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DIREITO PROCESSUAL CIVIL VII

PROF. ORLANDO BORTOLAI JUNIOR

MONITORIA: RHAISA LORENA e TALITA BARBOSA

“A TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA”

AULA DO DIA 03/08/2021

DIR-NC8 - 1º SEMINÁRIO (1º bi)

1. Diferencie em poucas palavras a “tutela jurisdicional executiva” da tutela jurisdicional de


conhecimento”.

A tutela jurisdicional executiva é uma das técnicas jurídicas a serem tomadas para a transformação
da realidade com a finalidade de satisfazer um direito já reconhecido em título executivo, seja ele judicial
ou extrajudicial.Assim, é o meio pelo qual se traduz um direito já reconhecido, com base na legislação, de
forma que seja aplicado quando o devedor (executado) não realizar o cumprimento da sua obrigação de
forma espontânea.

Na tutela jurisdicional de conhecimento ainda não se tem de início a confirmação da aplicação do


direito apresentado pelo exequente, o que ocorrerá é afirmação acerca da existência ou não do direito
postulado/requisitado em juízo. Neste caso, a tutela terá como finalidade o conhecimento do mérito da
causa, de forma a conhecer ou negar conhecimento ao direito postulado pelo exequente.

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2. Sobre a “classificação” da tutela jurisdicional executiva, conceitue, fundamentadamente:

a) os títulos executivos judiciais;

Os títulos executivos judiciais têm como origem o processo judicial, arguindo como objetivo
possibilitar que o credor (exequente) possa mover uma ação frente ao devedor, de forma a o forçar a
cumprir sua obrigação em favor do credor. O Estado, visando assegurar o direito do credor, poderá até
mesmo promover o arresto dos bens do devedor como forma de assegurar o pagamento devido ao credor
(exequente). O art. 515 do Novo Código de Processo Civil, apresenta as hipóteses de atuação do título
executivo judicial.

b) os títulos executivos extrajudiciais;

Os títulos executivos extrajudiciais, não precisam da interferência da função jurisdicional do


Estado-Juiz para serem formulados, de forma que ainda sim será reconhecida a presença de um
determinado direito do credor (exequente) que não fora cumprido pelo devedor (executado). Este título
constitui verdadeira prova do direito do exequente, de forma a comprar a evidente/expressa existência do
crédito em favor do exequente.

c) a execução definitiva;

A execução definitiva versa sobre àquele título executivo que não pode mais ser
modificado/alterado, ou seja, é um título executivo estável, já atingiu sua estabilidade. Pode-se dizer que
já transitou em julgado, não cabendo mais a interposição de impugnação por parte (autoria) do executado.
De acordo com a análise jurisprudencial:

PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE EXECUÇÃO DEFINITIVA DE TÍTULO JUDICIAL -


INTERPOSTA AÇÃO RESCISÓRIA CONTRA ACÓRDÃO QUE EMBASA A O FEITO
EXECUTÓRIO - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO E DOS EMBARGOS DO DEVEDOR -
AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS DA
RESCISÓRIA DETERMINANDO A SUSPENSÃO DA EFICÁCIA APENAS DA PARTE
DO ACÓRDÃO QUE ULTRAPASSOU OS LIMITES LEGAIS - DESNECESSÁRIA A
SUSPENSÃO DA AÇÃO DE EXECUÇÃO EM SUA TOTALIDADE - RECURSO
PROVIDO - DECISÃO UNÂNIME. Em observância ao decisum proferido pelo Relator da
Ação Rescisória, que determinou o prosseguimento da execução de parte do acórdão,
revela-se inadequada a suspensão do feito executório em sua totalidade. O ajuizamento da

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Ação Rescisória só teria o condão de impedir o cumprimento do acórdão em sua totalidade
se a concessão da medida liminar, nos autos da rescisória, tivesse deferido a antecipação
total da tutela. Art. 489, do CPC.

(TJ-PE - AG: 205748 PE 001199700054450, Relator: Antônio Fernando de Araújo


Martins, Data de Julgamento: 06/05/2010, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: 109)

d) a execução provisória;

A execução provisória trata a respeito de título executivo passível de sofrer alteração, ou seja, que
ainda possa ser modificado e ainda apresenta recursos contra a decisão pendente de julgamento. A
execução provisória é também nomeada no Novo Código de Processo Civil como “cumprimento
provisório da sentença”. A respeito deste tema, Cássio Scarpinella apresenta que:

“é correto entender que “cumprimento provisório de sentença” é expressão


a ser entendida como a possibilidade de os efeitos de decisão jurisdicional,
qualquer uma, não necessariamente de sentenças, serem sentidos a despeito
de haver recurso contra ela pendente.”1

e) a execução de obrigação de fazer;

A execução de obrigação de fazer, prevista nos artigos 536 e 537 do NCPC, diz respeito ao
vínculo jurídico que o título perfaz frente ao executado de forma a o obrigar a realizar o cumprimento de
determinado ato em favor do exequente. Ela visa obrigar o executado a realizar determinada atividade ou
ato em favor do exequente ou de terceiros.

f) a execução de obrigação de não fazer;

A execução de obrigação de fazer, a execução de obrigação de não fazer também esta elencada
nos artigos 536 e 537 do NCPC. A execução de obrigação de não fazer consiste exatamente na

1
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil. Vol. 3 - Tutela Jurisdicional Executiva. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 202

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omissão/abstenção por parte do executado de realizar determinada atividade. Assim Cássio Scarpinella
apresenta:

“As obrigações de não fazer têm como prestação a abstenção ou o dever de


tolerar dada atividade por parte do devedor. Aqui, ajusta-se uma omissão
do devedor (...)”2

g) a execução de dar coisa;

A execução de dar coisa está prevista no art. 538 do NCPC/2015, a execução de dar coisa consiste
no fato do executado ser obrigado a apresentar/entregar coisa certa ou incerta, ao exequente. A execução
de dar coisa certa está presente nos art. 806 ao 810, isto quando presente em título executivo extrajudicial,
possuindo como finalidade satisfazer a obrigação do credor por meio da entrega de um bem
individualizado a este último (coisa certa).

h) a execução de dar dinheiro.

Previsto nos arts. 523 a 527 do NCPC/2015 (quando tratar de título executivo judicial) e nos
artigos 824 a 909 (quando tratar de título executivo extrajudicial) é a obrigação do executado (devedor)
de cumprir com sua prestação obrigacional pecuniária frente ao exequente, o qual não fora realizado pelo
executado de forma voluntária e espontânea. Assim, tanto o juiz - de ofício -, como mediante solicitação
do exequente, realizaram busca de bens do executado com o objetivo de levantar recursos financeiros
para sanar e cumprir com a obrigação do executado, satisfazendo assim o crédito do exequente.

2
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil. Vol. 3 - Tutela Jurisdicional Executiva. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 528

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