Você está na página 1de 2

Tópicos em História da Música - [Fichamento]

História Social da Música, HENRY RAYNOR

Eduardo Costa Ribeiro, nº USP 6438170

Tópicos em História da música - As


Origens da Ópera
 

O autor inicia sua fala afirmando que não devemos pensar nos movimentos estéticos
históricos como fatos substitutivos. "Seria perigoso simplificar a questão examinando as
origens da música barroca em fins do século XVI e dizendo que um estilo morre de exaustão
enquanto outro toma o seu lugar" (p. 180). E isso se evidenciava durante o fortalecimento da
Ópera durante o período barroco. Era de fato o estilo musical que mais se desenvolveu
durante todo o período — começando em Florença, durante os "encontros dos Camerata"(p.
180), e pouco tempo depois espalhando-se por toda a Europa —, afinal "a Ópera era a
forma musical apropriada à nova situação política das nações independentes" (p. 192), mas
em concomitância os outros estilos ainda se faziam presentes desde os antigos cantos
polifônicos até o "Ballet de cour" e o Oratório, espécie de ópera sacra. Cabe ainda salientar
que houve a concomitância das doutrinas composicionais: a doutrina dos humores e a
doutrina dos afetos. Na primeira, doutrina dos humores, "o caráter individual é determinado
pela predominância de um estado de espírito ou sentimento," já a segunda, doutrina dos
afetos, "qualquer peça de música só podia, e só devia, exprimir um único estado de espírito
ou sentimento" (p. 185).

O autor descreve durante o capítulo como a Ópera teve papel preponderante para a
organização das sociedades da época —

"Se o Estado cria um teatro para satisfazer o lazer de uma população em


crescimento, um sociedade fechada e próspera é o melhor meio de nutrir tal
organização. Uma sociedade bem organizada e bem administrada faz bem a si
mesma e, através de bons desempenhos, vê-se auxiliada por príncipes e senhores,
as ciências, as artes e os ofícios são todos beneficiados pela ajuda que entra, e o
mesmo acontece com a boa representação de óperas famosas" (p. 206)

—, tanto no que se referia as realizações dos Oratórios, dentro de um ambiente sacro, mas
principalmente sobre a forma como eram organizadas e realizadas as récitas ao longo do
período barroco pela classe nobre dentro dos camarotes — "A noção proveitosa do camarote
permanentemente alugado estimulava uma atitude livre e cômoda quanto ao que acontecesse
no palco. Era possível desfrutar a ópera sem se dar ao incômodo de ouvir um só nota de
música" (p. 199) — tornando-se um evento social/comercial além de musical como relatado
no trecho:

Os napolitanos raramente convidam para almoço ou jantar, e muitos deles


dificilmente fazem visita a não ser na ópera; por isso raramente faltam, embora a
ópera seja representada três noites em seguida, mesmo que seja a mesma ópera,
sem qualquer mudança, durante dez ou 12 semanas. É costume dos cavalheiros
andarem de camarote em camarote, entre os atos e até mesmo durante a
representação; mas as senhoras, uma vez acomodadas, jamais deixavam o
camarote durante a noite todas. É costume marcar compromisso para esta ou
aquela noite. (p. 200)

Você também pode gostar