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A contabilidade
A contabilidade pode ser considerada como uma ciência ou
uma técnica que visa fornecer informação de utilidade na hora de tomar decisões
económicas. Trata de estudar o património e traduz os seus resultados nas chamadas
demonstrações financeiras, que resumem situações económicas.
Por outro lado, a contabilidade também é uma técnica, tendo em conta que, com base
nos seus procedimentos, se podem processar e aplicar os dados.
Trabalho
O trabalho nas empresas agrícolas está relacionado com o seu tipo, ou seja, se é
familiar ou patronal.
Trabalho é todo o esforço físico e mental aplicado na obtenção das produções
agrícolas.
Quando observamos este factor de produção temos de observar vários parâmetros. É
diferente a classificação quanto à remuneração e quanto à permanência.
Relativamente à necessidade de mão de obra, que deve ser considerada quer em termos
de quantidade quer em qualidade, deve ser considerada a facilidade da sua contratação, por
forma a serem satisfeitas as necessidades sazonais, sempre que estas não possam ser
realizadas com os trabalhadores permanentes. O factor trabalho engloba a mão de obra
permanente e temporária (eventual), incluindo o primeiro o trabalho directivo e familiar e o
segundo, a mão de obra contratada apenas para realização de determinadas tarefas
Para determinação dos encargos previsionais o trabalho assalariado deve ser considerado
como permanente ou eventual, correspondendo o primeiro a um custo fixo e o segundo a um
custo variável, pois corresponde a uma contratação temporária de serviços relacionados com
determinado tipo de produção.
- Familiar
Remuneração
- Assalariada
- Qualificado
Especialização
- Não qualificado
- Directivo
Natureza do trabalho
- Executivo
- Temporário/Eventual
Permanência
- Permanente*
*-É o único que faz parte do aparelho de produção
Quantificação do trabalho
CAPITAL
Melhoramentos
Fundiário fundiários
(Caracter
fixo) Benfeitorias Plantações
(construções,
melhora/
Construções
fundiários,
plantações)
Capital da Vivo(animais
empresa agrícola adultos)
Fixo
(Desgaste com o
Inanimado
tempo)
(máquinas e
De equipamentos)
exploração
Aprovisionamentos
(Caracter (sementes/adubos
móvel) armazém)
Despesa/Encargos
Despesas: ocorre quando se realiza uma operação que implica uma saída de dinheiro
Encargos Reais: são aqueles que estão directa ou indirectamente ligados com uma
despesa
Encargos Atribuídos: apresentam o custo da sua utilização (ex. Mão de Obra Familiar).
Encargos Variáveis ou operacionais: traduzem o consumo de factores variáveis (ex.
adubos sementes M.O eventual). O seu consumo depende da intensificação produtiva e
da área de exploração agrícola.
Encargos Fixos ou estruturais: traduzem o consumo de factores fixos.
Depende dos anos ligados à terra (renda, electricidade; etc.).
Encargos
Natureza
REAIS ATRIBUÍDOS
Origem
Variáveis Fixos
Específicos Comuns
| |
Encargos directos Encargos indirectos
imputados às actividades imputados globalmente à exploração
Noção de Produto e receita
Receita – Expressão monetária do que foi vendido no exercício, quer tenha ou não sido
produzido nesse exercício
Produto – É a expressão monetária do que foi produzido no exercício
Apuramento de resultados
Contabilidade geral
Os resultados económicos
Os resultados económicos são aqueles que espelham, não a perspectiva de tesouraria,
mas antes o peso relativo dos proveitos e dos custos, independentemente de a eles
corresponderem receitas ou despesas no mesmo período.
Os resultados oficiais
Muitas empresas agrícolas, para além de poderem proceder ao apuramento de custos para
fi ns da sua própria gestão, baseando-se para tal num sistema de contabilidade analítica ou
de gestão (que será objecto de estudo aprofundado no âmbito do módulo II deste curso),
são igualmente “obrigadas” a seguir um plano oficial de contas (isto é, um conjunto de
regras para classifi cação de custos e de proveitos, e para apuramento de resultados), com
um objectivo essencial de apuramento de resultados para fins f scais.
Apesar de terem uma utilidade muito relativa em termos de gestão, faremos aqui uma
breve referência aos mais significativos de entre eles. A base mais útil para entender o seu
cálculo é o mapa da Demonstração de Resultados ou o mapa de Balanço da actividade3,
que registam a actividade anual da empresa, dividindo-a em diversas rubricas de Custos/
Perdas e Proveitos/Ganhos, segundo os equilíbrios fundamentais expressos pelas seguintes
equações:
Custos + Resultado = Proveitos (na Demonstração de Resultados)
Passivo + Capital Próprio = Activo (no Balanço)
Por serem conceitos que muitas vezes se confundem, convém aqui relembrá-los, uma vez
que constituem um elemento chave do processo de gestão em geral, e do planeamento
em particular.
O esquema que se apresenta na Figura 1.2, e que retrata sumariamente a actividade da
empresa, ajuda a distinguir alguns deles.
Despesa – falamos em contrair uma despesa quando é criada a obrigação de pagar; está
associada a um período de tempo bem definido (despesa do período) e a fluxos reais de
“matérias primas”.
Custos
Custo refere-se ao sacrifício total ou parcial de um recurso no decurso de uma actividade
económica. Este conceito difere de pagamento ou despesa, uma vez que se refere à utilização
de um factor de produção e não à sua aquisição ou remuneração (ver fluxos económicos,
fluxos financeiros e fluxos de tesouraria).
Os custos classificam-se em três categorias: fixos e variáveis, reais e atribuídos, específicos ou
não específicos. As três classificações têm objectivos distintos e, como tal, o mesmo custo é
alvo das três classificações complementares.
Custos fixos e custos variáveis
Custos fixos
Custo fixo é aquele que não depende da quantidade de produto produzido, sendo, por definição
constante para qualquer nível de produção, num determinado prazo considerado. Resulta da
existência dos factores de produção fixos que constituem o aparelho de produção.
Custos variáveis
Custo variável depende da quantidade de produto produzida e está relacionado com a
tecnologia utilizada e com o preço dos factores de produção variáveis.
Estes custos têm importância no âmbito do planeamento e gestão da empresa agrícola no
curto prazo. No curto prazo a gestão apenas tem capacidade efectiva para influenciar os custos
variáveis. Os custos fixos encontram-se associados a decisões de longo prazo. Ao separar, na
sua contabilidade, os custos fixos dos variáveis, o gestor saberá imediatamente quais são
aqueles sobre os quais poderá actuar imediatamente e quais aqueles que terá de considerar no
seu planeamento de longo prazo.
Custos reais e atribuídos
Custo real
Diz-se que ocorre um custo real quando existe o sacrifício de um recurso que foi obtido através
da criação de uma despesa junto a um fornecedor.
Custo atribuído
Um custo atribuído é originado pela utilização de determinado recurso da empresa, sacrificando
utilizações alternativas. São exemplos de custos atribuídos o custo de oportunidade ou a auto-
utilização de produtos da exploração aos quais é aplicado um preço de transferência.
Esta classificação distingue aqueles custos que têm um influência directa no mapa de
tesouraria daqueles que apenas se reflectem a nível da realidade económica da exploração.
Custos específicos e não específicos
Custo específico
Diz-se que um custo é específico quando respeita a uma actividade agrícola específica.
Custo não específico ou custo geral
Custo não específico ou custo geral não pode ser associado a nenhuma actividade agrícola
específica.
Custo total
Chamamos custo total ao conjunto de custos (fixos, variáveis, reais, atribuídos, específicos e
não específicos) a ser imputado a uma actividade ou conjunto de actividades, dadas as
quantidades de factores de produção utilizados.
Custo unitário
Chamamos custo unitário ao conjunto de custos (fixos, variáveis, reais, atribuídos, específicos
e não específicos) a ser imputados a uma actividade por cada unidade de factor de produção
utilizada ou de produto produzido. O cálculo de custos unitários poderá não ser tão directo
como o cálculo do custo médio a partir dos preços de compra em determinadas ocasiões (ver
custo e sistemas de custeio)
O cálculo do custo total através do custo unitário, e vice-versa, implica o conhecimento da
quantidade de factor de produção utilizada (ou de produto produzido), a que se dá o nome de
coeficiente técnico.
Exemplos de custos e relevância da sua classificação:
• Terra sobre a qual está implantada uma cultura – Fixo, Atribuído, Específico
Armazém de alfaias – Fixo (poderá ter uma componente variável caso sejam precisas
reparações devidas à sua utilização). Real (amortização) + atribuído (Juro de empate de
• capital). Não específico.
Mão de obra familiar a tempo inteiro – Fixo. Atribuído. Específico ou não específico,
• dependendo das funções.
• Adubo – Variável. Real. Específico.