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CASO CONCRETO 1
R.: A afirmativa está errada, pois pelas regras do direito dos tratados as convenções internacionais em
razão de seu processo solene precisam ser sempre escritas, ou seja, a escrita é ato intrínseco
característico do tratado. De acordo como art. 38 da Corte Internacional de Justiça, são fontes
FORMAIS os tratados, os costumes e os princípios gerais do direito; enquanto as doutrinas,
jurisprudências e equidades, são fontes MATERIAIS. Da mesma forma, os tratados são sempre
expressos.
DOUTRINA
HILDEBRANDO ACCIOLY
G. E DO NASCIMENTO E SILVA
EDITORA SARAIVA
ANO 2012
20ª EDIÇÃO
JURISPRUDENCIA:
CASO CONCRETO 2
A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação
tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput
estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos nucleares,
fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias tentativas
frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia promoveu uma
invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou três meses,
depôs o rei e promoveu a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, as antigas
províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput, a
atual República Federativa Lilliputiana. Assim, podemos afirmar que a República Federativa
Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento
em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas regras
terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado. (CESPE – daptada)
R: A sociedade internacional possui natureza jurídica estatutária, uma vez que trata-se de sociedade
aberta com a possibilidade de ingresso e retirada de qualquer membro a qualquer tempo, assim ao ser
constituída a Repúplica Lilliputiana, ingressará na sociedade através do exercício da soberania
aderindo ao estatuto pré-constituído. A República Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes
internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de
direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento
desse Estado. A afirmativa está errada. As convenções internacionais são obrigatoriamente escritas. As
convenções são tratados, acordos, documento escrito, celebrado entre membros. Conforme o artigo 38
do Estatuto da CIJ, as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes. Vale ressaltar que a doutrina é apenas um meio
auxiliar, conforme dispõe também o artigo 38 do Estatuto da CI.
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JURISPRUDÊNCIA:
CASO CONCRETO 3
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional
de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos
de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis),
assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos
encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O
Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de
passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli.
A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios
portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo
o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores
decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania
sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas
apenas num "imposto sobre o rendimento".
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram
os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram
tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não
fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi
aceita de forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas
Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano.
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado
durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-
britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam
livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu
soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada
do governo português em ditos encraves. (Pereira, C. R. Costume Internacional: Gênese do
Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). Diante da
situação acima e dos dados apresentados, responda:
R:. Depois da segunda metade da década de quarenta, com o fim da Segunda Guerra Mundial, e, com
a criação da ONU, as principais fontes de regras sobre soluções de Controvérsias Direito Internacional
Público foram arroladas no artigo 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal
órgão judiciário daquela organização, o qual transcreve-se, juntamente com o artigo 59. A fonte
aplicável ao litígio apresentado entre Portugal e Índia, para dar- lhe solução, segundo
entendimento da Corte Internacional de Justiça é o costume regional.
“Artigo 38
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem
submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente
reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os
princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das
diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte decidir uma questão ex aequo et bono,
se as partes com isto concordarem.”
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte
Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus
Paraguay: “...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem
alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o
requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual
solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e
indenizações. Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da
capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana emanou de
considerações dogmáticas próprias de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso
direto à instância judicial internacional, - considerações estas que, em nossos dias, ao meu
modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal
internacional de direito humanos. (...). No presente domínio de proteção, todo
jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate
da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena
capacidade jurídicas internacionais".
Responda a pergunta abaixo: No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado
Trindade, responda:
1. Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional
aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de
Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano
internacional.
QUESTÃO OBEJTIVA
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G. E DO NASCIMENTO E SILVA
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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
JURISPRUDÊNCIA
(STJ - CC: 162145 AM 2018/0299730-8, Relator: Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data
de Publicação: DJ 18/02/2019)
CASO CONCRETO 4
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu país
de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a
sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava
cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a possibilidade de extradição e
fundamente. (FGV – adaptada)
Na situação apresentada, o brasileiro naturalizado pode ser extraditado conforme CF/88 por ter
praticado crime anterior a sua naturalização. Resalte -se que o fato do réu ter esposa brasileira e
filhos brasileiros não impede a sua extradição. Salvo se for no caso de expulsão não poderá ser
extraditado.
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4.4.3. EXTRADIÇÃO
JURISPRUDÊNCIA
Existência de família brasileira - Situação que não impede a extradição - Compatibilidade da Súmula
421/STF com a vigente Constituição da República. - A existência de relações familiares, a comprovação
de vínculo conjugal e/ou a convivência more uxorio do extraditando com pessoa de nacionalidade
brasileira constituem fatos destituídos de relevância jurídica para efeitos extradicionais, não impedindo,
em consequência, a efetivação da extradição. Precedentes. - Não obsta a extradição o fato de o súdito
estrangeiro ser casado ou viver em união estável com pessoa de nacionalidade brasileira. - A Súmula
421/STF revela-se compatível com a vigente Constituição da República, pois, em tema de cooperação
internacional na repressão a atos de criminalidade comum, a existência de vínculos conjugais e/ou
familiares com pessoas de nacionalidade brasileira não se qualifica como causa obstativa da
extradição. Precedentes.
Julgamento: 20/10/2005
Publicação: 18/11/2005
Ementa
Legislação
CASO CONCRETO 5
R: O tratado versa sobre propriedade da Usina de Itaipu e não sobre território, ou seja, a existência da
empresa binacional não significa que um país ira exercer poder de jurisdição sobre outro. O tratado
prevê responsabilidades iguais, as decisões são tomadas de comum acordo e a energia produzida será
dividida em partes iguais. Contudo, a energia não utilizada por uma das partes será vendida
preferencialmente a outra parte. A solução mais adequada ao conflito no caso em especifico será a
renegociação entre as partes.
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JURISPRUDÊNCIA
(STJ - REsp: 1840910 RJ 2019/0045852-3, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento:
05/11/2019, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/11/2019)
CASO CONCRETO 6
Tratados em sua natureza são, normas de direito internacional público. No sistema jurídico
brasileiro, como nas muitas democracias modernas, tratados passam a compor o direito interno
estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, uma vez
firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à
União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento comunitário.
Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE– adaptada)
R: Tendo em vista que o Brasil adotou a teoria dualista moderna, faz-se necessário um processo
específico, para que a norma internacional venha produzir efeitos em nosso território nacional, tendo
como elementos processuais: tratativas, assinatura, aprovação parlamentar, ratificação, promulgação,
publicação, registro na ONU. Importante salientar que Tratados do Mercosul precisam passar por todo
esse processo de inclusão dos tratados no território brasileiro.
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HILDEBRANDO ACCIOLY
G. E DO NASCIMENTO E SILVA
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JURISPRUDÊNCIA
(STJ - REsp: 1842066 RS 2019/0299804-4, Relator: Ministro MOURA RIBEIRO, Data de Julgamento:
09/06/2020, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 15/06/2020)