oferecido.

 Na perspectiva de gerenciamento dos resultados contábeis, acredita-se que a variação do


lucro líquido em relação a períodos anteriores e o endividamento serão cruciais para a
definição do montante que será provisionado pelas empresas.

 Assim, a Provisão para Devedores Duvidosos tem por principal função contábil reconhecer,
por estimativa, as Perdas Potenciais Futuras decorrentes do não recebimento de créditos por
vendas a prazo.  
O Regime de Caixa representa o reconhecimento das receitas, custos e despesas, pela entrada
e saída efetiva da moeda.

No Regime de Caixa, as receitas são reconhecidas somente no momento em que o cliente paga
a fatura, e as despesas são reconhecidas no momento em que são efetivamente pagas. Na
biblioteca da disciplina disponibilizamos os enquadramentos atualizados da legislação que
identificam quem e quando pode-se utilizar o Regime de Caixa.

A adoção do Regime de Competência tem por finalidade reconhecer, na contabilidade, as


receitas, custos e despesas, no período a que competem, independente da sua realização em
moeda.  O Princípio da Competência do exercício relaciona-se com o reconhecimento do
período contábil, isto é, quando uma receita ou uma despesa deve ser reconhecida.

Um exemplo para ilustrar e melhor compreendermos seria quando uma empresa realiza uma
venda para pagamento em 60 (sessenta) dias; a receita é reconhecida na data da venda e,
portanto, o valor da venda estará indicado na Demonstração do Resultado do Exercício
daquele mês.  As empresas tributadas com base no lucro real estão obrigadas a adotar o
Regime de Competência para fins de apuração dos tributos.

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