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I. Introdução Geral
“[...] globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela é
também o resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito
global, responsável pelo essencial dos processos políticos atualmente eficazes. Os
fatores que contribuem para explicar a arquitetura da globalização atual são: a
unicidade da técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do planeta
e a existência de um motor único na história, representado pela mais-valia
globalizada. Um mercado global utilizando esse sistema de técnicas avançadas
resulta nessa globalização perversa. Isso poderia ser diferente se seu uso político
fosse outro.” (SANTOS, 2009, p.12)
“É a partir da unicidade das técnicas, da qual o computador é uma peça central, que
surge a possibilidade de existir uma finança universal, principal responsável pela
imposição a todo o globo de uma mais-valia mundial. Sem ela, seria também
impossível a atual unicidade do tempo, o acontecer local sendo percebido como um
elo do acontecer mundial. Por outro lado, sem a mais-valia globalizada e sem essa
unicidade do tempo, a unicidade da técnica não teria eficácia.” (SANTOS, 2009,
p.13,14)
“[...] tornamo-nos capazes, seja onde for, de ter conhecimento do que é o acontecer
do outro.” (SANTOS, 2009, p.14)
“A política agora é feita no mercado. Só que esse mercado global não existe como
ator, mas como uma ideologia, um símbolo. Os atores são as empresas globais, que
não têm preocupações éticas, nem finalísticas. Dir-se-á que, no mundo da
competitividade, ou se é cada vez mais individualista, ou se desaparece.” (SANTOS,
2009, p.33)
“[...] a pobreza é identificada como uma doença da civilização, cuja produção
acompanha o próprio processo econômico.” (SANTOS, 2009, p.35)
“[...] os pobres não são incluídos nem marginais, eles são excluídos.” (SANTOS,
2009, p.36)
“[...] é necessário haver um projeto nacional, e este não pode ser uma formulação
automaticamente derivada do projeto hegemônico e limitativo da globalização atual.
Ao contrário, partindo das realidades e das necessidades de cada nação, deve não
só entendê-las, como também constituir uma promessa de reformulação da própria
ordem mundial.” (SANTOS, 2009, p.37)
“[...] a cessão de soberania não é algo natural, inelutável, automático, pois depende
da forma como o governo de cada país decide fazer sua inserção no mundo da
chamada globalização.” (SANTOS, 2009, p.38)
“O espaço geográfico não apenas revela o transcurso da história como indica a seus
atores o modo de nela intervir de maneira Consciente.” (SANTOS, 2009, p.39)
“Quando se fala em território deve-se, pois, de logo, entender que se está falando
em território usado, utilizado por uma dada população.” (SANTOS, 2009, p.47)
“As verticalidades são, pois, portadoras de uma ordem implacável, cuja convocação
incessante a segui-la representa um convite ao estranhamento. Assim, quanto mais
‘modernizados’ e penetrados por essa lógica, mais os espaços respectivos se
tornam alienados.” (SANTOS, 2009, p.53)
“As horizontalidades, pois, além das racionalidades típicas das verticalidades que as
admitem a presença de outras racionalidades [...].” (SANTOS, 2009, p.54)
“[...] temos a consciência de viver um novo período, mas o novo que mais facilmente
apreendemos é a utilização de formidáveis recursos da técnica e da ciência pelas
novas formas do grande capital, apoiado por formas institucionais igualmente
novas.” (SANTOS, 2009, p.69)
“[...] a possibilidade, cada vez mais freqüente, de uma revanche da cultura popular
sobre a cultura de massa, quando, por exemplo, ela se difunde mediante o uso dos
instrumentos que na origem são próprios da cultura de massas.” (SANTOS, 2009,
p.70)
“A cultura de massas produz certamente símbolos.” (SANTOS, 2009, p.71)
“O Brasil é emblemático como exemplo, não se sabendo, porém, até quando será
possível manter o modelo econômico globalitário e ao mesmo tempo acalmar as
populações crescentemente insatisfeitas.” (SANTOS, 2009, p.74)
“[...] a história não acabou; ela apenas começa.” (SANTOS, 2009, p.83)