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INTRODUÇÃO

O HPV é um DNA-vírus de cadeia dupla, a sua abreviação quer dizer


papilomavírus humano no inglês. Ele é um vírus de papiloma, cada uma de suas
variações possuem uma numeração diferente, e é chamado de papiloma pois ele infecta
os epitélios escamosos, podendo gerar inúmeras variações, que atualmente passam de
200 tipos, algumas delas causam verrugas ou papilomas, que podem ser ou não de
origem cancerígena.
Por ter tantas variações, o HPV possui mais de 120 genótipos identificados e
classificados como oncogênicos e não oncogênicos, e desses 200 tipos, mais de 40 tipos
são identificados na região anogenital. Atualmente existem 13 tipos que são
reconhecidos como oncogênicos, sendo os mais comuns o 16 e o 18.
Existem estimativas de que aproximadamente 600 milhões de pessoas no mundo
já foram infectadas por esse vírus. No Brasil as estimativas indicam que de 13,7% a
54,3% são mulheres, com idades que variam entre 15 a 25 anos, tornando assim um dos
países líderes mundiais em incidência para esse vírus.

DESENVOLVIMENTO

EPIDEMIOLOGIA
Os tipos de HPV oncogênicos que são considerados de alto risco são detectados
em quase 100% dos cânceres de colo de útero, dentre todos os tipos os mais comuns são
o 16 e 18, sendo o 16 responsável por cerca de 50% dos casos no mundo. Os tipos 6 e
11 são tipos de HPV que estão associados a verrugas anogenitais, responsáveis por
aproximadamente 90% dos casos. O perfil de prevalência do HPV global é semelhante
ao do Brasil, sendo 53,2% para o tipo 16 e 15,8% para o tipo 18.
Um importante problema da saúde pública é devido ao câncer de colo de útero
por ser uma doença grave e com alta incidência e mortalidade, fator que se agrava em
países e regiões que ainda estão em desenvolvimento. Atualmente possuem estimativas
que apontam aproximadamente 530 mil casos novos e 265 mil mortes por essa doença
somente esse ano, sendo que 88% fazem parte dos países em desenvolvimento.
No Brasil o câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais comum de câncer que
acomete as mulheres, sendo responsável por mais de 5 mil mortes. Além do câncer de
colo de útero, existem outros fatores relacionados ao vírus do HPV que são fatores
responsáveis por 90% de canceres anais, 71% de canceres de vulva, vagina e de pênis,
além de 72% estarem relacionados ao câncer de orofaringe.
Os números de casos de cânceres penianos pelo vírus do HPV em homens
brasileiros, é três vezes maior do que de homens norte-americanos. Os casos de câncer
de orofaringe se dão geralmente pela prática de sexo oral.
No geral, as infecções costumam não apresentar sintomas, porém há uma
porcentagem da população que apresenta sinais de verrugas anogenitais ou no caso das
mulheres há algumas que apresentam alterações no exame preventivo do colo de útero,
alterações provocadas pelo vírus do HPV.
Quando há a troca de parceiro(a) a estimativa sobre a exposição ao vírus é de
15% a 25% e no geral quase todas as pessoas que possuem vida sexual ativa um dia irão
fazer parte da população que foi infectado pelo vírus do HPV.

Etiologia e Transmissibilidade 

O Papilomavírus, é composto por pequenos vírus DNA, que pertencem aos


grupos: família Papoviridae e gênero Papillomavirus. Ele não é um vírus envelopado e
contém um genoma de mais ou menos (8Kb) de DNA dupla fita e circular. 
Independentemente de ser um vírus pequeno sua biologia molecular é altamente
complexa. O DNA do vírus está associado a proteínas semelhantemente a histonas, ele
está constituído nas duas proteínas de estrutura, L1 e L2, envolvidas por 72
capsômeros. 
Essa espécie de vírus é capaz de infectar os humanos e diversos tipos de animais
como por exemplo gatos, coelhos, e primatas não humanos, mas os humanos são os
hospedeiros mais estudados. São um vírus específico por espécie, as espécies não se
misturam para infectar o hospedeiro. Eles apresentam tropismo por células epiteliais,
causam infecções na pele e nas mucosas, como por exemplo genital, oral, laringe e
esôfago, e sua replicação ocorre no centro de cada célula (núcleo) escamosas epiteliais,
infectam as células basais do epitélio, e apresentam um potencial de diferenciação.
O Papilomavírus pode permanecer por um longo período de vida, há vários tipos
diferentes e pode se detectar em pele normal de humanos e animais, uma característica é
o ciclo de vida latente. 
O HPV que infecta o trato genital é dividido em dois grupos:
 Baixo risco oncogênico: tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, e 81.
 Alto risco oncogênico: tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73
e 82.
Provável que os tipos 26, 53 e 66 são de alto risco, enquanto os de 34, 57 e 83 de
risco indeterminado.
Um tipo de vírus não impede a infecção por outros tipos de HPV, que pode levar a
infecção múltipla. 
A principal forma de transmissão do HPV é através de uma pessoa infectada que se
relaciona sexualmente com outra, incluindo contato oral-genital, genital-genital, genital-
anal ou mesmo manual-genital. 
Pesquisas e estudos realizados, em indivíduos com infectados por HPV, mostram
que isso ocorre logo no início da vida sexual, sendo que 10,6% das infecções é pelo tipo
16, um dos mais oncogênicos, 45,5% das adolescentes (femininas) contraem o vírus na
primeira relação sexual com penetração vaginal. A transmissão pode ocorrer durante o
parto, ou através de instrumentos ginecológicos não esterilizados. A transmissão é feita
pela troca de fluidos durante o sexo, quando contraído o indivíduo pode permanecer por
um longo tempo com vírus no organismo, o que dificulta na descoberta precoce para o
tratamento. 
Uma mulher jovem tem o colo do útero mais propenso a infecções do que uma
mulher adulta, fazendo com que sofra com a quantidade de agressões que o vírus pode
causar.
Infecções não tratadas por HPV, pode levar a transformações intraepiteliais que pode
evoluir para câncer de colo do útero.
Entretanto outros fatores estão associados ao desenvolvimento dessa doença
quando associada a HPV, por exemplo tabagismo, imunodepressão causada pelo HIV.

SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS

A maioria das pessoas que contraem o vírus do HPV não apresentam nenhuma
manifestação de sintomas. As manifestações podem ser visíveis ou então subclínicas,
sem contar que podem demorar meses ou até anos para aparecerem.
O organismo quando está com baixa resistência pode causar uma multiplicação
do vírus HPV, podendo ocasionar o surgimento de outras lesões. Na maioria dos casos
em mulheres, principalmente as adolescentes, a infecção pode ter uma resolução
espontânea, aonde o próprio organismo se encarregará de resolver o problema, em um
prazo de tempo de aproximadamente 24 meses.
As manifestações do vírus geralmente são mais comuns em mulheres gestantes
ou então em pessoas que estão com a imunidade baixa. É importante ressaltar que essas
primeiras manifestações podem demorar meses e em alguns casos até anos também.
As manifestações em mulheres podem ser localizadas na vulva, vagina e cérvice.
Já no caso de a contaminação ser em homens as manifestações de lesões são
encontradas com maior frequência no folheto interno do prepúcio, na glande ou no sulco
bálano-prepucial, mas também podem aparecer na pele do pênis ou do escroto. Em
ambos os casos podem surgir manifestações perianais, mesmo que não seja caso de
atividade sexual anal receptiva.
Uma das manifestações clínicas da contaminação pelo vírus inclui lesões
cutâneas benignas. Essas lesões são consideras como tumores que foram induzidos pelo
vírus pleomórficos, que podem se alocar em diversas regiões como: extremidades de
pele, pele genital, mucosas (oral, laríngea e genital).
Há também a verruga vulgar, que é um tipo de verruga que possui a
característica de possuir pápulas ou nódulos individualizados e que possuem uma
superfície áspera. Essas lesões são lesões que possuem variedades de tamanhos,
podendo ser únicas ou múltiplas, apresentando ou não sintomas. Elas podem se
apresentar em diversas regiões, porem surgem com mais frequência no dorso das mãos e
nos dedos e em crianças podem surgir mais comumente nos joelhos.
No caso de verrugas isoladas elas podem continuar da mesma forma por um
longo período de tempo sem ter nenhum tipo de alteração, em 65% dos casos esse tipo
de verruga desaparece espontaneamente após alguns meses ou anos, e em outros casos
elas podem partir de lesões isoladas para lesões múltiplas em um curto período de
tempo e essa evolução não é previsível e também independe da idade ou número de
lesões que o paciente já possua.
No caso das verrugas vulgares existem tipos mais específicos para o
desenvolvimento dessas lesões, sendo eles: HPV 1, 2, 4, 7, 27 e 57.
Outro tipo de verruga é a verruga planar, esse tipo de verruga é considerado viral
e que ocorre na região planar, como já diz o nome. Esse tipo de verruga pode ter uma
característica profunda, sendo conhecida como mirmécia. Além disso pode ser um tipo
de verruga que causa dores e é produto do HPV tipo 1. No caso do seu desenvolvimento
ser superficial são formadas placas hiperceratórias que podem ser chamas e conhecidas
como verruga em mosaico, nesse tipo ela é menos dolorosa e em sua maioria é causada
pelo HPV do tipo 2. Além do HOV do tipo 1 e 2 formarem verrugas planares, o tipo 4
também pode ser responsável pela formação desse tipo de verruga.
Existe também outro tipo, as verrugas chamas de planas, esse tipo de verruga no
geral é levemente elevada, podendo ser pigmentadas ou até mesmo da cor da pele. Caso
sejam pigmentadas podem possuir uma coloração acastanhada ou amareladas, a
superfície pode possuir um aspecto áspero, plano ou completamente liso. No geral elas
são visualizadas com mais frequência na face e no dorso da mão, podendo variar quanto
a quantidade e ao formato, que é mais comum ser arredondado. Os tipos de HPV
relacionados a verrugas planas correspondem ao tipo 3 e tipo 10 e a regressão em sua
maioria é de forma espontânea e é precedida de alguma inflamação nas lesões.

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