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RESULTADOS DE UM REENCONTRO COM A ESPERANÇA

Texto base: Lucas 24.13-35


“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito.” (Romanos 8.28).

O texto nos fala de dois discípulos que no domingo da


ressurreição se põem a caminhar, de Jerusalém a uma pequena
aldeia chamada Emaús, provavelmente voltando para suas casas
(v.13).
Estes homens faziam parte do círculo de discípulos de Jesus, que
ia além dos doze escolhidos.
A distância informada entre Jerusalém e Emaús é de sessenta
estádios, o que equivale aproximadamente a 10 quilômetros,
uma caminhada de duas a três horas.
Amados, esta caminhada daqueles discípulos para Emaús é
muito simbólica, aqueles homens haviam colocado toda a sua
esperança em Jesus, confiavam que ele era o Messias prometido,
mas agora a esperança de outrora abria lugar para o
desapontamento, para a tristeza, as suas expectativas foram
jogadas abaixo.
Talvez você que me houve esteja passando por um momento
assim, de desapontamento, de desesperança, você tinha planos,
para você, para sua família, para sua igreja, para sua empresa,
mas agora está amedrontado, temeroso com o que acontecerá,
com o que o amanhã irá te trazer.
Pense um pouco naqueles dois discípulos caminhantes!
• O seu Mestre havia sido preso,
• julgado,
• crucificado,
• morto e
• sepultado há três dias,
• você consegue imaginar a angústia do coração daqueles
homens?
E este era o assunto da conversa que eles iam tendo ao longo do
caminho.
Jesus era tudo que eles tinham, eles o haviam seguido, ouviram
suas palavras, viram seus feitos poderosos, ele era o assunto que
tomava conta dos seus corações.
Mas agora tudo parecia nebuloso e frio.
Ao caminharem conversando sobre as coisas que se sucederam
a Jesus em Jerusalém, um estranho se aproxima daqueles
homens (v.15-16), e vejam, era o próprio Jesus, mas eles não o
puderam reconhecer.
Há duas coisas a se considerar quanto ao fato daqueles discípulos
não conhecerem a Jesus naquele momento:
• primeiro, o corpo ressurreto e glorioso de Jesus é diferente;
• segundo, o texto diz que os olhos deles foram impedidos de
o reconhecer, houve portanto uma ação sobrenatural, de
forma a permitir o diálogo entre os discípulos e Jesus sem
que aqueles o reconhecesse.

[ST] Ao se aproximar daqueles discípulos Jesus percebe que eles


estão conversando e se dirige a eles com uma pergunta que nos
leva ao primeiro ponto de nossa mensagem, que é…
1 – MOSTRA QUE JESUS SE INTERESSA PELAS NOSSAS
INQUIETAÇÕES ( V.17-24 )
“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de
que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam
entristecidos.” (v.17)

Jesus abre o diálogo com uma pergunta àqueles homens, em


muitas ocasiões Jesus utiliza este recurso como uma forma de
começar uma conversa.

Jesus demonstra interesse por aquilo que afligia os corações


daqueles discípulos, da mesma forma como Ele se interessa com
aquilo que está em nossos corações. Jesus se importa conosco!

A resposta em forma de pergunta mostra a admiração de


Cleópas do desconhecimento de alguém que estivera em
Jerusalém nos últimos dias, pois a crucificação de Jesus era o
assunto que dominava a cidade naquele momento.

Jesus rebate com uma outra pergunta, que abre a oportunidade


para que os discípulos entristecidos abrissem seu coração. Jesus
lhes pergunta: “Quais?” (v.19a).
• Amados, quais são as suas aflições?
• O que tem tomado sua mente e coração nos últimos dias?
• Quais inquietações você traz em sua alma?
• Jesus está lhe perguntando: quais?
• Pois Ele deseja te ouvir assim como Ele ouviu os discípulos
no caminho de Emaús.
J. Charles Stern fala de maneira acertada que “Mentes e corações
inquietos tomarão decisões incertas e não conseguirão firmar-se
na graça.”
Os discípulos aproveitam o demonstrado desconhecimento
daquele caminhante estranho e lhe contam não apenas os
acontecimentos, mas também a sua expectativa frustrada.
Inicialmente lhe falam de quem Jesus era: “[…] varão profeta,
poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o
povo” (v.19)

A decepção deles se evidencia no versículo 21, eles esperavam


que Jesus fosse aquele que haveria de salvar Israel, mas depois de
sua morte já haviam se passado três dias.

Eles finalizam sua fala (v.22-24), informando ao caminhante


desconhecido sobre a constatação de algumas mulheres do seu
grupo que haviam ido ao sepulcro de Jesus e não encontraram o
seu corpo, relatando terem tido uma visão de anjos que as
informaram que Jesus havia ressuscitado.

Jesus ouviu pacientemente toda a exposição dos discípulos, da


mesma forma Ele se interessa em nos ouvir.

Precisamos abrir nosso coração perante Jesus e expor todas


nossas inquietações.

Todo o relato dos homens mostra sua frustração, mas também a


sua dúvida quanto ao relato das mulheres: será que Jesus
ressuscitou mesmo?

[ST] Em seguida ao relato dos caminhantes de Emaús, Jesus os


repreende e os ensinam de acordo com as Escrituras Sagradas, e
isto nos conduz ao segundo ponto de nossa mensagem…
2 – MOSTRA QUE JESUS CORRIGE NOSSAS MANEIRA DE VER A
VIDA E REDIRECIONA NOSSA FÉ ( V. 25-28 )

Jesus repreende chamando os homens de néscios e tardos de


coração.

Néscio significa desprovido de conhecimento, de discernimento;


estúpido, ignorante.

Em outras palavras Jesus estava dizendo para aqueles


homens: “Como demoram para crer! Por que não acreditam em
tudo que os profetas disseram? Não percebem que tudo isso
tinha de acontecer, que o Messias tinha de sofrer antes de entrar
na glória?” (v.25-26 – A Mensagem)

Amados, quantas vezes também somos lentos para crer,


demoramos a entender o propósito que Deus tem em nossa vida,
ou em determinada situação.

Qual o propósito de Deus para sua vida?

Entendo que Deus quer que nos voltemos para Ele. C. S. Lewis
dizia que “o sofrimento é o megafone de Deus para um mundo
surdo!”

Deus está gritando aos nossos corações: se voltem para mim,


arrependam-se, creiam em meu Filho Jesus.

Mas muitas vezes estamos concentrados no:


• problema,
• no sofrimento,
• naquilo que a mídia diz,
• e então nos tornamos néscios, sem entendimento, e tardios
de coração.
Matthew Henry falando sobre a correção de Deus em nós diz :
“Quando somos açoitados, devemos orar para que sejamos
ensinados e examinar a lei como a melhor revelação da
providência. Não são os açoites propriamente ditos que
produzem o bem, mas o ensinamento que os acompanha e que
os elucida.”

Jesus aponta para os profetas do Antigo Testamento, pois queria


corrigir a concepção que os dois discípulos tinham acerca do
Messias.

Eles conheciam as Escrituras e todas as profecias e promessas do


Antigo Testamento sobre o Messias que haveria de vir, mas o
relato deles aponta que eles haviam entendido errado.

O problema deles era o mesmo de muitos judeus de sua época,


• eles criam em um Messias Salvador conquistador e
vitorioso, que iria libertá-los do império romano e
reestabelecer a glória de Israel;
• e não em um Servo sofredor.

Eles faziam uma leitura seletiva das Escrituras, de forma que


• enxergavam somente a glória,
• mas não o sofrimento;
• enxergavam a vitória, mas não a cruz.

Quantas vezes não agimos assim?


Quantos pregadores triunfalistas do nosso tempo não têm
enganado os incautos, pregando um evangelho incompleto?
• Um evangelho sem cruz?
• Um evangelho sem morte para o pecado?
• Sem a morte do eu?
• Um evangelho sem sofrimento?
• Onde prosperidade é vista como sinal da benção de Deus e
o sofrimento como sinal de falta de fé.

Muitas vezes lemos as Escrituras seletivamente e ficamos


somente com aquilo que agrada nosso ego, deixamos de lado as
repreensões, as palavras que exigem mudança, esforço e
sofrimento.

Jesus corrige esta ideia rasa daqueles homens, e Ele faz isso com
a Palavra. Da mesma forma, se queremos sair da mediocridade, se
queremos deixar as nossas falsas concepções, precisamos
mergulhar na Palavra.

Naquela caminhada, Jesus ensinou a Cleópas e seu amigo, o que


as Escrituras realmente diziam sobre o Messias enviado, que
haveria de padecer antes de entrar em sua glória (v.26).

Ele realinhou a fé daqueles homens, de forma que eles


começaram a entender o que de fato as Escrituras dizem sobre
Jesus.

[ST] Mas a caminhada chegara ao fim, e o caminhante secreto faz


menção de ir em diante. Mas um pedido sincero muda o seu
caminho e a vida daqueles homens para sempre: “Fica conosco,
porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com
eles.” (v.28). O que aconteceu adiante nos leva ao último ponto
de nossa reflexão que é…
3 – MOSTRA QUE JESUS REACENDE A ESPERANÇA EM NOSSOS
CORAÇÕES ( V. 29-35 )

Jesus aceita o convite dos dois discípulos e entra para ficar com
eles.

Eles se assentam a mesa para comer.


O convidado misterioso toma o pão, o abençoa, parte e oferece a
seus anfitriões.

O texto nos diz que naquele momento, os olhos daqueles


homens, que até então estavam impedidos de o reconhecer,
foram abertos e eles reconhecem: É Jesus!

Mas o seu corpo ressurreto e glorioso não está preso às leis da


física, ele agora tem a capacidade de desaparecer, e é isto que o
Senhor faz diante dos dois homens.
• Amados não sabemos se eles haviam visto as marcas dos
cravos em suas mãos,
• ou se foi o jeito dele partir do pão,
• ou a forma como Ele orou ao pai agradecendo pelo alimento;
• fato é que os homens reconhecem a Jesus e no momento
em que eles o reconhecem,
• Ele desaparece diante deles, eles não precisavam de mais
nada para crer: Cristo está vivo!

A esperança perdida de outrora se reacende no coração daqueles


homens, o seu Mestre, o seu Senhor, o seu Amado Jesus havia
ressuscitado e aparecera a eles.
William Gouge diz que: “Onde não há esperança, não há fé”.
Agora eles entendiam o porquê seus corações queimavam
enquanto Ele lhes ensinava as Escrituras (v.32), era Jesus
reacendendo a chama da esperança em seus corações.
Talvez você que me ouve esteja como os caminhantes de Emaús:
• desapontado,
• frustrado,
• desanimado,
• sem esperança!
• Se encontre com Jesus, deixe Jesus te alcançar na jornada,
escute o que a sua doce voz tem a te dizer, a esperança há
de renascer, a chama há de se reacender, o sol há de brilhar
novamente!

Os dois discípulos não se contiveram de tanta alegria, eles


precisavam compartilhar com os demais discípulos do que
acabaram de experimentar: um encontro com o Cristo ressurreto.

Então eles se põem a caminhar imediatamente de volta para


Jerusalém, eles não se importavam que já era tarde e que o
caminho era perigoso, tudo o que eles queriam era declarar a
mais maravilhosa e poderosa de todas as mensagens: Jesus
ressuscitou!

Chegando em Jerusalém, onde estava reunido os discípulos do


círculo mais íntimo de Jesus, eles foram informados de que Simão
também havia visto Jesus e então compartilharam tudo que
haviam vivido a instantes atrás.

[ST] Aquele encontro com o caminhante misterioso de Emaús


também foi um reencontro com a esperança, pois Jesus Cristo é
a nossa única esperança!

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