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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA

CÍVEL DA COMARCA DE PIRASSUNUNGA ESTADO DE SÃO PAULO.

Cleucio, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº


xxxxxxxx e inscrito no CPF/MF nº xxxxxxx, residente e domiciliado à, vem à
presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado abaixo assinado, nomeado
em virtude do Convênio de Assistência Judiciária firmado entre a Defensoria Pública
do Estado e a Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, com fulcro nos
artigos 5°, caput, 6° e 196 da Constituição Federal; artigos 6°, inciso I, alínea “d” e 7°,
inciso II da Lei 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Contra ato ilegal praticado pelo SECRETÁRIO DA SAÚDE DO


ESTADO DE SÃO PAULO e da COMISSÃO DE FARMACOLOGIA DA SECRETARIA
DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, autoridade coatora estadual, situada à
Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, nº 188, São Paulo/SP, CEP: 05403-000, Telefone
(11) 3066-8000, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
1. DOS FATOS

O impetrante é portador de Edema Macular Diabético (CID


H36.0), conforme demonstrado nos documentos médicos anexos.

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Nos casos dessa doença ocorre o acumulo de fluídos sobre ou
sob a mácula do olho, região central da retina, tornando-a mais espessa e inchada,
prejudicando a visão da pessoa, podendo causar cegueira.

Insta salientar que o impetrante está com dias contados para


perda total da visão do olho esquerdo, se não houver o socorro e a prescrição deste
medicamento.

Foi prescrito pelo médico oftalmologista, IMPLANTE


INTRAVÍTREO DE DEXAMENTASONA 0,7mg, medicamento este de nome
Ozurdex®, produzido pela Allergan. Há indicação de tratamento, com prescrição
inicial de 01 (uma) aplicação no olho esquerdo (1 ampola por aplicação) devendo o
paciente retornar mensalmente para realização de exames a fim de reavaliar o
quadro clínico da doença e necessidade de novas aplicações.

Ocorre que tal medicamento tem custo médio de R$


3.600,00 (três mil e seiscentos reais), o impetrante é cidadão brasileiro e não
possui condições financeiras para custear o tratamento para custear o tratamento
com objetivo de estagnar a moléstia grave do qual é portador, devido ao elevado
custo financeiro, por ser medicamento de alto custo, sendo pessoa pobre na acepção
jurídica do termo, portanto hipossuficiente (declaração anexa). O impetrante não
tem como arcar com o ônus financeiro sem comprometer seu sustento e de sua
família.

O impetrante, solicitou junto a Secretária de Saúde o


Estado de São Paulo – Comissão de Farmacologia. Através de formulário de
solicitação de medicamento e parecer técnico, destinado ao fornecimento de
medicamentos aos que não podem custeá-los, apresentando todos os documentos
necessários, tentou o fornecimento gratuito do medicamento, contudo não
logrou êxito, recebendo resposta negativa da autoridade responsável.

A visão do impetrante depende exclusivamente da concessão


da presente medida de segurança, em face da autoridade coatora, com sofrimento

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terrível se não lhe for concedida a segurança para tratar definitivamente a doença
evitando assim a progressão, e consequentemente a perda total da visão.

Nota-se que ainda que o medicamento pedido – Ozurdex 0,7


– esteja ou não na lista de medicamentos elaborada com base no RENAME –
RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS, É DEVER DO ESTADO
FORNECER O MEDICAMENTO.

Uma vez que a saúde não pode esperar as diligências


burocráticas, sempre dilatórias, restou a autora à composição da ação, a fim de que
possa pedir ao Juízo que condene solidariamente os réus na obrigação de
FORNECER O MEDICAMENTO aqui pleiteado.

O impetrante precisa iniciar, IMEDIATAMENTE, o


tratamento prescrito pelo seu médico.

2. DO DIREITO

2.1. Dos Requisitos do Mandado de Segurança.

O impetrante possui direito líquido e certo não amparado


por habeas corpus ou habeas data, nos termos do art. 1º da Lei 12.016/2009, que
consiste no seu direito de ter a saúde garantida pelo Estado, quando possui doença
que necessita de tratamento com medicamentos de alto custo que devem ser
fornecidos pelo Poder Público. Este direito está relacionado às funções do Estado e
à manutenção de vida digna (consequentemente, com saúde e acobertada pelo
princípio da dignidade da pessoa humana).

Todavia, seu direito foi ilegalmente violado pelas autoridades


indicadas no preâmbulo desta petição, pois requereu junto ao Poder Público o
medicamento, mas não conseguiu obter os fármacos, estando sem tratamento.

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Logo, caracterizados o direito e o ato lesivo, nos termos da
Lei 12.016/2009, não restou alternativa ao autor a não ser valer-se da tutela
jurisdicional estatal por meio do presente mandado de segurança.

2.2. Dos Direitos Fundamentais: Direito a Saúde, A Vida e a


Dignidade da Pessoa Humana.

O presente feito é devido, pois visa proteger, o impetrante de


ato ilegal e abusivo de autoridade que lhe cerceia direito líquido e certo à vida, art.
5° da Constituição Federal, e a saúde, art. 6° c/c 196 da CF/88 e Lei 8.080/92 – Lei
Orgânica da Saúde c/c a Lei Estadual 10.938/01, art. 24, §8° da Lei Complementar
N. 791/95.

Inicialmente, cumpre fazer alusão à alguns princípios


norteadores da razão da existência Estatal.

O Estado existe para o ser humano, para proporcionar ao


mesmo, condições mínimas de dignidade e de vida.

Nessa baila, concluiu com exatidão Ives Gandra da Silva


Martins:
“O ser humano é a única razão do Estado. O Estado está conformado
para servi-lo, como instrumento por ele criado com tal finalidade.
Nenhuma construção artificial, todavia, pode prevalecer sobre os
seus inalienáveis direitos e liberdades, posto que o Estado é um
meio de realização do ser humano e não um fim em si mesmo” (in
“Caderno de Direito Natural- Lei Positiva e Lei Natural”, n.1,1ª E.,
Centro de Estudos Jurídicos.)

Consoante ao entendimento esposado, o STF proferiu a


seguinte decisão:

“Entre proteger a inviolabilidade do direito à vida, que se qualifica


como direito subjetivo inalienável assegurado pela própria
Constituição da República (art.5º , caput) , ou fazer prevalecer,
contra essa prerrogativa fundamental, um interesse financeiro e
secundário o Estado, entendo – uma vez configurado esse dilema,
que razões e ordem ético-jurídica impõe ao julgador uma só e

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possível opção: o respeito indeclinável à vida” ( PET 1246/SC, rel.
Min. Celso de Mello, em 31.01.1997)”.

No caso em tela, por motivos secundários, burocráticos e


financeiros, o Estado, cuja, a razão de sua existência é promover direitos
elementares ao ser humano, dentre os quais o direito à vida e a saúde, indeferiu de
plano o requerimento do impetrante em adquirir medicamento essencial para que
possa continuar vivo e saudável.

O indeferimento do Estado em fornecer medicamento que o


impetrante necessita para se manter vivo, cujas motivações são de plano secundário
e não se coadunam com princípios, constitucionais, transgrediu frontalmente direito
líquido e certo à Vida (art. 5° da CF/88) e direito à saúde inserido no art. 6° c/c 196
do mesmo diploma lega, cujas garantias da concessão de tais direitos é dever
indeclinável do Estado.

Com relação ao direito à vida inclui-se o dever do Estado em


manter o indivíduo vivo, conforme asseverado pela profícua doutrina esposada pelo
mestre Alexandre de Moraes, in verbis:

“A Constituição Federal proclama, portanto, o direito à vida,


cabendo ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção, sendo a
primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se
ter vida digna quanto a subsistência”. (Direito Constitucional 7ª Ed.
Ed. Atlas. P. 62)”.

Ao indeferir o fornecimento de medicamento de alto custo ao


impetrante, que não possui condição financeira de comprá-los, foi cerceado seu
direito líquido e certo de se manter vivo, obrigação imposta ao Estado por norma
Constitucional.

Por outra esfera, ainda o Estado transgrediu frontalmente o


direito líquido e certo da impetrante de saúde, direito este que implicitamente
expressa direito a própria vida, pois sendo o mesmo carente de recursos materiais,
foi indeferido o pedido de fornecimento de remédio essencial para que se possa
manter vivo.

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Como visto, a presente segurança se assenta na
Hipossuficiência de Recursos Financeiros para aquisição de medicamentos e
não em prática de ilegalidade ou abuso de poder.

Porém, é dever do Estado o fornecimento de


medicamentos mediante o estabelecimento de políticas públicas para
preservação da saúde coletiva, nos moldes dos artigos 196 e 198 da
Constituição Federal, que conjugados, ao art. 219 da Constituição de estado de
São Paulo, em momento algum limitam o acesso do cidadão,
independentemente de constar ou não da relação daqueles ordinariamente
fornecidos.

O poder público em qualquer grau institucional de atuação na


organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema de
saúde da população, pois estaria transgredindo gravemente os sagrados preceitos
constitucionais.

No caso vertente, existe um bem maior tutelado por normas


constitucionais (Direito à saúde), que é superior a qualquer formalidade
burocrática, ou aspecto financeiro, pois o Impetrante é comprovadamente dotado
de poucas posses e não possui qualquer recurso material para custear um
tratamento que é sua única esperança de se ver livre do fantasma da perda da
visão.

Sendo a saúde um dever do Estado, quando alguém necessita


de cobertura para seu restabelecimento ou para alívio de suas dores cumpre ao
mesmo o dever de amparo, não importando quanto à forma que seja feito.

Com efeito, a Lei 8.080/92 (Lei Orgânica da Saúde) veio dar


efetividade às normas e princípios constitucionais referentes à saúde.

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A Lei Estadual nº 10.938/01, que dispõe sobre política
estadual de medicamentos, prevê a responsabilidade do Estado no fornecimento de
medicamentos essenciais e de alto custo, bem como nos demais medicamentos, nos
termos do artigo 24, § 8, da Lei Complementar nº 791/95.

A jurisprudência vem galgando no sentido de obrigar ao


Estado custear o tratamento das pessoas carentes, que não possuem meios para
comprar medicamentos necessários à sua sobrevivência.

Nesse sentido o Excelso STF no AG. N. 238.328-R, Rel. Min.


Marco Aurélio, DJ 11.05.99; STJ, Resp. 249.026- PR, REL. Min. Jose Delgado. DJ
26.06.2000.

A reforçar o entendimento adotado, pelos diversos Tribunais,


temos:

Agravo de Instrumento. Direito Público não especificado.


Fornecimento de Medicamento. MUNICÍPIO DE SÃO MARCOS.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS.
PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO
DA INDEPENDÊNCIA DOS PODERES. INOCORRÊNCIA. PROVA DO
RISCO DE VIDA. DESNECESSIDADE.ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
CONTR ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE. 1. A responsabilidade pelo fornecimento de
medicamentos é solidária entre União, Estados e Municípios.
Eventual deliberação a respeito da repartição de responsabilidade
compete unicamente aos entes federativos, a ser realizada em
momento oportuno, tendo em vista a solidariedade existente entre
todos, não podendo o particular ter limitado seu direito à saúde,
garantido constitucionalmente, por ato da Administração Pública.
2. Não calha a tese de inexistência de direito subjetivo à saúde, e de
impossibilidade de atendimento, por parte do Município, de casos
individualizados, na medida em que a pretensão da recorrida está
devidamente fundamentada no art. 196 da Constituição Federal. 3.
Eventuais limitações ou dificuldades orçamentárias não podem
servir de pretexto para negar o direito à saúde e à vida garantido
nos dispositivos constitucionais, não havendo que se cogitar, desse
modo, da incidência do princípio da reserva do possível, dada a
prevalência do direito em questão. 4. Não há que se falar em
violação ao princípio da separação dos poderes, porquanto ao
Judiciário compete fazer cumprir as leis. 5. A ausência de risco
efetivo de morte não é justificativa para que o ente municipal não
forneça os medicamentos pleiteados, tendo em vista a garantia
constitucional ao direito à saúde. O atestado médico juntado aos

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autos é prova suficiente para comprovar a necessidade, pois o
médico que acompanha o caso tem melhores condições de
indicar o procedimento adequado. 6. Presentes os requisitos do
artigo adequado 273do Código de Processo Civil, deve ser
concedida a tutela antecipada postulada. 7. É possível concessão de
liminar contra a Fazenda Pública em hipóteses em que o seu
indeferimento pode resultar à parte demandante dano de difícil
reparação, tal como é o caso dos autos, de fornecimento de
medicamentos. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.
(Agravo de Instrumento Nº 70030854681, Quarta Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl,
Julgado em 23/09/2009) (Grifo nosso).

Corroborando ainda:

APELAÇÕES CIVEIS. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO.


SAÚDE PÚBLICA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.
LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO E DO MUNICÍPIO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. SUBSTITUIÇÃO DOS FÁRMACOS.
DESCABIMENTO. CONDENAÇÃO PELA DCB. POSSIBILIDADE.
HONORÁRIOS À DEFENSORIA PÚBLICA PELO MUNICÍPIO.
POSSIBILIDADE. DESPESAS JUDICIAIS PELO MUNICÍPIO. ISENÇÃO.
CABIMENTO. 1. O atestado médico do profissional
devidamente habilitado constitui prova suficiente para
embasar a pretensão de fornecimento de medicamentos. 2.
Qualquer dos entes políticos da federação tem o dever na
promoção, prevenção e recuperação da saúde. 3. A ausência de
inclusão do medicamento em listas prévias, quer referente a
remédios considerados excepcionais, quer relativos à rede
básica, não pode obstaculizar o seu fornecimento por
qualquer dos entes federados. Precedentes deste Tribunal. 4. É
direito de todos e dever dos entes públicos promover os atos
indispensáveis à concretização do direito à saúde, tais como
fornecimento de medicamentos, acompanhamento médico e
cirúrgico, quando não possuir o cidadão meios próprios para
adquiri-los. 5. Despicienda a tese sempre alegada acerca da
ausência de previsão orçamentária para o fornecimento dos
medicamentos, visto que empecilhos dessa natureza não
prevalecem frente à ordem constitucionalmente estatuída de
priorização da saúde. 6. Possível a utilização da Denominação
Comum Brasileira, conforme determinação legal, para a
identificação dos medicamentos, desde que não implique alteração
da dose e da (s) substância (s) que constitui (em) o princípio ativo
dos medicamentos de que necessita o paciente. 7. Possível a
condenação do Município ao pagamento de honorários à
Defensoria Pública, uma vez que não existe confusão entre credor
e devedor. 8. A partir da vigência da Lei Estadual nº 13.471/10, o
poder público está isento do pagamento de despesas judiciais.
APELAÇÕES PARCIALMENTE PROVIDAS. (Apelação Cível Nº
70041025792, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Arno Werlang, Julgado em 16/03/2011). ((Grifo nosso).

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O direito à saúde é direito social fundamental, previsto no art.
6º, da Constituição Federal que integra o próprio direito à vida (art. 5º, CF). Neste
sentido, saúde e vida são direitos indissociáveis e indivisíveis, de modo que a
ausência de um implica à não garantia do outro.

Portanto, é direito líquido e certo daquele que não tem


recursos financeiros de obter junto aos órgãos públicos medicamentos e
tratamentos para se garantir à existência digna, respeitando-se assim, o valor
supremo da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III, CF).

Por fim a LIMINAR é devida, pois a doença do impetrante


encontra-se em estágio avançado (vide exame anexo), sendo necessário O
início imediato do tratamento com o medicamento Ozurdex 0,7mg.

Em vista que a marcha processual da presente demanda


poderá se estender por anos e anos, deve-se conceder LIMINAR no presente feito,
para que seja COMPLETADO o tratamento do impetrante, evitando que por causa da
demora de prestação jurisdicional o mesmo venha a perder totalmente a visão em
consequência da falta do aludido remédio.

Assim, devendo ser fornecido o medicamento incontinenti,


após a citação, mediante recibo de entrega dos medicamentos, cuja duração de
tratamento será definido por ordem médica, conforme receitas, sendo certo que as
doses necessárias para 30 dias, serão entregues sempre no mês, sob pena de
sofrer o impetrado imposição de pena pecuniária, sem excluir a criminal,
administrativa, no valor a ser arbitrado pelo ilustríssimo juízo, pôr dia de
atraso.

Os direitos expostos devem compelir o impetrado a fornecer


os medicamentos necessários para estancar o risco de perda da visão do impetrante.

2.3. Do Registro na ANVISA.

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O Medicamento ora aqui pleiteado, é registrado pela Anvisa
sob o nº: 101470176, sendo seu princípio ativo a DEXAMETASONA, fabricado pela
Allergan Produtos Farmacêuticos LTDA. Comercializado sob o nome: OZURDEX.

2.4. Da Obrigação Solidária de Todos os Entes Públicos

Insta salientar ainda que as obrigações governamentais


decorrentes do direito à saúde oneram todos os Entes políticos
solidariamente, conforme previsto na Constituição Federal em seu artigo 198,
inciso I.

Ademais, consoante se depreende do caput do artigo 196, que


prevê que a saúde é dever do Estado, não há indicação ou distinção a quem cabe essa
obrigação – se ao Munícipio, Estado, União ou Distrito Federal – sendo razoável se
concluir que a incumbência é de todos os entes políticos da Federação de forma
igualitária.

Não Obstante, também respalda este entendimento o fato de


o Sistema Único de Saúde (SUS) ser composto, indistintamente, de todos os entes
políticos.

2.5. Do Requerimento de Tutela Antecipada

O art. 7º, inc. III da Lei nº 12.016/2009, que regulamenta o


mandado de segurança, dispõe que a liminar será concedida, suspendendo-se o
ato que deu motivo ao pedido, quando for relevante o fundamento do pedido e do
ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida.

Há relevância do fundamento – bem como probabilidade do


direito (fumus boni iuris) –, haja vista que a documentação acostada demonstra
fartamente que o autor está acometido da doença e necessita da medicação.
Outrossim, o fumus boni juris está representado pelo direito constitucional

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inalienável e irrenunciável à saúde e pela obrigação do Poder Público em custear o
tratamento, previstas na ampla legislação e jurisprudência trazidas à colação.

Há também perigo de ineficácia da medida, caso não seja


deferida de imediato – ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora) –,
porquanto a demora pode causar o agravamento da saúde do impetrante de modo a
lhe causar danos irreversíveis ou até mesmo a perda total da visão, já que há tempos
o impetrante vem tentando – sem sucesso – obter os medicamentos – o que vem
piorando seu estado de saúde cada vez mais. Em outras palavras, o perigo da demora
resta evidenciado pelo atual estado de saúde do impetrante (que está muito
agravado) e pela necessidade vital e urgente de fazer uso da medicação indicada ao
seu caso, sob pena de enormes riscos a sua saúde.

Sendo assim, o autor preenche todos os requisitos para a


concessão deste tipo de tutela.

Logo, requer sejam antecipados os efeitos da tutela


jurisdicional, liminarmente, por restarem consignados os requisitos fumus
boni juris e o periculum in mora.

3. DOS PEDIDOS

Ex positis, diante da relevância dos fundamentos da


demanda, requer à Vossa Excelência:

3.1 Inicialmente, pelo receio da consumação de


prejuízos irreparáveis à esfera da saúde do impetrante, REQUER A
CONCESSÃO LIMINAR DA SEGURANÇA PLEITEADA, com fulcro no art. 7º, III, da
Lei 12.016/2009, a fim de ordenar aos impetrados, solidariamente, que dispensem
ao postulante os medicamentos de que necessita, por tempo indeterminado e de
maneira ininterrupta, enquanto perdurar a necessidade do tratamento médico,
garantindo-se, ainda, o fornecimento do produto do mesmo fabricante durante toda
a duração do tratamento, cumprindo-se, também, os outros itens da Portaria 863 de

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12 de novembro de 2002 do Ministério da Saúde, como única forma de garantir-lhe
o direito à vida.

3.2 Seja o pedido JULGADO TOTALMENTE


PROCEDENTE, com a concessão definitiva da segurança, reconhecendo-se o direito
líquido e certo do impetrante, para que os Réus sejam condenados solidariamente
ao fornecimento dos medicamentos de que o impetrante necessita, sejam aqueles
específicos, indicados nesta inicial (OZURDEX 0,7mg) – de modo que se torne
definitivo o teor da decisão antecipatória da tutela jurisdicional – ou outros também
indicados posteriormente ao seu tratamento, e que lhe venham a ser prescritos por
seu médico, e, tudo, por prazo indeterminado e até quando deles necessitar, sempre,
nas quantidades que forem as prescritas pelo profissional médico que o assiste,
garantindo-se, ainda, o fornecimento do produto do mesmo fabricante durante toda
a duração do tratamento, cumprindo-se, também, os outros itens da Portaria 863 de
12 de novembro de 2002 do Ministério da Saúde, como única forma de garantir-lhe
o direito à vida.

3.3 Requer que a comunicação de concessão da tutela seja


feita aos representantes legais dos Réus, imediatamente, e em caráter de urgência,
em vista dos riscos aos quais está exposto o autor pela falta da medicação.

3.4 Requer ainda a condenação dos impetrados, nos termos


do art. 297 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), ao pagamento de multa
em favor do impetrante no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) por dia de atraso no
fornecimento dos medicamentos referidos.

3.5 Sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, visto


que o autor não tem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do
próprio sustento e do de sua família, sendo carente de recursos, nos termos dos
artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).

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3.6 A citação dos Réus, na pessoa de seu representante
legal, nos endereços indicados no preâmbulo desta petição, para que, querendo,
apresentem resposta à presente demanda, sob pena de, não o fazendo, sofrer os
efeitos da confissão e revelia, nos termos do art. 7º da Lei 12.016/2009.

3.7 A determinação de oitiva do Ministério Público para


oferecer parecer (art. 12, caput, Lei 12.016/2009).

Dar-se-á causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para


efeitos meramente fiscais.

Nos presentes termos


Pede e espera deferimento.

Local, data

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