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Centro Universitário do Planalto Central

Apparecido dos Santos - UNICEPLAC


Curso de Medicina Veterinária
Trabalho de Conclusão de Curso

SARAH CRISTINA DA SILVA LONDOÑO

DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES –


ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E REABILITAÇÃO

Gama-DF
2020
SARAH CRISTINA DA SILVA LONDOÑO

DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES –


ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E REABILITAÇÃO

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Medicina Veterinária pelo Centro Universitário
do Planalto Central Apparecido dos Santos –
Uniceplac.

Orientadora: Profa. MSc. Veridiane da Rosa


Gomes

Gama-DF
2020
SARAH CRISTINA DA SILVA LONDOÑO

DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES –


ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E REABILITAÇÃO

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Medicina Veterinária pelo Centro Universitário
do Planalto Central Apparecido dos Santos –
Uniceplac.

Gama, 17 de novembro de 2020

Banca Examinadora

Profa. MSc. Veridiane da Rosa Gomes


Orientadora

Prof. Guilherme Kanciukaitis Tognoli


Examinador

Prof. Gustavo Fedosseeff Della Penna


Examinador
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre me mostrar o caminho certo, pela minha vida e por me
permitir esta realização.
Agradeço essencialmente ao meus pais, Juan Londoño e Isabel Cristina, que são minhas
maiores inspirações, me incentivaram e deram todo apoio possível para a concretização deste
sonho, nada disso seria possível sem vocês.
Agradeço também minhas irmãs Celimar, Laoana, Natalia e Melina; meus cunhados
Leandro, Edson e Josiel; e minhas sobrinhas Dara, Esther e Laura, que sempre acreditaram no
meu potencial e me deram toda ajuda, amor e carinho necessário ao longo desse caminho.
Agradeço ao meu namorado Gustavo, por todo amor, carinho e companheirismo.
Não posso deixar de agradecer as minhas amigas Ana Luiza, Nathalia Rodrigues e
Rafaella Nascimento por toda ajuda no decorer do curso e por seguirem com a amizade mesmo
com todos estresses no decorrer desses 5 anos (ou mais) .
Deixo um agradecimento especial a minha orientadora Veridiane Da Rosa Gomes, pela
dedicação do seu tempo e por toda ajuda ao longo desse projeto.
E por fim, a todos os meus professores, que não contribuíram apenas para a vida
profissional, mas também para a minha vida pessoal.
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES –
ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E REABILITAÇÃO

Sarah Cristina da Silva Londoño1


Veridiane da Rosa Gomes 2

Resumo:
A doença do disco intervertebral popularmente conhecida como hérnia de disco, é considerada a afecção
neurológica que mais acomete a medula espinhal de cães, sobretudo tratando-se de raças
condrodistróficas. Apontada como casuística principal de compressão medular e pode resultar desde
paralisia parcial até paralisia total. Na afecção observa-se extrusão ou protusão do disco intervertebral,
sendo que, a região toracolombar é mais comumente afetada. O diagnóstico baseia-se no histórico do
animal, exames neurológicos e ortopédicos, entretanto, os exames de imagem são essenciais para o
diagnóstico definitivo. O tratamento pode ser dividido em clínico, conservador e cirúrgico e a escolha
terapêutica é definida de acordo com o animal, grau da lesão, tempo de acometimento, estado físico e
neurológico. Independente da escolha, a reabilitação física se adapta positivamente para cada caso
buscando sempre a melhora da qualidade de vida do paciente. Dessa forma, a fisioterapia é considerada
técnica de reabilitação, que visa por meio de diferentes modalidades terapêuticas melhorar o estado
físico e neuromuscular do paciente, tendo como base a utilização de frio, calor, luz, água, eletricidade e
exercícios de mobilidade. Objetiva-se com o presente trabalho, apresentar uma revisão de literatura
sobre o emprego da fisioterapia como forma de tratamento da doença do disco intervertebral.

Palavras-chave: Fisioterapia. Hérnia de Disco. Medula Espinhal. Extrusão. Protusão.

Abstract:
Intervertebral disc disease, popularly known as herniated disc, is considered the neurological disorder
that most affects the spinal cord of dogs, especially chondrodystrophic breeds. Indicated as the main
cause of spinal compression, it can result in partial paralysis or even in complete paralysis. In this
condition, extrusion or protrusion of the intervertebral disc is observed, and the thoracolumbar region is
most affected. The diagnosis is based on animal's clinical history and in neurological and orthopedic
examinations. Imaging tests are, however, essential for the diagnosis. Treatment can be divided in
clinical, conservative, and surgical. The therapeutic choice is determined according to patient, lesion
extension, onset time and physical and neurological status. Regardless of treatment choice, physical
rehabilitation can be positively adapted to each case, always seeking to improve patient's quality of life.
Thus, physiotherapy, which is a rehabilitation technique that aims to improve the patient's physical and
neuromuscular status through different therapeutic modalities, based on the use of cold, heat, light,
water, electricity, and mobility exercises. This paper aims to present a literature review of the use of
physiotherapy as means of treating intervertebral disc disease.

Keywords: Extrusion. Herniated Disc. Physiotherapy. Protrusion. Spinal Cord.

1
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
– Uniceplac. E-mail: sarahcristinalondono@gmail.com.
2
Professora do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos
Santos – Uniceplac. E-mail: veridiane.gomes@uniceplac.edu.br
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação dos Elementos Anatômicos de uma Vertebra de um Cão..................11


Figura 2 – Ilustração Esquemática de um Disco Intervertebral..................................................12
Figura 3 – Ilustração Explicativa da Medula Espinhal...............................................................13
Figura 4 – Tipos de DDIV: (A) Hansen tipo I (B) Hansen tipo II...............................................15
Figura 5 – Hansen tipo I – Representação..................................................................................16
Figura 6 – Hansen tipo II – Representação.................................................................................17
Figura 7 – Canino fêmea, da raça dachshund, apresentando dorso arqueado, cabeça baixa e o
membro torácico fletido, devido à dor em decorrência de extrusão de disco cervical................19
Figura 8 – Canino macho, raça dachshund assumindo postura de Schiff–Sherrington, devido à
extrusão de disco intervertebral em região toracolombar...........................................................19
Figura 9 – Avaliação da Propriocepção.....................................................................................22
Figura 10 – Realização de Eletroterapia.....................................................................................25
Figura 11 – Magnetoterapia Pulsátil em Cão..................................................................................27
Figura 12 – Cão com Lesão em Coluna Vertebral sendo Tratado com Laserterapia..................28
Figura 13 – Realização de Sustentação Assistida......................................................................31
Figura 14 – Terapia com esteira aquática em cão......................................................................32
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AF Anel Fibroso
DIV Discos Intervertebrais
DDIV Doença do Disco Intervertebral
FES Functional Electrical Stimulation
HD Hérnia de Disco
ME Medula Espinhal
NP Núcleo Pulposo
NMES Neuro Muscular Electrical Stimulation
TENS Transcutaneal Electical Nerve Stimulation
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Diferentes Graus de DDIV com ou sem acometimento neurológico...................20


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 9
2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 11
2.1 Coluna Vertebral ........................................................................................................ 11
2.2 Disco Intervertebral ................................................................................................... 11
2.3 Medula Espinhal ......................................................................................................... 12
2.4 Doença do Disco Invertebral ..................................................................................... 14
2.4.1 Etiologia e Patogenia ........................................................................................... 14
2.4.2 Hansen tipo I ........................................................................................................ 16
2.4.3 Hansen tipo II........................................................................................................17
2.4.4 Hansen tipo III ..................................................................................................... 17
2.4.5 Sintomatologia ..................................................................................................... 18
2.4.6 Síndrome Cervical .............................................................................................. 18
2.4.7 Síndrome Toracolombar ...................................................................................... 19
2.4.8 Classificação Clínica e Neurológica ................................................................... 20
2.5 Diagnóstico ................................................................................................................... 21
2.5.1 Anamnese ........................................................................................................... 21
2.5.2 Exato Ortopédico e Neurológico ........................................................................ 21
2.5.3 Exame de Imagem .............................................................................................. 22
2.6 Tratamento ................................................................................................................... 23
2.6.1 Tratamento Cirúrgico ....................................................................................... 23
2.6.2 Tratamento Conservador ..................................................................................... 23
2.7 Fisioterapia ................................................................................................................... 24
2.8 Modalidades fisioterapêuticas .................................................................................... 25
2.8.1 Eletroterapia ........................................................................................................... 25
2.8.2 Magnetoterapia ...................................................................................................... 26
2.8.3 Laserterapia ............................................................................................................ 28
2.8.4 Ultrassom Terapêutico ........................................................................................... 29
2.8.5 Cinesioterapia ........................................................................................................ 30
2.8.6 Hidroterapia ........................................................................................................... 31
2.9 Protocolo Fisioterápico para Reabilitação de Doença do Disco Intervertebral ..... 32
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 34
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 35
9

1 INTRODUÇÃO

A doença do disco intervertebral (DDIV) é uma afecção frequente na rotina clínica de


pequenos animais, sendo a principal causa de compressão medular, com consequente paraplegia
em cães, principalmente em raças condrodistróficas (MORTATE, 2008). Porém, não é apenas
a raça que está associada com a ocorrência de DDIV, fatores como idade e obesidade também
são correlacionados com sua ocorrência, sendo incomum em animais com menos de dois anos
de idade (CECIM, 2019; COSTA, 2001).
O primeiro caso identificado de doença degenerativa do disco intervertebral ocorreu
em 1881 em um cão da raça Dachshund e, desde então, houveram diversos estudos sobre a
doença. Inúmeras são as teorias em relação ao seu acometimento e aspecto clinico. A tese
descrita por Hans-Jörgen Hansen em 1952 é ainda utilizada na atualidade, ele foi o responsável
por classificar as alterações degenerativas em condroides e fibroides (HANSEN, 1952).
A DDIV, também conhecida como hérnia de disco (HD), é descrita como degeneração
do disco intervertebral, podendo gerar extrusão, que é denominada Hansen tipo I, ou protusão,
chamada de Hansen tipo II, resultando em compressão da medula espinhal e/ou das raízes
nervosas (CRUZ e SANTOS, 2017; SANTANAS e SILVA, 2019). De acordo com Coates
(2012) existe também um terceiro tipo, descrito como uma extrusão aguda e não compressiva,
classificada como Hansen tipo III.
As lesões que acometem a coluna vertebral e a medula espinhal são comuns na medicina
humana e na medicina veterinária. Esse tipo de alteração degenerativa, pode acontecer em
qualquer disco, porém é observado principalmente na região toracolombar, podendo ter origem
condróide ou fibróide (CARAMICO, 2019; RAMALHO et al.,2015).
A apresentação clínica da doença varia, de acordo com a região acometida e a
progressão. Contudo, um dos principais sinais costuma ser a dor, que pode ser crônica ou aguda.
Outros sinais clínicos como ataxia, hiperestesia espinhal ou até mesmo paraplegia e perda da
percepção de dor profunda, também podem ser observados (DIAS, 2018; BAUMHARDT,
2015).
O diagnóstico da DDIV é baseado principalmente no histórico e sinais clínicos
apresentados pelo paciente, bem como, com o auxílio de exames de imagem (CECIM, 2019;
DIAS, 2018). Para indicação de um tratamento apropriado, deve ser analisado o quadro clinico
geral do animal, sendo dividido em tratamento conservador ou tratamento cirúrgico (CRUZ e
SANTOS, 2017).
No que diz respeito ao tratamento, existem algumas terapias que podem auxiliar na
10

recuperação do paciente, como a fisioterapia, que pode ser utilizada como tratamento
conservador ou no pós cirúrgico. A fisioterapia, já bastante utilizada na medicina humana, é
uma modalidade terapêutica que tem crescido significativamente na medicina veterinária e
possui inúmeras funcionalidades clinicas, que vão desde reabilitação neurológica, muscular, até
o manejo da dor (CRUZ e SANTOS, 2017; FARIAS, 2011).
Dessa forma, objetiva-se com o presente trabalho apresentar uma revisão de literatura
sobre o uso de fisioterapia, como opção terapêutica em pacientes com doença do disco
intervertebral.
11

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Coluna Vertebral

A coluna vertebral é considerada a base principal do corpo, pois tem função de proteção
da medula espinhal (ME) e de suas raízes nervosas, sendo formada por, aproximadamente 50
vértebras (SILVA, 2017). A coluna vertebral dos cães é dividida em cinco segmentos: cervical,
torácico, lombar, sacral e caudal, sendo composta por sete vértebras cervicais (C7), 13 torácicas
(T13), sete lombares (L7), três sacrais (S3) e aproximadamente de 20 á 23 caudais ou coccígeas
(Cd20-23) (KISTEMACHER, 2017; ALVES, 2019; DIAS, 2018; MELO, 2019).
A vertebra de um cão é constituída pelo corpo vertebral, um arco vertebral e processos
espinhoso (dorsais, transversos laterais, articulares caudais, articulares craniais, acessórios e
mamilares) (Figura 1). As vértebras articulam-se através dos discos intervertebrais (DIV) e seus
processos articulares, entre cada par observa-se o forame intervertebral, por onde passam os
nervos espinhais, as veias e as artérias. O corpo vertebral possui uma extremidade cranial
(convexa) e uma extremidade caudal (côncava), o qual, em conjunto com o arco vertebral
origina o forame vertebral que constitui o canal vertebral, onde está alojada a ME (SILVA,
2017; NEVES, 2016; KISTEMACHER, 2017; KÖNING e LIEBICH, 2016).

Figura 1 – Representação dos Elementos Anatômicos de uma Vertebra de um Cão

Fonte: NEVES (2016)

2.2 Disco Intervertebral

Os DIVs (Figura 2) estão introduzidos entre cada corpo vertebral, exceto na primeira e
segunda vértebras cervicais e as vértebras sacrais. Eles são formados por um anel fibroso (AF)
e um núcleo pulposo (NP). O AF tem uma região perinuclear composta por fibrocartilagem e
outra região mais externa constituída por uma camada de colágeno, já o NP pode-se dizer que
em animais jovens, é parecido a um gel e de acordo com tempo vai sofrendo um processo de
12

desidratação progressiva. São responsáveis pela absorção de choques e impactos, e fazem a


conexão das vértebras e fornecimento de flexibilidade à coluna vertebral (MORTATE, 2008;
MOSCHEN, 2017; CECIM, 2019; NEVES, 2016). Conforme Dias (2018) quando se trata de
sua composição molecular, o DIV é composto por proteína colágena, proteína não colágena,
agregados de proteoglicanos (que são eles: sulfato de condroitina e sulfato de queratano) e
glicoproteínas.
Figura 2 – Ilustração Esquemática de um Disco Intervertebral

Fonte: Livro Hernia de Disco.3

O NP localiza-se na região central do disco, o qual é mantido sobre pressão durante todo
tempo pelo AF, para fazer com que as pressões sofridas se dissipem. Sua composição principal
é a água (que pode chegar a 80% se estiver saudável), colágeno tipo II e fibras de elastinas
incorporadas a proteoglicanos, por isso tem aspecto gelatinoso. O AF é constituído por tecido
fibrocartilaginoso, com apresentação mais espessa na região ventral e mais fina na região
dorsal, ele forma um anel em torno do NP, realizando a função de retenção de líquido do
mesmo, o que causa uma pressão que impede que ele escape (MELO, 2019).
Os discos sofrem processo de degeneração natural, com o avanço da idade. A
degeneração diminui sua capacidade de absorver impactos, ou seja, quanto mais jovem o
animal, mais vascularizado e hidratado os DIVs (MELO, 2019).

2.3 Medula Espinhal

A ME está localizada no interior do canal vertebral, ela é uma estrutura longa com
formato cilíndrico e leve achatamento. É composta por um núcleo central de substância
cinzenta, rodeado pela substância branca, que vai desde o limite caudal do tronco encefálico até
a sexta vertebra lombar. A ME é fundamental para a transmissão de impulsos nervosos
sensoriais e somáticos (KISTEMACHER, 2017; MELO, 2019; DIAS, 2018).

3
MONTENEGRO, Helder. Hérnia de Disco e Dor Ciática. Como prevenir, como tratar, como conviver.
Disponível em: https://www.livroherniadedisco.com.br/disco-intervertebral/. Acesso em: 02 nov.2020.
13

A substância branca presente na ME, é mais externa e composta por tratos nervosos, já
a substância cinzenta fica localizada na região central e apresenta formato de H, é composta de
corpos celulares dos interneurônios e dos neurônios motores inferiores. Assim como a coluna
vertebral, a medula espinhal também possui suas divisões: cervical, torácica, lombar, sacral e
caudal. No interior do canal vertebral, a ME e suas raízes nervosas são envoltas por três
diferentes camadas protetoras que são as meninges, estas recebem nome de: Dura-máter,
Aracnoide e Pia-máter (SILVA, 2017).
A ME é segmentada em duas metades proporcionais, pelo sulco mediano dorsal e pela
fissura mediana ventral, em ambos lados, as fibras nervosas que atingem a ME pelo sulco
dorsolateral, dão origem a uma raiz dorsal que possui função sensitiva (aferente) e as fibras
nervosas que movem-se ventrolateralmente da ME dão origem a raiz ventral que tem função
motora (eferente). Essas fibras nervosas são interligadas no forame intervertebral, levando as
raízes dorsal e ventral se unirem para formação dos nervos espinhais (KÖNIG e LIEBICH,
2011; DIAS, 2018).
A conexão do sistema nervoso central com o corpo, se dá devido a junção dos nervos
espinhais (originados na medula espinhal) com os nervos cranianos (originados no tronco
cerebral) essa junção é que leva a formação do sistema nervoso periférico. Devido aos nervos
espinhais não serem capazes de deixar o canal vertebral no local de origem, ocorre a passagem
deles pelo canal vertebral para que consigam sair por meio dos seus forames intervertebrais
compatíveis. Assim, ocorre um prolongamento além do cone medular das raízes sacrais e
caudais. Devido a semelhança que essas apresentam com a cauda de um cavalo, o segmento
recebeu o nome de cauda equina (Figura 3) (KÖNIG e LIEBICH, 2011; DIAS, 2018;
KISTEMACHER, 2017).
Segundo Silva (2017) as funções da medula espinhal, envolvem processamento de
informações vindas dos músculos, tendões, articulações, ligamentos, vasos sanguíneos, pele e
vísceras, produção de respostas subconscientes da musculatura e glândulas a reflexos
específicos e condução de informações pelos tratos axonais para o encéfalo e dele para os
órgãos periféricos, o que leva a um controle da postura e movimentos, por exemplo.
14

Figura 3 - Ilustração Explicativa da Medula Espinhal

Fonte: WORDPRESS. Aula de Fisiologia on WordPress.com.4

2.4 Doença do Disco Invertebral


2.4.1 Etiologia e Patogenia

A DDIV é uma afecção neurológica, que ocorre devido a degeneração do disco


intervertebral. A qual, pode levar a uma extrusão ou a uma protusão, com conseguinte
compressão das raízes nervosa ou da medula espinhal. A alteração é correlacionada
especialmente a raças condrodistróficas como, Dachshund, Poodle Toy, Pequinês, Beagle,
Lhasa Apso, Shi Tzu, Chihuahua e Cocker Spaniel (CARAMICO, 2019; DIAS, 2018;
MOSCHEN, 2017). De acordo com Melo (2019) fatores como: idade avançada, disposição
genética, traumatismo, nutrição inadequada, e exercícios físicos extremos, também são fatores
que podemos associar a ocorrência de DDIV.
Tanto a etiologia quanto a patogenia dessa afecção, não são totalmente elucidadas.
Entretanto, existem algumas hipóteses, sendo a presença de alterações estruturais e bioquímicas

4
WORDPRESS. Aula de Fisiologia on WordPress.com. Disponível em:
http://auladefisiologia.files.wordpress.com/2009/11/medula.gif?w=417&h=517. Acesso em: 19 out. 2020.
15

do disco intervertebral, uma delas. As quais levariam a DDIV, pela degeneração fibroide
(protusão) ou condroide (extrusão), com posterior lesão a nível medular (CARAMICO, 2019;
DIAS, 2018;).
A forma de apresentação, dependerá da raça afetada, então podemos dizer que a genética
é a melhor descrição para a predominância de DDIV. Segundo Caramico (2019), é importante
ressaltar que os cães da raça Dachshund são os mais acometida, devido a sua estrutura física,
que resulta em maior susceptibilidade a ocorrência de extrusão (CARAMICO, 2019).
Na forma condroide nota-se perda de glicosaminoglicanos, aumento na quantidade de colágeno
e redução de água, em consequência disto, haverá ausência de propriedades hidroelásticas do
disco e perda da habilidade de suportar pressões, ou seja, há uma transformação do NP
gelatinoso em cartilagem hialina, esta alteração é correlacionada principalmente em cães
condrodistróficos jovens (BRISSON, 2010).
Já o aspecto fibroso é correlacionado principalmente com a idade do animal,
independente da raça afetada, sendo mais relatado em cães não condrodistróficos, a partir dos
sete anos de idade, tendo como característica principal a colagenização fibrosa do NP associado
a uma degeneração do AF, diferentemente da forma condroide nesta haverá como
características níveis altos de glicosaminoglicanos e quantidade baixa de colágeno, isso
ocasionará abaulamento do NP dentro do AF fraco (BRISSON, 2010).
Desse modo, a DDIV é separada em duas classes distintas, Hansen tipo I e Hansen tipo
II (Figura 4), sendo que a Hansen tipo I é a forma condroide da afecção e a Hansen tipo II se
apresenta de forma fibroide (COATES, 2012; MORTATE, 2008; DIAS, 2018). Existe também
um terceiro tipo de hérnia que é caracterizado por uma extrusão, porém sem causar compressão
(CARAMICO, 2019).

Figura 4 – Tipos de DDIV: (A) Hansen tipo I (B) Hansen tipo II.

Fonte: KISTEMACHER (2017)

Alguns estudos relatam que a região mais acometida é a toracolombar, devido a


16

conformação anatômica da região, a qual é caracterizada por um ligamento longitudinal estreito


e não possui ligamentos intercapitais. A apresentação clínica é variável, dependendo da
localização, proporção de material extrusado e tempo da lesão. Esses sinais vão desde dor,
paraperesia em casos mais graves, disfunção da micção até perda da dor profunda e paraplegia
dos movimentos (MELO, 2019; NELSON e COUTO, 2015).

2.4.2 Hansen tipo I

A Hansen tipo I (Figura 5) é correlacionada com a degeneração condroide, onde ocorre


enrijecimento do NP em associação com o enfraquecimento do AF. O que leva a ruptura do
anel e extrusão do núcleo contra a medula espinhal e, ocasiona compressão medular ou de suas
raízes nervosas (HANSEN, 1952; NEVES, 2016). A ruptura do anel fibroso acontece pois,
quando o núcleo pulposo está degenerado e mineralizado, exerce uma força anormal que leva
a laceração do AF, favorecendo então ao extravasamento do NP (BRISSON, 2010).

Figura 5 - Hansen tipo I – Representação

Fonte: MELO (2019)

Existe variação no volume de material discal que sofre a extrusão, assim como o grau
de compressão. A ruptura do núcleo pulposo pode ocorrer entre ou lateralmente ao ligamento
longitudinal dorsal, podendo haver extrusão de maneira irregular, plana, elevada, padrão
circular ou cônica. A Hansen I é caracterizada por ser uma lesão aguda após um movimento
brusco do animal, e provoca paresia dos membros. Sua incidência é maior em raças
condrodistróficas ou com tendências condrodistrofóides, porém, pode ocorrer em outras raças
(BRISSON, 2010; NEVES, 2016).
Em cães da raça dachshund podemos observar sinais clínicos, mais severos, isso pode
ser justificado pelo tamanho reduzido no espaço epidural lombar, e pela coluna alongada,
fazendo com que a força gravitacional leve a uma maior tensão no ligamento longitudinal
17

(MOSCHEN, 2017; MELO, 2019).


Conforme Melo (2019) a sintomatologia observada pode ser: ataxia de membros
pélvicos, distintos graus de dor e alterações neurológicas, ressalta-se que a gravidade varia de
acordo com a quantidade de material extrudado no canal medular e com o tempo transcorrido
para a identificação da afecção. As lesões tendem a serem agudas e agressivas, com sinais
neurológicos graves. Geralmente as alterações iniciam cedo, entre os dois e sete meses de idade,
contudo somente apresenta sinais clínicos com aproximadamente dois a sete anos de idade.

2.4.3 Hansen Tipo II

A Hansen tipo II (Figura 6) é ocasionada devido a desidratação do NP, que acaba sendo
preenchido por fibrocartilagem, nela ocorre separação das fibras e gera acúmulo de fluido
intersticial e plasma. Assim, aumenta a pressão do núcleo pulposo no AF gerando a protusão
do DIV, e posterior abaulamento do mesmo, com compressão gradual da ME. Essa protusão é
capaz de provocar trauma medular repetitivamente, levando a sinais progressivos e, é mais
observada em cães de grande porte como, Pastor alemão e Dobermann, entretanto pode afetar
também raças de pequeno porte (MELO, 2019; MARINHO et al., 2014).
Figura 6 - Hansen tipo II – Representação

Fonte: MELO (2019)

Por se tratar de uma afecção progressiva de aspecto crônico, a paresia apresenta-se de


forma progressiva e contínua, com maior predisposição em cães mais velhos (MELO, 2019).

2.4.4 Hansen Tipo III

Existe ainda um terceiro tipo de hérnia, este é caracterizado pela extrusão de uma parte
do núcleo pulposo de forma abrupta causando uma lesão a ME não compressiva e, ocorre
18

devido a súbita subida da pressão intradiscal por traumatismo ou exercício físico intenso
(RAMALHO et al., 2015; NEVES, 2016; DIAS, 2018). Apesar de ter como característica a não
compressão da coluna, esta alteração causa lesão significativa à ME, podendo levar inclusive
ao aparecimento de mielomalácia (DIAS, 2018; MELO, 2019).
De acordo com Melo (2019) os sinais clínicos são semelhantes aos da Hansen I, sendo
observada a alteração neurológica como sintomatologia principal, variando conforme a
localidade da lesão. Pode ocorrer também, falta ou diminuição de estímulo dos membros
pélvicos e disfunção da bexiga.

2.4.5 Sintomatologia
Os compartimentos medulares afetados pela DDIV são: cervical cranial (C1-C5),
cervical caudal ou cervicotorácica (C6-T2), toracolombar (T3-L3) e lombosacral (L4-S3). As
alterações clinicas apresentadas pelos animais com afecção da coluna são variáveis, o animal
pode ter episódios de dor, ataxia, paresia ou até paralisia com ou sem percepção de dor
profunda. Varia conforme o local da lesão, a forma de prolapso discal, a quantidade de material
herniado, a aceleração da extrusão, a força de impacto na medula espinhal, a durabilidade da
compressão medular, a dimensão do diâmetro do canal vertebral em relação ao diâmetro da
medula espinhal e ao abarcamento de raízes nervosas espinhais, podendo então desenvolver-se
subitamente ou gradativamente (DIAS, 2018; MOSCHEN, 2017).

2.4.6 Síndrome Cervical


A DDIV cervical ocorre com maior frequência em segmentos medulares cervicais
craniais (C1–C5), estes representam a segunda maior ocorrência dos relatos de doença do disco
intervertebral, enquanto a síndrome cervical caudal ou cervicotorácica (C6-T2) tem menor
ocorrência. De forma geral, o principal sinal clínico de DDIV cervical é a dor, os animais
acometidos demostram desconforto ao manejo da cabeça e do pescoço, bem como à palpação,
Manifestam também rigidez cervical, aversão em flexionar ou em estender a cabeça e o
pescoço, e podem adotar a postura de cabeça baixa e dorso arqueado (Figura 7) (DIAS, 2018;
MOSCHEN, 2017).
19

Figura 7 – Canino fêmea, da raça dachshund, apresentando dorso arqueado, cabeça


baixa e o membro torácico fletido, devido à dor em decorrência de extrusão de disco
cervical

Fonte: MOSCHEN (2017)

2.4.7 Síndrome Toracolombar

Lesões em segmentos toracolombares (T3-L3) podem ocasionar aumento do tônus


extensor nos membros torácicos, conhecido como síndrome de Schiff-Sherrington (Figura 8).
A síndrome toracolombar é a causa mais comum de disfunção neurológica, e acomete
principalmente cães condrodistróficos entre três e sete anos de idade. Os sinais clínicos são
variáveis, podendo ocorrer dor, ataxia e déficits posturais nos membros, paraparesia ou
paraplegia com ou sem percepção de dor profunda, reflexos espinhais e tônus muscular
habituais ou acrescidos nos membros pélvicos (DIAS, 2018; MOSCHEN, 2017).
Figura 8 – Canino macho, raça dachshund assumindo postura de Schiff–Sherrington,
devido à extrusão de disco intervertebral em região toracolombar.

Fonte: MOSCHEN (2017)


20

2.4.8 Classificação Clínica e Neurológica

A doença do disco intervertebral pode ser classificada em diferentes graus, por meio da
avaliação neurológica (Quadro 1).

Quadro 1 – Diferentes graus de DDIV com ou sem acometimento neurológico

Classificação Sinais
GRAU I Não apresenta problema neurológico, animal com dor e leve irritação,
possui mobilidade das pernas
GRAU II Começa a ter compressão da medula, levando então ao início de
alterações neurológicas, caminhada com dificuldade, perda de equilíbrio,
postura e coordenação, apresenta um pouco de dor
GRAU III Lesão neurológica agravada, animal com paraparesia em um ou dois
membros pélvicos, caminhada incorreta
GRAU IV Possui paraplegia, retenção ou incontinência urinária presença de dor
profunda e ausência de dor superficial
GRAU V Grave: apresenta paralisia associada a alterações somáticas, com perda da
dor profunda
Fonte: CARAMICO, 2019

2.5 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da doença do disco intervertebral é baseado nas alterações apresentadas,


anamnese, exame físico ortopédico e neurológico, e exames complementares de imagem, sendo
este último o método definitivo de diagnóstico (RAMALHO et al., 2015; KISTEMACHER,
2017).

2.5.1 Anamnese

A anamnese é o momento em que se recolhe todos dados do animal, avalia-se todo seu
histórico e, portanto deve reunir informações gerais como: raça, idade, peso corporal, sexo,
relato anterior de doenças similares, afecções concomitantes, uso de medicamentos. É comum
o relato de dor, pelo tutor, dificuldade de locomoção e fraqueza (KISTEMACHER, 2017).
Quando se trata de DDIV é essencial ter conhecimento sobre o curso da doença, dessa forma,
é interessante questionar o início dos sinais clínicos, o que torna possível estimar se é o quadro
é agudo ou crônico, progressão, duração e se a alteração é persistente ou intermitente (DIAS,
2018).

2.5.2 Exame Ortopédico e Neurológico

O exame ortopédico da coluna deve ser realizado por meio de palpação minuciosa das
21

vértebras, observando sinais de contorno anormal e hiperestesia. O exame neurológio possui


função de definir a presença da lesão neurológica e estabelecer a localização neuroanatômica,
portanto deve-se iniciar esse exame, por meio da observação do animal em estação. Neste,
avalia-se a postura da cabeça, tronco e membros, bem como a forma de andar na marcha e no
trote (KISTEMACHER, 2017).
Quando se trata de exame neurologico, existem oito principais partes a serem seguidas
que são elas: estado menntal e comportamento, postura, marcha, tremores involuntários,
reações posturais, nervos cranianos, reflexos miotáticos e avaliação sensorial; O estado mental
do animal é observado durante a anamnese, sendo avaliada a interação do paciente com o
ambiente; A postura é analisada de acordo com a posição da cabeça e do tronco perante a um
repouso, sendo dividida em Head tild (inclinação da cabeça), Head turn(rotação lateralizada da
cabeça), Curvatura espinhal, Rigidez descerebrada e descerebelada, Posição de Schiff-
Sherrington e avaliação da marcha(JUNIOR et al., 2013).
Conforme Junior et al., (2013) cães com alterações neurológicas podem vir a apresentar
movimentação involuntária (tremores por exemplo) então torna-se importante sua avaliação; as
reações posturais também devem ser avaliadas pois nesta tem acometimento de praticamente
todos componentes do sistema nervoso, existem alguns testes posturais realizados na rotina,
que são eles: Saltitamento, hemicaminhada, carinho de mão e o teste de propriocepção (Figura
9).
Para avaliação dos nervos cranianos, deve-se realizar de forma geral testes de reflexo
pupilar, palpebral, sensibilidade e simetria facial para observação da resposta do animal aos
estímulos; já a avaliação dos reflexos espinhais (miotáticos) e tônus muscular ajuda na
classificação dos sinais neurológicos do paciente, tendo em vista isso, deve realizar em
membros pélvicos e torácicos. E Para finalizar deve fazer a avaliação sensorial para observar a
percepção consciente de dor, realizando uma palpação na coluna por exemplo, e também tem a
avaliação nociceptiva, que é um excelente indicador de lesão medular, para indicação de dor
superficial, deve-se beliscar as membranas interdigitais de membros pélvicos e torácicos, se o
animal não responder a esse teste, pode realizar o da dor profunda, pinçando (com pinça
hemostática) as falanges distais (JUNIOR et al., 2013).
22

Figura 9 – Avaliação da Propriocepção

Fonte: KISTEMACHER (2017)


2.5.3 Exame de imagem

A confirmação da DDIV é realizada por meio de exames de imagem, como a radiografia


simples ou contrastada (mielografia), tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Esses exames possibilitam determinar a presença, localização e extensão da lesão (DIAS,
2018).
A radiografia simples identifica lesões que envolvem as vértebras e seus ligamentos,
porém não é possível visualizar a medula espinhal (DIAS, 2018). A mielografia é utilizada para
delimitar a extensão e localização da compressão medular, a qual não é possível de ser
visualizada pela radiografia simples, porém essa técnica de mielografia vem caindo em desuso,
devido as consequências que gera ao animal, sendo que pode ocorrer convulsões, arritmias
cardíacas e apneia, esses fatores ocorrem devido aos medicamentos usados no animal, como
por exemplo o contraste (DIAS, 2018; MELO, 2019).
A tomografia computadorizada é uma ferramenta de grande valia para diagnóstico de
afecções da coluna vertebral, nela é possível verificar se o material está no canal vertebral. O
que auxilia na tomada de decisões para o tratamento da doença. A ressonância magnética é
considerada a melhor para diagnóstico precoce de DDIV, ela é capaz de fornecer boa
visualização do DIV, dos tecidos moles e também das raízes nervosas, capaz de assegurar um
diagnóstico preciso e certeiro (MELO, 2019).
23

2.6 Tratamento

A escolha de tratamento depende do estado neurológico em que o animal se encontra,


do histórico e do avanço dos sinais clínicos, ou seja, cada animal deve ser avaliado
individualmente, de acordo com a gravidade do seu caso, podendo ser indicado protocolo
terapêutico conservador ou cirúrgico (SANTANNA e SILVA, 2019; JOAQUIM, 2008).

2.6.1 Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico, em sua maioria, é aconselhado para cães com recidiva ou


progressão dos sinais, paraparesia não ambulatória ou paraplegia, insucesso ao tratamento
clínico e alto déficit neurológico (FACIN et al., 2015; CECIM, 2019). Comumente a alternativa
pela cirurgia advém quando há ampla quantidade de material extrudado originando compressão
da ME, fazendo com que apenas a cirurgia promova a descompressão (MOSCHEN, 2017).
Os motivos que levam a escolha do tratamento cirurgico são a falta de resposta a um
tratamento conservador, animal com sinais clínicos recidivantes ou progressivos, pacientes que
apresentam paraparesia não-ambulatória, paraplegia com presença de dor profunda (grau IV)
ou com ausência (grau V) que tenha duração menor que 48 horas (CHAVES et al., 2017).
Existem distintos métodos cirúrgicos, entre eles podemos citar: a descompressão
ventral, fenestração de disco, laminectomia dorsal, hemilaminectomia, pediculectomia e
corpectomia lateral (CHAVES et al., 2017; RAMALHO et al., 2015). A escolha da técnica
cirúrgica varia de acordo com o local da lesão e posição, independente da técnica cirúrgica
escolhida, a finalidade principal será descompressão da medula espinhal, dos nervos e raízes
espinhais, suscitar estabilidade espinhal, suavizar dor e parestesia (CECIM, 2019; MOSCHEN,
2017).

2.6.2 Tratamento Conservador

O tratamento conservador ou clinico é escolhido quando há um evento inicial de dor e


o animal apresenta menor déficit neurológico, com ataxia, paresia ou hiperestesia por exemplo
(DIAS, 2018; SANTOS et al., 2011). Os procedimentos a serem seguidos baseiam-se no uso
de analgésicos e anti-inflamatórios esteroidais ou não esteroidais, para redução da dor. Adjuntos
ao confinamento limitado por aproximadamente quatro a seis semanas, esse confinamento é
essencial para ajudar na recuperação da medula espinhal e resolução do processo inflamatório,
assim como promover a reparação e estabilização do disco intervertebral para que não ocorra
24

uma extrusão adicional no local (CECIM, 2019; JOAQUIM, 2008).


De acordo com Melo (2019) o protocolo de tratamento conservativo, é mais aplicado
em casos de lesões de grau leve – I e II ou em animais que possuem alguma afecção
concomitante e que inviabilize o uso de cirurgia como tratamento. Quando se opta pela
realização do tratamento clinico, é importante seguir todas as recomendações necessárias, para
que não ocorra piora no quadro clinico do animal. Dessa forma, é imprescindível orientar o
tutor a importância de restringir a atividade física do animal, monitorar consumo de alimento e
água, fornecer uma cama macia e seca, bem como dar banho regulares a fim de prevenir
assaduras decorrentes da urina ou úlceras de decúbito, e monitorar a micção e defecação
(MARINO et al., 2014).
Associado ao tratamento conservador, pode-se recorrer à fisioterapia para a reabilitação
física do animal, a técnica apresenta importante notoriedade para mantença e melhora dos
pacientes com alterações neurológicas, visto que, afecções do sistema nervoso podem ocasionar
perda de função motora, por exemplo (AIELLO et al., 2018). A adesão da fisioterapia tanto ao
tratamento clinico como no pós cirúrgico, pode promover a recuperação mais acelerada do
paciente, o protocolo a ser utilizado, dever ser individual, de acordo com o histórico do paciente
(CECIM, 2019).

2.7 Fisioterapia
O uso da fisioterapia surgiu como forma de agregar ao tratamento e reabilitação dos
pacientes, principalmente quando trata-se de cães com lesão na ME, ela pode ser utilizada tanto
em tratamento conservador quanto no pós cirúrgico (CRUZ e SANTOS, 2017). A fisioterapia
na medicina veterinária trata-se de um tratamento em sua maioria empírico ou adquirido da
medicina humana, pois nesta existem vários estudos e relatos da sua eficiência, enquanto na
medicina veterinária, há baixos números de evidências cientificas e de estudos realizados na
área (ANDRADES et al., 2018).
O uso da fisioterapia para tratamento de pacientes com déficit neurológico, tem como
objetivo, a reabilitação física através da fisioterapia, redução da atrofia muscular, recuperação
ou manutenção dos movimentos articulares, obtenção de postura normal, locomoção voluntária
e melhoria na função dos membros, consequentemente levando a um maior conforto do paciente
e melhorando seu bem estar e qualidade de vida (SILVA, 2017; ANDRADES et al., 2018).
Para que haja uma reabilitação bem sucedida é necessário estabelecer um protocolo
fisioterapêutico de acordo com a exigência de cada paciente, para isso se faz necessário o
conhecimento sobre a gravidade da doença e histórico do animal (NEVES, 2016).
25

É responsabilidade do médico veterinário escolher um plano fisioterápico exclusivo


para cada paciente, de acordo com a necessidade deste, as técnicas utilizadas incluem:
eletroterapia, magnetoterapia, ultrassom terapêutico, laserterapia, cinesioterapia e hidroterapia
(CRUZ e SANTOS, 2017). Ao estabelecer um protocolo terapêutico deve assegurar que os
métodos prescritos causem o mínimo de estresse para o paciente, visando isso, a terapêutica
deve ser realizada em ambiente tranquilo e a iniciação das atividades feita de forma gradual, a
fim de permitir um tempo de adaptação do animal (KISTEMACHER, 2017).

2.8 MODALIDADES FISIOTERAPÊUTICAS

2.8.1 Eletroterapia

De acordo com Kistemacher (2017), a eletroterapia (figura 10) é um método


fisioterapêutico que tem como base o uso de corrente elétrica. Este tipo de terapia é usado desde
o século XIX e, é determinada como uma quantidade total de carga elétrica que percorre de um
condutor ao outro, conforme um intervalo de tempo. Quando realizada de forma correta, estas
correntes elétricas conseguem agir em órgãos e sistemas, tornando-se capaz de causar analgesia,
fortalecimento, relaxamento muscular, estimulo da cicatrização e regeneração de tecido,
drenagem de líquido e melhorar fluxo circulatório local.
Figura 10 – Realização de Eletroterapia

Fonte: AMANDA Reabilitação Veterinária. Eletroterapia5

A eletroestimulação é realizada acoplando-se eletrodos na pele do animal, os quais,


possuem a capacidade de estimular nervos periféricos e fibras musculares. Sua realização deve
ser primeiramente com estímulos de baixa intensidade, e aumentando progressivamente (CRUZ
e SANTOS, 2017; ALVES, 2019). Conforme Kistemacher (2017) essa terapia pode ser dividida

5
AMANDA Reabilitação Veterinária. Eletroterapia. Disponível em:
https://www.amandareabvet.com.br/tratamentos/fisioterapia/eletroterapia/. Acesso em: 05 out. 2020.
26

conforme sua finalidade de tratamento, recebendo o nome de TENS (transcutaneal electical


nerve stimulation), NMES (neuro muscular electrical stimulation) ou FES (functional
electrical stimulation).
Quando o propósito da terapia for manejo de dor, utiliza-se a estimulação elétrica
nervosa transcutânea (TENS) seu mecanismo de ação não é totalmente elucidado, etretanto,
existe um mecansismo antigo proposto por Melzack e Wall em 1965 conhecido como Teoria
das Comportas esta tem capacidade de realizar estímulos em fibras mielinizadas do tipo A, que
excitam os interneurônios, corno posterior da medula espinal e também inibem impulsos
nociceptivos das fibras A-delta e C, consequentemente gera um alívio imediato da dor (LIMA
et al., 2014).
Quando o objetivo é o trabalho muscular, deve-se optar pela estimulação elétrica
neuromuscular (NMES), a qual tem capacidade de reeducar e fortalecer a musculatura, diminuir
espasmos e retardar a atrofia, sua utilização é essencial para pacientes que possuem algum tipo
de contra-indicação a exercícios ou para aqueles que devido a lesão a nível medular possam ter
atrofia por desuso. Já a estimulação elétrica funcional (FES) consiste na realização de contração
muscular, o que consequentemente ajuda no aumento de tônus muscular (ALVES et al., 2018;
CRUZ e SANTOS, 2017; SILVA, 2017).
Ao optar pela eletroterapia, é essencial alguns cuidados, como a realização da
tricotomia, para reduzir a resistência do acesso da corrente elétrica, não sendo possível a
realização da tricotomia, deve utilizar gel para eliminação dos espaços entre os pelos, pois este
espaço possui ar, que atrapalha na condução elétrica ( KISTEMACHER, 2017).
A técnica é contra - indicada em casos de hiposensibilidade local, gestação, pacientes
com marcapasso, animal com dermatite ou lesão de pele, regiões neoplásicas, animal febril ou
com alguma infecção, olhos ouvidos, areas que possuem trombose ou tromboflebite (KLOS et
al., 2020)

2.8.2 Magnetoterapia

Constitui uma terapia com uso de campo magnético, do qual é gerado por correntes
elétricas, desenvolvendo então função terapêutica (KLOS et al., 2020). O uso de magneto
proporciona diminuição de inflamações, aumento de irrigação sanguínea local e favorece o
relaxamento devido a indução da liberação de endorfina (CRUZ e SANTOS, 2017).
Existem dois tipos de magnetoterapia, uma que utiliza campo magnético estático e outra
que utiliza campo magnético pulsátil. O campo magnético estático, refere-se a magnetos que
27

não possuem mudanças de intensidade, estes são acoplados em colchões e capas, por exemplo,
ocasionando tratamentos pontuais, sendo assim essa terapia proporciona um campo magnético
contínuo, gerando efeito térmico, com consequente relaxamento (KLOS et al., 2020).
Já o campo magnético pulsátil produz energia por uma corrente elétrica, que atravessa
um condutor em espiral, essa terapia possui um menor efeito térmico, entretanto tem ação
celular mais eficiente, sendo qualificada para reparações ósseas, pois provoca estimulação do
cálcio (KLOS et al., 2020).
Conforme Klos (2020) ainda não está totalmente elucidado a ação dos campos
magnéticos, porém algumas literaturas citam que para obter uma terapêutica melhor, os
magnetos (Figura 11) devem ser direcionados diretamente sobre a área a ser tratada, e suas
indicações são: reparação de fraturas, prevenção de perda de massa óssea, patologias ósseas
articulares, feridas crônicas, necrose asséptica da cabeça do fêmur e dores na coluna vertebral.
Não possui contra-indicações especificas, porém em certos casos, deve-se ter um
maiores cuidados, como por exemplo em animais com marca-passo, com doenças virais ou
micóticas, paciente com hemorragia, femêas em gestação e paciente hipotenso (FARIAS,
2011).

Figura 11 – Magnetoterapia em Cão.

Fonte: JOYCE COELHO Acupuntura e Fisioterapia Veterinária. Magnetoterapia6

6
JOYCE COELHO Acupuntura e Fisioterapia Veterinária. Magnetoterapia. Disponível em:
http://joycecoelho.vet.br/?page_id=175. Acesso em: 23 out. 2020.
28

2.8.3 Laserterapia

O nome laser é uma denominação do nome inglês Light Amplification by Stimulated


Emission of Radiation (luz amplificada pela emissão estimulada de radiação), é uma
modalidade terapêutica que utiliza radiação eletromagnética e tem capacidade de emitir luz
capaz de promover reações biológicas e químicas, sem produção de calor (KLOS et al., 2020).
A terapia por laser (Figura 12) faz referência à utilização de laser em intensidade baixa. Sua luz
se diferencia da luz natural, por apresentar característica monocromática, ou seja, apresenta
somente um comprimento de onda, coerente, pois todos os fótons percorrem o trajeto em
direção igual e colimada, o que significa que seu feixe de luz possui condução mínima
(KISTEMACHER, 2017).
Figura 12 – Cão com Lesão em Coluna Vertebral sendo Tratado com Laserterapia

Fonte: KISTEMACHER (2017).

Esse tipo de terapia é bem descrito para reabilitação de afecções ortopédicas,


neurológicas e musculo-esqueléticas, sendo, portanto, indicada no tratamento de DDIV. É
possível observar, com o uso dessa técnica, diminuição da dor e do edema, ação anti-
inflamatória e analgésica, regeneração tecidual e nervosa. O sucesso, depende do comprimento
de onda, potência e tempo de tratamento utilizado (KLOS et al., 2020).
Suas principais contra indicações são em região de olhos, gestação, suspeita de
carcinoma e também deve ser restrito seu uso em feridas contaminadas, devido sua
caracteristica de conseguir promover um estimulo no crescimento de fungos e bacterias
(FARIAS, 2011; KLOS et al., 2020).
29

2.8.4 Ultrassom Terapêutico

O ultrassom terapêutico consiste em uma modalidade de termoterapia profunda, a qual


é realizada por meio de ondas sonoras de alta frequência, que são absorvidas pelo tecido
podendo ocasionar efeito térmico ou não. Deste modo, pode ser transmitido de maneira
contínua ou pulsátil, dependendo da alteração que o paciente esteja apresentando (ALVES et
al., 2018; KISTEMACHER, 2017).
Para obtenção do efeito térmico, deve-se realizar com modo de emissão contínuo, feito
por dez minutos aproximadamente, levando a um agitamento das moléculas, o que provoca
aquecimento dos tecidos profundos. O efeito não térmico é resultado da ação mecânica da
energia ultrassônica, liberada de forma pulsada, desta forma provoca uma elevação da
penetrabilidade da membrana celular além de facilitar metabolismo celular (KISTEMACHER,
2017).
O ultrassom possui diversos efeitos terapêuticos, relacionados a ação térmica, como por
exemplo, aumento de fluxo sanguíneo e da velocidade de estímulos nervosos, já o efeito não
térmico aumenta o progresso do tecido cicatricial, melhoramento das fases do processo
inflamatório, indução do desenvolvimento do calo ósseo em fraturas e simplificação da
reabsorção de coleções líquidas (diminuição de edemas e hematomas) (KISTEMACHER,
2017).
Além de todos efeitos ja citados, o ultrasson também possibilita uma estimulação que
visa ajudar a uma maior absorção de fármacos utilizados na pele, essa tecnica recebe o nome
de fonoforese, principios ativos como hidrocortisona, dexametasona, salicilato, indomethacin e
lidocaína são acrescentados á veículos como creme, glicerol, óleo ou água para posteriormente
serem aplicados a pele, em seguida deve aplicar o ultrassom para que estas substancias sejam
penetradas (PELIZZARI, 2011; TESSARI, 2004).
De acordo com Klos et al., (2020) o ultrassom não é coordenado pelo ar, devido a isso,
deve-se usar meio de contato entre o transdutor e a pele do animal, como gel hidrossolúvel,
porém o essencial seria remoção de pelos da área a ser tratada. É indicado para pacientes com
contratura articular, dor e espasmos musculares.
Contraindica-se em coluna vertebral de pacientes submetidos à hemilaminectomia, em
gânglios cervicais, abdomêm e lombar de gestantes, feridas contaminadas, lesões hemorragicas
e neoplasias malignas devido sua capacidade de poder disseminar as células neoplásicas
(FARIAS, 2011; KLOS et al., 2020)
30

2.8.5 Cinesioterapia

A cinesioterapia é descrita como uma série de atividades físicas com o objetivo de


melhorar ou prevenir distúrbios, restauração ou manutenção da mobilidade, flexibilidade ou
coordenação motora do paciente. Todos os pacientes com alguma disfunção ortopédica que
estão em reabilitação, deverão passar em algum momento pela cinesioterapia, sendo que cada
exercício será realizado de acordo com o quadro clínico e resposta do animal (KLOS et al.,
2020).
Essa modalidade pode ser classificada em tipos diferentes, exercícios passivos
efetivados diretamente pelo fisioterapeuta, pois o animal não tem movimento articular nem
contração muscular voluntários ou exercícios ativos assistidos, quando o animal não tem força
muscular ou coordenação aceitável, tornando indispensável ajuda para a consolidação dos
movimentos, e exercícios ativos dos quais são efetuados pelo animal (SILVA, 2017).
Os exercícios passivos, são para os animais que perderam movimentos voluntários e
propriocepção, este tipo de exercício tem como objetivo principal a recuperação dos
movimentos articulares normais pelo animal (ALVES et al., 2018). Nesse tipo de reabilitação,
o mais comumente utilizado são os exercícios de flexão e extensão, alongamentos e movimento
de bicicleta, todos tem como meta prevenção de atrofia, melhoramento do tônus muscular,
aumento do aporte sanguíneo e melhora da percepção proprioceptiva (KISTEMACHER, 2017;
SILVA, 2017; CRUZ e SANTOS, 2017).
Quando se trata de exercícios ativos assistidos, é importante ter nível de intensidade,
tempo e frequência apropriada, permitindo que o animal sustente seu peso, por meio de ajuda,
a ponto que ele tenha algumas mudanças musculares, sem exceder sua capacidade física. Ou
seja, o paciente precisa demonstrar força e controle muscular ao realizar o exercício. Este tipo
de atividade promove o engrandecimento da propriocepção e mobilidade, por meio de
atividade, como por exemplo, posição de estação, prancha de equilíbrio e suporte assistido
(Figura 13) (SILVA, 2017).
31

Figura 13 - Realização de Sustentação Assistida.

Fonte: KISTEMACHER (2017).

Já os exercícios ativos apresentam como propósito promover o uso dos membros, fazer
com que o animal ganhe força e massa muscular, com consequente melhora na postura,
coordenação e equilíbrio além de melhor propriocepção. Faz parte dessa terapêutica atividades
de propriocepção e equilíbrio, exercícios em declive com rampas ou escadas e exercícios em
esteira (SILVA, 2017).

2.8.6 Hidroterapia

Essa modalidade é conhecida pela realização de atividade dentro da água e é muito


utilizada na veterinária devido ao manejo fácil e resultados eficaz. Visa alcançar elevada
independência funcional do animal, além de ser uma atividade de destaque devido sua
característica de permitir movimentação ativa do paciente, pois realiza diminuição da descarga
do peso corporal e possui um menor impacto na sua realização (NOGUEIRA, 2014).
Na hidroterapia pode ser utilizado distintas temperaturas da água, quando utiliza-se água
quente, observa-se melhor circulação sanguínea, além de relaxamento muscular. Quando opta-
se pelo uso de água fria maior será o tônus e resistência muscular. A terapia na água possui
diversas indicações, principalmente afecções neurológicas e ortopédicas (NOGUEIRA, 2014).
A terapia na água pode ser realizada por meio de imersão total (natação) ou imersão
parcial (esteira aquática). Quando opta-se pela natação, é possível observar vantagem
cardiovascular, perda de peso e ganho de resistência, contudo na esteira aquática (Figura 14)
32

verifica-se ganho muscular e de propriocepção, além disso devido a possibilidade de conseguir


variar nível de água e velocidade, é possível maior variação e manejo do tratamento (NEVES,
2016).
Figura 14 – Terapia com esteira aquática em cão

Fonte: KISTEMACHER (2017).

As vantagens da terapia em base aquática ocorrem devido as características da água,


tratando-se de fator de flutuabilidade, observa-se diminuição do peso sobre as articulações,
incentivando o paciente a realizar exercício ativo. A pressão hidrostática auxilia na diminuição
de edema dos membros e considerando que a viscosidade da água é maior que a do ar, isso faz
com que haja um aumento da força muscular, resistência cardiovascular e estabilização
(SILVA, 2017).
As contraindicações para o uso de hidroterapia incluem animais que possuem feridas
expostas, afecções fúngicas, enfermidades sistêmicas graves, trombose, infecções cutâneas e
acometimento gastrointestinais como por exemplo vômito ou diarreia (NOGUEIRA, 2014;
KLOS et al., 2020).

2.9 Protocolo Fisioterápico para Reabilitação de Doença do Disco Intervertebral


Para montar um plano terapêutico, o veterinário deve fazer uma avaliação geral do
paciente, considerando seu histórico, condição física, quadro ortopédico e neurológico. A partir
dessas informações, deve ser traçado o objetivo do tratamento. As modalidades e atividades a
serem realizadas, vão depender do tipo da lesão, extensão e avanço da mesma, fatores como
aptidão física do paciente e envolvimento do tutor, também interferem na reabilitação (NEVES,
2016).
33

O protocolo deve ser realizado de maneira individualizada para cada paciente, sendo o
veterinário fisioterapeuta incumbido por essas escolhas, assim como também é responsável por
definir intensidade, frequência e progressões (KISTEMACHER, 2017).
O tratamento é iniciado em intensidade baixa com curta duração, aumentando
gradualmente, sendo que nos dias iniciais objetiva-se principalmente, diminuir a dor do paciente
e promover cicatrização tecidual, sendo assim impedindo alguns resultados ruins, como atrofia
muscular e perda das funções (NEVES, 2016). Vale ressaltar que a terapia deve ser feita em
ambientes calmos, para oferecer conforto para o animal e uma etapa de adaptação saudável
(KISTEMACHER, 2017).
34

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A doença do disco intervertebral é um distúrbio comumente observado na clínica de


pequenos animais, principalmente em cães condrodistróficos. A enfermidade causa sérios
danos neurológicos, o que ocasiona perda relevante na qualidade de vida do animal. Apesar da
sua alta incidência, esta afecção ainda gera grandes dúvidas com relação ao seu tratamento.
Devido ao constante avanço da medicina veterinária diagnóstica, atualmente há possibilidade
de diagnosticar a afecção precisamente, evitando erros e possibilitando o correto tratamento
para o paciente.
No que diz respeito à terapêutica, é possível entender que a escolha depende de cada
animal, do nível da lesão, tempo e condição física em que o mesmo se encontra, podendo ser
um tratamento conservador, clinico ou cirúrgico. Contudo, independente da escolha de
tratamento, a associação da fisioterapia é essencial para que haja uma recuperação acelerada e
eficaz.
Conclui-se que a fisioterapia veterinária é uma importante técnica, a qual tem agregado
bastante ao tratamento, não só da doença do disco intervertebral, como também de outras
afecções ortopédicas. O que proporciona resposta positiva, como a recuperação da coordenação
e da função neuromuscular do paciente, com posterior melhora da qualidade de vida. O
protocolo e modalidades a serem utilizadas, vão depender exclusivamente da necessidade de
cada animal, lembrando que podem ser utilizadas terapias com calor, frio, luz, água,
eletricidade, e também com exercícios físicos.
35

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Maria V.; STURION, Marco A.; GOBETTI, Suelen T. Aspectos gerais da
fisioterapia e reabilitação na medicina veterinária. Ciência Veterinária UniFil, v. 1, n. 3,
jul./set. 2018. Disponível em: http://periodicos.unifil.br/index.php/revista-
vet/article/view/986/951. Acesso em: 07 set. 2020.

ALVES, Tiago R. Tratamento Fisioterápico na Reabilitação de Cães com Doença do Disco


Intervertebral. 2019. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de
Medicina Veterinária, Anhanguera Campinas. Disponível em:
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