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EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O Partido Político FRENTE DA MULHER BRASILEIRA (FMB), entidade política com registro
definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, devidamente representado no Congresso Nacional,
onde recebe intimações, vem por seu advogado devidamente constituído pelo incluso
instrumento de mandato, em anexo, com fundamento no art. 102, inciso I, a, da CRFB/88 e no
art. 2º, inciso VIII, da Lei nº 9.868/99, propor

AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM MEDIDA LIMINAR

Em face do inteiro teor da Lei Estadual nº 22.222 publicada em 02/09/2021, publicada pela
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, com endereço à ..., conforme especificará ao longo
desta petição, nos termos e motivos que a seguir passa e expor:

I. DA MEDIDA LIMINAR

Conforme prevê o art. 300 do CPC, a tutela de urgência poderá ser concedida quando
houver elementos que demonstrem a probabilidade do direito, e o perigo do dano.

Em relação ao fumus boni iuris, mostrou- se patente violação à norma do art. 22, I, da
CRFB/88, em virtude da mencionada Lei Estadual. A relevância dos fundamentos jurídicos,
portanto, autoriza a concessão da medida cautelar no presente caso, a fim de proceder-se à
interpretação conforme a Constituição Federal.

Quanto ao periculum in mora, a norma estadual prevê a aplicação de pena de trabalhos


forçados aos condenados por crimes hediondos, desta forma, violando preceitos à dignidade da
pessoa humana, colocando em risco princípios fundamentais como a violação ao retrocesso em
nosso ordenamento jurídico penal.

II. DA LIGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O Partido Político Frente da Mulher Brasileira (FMB), é legitimado universal para propor
Ação Direta de Inconstitucionalidade, conforme o art. 103, inciso VIII, da CRFB/88.

Outrossim, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, é o legitimado passivo,


tendo em vista que fora de sua edição e publicação a referida Lei.

III. DOS FATOS

Em 02 de setembro de 2021 foi publicada a Lei Estadual n.º 22.222, editada pela
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que instituiu, em seu art. 6º, no âmbito
daquele ente federativo, a aplicação de pena de trabalhos forçados aos condenados pela
prática de crimes hediondos definidos pela legislação brasileira.

VI. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI

O ato normativo estadual, ora contestado, configura intervenção indevida do poder


estadual em domínio da União para legislar sobre direito penal, o que cabe privativamente à
União, conforme art. 22, inciso I da CRFB/88.

O ente estadual, ao edital a Lei nº 22.222/21, criou em seu art. 6º a pena de trabalhos
forçados à presos que foram condenados por crimes hediondos. Portanto, a referida norma
deve ser declarada inconstitucional, pois violada o dispositivo da Lei Maior.

Ademais, a garantia de trabalho ao condenado é um direito social, assegurada pela


Constituição, e que deve ser propiciado pelo Estado. Adotar regime de trabalho forçado é
regredir em direitos e progressos da ciência penal.

V. DOS PEDIDOS

Mediante a relevância da matéria constitucional, mediante a contrariedade da Lei nº


22.222/21, do Estado do Rio de Janeiro, em face dos art. 22, inciso I, da CRFB/88, requer:

a) A concessão da medida liminar para suspender os efeitos da Lei nº 22.222/21

b) A intimação do Governador do Estado do Rio de Janeiro, do Advogado-Geral da União


e do Procurador Geral da República, para se manifestarem sobre o mérito da presente Ação, no
prazo legal

c) A procedência do pedido, para que a norma estadual contestada na presente Ação e


seja declarada inconstitucional.

Nestes termos

Pede e espera deferimento

Advogado ...

OAB ...

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