ISBN 978-65-5571-059-5
CDD 158.1
V
ocê mais feliz é um livro que vai muito além de ser um bom ma-
terial de autoajuda. A busca por aprimoramento e evolução pes-
soal pode, por vezes, ser um caminho árduo e até traiçoeiro. Isso porque
o ensino de informações científicas sobre a natureza humana em seus
aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais, tende a apresentar
conceitos e técnicas de difícil compreensão para o público não especiali-
zado. É justamente no saneamento dessa necessidade que surge esta obra.
O ditado que diz que “são nos pequenos frascos que se encontram
os melhores perfumes” encontra total sentido no livro que está em suas
mãos. Ele não precisou ser enorme para ser completo. Trata-se de uma
obra apresenta os principais avanços das últimas décadas da psicologia
cognitiva e social, neurociências e das psicoterapias cognitivo-comporta-
mentais (TCCs) de forma leve, porém intensa, divertida e curiosa, sem
deixar de ser profunda, e com técnicas autoaplicáveis para que cada um
obtenha maior desenvolvimento e performance nos diferentes aspectos da
vida: motivação, força de vontade, mudança de hábitos e julgamentos e
tomadas de decisões mais rápidas e racionais.
Os capítulos são sintéticos e com uma linguagem desprovida dos
academicismos ou hermenêuticas que, no fim das contas, só fazem dis-
tanciar o saber científico de sua aplicação cotidiana pelo público geral.
Assim, a leitura pode se dar tanto de forma contínua, capítulo a capítulo,
como de forma aleatória, não exigindo uma leitura sequencial.
O livro é dividido em três partes: psicologia no cotidiano, psicoedu-
cação e exercícios práticos para viver mais feliz. Na Parte 1, os diversos
componentes de nossa vida interna (pensamentos, emoções/sentimen-
tos e demais funções cognitivas, como memória, percepção, julgamento,
etc.) são mostrados, tanto como tendem a ocorrer na vida das pessoas
quanto como podem ser mais bem potencializados para uma vida mais
x Apresentação
Ricardo Wainer
Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor Titular da Faculdade de
Psicologia da PUCRS. Diretor da Wainer Psicologia Cognitiva.
Sumário
Apresentação................................................................................ ix
Ricardo Wainer
Introdução.................................................................................. 15
PARTE 2 – PSICOEDUCAÇÃO
51 Terapia cognitivo-comportamental........................................... 141
52 O que são crenças?.................................................................... 143
53 O que são crenças disfuncionais?............................................... 145
54 O que são pensamentos automáticos?....................................... 146
55 Como os pensamentos criam sentimentos?............................... 152
56 Como ocorrem as mudanças?.................................................... 154
xiv Sumário
Referências................................................................................ 187
Introdução
Os autores
Parte 1
\
PSICOLOGIA
DO COTIDIANO
1
Escolhas uni, duni, tê
E
stamos acostumados a fazer escolhas desde quando éramos crian-
ças. No supermercado ou em uma loja de brinquedos, quem nun-
ca ouviu dos pais “você só pode levar um”? No colégio, escolhíamos o
lugar para sentar e quem eram os nossos melhores coleguinhas, não é?
Ou, simplesmente, éramos escolhidos. Na dúvida, quem não escolheu
algo ou alguém de forma aleatória com a parlenda do “uni, duni, tê,
salamê, minguê”? Uma lembrança do nosso tempo era um quadro do
Silvio Santos na TV, em que colocava uma pessoa a decidir dentro de
uma cabine às cegas e com isolamento acústico, entre “sim” ou “não”,
trocar um carro 0 km por uma vassoura velha. A graça era o absurdo de
escolher um produto ou outro de forma aleatória.
Exceto nesses shows televisivos, ou em situações da vida real nas quais
há fatores envolvidos sobre os quais não temos gerência, quando fazemos
uma escolha, decidimos a partir das opções conhecidas. Acreditamos que
a razão é a grande responsável pelas escolhas, mas muito do mérito deve
ser creditado às emoções também. Por vezes pensamos que não dispomos
de alternativas, mesmo que elas possam estar rotuladas de inviáveis. Por
exemplo, alguém que tenha uma situação na empresa ou instituição onde
trabalha como insustentável, e não aguenta mais as ordens do chefe ou
de superiores. Esta pessoa poderá escolher entre ficar ou sair do trabalho,
porém o vive o dilema: “Preciso pagar as minhas contas e manter minha
família, e está difícil de achar outro emprego”. É um bom argumento,
mas há, realmente, quem sofre de falta de alternativas?
22 Fernando Elias José & Marcelo Hugo da Rocha
final, jogar a moeda para cima a fim de seguir adiante com cara ou coroa.
Um caminho seguro é se adiantar às situações, projetando as alternativas
com uma lista de prós e contras para evitar que soluções do tipo “uni,
duni, tê”, apressadas e carregadas de pressões, definam suas escolhas.
Você + Feliz
Sempre há alternativas, mesmo que seja para aprender com a
situação.
Conselhos e opiniões de outros podem ser importantes, mas, se a
decisão é sua, lembre-se de que as consequências também são.
Antecipe-se, fazendo listas de prós e contras das opções
possíveis para que a pressão do momento não atrapalhe a
escolha.