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Módulo 1
Formador:
Sistema,
Contexto e Perfil
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I. ÍNDICE
I. Índice.......................................................................................................................................................... 2
II. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ ………….3
III. FORMADOR: CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO........................................................................................... 4
3.1 POLÍTICAS EUROPEIAS E NACIONAIS DE EDUCAÇÃO / FORMAÇÃO ....................................................................... 4
3.2 CATÁLAGO NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES ............................................................................................................ 6
3.3 CONCEITOS E FUNDAMENTOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL ............................................................................. 7
3.4 LEGISLAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL .................................................................... 8
3.5 LEGISLAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DA ATIVIDADE DO FORMADOR ............. 10
3.6 PERFIL DO FORMADOR ......................................................................................................................................... 11
3.7 CÓDIGO DEONTOLÓGICO: DIREITOS E DEVERES .................................................................................................. 14
3.8 TIPOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL................................................................................................................... 15
3.9 MODALIDADES DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL.................................................................................................... 16
3.10 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO FORMATIVA ................................................................................................... 20
3.11 PROCESSOS DE RVCC ............................................................................................................................................ 22
IV. APRENDIZAGEM, CRIATIVIDADE E EMPREENDEDORISMO ................................................................... 25
4.1 PRINCÍPIOS DA TEORIA DA APRENDIZAGEM ........................................................................................................ 25
4.2 PEDAGOGIA, ANDRAGOGIA, DIDÁTICA E PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM ........................................................ 27
4.3 PROCESSOS, ETAPAS E FATORES PSICOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM................................................................. 29
4.4 FATORES COGNITIVOS DE APRENDIZAGEM ......................................................................................................... 32
4.5 A APRENDIZAGEM DISRUPTIVA COMO METODOLOGIA DE FACILITAÇÃO ........................................................... 35
4.6 ESPÍRITO EMPREENDEDOR NA FORMAÇÃO ......................................................................................................... 36
4.7 PEDAGOGIA DIFERENCIADA ................................................................................................................................. 41
4.8 DIFERENCIAR PORQUÊ? ........................................................................................................................................ 43
4.9 A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) ..................................................... 44
V. PRINCÍPIOS DA CRIATIVIDADE PEDAGÓGICA.......................................................................................... 46
VI. CONCLUSÃO.......................................................................................................................................... 47
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II. INTRODUÇÃO
O papel do formador é, hoje em dia um papel em constante mudança. Toda a legislação da formação em Portugal
tem vindo a ser renovada nos últimos anos e os formadores têm o dever de se manterem atualizados. Paralelamente,
importa que o formador seja detentor de conhecimentos sobre a forma como os formandos aprendem e quais as
melhores estratégias para facilitar a aprendizagem. É sobre estas importantes temáticas que se debruça este módulo.
OBJETIVOS
• Caracterizar os sistemas de qualificação com base nas finalidades, no público-alvo, nas tecnologias
utilizadas e no tipo e modalidade de formação pretendida;
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III. FORMADOR: CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO
3.1 POLÍTICAS EUROPEIAS E NACIONAIS DE EDUCAÇÃO / FORMAÇÃO
Educação e Formação tem vindo a adquirir cada vez mais importância a nível Europeu desde a implementação do
Programa:
No ano de 2002, foi adotado o Programa de Trabalho “Educação e Formação 2010”, pelo Conselho da Educação,
Juventude e Cultura e pela Comissão Europeia. Este programa visava orientar as políticas de educação e formação dos
Estados-Membros da União Europeia, com o objectivo de, até 2010, tornar a educação e formação da União Europeia
competitiva e com a máxima qualidade. Uma das metas era mesmo tornar a educação e formação europeia numa
referência a nível mundial.
Uma das prioridades do Programa “Educação e Formação 2010” foi criar o Quadro Europeu para as Qualificações
para a aprendizagem ao longo da vida - Um conjunto de premissas orientadoras da política de educação e formação dos
Estados Membros - Este Quadro vem dar origem em Portugal ao:
Que define a estrutura de níveis de qualificação, tendo como referência os princípios do Quadro Europeu de
Qualificações no que diz respeito à descrição das qualificações nacionais em termos de resultados de aprendizagem,
de acordo com os descritores associados a cada nível de qualificação.
Estrutura do QNQ
O QNQ abrange o ensino básico, secundário e superior, a formação profissional e os processos de reconhecimento,
validação e certificação de competências quer obtidas por via formal quer informal.
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Estrutura do Quadro Nacional de Qualificações
A saber…
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3.2 CATÁLAGO NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES
Fonte: catalogo.anqep.gov.pt
O que é?
É um Instrumento de gestão estratégica das qualificações de nível não superior que integra o Sistema Nacional de
Qualificações (Decreto-lei nº 396/2007, de 31 de Dezembro). Este Catálogo ajuda a articular e sistematizar as
competências necessárias ao desenvolvimento do nosso país, assim tornando-se mais fácil articular as nossas formações
com as dos restantes países da União Europeia.
Para cada qualificação, neste catálogo, são associadas as competências que se tornam necessárias desenvolver no
formando.
Como se organiza?
Organiza-se por áreas de educação e formação, de acordo com a Classificação Nacional de áreas de educação e formação
(Portaria nº 256/2005, de 16 de Março), definindo para cada qualificação os respetivos referenciais: Perfil profissional,
referencial de formação, referencial de reconhecimento, validação e certificação de competências (componente base
tecnológica).
o Disponibilizando referenciais para processos de RVCC, a partir dos quais os indivíduos poderão ver
reconhecidas competências já adquiridas e utilizá-las para efeitos de certificação.
• Tornar mais eficiente o investimento público na educação e formação com vista à obtenção de uma profissão.
Os referenciais de qualificação do catálogo nacional de qualificação condicionam o acesso ao financiamento
do Eixo 2 do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH).
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Quem utiliza o catálogo?
• Jovens que querem escolher uma profissão.
• Adultos que pretendem desenvolver/ valorizar as suas experiências e ver reconhecidas e certificadas as suas
competências.
• Empresas e outras organizações que procuram desenvolver as competências dos seus trabalhadores/
colaboradores.
• Entidades formadoras que querem promover formação certificada, que atribui uma qualificação escolar e uma
certificação profissional – dupla certificação.
• Profissionais de educação e formação.
http://www.catalogo.anqep.gov.pt/
O conceito de formação deriva da palavra latina formatĭo. Trata-se da ação e do efeito de formar. Atualmente a
noção de formação associa-se à ideia de formação académica ou profissional, que pode compreender cursos que tenham
como objetivo a inserção ou reinserção no mundo do trabalho, bem como reciclagem de conhecimentos.
Ao longo das últimas décadas podemos dizer que a formação foi deixando as escolas e entrando no mundo do
trabalho. Aos poucos em Portugal tem vindo a existir uma transição entre o que era um sistema de ensino baseado
apenas na transmissão de conhecimentos, para um sistema de ensino baseado no desenvolvimento de competências,
para o desempenho de uma determinada função no mundo do trabalho – Isto é o protótipo da Formação Profissional.
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Começa a assistir-se a um novo paradigma, as empresas dão-se conta da necessidade e da mais valia que é ter
profissionais mais qualificados.
A formação professional tem a sua base no conceito de desenvolvimento de competências para o desempenho
de uma determinada função no mundo do trabalho. Situando-se, assim, na relação entre as duas principais vertentes do
processo formativo, o ensino e a aprendizagem.
É muito importante que se regule a formação profissional, é a forma de garantir a qualidade da formação e o
reconhecimento nacional e internacional da mesma.
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Vale a pena ler…
Com a integração na união europeia e o aumento das exigências e do número de oferta formativa e empresas de
formação, tornou-se indispensável criar um sistema de acreditação das entidades formadoras, procurando sempre uma
crescente qualidade da formação. Eis que surgem, através da portaria nº 782/97, de 29 de Agosto - as regras básicas para
a Acreditação de Entidades Formadoras (IQF- Instituto da Qualidade na Formação).
A partir de Setembro de 2006, o IQF foi substituído pela DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações do
Trabalho do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social), como a instituição que regula a qualidade e a acreditação
das entidades formadoras.
Em 2010, entra em vigor a Portaria nº 851/2010, de 6 de Setembro, que faz a transição entre o sistema de
acreditação e o que se passará a denominar de sistema de certificação. Aos poucos prevê-se que as entidades acreditadas
comecem a passar gradualmente para entidades certificadas, à medida que as suas acreditações vão caducando.
A saber…
A DGERT tem uma unidade orgânica nuclear que é responsável pela Acreditação/Certificação das Entidades
Formadoras – é a DSQA (Direção de Serviços de Qualidade e Acreditação), que tem como principal missão:
Contribuir, através da avaliação rigorosa das práticas pedagógicas, para o incremento da qualidade da
formação profissional em Portugal.
Ver – Decreto Regulamentar nº 40/2012 de 12 de Abril
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3.5 LEGISLAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DA ATIVIDADE DO
FORMADOR
A atividade do formador tem que ser regulamentada, esta é a forma de melhor dignificar a função a legislação
seguinte é a mais importante para enquadrar a função/atividade de formador e tem vindo a ser constantemente
atualizada.
Estabelece o regime de formação e certificação de competências pedagógicas dos formadores que desenvolvem
a sua atividade no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações. Prevê a utilização de um novo referencial para este
curso.
Estabelece ainda alterações ao nível da certificação dos formandos. O CAP passará a ser denominado
CCP- Certificado de Competências Pedagógicas.
Com a publicação e vigência do Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de Julho [vigente desde 1 de Agosto de 2011], que
cria o Sistema de Regulação de Acesso a Profissões – SRAP -, foi revogado o Decreto Regulamentar n.º 68/1994, de 18 de
Novembro [estabelecia as condições gerais de emissão de certificados de formação e de aptidão].
A revogação produz efeitos a 1 de Agosto de 2011, pelo que, a partir daquela data deixa de haver base legal para
a emissão do CAP - Certificado de Aptidão Pedagógica de Formador -, passando a ser emitidos CCP - Certificados de
Competências Pedagógicas -, ao abrigo da Portaria n.º 214/2011, de 30 de Maio [estabelece o regime de formação e
certificação de competências pedagógicas dos formadores que desenvolvem a sua atividade no âmbito do Sistema
Nacional de Qualificações e revoga a Portaria n.º 1119/1997, de 5 de Novembro].
O Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de Julho, prevalece sobre quaisquer outros diplomas legais ou regulamentares
que regulem a matéria de acesso a profissões e de regulação de atividades económicas, desde que estas integrem, no
seu âmbito, profissões cujo acesso obrigue ao cumprimento de requisitos específicos adicionais ou estabeleçam reservas
de atividade, expressa ou implicitamente.
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Os cursos ao abrigo da legislação revogada (Portaria n.º 1119/1997, de 5 de Novembro) que se encontrassem a
decorrer à data da entrada em vigor da Portaria n.º 214/2011, de 30 de Maio mantêm a validade e os efeitos previstos
no respetivo regime legal.
Os certificados de aptidão pedagógica de formador (CAP) já emitidos pelo Instituto do Emprego e da Formação
Profissional, I. P., ao abrigo da legislação revogada e os que venham a ser emitidos ao abrigo do n.º 1, do artigo 13.º, da
Portaria n.º 214/2011, de 30 de Maio, manter-se-ão válidos após a entrada em vigor da Portaria n.º 214/2011, de 30 de
Maio, produzindo os mesmos efeitos que o certificado de competências pedagógicas de formador (CCP).
O Netforce – Portal (http://netforce.iefp.pt/) para a Formação e Certificação de Formadores e outros profissionais
é uma aplicação informática, disponibilizada e gerida pelo IEFP, IP, a qual contém o Sistema de Informação de Formação
e Certificação de Formadores previsto no artigo 9.º da Portaria n.º 214/2011, de 30 de Maio.
Por definição o formador é o técnico que atua em diversos contextos, modalidades, níveis e situações de
aprendizagem, com recurso a diferentes estratégias, métodos, técnicas e instrumentos de formação e avaliação,
estabelecendo uma relação pedagógica diferenciada, dinâmica e eficaz com múltiplos grupos ou indivíduos, de forma a
favorecer a aquisição de conhecimentos e competências, bem como o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
adequados ao desempenho profissional, tendo em atenção as exigências atuais e prospetivas do mercado de emprego.
Então o formador tem um papel muito abrangente, é um técnico que tanto pode dar formação em contexto de
sala de aula, também o pode fazer numa cozinha, numa oficina ou no posto de trabalho de um funcionário numa fábrica.
1. Psicossociais:
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• Liderança;
• Estabilidade emocional;
• Tolerância;
• Resistência à frustração;
• Auto-confiança;
• Auto-crítica;
• Sentido ético pessoal e profissional.
2. Competências Técnicas:
3. Competências Pedagógicas:
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b) Capacidade de conduzir / mediar o processo de formação / aprendizagem:
• Comunicação em grupo
• Motivação
• Gestão dos relacionamentos interpessoais e das dinâmicas de grupo
• Gestão do tempo
• Formativa /Contínua
• Sumativa
O formador é um profissional multitarefa, que tem a seu cargo a responsabilidade de gerir um grupo de pessoas,
motivando-as, monitorizando as atividades propostas, respondendo a todas as solicitações, sempre com grande
capacidade de auto-controlo.
É muito importante que tenha noção que a sua atitude, postura e comportamento influencia a aprendizagem de
todo o grupo. Para isso, deverá conhecer muito bem os comportamentos-tipo dos formandos:
“O ENCORAJADOR”
Promove a contribuição dos outros; elogia; é solidário e compreensivo; aceita outros pontos de vista, ideias e
sugestões.
“O HUMANIZADOR”
Serve de mediador nos debates entre os outros formandos; tenta reconciliar conflitos; alivia a tensão nas situações
de conflito através do humor, “deitando água na fervura”.
“O QUE CEDE”
Em situação de debate em que a sua opinião ou posição se encontram envolvidas, cede. Pode oferecer um
compromisso submetendo-se à opinião geral admitindo o erro, controlando-se, a fim de manter a harmonia ou
“encontrando-se a meio caminho” com o grupo de formandos.
“O EXPEDIDOR”
Tenta manter em aberto os canais de comunicação, encorajando ou facilitando a participação dos outros
formandos.
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“O BLOQUEADOR”
Tende a ser negativo e teimosamente resistente; discorda e opõe-se sem qualquer razão; procura manter ou voltar
a uma questão depois de o grupo de formandos já a ter rejeitado ou ultrapassado.
“O AGRESSOR”
Expressa reprovação pelos valores, ações ou sentimentos dos outros formandos e do formador; ataca quem tem
a palavra; diz piadas agressivas; mostra inveja pelos outros.
“O ENGRAÇADO”
Exibe um comportamento de quem está de férias e demonstra a sua falta de envolvimento para com o grupo de
formandos através do desleixo, cinismo e piadas.
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3.8 TIPOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Formação inicial
• Visa a aquisição das capacidades indispensáveis para o trabalhador poder iniciar as suas funções
• Destinatários: trabalhadores recrutados e a recrutar, indivíduos que pretendem iniciar uma nova profissão.
Formação contínua
• Promove a atualização e a valorização pessoal e profissional dos trabalhadores para aquisição e
aprofundamento de conhecimentos ou especializações, em consonância com as políticas de desenvolvimento,
inovação e mudança das empresas.
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• Destinatários: trabalhadores que se encontram no exercício das suas funções
Inicial Contínua
Sensibilização Atualização
Iniciação Aperfeiçoamento
Formação de base Reciclagem
Qualificação Promoção
Integração no mercado de trabalho Reconversão
Especialização
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fonte: www.IEFP.pt
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3. Formação para públicos diferenciados (exemplo - incapacidade ou deficiência);
Estima-se que existam 50 milhões de pessoas com deficiências na Europa, por esse motivo torna-se imprescindível
formar estes cidadãos para a entrada no mundo do trabalho, numa sociedade que se quer inclusiva.
Um formador que trabalha com e para públicos com incapacidades/deficiências, é uma pessoa que deve estar
capacitada para a intervenção na diversidade. Deve estar preparado para trabalhar com pessoas todas elas únicas entre
si. O que importa salientar é que o profissional da formação deve ter sempre uma ação diferenciada, só assim se chega
ao sucesso.
Quando se intervém com público diferenciado, nunca devemos negar as diferenças mas sim compreendê- las e
trabalhar com elas no sentido da integração completa do sujeito. Este nunca deve sentir-se reduzido à sua diferença.
Estas diferenças devem ser tidas em conta quando planificamos a formação e durante a mesma, para que o sujeito nunca
se sinta excluído do grupo – Igualdade de oportunidades é um lema que deve sempre prevalecer.
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4. Formação em contexto de trabalho
As políticas Nacionais e Europeias, já há alguns anos que vêm apostando na (re) qualificação dos recursos humanos
no meio empresarial, logo surgiu a necessidade de dar formação em contexto de trabalho, quer como aperfeiçoamento,
quer como parte integrante de ofertas formativas (EFA/CEF).
O objetivo da formação prática em contexto de trabalho nas ofertas formativas do IEFP é:
• o contato com tecnologias e técnicas que se encontram para além das situações simuláveis, em
contexto de formação;
Esta abordagem prática no contexto de trabalho, traz a necessidade da existência da figura do Formador em
Contexto Real de Trabalho/Tutor. No fundo, é o profissional que faz a ponte entre a instituição de ensino, a empresa e o
formando. É a este profissional que cabe a responsabilidade de orientar pedagogicamente o formando, acompanhar a
sua atividade no trabalho e avaliar a sua prestação. É a boa preparação dos formadores/tutores que irá fazer com que o
desenvolvimento de competências do formando se desenvolva de forma equilibrada e voltada para o sucesso.
É de todo importante que estes formadores tenham formação adequada e atualização permanente.
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3.10 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO FORMATIVA
1. Presencial
É a formação que se faz na presença do formando. Torna-se obrigatória com determinados públicos alvo
(formandos sem escolaridade base sólida, formandos que não dominem as TIC), tem vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Feedback imediato do formador Apela à produção e memorização de
conteúdos
Afetividade no relacionamento Papel mais passivo do formando
formador/formando e intergrupo
Pouca flexibilidade de tempo.
Constrangimento das distâncias
2. E-learning
É a formação em que o formando aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em
que o formador/tutor, está à distância, utilizando a Internet como meio de comunicação (síncrono ou assíncrono).
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Vantagens Desvantagens
Conteúdos disponíveis 24 horas por dia 7 Ausência de relações humanas formador/
dias por semana formando
O e-learning é adaptável ao estilo, ritmo e Contigências tecnológicas, dependência da
conhecimentos prévios do formando internet
Estudos demonstram que o e-learning Ainda reduzida confiança neste tipo de
proporciona uma retenção mais profunda estratégias educativas
dos conhecimentos. Tal deve-se ao superior
envolvimento do formando no processo de
aprendizagem
Mais económico
3. B-learning (blended-learning)
O blended learning, ou b-learning, é um derivado do e-learning e refere-se a um sistema de formação onde a
maior parte dos conteúdos é transmitido em curso à distância, normalmente pela internet, entretanto inclui
necessariamente situações presenciais, daí a origem da designação blended, algo misto, combinado.
Vantagens Desvantagens
- Melhor integração pessoal entre os - Desvalorização do formador online
participantes, com consequente troca de e elevada valorização do formador
experiências. presencial.
- Melhor capacidade de avaliação dos - Necessidade de organizar turmas
formandos, em situações ao vivo, presenciais, para redução de custos, com
especialmente quando o objeto da datas definidas, pode limitar o acesso de
formação envolve performance de formandos individuais que queiram
relacionamento e postura do formando estudar programas de forma independente
frente ao público. e com prazos mais flexíveis, como no caso
do e-learning.
- Humanização da relação entre a
instituição e os formandos.
- Eventual redução de custos com a
formação de grupos, a permitir que o
grupo inicie o curso e termine no mesmo
prazo.
- Possibilidade de realizar trabalhos de
campo e visitas técnicas a locais de
interesse, bem como dinâmicas coletivas.
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3.11 PROCESSOS DE RVCC
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Fases do Processo de RVCC
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2ª Fase: Validação de Competências
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IV. APRENDIZAGEM, CRIATIVIDADE E EMPREENDEDORISMO
O que é aprendizagem?
Foram várias as correntes que se dedicaram à explicação do que é a aprendizagem. A aprendizagem tem como
função dotar os indivíduos das capacidades que os tornem funcionais no seu todo, servindo-se para este efeito das suas
competências sensório-motoras, cognitivas, afetivas e linguísticas.
Foram várias as correntes psicológicas que se dedicaram à explicação da aprendizagem:
Hoje em dia olhamos para a Aprendizagem como um processo dinâmico e sempre em movimento. Cada indivíduo
não é um ser passivo, mas sim um ativo processador de informação. Todos os indivíduos conseguem aprender,
conseguem encontrar respostas para as suas necessidades, dependendo das suas competências pessoais e do seu meio
envolvente mas conseguem aprender. A grande questão que se coloca é encontrar o método mais adequado a cada
indivíduo.
O enfoque principal da Psicologia da Aprendizagem é explicar, através de diferentes pontos de vista, como é que
as pessoas aprendem.
É fundamental que um professor ou um formador saiba a forma como os indivíduos aprendem, só assim adequará
a matéria de forma a chegar a todos da melhor maneira.
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A chamada corrente empirista, diz que o ser humano nasce como um livro em branco e é a experiência sensório-
motora que vai acumulando, que prenche as páginas do livro da aprendizagem. O conhecimento é uma “descoberta” de
algo novo que existe no mundo à volta do indivíduo.
A correntes que sustentam o inato, defendem a hereditariedade do indivíduo, as suas capacidades são
determinadas pelos seus antepassados e pela sua carga genética; a inteligência, personalidade, emoções, etc.. já estão
determinadas desde o nascimento do sujeito.
Teorias de Aprendizagem:
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4.2 PEDAGOGIA, ANDRAGOGIA, DIDÁTICA E PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Importa parar e esclarecermos alguns conceitos antes de continuarmos nesta viagem pelo mundo
da Aprendizagem:
A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo
educativo - vem do grego paidós (criança) e agogé (condução).
E a Andragogia?
É um caminho educacional que procura compreender o adulto em todas as suas componentes. Promove o aluno
através da sua experiência – no fundo aprende fazendo/executando.
Comparemos os dois conceitos:
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O que é didática?
É uma disciplina que tem como objeto específico a técnica de ensino (direção técnica da aprendizagem), é a arte
de ensinar.
Importa identificar os elementos da ação didática:
• O Professor;
• O Aluno;
• A matéria a lecionar;
• O contexto da aprendizagem;
• As estratégias metodológicas.
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4.3 PROCESSOS, ETAPAS E FATORES PSICOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM
A aprendizagem é um:
b) Analítica;
c) Sintética;
d) De aplicação/de avaliação;
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a) Fase Sincrética (posição)
Nesta fase existe uma “visão de conjunto” em que se deve ter em consideração a experiência do formando. Assim,
integra-se nesta fase a verificação dos pré-requisitos, a comunicação dos objetivos gerais e a antecipação das etapas da
sessão. A sua função didática é globalizante, motivadora e de antecipação.
a) Fatores pessoais:
Auto-conceito académico do formando – Quando o formando tem um auto-conceito académico baixo, o formador
deverá encorajar e definir objetivos atingíveis (motivação intrínseca).
Experiências passadas- o formador deverá permitir uma ligação entre as experiências passadas dos formandos e a
aprendizagem efetuada, no sentido de uma aprendizagem mais eficaz e significativa.
Necessidades de aprendizagem - o formador deverá ajudar os formandos a clarificarem as suas necessidades de
aprendizagem, uma vez que é com base nelas que assenta a formação. Quando existe indefinição e pouca clarificação
destas necessidades, o formador deve ajudar o formando a perceber qual é a utilidade daquilo que está a aprender para
o seu futuro profissional (motivação extrínseca)
Nível de auto-diretividade - quando o formador verifica que o formando possui uma baixa auto- direção, deverá optar
por aumentar a diretividade da formação, optando por metodologias afirmativas e semi-diretivas. Se, pelo contrário,
possui capacidades para assumir tarefas de forma autónoma, então o formador deverá baixar a diretividade, recorrendo
a metodologias não afirmativas e semi-diretivas.
Idade do formando - ao longo do ciclo vital o nosso ritmo de aprendizagem vai diminuindo. O formador deverá assim
adequar-se às características de cada formando.
Nível de conhecimento do assunto a estudar - inicialmente o formador deverá saber quais os conhecimentos prévios
dos formandos, para que possa estabelecer um vínculo entre a informação que é apresentada e as experiências dos
formandos.
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b) Natureza das tarefas de Aprendizagem
Aprendizagem Instrumental - orientada para a resolução de problemas, a ação do formador está mais centrada na
monitorização dos constructos.
Aprendizagem Dialógica - o formador deverá levar os formandos a perceber que muitas vezes não existem respostas
certas, uma vez que esta aprendizagem está mais voltada para aspetos morais, valorativos e ideais de cada um.
Aprendizagem Auto-reflexiva - o formador deverá apresentar aos formandos diferentes interpretações dos sentimentos,
para que cada um alcance uma melhor compreensão de si próprio. Pretende-se com esta aprendizagem aumentar a
consciência crítica sobre a história do desenvolvimento pessoal.
Tendo em conta estes factores, o formador deverá considerar atentamente qual a estratégia a utilizar, para
manter a motivação dos adultos e impedir a sua desistência perante algum fracasso.
Vários estudos têm vindo a demonstrar que a aprendizagem é facilitada quando:
O formador recorre a métodos ativos - ao longo do ciclo de vida a capacidade de memorização vai-se perdendo
progressivamente - assim, a utilização de métodos ativos permite a estimulação sensorial, o formando pode ver, ouvir e
fazer.
Individualização - num grupo de formação existe heterogeneidade de histórias, motivações, capacidades, dificuldades e
ritmos de aprendizagem. A aprendizagem difere entre os sujeitos, o que se reflete em tempos diferentes para chegarem
aos mesmos resultados.
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Material prático e útil - é importante que os formandos reconheçam a utilidade das suas aprendizagens. Conceitos
abstratos e demasiados teóricos afastam o interesse dos formandos, enquanto que o recurso à experiência profissional
dos formandos, envolve-os mais nas atividades de aprendizagem.
Apelo à experiência - a experiência dos formandos é extremamente importante para a formação, uma vez que permite
ao formador fomentar uma troca de experiências, gerando um clima de aprendizagem.
Prevenção do insucesso - os adultos aprendem melhor num clima de sucesso, uma vez que não estão muito abertos a
que alguém lhes diga que erraram. O formador deverá assim criar condições para diminuir o erro e reforçar
imediatamente os sucessos.
Dar a conhecer os resultados - o adulto necessita de constante feedback, para saber se está a corresponder aquilo que
é esperado dele.
Ensinar a aprender - para que a formação seja eficaz, é importante ensinar os formandos a aprender, para que cada um
saiba qual o seu ritmo de aprendizagem e se possa atualizar constantemente, pois aquilo que é válido pode amanha já
não o ser.
Perante os estudos de David Paul Ausubel (1989), podemos dizer que a teoria da assimilação ou teoria da
aprendizagem significativa, é uma teoria cognitivista que tem como objectivo explicar os mecanismos internos que
surgem na mente humana em relação ao aprendido e à estruturação do conhecimento.
Acredita-se na importância da aprendizagem por descoberta como aquela que mais fica para a vida do indivíduo,
porém há também que valorizar a aprendizagem do tipo expositivo.
• Descoberta: o aluno deve aprender “sozinho”, deve descobrir algum princípio/relação que permita solucionar
problemas e chegar ao conhecimento.
• Expositiva: recebe-se a informação completa e o trabalho do aluno consiste em atuar ativamente sobre esse
material, a fim de relacioná-lo a idéias relevantes disponíveis na sua estrutura cognitiva.
Segundo a teoria de Ausubel (1989), os conceitos mais importantes relativos à aprendizagem organizam- se
esquematicamente da seguinte forma:
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Debruçemo-nos sobre a aprendizagem significativa que ocorre quando as novas ideias se vão relacionando de
forma não-arbitrária e substantiva com as ideias já existentes. Por “não-arbitrariedade“ entende-se que existe uma
relação lógica e explícita entre a nova ideia e algumas outras já existentes. Além de não-arbitrária, para ser significativa,
a aprendizagem tem necessidade de ser substantiva, ou seja, uma vez aprendido determinado conteúdo. O indivíduo
conseguirá explicá-lo com as suas próprias palavras.
O extremo oposto da aprendizagem significativa é a mecânica. Neste caso, as novas ideias não se relacionam de
forma lógica e clara com nenhuma ideia já existente na estrutura cognitiva do sujeito, porém são “decoradas”. Assim
sendo, elas são armazenadas de forma arbitrária, o que não promete assim grande flexibilidade no seu uso. Como
consequência dessa não flexibilidade, o indivíduo depois de ter aprendido as ideias de uma determinada forma não
consegue expressar o conteúdo de uma forma diferente ou seja, com outra liguagem diferente do primeiro material
aprendido.
Importante…
Apesar de Ausubel ter enfatizado sobremaneira a aprendizagem significativa, ele compreendia que no processo
de ensino-aprendizagem existem circunstâncias em que a mecânica era inevitável.
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O que é a “atenção”?
A palavra “atenção” têm diversos significados no seu uso corrente... “Olha para ali com “atenção”
até veres aparecer algo.”
“Passou por ali alguma coisa que me chamou a “atenção”
“Desculpa não te ouvi, estava a dar “atenção” ao livro.”
“Não me lembro onde deixei o carro, não devia estar a prestar “atenção”...” “Esforcei-me por dar
“atenção” ao que o meu chefe estava a dizer.”
Memória
A Psicologia Cognitiva estuda os processos pelos quais o ser humano recebe, armazena, transforma e utiliza a
informação.
Uma das características típicas dos sistemas de processamento de informação é a existência de uma memória,
tanto para manter a informação disponível enquanto ela é processada, como para depois ter acesso ao registo das
experiências vividas.
A memória é uma função mental que nos permite guardar informação sobre acontecimentos passados e recorrer
a essa informação a qualquer instante.
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4.5 A APRENDIZAGEM DISRUPTIVA COMO METODOLOGIA DE FACILITAÇÃO
O termo disruptiva, está relacionado com o uso de tecnologias móveis para facilitar a aprendizagem. Hoje em dia
assiste-se a uma grande pressão para incluir as tecnologias móveis na educação. Cada vez mais se vê alunos e formandos
a usar tablets e notebooks como material escolar.
São várias as motivações e as vantagens apontadas pelos defensores deste tipo de facilitadores de aprendizagem:
• Ecologicamente é mais correto o acesso a e-books pois preserva as àrvores;
1) Edmodo
Aplicativo gratuito que facilita a interação e conexão entre educadores e alunos. É uma ótima ferramenta para
estudantes do ensino médio e pode ser usado em Iphone, Ipod e Ipad. Ele envia recados, trabalhos, confere mensagens
e eventos quando os alunos estão fora da sala de aula. Professores podem usá-lo para manter alertas de última hora para
os alunos. Armazena notas e tabelas.
2) Grammar Up HD
Este aplicativo é ótimo para professores/formadores de inglês e estudantes que desejam aprimorar seus
conhecimentos na língua inglesa. É um quiz de múltipla escolha com mais de 1.800 palavras em 20 categorias. É
compatível para Ipads.
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3) History: Maps of World
Disponibiliza diferentes mapas em alta resolução de várias partes do mundo de diversos períodos da história. É
gratuito e pode ser usado nas aulas/formações de história e geografia. Compatível com Iphone, Ipad e Ipod.
4) iStudiez Pro
Organiza os cronogramas das aulas, mantém o controlo de trabalhos que devem ser entregues, faz listas de tarefas
diárias. É ótimo para estudantes/formandos e pode ser usado em Iphone e Ipad.
5) Motion Math
Jogo em 3D que simula a jornada de uma estrela de volta para o espaço. Para acertar é necessário mover as frações
para os locais corretos na escala de números. É ótimo para o ensino e prática da matemática e pode ser usado em Iphone,
Ipad e Ipod.
Por exemplo:
O Miguel vai abrir um restaurante de francesinhas no Porto, pode dizer-se que é um empreendedor?
Não, já existem muitos restaurantes de francesinhas no Porto, falta o factor inovação!
O Pedro vai abrir um restaurante de francesinhas no Porto, com entregas ao domicilio e com um museu
com a história da francesinha. Como sobremesa vai lançar o gelado de francesinha! Pode dizer-se que o
Pedro é um empreendedor?
Sim, aliado ao risco está o fator inovação, a oferta de algo novo aos seus potenciais clientes.
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Quais as principais competências de um “empreendedor”?
• O empreendedor tem uma verdadeira paixão por aquilo que faz. Paixão faz a diferença. Entusiasmo e
Paixão são as principais características de um empreendedor!
• O empreendedor é aquele que consegue escolher entre várias alternativas e não fica a pensar no que
deixou para trás. Sabe ter foco e fica focado no que quer;
• O empreendedor tem profundo conhecimento daquilo que quer e daquilo que faz e esforça-se
continuadamente para aumentar esse conhecimento sob todas as formas possíveis;
• O empreendedor não tem fracassos. Ele vê os “fracassos” como oportunidades de aprendizagem e segue
em frente;
• O empreendedor tem sempre uma visão de vários cenários pela frente. Tem, na cabeça, várias
alternativas para vencer;
• O empreendedor nunca se acha uma “vítima”. Ele não fica parado, a reclamar das coisas e dos
acontecimentos. Ele age para modificar a realidade!
O formador empreendedor:
• É determinado e focado no objetivo
• Ultrapassa os obstáculos
• É otimista e corajoso
• É realista e responsável
• Utiliza os erros e fracassos enquanto ferramentas de aprendizagem
• Age, não planeando apenas
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O formador assegura que a aprendizagem é:
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Seja relevante
É importante fazer com que as várias atividades sejam relevantes para a vida dos formandos
Algumas formas de tornar relevantes e compreensíveis as atividades poderão ser:
• Utilização de exemplos baseados no quotidiano dos formandos ou nas suas próprias experiências
passadas.
Por exemplo, questione algo como: “Alguma vez tiveste um negócio simples como uma banca de limonada?”, em
vez de explicar com base no que fazem grandes empresas ou multinacionais.
Tanto pode ser usado como exemplo de empreendedor o Dr. Dionísio Pestana (Grupo Pestana) como a D.
Ermelinda que tem o café ao lado de casa deles.
• Perguntar aos formandos se conseguem fazer uma ligação entre atividades e ideias.
Por exemplo, “Como é que os exercícios para o cérebro se relacionam com capacidades criativas e como é que
capacidades criativas se relacionam com o empreendedorismo?”
• Pergunte aos alunos como é que eles vão ou podem usar o que têm aprendido em todos os dias das suas
vidas.
Seja interativo
Estar sentado ou a ouvir um apresentador é provavelmente a maneira menos eficiente e interessante de aprender
no contexto do empreendedorismo. Estar envolvido de forma ativa e fazer coisas é, pelo contrário, muito eficiente.
Pense neste provérbio chinês: “Eu vejo e eu esqueço; eu oiço e eu lembro; eu faço e eu percebo”.
De seguida apresentar-se-ão algumas atividades que poderão permitir que a sua audiência se envolva e que atue:
• Os formandos devem trabalhar em grupos; altere a composição dos grupos regularmente.
• Faça muitas perguntas. Se os formandos lhe colocarem uma questão, tente responder com outra
pergunta para lhes ajudar a descobrirem a resposta às suas próprias perguntas.
• Seja positivo e enérgico – isso é contagioso! As pessoas recebem a energia dos outros. Se for positivo e
enérgico, existe uma grande hipótese de os outros demonstrarem as mesmas características. Estas
características não são apenas a chave para efetuar uma boa apresentação, são também a chave para se
ser um empreendedor.
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• Atribua um ritmo rápido às atividades. Consegue muito melhor captar o interesse de um grupo se as
coisas acontecerem a uma velocidade alta. A partir do momento que as coisas se tornem aborrecidas, é
mais difícil trazer de volta a atenção dos participantes.
• Mostre que os pessimistas vêem um copo com água até meio como estando meio vazio, enquanto que
os otimistas vêem o mesmo copo como meio cheio.
Mantenha-se flexível
Esteja preparado para mudanças no decorrer de uma apresentação ou de uma atividade.
Deve substituir uma atividade caso tenha escolhido uma que o grupo já fez, ou se uma atividade que julgava
demorar meia hora para terminar, afinal demora uma hora para ficar completa.
Para ser um bom formador, deve aprender como ser flexível e criativo. Para além disto, os formadores devem “ler
o grupo” e modificar atividades sempre que seja apropriado.
Construa a sua própria lista de atividades (e variações dessas) e pense em jogos que possa realizar em espaços
mortos. Mantenha-se fiel aos seus objetivos, mas seja flexível no que respeita ao modo de os alcançar.
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4.7 PEDAGOGIA DIFERENCIADA
“Os movimentos pedagógicos e as equipas pedagógicas mais empenhadas nunca esperaram, para refletir e inovar, que
estivesem reunidas condições optimas (…). Aos indecisos e aos indiferentes as ambiguidades do poder oferecem um
magnífico alibi.” Perrenoud (2000:41)
Diferenciar é sair da norma. É criar oportunidades de aprendizagem diferentes do usual, guiar o aluno por
caminhos diferentes para chegar a uma meta comum.
Por forma a promover o sucesso em contexto educativo há que gerir a heterogeneidade e fazer com que todos os
formandos tenham a mesma igualdade de oportunidades. Diferenciar o ensino é ajudar cada aluno/formando a seguir o
seu ritmo, respeitando as suas capacidades e possíveis limitações.
As novas políticas da formação trouxeram de volta à escola formandos de uma grande diversidade cultural e etária.
Os novos cursos CEF, EFA e novos percursos curriculares, fizeram com que cada vez mais se criasse a necessidade de
otimizar os recursos ao dispor do formador, sempre no sentido de maximizar as aprendizagens dos formandos.
É o sistema de formação que deve criar condições para que os formandos tenham tudo o que necessitam para
melhorar a sua aprendizagem.
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Princípios da Diferenciação Pedagógica:
Recentrando a nossa atenção no contexto mais operativo da formação, da responsabilidade imediata do
formador, há alguns princípios-chave que orientam o processo de diferenciação pedagógica e que facilitam a ação do
próprio formador.
De forma sintética, vejamos esses princípios, com base em Tomlinson (2002):
• Uma formação que proporcione situações de aprendizagem diferenciada, caracteriza-se pelo uso
multifacetado do tempo, dos recursos, das metodologias de formação, da organização dos sujeitos, da
avaliação e de quaisquer outros elementos que, considerando a finalidade visada, permitam a
aprendizagem de todos;
• Uma diferenciação pedagógica pressupõe uma avaliação, atenta e continuada, que permita identificar o
posicionamento de cada formando face aos objetivos pretendidos. As opções pedagógicas serão tomadas
face às necessidades e interesses do mesmo;
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• A organização dos formandos é flexível e deverá ser facilitadora de uma variedade de oportunidades de
aprendizagem e de trabalho, decididas intencionalmente, e que se podem configurar em situações de
trabalho com todo o grupo, em pequenos grupos e/ou individualmente;
• Formadores e formandos assumem o papel de parceiros em que o formador analisa e propõe atividades
orientadas para as necessidades dos formandos, atuando estes criticamente, recusando uma postura
passiva e tornando-se mais autónomos no seu processo de aprendizagem.
• A avaliação e a aprendizagem não vivem uma sem a outra. A avaliação na formação deve ser diversificada
e continua. Fazer Inventários de capacidades, diários de trabalho, etc…
• Formação mutual;
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• Orientação e acompanhamento;
A Programação Neurolinguística (PNL) é o estudo dos padrões de interação entre o cérebro, a linguagem e o corpo.
A PNL reflete sobre a forma como os nossos pensamentos, sentimentos e emoções podem ser desenvolvidos e
melhorados. Cada indivíduo tem o poder de escolher como quer funcionar.
Na PNL, considera-se que a aprendizagem ocorre através de programas neurolinguísticos. O indivíduo vai
construindo mapas cognitivos dentro do seu sistema nervoso, sempre levando em consideração todo o ambiente em que
está envolvido.
Existem algumas técnicas que são facilitadoras de aprendizagem, no fundo, ajudam o indivíduo a aprender melhor
e a potenciar ao máximo as suas capacidades.
O estabelecimento de metas e a metacognição tornam-se conceitos a ter em conta quando falamos de PNL ligada
à aprendizagem.
Centremo-nos no estabelecimento de metas - cada indivíduo vai criando metas de aprendizagem, motivadoras e
que o ajudem a manter o interesse e querer sempre progredir mais - esta é a riqueza deste conceito. Se aprofundarmos
o conceito de metacognição chegamos à capacidade que a pessoa vai tendo de se auto-observar, ficando ciente dos seus
próprios processos de pensamento, está atento a si próprio e aprende com cada erro e com as suas experiências pessoais.
Jairo Mancilha presidente do Instituto de Neurolinguística Aplicada, dá algumas sugestões para que um formador
possa melhorar uma aula e potenciar ao máximo a aprendizagem nos formandos. Eis algumas delas:
Uso de uma história, música ou imagem que capte a atenção dos formandos antes de iniciar a sessão.
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Atribuir palavras chave que ajudem a memorizar o percurso da formação.
Uso de exemplos e analogias. Usar exemplos da vida dos formandos ou outros para fazer estas analogias, de
forma a que a matéria nova seja sempre integrada nos conhecimentos prévios.
Envolver os formandos na sessão. É importante que se vão colocando pequenos desafios, perguntas ou até
opiniões aos formandos.
Tudo isto são pequenas dicas mas que podem melhorar muito a aprendizagem.
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V. PRINCÍPIOS DA CRIATIVIDADE PEDAGÓGICA
A evolução constante do sistema educativo, tem vindo a mostrar que uma abordagem criativa da matéria a
leccionar leva a uma melhor aprendizagem por parte dos formandos. A promoção de competências de forma criativa é
bem aceite pelos indivíduos.
Promover a criatividade em contexto formativo envolve o desenvolvimento de características como auto-
motivação, confiança, curiosidade e flexibilidade.
O contexto de aprendizagem na formação deve ser o mais flexivel possível. O formandor deve querer ir mais além
e melhorar a aprendizagem dos seus formandos, respeitando os estilos de aprendizagem individuais. A criatividade
quando aplicada ao processo de ensino/aprendizagem, deverá incentivar a resolução de problemas através da análise e
discussão de diversas soluções alternativas. Os formadores devem tentar fomentar o comportamento criativo,
facilitando, orientando e capacitando os seus formandos e nunca resolvendo os problemas por eles.
O sistema de ensino tradicional tem sido centrado principalmente nas competências cognitivas e na sua medição,
no entanto, cada vez mais se reconhece a importância de outras dimensões para um desenvolvimento integral da
aprendizagem.
Por exemplo o relatório Delors (Delors, 1993), para a UNESCO, enfatiza a importância dos quatro pilares da
aprendizagem:
1. Aprender a fazer
2. Aprender a ser
3. Aprender a conhecer
4. Aprender a viver com os outros
Mas também revela que estes não estão sozinhos e devemos começar a pensar sobre a educação de forma mais
abrangente. A UNESCO, noutros documentos (1999, 2006, 2010) reconhece a importância da criatividade nesse processo,
no entanto, a criatividade não deve ser considerada isoladamente e deve estar interligada com a cognição e com a
pedagogia, de forma a ser criada uma forte correlação entre estes conceitos.
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VI. CONCLUSÃO
Embora a criatividade seja tradicionalmente associada a formas de arte expressiva, a sua abrangência estende-se
para além destas áreas. Cropley, ressalta a originalidade como uma forte caraterística da criatividade que pode estar
ligada a qualquer área do saber, pode ser expressa através da escrita, pintura, construção de pensamento, ou mesmo
simplesmente fazer as coisas de uma maneira diferente dos outros. Ao longo deste módulo pudemos perceber que a
aprendizagem depende de muitos fatores, uns diretamente relacionados com os indivíduos e outros relacionados com o
contexto ou com o formador.
Portugal tem políticas de formação integradas no sistema Europeu, com normas bem definidas sobre o papel e
atributos do formador no contexto educativo. Só assim se pode garantir a qualidade do processo formativo.
O formador é uma peça fundamental no cenário da formação e por isso deve ter determinadas caraterísticas que
façam dele um “bom formador”.
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VII. BIBLIOGRAFIA
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BÁRBARA, Luís (2009). Métodos e Técnicas Pedagógicas/Andragógicas. Edição FCA – Teto de Nuvens. Freire, S. (2008).
Um olhar sobre a inclusão. Revista da Educação. vol. XVI. nº 1. pp. 5-10.
CEITIL, Mário (2010). Tendências de evolução da Formação Profissional. Revista Formar. No 71. pp. 41-42. CRISTO,
Eurídice (2005). Como desenvolver atitudes e Capacidades empreendedoras nos nossos formandos. Revista Formar. No
51. pp. 33-39.
CROPLEY, A. J. (1999). Creativity and cognition: Producing effective novelty. Roeper Review, 21, 253-261. GARDNER, H.
(1993). Frames of mind: The theory of multiple intelligences. London, England: Fontana Press. GOLEMAN, E. (1996).
Emotional intelligence. New York, NY: Bantam.
PACHECO, José Augusto (2011). Discursos e lugares das competências em contextos de educação e
formação. Coleção Panorama. Porto Editora
SANTOS, José Martins dos (2008). O formador moderno e a Organização Formadora. Almedina Editora. TOMLINSON,
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TORRANCE, E. P. e Myers, R. E. (1970). Creative learning and teaching. New York: Dodd, Mead.
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