Gama-DF
2020
SARAH CRISTINA DA SILVA LONDOÑO
Gama-DF
2020
SARAH CRISTINA DA SILVA LONDOÑO
Banca Examinadora
Agradeço a Deus por sempre me mostrar o caminho certo, pela minha vida e por me
permitir esta realização.
Agradeço essencialmente ao meus pais, Juan Londoño e Isabel Cristina, que são minhas
maiores inspirações, me incentivaram e deram todo apoio possível para a concretização deste
sonho, nada disso seria possível sem vocês.
Agradeço também minhas irmãs Celimar, Laoana, Natalia e Melina; meus cunhados
Leandro, Edson e Josiel; e minhas sobrinhas Dara, Esther e Laura, que sempre acreditaram no
meu potencial e me deram toda ajuda, amor e carinho necessário ao longo desse caminho.
Agradeço ao meu namorado Gustavo, por todo amor, carinho e companheirismo.
Não posso deixar de agradecer as minhas amigas Ana Luiza, Nathalia Rodrigues e
Rafaella Nascimento por toda ajuda no decorer do curso e por seguirem com a amizade mesmo
com todos estresses no decorrer desses 5 anos (ou mais) .
Deixo um agradecimento especial a minha orientadora Veridiane Da Rosa Gomes, pela
dedicação do seu tempo e por toda ajuda ao longo desse projeto.
E por fim, a todos os meus professores, que não contribuíram apenas para a vida
profissional, mas também para a minha vida pessoal.
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL EM CÃES –
ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E REABILITAÇÃO
Resumo:
A doença do disco intervertebral popularmente conhecida como hérnia de disco, é considerada a afecção
neurológica que mais acomete a medula espinhal de cães, sobretudo tratando-se de raças
condrodistróficas. Apontada como casuística principal de compressão medular e pode resultar desde
paralisia parcial até paralisia total. Na afecção observa-se extrusão ou protusão do disco intervertebral,
sendo que, a região toracolombar é mais comumente afetada. O diagnóstico baseia-se no histórico do
animal, exames neurológicos e ortopédicos, entretanto, os exames de imagem são essenciais para o
diagnóstico definitivo. O tratamento pode ser dividido em clínico, conservador e cirúrgico e a escolha
terapêutica é definida de acordo com o animal, grau da lesão, tempo de acometimento, estado físico e
neurológico. Independente da escolha, a reabilitação física se adapta positivamente para cada caso
buscando sempre a melhora da qualidade de vida do paciente. Dessa forma, a fisioterapia é considerada
técnica de reabilitação, que visa por meio de diferentes modalidades terapêuticas melhorar o estado
físico e neuromuscular do paciente, tendo como base a utilização de frio, calor, luz, água, eletricidade e
exercícios de mobilidade. Objetiva-se com o presente trabalho, apresentar uma revisão de literatura
sobre o emprego da fisioterapia como forma de tratamento da doença do disco intervertebral.
Abstract:
Intervertebral disc disease, popularly known as herniated disc, is considered the neurological disorder
that most affects the spinal cord of dogs, especially chondrodystrophic breeds. Indicated as the main
cause of spinal compression, it can result in partial paralysis or even in complete paralysis. In this
condition, extrusion or protrusion of the intervertebral disc is observed, and the thoracolumbar region is
most affected. The diagnosis is based on animal's clinical history and in neurological and orthopedic
examinations. Imaging tests are, however, essential for the diagnosis. Treatment can be divided in
clinical, conservative, and surgical. The therapeutic choice is determined according to patient, lesion
extension, onset time and physical and neurological status. Regardless of treatment choice, physical
rehabilitation can be positively adapted to each case, always seeking to improve patient's quality of life.
Thus, physiotherapy, which is a rehabilitation technique that aims to improve the patient's physical and
neuromuscular status through different therapeutic modalities, based on the use of cold, heat, light,
water, electricity, and mobility exercises. This paper aims to present a literature review of the use of
physiotherapy as means of treating intervertebral disc disease.
1
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
– Uniceplac. E-mail: sarahcristinalondono@gmail.com.
2
Professora do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos
Santos – Uniceplac. E-mail: veridiane.gomes@uniceplac.edu.br
LISTA DE FIGURAS
AF Anel Fibroso
DIV Discos Intervertebrais
DDIV Doença do Disco Intervertebral
FES Functional Electrical Stimulation
HD Hérnia de Disco
ME Medula Espinhal
NP Núcleo Pulposo
NMES Neuro Muscular Electrical Stimulation
TENS Transcutaneal Electical Nerve Stimulation
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO
recuperação do paciente, como a fisioterapia, que pode ser utilizada como tratamento
conservador ou no pós cirúrgico. A fisioterapia, já bastante utilizada na medicina humana, é
uma modalidade terapêutica que tem crescido significativamente na medicina veterinária e
possui inúmeras funcionalidades clinicas, que vão desde reabilitação neurológica, muscular, até
o manejo da dor (CRUZ e SANTOS, 2017; FARIAS, 2011).
Dessa forma, objetiva-se com o presente trabalho apresentar uma revisão de literatura
sobre o uso de fisioterapia, como opção terapêutica em pacientes com doença do disco
intervertebral.
11
2 REVISÃO DE LITERATURA
A coluna vertebral é considerada a base principal do corpo, pois tem função de proteção
da medula espinhal (ME) e de suas raízes nervosas, sendo formada por, aproximadamente 50
vértebras (SILVA, 2017). A coluna vertebral dos cães é dividida em cinco segmentos: cervical,
torácico, lombar, sacral e caudal, sendo composta por sete vértebras cervicais (C7), 13 torácicas
(T13), sete lombares (L7), três sacrais (S3) e aproximadamente de 20 á 23 caudais ou coccígeas
(Cd20-23) (KISTEMACHER, 2017; ALVES, 2019; DIAS, 2018; MELO, 2019).
A vertebra de um cão é constituída pelo corpo vertebral, um arco vertebral e processos
espinhoso (dorsais, transversos laterais, articulares caudais, articulares craniais, acessórios e
mamilares) (Figura 1). As vértebras articulam-se através dos discos intervertebrais (DIV) e seus
processos articulares, entre cada par observa-se o forame intervertebral, por onde passam os
nervos espinhais, as veias e as artérias. O corpo vertebral possui uma extremidade cranial
(convexa) e uma extremidade caudal (côncava), o qual, em conjunto com o arco vertebral
origina o forame vertebral que constitui o canal vertebral, onde está alojada a ME (SILVA,
2017; NEVES, 2016; KISTEMACHER, 2017; KÖNING e LIEBICH, 2016).
Os DIVs (Figura 2) estão introduzidos entre cada corpo vertebral, exceto na primeira e
segunda vértebras cervicais e as vértebras sacrais. Eles são formados por um anel fibroso (AF)
e um núcleo pulposo (NP). O AF tem uma região perinuclear composta por fibrocartilagem e
outra região mais externa constituída por uma camada de colágeno, já o NP pode-se dizer que
em animais jovens, é parecido a um gel e de acordo com tempo vai sofrendo um processo de
12
O NP localiza-se na região central do disco, o qual é mantido sobre pressão durante todo
tempo pelo AF, para fazer com que as pressões sofridas se dissipem. Sua composição principal
é a água (que pode chegar a 80% se estiver saudável), colágeno tipo II e fibras de elastinas
incorporadas a proteoglicanos, por isso tem aspecto gelatinoso. O AF é constituído por tecido
fibrocartilaginoso, com apresentação mais espessa na região ventral e mais fina na região
dorsal, ele forma um anel em torno do NP, realizando a função de retenção de líquido do
mesmo, o que causa uma pressão que impede que ele escape (MELO, 2019).
Os discos sofrem processo de degeneração natural, com o avanço da idade. A
degeneração diminui sua capacidade de absorver impactos, ou seja, quanto mais jovem o
animal, mais vascularizado e hidratado os DIVs (MELO, 2019).
A ME está localizada no interior do canal vertebral, ela é uma estrutura longa com
formato cilíndrico e leve achatamento. É composta por um núcleo central de substância
cinzenta, rodeado pela substância branca, que vai desde o limite caudal do tronco encefálico até
a sexta vertebra lombar. A ME é fundamental para a transmissão de impulsos nervosos
sensoriais e somáticos (KISTEMACHER, 2017; MELO, 2019; DIAS, 2018).
3
MONTENEGRO, Helder. Hérnia de Disco e Dor Ciática. Como prevenir, como tratar, como conviver.
Disponível em: https://www.livroherniadedisco.com.br/disco-intervertebral/. Acesso em: 02 nov.2020.
13
A substância branca presente na ME, é mais externa e composta por tratos nervosos, já
a substância cinzenta fica localizada na região central e apresenta formato de H, é composta de
corpos celulares dos interneurônios e dos neurônios motores inferiores. Assim como a coluna
vertebral, a medula espinhal também possui suas divisões: cervical, torácica, lombar, sacral e
caudal. No interior do canal vertebral, a ME e suas raízes nervosas são envoltas por três
diferentes camadas protetoras que são as meninges, estas recebem nome de: Dura-máter,
Aracnoide e Pia-máter (SILVA, 2017).
A ME é segmentada em duas metades proporcionais, pelo sulco mediano dorsal e pela
fissura mediana ventral, em ambos lados, as fibras nervosas que atingem a ME pelo sulco
dorsolateral, dão origem a uma raiz dorsal que possui função sensitiva (aferente) e as fibras
nervosas que movem-se ventrolateralmente da ME dão origem a raiz ventral que tem função
motora (eferente). Essas fibras nervosas são interligadas no forame intervertebral, levando as
raízes dorsal e ventral se unirem para formação dos nervos espinhais (KÖNIG e LIEBICH,
2011; DIAS, 2018).
A conexão do sistema nervoso central com o corpo, se dá devido a junção dos nervos
espinhais (originados na medula espinhal) com os nervos cranianos (originados no tronco
cerebral) essa junção é que leva a formação do sistema nervoso periférico. Devido aos nervos
espinhais não serem capazes de deixar o canal vertebral no local de origem, ocorre a passagem
deles pelo canal vertebral para que consigam sair por meio dos seus forames intervertebrais
compatíveis. Assim, ocorre um prolongamento além do cone medular das raízes sacrais e
caudais. Devido a semelhança que essas apresentam com a cauda de um cavalo, o segmento
recebeu o nome de cauda equina (Figura 3) (KÖNIG e LIEBICH, 2011; DIAS, 2018;
KISTEMACHER, 2017).
Segundo Silva (2017) as funções da medula espinhal, envolvem processamento de
informações vindas dos músculos, tendões, articulações, ligamentos, vasos sanguíneos, pele e
vísceras, produção de respostas subconscientes da musculatura e glândulas a reflexos
específicos e condução de informações pelos tratos axonais para o encéfalo e dele para os
órgãos periféricos, o que leva a um controle da postura e movimentos, por exemplo.
14
4
WORDPRESS. Aula de Fisiologia on WordPress.com. Disponível em:
http://auladefisiologia.files.wordpress.com/2009/11/medula.gif?w=417&h=517. Acesso em: 19 out. 2020.
15
do disco intervertebral, uma delas. As quais levariam a DDIV, pela degeneração fibroide
(protusão) ou condroide (extrusão), com posterior lesão a nível medular (CARAMICO, 2019;
DIAS, 2018;).
A forma de apresentação, dependerá da raça afetada, então podemos dizer que a genética
é a melhor descrição para a predominância de DDIV. Segundo Caramico (2019), é importante
ressaltar que os cães da raça Dachshund são os mais acometida, devido a sua estrutura física,
que resulta em maior susceptibilidade a ocorrência de extrusão (CARAMICO, 2019).
Na forma condroide nota-se perda de glicosaminoglicanos, aumento na quantidade de colágeno
e redução de água, em consequência disto, haverá ausência de propriedades hidroelásticas do
disco e perda da habilidade de suportar pressões, ou seja, há uma transformação do NP
gelatinoso em cartilagem hialina, esta alteração é correlacionada principalmente em cães
condrodistróficos jovens (BRISSON, 2010).
Já o aspecto fibroso é correlacionado principalmente com a idade do animal,
independente da raça afetada, sendo mais relatado em cães não condrodistróficos, a partir dos
sete anos de idade, tendo como característica principal a colagenização fibrosa do NP associado
a uma degeneração do AF, diferentemente da forma condroide nesta haverá como
características níveis altos de glicosaminoglicanos e quantidade baixa de colágeno, isso
ocasionará abaulamento do NP dentro do AF fraco (BRISSON, 2010).
Desse modo, a DDIV é separada em duas classes distintas, Hansen tipo I e Hansen tipo
II (Figura 4), sendo que a Hansen tipo I é a forma condroide da afecção e a Hansen tipo II se
apresenta de forma fibroide (COATES, 2012; MORTATE, 2008; DIAS, 2018). Existe também
um terceiro tipo de hérnia que é caracterizado por uma extrusão, porém sem causar compressão
(CARAMICO, 2019).
Figura 4 – Tipos de DDIV: (A) Hansen tipo I (B) Hansen tipo II.
Existe variação no volume de material discal que sofre a extrusão, assim como o grau
de compressão. A ruptura do núcleo pulposo pode ocorrer entre ou lateralmente ao ligamento
longitudinal dorsal, podendo haver extrusão de maneira irregular, plana, elevada, padrão
circular ou cônica. A Hansen I é caracterizada por ser uma lesão aguda após um movimento
brusco do animal, e provoca paresia dos membros. Sua incidência é maior em raças
condrodistróficas ou com tendências condrodistrofóides, porém, pode ocorrer em outras raças
(BRISSON, 2010; NEVES, 2016).
Em cães da raça dachshund podemos observar sinais clínicos, mais severos, isso pode
ser justificado pelo tamanho reduzido no espaço epidural lombar, e pela coluna alongada,
fazendo com que a força gravitacional leve a uma maior tensão no ligamento longitudinal
17
A Hansen tipo II (Figura 6) é ocasionada devido a desidratação do NP, que acaba sendo
preenchido por fibrocartilagem, nela ocorre separação das fibras e gera acúmulo de fluido
intersticial e plasma. Assim, aumenta a pressão do núcleo pulposo no AF gerando a protusão
do DIV, e posterior abaulamento do mesmo, com compressão gradual da ME. Essa protusão é
capaz de provocar trauma medular repetitivamente, levando a sinais progressivos e, é mais
observada em cães de grande porte como, Pastor alemão e Dobermann, entretanto pode afetar
também raças de pequeno porte (MELO, 2019; MARINHO et al., 2014).
Figura 6 - Hansen tipo II – Representação
Existe ainda um terceiro tipo de hérnia, este é caracterizado pela extrusão de uma parte
do núcleo pulposo de forma abrupta causando uma lesão a ME não compressiva e, ocorre
18
devido a súbita subida da pressão intradiscal por traumatismo ou exercício físico intenso
(RAMALHO et al., 2015; NEVES, 2016; DIAS, 2018). Apesar de ter como característica a não
compressão da coluna, esta alteração causa lesão significativa à ME, podendo levar inclusive
ao aparecimento de mielomalácia (DIAS, 2018; MELO, 2019).
De acordo com Melo (2019) os sinais clínicos são semelhantes aos da Hansen I, sendo
observada a alteração neurológica como sintomatologia principal, variando conforme a
localidade da lesão. Pode ocorrer também, falta ou diminuição de estímulo dos membros
pélvicos e disfunção da bexiga.
2.4.5 Sintomatologia
Os compartimentos medulares afetados pela DDIV são: cervical cranial (C1-C5),
cervical caudal ou cervicotorácica (C6-T2), toracolombar (T3-L3) e lombosacral (L4-S3). As
alterações clinicas apresentadas pelos animais com afecção da coluna são variáveis, o animal
pode ter episódios de dor, ataxia, paresia ou até paralisia com ou sem percepção de dor
profunda. Varia conforme o local da lesão, a forma de prolapso discal, a quantidade de material
herniado, a aceleração da extrusão, a força de impacto na medula espinhal, a durabilidade da
compressão medular, a dimensão do diâmetro do canal vertebral em relação ao diâmetro da
medula espinhal e ao abarcamento de raízes nervosas espinhais, podendo então desenvolver-se
subitamente ou gradativamente (DIAS, 2018; MOSCHEN, 2017).
A doença do disco intervertebral pode ser classificada em diferentes graus, por meio da
avaliação neurológica (Quadro 1).
Classificação Sinais
GRAU I Não apresenta problema neurológico, animal com dor e leve irritação,
possui mobilidade das pernas
GRAU II Começa a ter compressão da medula, levando então ao início de
alterações neurológicas, caminhada com dificuldade, perda de equilíbrio,
postura e coordenação, apresenta um pouco de dor
GRAU III Lesão neurológica agravada, animal com paraparesia em um ou dois
membros pélvicos, caminhada incorreta
GRAU IV Possui paraplegia, retenção ou incontinência urinária presença de dor
profunda e ausência de dor superficial
GRAU V Grave: apresenta paralisia associada a alterações somáticas, com perda da
dor profunda
Fonte: CARAMICO, 2019
2.5 DIAGNÓSTICO
2.5.1 Anamnese
A anamnese é o momento em que se recolhe todos dados do animal, avalia-se todo seu
histórico e, portanto deve reunir informações gerais como: raça, idade, peso corporal, sexo,
relato anterior de doenças similares, afecções concomitantes, uso de medicamentos. É comum
o relato de dor, pelo tutor, dificuldade de locomoção e fraqueza (KISTEMACHER, 2017).
Quando se trata de DDIV é essencial ter conhecimento sobre o curso da doença, dessa forma,
é interessante questionar o início dos sinais clínicos, o que torna possível estimar se é o quadro
é agudo ou crônico, progressão, duração e se a alteração é persistente ou intermitente (DIAS,
2018).
O exame ortopédico da coluna deve ser realizado por meio de palpação minuciosa das
21
2.6 Tratamento
2.7 Fisioterapia
O uso da fisioterapia surgiu como forma de agregar ao tratamento e reabilitação dos
pacientes, principalmente quando trata-se de cães com lesão na ME, ela pode ser utilizada tanto
em tratamento conservador quanto no pós cirúrgico (CRUZ e SANTOS, 2017). A fisioterapia
na medicina veterinária trata-se de um tratamento em sua maioria empírico ou adquirido da
medicina humana, pois nesta existem vários estudos e relatos da sua eficiência, enquanto na
medicina veterinária, há baixos números de evidências cientificas e de estudos realizados na
área (ANDRADES et al., 2018).
O uso da fisioterapia para tratamento de pacientes com déficit neurológico, tem como
objetivo, a reabilitação física através da fisioterapia, redução da atrofia muscular, recuperação
ou manutenção dos movimentos articulares, obtenção de postura normal, locomoção voluntária
e melhoria na função dos membros, consequentemente levando a um maior conforto do paciente
e melhorando seu bem estar e qualidade de vida (SILVA, 2017; ANDRADES et al., 2018).
Para que haja uma reabilitação bem sucedida é necessário estabelecer um protocolo
fisioterapêutico de acordo com a exigência de cada paciente, para isso se faz necessário o
conhecimento sobre a gravidade da doença e histórico do animal (NEVES, 2016).
25
2.8.1 Eletroterapia
5
AMANDA Reabilitação Veterinária. Eletroterapia. Disponível em:
https://www.amandareabvet.com.br/tratamentos/fisioterapia/eletroterapia/. Acesso em: 05 out. 2020.
26
2.8.2 Magnetoterapia
Constitui uma terapia com uso de campo magnético, do qual é gerado por correntes
elétricas, desenvolvendo então função terapêutica (KLOS et al., 2020). O uso de magneto
proporciona diminuição de inflamações, aumento de irrigação sanguínea local e favorece o
relaxamento devido a indução da liberação de endorfina (CRUZ e SANTOS, 2017).
Existem dois tipos de magnetoterapia, uma que utiliza campo magnético estático e outra
que utiliza campo magnético pulsátil. O campo magnético estático, refere-se a magnetos que
27
não possuem mudanças de intensidade, estes são acoplados em colchões e capas, por exemplo,
ocasionando tratamentos pontuais, sendo assim essa terapia proporciona um campo magnético
contínuo, gerando efeito térmico, com consequente relaxamento (KLOS et al., 2020).
Já o campo magnético pulsátil produz energia por uma corrente elétrica, que atravessa
um condutor em espiral, essa terapia possui um menor efeito térmico, entretanto tem ação
celular mais eficiente, sendo qualificada para reparações ósseas, pois provoca estimulação do
cálcio (KLOS et al., 2020).
Conforme Klos (2020) ainda não está totalmente elucidado a ação dos campos
magnéticos, porém algumas literaturas citam que para obter uma terapêutica melhor, os
magnetos (Figura 11) devem ser direcionados diretamente sobre a área a ser tratada, e suas
indicações são: reparação de fraturas, prevenção de perda de massa óssea, patologias ósseas
articulares, feridas crônicas, necrose asséptica da cabeça do fêmur e dores na coluna vertebral.
Não possui contra-indicações especificas, porém em certos casos, deve-se ter um
maiores cuidados, como por exemplo em animais com marca-passo, com doenças virais ou
micóticas, paciente com hemorragia, femêas em gestação e paciente hipotenso (FARIAS,
2011).
6
JOYCE COELHO Acupuntura e Fisioterapia Veterinária. Magnetoterapia. Disponível em:
http://joycecoelho.vet.br/?page_id=175. Acesso em: 23 out. 2020.
28
2.8.3 Laserterapia
2.8.5 Cinesioterapia
Já os exercícios ativos apresentam como propósito promover o uso dos membros, fazer
com que o animal ganhe força e massa muscular, com consequente melhora na postura,
coordenação e equilíbrio além de melhor propriocepção. Faz parte dessa terapêutica atividades
de propriocepção e equilíbrio, exercícios em declive com rampas ou escadas e exercícios em
esteira (SILVA, 2017).
2.8.6 Hidroterapia
O protocolo deve ser realizado de maneira individualizada para cada paciente, sendo o
veterinário fisioterapeuta incumbido por essas escolhas, assim como também é responsável por
definir intensidade, frequência e progressões (KISTEMACHER, 2017).
O tratamento é iniciado em intensidade baixa com curta duração, aumentando
gradualmente, sendo que nos dias iniciais objetiva-se principalmente, diminuir a dor do paciente
e promover cicatrização tecidual, sendo assim impedindo alguns resultados ruins, como atrofia
muscular e perda das funções (NEVES, 2016). Vale ressaltar que a terapia deve ser feita em
ambientes calmos, para oferecer conforto para o animal e uma etapa de adaptação saudável
(KISTEMACHER, 2017).
34
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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