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COLÉGIO EDUCAR

PEDRO HENRIQUE KAIR

INDEPENDÊNCIA DO HAITI

BIGUAÇU
2020
Colégio Educar
Professor: Bruno
8º Ano – Turma: 8I
Pedro Henrique Kair

HISTÓRIA
INDEPENDÊNCIA DO HAITI

Biguaçu, 16 de Julho de 2020


INTRODUÇÃO

O Haiti era ocupado por índios arauaques, quando, em 1492, Cristóvão


Colombo chegou à ilha. Os espanhóis batizaram o lugar de Hispaniola, ocupando,
primeiramente, a porção oriental do território. Eles escravizaram os índios que ali
vivam e, até o final do século XVI, a população nativa foi reduzida em quase toda sua
totalidade.

A revolução no Haiti gerou reflexos aqui no Brasil. Anos mais tarde, em 1835,
os escravos africanos organizaram uma rebelião na Bahia também com o intuito de
expulsar os brancos dominantes da região e tomar o poder. Tal rebelião ficou conhecida
como Revolta do Malês.

Iremos estudar também algumas consequências e curiosidades sobre a


independência do Haiti, e a Revolução Francesa, ocorrida em 1789, foi o estopim para
a arquitetura de diversos movimentos que visavam a independência. Inspirando-se nos
ideais propostos de igualdade, liberdade e fraternidade, o Haiti via nos Iluministas a luz
para, enfim, libertarem-se. Vivendo um período de reconstrução política, o continente
americano veria, num futuro próximo, a consolidação dos EUA como nação potência.
Além disso, a independência do Uruguai e de outras nações latinoamericanas também
entravam em pauta.
INDEPENDÊNCIA DO HAITI

A independência do Haiti foi proclamada em 1.º de janeiro de 1804. O Haiti foi


a primeira nação independente do Caribe, a primeira república negra do mundo e o
primeiro país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. Os franceses ocupavam a
porção oeste da Ilha de Hispaniola enquanto os espanhóis, a parte leste.

Ambas, porém, homenageavam o mesmo santo, mas cada um no seu idioma:


Saint-Domingue para os franceses, Santo Domingo, para os espanhóis. Até 1789, Saint-
Domingue era a mais rica das colônias francesas, produzindo 40% do açúcar do mundo.
O monopólio era administrado por 40 mil colonos franceses a serviço da metrópole. Os
escravos, contudo, representavam meio milhão de pessoas e eram brutalmente
maltratados. Enfrentavam problemas como escassez de alimentos, tinham uma elevada
taxa de mortalidade e estavam expostos à doenças infectocontagiosas

Havia, ainda, quase 30 mil pessoas de origem africana que trabalhavam como
empregados domésticos nas casas dos colonizadores. Estavam um degrau acima dos
trabalhadores rurais, pois eram alfabetizados e também serviam ao exército.

O início da revolta

O líder da revolta, L’Overture, até chegou a assumir o governo do Haiti, no ano


de 1801. Entretanto, o mesmo foi aprisionado pelas tropas napoleônicas logo a assumir
a liderança oficial. Foi declarado morto dois anos depois, na capital Paris.

Os escravos, no entanto, seguiram em resistência após a morte do líder-símbolo


da independência do Haiti. Já no ano de 1804 o antigo escravo Jean-Jacques Dessalines
formou uma nova frente revolucionária. Ele assume o poder imperial da ilha,
chamando-a, enfim, de Haiti. O nome fora escolhido em razão das primeiras populações
nativas que ali habitavam.

A longa batalha, os louros da vitória e a independência do Haiti, no entanto,


trouxeram severas consequências à nova nação. Apesar de livres das correntes
francesas, os demais países que faziam negócios com o Haiti se afastaram. Temendo
uma rebelião similar das colônias vizinhas, os pactos comerciais acabaram sendo
encerrados. O mercado fechado acabou provocando uma forte crise econômica no país.

Os fazendeiros franceses começaram a discutir a aplicação dos princípios


da Revolução Francesa para a independência da ilha.

Em 1791, apoiando-se na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do


Cidadão, o novo governo francês decidiu dar cidadania francesa para todo homem que
fosse livre e proprietário, sem considerar a cor da pele.Esta atitude despertou revolta nos
escravos, pois esperavam ganhar a liberdade com a Revolução Francesa. Desta maneira,
destruíram plantações, expulsaram os colonizadores e mataram os que se recusaram a
sair.

Os escravos, liderados por François Toussaint Breda, neto de um chefe africano,


derrotaram os franceses e aliados. Mais tarde, ele adotou o nome de Toussaint
L'Ouverture (abertura, em francês) e se tornou o líder militar da revolução. Toussaint
L'Ouverture transformou os escravos em soldados disciplinados. Apoiado por tropas
espanholas e britânicas, a guerra foi sangrenta.

Em 22 de agosto de 1791, começa uma guerra civil. No ano seguinte, um terço


da ilha estava sob o controle dos revolucionários e em 1793 é proclamado o fim da
escravidão. Percebendo que não poderiam derrotá-lo, o governo francês decidiu abolir
formalmente a escravidão na colônia em 1794.

No entanto, com a ascensão de Napoleão Bonaparte, este decide restabelecer a


escravidão nas colônias. O motivo era simples: Bonaparte precisava de dinheiro para
financiar seus Exércitos e queria construir o Império francês na América.

A Constituição para Saint-Domingue foi assinada em 1801. No


entanto, Napoleão Bonaparte (1789-1821) enviou o general Charles Leclerc (1772-
1802) para restabelecer a escravidão e a lei francesa. O general francês consegue
algumas vitórias e inclusive captura Toussaint L'Ouverture e o envia prisioneiro à
França, onde morreria.

Dos 40 mil homens que compunham o Exército francês, dois terços morreram de
febre amarela e os demais foram liquidados nas escaramuças.

Consequências da independência do Haiti

 Agricultura em colapso devido ao longo período de batalhas;


 Em 1825, o governo haitiano foi obrigado a restituir os antigos proprietários de
escravos;
 Pagamento de dívida de 150 milhões de francos junto à França para
reconhecimento da independência;
 Boicote de países em expansão e futuras potências, como os EUA, demoraram a
reconhecer a independência da nação;

Após enfrentar todas as consequências – sobretudo o pagamento de indenização à


França –, o Haiti sofre com crise atrás de crise. Após a morte de Dessalines, em 1806, a
piora foi significativa. O país chega, inclusive, a ser dividido em dois regimes políticos.
De um lado um território sob poder da monarquia, enquanto outro sob poder
republicano. Apenas em 1820 há a unificação realizada por Jean Boyer, que institui uma
república. No Brasil, por exemplo, a Revolta dos Malês foi inspirada pelos feitos
haitianos.

Curiosidades
 Dos 40.000 soldados franceses, somente 8.000 voltaram para casa.
 Os Estados Unidos boicotou o açúcar haitiano durante décadas e só reconheceu a
independência da ilha em 1862.
 Nos tempos da escravidão, os escravos não podiam usar camisas que lhes
cobrissem o peito, para que fossem identificados. Atualmente, é praticamente
impossível encontrar um haitiano sem camisa nas ruas do país.

O Haiti ocupa o terço ocidental da ilha de São Domingos, ou Hispaniola. O restante


da ilha é ocupado pela República Dominicana. O oceano Atlântico fica a norte e o mar
do Caribe está a oeste e a sul.O território é montanhoso. Com 2.674 metros, o Pico la
Selle, no sul, é o ponto mais alto do Haiti. Entre as montanhas há planícies férteis. Dos
muitos rios do país, o Artibonite é o mais extenso. O clima tropical é úmido e quente.
Há estiagens ocasionais, e furacões são comuns entre agosto e novembro.

Flora e fauna 

Embora a maioria das matas originais do Haiti tenha sido abatida, ainda restam
algumas florestas perenes nas montanhas. Coqueiros, pés de café e
de cacau, abacateiros, mangueiras, limoeiros e laranjeiras crescem nas matas. Áreas
secas têm cerrados espinhosos e cactos.

A fauna também é limitada, abrangendo flamingos, lagartos e caimãos (répteis


semelhantes a crocodilos).

População 

Quase todos os haitianos têm raízes africanas. O restante da população é


formado por mulatos. As duas línguas oficiais são o crioulo (mistura de francês e
línguas africanas) e o francês. Embora a religião católica predomine, muitos católicos
também praticam o vodu, um culto que mistura crenças africanas e católicas.

A maioria dos haitianos vive em áreas rurais, mas as cidades do país são muito
populosas.

Economia 

O Haiti é o país mais pobre da América. Cerca de 80 por cento da população


vive na pobreza.

Os serviços, incluindo empregos no governo, no turismo, em lojas e em


restaurantes, são a base da economia. A agricultura, porém, é fonte de emprego para
muitas pessoas. Há criação de cabras, de gado bovino e de porcos. Os principais
cultivos são mandioca, bananas, milho, batata-doce e arroz. O país exporta cacau, café e
manga.
Muitas manufaturas do país montam artigos com peças importadas dos Estados
Unidos. O país produz vestuário e componentes eletrônicos. Outras indústrias fabricam
farinha, açúcar, cimento, cigarros e bebidas alcoólicas.
CONCLUSÃO

No Haiti, não se tratou apenas de uma independência política, mas sem dúvidas,
foi a maior revolução de escravos da História Contemporânea. Foi uma verdadeira
revolução negra no continente americano. Entre 1791 e 1804, mestiços e negros
derrotaram a elite branca local, as tropas francesas, uma invasão espanhola, uma
expedição britânica com 60 mil pessoas, é uma expedição francesa.

Quando o navegante Cristóvão Colombo chegou a Hispaniola em 1492, mais de


1 milhão de índios aruaques viviam lá. No final do século XVI, os colonizadores
espanhóis haviam dizimado quase todos os indígenas.Apesar de independente, o país
continuou a ter problemas políticos. Os Estados Unidos o ocuparam de 1915 até 1934.
O Haiti foi governado por ditadores e militares, e suas primeiras eleições presidenciais
livres só se realizaram em 1990. Em 1991, porém, um grupo militar depôs o presidente
Jean-Bertrand Aristide, democraticamente eleito. Tropas dos Estados Unidos ajudaram
Aristide a retomar o poder. Em 2004, durante seu segundo mandato, rebeldes o
obrigaram novamente a deixar o cargo.

Em 12 de janeiro de 2010, o Haiti foi devastado por um terremoto de 7 graus na


escala Richter. Além de destruir numerosos edifícios, a catástrofe deixou mais de 200
mil mortos e milhões de desabrigados. Em outubro de 2012, antes que tivesse se
recuperado totalmente dos estragos causados pelo terremoto, o Haiti foi varrido pelo
furacão Sandy, que provocou mais destruição. Em 2016, o furacão Matthew atingiu o
país, deixando cerca de 1.000 mortos e 1,4 milhão de pessoas em estado vulnerável.
Desde a ocorrência desses desastres naturais, diversos países, dentre eles o Brasil, têm
fornecido ajuda humanitária e auxiliado a manter a segurança interna no país.
ANEXOS

Paisagem de uma praia do Labadee, um resort privado no norte do Haiti.

Um artista haitiano mostra suas pinturas para o público.


Em Porto Príncipe, mulheres vendem frutas na rua. O Haiti é o país mais pobre da América.

So
ldados brasileiros da Força de Paz das Organizações das Nações Unidas e soldados do Exército dos
EUA distribuem alimentos e água para crianças do Haiti, depois que o país foi atingido por um
terremoto devastador em 12 de janeiro de 2010.
BIBLIOGRAFIA

https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/independencia-haiti.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-haiti.htm

https://br.historyplay.tv/hoje-na-historia/o-haiti-consegue-se-tornar-o-1o-estado-
independente-da-america-latina

https://www.infoescola.com/historia/independencia-do-haiti/

https://www.todoestudo.com.br/historia/independencia-do-haiti

https://escola.britannica.com.br/artigo/Haiti/481445

https://alunosonline.uol.com.br/geografia/haiti.html

https://www.abracocultural.com.br/revolucao-haitiana/

https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-haitiana.htm

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