RELATÓRIO
• Laboratório Sólidos
Nesse laboratório são realizados medicamentos sólidos como cápsulas e comprimidos. Para a
manipulação desses produtos é necessário muito conhecimento em farmacotécnica. A manipulação de
cápsulas é dividida em partes: pesagem e encapsulamento. Depois do medicamento tecnicamente
elaborado e obtido é realizado o peso médio e desvio padrão.
Pesagem: A etapa de pesagem é onde os ativos e coadjuvantes farmacotécnicos são pesados em uma
balança analítica de acordo com a ficha de pesagem que é enviada e conferida pelo farmacêutico.
Nessa ficha estão todas as informações da dose e do princípio ativo para manipular o produto. Porém,
não é tão simples assim porque é necessário saber qual a característica físico-química daquele insumo
farmacêutico ativo, por exemplo, se ele é higroscópico vou usar um excipiente diferente caso o IFA não
for higroscópico. Portanto, para cada ativo que se está trabalhando, se utiliza uma técnica diferente. A
escolha do excipiente depende dos seguintes fatores: dose, solubilidade, tamanho e forma da partícula,
tamanho da cápsula e compatibilidade.
Porém, para todas as fórmulas que serão pesadas você deve utilizar grau e pistilo para triturar os pós e
também usar o tamis. Esse processo serve para reduzir o tamanho das partículas e padroniza-las.
Nessa fase realiza-se muitos cálculos para saber se será utilizado aquele tamanho de cápsula que está
na ficha de pesagem e também ver a quantidade de excipiente que será utilizado.
PESAGEM MONITORADA
• Desvio padrão e/ou peso médio: Através dessa análise, é possível verificar o coeficiente de
variação e os desvios das cápsulas. Em outras palavras, é pesado 10 cápsulas e compara com o
valor do peso médio, caso essas 10 capsulas estiverem muito diferentes do peso real, a fórmula
está reprovada. É necessário realizar um cálculo para saber qual o peso médio daquela cápsula.
Soma o valor do peso médio + total da MP + peso da cápsula vazia dividido pela quantidade
total de cápsulas e assim se obtém o valor do peso médio.
Hoje em dia se utiliza sistemas em computadores para fazer a análise do desvio. Na farmácia que
eu realizei o estágio se utiliza o sistema Fórmula Certa.
Ao realizar o cálculo, insere o valor no sistema e preenche todos os outros campos e após isso pesamos as
10 cápsulas em uma balança analítica, uma por uma. O programa vai formando um gráfico de acordo com
os valores inseridos, fornecendo as informações de variação. Ao pesar as 10 cápsulas, o sistema vai julgar
aquela fórmula como aprovada ou reprovada.
É nessa etapa também que se realiza a contagem total das capsulas e o peso final do produto. Portanto,
tara o pote na balança e faz a contagem de todas as cápsulas e anota na ficha de pesagem o valor do peso
final. Feito isso, o medicamento está pronto e pode ser lacrado e enviado para o laboratório de controle de
qualidade, aonde será feita a rotulagem do medicamento.
Em todos os laboratórios, os insumos farmacêuticos ativos estão em potes preto para proteger da luz e
estão identificados, aprovados e rotulados. Nos rótulos possuem informações como lote, fornecedor, data
de validade, fator de correção, em alguns ativos densidade e outros.
Há algum deles que são armazenados na geladeira (temperatura de 2°C - 8°C), e estes também estão
rotulados contendo todas as informações necessárias.
• Área de lavagem
Local destinado para a lavagem de vidrarias e utensílios utilizados na manipulação. É lavado com
detergente neutro e depois esterilizado com álcool 70% e colocado na secadora para secagem das
vidrarias.
Nesse laboratório são realizados formulas como xaropes, tinturas, suspensões orais, soluções orais,
sachês, emulsões, géis, enxaguatório bucal, xampu, desodorantes, esmaltes, pomadas, dentre outros.
O profissional farmacêutico nesse laboratório precisa conhecer muito sobre farmacotécnica também,
entender sobre solubilidade, características físico-químicas, estabilidade (hidrólise, oxidação, racemização),
incompatibilidades e dentre outras técnicas. Para cada forma farmacêutica você deve saber quais os
coadjuvantes farmacêuticos e corretivos que precisam ser colocados na fórmula.
Ácido Hialurônico – 3%
Belides – 2%
Vit C tópica – 3%
Base Omega Gold – qsp
Creme de 30g
Para saber o quanto em g usar de cada ativo basta multiplicar o total da fórmula (nesse caso 30g)
pela concentração
30 x 3%= 3g
Nessa fórmulas temos o princípio ativo vitamina C que sofre oxidação muito fácil, e na ficha não vem
descrito sobre usar um antioxidante, porém, o profissional deve ter conhecimento sobre essa informação e
adicionar na ficha o antioxidante gluthation.
Em fórmulas que contém fator de correção basta multiplicar o valor da concentração pelo fator
Exemplo: 30 x 1% = 0.3 g
0.3 g x 0,97 = 0.291 g é o que deve ser pesado.
O fator de correção é utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor de princípio ativo, o teor
elementar de um mineral ou a umidade. Essas correções são feitas baseando-se nos certificados de análise
das matérias-primas ou nas diluições feitas na própria farmácia.
Pesar 0,291g do princípio ativo, colocar em um gral e triturar. Levigar o pó com propilenoglicol e
completar o volume com a pomada base, pesando da pomada 29.709g. Envasar e rotular.
• Fórmulas líquidas:
Para a manipulação de xaropes, suspensões e soluções orais, a técnica de preparo também é muito
parecida entre elas.
1. Pesar os componentes sólidos da fórmula;
2. Triturar com um gral e pistilo; e levigar em substâncias que façam a pré-diluição desse pó. Um
exemplo de substâncias que mais se utilizam é o propilenoglicol, sorbitol ou a glicerina.
3. Preparar o meio suspensor;
4. Juntar o meio suspensor com o pó diluído;
5. Adicionar o restante das outras substâncias como corantes, flavorizantes;
6. Corrigir ph (pode ser até no início da preparação da fórmula);
7. Completar o volume com o qs;
8. Envasar e rotular.
Pesar 3,6g do cloreto de potássio. Nesse caso não é necessário triturar o IFA porque ele dilui
diretamente na água, portanto, coloca qs de água e diluir previamente. Aquecer 30 ml do xarope
simples e incorporar o cloreto de potássio. À frio, adicionar a essência e o corante. Completar
volume com o xarope simples.
• Homeopatia
O laboratório de homeopatia é muito recorrente e conhecido nas farmácias de manipulação.
É uma área em que o sistema de tratamento de doenças é por meio de doses infinitivamente pequenas
de substâncias capazes de produzir, no homem sadio, sintomas semelhantes aos da doença que está
sendo tratada. Segue a lei da similitude e de diluições infinitesimais.
Foi possível observar as homeopatias de escala centesimal, decimal e cinquenta milesimal. Ou seja,
essa farmácia só trabalha com a escala do Hahnemann, pela vantagem de conseguir estocar potências.
• CH: Essa escala é de 1:100, isto é 1 de insumo ativo e 99 de insumo inerte, sendo 100 o total.
Portanto, quando o volume para dispensação é de 20ml, a quantidade de insumo ativo será de 0,2 e de
insumo inerte 19,8.
OBS: 0,2 pode ser padronizado para 4 gotas.
As primeiras 3CHs devem seguir o mesmo teor alcóolico da tintura mãe, isto é, se o teor alcóolico da
TM for 70%, as 3 primeiras CHs, devem estar no álcool 70% também.
Após a 3CH, as intermediárias obrigatoriamente devem ser no álcool 70% e para a dispensação final
álcool 30%.
• Florais
É uma terapêutica que se baseia no uso de essências retiradas de flores para restabelecer o equilíbrio
entre mente e corpo. É completamente natural e não há contraindicação de uso.
Na farmácia há os kits de florais e para a manipulação de um floral é um processo muito simples.
Medir 9 ml de conhaque (equivalente a 30% do valor total 30 ml) e 14 ml de água. O álcool serve para
conservar o produto. Pingar 4 gotas do floral desejado ou dos florais desejados. Succucionar 10x na
palma da mão. Dispensar e rotular.
Em caso de crianças ou pessoas que não podem fazer o uso de álcool, substituir por glicerina.