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ATIVIDADES E

PROFISSÕES
JURÍDICAS

Cássio Vinícius
Revisão técnica:

Gustavo da Silva Santanna


Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional
e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito

S719a Sousa, Cássio Vinícius Steiner de.


Atividades e profissões jurídicas / Cássio Vinícius
Steiner de Sousa, Rodrigo Flores Fernandes; [revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
132p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-467-0

1. Direito. I. Fernandes, Rodrigo Flores. II.Título.


CDU 34

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147


UNIDADE 3
Carreiras jurídicas na
segurança pública
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Analisar o papel do Delegado no âmbito da Constituição Federal.


 Diferenciar as competências do Delegado Federal e Estadual.
 Explicar as competências, prerrogativas e funções do delegado no
âmbito do inquérito penal e no processo penal.

Introdução
Por força da nossa Constituição Federal, o Estado tem o dever de manter
a ordem e a segurança públicas, preservando a incolumidade das pes-
soas e do patrimônio. Nesse contexto, na medida em que atua como
autoridade responsável pela polícia judiciária, a figura do delegado de
polícia possui um papel destacado para a concretização da segurança
pública. Entre outras funções, cumpre ao delegado de polícia realizar
a atividade repressiva ou investigativa, atuando após a ocorrência de
ilícitos de ordem penal.
Neste capítulo, você aprenderá sobre o papel do delegado de polícia
no que tange à segurança pública. Ainda, estudará a respeito das com-
petências e funções dos órgãos da segurança pública. Por fim, aprenderá
algumas das funções, competências e prerrogativas do delegado de
polícia no âmbito do inquérito policial.
2 Carreiras jurídicas na segurança pública

Papel do delegado de polícia


para a segurança pública
A Constituição Federal, no Capítulo III do Título V, aborda a questão da
segurança pública. Com base no art. 144, fica claro que a segurança pública é
um dever do Estado e um direito e responsabilidade de todos, sendo exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Dito isso, é importante destacar a previsão constitucional de cinco
órgãos responsáveis pela segurança pública:

 a Polícia Federal;
 a Polícia Rodoviária Federal;
 a Polícia Ferroviária Federal;
 as polícias civis;
 as polícias militares e corpos de bombeiros militares.

De acordo com o nosso ordenamento jurídico, a atividade policial se divide


em duas áreas: a ostensiva e a judiciária (Figura 1).

Realiza atividade preventiva

Tem por objetivos evitar que


Polícia ostensiva
os crimes aconteçam

Exemplo: Polícia Rodoviária


Federal
Segurança
pública
Realiza atividade repressiva
ou investigativa

Atua após o acontecimento


Polícia judiciária
do crime

Exemplos: Polícia Federal

Figura 1. Segurança pública.


Fonte: Adaptada de Brasil (1988, documento on-line).
Carreiras jurídicas na segurança pública 3

Enquanto a polícia ostensiva atua de modo preventivo, visando evitar


que os crimes aconteçam, a polícia judiciária atua de modo repressivo ou
investigativo, posteriormente ao acontecimento do ilícito penal, buscando
a sua materialidade e a sua autoria. No primeiro caso, é possível destacar a
atuação da Polícia Rodoviária Federal, ao passo que, no segundo, é possível
citar a atuação da Polícia Federal (NOVELINO, 2017).

Além da diferença entre polícia ostensiva e polícia judiciária, na doutrina também é


comum encontrar a distinção entre polícia administrativa e polícia judiciária. Segundo
José dos Santos Carvalho Filho, embora tanto a polícia administrativa quanto a judiciária
desempenhem funções fundamentalmente administrativas, a primeira incide sobre
as atividades dos indivíduos e se exaure em si mesma, ao passo que a segunda incide
sobre os próprios indivíduos e não se exaure em si mesma, servindo de preparação
para a função jurisdicional penal (CARVALHO FILHO, 2015).

Tendo tal distinção em mente, a Constituição Federal estabelece que a per-


secução criminal realizada pela polícia judiciária, cujo termo inicial acontece
nos casos em que a ordem pública é violada pelo crime, deve ser conduzida
por agente público com preparo, conhecimento técnico-jurídico especializado
e que tenha sido ungido pelo Estado para tal. É justamente nesse contexto que
surge a figura do delegado de polícia.
Conforme o art. 2º da Lei nº. 12.830, de 20 de junho de 2013, as funções
executadas pelo delegado de polícia são exclusivas do Estado e possuem
natureza jurídica. Entre elas, cumpre-nos realçar que o delegado de polícia é
o agente responsável por apurar as infrações penais, presidindo a investigação
criminal com autoridade e independência. A investigação criminal pode
ser realizada mediante inquérito policial ou por termo circunstanciado de
ocorrência (quando o crime for considerado de menor potencial ofensivo).
Também é importante mencionar que o delegado possui, como funções
típicas, a decisão sobre casos de prisão em flagrante, temporária ou preven-
tiva, cumprir ordens judiciais de prisão e registrar ocorrências ou quaisquer
queixas das pessoas que vão até as delegacias, além de decidir e arbitrar a
respeito da fiança.
4 Carreiras jurídicas na segurança pública

É comum pensar que a investigação criminal é atividade exclusiva da polícia judiciária.


Porém, no nosso ordenamento jurídico, não é o caso, pois existem outros órgãos
que também podem realizar tal atividade. A título de exemplo, é possível citar as
investigações criminais realizadas por Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), pelo
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE) e pelo Ministério Público.

Os órgãos da segurança pública


Como mencionado na seção anterior, a Constituição Federal prevê cinco órgãos
responsáveis pela segurança pública. Quanto a isso, é importante que você saiba
que se trata de um rol taxativo. Os estados, o Distrito Federal e os municípios
não estão autorizados a criar novos órgãos para cuidar da segurança pública.

O art. 144, § 8º, da Constituição Federal dispõe que “os Municípios poderão constituir
guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei” (BRASIL, 1988, documento on-line). Quanto a isso, é digno de nota que,
em virtude do fato de o art. 144 da Constituição apresentar taxativamente os órgãos
responsáveis pela segurança pública e as guardas municipais não terem sido incluídas
em tal rol, é possível concluir que elas não possuem responsabilidade para realizar a
segurança pública.

A propósito de tais órgãos, de modo geral, é possível distinguir aqueles que


atuam em nível da União e aqueles que atuam no contexto dos estados. Tendo
isso em mente, enquanto a polícia federal, a Polícia Rodoviária Federal e a
Polícia Ferroviária Federal são responsáveis pela segurança pública da União,
as polícias civis, a Polícia Militar e os corpos de bombeiros militares atuam
no âmbito da segurança pública em nível estadual. Dito isso, vejamos com
mais detalhes quais são as atribuições delineadas pela Constituição Federal
para cada um desses órgãos.
Carreiras jurídicas na segurança pública 5

Polícia Federal
Por força do art. 144, § 1º, da Constituição Federal, a Polícia Federal é um
órgão permanente, estruturado em carreira, mantido e organizado pela União.
A Constituição determina ainda que tal órgão tem como finalidade:

 apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento


de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas
e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo estiver disposto em lei;
 prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
 exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
 exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Em função de tais atribuições, torna-se possível inferir que, embora a


Polícia Federal exerça com exclusividade as funções de polícia judiciária da
União, isso não significa que desempenhe apenas tais atribuições. Afinal, no
contexto da União, em uma série de circunstâncias, ela também cumula as
atribuições de polícia ostensiva. Além disso, é importante que você saiba que
o rol de atribuições apresentadas na Constituição Federal não é taxativo, de
modo que outras leis podem conferir mais responsabilidades para tal órgão.
Entre os cargos da Polícia Federal, além do delegado de Polícia Federal,
é possível citar o de perito criminal, o de escrivão de Polícia Federal, o de
agente de Polícia Federal e o de papiloscopista da Polícia Federal. Quanto a
eles, com exceção do cargo de delegado de Polícia Federal, que possui regras
distintas, todos são providos mediante concurso público de provas e títulos,
exigindo-se curso superior.
A propósito do ingresso na carreira de delegado de Polícia Federal (Figura
2), por força do art. 2º-B da Lei nº. 9.266, de 15 de março de 1996, incluído por
uma medida provisória de 2014 posteriormente convertida em lei, “o ingresso
no cargo de Delegado de Polícia Federal, realizado mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, é
privativo de bacharel em Direito e exige 3 (três) anos de atividade jurídica ou
policial, comprovados no ato de posse” (BRASIL, 1996, documento on-line).
6 Carreiras jurídicas na segurança pública

Concurso público de provas e títulos,


com participação da OAB
Ingresso na carreira
de delegado da Título de bacharel em Direito
Polícia Federal
Três anos de atividade jurídica ou policial

Figura 2. Ingresso na carreira de delegado da Polícia Federal.


Fonte: Adaptada de Brasil (1996, documento on-line).

Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal


Conforme a Constituição, tanto a polícia rodoviária federal quanto a polícia
ferroviária federal são órgãos permanentes, organizados e mantidos pela
União e estruturado sem carreiras. Ambas desempenham exclusivamente
o papel de polícia ostensiva. Enquanto a primeira tem por função o patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais, a segunda destina-se ao patru-
lhamento também ostensivo das ferrovias federais (art. 144, § 2º e § 3º, da
Constituição Federal).

Polícia Civil
Por força do disposto no art. 144, § 4º, da Constituição Federal, “às polícias
civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares” (BRASIL, 1988, documento on-line). Em função
disso, é possível afirmar que a Polícia Civil atua como polícia judiciária no
contexto estadual, possuindo competência para investigar todos os crimes que
não sejam de incumbência da polícia federal.
Ainda conforme o artigo supracitado, é importante mencionar que a exceção
estabelecida para os crimes praticados por militares não compreende os crimes
que sejam estranhos à atividade militar propriamente dita. Desse modo, se
um militar cometer um crime comum que não seja de competência da Polícia
Federal, ele terá esse crime investigado pela Polícia Civil.
Carreiras jurídicas na segurança pública 7

Polícia Militar e Corpo de Bombeiros


As polícias militares atuam como polícia ostensiva no contexto dos estados,
sendo responsáveis pelo policiamento preventivo e pela preservação da ordem
pública. Por sua vez, os corpos de bombeiros, além das atribuições definidas
em lei, estão incumbidos da execução de atividades ligadas à defesa civil (art.
144, § 5º, da Constituição Federal).

Carreiras da segurança pública e o direito de greve


Entre os muitos debates doutrinários acerca da segurança pública, um deles diz respeito
à possibilidade do exercício do direito de greve por policiais civis. Nesse contexto,
alguns argumentam que a vedação expressa ao direito de greve por parte dos militares
das forças armadas deve valer para os demais agentes ligados à segurança pública.
Contrariamente, ao equiparar a essencialidade da segurança pública com outros
serviços públicos como saúde e educação, outros defendem que, do mesmo modo
que os servidores públicos dessas áreas, os demais agentes ligados à segurança pública
também têm resguardado o direito de greve.
A despeito das divergências doutrinárias, é importante salientar que o STF sustenta
a posição segundo a qual “o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou
modalidade, é vedado aos policiais civis e todos os servidores públicos que atuem
diretamente na segurança pública” (BRASIL, 2017, documento on-line).

Funções, competências e prerrogativas


do delegado no inquérito policial
O inquérito policial é um procedimento investigativo e pré-processual, cuja
finalidade é apurar a autoria, a materialidade e as circunstâncias envolvendo
ilícitos de ordem penal. De acordo com o art. 4º do Código de Processo Penal
(CPP), o inquérito policial é de responsabilidade da polícia judiciária que,
conforme exposto anteriormente, será presidido pelo delegado de polícia.
O art. 5º do CPP afirma que o inquérito penal poderá tanto ser iniciado
de ofício pelo delegado de polícia quanto mediante requisição da autoridade
judiciária, do Ministério Público ou, ainda, por requerimento do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo. Quanto a isso, é interessante notar
que, embora o delegado de polícia não necessite de qualquer autorização para
8 Carreiras jurídicas na segurança pública

iniciar o inquérito policial, ao tomar ciência do ilícito penal, ele fica obrigado
a tomar as providências cabíveis.
O art. 6º do CPP enumera uma lista de competências atribuíveis ao delegado
de polícia no curso do inquérito policial:

I — dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e


conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II — apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais;
III — colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
IV — ouvir o ofendido;
V — ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI — proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII — determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e
a quaisquer outras perícias;
VIII — ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX — averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes
e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X — colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsá-
vel pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa (BRASIL, 1941,
documento on-line).

Com relação à lista supracitada, é importante deixar claro que não se trata
de um rol taxativo, mas apenas exemplificativo. Para reforçar tal posição, o
art. 2º, § 2º, da Lei 12.830/2013 dispõe que “durante a investigação criminal,
cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos
e dados que interessem à apuração dos fatos” (art. 2º). Da leitura de tal dis-
positivo legal, infere-se que o delegado de polícia pode requisitar quaisquer
provas que julgue necessárias para conduzir a investigação, com exceção
daquelas que a Constituição Federal proíbe (por exemplo, determinar que se
torture alguém para obter uma prova), bem como aquelas que dependem de
uma autorização judicial específica (por exemplo, a interceptação telefônica,
a quebra de sigilo bancário e fiscal ou a busca e apreensão).
Embora o delegado de polícia não tenha competência para arquivar inqué-
ritos policiais por conta própria (art. 17, CPP), sendo apenas o juiz a autoridade
competente para resolver sobre tal arquivamento, por conta do disposto no
Carreiras jurídicas na segurança pública 9

art. 18 do CPP, nada impede que o delegado de polícia continue a investigação


mesmo depois da decisão do juiz pelo arquivamento do inquérito.
Outra prerrogativa importante do delegado de polícia é o fato de que, via
de regra, ninguém pode tirá-lo da direção da investigação criminal para a
qual foi incumbido. Quanto a isso, o art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013 estipula:

Art. 2º, § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em


curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação (BRASIL, 2013,
documento on-line).

Em função disso, pode-se dizer que uma investigação criminal só poderá


ser avocada ou redistribuída por duas razões:

 em função do interesse público;


 nos casos em que o delegado de polícia prejudicar a investigação, des-
cumprindo os procedimentos previstos nos regulamentos da corporação.

Avocação e redistribuição
A avocação acontece quando o superior hierárquico retira a investigação do delegado
de polícia incumbido e passa a conduzi-la por si mesmo. Já a redistribuição acontece
quando o superior hierárquico retira a investigação do delegado de polícia e incumbe
outro delegado para conduzi-la.

Outra competência, ou prerrogativa, do delegado de polícia na investigação


criminal diz respeito à decisão de indiciar ou não alguém por um determinado
ilícito penal. Nesse contexto, o art. 2º, § 6o, da Lei nº. 12.830/2013, dispõe que
“o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamen-
tado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,
materialidade e suas circunstâncias”. Em função disso, pode-se afirmar que,
além de dirigir a investigação, cumpre apenas ao delegado de polícia decidir
motivadamente se alguém será indiciado, indicando qual crime foi cometido
e quais as suas circunstâncias específicas.
10 Carreiras jurídicas na segurança pública

1. No que tange à distinção entre 2. A propósito dos órgãos responsáveis


polícia judiciária e polícia ostensiva, pela segurança pública, assinale
assinale a alternativa correta. a alternativa correta.
a) Enquanto a polícia ostensiva a) Conforme a Constituição
atua de modo preventivo, com Federal, as guardas municipais
vistas a evitar que os crimes são órgãos responsáveis
aconteçam, a polícia judiciária pela segurança pública.
atua de modo repressivo ou b) Os órgãos elencados no
investigativo, posteriormente ao art. 144 da Constituição
acontecimento do ilícito penal. Federal constituem um rol
b) Enquanto a polícia judiciária meramente exemplificativo.
atua de modo preventivo, com c) Enquanto a Polícia Federal e a
vistas a evitar que os crimes Polícia Civil atuam no contexto
aconteçam, a polícia ostensiva da União, as polícias militares e
atua de modo repressivo ou os corpos de bombeiros atuam
investigativo, posteriormente ao no contexto dos estados.
acontecimento do ilícito penal. d) A Polícia Federal desempenha
c) Enquanto a polícia ostensiva apenas a função de
atua de modo preventivo, polícia judiciária.
posteriormente ao e) No contexto estadual, a
acontecimento do ilícito função da polícia judiciária é
penal, a polícia judiciária desempenhada pela polícia civil.
atua de modo repressivo ou 3. No que diz respeito às exigências
investigativo, com vistas a evitar para o ingresso na carreira de
que os crimes aconteçam. delegado da Polícia Federal,
d) Enquanto a polícia judiciária assinale a alternativa correta.
atua de modo preventivo ou a) O ingresso no cargo de delegado
repressivo, posteriormente ao de Polícia Federal, realizado
acontecimento do ilícito penal, a mediante concurso público
polícia ostensiva atua de modo de provas e títulos, com a
investigativo, com vistas a evitar participação da Ordem dos
que os crimes aconteçam. Advogados do Brasil (OAB),
e) Enquanto a polícia ostensiva é privativo de bacharel em
atua de modo investigativo, Direito e exige 3 (três) anos de
posteriormente ao atividade jurídica ou policial,
acontecimento do ilícito penal, comprovados no ato de posse.
a polícia judiciária atua de modo b) O ingresso no cargo de
repressivo, com vistas a evitar delegado de Polícia Federal,
que os crimes aconteçam. realizado mediante concurso
Carreiras jurídicas na segurança pública 11

público de provas ou títulos, c) O inquérito policial não


com a participação da OAB, pode ser iniciado de ofício
é privativo de bacharel em pelo delegado de polícia.
Direito e exige 3 (três) anos de d) O inquérito policial não precisa
atividade jurídica ou policial, ser iniciado pelo delegado
comprovados no ato de posse. de polícia, mesmo que tome
c) O ingresso no cargo de delegado ciência do ilícito penal.
de Polícia Federal, realizado e) O inquérito policial é sempre
mediante concurso público iniciado por requisição
de provas e títulos, com a do Ministério Público.
participação da OAB, é privativo 5. A propósito das competências
de bacharel em Direito e exige 2 e prerrogativas atribuíveis
(dois) anos de atividade policial, ao delegado de polícia no
comprovados no ato de posse. inquérito policial, assinale a
d) O ingresso no cargo de alternativa correta.
delegado de Polícia Federal, a) O delegado de polícia
realizado mediante concurso pode arquivar de ofício
público de provas ou títulos, o inquérito policial.
com a participação da OAB, b) O inquérito policial não
é privativo de bacharel em poderá, em hipótese alguma,
Direito e exige 2 (dois) anos de ser avocado ou redistribuído
atividade jurídica ou policial, por superior hierárquico.
comprovados no ato de posse. c) O inquérito policial só poderá
e) O ingresso no cargo de ser avocado ou redistribuído
delegado de Polícia Federal, por superior hierárquico,
realizado mediante concurso mediante despacho
público de provas ou títulos, fundamentado, por motivo
com a participação da de interesse público.
OAB, exige qualquer curso d) O inquérito policial só
superior, bem como 2 (dois) poderá ser avocado ou
anos de atividade policial, redistribuído por superior
comprovados no ato de posse. hierárquico, independente de
4. A propósito do início do inquérito fundamentação, por motivo
policial, assinale a alternativa correta. de interesse público.
a) O inquérito policial só pode ser e) O inquérito policial poderá ser
iniciado após autorização da avocado ou redistribuído por
autoridade judiciária competente. superior hierárquico, mediante
b) O inquérito policial pode despacho fundamentado, por
ser iniciado de ofício pelo motivo de interesse público.
delegado de polícia.
12 Carreiras jurídicas na segurança pública

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de


outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituição.htm>. Acesso em: 14 jun. 2018.
BRASIL. Decreto-lei nº. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 out. 1941. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em:
14 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.266, de 15 de março de 1996. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 18 mar. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/l9266.htm>. Acesso em: 14 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 12.830, de 20 de junho de 2013. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 21 jun. 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12830.htm>. Acesso em: 14 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.047, de 2 de dezembro de 2014. Diário Oficial [da] República Fede-
rativa do Brasil, Brasília, DF, 3 dez. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/L13047.htm>. Acesso em: 14 maio 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso extraordinário com Agravo nº. 654432/
GO. Rel. Min. Edson Fachin, Julgado em: 5 abr. 2017. Disponível em: <http://www.stf.
jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=654432&classe=ARE&
origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M>. Acesso em: 14 maio 2018.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
NOVELINO, M. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. Salvador: Jus Podivm, 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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