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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE –

UNIDRUMMOND

DIREITO DIGITAL: REFLEXÃO SOBRE AS FERRAMENTAS


DIGITAIS INTERAGINDO COM O HOMEM NO DIREITO
CONTEMPORÂNEO.

São Paulo

2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE –
UNIDRUMMOND

Reitor: Osmar Basílio

Elaboração: Pedro Augusto da Cruz

Organização: Maria Regina Pinna

Centro Universitário Carlos Drummond de Andrade – UniDrummond. DIREITO


DIGITAL: AS FERRAMENTAS DIGITAIS INTERAGINDO COM O HOMEM NO DIREITO
CONTEMPORÂNEO. Pedro Augusto da Cruz. São Paulo, 2021.

101 p. : il

Inclui referências.

ISBN:

1.Direito Digital; 2.Conhecimento e Virtualização; 3.Processos Digitais.


CENTRO UNIVERSITÁRIO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE –
UNIDRUMMOND

PEDRO AUGUSTO DA CRUZ

DIREITO DIGITAL:

REFLEXÃO SOBRE AS FERRAMENTAS DIGITAIS INTERAGINDO COM O HOMEM


NO DIREITO CONTEMPORÂNEO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de


Direito do Centro Universitário Carlos Drummond de
Andrade como parte dos requisitos para __________.

Aprovado em ________________.

De acordo Orientador(a):

________________________________

Ms. Maria Regina Pinna

São Paulo

2021
PEDRO AUGUSTO DA CRUZ

DIREITO DIGITAL:

REFLEXÃO SOBRE AS FERRAMENTAS DIGITAIS INTERAGINDO COM O HOMEM


NO DIREITO CONTEMPORÂNEO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de


Direito do Centro Universitário Carlos Drummond de
Andrade como parte dos requisitos para __________.

Aprovado em ________________.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Componente da banca – Titulação, nome

______________________________________________________

Componente da banca – Titulação, nome

______________________________________________________

Componente da banca – Titulação, nome


DEDICATÓRIA

Dedico essa obra aos meus familiares, colegas, amigos, e aos meus
mentores no Centro Universitário Carlos Drummond de Andrade.
Especialmente:

Ao Mestre Guilherme Andrade, por ter me inspirado em minha


pesquisa, após um momento delicado de muitas frustrações em minha
vida;

À Marilene Russo, Maria de Lourdes Rosa, e Adriana Conceição


Silva pela iniciativa de me ajudarem a evoluir como ser humano;

Aos meus colegas: Talyane, Cecília, Daniele, Hélio Hilário por


terem me ajudado em todos os semestres, e ajudado com a revisão deste
trabalho;

Rafael M Santos Silva, e Tiago Arruda, Michael Kanashiro


programadores e desenvolvedores que me ajudaram no pensamento da
estrutura do trabalho, e na revisão do mesmo;

A professora e doutora Elessandra dos Santos Marques Válio,


pelas puxadas de orelha, e rigor;

Ao Mestre Bruno Limberto Brito, pela humildade e revisões


relacionadas em âmbito civil;

A professora Taís Cecília dos Santos Lima de Clares, por ter me


ensinado em meu primeiro estágio de direito no NPJ Carlos Drummond
de Andrade;

Aos professores: Marcos Túlio, Ana Maria Malaco, e Regina


Maria Pina, pela mudança de perspectiva quanto ao olhar técnico;

E ao Professor Gleibe por ter me ajudado e incentivado a publicar


meu primeiro livro.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus familiares, e a Conta ZAP, que pode contribuir de forma positiva
na minha graduação, bem como meu superior envolvido nesta empresa José Diones Carlos
Lima e sua esposa Vanessa Camilla Correia da Silva Andrade, por orientações dadas, e por
acreditarem em meus ideais.
O trabalho vai preencher uma grande parte da sua vida, e a única
maneira de ficar completamente satisfeito é fazer o que você acredita
ser um bom trabalho. E a única forma de fazer um bom trabalho é amar
aquilo que você faz. Se você ainda não descobriu o que é, continue
procurando. Não se acomode. Da mesma forma que acontece com as
coisas do coração, você vai saber quando encontrar.

(Steve Jobs, discurso de Stanford, 2005)


RESUMO

Esta monografia tem como objetivo mostrar e apontar os laços realizados entre a
sociedade e o direito. Mostrando o vínculo tratado através de um canal de comunicação pelo
qual é resolvido as lides, chamado de virtual. No estudo serão apresentados a compreensão e
ajustes de cada termo para condizer com seu significado, a percepção de realidades, e como
utilizá-las na rotina jurídica. Haverá reflexões sobre o processo lógico jurídico, e perceber o
acúmulo de informação, entre os procedimentos processuais. A área jurídica se esforça para
acompanhar as evoluções sociais, visto a volatilidade das decisões, efetivas em tempo real que
fazem a diferença nos quesitos sentenciais, e de acessibilidade. Como pretensão após o estudo,
ainda deixamos a proposta de resolver alguns dos questionamentos realizados pelos melhores
doutrinadores da área de direito digital. Sabemos que este estudo ainda é um início, para
propiciar um confrontamento de informações e ideias que necessitam ser discutidos.

Palavras-Chave: Direito Digital; Conhecimento;Virtualização; Processos Digitais.


ABSTRACT

This monograph aims to show and point out the links made between society and law.
Showing the link treated through a communication channel through which the disputes are
resolved, called virtual. The study will present the co-understanding and adjustments of each
term to match its meaning, and how to use them in the legal routine. There will be reflections
on the logical legal process, and notice the accumulation of information between the procedural
procedures. The legal area strives to follow social developments, given the volatility of
decisions, effective in real time that make a difference in terms of sentences, and accessibility.
As a pretension after the study, we still leave the proposal to resolve some of the questions
raised by the best scholars in the area of digital law. We know that this study is still a beginning,
to provide a confrontation of information and ideas that are discussed.

Keywords: Digital Law; Knowledge; Virtualization; Digital Processes.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 12

2. HISTORICISMO SOBRE A PERCEPÇÃO DE REALIDADES ............................................................. 13

2.1. Hipótese do conhecimento na história, no direito, na política ............................................................ 13

2.2. O Ser Humano e o Conceito de Materiais e Essências. ....................................................................... 19

2.3. A história sobre os interesses envolvidos na tecnologia....................................................................... 25

3. ROTINAS COTIDIADAS INFLUÊNCIADAS PELA VIRTUALIZAÇÃO ............................................ 29

3.1. Conquistas dos direitos fundamentais, e as leis s no mundo virtual .................................................. 30

3.2. Função na atualidade do Advogado ...................................................................................................... 34

3.3. Lei de Acesso à Informação ................................................................................................................... 35

3.4. Lei Carolina Dieckmann ........................................................................................................................ 36

3.5. Marco Civil ............................................................................................................................................. 38

3.6. Segurança da Informação ...................................................................................................................... 40

3.6.1. Compliance .......................................................................................................................................... 42

3.6.2. Contratos ............................................................................................................................................ 52

3.6.3. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ......................................................................................... 54

3.7. Código de Defesa do Consumidor ......................................................................................................... 58

3.7.1. Legislação de Sistema de Pagamentos Instantaneos (SPI) ............................................................ 60

4. FUTURO CENÁRIO DIGITAL PARA APLICAÇÃO NO DIREITO .................................................... 63

4.1. Quanto a putabilidade de tomada de substituição humana ................................................................ 65

4.2. Procedimentos da Herança Digital ....................................................................................................... 70

4.3. Integração Mundial e utopia ................................................................................................................. 72

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 74

6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 78

ANEXO1: Perguntas / Respostas de HOESCHL .................................................................................... 83


ANEXO2: DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO ............................................................................. 85

ANEXO3: Material Complementar / AXUR ........................................................................................... 87

ANEXO 4: Resumo da Teoria da Infinitude de STEPHEN HAWKING ............................................. 88

ANEXO 5: Legislação do PIX ................................................................................................................... 90

ANEXO 6: UM IMPULSO PARA O CRESCIMENTO DA AMÉRICA DO SUL .............................. 91

ANEXO 6: CONSIDERAÇÕES EVOLUTIVAS DA MIDIA MUNDIAL ........................................... 93

ANEXO 7: MODELOS BLOCKCHAIN ................................................................................................. 95

ANEXO 8: MODELOS DE PATRICIA PECK ...................................................................................... 97

ANEXO 9: DIFERENÇAS ENTRE HOME OFFICE E TELETRABALHO ...................................... 99


12

1. INTRODUÇÃO

Neste primeiro capítulo trazemos a introdução para orientar o leitor sobre o tema,
incorporando a sugestão do estudo.

Inicialmente é importante ressaltar que o presente trabalho não se trata apenas do Direito
Digital, relaciona-se com as diversas esferas abrangidas e afetadas através dele, com a
finalidade de discutir as mudanças que as ferramentas virtuais trouxeram no direito e nas
relações. A interação de cada uma das ferramentas, podem ser discutidas separadamente, mas
influi diretamente com a percepção da mudança dos cenários entre os tipos de realidades e
momentos, durante o estudo iremos teorizar tais mudanças, e o significado etimológico.

O segundo capítulo é remetido o direito filosófico do pensamento na percepção da


multidimensão do homem nas realidades, uma analogia evolutiva a começar pela consciência
de ferramentas, e aderência das ciências.
No terceiro capítulo explanaremos as conquistas dos direitos já referenciados em nossa
legislação, garantias, deveres e obrigações.
No quarto capítulo abordamos os interesses do governo ao incentivar propostas relacionadas
ao assunto do direito digital, e um prelúdio da legislação, em um pensamento sob o que há por
vir.
13

2. HISTORICISMO SOBRE A PERCEPÇÃO DE REALIDADES

O conceito da aplicação do direito e seu historicismo nos diversos ambientes, envolve:


a cientificidade, a ética, a moral, cenários econômicos, bem como na política. Termos que
necessitam de uma caracterização por serem amplos em seus significados, sendo expressos
neste estudo. Sendo que todas essas caracterizações precisam ser enxergados como um todo em
matéria digital.

Com o avanço das tecnologias, a modernização no mercado de consumo e as diversas


descobertas na ciência, devemos ter um olhar jurídico e observador das novas tendências. Por
isso, é necessário adotar uma analogia histórica para entender como tudo começou e qual o
caminho seguirá.

Assim, a expectativa desse estudo é de contribuir para o conhecimento e a visão da


analogia e do amparo legal em meio físico, digital e virtual.

2.1. Hipótese do conhecimento na história, no direito, na política


A hipótese do conhecimento aplicada no direito e na política se dá pela convivência, e
interação humana por sua ancestralidade. Inicialmente pelo instinto de sobrevivência, sendo
aplicada nos primórdios de maneira lúdica: com deuses, magias, estórias, e posteriormente com
a aplicação de adventos mais elaborados de relacionamento. Envolvendo atualmente até
adventos corpóreos e não corpóreos.

O advento do conhecimento, ou “Techne” que considera as virtudes do homem de


realizar funções, é um dos fatores que influenciam a história, a cada novo conhecimento.
Entretanto há uma repercussão do próprio existencialismo do ser humano entre sua função e
sua distinção equacionada ao trabalho.

O pensamento de ARISTÓTELES (1991) evidencia a busca de função na sociedade


humana, identificando os saberes intelectuais e suas funções no organismo do regimento
político da época.

A definição do conhecimento se transforma dentre a história, está vinculada a ideia


evolutiva de adventos do conhecimento e suas ferramentas. Na idade moderna, já existia o
14

conceito de abstração por AGOSTINHO (1995) do conhecimento imposto através do sentido


divino da comunicação entre Deus e sua essências.

Assim ao decorrer do tempo se destaca a importância através do uso de poderes como:


o ideológico, e a mão de obra. Que formariam a escravidão, o servilismo, e o trabalho
assalariado, como estrutura para adequar a sociedade às práticas de formas legais do exercício
de suas funções. A caracterização do poder, e a ambição do ser humano, se tornam também
temas discutidos na ciência, para tentar compreender o bem e o mal, e um equilíbrio social,
princípio do direito definido como status quo, e a definição na doutrina de um homem medio
comum, instituído a comportamentos de padrões da sociedade.

Percebe-se a relação entre a história do direito e o trabalho principalmente na Idade


Moderna como descrito por HOBSBAWM (1986), entre três grandes momentos que mudaram
a face da história: A Renascença, a Revolução Francesa e a Revolução Russa, cada uma delas
com sua filosofia própria, o saber, sendo o humanismo, o liberalismo e o socialismo. A
Revolução Francesa, no entanto, foi o primeiro grande movimento genuinamente popular e de
massa, na articulação de reivindicações candentes, situando-se declaradamente, no plano
político e econômico, se vinculando de modo estreito ao trabalho, sendo também a responsável
pelo advento do trabalho livre, ou assalariado, formulando precedentes da legislação do
trabalho, que realmente se fundamentou no começo do século XVIII e XIX. Também é
fundamentado a definição dos objetos científicos pelo círculo de Viena e pela escola de
Frankfurt com a teorização de seus processos: indutivo, dedutivo, e hipotético/refutatório - que
realizaram grandes mudanças entre o desenvolvimento científico e cultural.

A revolução industrial que eclodiu na Inglaterra no século XVIII, impulsionou um


crescimento econômico na Europa e Estados Unidos, porém este crescimento se deu por conta
da carga horária de dezesseis horas diárias impostas pelos donos de empresas. Com isso, os
trabalhadores se juntaram e criaram sindicatos e fizeram greves, clamando pelos seus direitos,
cogitando os direitos trabalhistas, a obtenção de um registro com direitos reservados conhecida
como carteira de trabalho, e direitos políticos como o direito ao voto.

HOBSBAWM (1986) ainda esclarece que as primeiras normas trabalhistas aprovadas


pelos Estados Europeus eram relativas ao reconhecimento do sindicato na Inglaterra em 1824,
ao exercício do direito de greve na França em 1864, e aos seguros sociais na Alemanha em
1881, e particularmente aos acidentes do trabalho na Itália em 1883 e na Alemanha em 1884.
15

Corroborado por REALE (1994) em sua conceituação da estrutura das fontes e modelos
do direito, é considerado que desde a formação da humanidade há indícios de padrões de
comportamentos sociais, que influenciam o conhecimento e a forma de interação dos
indivíduos, assim foram formalizados códigos que auxiliavam a estrutura normativa dos
regimes políticos adotados. É configurado dentro da sociedade revisões sobre sua estrutura de
âmbito normativo, a fim de observar os interesses de cada época, percebendo a hierarquia, e
seus subníveis de exploração, alterando infinitamente a probabilidade de sua evolução.

A vida do direito não pode, efetivamente, ser concebida senão como uma realidade
sempre em mudança, muito embora, a meu ver, se possa e se deva reconhecer a
existência de certas ‘constantes axiológicas’, ou, por outras palavras, de um complexo
de condições lógicas e axiológicas universais imanentes à experiência jurídica
(REALE, 2003, p.85).

O conceito do fenômeno jurídico derivado do fato, do valor, e da teoria, que resulta no


práxis ou ética conforme introduz o pensamento de REALE (2003), relaciona o uso da história
do direito em seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Associando as evoluções e as
multifacetas do direito, que se difere das antigas obras jusnaturalistas unilaterais, e do próprio
juspositivismo. REALE (1996) ainda impõe a característica do conhecimento em âmbito do
direito e da filosofia entre ser, conhecer e agir, para composição de seu método, baseado por
representantes do neokantismo.

Em 2000 com a exploração de métodos digitais, foi necessário desconstruir e


compreender as fases de cada processo virtual, aplicando a cada fase histórica a construção do
conhecimento.

Neste novo mundo virtual, a caracterização de uma linha temporal por períodos se torna
relativa, mediante a qualidade e fatos a serem levados em consideração. E como proposta para
os futuros alunos, deixamos o site: http://timeline.knightlab.com/ - atualmente se torna
referência para a realização de tais projetos. De maneira relativa podemos considerar os avanços
científicos históricos a partir de Tales de Mileto (624 a.C), até a atualidade presente em
diferentes sites e livros1. Haja posto que este trabalho não quer se limitar apenas à história,

1
Alguns dos sites que corroboram com o pensamento:
-Disponível em: <http://download.uft.edu.br/?d=43ca70be-33ac-437e-a7c4-
46efc711a16a;1.0:Breve%20hist%C3%B3ria%20da%20ci%C3%AAncia%20sobre%20nova%20perspectiva.pdf
>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
- Disponível em: <https://act.fct.pt/historia-da-ciencia/cronologia/>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
- Disponível em: <https://ppgect.ufsc.br/files/2012/11/Temas-de-Historia-e-Filosofia-da-Ciencia-no-
Ensino1.pdf>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
- Disponível em: <https://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/cee1809/scripts/linhadotempo.html>. Acesso
em 12 de outubro de 2021.
16

deixaremos para que o leitor que se aventure nos demais livros WOLKMER (2006),
LUHMANN (1985), e HOBSBAWM (1986) onde: (I) o direito arcaico ou primitivo, sendo
característica dos povos sem escrita, (II) o direito antigo, que surge das civilizações urbanas e
(III) o direito moderno posterior às Revoluções Francesa e Americana, (IV) o direito pós-
moderno com o surgimento da codificação. Todas as obras evocam adventos dos conhecimentos
influindo os impactos das necessidades da sociedade a cada uma dessas ferramentas ou
tecnologias, e interpretadas pela teoria tridimensional do direito, caso haja algum interesse
específico.

Alguns autores como PECK (2013) e HOESCHL (2021) realizaram seus estudos sobre
os elementos digitais com a concordância sobre dimensões paralelas sobre a realidade, tendo
uma perceptividade histórica, e concordam com as conquistas humanísticas que as tecnologias
trouxeram. Este estudo pretende se dedicar a um debate democrático entre a ética e a moralidade
dos grupos, e a busca de novas fronteiras estabelecidas na inteligência artificial, e seus meios
envolvidos no direito.

Na história dada, é engraçado admitir que na própria grécia antiga, era dito algo
semelhante a internet, como o conhecimento aplicado no “mundo das ideias”, em que Platão se
dirigia aos conceitos mais abstratos; Ou o rigor no critério de Aristóteles em suas análises
meticulosas em busca da ciência.

O conceito moderno acaba perdendo sentido, percebendo a ausência da essência de


identidade histórica com o surgimento da pluralização da informação e da percepção do sentido
humano, advindos da globalização.

Essa cultura ligada a tecnologia realmente se aplica envolve todos os seres humanos,
independente do local onde o endivido esteja localizado. Seu lugar poderá influenciar
no grau de percepção desses avanços, mas já mas o tomará um sujeito indiferente as
mudanças. Esse precisamente universalizando te deste momento social hora vivido.
ZAMPIER (2021, p.12)

LEVY (1993), identifica os três tempos do espírito regidos: pela oralidade, pela escrita,
e pela informática. Conceituando-as de formas cíclicas, não havendo o objetivo de substituí-
los, mas ao contrário, compilá-los de forma a compor uma obra mais dinâmica e ágil.

A vontade de reencontrar o passado em sua pureza, sem anacronismo, o “sentido


histórico”, não pode ser separada dos meios fornecidos pela impressão. Decerto que o
passado pode ser percebido de forma mais clara (e exposto ainda à admiração ou
imitação), mas agora é como o passado terminado, morto, e não como palavra original
que uma cadeia viva teria transmitido até nós.
17

Com a impressão, o tema do progresso adquiriu uma nova importância. O passado,


nós já vimos, reflui rumo a sua antiguidade, aliviando assim o peso do presente,
diminuindo a carga da sua memória. LEVY (1993 p.98)

A história recebe cada vez enfoques culturais e históricos, identificando que o tempo
acaba sendo supérfluo, necessitando de uma nova realidade virtual para substituir os novos
almejos da sociedade atual.

REALE (2003) ao apropriar fatos sociais na sociedade mudando ciclos, e impondo a


realidade do ser humano bem como sua função a um momento diferente na atualidade do século
XXI. Assemelhando tal característica do direito adaptativo, é percebido que a sociedade evolui
incondicionalmente, e suas normas, inclusive as relacionadas ao trabalho mudam.

E conforme o raciocínio do estudo, existe a diferença entre sabedoria e ciência aplicado


a atualidade, percebendo que na época antiga, existiam menos aparelhos ou ferramentas que
imputavam margens as extensões humanas, à tecnologia, e a simulação, conforme
ARISTOTELES (1991) apud SILVA (2014) o ato de simular do grego simulacrum, deriva a
própria origem da atualidade.

Os cognatos do verbo mimeomai já aparecem, por exemplo, em Homero (séc. IX-VIII


a.C.) no Hino a Apolo , passagem na qual, concordam os estudiosos, mimeomai tem
o sentido de simular algo, isto é, “parecer fazer o mesmo que”. Procurando melhor
compreender os significados das palavras ligadas a mimeisthai, Else resume, assim,
seus sentidos no século V a.C.: a) representação de aparências, ações, e/ou expressões
de animais ou de falas dos homens, canção ou dança, isto é, um tipo de simulação
como a dos mimoi; b) imitação de ações de uma pessoa por outra, sem mimo; c) uma
réplica, imagem ou efígie de uma pessoa ou coisa através de algo, isto é, o mimema.
Para Else, o primeiro sentido seria o primário, os outros dois, suas extensões. SILVA
(2014 p.14)

Tal conceito é anteriormente conhecido como techene, palavra advinda do grego por
Aristóteles que era a compreensão de uma das formações de métodos de conhecimento em
relação ao trabalho e ao mundo. Hoje entretanto temos a ciência que explica tais pensamentos
singulares e plurais, mas na época que Aristóteles criticou em sua obra “ética ao Nicômaco”
sobre a relação da imitação do mundo real, conhecida como simulacrum palavra que se origina
do grego com a ação de simulação do mundo real, também interpretada como “mimese” pela
ideia de imitar a realidade2. Hoje quantificar isso pelo conhecimento utilizado em códigos como
celulares, e a velocidade de dados, caracterizados por dígitos.

2
Palhares, Carlos Vinícius Teixeira. A mimese na poética de Aristóteles. Cespuc Belo Horizonte - n. 22 - 2013
Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/download/8113/7076>. Acesso
em: 08 de outubro de 2021.
18

Assim formaliza-se o ato instituído para criar extensões humanas, para realizar
procedimentos que não o substituam, mas complementem suas formações e vontades.

Um modelo digital não é lido ou interpretado como um texto clássico, ele geralmente
é explorado de forma interativa. Contrariamente à maioria das descrições funcionais
sobre o papel ou aos modelos reduzidos analógicos, o modelo informático é
essencialmente plástico, dinâmico, dotado de uma certa autonomia de ação e reação.
Como Jean-Louis Weissberg observou tão bem, o termo simulação conota hoje esta
dimensão interativa, tanto quanto a imitação ou a farsa. LEVY (1993, p.121)

Assim não é idealizado a função de substituição, mas sim de uma realidade particionada
em duas dimensões cumuladas, caracterizada pela real natural, e a simulada artificial. Até
porque o Direito é indispensável pois recorre ao fator de necessidade humana orgânica e
psicossocial, percebendo que na realidade simulada ou virtual, há parâmetros e enquadramentos
situacionais se diferem e acabam tornando-os diferentes, assim, o direito então poderia evoluir
com tais tecnologias, prevendo que “As imagens de Karl Sims são animadas por meio de
programas de vida artificial que simulam o crescimento, as mutações genéticas e as interações
de populações imaginárias.” LEVY, Pierre (1999 p.58), mas jamais o substituirão, pois sempre
haverão problemas impensáveis, fatores dos quais não substituem a cognição de um ser
humano.

Entre os novos modos de conhecimento trazidos pela cibercultura, a simulação ocupa


um lugar central. Em uma palavra trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica
a imaginação individual, (aumento de inteligência) e permite aos grupos que
compartilhem, negociem, e redefinem modelos mentais comuns, qualquer que seja a
complexidade deles (aumento da inteligência coletiva). Para aumentar e transformar
determinadas capacidades cognitivas humanas (a memória, o cálculo, o raciocínio
especialista), a informática exterioriza parcialmente essas faculdades em suportes
digitais.
[...]
As técnicas de simulação, em particular aquelas que utilizam imagens interativas, não
substituem os raciocínios humanos mas prolongam e transformam a capacidade de
imaginação e de pensamento. LEVY (1999, p.165)

Entretanto, temos que compreender que os termos em geral são juvenis advindos do
século 15, quando aparecem o confrontamento científico da ação de pensar e refletir, ações
sobre a designação de ferramentas, do corpóreo e não corpóreo, e do “signo” e o “significado”.
Tudo isso além dos interesses humanos de cada geração que hoje visualizamos em uma linha
anacrônica, com alguns eventos sem respostas que esperam ser discutidos até hoje, como é o
caso do “mito do milagre grego”3 na surgência da economia formalizada através de moedas em

3
Milagre grego ou thávma, foi um termo utilizado na Grécia para a consciência filosófica, onde puderam
desenvolver o comércio, deu-se o início da moeda, e o mútuo respeito independentemente de crenças.
CERQUEIRA, Fábio vergara Disponível:<https://revista.classica.org.br/classica/article/view/748/776>. Acesso
em 07 de Outubro de 2021.
19

um bom comércio sabendo diferenciar culturas e interesses pessoais dos coletivos, aliados aos
“evolucionismos humanos”, mensurado pela quantidade e qualidade provida de conhecimento
ferramental para realizar atividades pensantes.

Com tantos ideais fica até complexo definir a teoria do conhecimento, pois ela é modular
com a limitação do conhecimento de cada época, que é refletido em códigos de interações
definidos pelo direito, imposto por normas, leis e regras. Que servem de parâmetro para um
equilíbrio do comportamento rotineiro imposto pela sociedade.

Descrevemos acima de maneira básica a questão da ética que se trata por realizar um
conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social
ou de uma sociedade. E da moral que se trata de um conjunto de valores, normas e noções sobre
o que é certo ou errado.

A política e o direito, possuem procedimentos, métodos, e processos, que se tornam


controláveis e mutáveis, possuindo diversas teorias. Não se trata de certo ou errado, mas de
destinação de escolhas com proporções específicas e comprometimento, especificamente na
palavra grega demokratia, que se traduz, e deriva “o poder do povo”.

Filósofos ainda designam como pseudociências, com a intenção inferiorização do termo


mediante a procedimentos mais específicos e estruturados da obtenção da informação e do
conhecimento, como é o caso de Karl Raimund Popper4.

2.2. O Ser Humano e o Conceito de Materiais e Essências.


Nessa subseção, iremos relativizar o conceito humano desempenhado por
AGOSTINHO (2004), onde define pelas experiências, a função do indivíduo durante a vida.
Sendo mais específico, podemos verificar a existencialidade dessas características relativas à
vida:

1-Propósito de vida: se mostra como a dedicação de estabelecer um sentido para a vida,


criar rotinas com propósitos próprios, saciar necessidades simples – como alimentação e
preservação;

2-Intelectualidade: pensar, interpretar, possuir racionalidade para tomar decisões


instantâneas, fazer conjecturas, e possuir a consciência social;

4
Popper, Karl Raimund. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo:Cultrix, 2008.
20

3-Conhecimento: é um processo único e individual de interpretação dos objetos ao seu


redor, experiênciar fatos, fazer hipóteses, que se dão pela qualidade do tempo de analisar e gerar
conclusões;

4- Perceptividade e sensorialidade: possuir emoções, e sentidos ao redor do


espaço/tempo, através de um sistema nervoso real ou artificial;

5-Evolução: Interação entre indivíduos para debates, discussões e adaptações de ideias,


problematização de rotinas, facilitação de processos e meios.

Tais características são princípios adotados sobre a essência divina citada na


contextualização de AGOSTINHO (1995) em contexto religioso católico cria o significado:
corpo, alma e espírito.

– Parece-vos evidente que somos compostos de uma alma e de um corpo?( 1) Como


todos concordaram, excepto Navígio que declarou ignorar esse assunto, eu disse-lhe:
– Não sabes nada, absolutamente nada, ou devemos considerar um tal assunto entre as
coisas que desconheces? – Não acho que desconheço tudo – disse ele. – Podes dizer-
nos alguma coisa que conheças? – Posso. – Di-lo então, se não te importas. E porque
hesitava, perguntei-lhe: – Sabes, ao menos, que vives? – Sei. – Logo, sabes que tens
vida, visto que ninguém pode viver sem vida. – Isso também eu sei – respondeu. –
Sabes igualmente que tens um corpo? – concordou. – Já sabes, portanto, que és
composto de um corpo e de uma vida. – Claro. Mas não estou certo se essas são as
únicas coisas. – Então não duvidas que tens essas duas coisas, um corpo e uma alma,
mas não estás seguro se existe alguma outra coisa que seja para o homem o seu
complemento e perfeição? – É isso – respondeu. – Se pudermos, investigaremos
noutra ocasião qual a natureza dessa outra coisa. Pergunto-vos, agora, já que todos,
sem excepção, concordamos que o homem não pode existir sem um corpo, nem sem
uma alma( 2): para qual dos dois apetecemos o alimento? – Para o corpo – respondeu
Licêncio. Todos os outros, no entanto, hesitavam e perguntavam entre si, com diversas
razões, como é que o alimento podia parecer necessário ao corpo, quando o desejamos
por causa da vida e esta apenas pertence à alma. Então eu disse-lhes: – Parece-vos que
o alimento é feito para aquela parte que vemos crescer e tomar-se forte por causa do
que comemos?( 3) Todos concordaram, excepto Trigécio, que perguntou: – Por que é
que então não cresci na proporção do meu apetite devorador? – Todos os corpos –
respondi-lhe – têm o seu limite fixado pela natureza( 4) e não o podem ultrapassar. Se
lhes faltassem os alimentos, a sua medida seria menor: coisa que é facilmente
verificável nos animais, nem ninguém duvida que os corpos de todos os seres vivos
definham, sem alimento. (AGOSTINHO, 2014, 21.7)

Ora a definição dele parece naturalmente correta, mas atualmente com a simulação,
temos a complexitude de separar tais conceitos. O sentido do ser humano evoluiu não somente
em sua composição biológica, mas na maneira de simulação conforme será visto nos próximos
capítulos, e assim, abre a possibilidade de romper barreiras quânticas.

Para esta finalidade, colocamos as definições em que:


21

 O corpo é uma casca em que pode ser colocado a alma, e o espírito.


 A alma é definida pelo conhecimento, são todas as experiências em que
houveram possibilidades de serem realizadas, sejam reais ou não.
 E por fim o espírito, que se destaca pela orientação do racionalismo, da
interpretação na atualidade, seja ela qual for, é definida pela conscientização.
De forma mais atual podemos ver conforme ANEXO 6 (CONSIDERAÇÕES
EVOLUTIVAS DA MIDIA MUNDIAL) as principais mudanças dos efeitos gerados a partir
da modificação genética e com o advento das novas tecnologias, que necessitam ser tratados de
forma moral e ética.

Com esta explicação, temos o novo ser humano que evolui por túneis de tunelamento,
onde as moléculas e átomos são descontruídos e reconstruídos. Onde a energia não se torna
infinita, mas renovável, onde a vida existe. Assim o novo ser humano, cria novas habilidades,
onde cria um mundo com extensões além do físico, e da realidade natural. Onde inclusive há a
proporção de prolongamento da vida, e dos recursos dispostos pare ele utilizar, bem semelhante
a integração do filme Matrix (1999).

Os modelos recentes de morte podem ser compreendidos, ao menos em parte, como


um resgate de valores que teriam sido abolidos ou ocultados, como a condição de
indivíduo autônomo e independente do doente terminal. O paciente, anteriormente
silenciado e objetificado pelo poder do profissional exercendo uma prática medicina
racionalizada, passa a ser visto e percebido pela equipe de cuidados paliativos como
“um todo biopsicossocial-espiritual”. O modelo contemporâneo de morte propõe uma
assistência que alcance essa multiplicidade de aspectos, chegando à imersão em uma
totalidade. Uma de nossas hipóteses seria a de que essa construção recente
corresponderia a uma tentativa de resolução da inarredável tensão estruturante de
nossa sociedade ocidental contemporânea, entre Romantismo e Racionalismo, em
especial de sua expressão e manifestação no campo da medicina10 . Vivemos
atualmente num mundo fragmentado, no qual tanto a identidade individual como seu
referente corporal muitas vezes são percebidos e vividos de modo fracionado. As
propostas recentes de construção de modelos de morte e do morrer podem então ser
compreendidas como tentativas de acesso a uma totalidade perdida, em um resgate
neo-romântico como resposta à fragmentação do mundo e do corpo. Indo além,
aventa-se aqui a hipótese de uma ressacralização do mundo, da vida, do corpo e da
pessoa através desse novo processo de morte. A medicina e seus recursos tornaram-
se, atualmente, tanto fonte da esperança – através da criação da vida, de seu
prolongamento, do retardamento da morte, de alívio do sofrimento – quanto do
desespero diante dos limites da condição humana. O debate permanece em aberto,
uma vez que a condição humana implica necessariamente sua finitude – apesar de
todos os esforços da ciência e da tecnologia médica voltados a transformar e
ultrapassar os limites dessa condição.5

5
MENEZES, Rachel Aisengart. Tecnologia e “Morte Natural”: o Morrer na Contemporaneidade Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/physis/a/stmwsH7tkhHyb8DzKBJChSM/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 08 de
outubro de 2021.
22

Segundo HOESCHL (2021, p.79) “A ética, por si só, materializa o estudo dos juízos de
valor sobre a conduta humana”. Como parte do equilíbrio para tomada de ações.

Destaca que na lei existem definições sobre a aparelhagem de uma máquina comum e
uma máquina inteligente e suas diferenciações:

No 48o . ítem do artigo 6o . do Decreto 97.057/88, há uma definição de máquina


relacionada com o contexto ora discutido. Vejamos: “48o . - Máquina: equipamento
ou dispositivo baseado na tecnologia mecânica. ou combinações desta com as
tecnologias elétrica ou eletrônica;” (destacado do original)
[...]
qualquer dispositivo que contenha componentes eletrônicos baseados em
microprocessadores, permitindo que execute sequencias operacionais alternativas com
base em condições externas, ou repita determinadas operações até que uma condição
seja atendida, ou execute uma série de instruções repetidamente
HOESCHL (2021, p.24-25)

Sabemos que o ser humano está sempre mudando, nada é infinito, fixo, ou permanente6,
assim, a complexidade de seus problemas também acabam por consequência sendo maiores
diante seu meio, onde o direito é essencial para resolução de lides.

Segue o pensamento ainda na categorização da etimologia das palavras e


conceitos sobre: a mimese, a tecnologia, a analogia, a digitalização, e a virtualização. De forma
simplificada damos o exemplo:

Produto Final

Interações dos mundos


enviando e recebendo o mesmo produto
no mesmo gênero, cor, espécie, ser.

Produto Final
Código de
revelação

mimese
Ferramenta imitação
inicial

Analogia > Digitalização > Virtualização

Tecnologia: Câmera
O advento do conhecimento que
considera as virtudes do homem de

realizar funções. Função retratar,


captura de momentos, fotos.

Imagem do Arquivo Pessoal

6
Estudo ANEXO 3
23

Inicialmente nascemos com a ferramenta orgânica dos olhos, possuindo suas


perceptividades, utilizamos a mimese para aperfeiçoar o trabalho como sentido de captura do
olhar, posteriormente podemos reproduzir tais momentos no mundo virtual ou real, ambos com
suas limitações de códigos.

Assim identifica-se os termos conceituados:

Simulacrum/Mimese: Ação de reproduzir um feito ou comportamento com a ferramenta


natural;

Tecnologia: Ferramenta que o homem utiliza para um artificio de uma produção;

Analogia: método para a produção que aperfeiçoa a natureza com base em códigos através da
semelhança funcional;

Digitalização: produção de agrupamento de números definidos por uma codificação para


membrar uma mensagem com a finalidade de compor a produção;

Virtualização: produção que realiza a composição de duas realidades interpostas em um


conceito que segue parâmetros de medidas diferentes, mas possuem o mesmo enquadramento
de produto final, relacionando-se com os conceitos anteriores, teorizada anteriormente como “o
mundo das ideias”.

Conforme caracterização de PECK(2013), estes cenários modificaram o ambiente, e o


comportamento de cada indivíduo, o ser humano mudou com seu estereótipo de influências,
padrões. Tudo acabou se modificando em realidades na imersão entre os mundos reais e
virtuais:

Perfil 1.0 — “homo analogicus”: este perfil tem fobia a tecnologia. Aprendeu tudo na
era do papel, do mundo mais físico e presencial. É da era do “cata milho” e da máquina
de escrever. Em geral, tem dificuldade em usar ferramentas tecnológicas, não gosta de
ter senha, não confia nas máquinas. Por isso, costuma passar a senha para outra pessoa
realizar a tarefa, seja secretária, filho, colega. É um alvo fácil para engenharia social.
Perfil 2.0 — “homo semidigitalis”: este perfil está em transição. Cresceu na era mais
analógica, com pais analógicos, avós analógicos e foi forçado a se digitalizar por causa
da necessidade de trabalho (usar computador, ter senha, ter e-mail, ter celular, navegar
na Internet). Para ele, tecnologia é uma obrigação, um mal necessário. Já ousa
pesquisar preço na Internet, mas prefere imprimir a oferta e ir até a loja física para
levar o produto debaixo do braço por garantia. Não costuma baixar conteúdos, mas
aprendeu a colocar a foto dos filhos no fundo de tela do computador e do celular. É
comum já ter computador em casa e assinar banda larga, mas para uso da família, ele
mesmo não usa. Este perfil ainda é sem malícia, sujeito a ser usado como um “laranja
digital”. Perfil 3.0 — “homo digitalis”: este perfil ocorre em geral com aqueles que
ganharam um “videogame” quando eram pequenos ou tiveram acesso à tecnologia
ainda na escola ou na faculdade. Sua principal característica é ter aprendido a usar
24

computador primeiro por motivo de lazer. É bem mais multimídia. Prefere imagens e
áudio a textos. Este usuário participa de redes sociais em geral, gosta de ouvir MP3,
baixar várias coisas na Internet (principalmente se for de graça) e tem uma leve
tendência a fazer “cópia e cola” do conteúdo alheio, sem achar que está fazendo nada
errado. Assim que recebe sua máquina na empresa, já tenta mudar o fundo de tela,
personalizar. Este perfil costuma achar ruim qualquer proibição. Já sabe usar bastante
os recursos, mas não tem o hábito de segurança, costuma deixar a máquina aberta,
usar maciçamente cybercafé ou lanhouse. É conhecido como “sem noção”, faz tudo
sem saber que risco corre, qual a consequência dos seus atos e que danos pode sofrer
ou gerar para os outros. Perfil 4.0 — “homo digitalis-mobilis”: este perfil é a versão
3.0 evoluído com mobilidade, já com uma necessidade de usar tecnologia
independente de onde estiver, ou seja, sua relação de tempo-espaço já foi
transformada. Para ele, desktop é pré-histórico. É pela mobilidade total. Tudo tem de
ser pequeno, portátil, para exercer ao máximo seu direito de ir e vir. Se pudesse não
ia para o trabalho, fazia tudo sem sair de casa, afinal, na era da VPN, do notebook, do
smartphone, do VOIP, da educação a distância e da webconference para quê sair de
casa? Sofre com o excesso de exposição que passou a ter na web. Já vive plenamente
a era dos dados, é tudo por escrito. Não foi educado nas leis, acha que as mesmas não
se aplicam para a Internet, para ele “os fins justificam os e-mails”. É um “sem noção”
que costuma “fazer justiça com o próprio mouse”. Perfil 5.0 — “homo tecnologis
seguro”: este é o usuário evoluído, digitalmente correto, com comportamento ético,
seguro e legal no uso das tecnologias. Não importa sua idade, ele foi ensinado e criou
o hábito da segurança da informação. Sempre se preocupa em fazer do jeito certo, em
estar seguro. Faz sempre back-up, tem plano de contingência pessoal para não ficar
sem seus dados. Já aplica o Manual de Sobrevivência Digital (abaixo). Não acredita
em tudo que vê na Internet. É mais preocupado em preservar sua reputação digital, por
isso mede muito bem as palavras escritas que vai publicar ou enviar por e-mail ou
SMS. Está sempre buscando novas formas de se proteger. Sabe guardar as provas
eletrônicas, sabe fazer denúncia na Delegacia de Crimes Eletrônicos e está preparado
para os novos desafios da sociedade digital. Por este motivo, educação é fundamental.
Formar o usuário digitalmente correto! PECK (2013 p.200)

Tais usuários são fruto da evolução do espaço digital 5.07, onde não havia nenhum
comprometimento com a veracidade da informação, os meios com a segurança de dados eram
comprometidos, e a medida de quantificação da informação.

Com a revolução da internet tal prospecto de perfis mudou, gerando intervenção do Estado
para o resguardo de maneira formalizada com a finalidade de equacionar as lides nos múltiplos
ambientes.

7
Disponível em: <https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/37396976/V3I10-0149-with-cover-page-
v2.pdf?Expires=1633657276&Signature=UH7GFpibAOvh9tPEZwo~a3nxo1NRt-
l1ehp3TrmFVBVfwIGHk7nG1AnqFI3cV4t-
I1RMVjULHQeVS5tySiEG12I7xFiXmTILRAR9qd62d20rXGv92IjUedN5KziYN5XqfDqz-
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ssH6Mvcof8~u5GlY2sLPqvowQPPpjCK14i6xep58eOKdfg8Lfia63Z0O6OOv~cboBxKu3d4sgAdfC3OVY4Yr8
zlkUuqYgyH7BhT1PTOoIBcAubuwg5DZbgABdQvg__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA>.
Acesso em 19/03/2021.
25

2.3. A história sobre os interesses envolvidos na tecnologia

No pensamento de WOLKMER (2006) a existencialidade da vida privada e um segmento


específico do trabalho surgiu a partir de forças do direito apenas da idade média, momento que
houve um principado das indústrias e da formação da produção em grande escala, com os
idealismos de Adam Smith, Karl Marx, Friedrich Engels, Henry Ford, apropriando a formação
humana para realizar procedimentos únicos com o fim de economizar tempo, recursos e custos.
A moeda também é vista como um contrato. A realidade pode ser simulada através de atos
virtuais, podendo atribuir responsabilidade, com a intenção de atribuir e reproduzir ações
bancárias de créditos, débitos, e demais operações. Assim operacional todo capital disponível
através de um procedimento digital que através de redes sociais podem ser organizados, e
operados.

Outra razão foi a virtualização do dinheiro pelos controles reguladores ditos como
bancos mundiais, e suas cotações são geradas diariamente para indicarem o quanto o dinheiro
realmente vale? Atualmente existem 6.3708 tipos de moedas virtuais que ganham destaque no
cenário da economia mundial, entre elas: Bitcoin(฿), Litecoin, Palma, e Ethereum. Aliás o
estudo propõe que a própria moeda se destina como um contrato:

A importância da regulamentação do dinheiro eletrônico torna-se evidente quando tratamos


da questão do cumprimento dos contratos virtuais, posto que, há de se adotar outras formas
de cumprimento, que não se consubstanciem na utilização de papel moeda, sob pena de
engessar o desenvolvimento do comércio eletrônico.
Acreditamos que o que é essencial para aqueles que atuam no mercado das transações
comerciais no espaço virtual é a existência de regras claras e seguras. O atingimento de tal
situação torna-se um pouco tormentoso, quando percebemos que nosso atual sistema jurídico
encontram-se estruturado no uso de suportes escritos em papel para a emissão de declarações
negociais.
Mais uma vez o problema que se apresenta é a ruptura de um paradigma, in casu, a transição
do cumprimento das obrigações pactuadas em meio digital. O primeiro passo para a resolução
da questão da utilização do dinheiro eletrônico é termos em consideração que o valor dos bits
não está neles mesmos, mas sim na utilidade que eles podem proporcionar a alguém. Quanto
maior for a utilidade que deles pode ser extraída, maior será o valor que terão.
Vale anotar que o dinheiro eletrônico se distingue da transferência eletrônica de fundos
(TEF), pois nesta existe a intervenção de um terceiro, em geral, uma instituição bancária,
enquanto que, naquele não há necessidade de autorização ou participação de terceiro. Por este
motivo, alguns doutrinadores preferem reduzir a noção de e-cash a uma mera representação
por meio de um suporte informático de depósitos de dinheiro ou outros valores ou ativos
financeiros, até porque atualmente a maioria dos sistemas de e-cash são do tipo “pré-pago”.
EHRHARDT (2007)

8
COINLIB. Disponível em: < https://coinlib.io/ >. Acesso em 19/03/2021.
26

O início principal das moedas se deu com o Bitcoin que se origina de um protocolo de
código aberto criado pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto em 2008, ninguém sabe sua real
identidade pois acreditam que seja um codinome de alguns cientistas econômicos, mas sua real
função se destina a facilitar pagamentos virtuais diretos, também conhecidos como pagamentos
peer to peer. A sua principal diferença é ser independente e descentralizado de toda a economia
mundial, sem bancos, impostos, burocracias, e taxas, sendo assim de fácil acesso e acumulável
por exemplo em uma carteira virtual, hard disk e pen drivers.

O funcionamento de estabilização da moeda é gerada a partir de diversos códigos que


administram um autocontrole e previsibilidade para a destinação e captação das moedas
virtuais. O bitcoin pode ser ganhado a partir de propagandas e de determinados processos
aleatórios tais como pequenas missões diárias. Tais incumbencias são considerados como atos
de “mineração virtual”, pois exercem um trabalho de procurar moedas na imensidão de
servidores da internet e da deep web.

Para a legitimidade das informações existem diversos “mineradores” que são usuários
com super servidores que autenticam os blocos de códigos das informações e também ganham
bitcoins ao processá-las, gerando uma rentabilidade e criando ordem para cada um dos
processos do sistema de forma anônima.

Em 2012 ฿1 equivalia a R$2300,00, atualmente a moeda vale cerca de R$230000,00,


um aumento de 100 vezes do capital investido. A moeda se originou na cotação de 1฿ por
R$1,00, nem é preciso falar que muitas pessoas enriqueceram neste mercado de investimento.

Sempre foram grandes as polêmicas quanto as intenções de uso da moeda, por não ser
tão usual, mas depois de 13 anos de atuação percebe-se uma certa credibilidade, pois seus
“mineradores” legitimadores aumentaram, e pela facilidade de troca pela moeda referência
dólar.

A única vez que ela acabou se desvalorizando de maneira drástica foi em 2013, mas
nunca chegou a seu valor base inicial. Tal desvalorização aconteceu pela especulação, em que
os principais bancos chineses e russos queriam ilegalizar tais transações em seus países por uma
falha em códigos de criptografia descobertos pelo governo japonês, e que tal falha poderia
influenciar na cambiagem de forma arbitrária, a fim de criar uma bolha especulativa e
privilegiar, ou até roubar carteiras dos usuários. Houveram também boatos relacionados a
27

cibercriminosos que conseguiram desvendar tal falha e roubaram cerca de 3 milhões de dólares,
mas nada além de boatos.

As bitcoins voltaram devidamente protegidas com seus códigos reformulados para o


mercado após esse trágico fato, e desde então viabilizam diversas transações no mundo sem
muitos preconceitos. Recentemente diversas grandes empresas de tecnologia estão investindo
na moeda pela facilidade de uso diário.

A legislação referente o Imposto de renda9, impõe o pagamento de tributos relacionados as


criptomoedas.

O conceito adotado para operações monetárias virtuais, advêm da ideia semântica de chaves
e fechaduras separados em blocos de dados, articulados de forma segura e anônima, é definida
com a expressão popular blockchain:

é um “livro razão distribuído”, é um protocolo seguro no qual uma rede de computadores


verificar de forma coletiva uma transação antes de registrá-la e aprová-la. A tecnologia que
sustenta o blockchain cria confiança, permitindo que as pessoas que não o conheçam (e
portanto, não tem nenhuma base subjacente de confiança) colaborem sem ter de passar por
uma autoridade central neutra - ou seja um depositário um livro contábil central. Em essência
o Blockchain é um livro contábil compartilhado, programável, criptograficamente seguro e,
portanto, confiável; Ele não é controlado por nenhum usuário único, Mas pode ser
inspecionado por todos. Se, agora, a tecnologia do Blockchain registrar transações financeiras
feitas com moedas digitais, futuramente ele servirá para registrar coisas bem diferentes como
nascimentos e óbitos, títulos de propriedade, certidões de casamento, diplomas escolares,
pedidos asseguradoras, procedimentos médicos e votos essencialmente, quaisquer tipos de
transações que possam ser transformadas em códigos THAMAY (2020 p.172-173)

Elas podem ser facilmente guardadas, e transacionadas, e a linguagem ou câmbio pode ser
facilmente alterado, além da vantajosa consulta compartilhada. Cada processamento é realizado
de forma a estruturar dados inicialmente independente, para futura armazenagem, composição,
e comparação de dados – modelo disposto ANEXO 7.

Trazer a realidade do comportamento do consumo mostra que é inquestionável a


utilização de novas moedas no cenário econômico. Ao mesmo tempo o capital se torna: produto,
investimento e consumo. O site EXAME10 mostra a preferência dos mais jovens pelas moedas,
mas para compreendimento, é exposto o contexto histórico.

9
Receita Federal nº 1888/2019
10
EXAME. Disponível em:<https://exame.com/future-of-money/dinheiro-tendencias/pesquisa-70-dos-millenials-
preferem-bitcoin-ao-ouro-como-porto-seguro/>. Acesso em: 08 de outubro de 2021.
28

Os crimes virtuais são identificados em geral pela usurpação de uma estrutura virtual, o
excesso de informação captada e gerada pelo indivíduo.

Ainda temos como interesse a quantidade e qualidade de informação e conhecimento, que


é abordado por PAESANI (2013) sobre o direito da sociedade da informação, e no controle
desses meios. Caso não haja a devida segurança na informação tal como comprometimento no
tratamento de dados, e sigilo, a estrutura acaba se tornando questionável para transação de
ilicitudes e crimes como iremos tratar adiante.
29

3. ROTINAS COTIDIADAS INFLUÊNCIADAS PELA VIRTUALIZAÇÃO

As ações mais rescentes referentes ao mundo virtual, são importantes, mas ficam
ultrapassadas ao ponto que não há previsibilidade do legislador, sendo este o problema do
direito em sua essência, é a espera da ocorrência do evento, ou erro, para a sua discussão, e por
tal instância, torna factível a um processo real e contável11. Não vimos nenhum legislador em
menos de vinte e um anos discutindo sobre o tema do mundo virtual, até porque ele nem existia.

Já foi percebido que o homem mudou, e o espaço também, mais quais foram de fato o
resultado dessas mudanças? Além do interesse das empresas quererem investir na internet,
houve a dinamicidade da informação, e isso impactou o homem em sua rotina, trazendo mais
controle em suas ações.

Em âmbito civil se dão pela exposição de dados que inflingem a imagem, a honra, e
personalidade da pessoa (qualificados em calúnia, injúria e difamação) utilizados através de
redes sociais, e sites diversos.

DUARTE (2021), apresenta dados do ano de 2020 que desenvolvem-se em um uso da


tecnologia no período de um ano devido severa aplicação de medidas restritivas impostas pelo
COVID-19. Por este motivo a tele audiência12 foi regulada, sendo um caso crítico também para
procedimentos na esfera civil, de cunhos trabalhistas13- disposto no ANEXO 9:
DIFERENÇAS ENTRE HOME OFFICE E TELETRABALHO.

Na área da educação, no cenário brasileiro em meio à pandemia pelo COVID-19, foi


criado um canal de educação continuada chamado EDUPLAY14 para estimular o jovem ao
estudo.

Não há nenhuma legislação brasileira que proíba ou vete a utilização de prova eletrônica. Ao
contrário, o Código Civil e o Código de Processo Civil aceitam completamente o seu uso,
desde que sejam atendidos alguns padrões técnicos de coleta e guarda, para evitar que esta
tenha sua integridade questionada ou que tenha sido obtida por meio ilícito. Logo, o que

11
Conforme ANEXO 4.
12
Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/diarios/267136853/djsp-administrativo-17-10-2019-pg-6>.
Acesso em 12 de outubro de 2021.
13
Disponível em: <http://www.tjsp.jus.br/Noticias/Noticia?codigoNoticia=60844&pagina=1>. Acesso em 12 de
outubro de 2021.
14
Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/noticias/educacao-e-pesquisa/2021/06/mec-lanca-plataforma-para-
auxiliar-educacao-e-pesquisa-no-brasil>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
30

realmente existe, novamente, é o preconceito quanto ao tipo de prova, pois todos nós temos
medo (insegurança) daquilo que não conhecemos. (PECK 2013, p.89)

Além de incentivos a certificações público e privada que são implementas com a


finalidade de ajudar pessoas de baixa renda, com sua função social.

A automação das eleições no Código Eleitoral (Lei Federal nº 4.737/1965), com a


integração de: urnas eletrônicas, verificação de falhas, atualização dos eleitores, contagem de
votos, e elegibilidade dos candidatos.

Na questão jurídica, como podemos difundir e executar as leis brasileiras e de outros


países na internet, verificada que cada uma é deferente da outra, e qual validade em seus
servidores, há potencialidade quanto as políticas de uso, e contratos de adesões? Respondemos
essas perguntas conforme PECK (2021), que relaciona os principais eventos alinhados na
sociedade – ANEXO 8 “MODELO DE PREVISÃO LEGAL”. O quadro expõe que cada
servidor é responsável pela legislação, e qualifica cada tipo de situação.

Durante o desenvolvimento do estudo foi fundamentado qual seria a importância dessas


leis em nossa rotina, quais estão em execução, e a estrutura de limitações. Seguiremos
discutindo os conceitos nos subtópicos.

3.1. Conquistas dos direitos fundamentais, e as leis s no mundo virtual

Os direitos fundamentais aparecem em nossa constituição como garantias mínimas para


que a vida seja valorizada, para adequar os procedimentos do direito, e para equidade. A
dimensão tratada do direito difuso se dá pela terceira e quarta dimensão dos constitucionalistas,
onde não existe um sujeito específico, mas existe o interesse social.

O problema — sobre o qual, ao que parece, os filósofos são convocados a dar seu
parecer — do fundamento, até mesmo do fundamento absoluto, irresistível,
inquestionável, dos direitos do homem e um problema mal formulado: a liberdade
religiosa e um efeito das guerras de religião; as liberdades civis, da luta dos
parlamentos contra os soberanos absolutos; a liberdade política e as liberdades so
ciais, do nascimento, crescimento e amadurecimento do movimento dos trabalhadores
assalariados, dos camponeses com pouca ou nenhuma terra, dos pobres que exigem
dos poderes públicos não só o reconhecimento da liberdade pessoal e das liberdades
negativas, mas também a proteção do trabalho contra o desemprego, os primeiros
rudimentos de instrução contra o analfabetismo, depois a assistência para a invalidez
e a velhice, todas elas carecimentos que os ricos proprietários podiam satisfazer por si
mesmos. Ao lado dos direitos sociais, que foram chamados de direitos de segunda
geração, emergiram hoje os chamados direitos de terceira geração, que constituem
uma categoria, para dizer a verdade, ainda excessivamente heterogênea e vaga, o que
nos impede de compreender do que efetivamente se trata.
31

O mais importante deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de


viver num ambiente não poluído. Mas já se apresentam novas exigências que só
poderiam chamar-se de direitos de quarta geração, referentes aos efeitos cada vez mais
traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá manipulações do patrimônio
genético de cada indivíduo. Quais são os limites dessa possível (e cada vez mais certa
no futuro) manipulação? Mais uma prova, se isso ainda fosse necessário, de que os
direitos não nascem todos de uma vez. Nascem quando devem ou podem nascer.
Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem — que acompanha
inevitavelmente o progresso técnico, isto é, o progresso da capacidade do homem de
dominar a natureza e os outros homens — ou cria novas ameaças à liberdade do
indivíduo ou permite novos remédios para as suas indigências: ameaças que são
enfrentadas através de demandas de limitações do poder; remédios que são
providenciados através da exigência de que o mesmo poder intervenha de modo
protetor. As primeiras, correspondem os direitos de liberdade, ou um não-agir do
Estado; aos segundos, os direitos sociais, ou uma ação positiva do Estado. Embora as
exigências de direitos possam estar dispostas cronologicamente em diversas fases ou
gerações, suas espécies são sempre — com relação aos poderes constituídos, apenas
duas: ou impedir os malefícios de tais poderes ou obter seus benefícios. Nos direitos
de terceira e de quarta geração, podem existir direitos tanto de uma quanto de outra
espécie. BOBBIO (2004 p.8)

Ou seja, qualquer atribuição ou limitação do Estado fica pendente da constituição, e o


direito virtual não fica diferente em seu regramento.

Direitos fundamentais do homem constitui a expressão mais adequada a este estudo,


porque, além de referir-se a princípios que resumem a concepção do mundo e
informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para
designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele
concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas.
(SILVA, 2000 p.182)

Neste estudo, acompanha-se a produção do conhecimento, em que um pen-drive, ou uma


nuvem virtual, torna-se extensão do seu conhecimento, e fonte de dados de informação.

O elenco dos direitos do homem se modificou, e continua a se modificar com a mudança das
condições históricas, ou seja, dos carecimentos e dos interesses, das classes no poder dos
meios disponíveis para realização dos mesmos, das transformações técnicas etc. Direitos que
foram declarados absolutos no final do século XVIII como a propriedade sacre et inviolable,
foram submetidos a radicais limitações nas declarações contemporâneas; direitos que as
declarações do século XVIII nem sequer mencionavam, como os direitos sociais, são agora
proclamados com grande ostentação nas recentes declarações (BOBBIO, 2004 p.13)

Precede-se que a digitalização e/ou a virtualização, ainda estão ocorrendo, com o


fundamento de toda a regularização de dados referente documentos nacionais e internacionais
de toda a sociedade, tais como emissão de certificados para: Registros Gerais, Registro Nacional
de Estrangeiros, Certidões de Pessoas Físicas, Certidões de Pessoas Jurídicas, e Carteiras de
Habilitação. O acesso segue como procedimentos que viabilizem identificar os indivíduos, e
preservar a individualidade. Este já é instrumento que pode ajudar o controle do Estado, e ainda
realizar uma melhora na desburocratização pública na identificação. Quando favorecido ao
32

governo tal segmentação é implementada em diversas áreas compartilhadas, respeitando o


direito à informação.

No momento em que existe uma ordem sobre os conceitos:

Na medida em que a ordem constitucional elevou a dignidade da pessoa humana a


fundamento da ordem jurídica, houve uma opção expressa pela pessoa, ligando todos os
institutos à realização de sua personalidade. Tal fenômeno provocou a despatrimonialização
e a personalização dos institutos jurídicos, de modo a colocar a pessoa humana no centro
protetor do direito. O princípio da dignidade humana não representa apenas um limite à
atuação do Estado, mas constitui também um norte para a sua ação positiva. O Estado não
tem apenas o dever de abster-se de praticar atos que atentem contra a dignidade humana, mas
também deve promover essa dignidade através de condutas ativas, garantindo o mínimo
existencial para cada ser humano em seu território. (DIAS, 2009. p. 62)

Proporcionando um limite na intervenção do Estado, nos impactos referidos


principalmente à privacidade e na seguridade, mas acolhendo posteriormente os demais direitos
fundamentais dispostos em nossa constituição.

PECK (2013) dispõe em seu estudo os temas que influem no contraponto do direito
fundamental: a Privacidade do Indivíduo em relação à Segurança Pública Coletiva; A Liberdade
de Expressão em relação à Responsabilidade; Identidade Obrigatória em relação ao Anonimato;
Proteção de Dados em relação ao Acesso à Informação; E os Crimes Digitais Não Tipificados.
Tais aspectos influem diretamente com os direitos fundamentais relacionados à constituição
brasileira. Expõe que atualmente a incorporação das tecnologias é regida independentemente
por cada estado, mas válido em todo o território brasileiro.

HOESCHL (2002) desenvolve um pensamento sobre a “introdução ao governo


eletrônico”15 dando as responsabilidades de: logística de dados, proteção de dados,
comportamento em relação a informação, apresentação da informação, e criação de
conhecimento.

Outro tema relevante é o caráter humanístico, no Brasil aguarda-se 70 anos após a morte
do autor para poder ser considerado de domínio público. Um período que retira qualquer tipo
de integração do movimento social. Além de um defasamento tecnológico imposto pela
economia, ainda existe o caráter de mesquinharia da informação. Quando há vulnerabilidade
individualizada a responsabilidade é individualizada, mas quando há interesse público como o
da educação e entretenimento, deveriam ser mudados os critérios de avaliação, vendo os termos

15
HOESCHL (2002) Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1116736/introducaogovernoeletronico-dr-hugo-
cesar-hoeschl> Acesso em 08 de outubro de 2021.
33

de uso da página acessada, e os moldes sobre o interesse financeiro. Verificado que a


reprodução com ganho monetário se caracteriza como pirataria.

Neste momento há necessidade de argumentação sobre fatores financeiros, autorais, e


quesitos de segurança da informação. A partir do momento que você coloca qualquer arquivo,
criptografado ou não em ambiente da internet, você possui a intenção de reprodução, sendo
responsável pela informação. PECK (2014) concorda com o direito autoral, respeitando a lei
sem se posicionar a outra perspectiva, já por outra vertente HOESCHL (2002) acaba tendo a
elucidação e confrontamento, da acessibilidade, e do livre acesso a informação. Existe todo um
controle midiático, sob o poder da informação, que no início da revolução da internet não
existia. Isso devido a exploração do meio para o fim comercial. A afirmação de HOESCHL
(2021, p.93): “Com a devida vênia, é necessário discordar desta diretriz. Os cidadãos e
consumidores é que têm bons motivos para lançar uma ofensiva jurídica e moral contra essa
lamentável tentativa pós-moderna de dominação, travestida de moralização do mercado”.

Algumas medidas jurídicas globais podem materializar remédios eficazes, desde a


desapropriação dos direitos autorais dos grandes conglomerados até a tributação
direcionada, passando pela imposição da divisão interna dos lucros obtidos com o
programa, a qualquer título. No âmbito da ética, sobretudo no plano institucional, a
pirataria goza do uma situação de destaque, mas é muito importante que se defina, sem
ingenuidade, quem são, realmente, os corsários.” HOESCHL (2021,p.96)

LEVY (2020) apresenta que o instrumento utilizado da internet originalmente se dedicou


a proferir e disseminar o conhecimento, e com a intenção do interesse monetário, houve
necessidade de adequação para a lucratividade em massa.

Qualquer conteúdo que você faça ou possua autoria, deve possuir consentimento sobre a
possibilidade de ser reproduzida e disseminada. As fontes tradicionais do direito ainda colocam
a questão da autoria, que na internet acaba se desvirtuando um pouco, justamento pelo
compartilhamento agrupado em redes sociais e P2P (peer to peer). Tais compartilhamentos
ainda devem ser melhor discutidos, pois a pirataria que pertence a grupos de poderes
alternativos que podem financiar o crime organizado.

A pirataria de produtos, influencia diretamente na prejudica na arrecadação de impostos,


envolvendo as leis:

Lei nº 9.610/98 (Direitos autorais): qualquer atividade realizada com uma obra sem
autorização do seu autor se caracteriza como crime de contrafação (cópia não
autorizada de uma obra, total ou parcial). (art. 5º, VII, i).

Lei nº 8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor): estabelece que a


prática de contrafação é crime, pois induz o consumidor ao crime. (art. 66)
34

Lei nº 8137/90 (Crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de


consumo): identifica também como prejudicados pela violação dos direitos de
propriedade intelectual, além dos autores e consumidores finais, também a União
Federal, os Estados e Municípios, que deixam de arrecadar impostos. (art. 7º, VII)

O conhecimento acaba se tornando poder em qualquer cultura, e deve ser ilimitado a todos
os seres. Sendo necessário o compartilhamento, transparência, e hibridismo para que todos
possam usufruir desse gozo da informação, a posterior realizar o ato da descoberta do
conhecimento, em que há a reciprocidade do indivíduo possuir o dicernimento do pensamento
livre para poder se expressar. Por este motivo LEVY(1999) caracteriza a descentralização da
informação e de poderes como possível solução.

Neste aspecto, de descentralização age a função da justiça com ação de ser provocada, o
processo, o direito à ampla defesa e contraditório, além da acessibilidade. A assistência jurídica
integral é garantia fundamental e universal, e também acaba se tornando direito fundamental.

3.2. Função na atualidade do Advogado


Como visto, a função do advogado na sociedade é essencial, para fazer o possível a um
terceiro, para que consiga os direitos de forma politizada.

A profissão é regulada pelo código de ética, normatizado pela Ordem dos Advogados do
Brasil, e possui a dinâmica da postulação e da legitimidade.

Precisamos acompanhar que o profissional será mais capacitado e possuirá mais


desenvolvimento em uma determinada area, se tornando especialista, e com a entrada de novas
tecnologias novos segmentos aparecem.

Para compreendermos o cenário atual, precisamos ter a conscientização de que existem dois
tipos principais de atuação:

-Contencioso Desrespeito aos Direitos Autorais, criação de sites falsos com o objetivo
de fraudar o consumidor, violação de privacidade e exposição de intimidades sem o
consentimento, fake news. Para advogados que atuam dentro do ramo contencioso,
além de uma boa base de processo civil é fundamental estar ligado aos
posicionamentos da jurisprudência que englobam questões do meio digital.
-Consultivo A venda de produtos e serviços pela internet trazem dúvidas aos
empreendedores que precisam realizar transações online sem ferir os Direitos do
Consumidor e o Direito Civil. Para atuar no consultivo, o advogado deve conhecer a
legislação e também o funcionamento de negócios digitais. (THOMSON REUTERS
2021, p.5)
35

De forma simplificada:

- O Consultivo: que visa ação preventiva ao ato da realização;

- E o Contencioso: quando já tomou proporção para possuir efeitos e existir.

PECK (2021), bem como outros advogados já mostram a atuação de um advogado na


área digital, realizando coletâneas de decisões. De toda maneira para elucidar o pensamento
será exposto no decorrer dos capítulos. O profissional utiliza de ferramentas para consultar
decisões, e fica inteirado sobre o prisma jurídico com prática para o devido processo legal.

Deixamos os dados referente as principais leis brasileiras que tratam os assuntos:

A) Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011);


B) Lei Carolina Dieckmann ou de crimes informáticos (Lei nº 12.737/2012);
C) Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014);
D) Decreto nº 8.771/16, que regulamentou alguns aspectos do Marco Civil;
E) Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018);
F) Decreto nº 9.854/2019, que institui o Plano Nacional de Internet das Coisas;
G) Decreto Nº 7.962/2013 - Regulamentou o Código de Defesa do Consumidor, para dispor
sobre a contratação no comércio eletrônico.

Todas essas leis, serão tratadas e apresentadas de maneiras mais específicas em sua
cronologia durante o estudo percebendo sua necessidade cronológica.

3.3. Lei de Acesso à Informação


A lei instituída por Dilma Roussef, visa a transparência nas operações públicas para
combater contratos abusivos, e desvio de dinheiro. São geridos pelos órgãos: Controladoria-
Geral da União (CGU), e Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI), que
analisam os dados relativos aos recursos apresentados a essas instâncias com aplicação da
publicidade dos dados dos órgãos públicos: do judiciário, do legislativo, e do executivo.
Virtuam com o princípio básico da administração pública, para realizar qualquer solicitação é
necessário entrar no site da instituição16.

Com a aprovação no Brasil da Lei de Acesso a Informação, ou LAI, Lei n.


12.527/2011, o princípio que passa a vigorar no tocante aos dados que estão na
Administração Pública e nas empresas de Economia Mista é o da publicidade e
transparência (art. 3º, I), ou seja, toda informação nasce pública e só terá seu acesso
protegido se estiver enquadrada nas hipóteses legais que justifiquem essa medida de
segurança (previstos nos arts. 23 e 24 do mesmo diploma legal). Isso demonstra a
cobrança do próprio povo brasileiro para que o Poder Público cumpra com o dever de
assegurar a gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua

16
Acesso a Informação. Disponível em:<https://www.gov.br/acessoainformacao/pt-br>. Acesso em 08 de Outubro
de 2021.
36

divulgação. Apenas excepcionalmente as informações serão protegidas, em princípio,


só nos casos em que estiverem arroladas como sigilosas, se representarem um risco à
segurança ou à soberania nacional, ou se já estiverem protegidas por outra lei, como
ocorre com o segredo de justiça e com o segredo industrial, este último previsto na Lei
n. 9.279/96. PECK (2013 p.48)

Caso haja a negativa de algum órgão sob a prestação de contas, o requerente possui dez
dias para entrar com um recurso, sendo o chefe responsável da area competente para tratar da
resposta tendo um novo prazo de dez dias para resposta, caso haja novamente a negativa, dentro
de cinco dias é necessário fazer um novo recurso para a autoridade máxima, tendo novamente
mais cinco dias para resposta. Tal recurso pode ser manifestado novamente pela Controladoria-
Geral da União, e novamente pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
determinando o pedido a ser reavaliado pelo Ministro de Estado. Atualmente são recebidos
cercade novecentas solicitações por dia17 em ordem ascendente durante os anos. Uma parcela
da sociedade está aumentando o interesse no acesso de informações relevantes ao governo,
possuindo um prazo médio de resposta de doze dias, mas tal curiosidade ainda é pouca mediante
a população completa.

3.4. Lei Carolina Dieckmann

Com o avanço da tecnologia e a democratização, o acesso facilitado ao ambiente virtual


e as redes sociais, ficou evidente a necessidade dos crimes cometidos no ambiente virtual serem
tipificados pelo sistema judiciário brasileiro, de forma a ser criada uma alteração no Código
Penal Brasileiro para se adequar as condutas cibernéticas.

Em 2012 foi sancionada a Lei Carolina Dieckmann, Lei nº 12.737/2012, que tem por
objetivo abranger os delitos informáticos e os crimes virtuais, com foco nas invasões de
dispositivos que acontecem sem a permissão do proprietário.

A Lei recebeu o nome de Carolina Dieckmann devido ao ocorrido com essa atriz em
2011, um hacker invadiu seu computador pessoal, onde subtraiu fotos intimas da atriz e exigiu
o valor de R$10 mil para não publicar as fotos abertamente na mídia, essa exigência foi recusada
pela atriz que acabou tendo suas fotos intimas divulgada na internet.

17
LAI. Disponível em: <https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/46424/5/Relatorio_LAI_CN_2019.pdf>.
Acesso em 09 de Outubro de 2021.
37

Antes do surgimento da Lei nº 12.737/2012, já era considerado crime invadir ambientes


virtuais e adquirir dados pessoais, mas não existia nenhuma lei ou norma tratando diretamente
do assunto, o que de fato ensejou a criação da referida lei.

Desta forma, a Lei Carolina Dieckmann atingiu diretamente o Código Penal,


acrescentando o artigo 154-A e o artigo 154-B em sua redação, de forma a prever os crimes que
decorrem do uso indevido de informações e materiais pessoais que se remetem á privacidade
de uma pessoa na internet. Assim dispõe:

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de
computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
[...]
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou
indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios
ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

Esta alteração consiste em relacionar a invasão de qualquer dispositivo informático


alheio, independentemente se estiver conectado á internet ou não, o fato é ter a pratica da
violação de mecanismos de segurança com o objetivo de obter, adulterar ou destruir dados sem
a autorização do proprietário do dispositivo. Ou ainda, instalar vulnerabilidades nos dispositivos
para obter vantagens ilicitas, como é caso dos vírus ou malwares. Há notícias de sequestros
remotos dos mais diversos aparelhos como: computadores18, drones19, até cinturões de
castidade20.
O direito difuso mostra a integração:

Não é preciso que se peça, de cada vez, uma tutela referente a direito individual homogêneo,
em outra ação uma de direitos coletivos em sentido estrito e, em outra, uma de direitos
difusos, notadamente em se tratando de ação manejada pelo Ministério Público, que detém
legitimidade ampla no processo coletivo. Isso porque, embora determinado direito não possa
pertencer, a um só tempo, a mais de uma categoria, isso não implica dizer que, no mesmo
cenário fático ou jurídico conflituoso, violações simultâneas de direitos de mais de uma
espécie não possam ocorrer”. Estou totalmente filiado ao entendimento constante do acórdão.
(CARVALHO 2020 p.512)

18
Disponível em:<https://blog.superlogica.com/condominios/ransomware-sequestro-de-dados/>. Acesso em 08
de outubro de 2021.
19
Disponível em:<https://www.kaspersky.com.br/blog/drone-gone-in-11-ms/7297/>. Acesso em 08 de outubro de
2021.
20
Disponível em:<https://istoe.com.br/hacker-invade-cinto-de-castidade-sequestra-penis-de-usuario-e-pede-
resgate/>. Acesso em 08 de outubro de 2021.
38

Caso haja qualquer tipo de intervenção ao acesso da justiça ou a fatos relativos aos direitos
coletivos, impetra-se mandado de segurança, não sendo necessário sequencialidade para a
solicitação, haja visto que o próprio ministério público também garantirá auxílio se houver
desfavorecimento do interesse.

3.5. Marco Civil


Temos como Marco Civil a Lei N° 12.965/2014, que segundo KLEE (2015) mostra o
desenvolvimento das mudanças de hábitos gerados com a normatização dos atos, com o
anonimato, a proteção de dados, questões relacionadas ao direito do consumo, a liberdade de
expressão, e respeito a intimidade.

HOESCHL (2021), no capítulo 7 destaca “A liberdade de expressão e comunicação na


internet”, dispondo pontos a serem pensados nestes aspectos. Há consonância este estudo a ideia
da liberdade de expressão, de vedação a censura, e da exposição de livre manifestação (com
exceção ao discurso de ódio):

o discurso de ódio se configura como tal por ultrapassar o limite do direito à liberdade
de expressão, incitando a violência, desqualificando a pessoa que não detém as
mesmas características ou que não comunga das mesmas ideias, e ao eleger o
destinatário como “inimigo comum” incita a violência e seu extermínio, o que fere
frontalmente o valor que serve de sustentáculo para o Estado democrático de direito,
qual seja, a dignidade da pessoa humana21

O Marco Civil da Internet fixa diretrizes, princípios, garantias, direitos e deveres para o
uso da internet no Brasil. Dispõe e regula a questão de usuário e servidores de acesso,
desenvolve também o regimento sobre a utilização da internet em território nacional,
determinando como o Estado deve agir dentro das redes, utilizando-se de regras do direito (civil,
trabalhista, penal, do consumidor, etc).

A lei se deu pelo fato de que no início da utilização da internet não havia determinação
sobre a licitude ou ilicitude, trazendo lides para o mundo real, como se tudo por esse meio fosse
permitido e nada fosse passível de penalização.

– Supremo Tribunal Federal – Recurso Extraordinário nº 1.057.258: apesar de ainda


não ter sido julgado, discute o dever de empresa hospedeira de sítio na internet
fiscalizar o conteúdo publicado e de retirá-lo do ar quando considerado ofensivo, sem
intervenção do Judiciário.

21
SILVA, Rosane Leal da; BOLZAN, Luiza Quadros da Silveira. Discurso de ódio: liberdade de expressão ou
violação dos direitos humanos?. Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/Trabalhos/7116.pdf>.
Acesso em: 08 de fev. 2019.
39

– Supremo Tribunal Federal – Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) nº 51: o


compartilhamento de dados controlados por provedores de acesso à internet sediados
no exterior, em razão do crescimento e dependência da obtenção desses dados como
elemento de evidência na persecução criminal.

Surge da necessidade de proteger os dados pessoais indevidamente usados por terceiros,


uma vez que o simples fato de um dado ser exibido publicamente no meio digital ou
encaminhado para terceiros não garante àquele a sua utilização ou exibição de forma não
autorizada. Vejamos sua redação:

Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios:


I – garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento,
nos termos da Constituição Federal;
II – proteção da privacidade.”
É seguindo esse raciocínio que o art. 7 da mesma lei traz a exigência de consentimento
livre e expresso por parte do usuário, bem como dos direitos de inviolabilidade da
intimidade e da vida privada.
Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são
assegurados os seguintes direitos:
I – inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
VII – não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de
conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimento livre,
expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei.

Além disso, através do Marco Civil da Internet, em seu art. 19, diz respeito à relação
existente entre o direito à liberdade de expressão e responsabilização subjetiva dos provedores
de aplicação de internet:

Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o


provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente
por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial
específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu
serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como
infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.

Desta maneira, para serem considerados responsáveis, é necessário que os provedores


de aplicação de internet tenham se mantidos inertes quando do cumprimento de ordem judicial
que determinou a retirada de determinado conteúdo ofensivo criado por terceiro, conforme
disposto pelo Superior Tribunal de Justiça na seguinte jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –


PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA – AFASTADA – GOOGLE E
JUSBRASIL – PROVEDORES DE APLICAÇÃO DE INTERNET –
DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO REFERENTE A AÇÃO
TRABALHISTA – REPLICAÇÃO DE CONTEÚDO DE TERCEIRO –
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA – ARTIGO 19 LEI 12.965/2014 (MARCO
CIVIL DA INTERNET) – DEVER DE INDENIZAR – AFASTADO – LITIGÂNCIA
DE MÁ-FÉ – NÃO CONFIGURADA.
– É entendimento pacífico do STJ, com respaldo na Lei 12.965/2014 (Marco Civil da
Internet), em seu artigo 19, que aos provedores de aplicação de internet incide a tese
40

da responsabilidade subjetiva, segundo a qual eles somente se tornam responsáveis


solidariamente com aquele terceiro que gerou o conteúdo dito ofensivo se, diante de
uma ordem judicial determinando a retirada de algum conteúdo do ar, não tomarem
as providências necessárias para a sua remoção, se mantendo inertes.

Por fim, não cabe aos provedores de aplicação de internet o exercício de controle prévio
de informações postadas em sites por terceiros, inclusive porque se ocorrer de ser exigida essa
atuação estaria sendo exercida censura, em nítida ofensa ao princípio constitucional da
liberdade de expressão. A lei expressa a responsabilidade subsidiaria, contudo, a doutrina leva
a compreender que novos sistemas que acompanham os avanços promovidos pela tecnologia,
inclusive o da segurança da informação, e o nosso sistema jurídico brasileiro observou a
necessidade de regular as relações intrínsecas ao uso da internet, ocasionando no surgimento de
responsabilidade solidária nos casos de não agir com a devida seriedade da capacidade
estrutural.

3.6. Segurança da Informação


PECK (2013) incentiva o uso consciente da informação, como criar e guardar senhas,
verificando hábitos de comportamento, e confrontamento de informações. Quando relacionado
a atos de criminosos, se dão pela ação do descumprimento de um ato normativo, ou seja,
desobedecer a uma ordem legal tipificada, dada apenas em última ratio, para a reeducação e
socialização do indivíduo. Tal operacionalização é atuada por departamentos específicos de
inteligência das polícias.

A autocomposição com o caráter punitivo, para a “vingança” da sociedade, não deve ser
considerado, pois conforme já mencionado, o homem mudou, tornando-se político participando
do processo evolutivo da virtualização, possuindo consentimento de suas ações.

Diante deste cenário surge a norma ISO/IEC 27002 (antiga 17799:2005), segundo a
qual segurança da informação “é a proteção da informação de vários tipos de ameaças
para garantir a continuidade do negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o
retorno sobre os investimentos e as oportunidades de negócio”

[...]

a) adequar o sistema de controles à crescente complexidade operacional; b) reduzir os


riscos de descontinuidade, parcial ou total, da operação; c) reduzir os riscos de
vazamentos de segredos do negócio; d) reduzir os riscos de fraudes; e) reduzir os
riscos de não cumprimento de obrigações legais; f) atender às recomendações da
auditoria externa; g) adequar o sistema de gestão de riscos em TI aos padrões de
mercado; h) formalizar papéis e responsabilidades de todos os colaboradores; i)
comunicar formalmente o que é permitido ou proibido em relação à manipulação de
informações e uso de sistemas da empresa; j) informar que o não cumprimento da
41

política poderá gerar punições e até mesmo a demissão por justa causa; k) servir como
diretriz para que todas as áreas da organização revejam seus procedimentos, sistemas,
ativos de informação e serviços prestados com o objetivo de tornarem-se conformes à
nova política. PECK (2014 p.77-78)

Devemos lembrar que artigo 5º, Inciso XXXIX, da Constituição Federal de 1988 proclama:
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

De forma simplória, a analogia dos crimes, ou de qualquer contravenção deve ser seguida
da mesma maneira, seja em nossa realidade analógica ou virtual, se o ato realizado for algum
ato tipificado em lei, o mesmo será efetivado como crime. Não há o que se discutir.

A Segurança Pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à comunidade


como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando
manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, garantindo o
exercício pleno da cidadania nos limites da lei. O Poder de Polícia abrange atividade
da Administração Pública, expressa em atos normativos ou concretos, que
condicionam a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Ou seja, é uma ação
fiscalizadora, preventiva ou repressiva, com imposição coercitiva aos particulares de
um dever de abstenção (não fazer), para conformar os particulares os comportamentos
aos interesses sociais consagrados no sistema normativo. PECK (2013, p158)

A segurança da informação conforme é demandada sob tutela jurisdicional de Estado, em


que deve ser provocada, contudo deve-se apreciar que existem crimes financeiros, bem como
de outros gêneros, que acabam sendo disseminados na virtualidade, na atualidade, temos a
disposição dos seguintes preceitos para nos ajudar com tais crimes:

-Lei nº 9613/98 - Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos


e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os respectivos ilícitos
e cria o COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras;

· Instrução CVM nº 301/99 - alterada pela Instrução CVM nº 463/08 - Dispõe sobre a
identificação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os limites e a
responsabilidade administrativa referente aos crimes de lavagem ou ocultação de bens,
direitos e valores;

-Carta-Circular nº 3.680/2013 do Banco Central – Dispõe sobre a conta de pagamento


utilizada pelas instituições de pagamento para registros de transações de pagamento
de usuários finais.

-Carta-Circular nº 2826/98 do Banco Central (BACEN) - Divulga relação de


operações e situações que podem configurar indício de ocorrência do crime de
lavagem de dinheiro, e estabelece procedimentos para sua comunicação ao Banco
Central do Brasil;

-Carta-Circular nº 3461/09 do Banco Central (BACEN) - Dispõe sobre os


procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas
com os crimes previstos na Lei nº 9.613/98;
42

-Carta-Circular nº 3430/10 do Banco Central (BACEN) - Esclarece aspectos


relacionados à prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes
previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, tratados na Circular nº 3.461, de 24
de julho de 2009.

-Normas emitidas pelo COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

-Lei nº 12.683/2012 – Altera alguns pontos da Lei nº. 9613/98 e agrega importantes
avanços para a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como: a. a extinção
do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se agora como crime antecedente
da lavagem de dinheiro qualquer infração penal;b. a inclusão das hipóteses de
alienação antecipada e outras medidas assecuratórias que garantam que os bens não
sofram desvalorização ou deterioração;c. a inclusão de novos sujeitos obrigados tais
como cartórios, profissionais que exerçam atividades de assessoria ou consultoria
financeira, representantes de atletas e artistas, feiras, dentre outros;d.aumento do valor
máximo da multa para R$ 20 milhões.

Tais leis e cartas são impostos pelo Ministério da Economia (M.E.), e pelo Banco Central
(BACEN) que por intermédio da lei nº 13.974 gere o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (C.O.A.F.), tendo uma atividade mais específica na lavagem de dinheiro.

O COAF é responsável por produzir e gerir informações de inteligência financeira


para a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo
e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa e promover a
interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e
internacionais que tinham conexão com a matéria.22

Essa mudança no prisma político, ensejou mais rigor nas instituições de pagamento, para
planejamento e execução de cuidados com a segmentação a area do direito entendida como
compliance.

3.6.1. Compliance

O termo compliance é uma palavra inglesa do verbo “to comply” que deriva do significado
de conformidade, advém do direito digital / direito difuso, em sua modalidade consultiva que
visa anteceder um possível erro, ou em sua modalidade contenciosa que tenta verificar erros já
ocorridos. É uma maneira para estabelecer uma organização, e uma tentativa de anteceder
futuros erros e mediar problemas tendo a intenção de minimizar consequências negativas do
descumprimento da legislação e regulamentos.

O compliance digital é definido através de uma política, criada pelo conjunto de praticas de
segurança e protocolos, através do qual uma empresa sendo ela pública ou privada, busca
proteger dados e informações sigilosas de ataques ou de uso criminoso. É a união entre a

22
Disponível em: <https://planejar.org.br/wp-content/uploads/2021/01/Material-de-Estudo-O-que-muda-na-2a-
edicao-2.pdf>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
43

conformidade, à lei e a tecnologia da informação para a gestão de riscos. Esses riscos estão
ligados ao uso indevido de informações e ao vazamento de dados, a invasão pode ser
caracterizada por malwares, phishings, propriedade de softwares, algoritmos, engenharias
sociais, entre outras formas de exploração.

O conceito surgiu segundo COLEÇÃO COMPLIANCE (2021), pela adequação do mercado


a se fundir com tecnologias, para conseguir um controle, e evitar fraudes.

Hugo Cesar Hoeschl, ex-procurador da Fazenda Nacional, em 2014 realizou um estudo de


fraudes23, com conceito de Newcomb Benford24. Diferentemente do posicionamento abordado,
a estatística pode se tornar uma ferramenta para as análises, mas pode ser utilizada para ver os
dados que mais se adequem as situações, vagando marges de erros que podem ser perigosas, e
o conceito pós-modernista não possui a intenção de retroceder em tecnologias, mas de se
aperfeiçoar contra erros, assim como outros métodos que possam evidenciar falhas.

Assim, o compliance digital se estrutura num programa de protocolos, procedimentos e


regulamentos que visam adequar as práticas a normas de conduta e segurança internas e
externas.

Os principais motivos para a sua realização na história foi a organização de ataques


terroristas, como é contado no documentário da Dirty Money25

Visa adequar a empresa sobre seus possíveis riscos e conformidade sobre:

- Ausência de orientações normativas;

- Desalinhamentos às legislações aplicáveis;

- Falta de ferramentas preventivas adequadas;

- Falhas na gestão de processos;

- Operações sem um estruturado sistema de informação.

Com as ações de rotina para a verificação de dados sobre:

23
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NOuUY9SHG34>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
24
Disponível em: <https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/aplicacoes-da-lei-de-benford-a-auditoria-de-obras-
publicas.htm>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
25
Dirty Money. Netflix, 2018.
44

-Identificação e Mapeamento de Riscos;

-Conheça seu funcionário, seu cliente, e seu parceiro comercial;

-Realização de políticas.

Agora que o estudo mostrou a teoria do compliance, deve ser compreendido o caráter
antagonista que é o conceito de terrorismo:

O conceito de terrorismo cibernético é utilizado quando nos referimos ao uso da internet para
propagar e executar atitudes violentas que gerem graves danos materiais, mortos e feridos ou
danos psicológicos (terror) na população, com a finalidade de obter vantagens militares,
religiosas, econômicas, políticas ou ideológicas. Práticas que interrompam propositalmente
o funcionamento das redes de computadores, principalmente de computadores pessoais
conectados à internet, por meio de vírus, códigos e dispositivos maliciosos, também podem
ser consideradas como terrorismo cibernético, desde que atendam a algumas exigências.
(COLEÇÃO COMPLIANCE, 2021, Vol. 3, RB.4.3)

É digno de reconhecimento pela falácia de “ajuda social” através da quebra de


procedimentos. O terrorismo em geral assume uma forma amistosa para tentar criar prejuízos,
quebras e ropturas sociais.

Aliás, existe um raciocínio lógico que leva a interpretação sobre o crime organizado,
que se assemelha a um poder alternativo de um Estado, pelas questões de independência e
autonomia. Visto que o próprio Governo deixa estas situações ocorrerem.

O compliance veio com a implantação de tecnologia para adequação aos meios de


anticorrupção, desde a criação de trocas, até comparativamente a criação da moeda no período
do milagre grego, o capital se dilapiou em créditos e fraudes durante a história. Assim motiva
o crescimento e destruição de grandes Estados, nações e Uniões. Logicamente com a adequação
de processos e tecnologia, pudermos evoluir ao ponto de identificar as falhas de mercados,
sejam elas fiscais ou financeiras para o aperfeiçoamento.

Assim surgiu de forma inicial segundo FGV (2019) partir da Grande Depressão, nos
Estados Unidos da América no ano de 1929 com a criação da Security and Exchanges
Commission (SEC), cuja responsabilidade seria velar o câmbio e valores mobiliários dos
Estados Unidos. Posteriormente, com a formação e desenvolvimento desse órgão de maneira
focada entre o período dos anos seguintes de 1950 a 1960, e a criação do Foreign Corrupt
Practices Act (FCPA), em 1977. Cerca de 25 anos depois, o Reino Unido criou o Bribery Act,
e, em 2013, foi a vez do Brasil criar a lei 12.846.
45

O norte-americano Foreign Corrupt Practice Act (“FCPA”) é um marco na inauguração de


uma nova estrutura de combate à corrupção, com efeitos transfronteiriços. Promulgado em
19 de dezembro de 1977, o FCPA foi o resultado de uma extensa investigação promovida
pela SEC sobre contribuições eleitorais ilegais à campanha presidencial para a reeleição de
Richard Nixon, notavelmente consolidada como “Caso Watergate”. COLEÇÃO
(COMPLIANCE, 2021, Vol. 4, RB.1.2 )

Desenvolve-se o “compliance” para o aperfeiçoamento inicial, porém só foi novamente


dada a importância após o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York.

No Brasil, em 1998 já existia estipulada na lei 9613/98 como prevenção e combate à


lavagem de dinheiro, mas se estendeu pela lei 12846/2013, com medidas paulatinas. Em 2010
a criação do “Bridery Act” também com visões sinérgicas “em 2015, a CGU, Controladoria-
Geral da União, lançou, o manual que traz Programa de Integridade, com diretrizes para
empresas privadas. Os sete pilares apresentados nesse material são: apoio e comprometimento
da alta direção; instância responsável pelo Programa de Integridade; análise de perfil e riscos;
estruturação das regras e instrumentos; e estratégias de monitoramento contínuo.”26.

Em uma vertente de 2013 até 2019 a Agência Francesa Anticorrupção desenvolveu a lei
“Sapin II”, com reflexão investigador Leonardo Martins e Dimitri Dimoulis como
compatibilidade as leis brasileiras, que gerou na França a celebração de quatro transações penais
(chamada Convention judiciaire d’intêrét public – CJIP).

Por outra vertente, quando ocorreu, dois casos colocaram todos em alerta: a Operação
Lava Jato (2014), e o escândalo da acusada Volkswagen (2015). Ambos com envolvimentos
em parâmetros internacionais.

Em 2017 financeiras subordinadas passaram a ser obrigadas a ter e aplicar tais medidas
(regida anteriormente pela Resolução CMN 2554). Em 2019 e 2020 garantiu-se a independência
do departamento de compliance para reportes a órgãos e conselhos, e maiores adequações
quanto a políticas. Possuiu a intenção de prevenções quanto a orientação e treinamento de seus
funcionários para a condição de engajamento de cumprimento das ações, inclusive de forma
anônima.-garantir o comprometimento da alta direção;

-criar códigos de conduta e procedimentos;

26
FGV. Educação Executiva. (2019 p.39)
46

-treinar funcionários;

-mudar estratégias de comunicação e controles internos;

-desenvolver novas avaliações e gestão de riscos

-criar de canais de denúncias;

-monitorar de forma contínua, com investigações internas, due dilligence e medidas


disciplinares.

Em 2018 houve o incentivo para a criação de um site27 para medir de forma perceptiva
graus de riscos e fraudes.

Em 2020 os problemas com operações internacionais que envolvem brushing


(mercadorias não solicitadas com o objetivo de registrar compras falsas, ou o envio de lixo),
envio de produtos irregulares ou tendenciosa com a finalidade de gerar atrasos para a
contraposição do tráfico internacional e avaliações falsas28, smurfing que se determina pela
tentativa de fracionamento de valores, dentre outros golpes e fraudes virtuais em sites, emails,
ou invasões, que violam as leis nº 13.709/2018 (LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais) e 12.965/2014 (Marco Civil) que correspondem a proteção de dados, e segurança na
internet.

Há relatos de questão da autotutela em que alguns países realizam na ocorrência de


fraudes, a exploração de formas mais ortodoxas como: a indução ao suicídio, mutilações, e pena
de morte29.

“Ter um programa de integridade de fato vai além de uma obrigação legal: é a oportunidade
para os grupos franceses de praticarem suas atividades com harmonia entre competitividade
e sustentabilidade”, conclui Chantal Pillet.

“A Lei Sapin II reflete, portanto, uma transformação definitiva no cenário empresarial, em


nome da transparência, da luta contra a corrupção e da modernização da vida econômica”,
finaliza José Paulo Rocha30

27
Disponível em: <https://www.transparency.org/en/cpi/2018>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
28
Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/tecnologia/blog/altieres-rohr/post/2020/10/01/conheca-a-
fraude-que-pode-explicar-as-sementes-misteriosas-que-chegam-da-china.ghtml>. Acesso em 12 de outubro de
2021.
29
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft29129806.htm>. Acesso em 12 de outubro de
2021.
30
Disponível em: <http://especiais.estadao.com.br/deloitte/2018/08/14/nova-revolucao-francesa-no-combate-a-
corrupcao/>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
47

Deve haver comprometimento com o saneamento de vícios, falhas, ingerência, e


imprudência, levando em consideração as muitas falhas no processo fiscal e financeiro que são
chamados como paraísos fiscais. São lugares que não possuem comprometimento com a causa
contra a corrupção, e cobram as devidas taxas e tributos, bem como a falta de recursos para
adequação aos procedimentos anticorrupção. É necessário a compreensão de que existem
diversas moedas alternativas, inclusive no território nacional brasileiro31, que de certa forma
comprometem a estrutura estatal, conteúdo, é necessário contê-los para a utilização da moeda
nacional. Em âmbito mundial é possível identificar as criptomoedas sem um devido cuidado de
integração pelos órgãos governamentais.

Damos a proporcionalidade a autonomia de cada órgão competente, assim,


consideramos as instituições financeiras, de forma geral, que são reguladas pelo Banco Central
do Brasil (BACEN); As instituições que atuam no mercado de valores mobiliários são reguladas
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); E as seguradoras são reguladas pela
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

Para dar confiabilidade, e seguridade ao sistema financeiro, os órgãos acima citados


impõe a implementação de procedimentos de prevenção à lavagem de dinheiro, identificar as
Pessoas politicamente expostas (PEP’s - Circular 3.461), e adotar medidas de especial atenção
de acordo com a norma dos seus órgãos reguladores e as resoluções do próprio Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (COAF).

O COAF, dispõe: sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores;


a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previsto na lei 9.613/98, e indica
conforme o artigo nono, o auxílio de regulação para: bancos, financeiras, seguradoras,
transações de imóveis, joias, objetos de arte, bens de luxos, entre outros que são obrigados
realizar estes critérios. E suas principais competências estão nos artigos 14 e 15 da mesma lei,
sendo:

- Receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas na lei;

31
Cerca de 117 moedas pelo levantamento do site politize Disponível em: <https://www.politize.com.br/economia-
solidaria-moeda-social-caso-de-
palmas/#:~:text=N%C3%A3o%2C%20o%20Real%20n%C3%A3o%20%C3%A9,Fortaleza%2C%20Cear%C3%
A1%2C%20em%201998>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
48

- Comunicar às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis,


quando concluir pela existência, ou fundados indícios, de crimes de lavagem de dinheiro,
ocultação de bens, direitos e valores, ou de qualquer outro ilícito;

- Coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem


ações rápidas e eficientes na prevenção e no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
direitos e valores;

- Disciplinar e aplicar penas administrativa a empresas ligadas a setores que não possuem
órgão regulador ou fiscalizador próprio;

- Residualmente, regular os setores econômicos para os quais não haja órgão regulador ou
fiscalizador próprio, definindo as pessoas abrangidas e os meios e critérios para envio de
comunicações, bem como a expedição das instruções para a identificação de clientes e
manutenção de registros de transações, além da aplicação de sanções previstas no artigo 12 da
lei.

São muitas siglas para compreensão, conteúdo serão sempre as mesmas a serem
utilizadas, então tente recordá-las. Há toda essa regulamentação de órgãos devido a atrativos
para os criminosos agirem, que se tratam basicamente: pelo alto índice de liquidez, pela
subjetividade na valoração dos bens, pela utilização de instrumentos financeiros que viabilizam
o anonimato, por táticas de enganação, e compras não presenciais. São verificados os graus de
crimes virtuais que ocorrem praticamente instantaneamente por tentativas de ataques hackers
pelo site: https://cybermap.kaspersky.com/, e pelo gráfico a seguir:
49

Relatório 2020/3 trimestre - disponibilizado publicamente pela Axur (https://conteudo.axur.com/atividade-criminosa-online-brasil-q3-2020)

Destaca-se as propostas de enganação e roubo de dados e informações que um autor


incialmente hacker, e atual profissional de desenvolvimento de cybersegurança Kevin
Mitnick32cita, sobre a execução de que não há uma total segurança, e que todo sistema possui
considerações a serem implantadas e melhoradas. E segundo Bertolucci (2008, p. 199), que “A
acurada definição do risco é um elemento crítico para o sucesso da gestão de risco”. Sempre
haverá mudanças no mercado financeiro, e há necessidade de potencialização para vê-las como
oportunidades.

Ainda Segundo AXUR (2021) as fraudes estão aumentando com o novo segmento de
PIX entre chaves e informações privadas:

32
MITNICK, Kevin. Arte de Enganar, 2001.
50

Relatório 2021/2 trimestre - disponibilizado publicamente pela Axur:


https://conteudo.axur.com/hubfs/Marketing/Relat%C3%B3rios%20Trimestrais/Q2%202021/Relato%CC%81rio
_de_Vazamento_de_Dados_Q2_completo.pdf?fbclid=IwAR0GDpFb_cBAFszAjWlmggSNjR9gHoarD_g8JhzFF
YJY9uPYv09JmWKWIVw

Para as instituições bancárias, é necessário ver se os erros e vazamentos de informações


decorrem internamente para seu saneamento, pois já houve casos de fraudes de boletos, que
independem da vontade, sendo afluídos por culpa exclusiva da vítima a erros grosseiros33.
Ficando cada vez mais a individualizado e debatido a culpa e sobre a exposição dos dados, e a
questão de segurança e cuidados que o usuário deve possuir.

O fruto e interesse negativo nestas operações são produzidos no sistema financeiro por
três variantes:

· Colocação - É a etapa em que o criminoso introduz o dinheiro obtido ilicitamente no sistema


econômico mediante depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Em
síntese trata-se de aplicação de dinheiro que é ilícito com o objetivo de transparecer lícito.

· Circulação – Nesta fase, o agente utiliza o dinheiro ilegal onde realiza transações suspeitas
e caracterizadoras do crime de lavagem. Nesta fase, são realizadas diversas transações
complexas com a intenção de desassociar a fonte ilegal do dinheiro.

· Integração - Quando o recurso ilegal integra definitivamente o sistema econômico e


financeiro. A partir deste momento, o dinheiro recebe aparência lícita, dificultando identificar
a origem e legalidade dinheiro.

33
Disponível em:< https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2019/dezembro/turma-determina-que-
banco-restitua-cliente-por-valor-pago-em-boleto-falso>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
51

É de extrema importância a informação sobre a guardo dos comprovantes das transações


monetárias para atos públicos, realizados no Brasil para mediação de lides (pela lei nº 5.172/96
previstos nos artigos 173 e 174). Estes deverão ser conservados por um período de 5 anos, que
atualmente se gere através da inserção do CPF em sistemas eletrônicos, como é o caso da “nota
fiscal paulista” para o consumo, mas fica em constância a questão de transações.

No Brasil, onde carece a figura da corrupção privada, a definição de corrupção se conecta ao


desvio da vontade estatal operada pelo agente público, em razão de promessa ou oferecimento
de vantagem indevida de terceiro e do pedido ou do recebimento de vantagem indevida pelo
agente público. Quando o desvio da vontade pública não é casuístico ou meramente resultado
da má índole de um agente em busca de benefício pessoal, mas sim expressão de um modus
operandi negocial incrustado no modelo econômico de um país, chegamos à ideia de
corrupção estrutural. (COLEÇÃO COMPLIANCE, 2021, Vol. 4, RB.1.1 )

Assim qualquer tipo de crime estipulado e tipificado em nosso ordenamento jurídico, se


faz independentemente de ser realizada em uma ferramenta real ou virtual (desde que simulada
de maneira realística, e com efeitos reais), é considerada uma oposição ao controle estatal, e
serão tomadas medidas e atitudes cabíveis pelo Estado, ainda que o indivíduo esteja fora do
país, haverá uma apuração dos fatos e julgamento. Por este motivo há também as listagens, e
reportes internacionais.

-OFAC/SDN:https://home.treasury.gov/policy-issues/financial-sanctions/consolidated-
sanctions-list-data-files

-CSNU:https://www.un.org/securitycouncil/content/un-sc-consolidated-list

-UE:https://webgate.ec.europa.eu/fsd/fsf

-UK: https://www.gov.uk/government/publications/financial-sanctions-consolidated-
list-of-targets/ukraine-list-of-persons-subject-to-restrictive-measures-in-view-of-russias-
actions-destabilising-the-situation-in-ukraine

A rotina se dá basicamente pela estruturação, análise, e verificação de dados relevantes


sobre:

1. Políticas, procedimentos e código de conduta


2. Treinamentos
3. PPE - pessoa politicamente exposta
4. KYC - conheça seu cliente, KYE - conheça seu funcionário, KYP - conheça seu parceiro.
5. Risk assessment - mapeamento de risco
52

6. Controle de redes sociais e proteção dos dados pessoais na economia digital


7. Regularizadores governamentais: coaf e sisbacen.
Por mais que os sites se aparentem réplica de uma iniciativa privada, ajudam com a
resolução de lides evitando o transporte físico de ida ao local, e proporciona um inferior
desgaste emocional. O termo deste litígio possui como sigla de identificação: ODR,
significando Online Dispute Resolution Systems, tal sistemática revoluciona as últimas
décadas, inclusive aplicado nas operações realizadas por PIX.

Atualmente também foi acoplado o “open banking” que deixa a disposição informações do
perfil de usuário, que podem ou não ser utilizadas mediante prévia autorização, podendo ser
utilizadas inclusive por empresas de pagamentos e seguradoras, bem como futura exploração
da área por algoritmos e inteligências34.

Quanto mais canais de denúncias e comprometimento com a alta direção inclusos nos
processos seguem a metodologia da preocupação e a responsabilidade que a empresa possui
com a sociedade.

Conforme dito sobre a confiabilidade dos processos, a ferramenta traz peculiaridades de


assinatura em seus contratos que iremos dispor no próximo subtópico.

3.6.2. Contratos
O contrato é um negócio jurídico que envolve a vontade consentida de duas ou mais
pessoas, sobre um mesmo objeto ou causa, criando, modificando ou extinguindo direitos e
obrigações. São regidos por princípios legais como a autonomia de vontade, a obrigatoriedade
da convenção, o consensualismo, a função social do contrato, a boa-fé objetiva e a relatividade
dos efeitos.

A assinatura digital é uma nova forma de tecnologia utilizada para autenticar


documentos eletrônicos, ela equivale a uma assinatura de próprio punho, para sua utilização é
necessário que exista chaves criptográficas de um certificado digital para identificar o usuário,
proteger as informações e conferir validade jurídica.

Desta forma, com o avanço da tecnologia podemos realizar aquele contrato do


papel de forma virtual, através das assinaturas digitais para dar veracidade aos documentos.

34
Disponível em: <http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/download/4324/371372601>.
Acesso em 12 de outubro de 2021.
53

Esse processo realizado de forma digital é equivalente ao realizado no papel, a


diferença é que não precisa ser registrado em cartório pois o certificado já é autenticado, dentre
os avanços da tecnologia, esse é uma das maiores facilidades, você pode assinar um contrato de
prestação de serviços através de seu celular por exemplo, inclusive sem precisa ir até uma
empresa contratar um serviço de internet ou até uma agência contratar uma viagem.

Do ponto de vista jurídico, o efeito e a validade dos contratos virtuais são totalmente
reconhecidos e válidos. Vejamos decisão do Tribunal de Justiça:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO COBRANÇA - CONTRATO VIRTUAL -


ASSINATURA SUBSTITUIDA POR CÓDIGO DE ADESÃO - VALIDADE -
DOCUMENTO ESSENCIAL APRESENTADO COM A INICIAL. - O contrato virtual é
meio atualmente aceito para se formalizar negócios jurídicos de forma mais célere - A simples
alegação de ausência de assinatura no contrato não exime o réu da obrigação de pagar, diante
da presença de outros documentos que comprovam a prestação dos serviços.

(TJ-MG - AC: 10024113435143001 MG, Relator: Mariangela Meyer, Data de Julgamento:


04/10/2016, Data de Publicação: 21/10/2016)

As assinaturas digitais e eletrônicas são regulamentas por lei e tiveram sua


criação com base na Medida Provisória nº 2.200-2 de 24 de agosto de 2001. In verbis:

“Art. 1o Fica instituída a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para


garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma
eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados
digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.
Art. 2o A ICP-Brasil, cuja organização será definida em regulamento, será composta por
uma autoridade gestora de políticas e pela cadeia de autoridades certificadoras composta pela
Autoridade Certificadora Raiz - AC Raiz, pelas Autoridades Certificadoras - AC e pelas
Autoridades de Registro - AR.”

Apesar da MP acima já garantir a eficácia e validade jurídica das assinaturas


digitais, ainda foi editada posteriormente a Resolução 294/2013 da Superintendência de
Seguros Privados (SPI), que autoriza as transações de seguros através de contratos eletrônicos,
e a Lei Federal nº 11.419/2006 que diz sobre a informatização e nova utilização dos processos
judiciais por vias eletrônicas (PJe).

A execução de títulos extrajudiciais, podem ser tratadas pela autenticação através de um


certificado ICP- Brasil35, dando autoria de forma ativa na assinatura digital biométrica em
formato virtual, garantindo seguridade através dos processos. Possibilitando a execução por
contratos virtuais, sem o famoso “reconhecimento de firma”.

35
Legislação, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2001/2200-2.htm>. Acesso
em 12 de outubro de 2021. Organização por período e segurança das chaves, Disponível em:<
https://www.gov.br/iti/pt-br/centrais-de-conteudo/anexo-1-doc-icp-01-01-v-2-0-final-pdf. Acesso em: 12 de
outubro de 2021.
54

Processual civil. Agravo de instrumento. Execução de título extrajudicial. Exceção de pré-


executividade. Contrato eletrônico. Assinatura digital. Validade. Inclusão do fiador após a
citação do executado. Possibilidade. Art. 264 do CPC (LGL\2015\1656)

APELAÇÃO – AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS – CONTRATAÇÃO


REALIZADA POR MEIO ELETRÔNICO – DOCUMENTOS APRESENTADOS PELA
PARTE REQUERIDA – ESGOTAMENTO DA OBRIGAÇÃO – PRESENÇA DE PEDIDO
ADMINISTRATIVO – RESISTÊNCIA AO PEDIDO INICIAL – HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA DEVIDOS – MAJORAÇÃO – POSSIBILIDADE. A parte requerida
trouxe aos autos todos os documentos inerentes à relação jurídica firmada entre as partes,
possibilitando a verificação de todos os encargos que recaem sobre o contrato, razão pela
qual esgotada está a sua obrigação. Nos casos em que a celebração do contrato se dá por meio
eletrônico, não há falar em exibição do instrumento de contrato impresso e devidamente
assinado pelas partes, uma vez tal documento não existe. A parte que recusa apresentar
documentos dá causa ao ajuizamento da ação exibitória e, por conseguinte, deve arcar com
os ônus de sucumbência. (TJMG – Apelação Cível 1.0290.14.009126-2/001, Relator: Des.
Alberto Henrique, 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 01/10/2015)

MONITÓRIA. EMPRÉSTIMO. DEMONSTRAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA. 1. O


contrato eletrônico, autenticado digitalmente, é documento hábil a demonstrar existência de
relação jurídica entre as partes. 2. Nada nos autos infirma a existência da dívida, ao contrário.
Há elementos suficientes a corroborar existência e valor do débito perseguido. 3.
Observando-se que a sentença não deve ser reformada, porquanto irretocável sua análise dos
fatos e fundamentação, possível a confirmação do resultado, ratificando aqueles
fundamentos, nos termos do art. 252 do Regimento Interno desta Corte. 4. Recurso não
provido. (TJSP; Apelação Cível 1026263-69.2017.8.26.0224; Relator: Melo Colombi; Órgão
Julgador: 14ª Câmara de Direito Privado; Data do Julgamento: 16/12/2020).

O site Contraktor36, sustenta o uso das assinaturas digitais, e a validade jurídica disposta
em legislação disponível, mediante a utilização inclusive nos próprios processos digitais da
União. O mesmo site argumenta a resistência na adesão desses novos procedimentos, devido
“cultura do carimbo e falta de informação”.

Por qualquer tentativa de fraude ou adulteração, os dados ainda deixam rastros do


documento, que o tornam exclusivo por sua criptografia e segurança, sendo necessário um
períto averiguar as informações.

3.6.3. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)


NETTO (2021), afirma que o reconhecimento facial se trata de uma ferramenta,
considerado neste estudo anteriormente, e necessita ter consensualidade em seu uso, incluso em
juízo, sendo direito personalíssimo. A utilização de câmeras, e outras formas de
reprodutibilidade, podem influir o mundo real, e distorcê-lo.

36
CONTRAKTOR, 2020. Disponível em: <https://contraktor.com.br/blog/assinatura-digital/a-assinatura-digital-
substitui-o-reconhecimento-de-firma/>. Acesso em 12/03/2021, sustentado pelas legislação: MP 2.200-2/2001 e
Lei nº 11.419.
55

Atualmente temos a Lei Geral de Proteção de Dados, Lei nº 13.709 que foi sancionada
em 2018, conhecida pela sigla LGPD, ela tem a função de regulamentar uma parte específica
do Direito Digital, que é a segurança e a privacidade dos dados pessoais de usuários da internet,
sendo pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado.

A Lei Geral de Proteção de Dados possui alguns mecanismos utilizados para proteger os
usuários de vazamento de seus dados pessoais, sendo eles:

 Requisitos para coleta, tratamento e compartilhamento de dados por organizações e


pelo poder público;
 Práticas de governança
 Direitos do titular dos dados;
 Dever da responsabilidade e ressarcimento por danos pela proteção de dados;
 Agentes de tratamento
 Sanções; e
 ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados

Através desses mecanismos a sociedade consegue acompanhar como e porque os seus


dados pessoais são coletados, armazenados, por quanto tempo e se ocorre algum vazamento, o
artigo 5º da LGPD trás importantes características dos conceitos utilizados:

Art.5º Para os fins desta Lei, considera-se:


I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa,
opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou
político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
vinculado a uma pessoa natural;
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a
utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em
vários locais, em suporte eletrônico ou físico;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem
as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o
tratamento de dados pessoais em nome do controlador;

Todos os indivíduos possuem dados pessoais, que por um lado, são muito valiosos
economicamente, pois é através desses dados que é possível identificar tendências de consumo,
de comportamentos, religiosas e políticas, servindo de base para que empresas e políticos
conduzam suas estratégias de acordo com esses dados, ou seja, tornando-se uma forma de obter
vantagem.

– Supremo Tribunal Federal – Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) nº 6.387:


decisão que reconheceu o direito fundamental autônomo à proteção de dados pessoais
e o direito à autodeterminação informativa.
– Supremo Tribunal Federal – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.527 e
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 403: possibilidade de
56

decisões judiciais autorizarem o bloqueio de serviços de mensagens pela internet,


como WhatsApp.

A questão tramitava pelo STF, e foi elucidada pela Lei Geral de Proteção de dados que
surgiu para regulamentar atividades relacionadas a esses dados e evitar os abusos que gerem a
violação dos direitos fundamentais. A Lei 13.709/2018 estabelece regras sobre como as
empresas e o poder público tratam os dados, desde a coleta, ao armazenamento. Conforme
disposto no artigo 2º, in verbis:

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:


I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o
exercício da cidadania pelas pessoas naturais. BRASIL(Lei 13.709/2018)

Desta forma, a LGPD tem por objetivo proteger os direitos fundamentais, como o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, a liberdade e privacidade.

Atualmente temos a Lei Geral de Proteção de Dados, conhecida pela sigla LGPD, e a
regulamentação do Conselho Nacional de Justíça, mediam tais características de regularidades
da informação. Os dados abaixo, são classificados:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;


II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa,
opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou
político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
vinculado a uma pessoa natural;
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a
utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em
vários locais, em suporte eletrônico ou físico;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem
as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o
tratamento de dados pessoais em nome do controlador; (LEI Nº 13.709; Artigo 5 LGPD)

Tais dados sustententavam sites de vendas de informações, definidos como “big datas”,
que exploravam a comercialização de dados na internet de forma indiscriminada, sem
comprometimento algum com a intimidade e sigilo.

Em ambos os dados são uma extensão de nossa personalidade, sendo pertencentes ao


usuário, tendo a necessidade de informação sobre o compartilhamento. É estipulado diferenças
entre os dados sensíveis e os dados pessoais.
57

Basicamente os dados sensíveis criam características que podem ser dar margem a uma
discriminação, necessitando consentimento explícito ao usuário e a finalidade de uso. Já os
dados não sensíveis (dados pessoais) são aqueles que, juntos ou separados, podem identificar
um indivíduo, dando margem a uma segmentação assertiva, sendo necessário que o titular esteja
se acordo com o tratamento dos dados. Existe a tese no exterior que implica que a junção de
dados pessoais possam gerar dados sensíveis, mas no brasil ainda não é abordada.

Houve também a orientação e supressão de acesso aos sites dos tribunais como meio de
segurança da informação.

Fonte: Arquivo Pessoal: Modelo TJSP – Consulta de um processo com dados sensíveis. Acesso em
06 de Maio 05 de 2021.

Tais ocorrências, evitam surtos de clonagens de dados, que viabilizariam inclusive o


crime organizado. Segundo NETTO (2021), a lei LGPD, possui origem francesa, consoante a
resultados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que mostram a intenção da
existencialidade dessa lei, gerando proteção de dados, inclusive no reconhecimento facial, que
se difere pela simples filmagem de ambiente, ao qual é questionado a metodologia pelo autor,
evidenciando sites que foram retirados da internet pela falta de segurança dos dados, e a questão
de preconceitos estruturais, importando o consentimento para o uso das informações com
finalidades específicas.
58

Discute-se questões de relacionamentos de algoritmos e geolocalizações, bem como


outras características que influenciam atividades de um indivíduo, que vão depender de novos
projetos de leis para serem válidos.

NETTO (2021) mostra também uma dúvida se pode haver algum tipo de censura, ou
privilégio por algum órgão governamental, e a reprodução de dados pela habitualidade mediante
a inteligências artificiais do mercado.

3.7. Código de Defesa do Consumidor

Conforme explorado no historicismo, o tipo de comportamento de consumo acabou


mudando, os bens, os produtos, e os serviços. Conforme leitura dos artigos KOTLER (1980) e
REALE (1996) realizamos uma interpretação para melhor entendimento:

- O produto se dá pela transformação de um conhecimento à um objeto material ou


imaterial, com a intenção de satisfação do consumidor.

- O serviço se dá pela subcategoria de um produto, é a utilização do produto de forma


assistida e auxiliada, de forma prolongada, tendo uma periodicidade e um comprometimento
entre as partes convencionadas, gerando a consumação, habitualmente realizada de forma
mensurável, tendo como fruto dados de navegação, designado como demais serviços de
intermediação, serviços de locação, e serviços de streaming (netflix, spotfi, youtube, amazon,
ifood, uber, 99taxi, etc).

- O bem seja real (análogo) ou virtual (imaterial), móvel ou imóvel, se destaca pela
obtenção de um patrimônio, e deve possuir legitimidade, seja pela posse ou detenção. Se dá
pelo cadastramento de um produto com a finalidade de realizar um patrimônio.

Sobre a intangibilidade a UNESCO37 e o IPHAN38 definem:

Entende-se por “património cultural imaterial” as práticas, representações, expressões,


conhecimentos e competências – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços

37
Disponível em:< http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/patrimonio-cultural/principal/textos/patrimonio-imaterial.
Acesso em 12 de outubro de 2021.
38
Disponível em:< http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Convencao_Salvaguarda_Patrimonio_Imaterial.pdf>.
Acesso em 12 de outubro de 2021.
59

culturais que lhes estão associados – que as comunidades, grupos e, eventualmente,


indivíduos reconhecem como fazendo parte do seu património cultural. Este património
cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas
comunidades e grupos em função do seu meio envolvente, da sua interacção com a natureza
e da sua história, e confere-lhes um sentido de identidade e de continuidade, contribuindo
assim para promover o respeito da diversidade cultural e a criatividade humana. IPHAN.
CONVENÇÃO PARA SALVAGUARDA DO PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL.
2003. p.3 2003.

Foram tratados de maneira massiva, tornando-se parte informacional, e não mais sendo
participante de uma qualidade de desenvolvimento do conhecimento e cultural. A compra de
produtos estava comprometida com as inovações de tecnologias, e estavam ocorrendo
descumprimentos sob a qualidade e gênero das mercadorias. Sendo necessário a intervenção
novamente do Estado para lidar com essa nova rotina.

O consumidor atual já é digital. De certo modo, mesmo não realizando a transação através da
Internet, isso não quer dizer que a forma de coletar informações sobre bens e serviços já não
ocorra de modo maciço pela web. Ou seja, desde o advento do Código de Defesa do
Consumidor brasileiro (CDC), em 1990, estamos assistindo ao amadurecimento das relações
de consumo, e do próprio consumidor. Logo, vemos que o consumidor mudou, está mais
informado, utiliza ambientes remotos de relacionamento (telefone, celular, messenger, chat,
comunidades, redes sociais, e-mail, internet); tem mais conhecimento sobre seus direitos;
quer tudo para ontem (síndrome da vida em tempo real); negocia seu poder de “clique” (o
concorrente está a um clique de distância); quer atendimento personalizado, mas sem
exageros na comunicação (invasão de privacidade). PECK (2013, p.14)

Com a exigência do consumidor sendo ressaltada, destaca-se a iniciativa do governo no


desenvolvimento de aplicativos e inventividades online para a mediação de problemas, em
administração extrajudicial39. Toda a estrutura de rotinas do compliance, acaba se envolvendo
nos processos de implantação das novas gerações de empresas, com a finalidade de trazer
segurança aos clientes. Tais dicas são mostradas por PECK (2013) formalizando com um CNPJ,
boas notas em sites de avaliação, fonte segura de pagamento, processamento de códigos com
validade fiscal aprovada pelo governo, garantia, espaço de relacionamento viável e assertivo.

O Estado acabou sendo comprometido por evasão fiscal40, visto que não havia um
imposto correto pela interpretação, causando questionamentos para o consumidor e para o
estabelecimento comercial sobre o pagamento de seus impostos - ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) ou ISS (imposto sobre serviço). ADI 5.695/MG,

39
Sites de mediação: Disponível em: <http://consumidor.gov.br/> Acesso em 12 de outubro de 2021, Disponível
em: <https://www.procon.sp.gov.br/>. Acesso em 12 de outubro de 2021, Disponível em:
<https://www.ebit.com.br/> Acesso em 12 de outubro de 2021, (citado como réplica o site Disponível em:
<https://www.reclameaqui.com.br/> Acesso em 12 de outubro de 2021).
40
Evasão fiscal: De uma maneira geral, podemos dizer que a evasão fiscal ocorre quando o contribuinte
manipula informações inadequadamente com o objetivo de pagar menos impostos. E isso nem sempre é feito de
maneira intencional, muitas vezes erros e falta de conhecimento das regras também podem caracterizar a evasão.
Disponível em: <https://manucciadv.com.br/evasao-fiscal/>. Acesso em 09/10/2021.
60

declarou que “o simples fato de o serviço encontrar-se definido em lei complementar como
tributável pelo ISS já atrairia, em tese, a incidência tão somente desse imposto sobre o valor
total da operação e afastaria a do ICMS”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, que o tributo que deve
incidir sobre o licenciamento e a cessão de direito de uso de softwares é o Imposto Sobre
Serviços (ISS), descartando, assim, a ocorrência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) destas operações.41

Outro tema a ser discutido foi a expanção dos meios de pagamentos, que já tratamos sob
o valor cambial das moedas virtuais, mas agora com uma perspectiva de temporariedade, ao
qual foi lançada recentemente no Brasil através dos pagamentos instantâneos.

3.7.1. Legislação de Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI)

Atualmente temos uma nova ferramenta inovadora chamada PIX, nada mais é do que
uma marca apresentada pelo banco central, mostrando um sistema de pagamentos instantâneos.

Afinal, o que significa Pix?


Apesar de ser uma palavra com apenas três letras, Pix não é uma sigla nem significa um
conceito específico. De acordo com o Banco Central, o novo meio de pagamentos foi batizado
com o nome Pix porque o termo lembra tecnologia, transações e pixels (os pontos luminosos
de uma tela).42

Estes sistemas integram de forma mais rápida os processamentos através de


identificadores únicos por pessoas. Foi desenvolvido pelo Banco Central em 19 de fevereiro de
2020, tendo por objetivo facilitar as transações bancárias e já iniciou como concorrente direto
das ferramentas: Transferência Eletrônica Disponível (TED) e Documento de Crédito (DOC).

Essa nova ferramenta serve para realizar transações de forma mais ágil, e de forma
instantânea, ou seja, é possível realizar transferências bancárias através do PIX, 24 horas por
dia durante os 7 dias da semana, é gratuito para pessoas físicas, e a transação ocorre de forma
automática, estando o valor disponível na conta desejada em menos de 10 segundos.

Tendo como maiores vantagens para PECK43:

Para o pagador:

41
Disponível em: <https://www.fecomercio.com.br/noticia/stf-descarta-icms-e-decide-que-tributo-que-incide-
sobre-software-e-o-iss>. Acesso em 09 de outubro de 2021
42
NUBANK. Disponível em: <https://blog.nubank.com.br/o-que-significa-pix/>. Acesso 17/09/2021.
43
PECK, Patricia. Disponível em: <https://www.oberlo.com.br/blog/pix-e-pagamentos-digitais. Acesso
09/10/2021.
61

Mais barato (afinal, é mais econômico que fazer uma TED ou um DOC); Mais rápido (pois
é um pagamento instantâneo, ou seja, será processado imediatamente); Mais simples (é
possível fazer um pagamento a partir da lista dos contatos do celular ou de um QR code).
Para o recebedor:
Mais barato (por ser direto, sem intermediários e envolver custos menores); Mais rápido (o
recurso cai na mesma hora); Mais simples (dispensa a maquininha, a folha de cheque, o
cartão); Maior aceitação (até porque reduz a necessidade de crédito).
Para o mercado:
Maior inclusão, pois o principal meio de transação será o telefone celular (smartphone);
Maior competição dos meios de pagamento (mais alternativas para lojas e consumidores);
Maior segurança; Maior praticidade (é melhor do que o manuseio de dinheiro físico, além de
reduzir necessidade de troco).

O PIX foi desenvolvido e regulamentado pelo BACEN através da Resolução nº 88, e só


teve seu funcionamento para toda a sociedade a partir de 16 de novembro de 2020, toda essa
demora em concretizar o início de sua utilização se deu pela necessidade de ser uma ferramenta
regida por lei e segura.

Através da aplicação do Direito Digital verificamos que todas as novas tecnologias e


ferramentas tecnológicas precisam ser aprovadas e disciplinadas em lei, sendo justamente o
caso do PIX. Que tem sua redação dada através da Resolução nº 88 do BACEN.

Deste modo, o Banco Central disponibilizou o PIX, ferramenta que gerencia o seu
funcionamento, responsável por estabelecer suas regras de funcionamento, e por prover toda a
sua infraestrutura tecnológica para que funcione efetivamente, porém, o PIX é ofertado para as
pessoas e para as empresas através das instituições financeiras, como os bancos; Vejamos
algumas das regulamentações do Banco Central a respeito do PIX – Anexo 5.

O SPI mencionado na Resolução acima se trata de um Sistema de Pagamentos Instantâneos,


que é o sistema responsável por liquidar as transações em menos de 10 segundos, é um sistema
de liquidação bruta real.

Visando sobre segurança, os Provedores de Serviço de Pagamentos (PSPs) necessitam ser


autorizados pelo Banco Central para poderem se conectar ao Sistema de Pagamentos
Instantâneos, através de uma rede exclusiva e restrita, chamada de Rede do Sistema Financeiro
Nacional (RSFN), o PIX já oferece em suas funcionalidades procedimentos como marcadores
de fraude e transações rastreáveis, e a partir daí, cabe as instituições financeiras criarem formas
para garantir a segurança, como o controle antifraude internos, a criptografia de dados, a
assinatura eletrônica e o uso de senhas, entre outras medidas previstas em lei.
62

Recentemente por motivos de notícias de sequestros em grandes capitais, o sistema foi


aperfeiçoado para possuir uma limitação no período noturno no valor de mil reais, conforme
resolução do Banco Central nº 142. Mas o período estipulado para as adequações para as
empresas habilitados são de semanas, prazos que fogem da normalidade das anteriores
requisições, dado mostrado pela sequencialidade das resoluções e cartas do Banco Central, que
influem um alto investimento para normatização aos planos dos participantes – até com projetos
de lei com a intenção da paralização do PIX em determinadas regiões.
63

4. FUTURO CENÁRIO DIGITAL PARA APLICAÇÃO NO DIREITO

O homem e a sociedade ficam formando vínculos em múltiplas realidades, tornando-


as extensões paralelas de si. A inexperiência formada por erros no procedimento da justiça de
maneira repetida, nivelam o comportamento social – através da moral, da ética, e dos valores.
Formam e expressam possíveis movimentos que ainda estão por vir, e necessitam de uma
imediata resposta para sanar o problema sendo necessário o processo democrático.

Algumas das lacunas são propositais para interpretação, outras apenas adequações que
necessitam ser aperfeiçoadas, mas é necessário a integração do procedimento de forma plural,
objetiva, e clara, para a normatização. PECK (2013), formaliza a importância da
regulamentação dos procedimentos virtuais na justiça:

Concluindo, independentemente do modelo que se adote no futuro para melhor regular


a relação entre o Estado e o indivíduo, sabemos que a perda da crença na própria
Justiça pode criar uma próxima geração, herdeira da geração Y, que faz justiça com o
próprio mouse. E aí, teremos voltado para o Estado de Natureza, e isso será um grande
retrocesso. A informação tem que construir e não banalizar, deve estimular a evolução
da humanidade cada vez mais solidária e comprometida. O excesso do individualismo
nos torna mais animais. Como dizia Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”.
Daí a importância do estudo do Direito Digital para melhor interpretar a realidade em
que vivemos.PECK (2013 p.49)

São necessidades que precisam ser geradas com prazos determinados, em conjunto
com a própria institucionalização da difusão do acesso a informação e as tecnologias que
mudaram, e a necessitam serem adaptadas ao real cenário atual, com mais instantaneidade, e
com maior efetividade.

NETTO (2021) discorre sobre uma possível quarta revolução industrial, onde a
robótica e a inteligência artificial, dá realidade em nosso mundo real, realizando uma quebra de
novos paradigmas sociais, inclusive no direito fundamental “em busca da imortalidade e da
felicidade” NETTO (2021, p.578).

Embora a tecnologia facilite sobremaneira a execução de diversas atividades não pode deixar
de lado as situações que geram e/ou expõe a riscos, além de violar direitos humanos, como
os direitos da não discriminação, a privacidade, a saúde, entre outros, tornando urgente a
necessidade desse regulamentar o setor, pois na prática o que se observa é uma auto
regulamentação do mercado que muitas vezes visa apenas o desenvolvimento e
comercialização das referidas tecnologias.[...] No entanto não há como pensar no futuro, sem
ter em mente que a Iara fará parte do cotidiano das pessoas. É premente, portanto, que se
identifiquem e se definam diretrizes éticas para criação e utilização da inteligência artificial,
baseadas em direitos humanos. Importante destacar que decisões erradas, tendenciosas o que
aprofunda em preconceitos são incompatíveis com diretrizes de pesquisa, desenvolvendo e
64

uso em um ambiente democrático e de concretização de direitos fundamentais. Diante dos


desafios apontados e levando em consideração a necessidade desse argumentar o setor,
diversos países começaram analisar a utilização da inteligência artificial a partir de uma
perspectiva dos direitos humanos, de forma que em 2018 foram publicados documentos
importantes, como: a declaração de Toronto, sobre a proteção dos direitos à igualdade e à não
discriminação em sistema de aprendizado de máquina. NETTO (2021 p.584 até 585)

O autor NETTO (2021) continua fomentando sobre os dados históricos de 2017 sobre
a resolução da Comissão de Direito Civil Sobre a Robótica da União Europeia
(2015/21039INL), eclodindo em 2019 fundamentação suficiente para o desenvolvimento de
uma inteligência artificial que tenha valores humanos e fundamentais, emergindo uma quinta
dimensão social referido como os novos meios de tecnologia de informação e do ciberespaço.

Fruto de um roteiro de filme de ficção, a inteligência artificial é associada a um risco a própria


humanidade já que não pode fixar limites na capacidade de inteligência, a própria
humanidade estaria se colocando em risco. Um desdobramento desse mito relacionado a
inteligência artificial e ao direito seria no risco de inversão de valores e na subordinação da
sensibilidade e sentimentos humanos a frieza da capacidade bruto de inteligência na
inteligência artificial. Nesse contexto juristas estariam colocando a um segundo plano.
Bentley (2018) Afirma existir dois tipos de inteligência artificial: a real dia ficcional. A real
é aquela que utiliza grande número de softwares para resolver uma Infinite de problemas do
dia a dia e acrescentar uma série de comodidades as rotinas humanas. A inteligência artificial
real tem aplicações que vão dar saúde a segurança bancária., Desde a detecção de fraudes ao
suporte à atividade policial. Não há sentido lógico na imaginação que tais produtos se
transformassem, em ações de robôs contra A humanidade. Tal qual as engrenagens de uma
solução de primeiro nível, a centralidade dos sentimentos e sensibilidade humanos não está
associada a uma involuntária submissão robótica.
Bentley (2018) Ainda reforça Que a inteligência artificial está mais para salvar vidas com
mecanismos atentos e agentes do que contrário. Para tanto, desenvolve no estudo para o
Parlamento Europeu, o que chama de três leis da inteligência artificial, de modo a justificar
o caráter fantasioso dos mitos associados a inteligência artificial.[...]Assim explicando a
primeira lei da inteligência artificial afirma que: a inteligência artificial é um objetivo
tremendamente difícil exigindo condições corretas esforço considerável[...]A segunda lei da
inteligência artificial deriva da equivocada percepção de que a quantidade de redes neural as
está submetida a lógica do quanto mais melhor.[...]A terceira lei da inteligência artificial
determina que a medida que a inteligência aumentada, o tempo necessário para testes aumenta
exponencialmente, impondo limites práticos a inteligência artificial. PEIXOTO (2019, p.52-
58)

NETTO (2021) intui que a predileção de um julgamento justo, levaria aos princípios
fundamentais do direito, que devido a uma falha ou supressão de informação, pode ser
desconsiderado, gerando uma criminalização injusta, sendo necessário a composição de um ser
humano. Mas conforme afirmação de PEIXOTO (2019) a inteligência artificial vem mais para
ajudar do que causar danos, possuindo a medida certa de valores e exclusividade de fatos nas
três leis descritas.

A partir do momento do reconhecimento de passaporte consciências virtuais, e direitos


superiores às mulheres como por exemplo na Arábia Saudita (Conforme Anexo 6), há de se
65

perguntar qual seria a normatividade para a emissão de documentações, e suas


responsabilidades.

4.1. Quanto a imputatibilidade de tomada de substituição humana

Quando relacionado ao caráter sentencial, há necessidade do ser humano em realizar


decisões discrepantes mediante a interpretação de cada época, sendo argumentos interpretativos
a cada situação, não possuindo lógica, mas a conveniência de argumentos racionais.

Nem sempre haverá uma resposta direta como um programa de computador, e as


variáveis são mutáveis mediante o cenário, sendo relevantes para as novas interações na
sociedade.

O uso da inteligência artificial pode ainda causar graves impactos ao direito humano,
por exemplo, a igualdade, devido ao fato de que os algoritmos utilizados no sistema
de criação e aprendizagem da inteligência artificial não são neutros, são dados postos
anteriormente ao sistema de inteligência que refletem o sistema social padrão da
realidade, ocasionando a perpetuação de discriminações sociais pela inteligência
artificial. Exige-se , assim, o controle humano por detrás das tomadas de decisões por
sistema automatizado, garantindo decisões justas e uma criação direcionada a história
dos grupos marginalizados denominada “ ação afirmativa algoritmo “.
Outro direito vulnerado é o direito à privacidade isso porque a matéria prima da
inteligência artificial é por sua própria natureza os dados. O fenômeno da coleta de
dados implica na perda da privacidade dos indivíduos impacta diretamente a livre
criação de sua identidade. A possibilidade de tomar decisões, Encontra-se, atualmente,
fundamentada em vontades manipuladas através do meio virtual, afetando o direito à
autodeterminação e o livre desenvolvimento da personalidade. NETO (2021, p.594)

Há de ser adotada a metodologia referente a impactos sociais, envolvidos entre as


realidades para a percepção e para a unicidade entre a auto afirmação e desenvolvimento do ser
digital – além do desenvolvimento de uma plataforma integra.

A pesquisa da inteligência artificial se dá segundo HENDERSON(2007) pelos


pensadores: Alan Turing (1912-1954); John McCarthy (1927-2011); Marvin Minsky (1927-
2016); Raj Reddy (1937); Terry Winograd (1946); Douglas Lenat (1950). Com a intenção de
criar uma “mimica” da realidade. O próprio autor LEVY(1999) mostra que o interesse não é de
substituição, mas de coexistência de mundos e interesses.

O prolongamento da vida pode vir com consequências de dores, há diversos discursos


sobre a eutanásia, sobre questões psicológicas, sobre o aborto, sobre a clonagem, e demais
66

assuntos polêmicos, que são questionados pelo uso do corpo. Mas este estudo vem com a
intenção de discutir o direito do corpo também embutido na tecnologia.

Assim há uma interpretação mais rígida e clássica da Maria Helena Diniz, ou um


pensamento mais desabrochado da Maria Berenice.

É essencial perceber que é regularizado também a questão da “ordem de não


ressucitação” (em inglês do not resuscitate, DNR), mas pouco se dá tratativa do assunto sobre
“ordens do médico para tratamento de prolongamento da vida” (Physician Orders for Life-
Sustaining Treatment, POLST).

No Brasil, contudo, ainda não há lei que regulamenta as diretivas antecipadas de


vontade. Por incrível que possa parecer, ainda não há um único projeto de lei tratando
sobre o tema. A falta de dispositivo legal não inibe, de qualquer modo, a formulação
do documento de diretivas antecipadas no país. Fortes nos princípios constitucionais
da dignidade da pessoa humana, da autonomia privada, e na vedação ao tratamento
desumano, bem como tendo em vista os direitos fundamentais à liberdade e à saúde,
É possível defender a admissão das diretivas em território pátrio.

O Código Civil, em seu artigo 15, também estabelece que, em respeito a autonomia
individual, qualquer pessoa tem o direito de escolher se é de seu interesse se submeter
ou não a determinado tratamento de saúde ou cirurgia, respeitando claro que não há
um dever de se manter vivo ZAMPIER (2021 p.184)

Quando tal tema é estendido a algum tipo de substituição protético ou integral,


pergunta-se o quanto é necessário mensurar e avaliar tais interesses.

O quanto um indivíduo é humano, sendo expressamente preconceituoso, haja visto que


há máquinas conquistando a sensorialidade, e a compreensão do mundo, tomando decisões
próprias a partir de problemáticas, e superando qualquer tipo de teste de turing.

Este estudo vem busca viabilizar também a tratativa de se repensar alguns casos, para
que exista questões mais taxativas para o conceito de automutilação44, haja visto que a
tecnologia também pode criar o prolongamento da vida, para novos recomeços de orientações
e funções sociais.

O estudo identifica que existem as ferramentas atuais chamadas próteses, que


substituem órgãos e partes essenciais à vida. A mesma poderia ser aplicada em diversos usos,
mas o que se pergunta é, o quão humanos seríamos na utilização dessas próteses. Ora já
respondemos anteriormente esta questão nos quesitos introdutórios, em que o humano vem se

44
Crime de mutilação tipificado no artigo 129 §2o inciso III do Código Penal, mas nada se fala de aprimoramento
permanente, ou qualquer tipo de exceção.
67

adaptando, e não deixará de ser humano, apenas pela substituição de partes de corpo. Mas
quando for integralmente virtualizado? Ele passará a ser uma inteligência artificializada, e quais
os direitos que ele irá possuir? Ficam ainda estes questionamentos pendentes, o direito a vida
se dá pelos conceitos de Sto. Agostinho neste estudo, mas é considerado que existem diversas
outras vertentes, e estamos moldando uma outra dimensão que necessita de regramento,
inclusive, necessita também de reconhecimento, pois uma máquina também pode ter direitos?
e ser consciente? pode ser androide? inclusive se tornar humano?

Fonte: Ilustração realizada pelo autor, adaptação dos conhecimentos de LEAVITT (1972),
e Levy (1999).

Tal imagem representa de maneira simplificada que aprendemos sobre nossa


percepção, e com o auxilio de novas tecnologias poderemos um dia utilizar. Segundo Levy e
Mori (2001) quando comemos ou bebemos recebemos informações sobre textura, cor,
percepção de quente ou frio, adequação a paladar e olfato; Porém daqui a alguns anos
poderemos ajustar todas essas categorias para receber por exemplo mais informações tendo um
processamento maior do cérebro a identificação das mesmas funções de informação, além de
informações completares como textos, imagens, ideias, e quem sabe até desenvolvimentos
maiores a regeneração do nosso corpo e/ou locomoção do mesmo, a um ambiente virtual de
êxtase com significado ou locomoção dirigida a um local real ou fictício, logicamente esses
68

processos levarão anos para serem adequados e padronizados a serem utilizados. Devemos
classificar a possibilidade até mesmo da transmissão de tais conteúdos pela neurologia, e
atuação de uma mente dita wireless, que não necessite de um corpo fisico mas sim corpos
substituíveis.

A adequação entre corpos, espíritos, e alma, ainda estão sendo estudados, mas será
imposta mediante a aplicação da ciência, que neste quesito possui conformidade com a
legislação brasileira, que dispõe sobre a lei 9.434 instituída sobre o tema de transplantes.
Verificamos que ela foi redigida a duas décadas atrás, e não relaciona nenhum trecho sobre a
falta de uso de aparelhos digitais para prolongamento da vida, como impressoras que através de
um determinado material do próprio paciente criem uma cópia. Na mesma lei, veda o aborto
(que fica em pauta a discussão até hoje), a perda ou inutilização de membro, e a deformidade
permanente. Ora esses juízos não caberiam ao próprio indivíduo valorar? Visto que há hipóteses
de reconstrução, pelo câncer de mama45, e para cirurgias relacionadas ao sexo biológico46. Foi
identificado que não havia a prática do paciente possuir acesso aos seus prontuários, e
acessibilidade quanto ao tratamento, conforme avanço no aperfeiçoamento tecnológico, houve
tal mudança nos direitos.

Segundo Maria Helena Diniz e o Conselho Federal de Medicina “o transexual é


portador de desvio psicológico permanente de identidade sexual, com rejeição do fenótipo e
tendência a auto-mutilação ou auto-extermínio.” Se os mesmos são aversos ao conceito de
mudança de sexo quem dirá pelo corte e adaptação dos demais órgãos, éticos e morais ou não,
são as mais procuradas na atualidade próteses estéticas.

45
Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/56129614>.
Acesso em 12 de outubro de 2021.
46
CFM, Resolução 1 652/02
69

http://clinicacanicoba.com.br/noticia/estatistica-cirurgica-da-clinica-canicoba-2015

(O gráfico acima não destaca a questão de próteses dentárias e capilares)

Quando apontamos o relacionamento da ética sobre a indústria de próteses percebemos


que há uma falta de valores e descrença no pelo aculturamento médico do uso:

Não sendo percebido que os adventos científicos podem de fato criar uma vida mais
prolongada e passível de menos dores.

Além desses fatores há relacionamentos com a tecnologia e mercado que poderão


girar bilhões no cuidado da econômia.

Segundo dados do CTIS (Centro de Tecnologia e Inovação em Saúde) do Pqtec (Parque


Tecnológico de São José dos Campos), do qual o ITA faz parte, a saúde responde por 20%
da despesa mundial (pública e privada) com atividades de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico. Em 2008, ela representou cerca de US$ 185 bilhões. O Brasil é altamente
dependente de importação de produtos, no que diz respeito ao acesso a novos fármacos e
medicamentos, equipamentos de saúde, materiais (órteses e próteses), hemoderivados,
vacinas e insumos para o diagnóstico de doenças. São constatações claras. Também no Brasil
a cadeia produtiva de saúde representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto), movimentando
cerca de R$ 160 bilhões por ano. Além disso, emprega direta ou indiretamente, nove milhões
de profissionais. Ciência e tecnologia em saúde representam, portanto, um segmento
estratégico na busca de soberania do País INTERFARMA (2021 p.258)

O Conceito genérico de “fraternidade igualdade e liberdade” de Pierre Levy, mostra


acessibilidade não só na informação, mas também ao conhecimento de outras culturas, e
modificações a serem realizadas no direito e na sociedade. E para que não haja a ficção do filme
70

“Os coletores”47, que haja assistencialidade do Estado para a procedência, bem como validação
nas etapas do procedimento clínico, e financeiro de forma acessível e irreversível.

Os direitos difusos e coletivos pertencem aos direitos fundamentais de terceira dimensão. Os


direitos de terceira dimensão são os relacionados ao terceiro lema revolucionário do século
XVIII (liberdade, igualdade e fraternidade). Ligados à fraternidade ou solidariedade,
podemos citar como exemplos o direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente,
autodeterminação dos povos, direito de propriedade sobre o patrimônio comum da
humanidade e o direito de comunicação.

Marcelo Novelino nos ensina que São direitos transindividuais destinados à proteção do
gênero humano. Nas palavras de Celso Mello, materializam poderes de titularidade coletiva
atribuídos genericamente a todas as formações sociais. NOVELINO 2009, p. 362/364.

“Cogito, ergo sum” penso logo existo por René Descartes, e a teoria de Santo
Agostinho sobre a morte e o comportamento mecanicista, sugerem que caso haja vida, a mesma
deve ser respeitada, na interpretação deste estudo em conformidade também com seus direitos.

4.2. Procedimentos da Herança Digital

Como já discutimos a conceituação de produtos e serviços, entraremos no direito à


herança disposto na Constituição brasileira, incorre em impactos sucessórios digitais
formalizada através um inventário, somando todo o patrimônio, e realizando a distribuição
(logicamente com taxas e impostos). Essa ação de distribuir e legitimar a posse chama-se
herança, é o fruto passado por um ascendente, descendente, ou colateral. É possível realizar um
testamento em vida, realizando hipóteses para o endosso da herança, conteúdo se considera
como fundamental o normativo do Código Civil, que destinará 50% do patrimônio para o direito
real de sangue, sendo um herdeiro por vocação hereditária, ou um herdeiro necessário, deixamos
material referente plano de partilha como referência48.

Há de se falar, hoje em dia, na herança digital; e o que isso significa? Por mais que as
pessoas participem das redes sociais, documentam tudo o que fazem com publicações,
fotografias, vídeos etc., elas algum dia virão a falecer e deixar todo o conteúdo
publicado na web. Existem serviços que gerenciam a rede social da pessoa,
armazenando a senha do usuário ou, até mesmo, redes sociais que podem excluir o
perfil ou transformá-lo em um memorial, sendo administrado pela família. Para que
este último aconteça, será necessário que a família comprove (com a certidão de óbito)
que a pessoa faleceu. Ainda estamos aprendendo, concomitantemente às mudanças
constantes do cotidiano online, a lidar com as questões jurídicas que surgem
diariamente com a web interativa. A própria lei brasileira de direitos autorais está em
questionamento e já conta com anteprojeto para que seja alterada. (PECK 2013 p.145)

47
Repo Men: O Resgate de Órgãos / Os Coletores, 2010.
48
LARA (2016); e TJSP. Disponível em:< https://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/Nucleo/manualPartilha.pdf>.
Acesso em: 10 de Outubro de 2021.
71

ZAMPIER (2021), apresenta a possibilidade das extenções corpóreas para a aderência


de um inventário, pois a intangibilidade se limitava à parâmetros apenas sentimentais, seguem
exemplos dispostos da nova margem do raciocínio:

Estes bens digitais podem se apresentar sob a forma de informação localizada em um


sítio de internet tais como: A) em um correio eletrônico; B) numa rede social; C) num
site de compras ou pagamentos; D) em um blog; E) numa plataforma de
compartilhamento de fotos ou vídeos; F) em contas para aquisição de músicas filmes
e livros digitais; G) em contas para jogos on-line; ZAMPIER (2021 p.63)

Contudo, o que possa possuir algum tipo de valor, conforme mostrado, por
consequência da concentração da informação, da digitalização, ou da apresentação intangível,
se torna extensão passível de ser atribuído de maneira formal durante o procedimento de divisão
patrimonial.

O processo acabava levando anos para ser realizado, e hoje com a tecnologia, em
poucos meses é feita, para seguir o rito de prazos processuais.

Conforme já demonstrado por ZAMPIER (2021) demonstra que alguns países


possuem a composição de testamentos referente diretivas principais, que possuem a função de
habilitar uma pessoa que decidirá ações a serem realizadas caso haja a incapacidade da pessoa
citada. Mas é ainda uma coisa incomum a ser realizada no Brasil

Essa falta de costume talvez seja em virtude da burocracia envolvida no tema ou


mesmo pela pouca distribuição de renda estabelecido em nosso país., Contudo é
indiscutível que essas diferenças adveio da forma legal como é tratada a sucessão
hereditária no Brasil, Nos Estados Unidos e na Europa.
Percebe-se no entanto, que esse modo de disposição patrimonial tenho de mudar, ou
seja, o testamento deverá ser mais empregado em nosso país, devido ao avanço
substancial dos bens digitais que se encontram na nuvem, pois uma forma prática e
segura de transmissão dos ativos digitais aos seus sucessores é realizar um testamento
de bens digitais, evitando-se assim o perecimento dos bens digitais depositados na
rede, bem como demandas jurídicas envolvendo sucessores empresas que administram
os diversos sites e redes sociais. LARA (2016, p.92)

Deveria ser atentamente formulada pelo legislador, visto que faz parte constitucional,
a autonomia das decisões referentes à saúde, ou a qualquer outro de ação relacionada a vida
particular – o que inclusive poderia ajudar processos interditórios.
72

4.3. Integração Mundial e utopia

Existe a ideia de que o mundo poderia ser considerado um só. De forma integrada, com
um mesmo idioma chamado esperanto, um mundo onde não haveria fome, pois as máquinas
iriam produzir alimentos, e que todas as doenças iriam ser tratadas geneticamente.

Contudo, nesse pensamento, esquecemos do egocentrismo, dos diferentes


hábitos, da busca pelo poder, da ambição, de fatores econômicos, da constituição de fatores
emocionais históricos, da honra entre as culturas, da religiosidade, e do preconceito em geral.

HOESCHL (2021), concorda com os conceitos abordados de informação livre, e da


obtenção de uma sociedade solidária. Mas considera que os erros relacionados à tecnologia
podem ser fatais.

Cabe lembrar questões que não podem ficar de fora. A evolução tecnológica tende a
aumentar a distância entre elites e excluídos. Isso precisa ser combatido e uma certa
resistência a atividades puramente comerciais na internet é um bom sinal, pois a
questão é, antes de mais nada, social e econômica, não sendo possível falar em difusão
de tecnologia e conhecimento sem equilíbrio de rendas. HOESCHL (2021, p.52)

Falta sinergia e integração para que o mundo realmente possa se tornar um, e o principal
fato que gera essa desconfiança é o próprio ser humano, que ainda não evoluiu o suficiente para
possuir essa compreensão.

Há de se discutir sobre o processamento da informação de maneira ainda mais rápida e


limpa. A existencialidade de fatores relacionados com a energia elétrica é fundamental para
qualquer processo digital, verificado que é necessário um processo para que haja um circuito
para a análise e processamento.

A proposta mais lógica é a utilização dos poderes ditos elementais pela cultura oriental.
Embora o ensejo parece ter uma misticidade, os poderes elementais sustentam processos que
regulam o desenvolvimento de energia advinda: do fogo, da água, da terra, e do ar, aplicados à
motores conforme ANEXO 2, para que haja um sistema equilibrado, limpo, e auto sustentável.
Consequência que pode ser discutida inclusive no capítulo de políticas públicas e meio ambiente
no direito difuso.
73

Atualmente estudos49 estão tentando transformar pontos wi-fi e a prória internet em


energia elétrica, houve sucesso mas ainda com baixos resultados de transmissão. Tal
possibilidade traz fácil rastreio disponibilizado por Kevin Mitnik50 – famoso hacker da dédaca
de 90.

Há de se pensar no direito ambiental brasileiro, sobre a lei 9.605/98 que estipula limites
para defesa, e a exploração do meio ambiente. Há também pactos internacionais como, o evento
que engloba as Mudanças Climáticas que ocorreu em 1992 na cidade do Rio de Janeiro,
denominada de ECO-92. Posteriormente no Protocolo de Kyoto, em 1997. Em 2002, em
Johannesburgo, através do Plano de Implementação a Agenda 21 tornou-se mais sólida, no
Rio+10 foram assinados e aprovados a Declaração Política da Cúpula Mundial de
Desenvolvimento Sustentável, pensando que há metais, e demais materiais que criam impactos
ambientais.

Há também a sub produção de empresas possam formar contratos de fornecimento de


energia, e até mesmo a questão de ganhos devidamente regularizados. Para evitar um retrocesso,
na eficiência no processo de veiculação da energia para locais remotos.

49
Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/noticias/2019/01/tecnologia-do-mit-transforma-sinal-de-wi-fi-
em-energia-eletrica.ghtml>. Acesso em 12 de outubro de 2021 ; Disponível em:
<https://tecnoblog.net/1236/entenda-como-funciona-o-plc-internet-pela-rede-eletrica/>. Acesso em 12 de outubro
de 2021
50
Disponível em:< https://www.dropbox.com/s/fexmecnnb6gg6y6/KevinMitnick_EmailHack.mp4?dl=0>.
Acesso em 12 de outubro de 2021
74

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve por finalidade descrever o conhecimento observado durante a


história, e aplicá-lo na atualidade do direito. Desde os primórdios as ferramentas e métodos
interferem no trabalho e criam um vínculo no momento em que se integram.

Mostra a necessidade da justiça, do direito, e do advogado, no uso das múltiplas


realidades, colocando em debate as leis envolvidas na internet das coisas, e no mundo virtual.

É verificado a motivação da segurança nas informações, e os novos segmentos no


direitos envolvidos nessas questões, visto a variação de tipos de serviços e produtos envolvidos
no fator gerador motivado para a tributação.

Neste estudo, é considerado que houveram muitas mudanças, e que as realidades


envolvidas são únicas. Possuem até mais realidades possíveis a serem descobertas e
coexistirem, por isso necessitamos de uma uniformização de regras a serem utilizadas no
direito. Por motivo cultural, ainda não é possível realizar essas regras, contudo a forma do
pensamento global estende-se cada vez mais no desenvolvimento do pensamento em criar
ferramentas que ajudem a criar o diálogo entre as nações, com a finalidade da promoção social.

É necessário o desenvolvimento de um investimento maior para projetos de


capacitação e de educação na internet para sociedade, e para públicos específicos segmentados
por mais vulneráveis. Sendo orientados de forma didática sob a qualidade do ensino a ser
desenvolvido: cursos livres, cursos superiores etc. E documentações que poderiam ser
aperfeiçoadas com o meio virtual, que viabilizariam interesse social, em armazenamento da
informação e compartilhamento, quando utilizados de maneira correta, respeitam os princípios
fundamentais da legislação atual.

Viu-se que o direito ao acesso a informação, a internet, e ao espaço virtual, dentre


outros, deve ser um direito fundamental, e pode ser requisitado por qualquer cidadão.

Sob ótica de HOESCH (2021), conforme discutimos a questão de integração de


patrimônios culturais e os direitos relacionados a utilização de qualquer produto midiático com
a proposta de que toda obra possui investimento, e deduz lucros e despesas. Mas se houver
qualquer tipo de indício científico, moral, ou ético, a obra ou artifício deveria ser implementada
75

imediatamente para o bem de todos os seres, e seus autores ganharem o tal “score reputacional”
similar ao ambiente da china. No caso dos direitos autorais sobretudo visto que há a
indisponibilidade da informação que pode ser desatualizada em um longo período, sendo
necessária sua discussão, bem como uso, visto os artigos 96 e 98 da lei 9.610.

Não existe um ambiente social perfeito, dado o experimento na china conforme citado
pelos direitos humanos51 inserido no ANEXO 6, com a busca de limitação na informação e
vigilância constante, induz que a sociedade chinesa tenta realizar um novo padrão, mas gera um
título de falso comunismo em que há oculta uma ditatura, que inclusive ameaça os direitos
humanos. Isso também ocorreu anteriormente na Alemanha durante a queima de livros no
regime nazista, e ocorre também nos Emirados Árabes com a supressão de liberdade pela
princesa Latifa52, com a transformação do poder do capital aplicado a líderes.

HOESCHL (2021) dá investidura em seu estudo no quesito da liberdade da


informação, similarmente colocado neste estudo de forma conceitual destacado por Kevin
Mitnik e Pierre Levy. Destaca os conceitos de E-LAW/contratos, A velocidade da informação
em gigabits, o Tráfego Comercial, Mecanismos de Controle, Domínios, Contratos, Provedores,
Segurança e Pirataria. Todas essas informações, foram de grande interesse para o estudo como
reflexão, mas contravertidos em alguns pontos.

A lei geral de proteção de dados possuiu uma importante tentativa de proteger pessoas,
contudo ainda gera uma desproporção na venda de dados de usuários, por vinculações entre
empresas, ao qual o próprio Estado deveria gerir e administrar, sem ser uma mercadoria, pois
se trata de um princípio de dignidade humana ser identificado. Foi percebido durante o estudo
que informação é poder, e tais movimentos de desenvolvimento eclodem somente se possuírem
interesse estatal para ser explorado (normalmente para evitar/isentar culpa), ou haja interesse
comercial. Inclusive no estudo a lei geral de proteção de dados é criticada por haver a
possibilidade de concentração de informação por algumas instituições, havendo
descredibilidade pela finalidade de comercialização, e isenção do Estado sob a intenção de não
intervenção direta.

51
Disponível em: <https://www.hrw.org/pt/world-report/2020/country-chapters/337324>. Acesso em 12 de
outubro de 2021.
52
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56106022>. Acesso em 12 de outubro de 2021.
76

Para a seguridade nacional, além do sorteio de demandas que atualmente é realizada,


ainda seria interessante o uso de pseudônimos autenticados e vinculados aos juízes. Tal
motivação se daria para a segurança mútua.

Foi discutido conceitos referentes o uso da tecnologia em seres humanos, e inovações


que devem ser discutidas como a parametrização de sistemas, o uso de próteses, modificações
corporais, e regulações específicas, sempre com a intenção de minimizar preconceitos e a
predominância do destacados status quo, sejam em areas específicas no direito do trabalho, ou
no direito segmentado digital.

O estudo expõe a possibilidade de uso de inteligência artificial para a implantação em


algumas sentenças que tiverem termos linguísticos específicos, e a pré sentença a ser avaliada
por um juiz humano. Qualquer tipo de identificação sobre os casos, deveriam ser tomados
sempre em relevância democrática em decisão superior, e se houvessem futuras ocorrências de
infrações, aplicabilidades sentenciais como suspenção e anulação, pois cabe ao legislativo
realizar o fator de criação de leis.

Houve uma deturpação nos órgãos, onde todos fazem tudo. Um dos motivos é a falta
de concentração hierárquica, que pode ser administrada – e não comandada – pela previsão de
dados analíticos.

O que mais se diverge é a tentativa pragmática em voltar e não aperfeiçoar recursos, e


a verificada a preocupação sobre uma máquina poder realizar uma sentença, discutindo
parâmetros de perspectiva do legislador, e lacunas nas leis, bem como a modalidade de leis
esparssas HOESCHL53.

HOESCHL (2021) define anacronismo, sendo considerado ao desenvolvimento do


estudo o ANEXO 1, sobre demais propostas relacionadas ao assunto que HOESCHL questiona.

Característica essa que Pierre Levy adota em seus livros para tentar fundamentar o que
é virtual, designando origens da potência e do início do trabalho humano e virtual. Tendo a
perspectiva que ambos são mundos paralelos e insubstituíveis. Todas as ferramentas e
tecnologias são adaptativas, dependendo apenas do próprio ser humano a se adequar, pois algum
tipo de desigualdade ou exclusão pode ser diagnosticado em qualquer sistema axiológico
humano, percebendo que depende da própria vontade do indivíduo, e que demasias de recursos

53
HOESCHL(p.125-130).
77

poderiam até ser ineficientes sem a vontade. Seguindo o critério de que adaptar-se que é
diferente de substituir, por cria extensões desse mesmo ser.

As essenciais conforme disposto são procedimentos que ajudem a organização do


indivíduo, sendo o Estado responsável por criar métodos eficientes para tal estruturação.
Atualmente temos o imposto de renda, que inclusive é pago, mas nenhum tipo de ajuda na
organização patrimonial, seja para ajuda organizacional para facilitação, seja para dar sequência
em procedimentos para posterior herança.

O bem e o mal são termos relativos, visto que grandes guerras e o desenvolvimento de
guerras normalmente gera grandes mudanças sociais, e movem as fortunas de interesses
econômicos e informacionais. Mas discutiu-se justamente isso neste estudo, a moralidade que
as pessoas possuem que acabam desenvolvendo pouco a pouco a rotina, e formando uma
consciência social, a percepção de si e dos outros no planeta, o desenvolvimento de seres
virtuais que possam interagir tanto no mundo real quanto no virtual. É definido neste estudo a
percepção do status quo, que o indivíduo ou instituição ao ser lesada de alguma maneira pode
provocar o órgão específico para estabelecer o devido processo legal de maneira política. Temas
como a disponibilidade e acessibilidade desses serviços são discutidos e criticados por sua falta
de comprometimento e formalização.

A formalização de leis está hoje na internet, bem como a discussão de todo tipo de
informação, a liberdade de expressão quando bem utilizada, move o diálogo a novas ideias para
soluções de problemas, e no processamento cada vez mais ágil do pensamento e da produção.

Quanto às guerras e demais assuntos internacionais, nada mais são do que


desentendimentos e ignorância. Para os envolvidos em uma guerra, nada é plausível além do
sofrimento de um povo, e considerações econômicas. Atualmente percebe-se estagnação da paz
entre os relacionamentos políticos, devido a experiências passadas. Para um mundo idealizado
é necessário compreender as ações dos outros países, e caso não haja motivo, no que se deriva
a explicação de religião, apenas aceitar o fato e saber coexistir entre as culturas sem ações de
limitação do pensamento, haja vista que a pluralização da informação é gigantesca, e o
preconceito é repudiado.
78

6. REFERÊNCIAS

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SILVA, José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo 2000.
TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. Índice de Percepção da Corrupção 2018.
Disponível em: <http://ipc2018.transparenciainternacional.org.br/> Acesso em: 01/01/2021.
THAMAY, Renan, TAMER, Mauricio. Provas no direito digital: conceito da prova digital,
procedimentos e provas digitais em espécie. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
THOMSON REUTERS. 2021. Whitepaper: introdução ao direito digital: tudo que o
advogado precisa saber. Disponível em: <
https://www.thomsonreuters.com.br/content/dam/openweb/documents/pdf/Brazil/white-
paper/pdf-introducao-ao-direito-digital.pdf > Acesso em: 12/03/2021.
ZAMPIER, Bruno. Bens Digitais: cybercultura, redes sociais, e-mails, músicas, livros,
milhas aéreas, moedas virtuais. São Paulo: Editora Foco, 2021.
WOLKMER, Carlos. FUNDAMENTOS DE HISTÓRIA DO DIREITO. organizador. - 3.
ed. 2.tir. rev. e ampl. - Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
82

SITES CONSULTADOS

BB, Banco Central do BRASIL.Circulares do Banco Central. Disponível em :


<https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/buscanormas> Acesso em 13/01/2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em 28
abril de 2021.
BRASIL. Lei nº 9613/1998, Lei 4.657/1942 , Lei 10.406/2002. Disponível em : <
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/codigos-1 > Acesso em
13/01/2020.
CAMARA - Disponível em : < https://www.camara.leg.br/noticias/673694-projeto-do-senado-
de-combate-a-noticias-falsas-chega-a-camara/> Acesso em 20 de junho de 2021
ESMPU - Disponível em : < http://escola.mpu.mp.br/publicacoes/boletim-cientifico/edicoes-
do-boletim/boletim-cientifico-n-16-julho-setembro-de-2005/o-principio-do-ne-bis-in-idem-e-
a-constituicao-brasileira-de-1988 > Acesso em 05 de abril de 2020
HOESCHL (2002). INTRODUÇÃO AO GOVERNO ELETRÔNICO. Disponível em : <
https://www.passeidireto.com/arquivo/1116736/introducaogovernoeletronico-dr-hugo-cesar-
hoeschl> Acesso em 05 de abril de 2020
MARCOS EHRHARDT (2007) Disponível em :
<https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-44/sociedade-da-informacao-e-o-direito-na-
era-digital/> Acesso em 05 de abril de 2020
MEGAJURIDICO - <https://www.megajuridico.com/diferenca-de-teletrabalho-trabalho-
remoto-e-home-office/>Acesso em 18 de junho de 2021
83

ANEXO1: Perguntas / Respostas de HOESCHL


(2021) p.121

Por quê conceitos jurídicos ?


Por motivo de equilibrio histórico, para definir procedimentos da sociedade.
Quais as suas particularidades?
As particularidades se dão a cada caso, sendo um procedimento lógico de aplicação mútua com
acondicionamento da justiça, com a interpretação de justiça de modo metódico, contúdo com
última verificação humana.
Há de necessidade de tal ?
Logicamente sim, pois como dito no próprio estudo se trata da ética e a moralidade humana.
Conceitos que são discutidos historicamente, e que são relativos na tratativa do direito.
Trata-se só das grandes redes ?
Na aplicação se dá por area fisica atualmente, mas deve possuir a contextualização de ser
respeitada em qualquer lugar/momento. O que mais dificulta é a falta da padronização de ideiais
e culturas. A disrrupção entre os Estados membros.
Quando está configurado o ciberespaço ?
Pierre Levy explica que o ambiente do ciberespaço nasce no início da década de 90 e possui em
seu interior atemporariedade.
Qual a natureza da ação humana nesse ambiente?
Pierre Levy, explica que o ambiente digital nasce com a necessidade de arquivar dados, e
posteriormente a ação da modificação dos mesmos, e futura disseminação.
Qual a sua ligação com o conceito de direito?
Quando há desequilibrio entre as partes envolvidas, desenvolve-se o questionamento dos
direitos fundamentais, seja pela exploração de uma determinada matéria que irá impactar vários
indivíduos de maneira social, de forma individual como usuário, ou de forma financeiro em
mercados relacionados, sendo sinergico em seu uso e aplicação.
O direito tradicionalmente corre atrás delas. Uma mudança de raciocínio está, igualmente, em
curso ?
Sim. Na evolutividade da informação, criam-se novas técnicas de conhecimento e
aprimoramento no uso de cada uma delas. Percebemos apenas uma defazagem na qualidade da
informação em alguns segmentos na esfera do direito, ou seja falta implementação de
instantaneidade.
Qual a colocação sistêmica da internet ?
84

Atualmente, segue-se o mesmo princípio de: guarda de dados, acessibilidade, e difusão da


informação, independente do segmento.
O nosso modelo lógico-racionalista oferece respostas razoáveis ?
Nosso processo ainda não é o melhor, mas possui algumas das respostas científicas que sempre
estão a disposição de evoluir conforme é aprendido. O processo ocorre de forma relacionada a
decisão de uma sentença, com palavras chaves, verificação da realidade, sendo revisada
posteriormente caso seja necessária.
Os critérios tradicionais de integração do ordenamento podem ser aplicados ?
Haja visto que a informação pode ser alterada para possuir diversas perspectivas, se torna um
código de comunicação que pode ser mútavel a qualquer ordenamento político, que dará a
mesma resposta.
As noções de norma e ordenamento jurídicos encontram espaço ?
Sim. Logicamente se enquadram no direito difuso, onde serão analisados de forma individuais,
e proferirão futuras jurisprudências como é realizado atualmente, são pensamentos que no
decorrer das décadas, mudam conforme as práticas de políticas.
Nesse contexto, existe relação relação do direito com as ciências naturais ?
Sim, o processo científico muda conforme a adequação de seus meios e procedimentos. Mas se
identifica com as ciências naturais pelo modelo de Miguel Reale.
Como se processam ?
Se trata da própria indução e dedução (inicialmente por Karl Popper e o circulo de viena,
atualmente com o regramento de informações), colocando a possibilidade, o método, a
consequência.
O jurista vê alterada a sua função descritiva apontada por Kelsen ?
O padrão normativo de Kelsen ainda continua como padrão para os procedimentos, contúdo o
processo necessita adequar e integrar os novos comportamentos sociais. Um ótimo exemplo é
a ordenação de outros poderes conflituosos a constituição conforme estudo54.

54
http://www.observatoriodeseguranca.org/files/ArtigoDilemas4.pdf
85

ANEXO2: DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO


Água Correntes Marítimas

Ondas

https://www.inovacaotecnologica.com.br/n

https://meioambiente.culturamix.com/blog/ oticias/noticia.php?artigo=correntes-

wp-content/gallery/energia-elatrica-das- oceanicas-gerar-energia-

ondas-do-mar-1/energia-elatrica-das- continuamente&id=010115160311#.X7K

ondas-do-mar-5.gif KcWhKiUk

Fogo

(Fontes por Calor)

Usina geotérmica de Krafla, local onde foi cavado o


poço que atingiu um bolsão de magma. https://www.ufpb.br/cga/contents/menu/noticias-
gerais/inspirada-em-um-girassol-usina-solar-retratil-
https://makeitclearbr.wordpress.com/2014/01/30/o-magma-pode-
produz-e-armazena-energia-em-casa-1
revolucionar-a-producao-de-eletricidade-a-partir-da-energia-
geotermica/
86

http://www.sbfisica.org.br/v1/home/index.php/pt/destaque-em-fisica/874-fisicos-controlam-a-propagacao-da-luz-em-
nanomaterial-de-nitreto-de-boro-e-grafeno

Terra

Energia por força, ou estática

https://www.nature.com/articles/s41427-019-0176-0

https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S2211285520308922?token=FC0ABD60365A98FFBE578800821E5438145256736
CA22BD646D569B97B66B44CFC953408D795E0D4814CC1B1DDAEE85E

Nanogeradores de silicone

Ar

https://revolution-green.com/freevolt-energy-from-the- http://eco4planet.com/blog/inglaterra-abre-maior-

air/ fazenda-eolica-no-mar
87

ANEXO3: Material Complementar / AXUR

COMPLIANCE:
https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/45348/15870607651558094764AML_GLOSSARIO_COMPLIA
NCE_1.pdf?utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_ebook_-_glossario_compliance_-
_aprovado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

PREVENÇÃO A LAVAGEM DE DINHEIRO:

https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/45348/1596053279E-book_-
_Histrico_de_PLD.pdf?utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_ebook_-_historico_pld_-
_aprovado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

PEP:

https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/45348/1596557328E-
book_PEP_5.pdf?utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_ebook_-_pep_-
_aprovado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

PREVENÇÃO E COMBATE AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO:

https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/45348/1582311598Regulamentaes_de_PLD-
FT.pdf?utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_ebook_-_regulamentacoes_de_pldft_-
_aprovado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

GESTÃO DE RISCO:

https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/45348/15870631931552995440AML_EBOOK_18.03.2019.pdf?
utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_ebook_-_gestao_de_risco_-
_aprovado&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
88

ANEXO 4: Resumo da Teoria da Infinitude de STEPHEN HAWKING

Discussão sobre a finitude: tempo e espaço

A compreeção de que nada físico até hoje foi convencionado como infinito. A propenção
de infinitude humana é insignificante, pois se distingue em fatores ou opiniões situacionais, que
podem ser contadas.

Assim qualquer processo humano não é infinito, ele pode ser considerado responsivo.
Como exemplo a energia renovável, diga-se de passagem que ela não é infinita, pois seus
recursos durante o processo geram desgaste e uso de matéria.

O pensamento de infinito só pode ser expresso até o momento ideológicamente. Em sua teoria
Stephen Hawking “UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO” propõe a definição de espaço e
tempo em conjectura igual ao acompanhamento científico deste estudo inclusive em autores
filosóficos como Santo Agostinho. “Hoje sabemos que é impossível ter um modelo estático e
infinito do universo no qual a gravidade sempre exerça atração” (Hawking p.17

Logo na terra, não há excessão para comportamentos infinitos segundo esta teoria.
Tornando quaisquer processos ou tomadas de decisões quantificadas em dados materalizados
em ambito digital. Criando sim a hipótese de infinitude a partir de suas composições
ideológicas, pois é uma diretriz não tangível fisicamente ao trato da conjectura acima
referenciada. Como exemplo pode ser percebido a regulação de cores CMYK/Pantone quando
compostas na materialidade, existem “infinitas” possibilidades, será mesmo? Acreditamos que
não, pois quando definimos valores percentuais, torna-se mensurado, dando margem a
utilização finita.

As questões sobre se o universo teve um início no tempo e se ele é limitado no espaço


foram amplamente examinadas mais tarde pelo filósofo Immanuel Kant em sua
monumental (e muito obscura) Crítica da razão pura, publicada em 1781. Ele chamava
essas questões de antinomias (isto é, contradições) da razão pura porque achava que
havia argumentos igualmente persuasivos para acreditar na tese — de que o universo
teve um início — e na antítese — de que ele existira desde sempre. Seu argumento
para a tese era de que, se o universo não teve um início, haveria um período infinito
de tempo antes de qualquer evento, o que ele considerava absurdo. O argumento para
a antítese dizia que, se o universo teve um início, haveria um infi nito período de
89

tempo antes disso, e, assim, por que o universo deveria começar em algum momento
específico? Com efeito, suas defesas tanto da tese quanto da antítese são na verdade o
mesmo argumento. Ambas se baseiam na pressuposição tácita de que o tempo
continua indefinidamente para trás, tenha ou não o universo existido desde sempre.
Como veremos, o conceito de tempo não tem significado antes do início do universo.
Isso foi observado pela primeira vez por santo Agostinho. Quando lhe perguntavam
“O que Deus fazia antes de criar o universo?”, sua resposta não era “Ele estava
preparando o inferno para pessoas que fizessem perguntas como essa”. Em vez disso,
respondia que o tempo era uma propriedade do universo criada por Deus e não existia
antes dele. Quando a maioria das pessoas acreditava em um universo essencialmente
estático e imutável, a questão de ter ou não ocorrido um início pertencia, na verdade,
à metafísica ou à teologia. Tudo que se observava podia ser explicado tanto pela teoria
de que o universo sempre existira quanto pela teoria de que ele começou em algum
momento finito do tempo, de forma que parecia ter existido desde sempre. No entanto,
em 1929 Edwin Hubble fez a observação revolucionária de que, para onde quer que
olhemos, as galáxias distantes estão se afastando depressa de nós. Em outras palavras,
o universo está se expandindo. Isso significa que, antes, os objetos teriam estado mais
próximos. Aliás, parece ter havido um momento, entre dez e vinte bilhões de anos
atrás, em que todos eles estavam exatamente no mesmo ponto e, por conseguinte, a
densidade do universo era infinita. Essa descoberta enfim trouxe a questão do início
do universo para o âmbito da ciência.(p.19)

Aliás o código utilizado para o simbolo do infinito foi criado a partir de um estudo de
programação (ထ) ASCII, comportamento de uso que foge a identificação à realidade.

Há uma tradição filosófica e religiosa originária do Leste Asiático que se trata da


organização e renovação das energias. Fato que pode ser melhor analisado com a atual e futura
tecnologia, que pode verificar a mudança de estado de um objeto a ser analisado como a energia
(derivadas e prótons, neutrons, e elétrons), e sua antimatéria (antiprotons, antieletrons, e
antiátomos neutrons).
90

ANEXO 5: Legislação do PIX


A promessa do PIX é realizar transações monetárias em 10 segundos, ajudando no pagamento de recolhimentos de guia
da União (GRU), e pagamentos através de QR Code de forma segura através de chaves criptografadas entre os usuários. O
nome deriva conceitualmente do “pixel”, e do “pagamento instantâneo”.

 Instrução Normativa BCB nº 88, de 24/11/2020


Confirma Início das atividades PIX
 Instrução Normativa BCB nº 47, de 24/11/2020
Divulga procedimentos a serem observados para participação direta do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e
para a abertura de Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI).
 Instrução Normativa BCB nº 49, de 25/11/2020
Estabelece os procedimentos necessários para a adesão ao Pix.

Outros:

 Circular n° 4.027, de 12/6/2020


Institui o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e a Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI) e aprova seu
regulamento.
 Instrução Normativa BCB n° 3, de 3/8/2020
Divulga a tabela de serviços e valores do Sisbacen e do SPI, bem como a do STR.
 Instrução Normativa BCB n° 5, de 19/8/2020
Define os limites máximos de tempo para validação e para liquidação das ordens de pagamentos instantâneos que
cursam no SPI.
 Resolução n° 4.781, de 20/2/2020
Autoriza o Banco Central do Brasil a conceder linha de redesconto às instituições financeiras participantes diretas
do SPI.
 Instrução Normativa BCB nº 16, de 18/09/2020
Dispõe sobre a integralização e a manutenção de capital pelas instituições de pagamento não sujeitas à autorização
de funcionamento ou em processo de autorização de funcionamento pelo Banco Central do Brasil, como requisito
necessário para participar do Pix.
 Instrução Normativa BCB nº 17, de 18/9/2020
Divulga a disponibilização gradual, em ambiente de produção, das funcionalidades e os horários de operação do
Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) que serão observados até o atingimento do seu pleno funcionamento.
 Instrução Normativa BCB nº 20, de 25/9/2020
Dispõe sobre os limites máximos de valor para as transações no âmbito do Pix, esclarecendo o dispositivo previsto
no art. 37 do Regulamento.
 Resolução BCB nº 19, de 1/10/2020
Dispõe sobre a cobrança de tarifas de clientes pela prestação de serviços no âmbito do Pix e pela prestação do
serviço de iniciação de transação de pagamento no âmbito de arranjos de pagamento.
 Resolução BCB nº 20, de 1/10/2020
Dispõe sobre a linha de redesconto a ser concedida, pelo Banco Central do Brasil, às instituições financeiras
participantes diretas do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), de que trata a Resolução nº 4.781, de 20 de
fevereiro de 2020.
 Instrução Normativa BCB nº 32, de 26 de outubro de 2020
Estabelece o formato, a periodicidade e as informações a serem prestadas pelos participantes do Pix.
 Instrução Normativa BCB nº 43, de 12 de novembro
Estabelece o formato, a periodicidade e as informações a serem prestadas pelos participantes do Pix nas transações
ocorridas no período de 16 de novembro de 2020 a 31 de dezembro de 2020 e estabelece prazos para
implementação do Pix Cobrança.
 Instrução Normativa BCB nº 76, de 04/02/2021
Estabelece os procedimentos para comunicação ao Banco Central do Brasil em caso de resolução contratual entre o
participante responsável e o participante contratante e em caso de saída ordenada de participante do Pix.

https://www.conductor.com.br/pix-sistema-pagamentos-instantaneos-banco-
central/#:~:text=E%20o%20que%20significa%20Pix,redes%20sociais%20%E2%80%93%20inclusive%20no%20nome!
91

ANEXO 6: UM IMPULSO PARA O CRESCIMENTO DA AMÉRICA DO SUL

A inteligência artificial é um híbrido de capital e trabalho. Ela produz condições para ampliar
e ir além da atual capacidade que capital e trabalho têm de criar crescimento econômico. Nossa
pesquisa revela oportunidades significativas de criação de valor.

CHILE
A IA pode adicionar US$63 bilhões ao VAB do Chile em 2035. Deste montante, US$30 bilhões
virão através do canal de aumento da capacidade da mão de obra e do capital, US$ 21 bilhões
através do canal de automação inteligente e US$ 12 bilhões através do canal de difusão da
inovação.
O grande e desenvolvido setor de serviços financeiros do país e as indústrias de commodities,
ponto forte tradicional do Chile, oferecem grandes oportunidades para capturar o valor
prometido pela IA.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO [PDF]
https://www.accenture.com/_acnmedia/PDF-49/Accenture-AI-America-do-Sul.pdf#zoom=50
COLÔMBIA
A IA pode aumentar o VAB da Colômbia em 2035 em até US$78 bilhões. Pouco mais do que
metade dos ganhos (US$42 bilhões) virá através do canal de aumento da capacidade da mão de
obra e do capital. A automação inteligente responderá por US$24 bilhões e a difusão da
inovação, por US$12 bilhões.
O setor de serviços financeiros é um dos principais candidatos a conduzir o país a uma era de
crescimento alavancada pela IA. Respondendo por aproximadamente um quinto do valor
agregado da economia, ele é grande o suficiente para causar impacto considerável e pode
estimular outros setores.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO [PDF]
https://www.accenture.com/_acnmedia/PDF-49/Accenture-AI-America-do-Sul.pdf#zoom=50
PERU
92

A IA pode adicionar US$43 bilhões ao VAB da economia peruana. Grande parte destes ganhos
(US$28 bilhões) virá do canal de aumento da capacidade da mão de obra e do capital, com a
automação inteligente e a difusão da inovação contribuindo com US$7 bilhões cada.
Os setores do comércio atacadista e de varejo do país, responsáveis por aproximadamente 17
por cento do valor agregado, apresentam valiosas oportunidades de crescimento e ganhos de
eficiência conduzidas pela IA.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO [PDF]
https://www.accenture.com/_acnmedia/PDF-49/Accenture-AI-America-do-Sul.pdf#zoom=50
BRASIL
A IA pode aumentar o VAB da economia brasileira em US$432 bilhões, o que representa uma
elevação de 0,9 ponto percentual em relação ao cenário da linha de base. Deste montante,
US$192 bilhões virão do canal de aumento da capacidade da mão de obra e do capital, US$166
bilhões do canal de automação inteligente e os restantes US$74 bilhões, do canal de difusão da
inovação.
O setor público do país é vasto, sendo responsável por aproximadamente 35 por cento do valor
agregado da economia, mas a qualidade dos serviços públicos é um dos objetos de maior
descontentamento popular. A IA pode melhorar os serviços públicos nas mais diversas áreas,
do transporte ao controle de doenças.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO [PDF]
https://www.accenture.com/_acnmedia/PDF-49/Accenture-AI-America-do-Sul.pdf#zoom=50
ARGENTINA
A inteligência artificial pode aumentar o VAB da Argentina em 2035 em US$59 bilhões.
Aproximadamente metade deste valor (US$30 bilhões) virá do canal de aumento da capacidade
da mão de obra e do capital, com o canal de difusão da inovação contribuindo com US$16
bilhões e o canal de automação inteligente, com outros US$13 bilhões.
O setor público, responsável por 27 por cento do valor agregado total, oferece uma perspectiva
promissora para a IA. Vários municípios já demonstraram apetite por soluções digitalmente
avançadas e para cidades inteligentes.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO [PDF]
https://www.accenture.com/_acnmedia/PDF-48/Accenture-AISouth-America-ENG-
Final.pdf#zoom=50

Retirado da ACCENTURE, notícia: https://www.accenture.com/br-pt/insight-artificial-


intelligence-south-
america?c=br_br_artificialintel_10398710&n=psgs_generic_1018&gclid=Cj0KCQiAv6yCBh
CLARIsABqJTjYCHRRpRS7J1l64gRtNz5AtdfYXpWED4sy6hlBvH8D6eKvocc-
JXu0aAp8HEALw_wcB&gclsrc=aw.ds
93

ANEXO 6: CONSIDERAÇÕES EVOLUTIVAS DA MIDIA MUNDIAL

Clones55 são cópias idênticas de outros seres. São iguais do ponto de vista genético, mas o ambiente tem
um grande poder de moldar um indivíduo. Gêmeos univitelinos possuem o mesmo genoma, mas apresentam
diferenças físicas e psíquicas adquiridas em processos distintos de desenvolvimento individual.

Em 1996 as ovelhas: Dolly e Polly (Carregava genes


humanos);

https://voiceofthemonitored.com/2013/11/05/biohacke
r-implants-cigarette-pack-sized-chip-wave-of-the-
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/ future/
07/como-foi-clonagem-da-ovelha-dolly.html
Implantação de chips e sensores
Utilização de células tronco pata colocar uma orelha
em um rato, realizado em 1996 por Charles Vacanti;

https://super.abril.com.br/ciencia/o-rato-que-
construiu-uma-orelha-com-transplante/
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/implan
Em 2009, o tunelamento quantico tacao-de-chip-ajuda-a-localizar-animais-de-estimacao-
perdidos/

Aparelho de cinto de castidade sequestrado (IOT)

http://dfisweb.uefs.br/caderno/vol7n12/NetoAriel.pdf

Em 2012, a utilização de alimentos geneticamente


modificados https://www.tecmundo.com.br/seguranca/209392-
hacker-sequestra-cinto-castidade-pede-resgate-
bitcoin.htm

Em 2014, criado robôs geminoides que imitam seres


humanos.

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S0100-204X2012000600008

Em 2013 cria-se a cultura Biohacker/biopunk, com o


conceito de implantes de dispositivos digitais.

55
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecnologia/os_clones_-
_clonagem.html#:~:text=Clones%20s%C3%A3o%20c%C3%B3pias%20id%C3%AAnticas%20de,processos%2
0distintos%20de%20desenvolvimento%20individual.
94

https://worldindustrialreporter.com/robo-sapiens-new- Em 2019 a China repensa o conceito de sociedade,


robots-look-creepily-human/ impondo que todos os cidadãos serão monitorados e
submetidos a um “painel da vergonha” e outras
Em 2016, bebê nascido com DNA de 3 pais; sanções.

https://veja.abril.com.br/saude/nasce-1o-bebe-do- https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/01/
mundo-com-dna-de-3-pais/ 19/a-sociedade-mais-vigiada-do-mundo-como-a-
china-usa-o-reconhecimento-facial.htm
Em 2017 é criado exoesqueletos para humanos com
deficiências Em 2020, empresa oferece exoesqueleto para venda

https://tribunademinas.com.br/especiais/tech/06-10-
2019/tetraplegico-usa-exoesqueleto-e-consegue- https://www.sarcos.com/
caminhar.html
Em 2020 criado a partir de impressora 3D inseto
Em 2018, a Inteligência artificial, chamada robô robótico com neurônios artificiais
Sophia consegue cidadania na Arábia Saudita

https://www.techtudo.com.br/listas/2018/08/nove-
curiosidades-sobre-sophia-a-primeira-robo-cidada-do- https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noti
mundo.ghtml cia.php?artigo=inseto-robotico-neuronios-
artificiais&id=010180200605#.YGh1mej0mUk
Em 2020 foram realizados testes para evitar o
proliferação do mosquito Aedes Egypti, nomeado Novo Robô criado em 2021
popularmente como: Aedes do bem

https://www.oxitec.com/br/noticas-main/nova-
https://www.cnet.com/videos/elon-musk-unveils-tesla-
tecnologia-do-aedes-do-bem-da-oxitec-recebe-
bot/
aprovao-completa-de-biossegurana-no-brasil
95

ANEXO 7: MODELOS BLOCKCHAIN

Arquivo Pessoal, Fluxograma desenvolvido através do estudo de THAMAY (2020).

ROTH, Nicolas. An Architectural Assessment of Bitcoin. Disponível em:<


https://www.researchgate.net/publication/273894740_An_Architectural_Assessment_of_Bitcoin/fulltext/57d9c1
4008ae5f03b49a137f/An-Architectural-Assessment-of-Bitcoin.pdf >. Acesso em 19/09/2021
96

Disponível em:< https://conteudo.imguol.com.br/c/especiais/noticias/2018/Blockchain/blockchain-web2.jpg>. Acesso


em 19/09/2021
97

ANEXO 8: MODELOS DE PATRICIA PECK


“MODELO SOBRE DIREITOS POLÍTICOS”

PECK, Patricia. Referente direitos Políticos. PECK(2013 p.427)


98

“MODELO DE PREVISÃO LEGAL”

PECK, Patrícia. Direito Digital 7ed. “MODELO DE PREVISÃO LEGAL” São Paulo:Saraiva, 2021. Disponível
em: < https://www.google.com.br/books/edition/Direito_Digital/cM4iEAAAQBAJ?hl=pt-
BR&gbpv=1&dq=patricia+peck+livros+direito+digital&printsec=frontcover >. Acesso em:11/10/2021.
99

ANEXO 9: DIFERENÇAS ENTRE HOME OFFICE E TELETRABALHO

A reprodução se dá pela exploração: “As máquinas a vapor escravizaram os operários


das indústrias têxteis do século XIX, enquanto os computadores pessoais aumentaram a
capacidade de agir e de comunicar dos indivíduos durante os anos 80 de nosso século” (LÉVY,
1999, p. 19) e novamente é questionado o valor do trabalho e seu poder, bem como o intuito de
exploração anteriormente enquadrado na função humana.

HOESCHL (2021), estrutura um pensamento lógico sobre a atuação nobre a informação


livre, e sobre a desproporcionalidade entre os polos envolvidos (como exemplos, considera
empresas explorando o usuários, e programadores).

“ítem 3., da Software Directive, da Comunidade Econômica Européia, e 5o ., da Lei


de Proteção do Software, brasileira, os quais garantem aos empregadores o direito de
acumulação - indevida - de direitos autorais.

Porém, com esses auxílios criados pela tecnologia, também vem junto as desavenças,
que ela nos coloca, como o aumento de número de desempregos que usam o esforço físico como
operários, garçons, construtores civis, entre outros, enquanto outras áreas que exigem da mente
humana, exigem profissionais mais capacitados como nas criações criativas e políticas.

1- tecnologia tráz acessibilidade

2- computador toma decisões por você

O Direito no decorrer dos anos vem se moldando para abranger também a tecnologia
como já citados os direitos trabalhistas dos operários, nos dias atuais isso chega no direito
virtual que cria regras de comportamento que restringem atos e condutas feitas no mundo
virtual, também criando empregos para pessoas trabalharem virtualmente como vendedores,
psicólogos, humoristas e não gerando desempregos, mas sim mudando a área de atuação e
partindo para o mundo tecnológico.

Divergindo do pensamento de escassez de fontes e de suprimentos, conforme RIFKIN


(2004), entendemos que as tecnologias desenvolvidas pela humanidade gerariam meios para
autossustento e autopreservação. Com a finalidade de instrução, autoconhecimento, e evolução
100

intelectual concordando com as teses de que “cada novo sistema de comunicação fabrica seus
excluídos.” LEVY (1999 p.235), logicamente dever-se-á considerar o fator de alto custo de
desenvolvimento, competência, e considerar os números absolutos da tendência de pessoas
conectadas sobre as condições de referenciais de mundos diferentes, e da condição de que a
condição de exclusão dependerá apenas de bloqueios do próprio indivíduo e suas “zonas de
não-direito” LEVY (1999 p.238), sendo que o custo cada vez é mais acessível, intuitivo e
acessível “acesso para todos” LEVY (1999 p.238).

Entretanto devem:

“evitar o surgimento de novas dependências provocadas pelo consumo de


informações ou de serviços de comunicação concebidos e produzidos em uma optica
puramente comercial ou imperial e que tem como efeito, muitas vezes, desqualificar
os saberes e as competências tradicionais dos grupos sociais e das regiões
desfavorecidas” LEVY (1999 p.238)

Ou seja, o critério de exclusão não se dá apenas pelo indivíduo, ou pelos fatores da


tecnologia, mas também por interesses econômicos, que necessitam ainda de ajustes de natureza
jurídica, identificando monopólios, e desenvolvendo formas para maior integração com os
multimeios.

Entendemos que as tecnologias desenvolvidas pela humanidade têm como função gerar
meios para autos-sustento e autopreservação. Com a finalidade de fornecer instrução,
autoconhecimento, e evolução intelectual, sendo que o custo cada vez é mais acessível, intuitivo
e acessível para todos, de forma que todos tenham as mesmas oportunidades.

Expondo a existência de novas profissões e vínculos diferenciados de maneira menos


exaustiva. Um novo modelo a ser explorado é a diferença entre o home office e o trabalho
remoto que iremos seguir.

Diferença entre teletrabalho e home office

O teletrabalho hoje está regulamentado pela Lei 13.467/17, no Capítulo II-A, através
do artigo 75-B, o qual dispõe que:
101

“(…) a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do


empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que,
por sua natureza, não se constituam como trabalho externo (…)”56

Por mais que tenham nomes parecidos, o trabalho remoto ou teletrabalho e o home office
são bem diferentes, os dois são relações de trabalho existentes na legislação trabalhista e que
tiveram suas criações após o desenvolvimento da tecnologia, de forma a acompanhar a
modernidade, e agora em tempos de pandemia, ganharam bastante destaque.

O teletrabalho ou trabalho remoto foi incluído na CLT através da reforma trabalhista de


2017 e se caracteriza por ser um trabalho executado fora das dependências do empregador,
tecnicamente é um trabalho realizado a distancia, podendo o empregador esporadicamente
comparecer as dependências do empregador para atividades especificas, sem descaracterizar o
teletrabalho. Outra característica bem importante no teletrabalho existe obrigatoriamente a
necessidade de formalização expressa desta condição em contrato de trabalho ou aditivo.
Conforme orientado pelo artigo 75 – B da CLT:

‘Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente


fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação
e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.
Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a
realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no
estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.’

Na modalidade de trabalho remoto, não existe um controle de jornada, podendo o


trabalho ser executado a qualquer momento e a qualquer hora do dia, atendendo o disposto no
artigo 62, inciso III da CLT:

“Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:


[...]
III - os empregados em regime de teletrabalho. “

Trata-se de jornada de trabalho, nesse mesmo sentido, temos a seguinte decisão do TRT:

56
Disponível em: <http://www.laureadvogados.com.br/artigos/sistematizando-diferenca-entre-teletrabalho-e-
home-office/>. Acesso em 10 de outubro de 2021.
102

TRABALHO EM DOMICÍLIO. HOME OFFICE. AUSENCIA DE


FISCALIZAÇÃO. O empregado que labora em sua residência, não estando
subordinado à fiscalização de jornada, encontra-se enquadrado na exceção prevista
no inciso I, do art. 62 da CLT, não fazendo jus, portanto, às horas extras e verbas
reflexas.
(TRT-11 00211020120151100, Relator: Lairto José Veloso)

Por fim, no caso de alteração do teletrabalho para trabalho presencial, é necessário que
essa mudança seja informada com 15 dias de antecedência para que a transição possa ser
realizada.

Já o home office é caracterizado pela realização das atividades profissionais dentro e


fora do ambiente corporativo, nele não existe uma necessidade de formalização expressa em
contrato de trabalho, basta uma política interna ou um acordo entre empregado e empregador
para ser instituído.

Outra diferença é a jornada de trabalho que deve seguir um controle ou escala pré-
determinada, é necessário possuir registros de entrada e de saída, e deve ser cumprido o
horário de trabalho estabelecido como de todos os outros empregados. Vejamos decisão nesse
sentido do TRT:

“HORA EXTRA - REGIME HOME OFFICE - A situação do empregado em regime


home office se equipara à dos empregados que exercem atividade externa, não se
submetendo às regras pertinentes à duração de jornada, desde que não tenham
horário de trabalho controlado pelo empregador.
(TRT-5 - RO: 90006420065050029 BA 0009000-64.2006.5.05.0029, Relator:
NÉLIA NEVES, 4ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 24/04/2008)”

Tal conduta ainda não está regulamentada na legislação brasileira, mas sua pratica é
totalmente legal e adepta as mudanças tecnológicas.

Em resumo, o teletrabalho não deixa de ser um home office, mas nem todo home office
é uma espécie de teletrabalho.

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