Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O autor inicia sua fala afirmando que não devemos pensar nos movimentos estéticos
históricos como fatos substitutivos. "Seria perigoso simplificar a questão examinando as
origens da música barroca em fins do século XVI e dizendo que um estilo morre de exaustão
enquanto outro toma o seu lugar" (p. 180). E isso se evidenciava durante o fortalecimento da
Ópera durante o período barroco. Era de fato o estilo musical que mais se desenvolveu
durante todo o período — começando em Florença, durante os "encontros dos Camerata"(p.
180), e pouco tempo depois espalhando-se por toda a Europa —, afinal "a Ópera era a
forma musical apropriada à nova situação política das nações independentes" (p. 192), mas
em concomitância os outros estilos ainda se faziam presentes desde os antigos cantos
polifônicos até o "Ballet de cour" e o Oratório, espécie de ópera sacra. Cabe ainda salientar
que houve a concomitância das doutrinas composicionais: a doutrina dos humores e a
doutrina dos afetos. Na primeira, doutrina dos humores, "o caráter individual é determinado
pela predominância de um estado de espírito ou sentimento," já a segunda, doutrina dos
afetos, "qualquer peça de música só podia, e só devia, exprimir um único estado de espírito
ou sentimento" (p. 185).
O autor descreve durante o capítulo como a Ópera teve papel preponderante para a
organização das sociedades da época —
—, tanto no que se referia as realizações dos Oratórios, dentro de um ambiente sacro, mas
principalmente sobre a forma como eram organizadas e realizadas as récitas ao longo do
período barroco pela classe nobre dentro dos camarotes — "A noção proveitosa do camarote
permanentemente alugado estimulava uma atitude livre e cômoda quanto ao que acontecesse
no palco. Era possível desfrutar a ópera sem se dar ao incômodo de ouvir um só nota de
música" (p. 199) — tornando-se um evento social/comercial além de musical como relatado
no trecho: