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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CCHS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


Disciplina: Direito Civil VI - Família e Sucessões
Professora: Aline Antunes Gomes

Material para as aulas de Direito de Família


Semestre 2021.01
Aula 2

DIREITO PESSOAL DE FAMÍLIA

É o ramo do direito privado (parte do direito civil) que contempla o conjunto de normas
jurídicas que regulam as relações familiares.

ATENÇÃO: Embora o direito de família contenha preceitos de ordem pública, não se identifica com
o direito público, pois o objetivo é garantir a autonomia da vontade dos indivíduos na formação das
entidades familiares.

O Código Civil inicia o direito de família no artigo 1.511, que trata do casamento.

CASAMENTO

O casamento é um ato jurídico negocial, solene e público, pois sua constituição depende de
manifestações e declarações de vontade sucessivas, além da oficialidade de que é revestido, estando
sua eficácia sujeita aos atos estatais.
O artigo 1.511 do CC/2002 apresenta a finalidade do casamento, que é estabelecer comunhão
plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges, uma vez que o casal assume
mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.

ATENÇÃO: É proibido (defeso) a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na


comunhão de vida instituída pela família, conforme disposto no artigo 1.513 do CC/2002.

A sociedade conjugal gera dois tipos de vínculos: (a) vínculo conjugal entre os cônjuges; (b)
vínculo de parentesco por afinidade, ligando um dos cônjuges aos parentes do outro. Os pais dos
casados viram sogro e sogra. Os parentes colaterais até o segundo grau (os irmãos e irmãs) tornam-
se cunhados(as). Findo o casamento, o parentesco em linha reta (sogro, sogra, genro e nora) não se
dissolve, gerando, inclusive, impedimento para o casamento (art. 1.521, inciso I, CC/02).
Além disso, ressalta-se que com o casamento ocorre a alteração do estado civil dos consortes.
Solteiros, viúvos ou divorciados adquirem a condição de casados. Essa identificação do estado civil
serve para dar publicidade à condição pessoal e, também, à situação patrimonial, proporcionando
segurança aos terceiros.

CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

A maioridade acontece aos 18 anos. A partir desta idade as pessoas podem livremente casar e
escolher o regime de bens. Porém, a legislação permite o casamento a partir dos 16 anos (art. 1.517,
CC/02). É a chamada idade núbil.
Dos 16 até os 18 anos as pessoas são relativamente incapazes (art. 4°, CC/02) e precisam ser
assistidas para os atos da vida civil. Assim, até completarem a maioridade civil, é necessária
autorização dos pais para o casamento (art. 1.634, inciso III, CC/02). Como é indispensável a
concordância de ambos os genitores, se um não anuir, é possível o suprimento judicial do
consentimento (art. 1.517, parágrafo único, art. 1.519 e art. 1.631, parágrafo único, CC/02).
A ausência de consentimento dos pais torna o casamento anulável (art. 1.550, inciso II,
CC/02). Ainda que concedida autorização, esta pode ser revogada, mas somente até a data das núpcias
(CC, 1.518). Celebrado o casamento, cessa a menoridade (CC, 5°, parágrafo único, II).

ESPÉCIES DE CASAMENTO

1) CIVIL: O casamento civil é realizado perante o oficial do Cartório do Registro Civil. Trata-se de
ato solene, levado a efeito por um celebrante e na presença de duas testemunhas, nas dependências
do cartório, ou em outro local.
A celebração é gratuita, conforme previsão do art. 226, § 1º, CF/88 e art. 1.512, CC/02.
Contudo, o processo de habilitação e a emissão da certidão são feitos mediante pagamento, salvo nos
casos em que a pobreza for declarada. Nessa situação, a isenção do pagamento das custas estende-se
à habilitação, ao registro do casamento e à primeira certidão, conforme dispõe o art. 1.512, parágrafo
único, CC/02. Assim, basta que os nubentes firmem singela declaração afirmando falta de recursos
para serem dispensados de qualquer ônus.

PROCESSO DE HABILITAÇÃO DO CASAMENTO

O processo de habilitação do casamento é o procedimento instaurado perante o Cartório do


Registro Civil do domicílio de um ou de ambos os noivos que possuem o objetivo de contrair o
casamento. A regulamentação está prevista no Código Civil (artigo 1.525 e seguintes) e na Lei dos
Registros Públicos (artigo 67 e seguintes).
A habilitação é o documento expedido pelo Cartório de Registro Civil que informa que os
nubentes estão habilitados para se casar. Para requerer a habilitação, os noivos preenchem um
formulário, declarando seus domicílios e dos seus pais (se eles forem conhecidos). Além disso, devem
apresentar a certidão de nascimento, se forem solteiros, a certidão de óbito, se forem viúvos, o registro
de divórcio, se divorciados, ou registro de anulação do casamento. E caso os nubentes sejam menores,
precisam apresentar a autorização por escrito dos pais ou a decisão judicial que supre o
consentimento.
É necessário, também, juntar o pacto antenupcial ou o termo de opção pelo regime de
comunhão parcial de bens; e a declaração de duas testemunhas que atestem conhecer os noivos e
afirmem desconhecer impedimentos que os iniba de se casar.

ATENÇÃO: Nas hipóteses em que existem causas suspensivas à realização do casamento (art. 1.523,
CC/02), para ser afastado o regime da separação legal de bens, precisa ser juntada a decisão judicial
que dispensou sua obrigatoriedade.

ATENÇÃO: Para as pessoas autodeclaradas pobres, a habilitação, o registro e a primeira certidão


serão gratuitos, ou seja, isentos de selos, emolumentos e custas, de acordo com o disposto no artigo
1.521, parágrafo único, CC/02.

Conforme previsão do artigo 1.532 do CC/2002, essa habilitação tem eficácia por 90 dias.

ATENÇÃO: Apesar da lei referir que a habilitação deve ser feita pessoalmente (art. 1.526, CC/02),
é autorizado que o requerimento seja firmado por procurador com poderes especiais (art. 1.525,
CC/02).
Atendidos os requisitos e verificando o Oficial a inexistência de fatos impeditivos, é extraído
edital, a ser afixado durante 15 (quinze) dias no cartório em que os nubentes têm sua residência (e
não na cidade em que foi registrado o nascimento dos noivos). Como a lei não exige que o casamento
seja realizado no local da habilitação de um ou ambos os nubentes, o edital é publicado também no
local onde cada um reside (art. 1.527, CC/02). Se houver jornal local, deve ser publicado na imprensa.
Esse prazo serve para a oposição de eventuais impedimentos, sendo que em caso de urgência,
a publicação pode ser dispensada (art. 1.527, parágrafo único, CC/02).
Apurada a existência de impedimentos ou de causas suspensivas mediante denúncia escrita e
acompanhada de provas, deve o oficial dar ciência aos noivos da oposição apresentada, para
oportunizar a contraprova.

ATENÇÃO: Evidenciada a ocorrência de má-fé do denunciante, é possível a qualquer dos nubentes


promover ação civil ou criminal contra ele, conforme previsão do artigo 1.530, parágrafo único, do
Código Civil de 2002.

ATENÇÃO: No processo de habilitação não há intervenção judicial, só do Ministério Público.


Exclusivamente no caso de haver impugnação por parte do oficial, do Ministério Público ou de
terceiro, a habilitação é submetida ao juiz, conforme disposição do artigo 1.526, parágrafo único do
CC/02.

Assim, cumpridas as formalidades, realizada a audiência do Ministério Público e verificada a


inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.

Resumo do processo de habilitação:


1) Requerimento firmado por ambos os nubentes, de próprio punho ou por procurador, com a
apresentação da documentação descrita no artigo 1.525 do CC/02.
2) Audiência do MP (e se ocorrer impugnação do oficial do registro civil ou do representante do MP
haverá submissão ao juiz);
3) Fixação de edital, pelo prazo de 15 (quinze) dias, nas circunscrições do Registro Civil de ambos
os nubentes e, obrigatoriamente, publicado na imprensa local, se houver.
** Dispensa de proclamas: quando houver pedido de urgência endereçado ao juiz. Exemplo:
transferência de serviço para outro Estado.
** Apresentação de impedimentos ou causas suspensivas: por escrito, com assinatura e provas em
anexo (ou indicação do lugar onde podem ser encontradas) e apresentação da oposição aos nubentes
para que possam opor defesa.
4) Emissão do certificado de habilitação (validade: 90 dias).

CELEBRAÇÃO, PROVAS E EFICÁCIA DO CASAMENTO

A celebração do casamento é gratuita, conforme previsão do artigo 226, parágrafo 1º da CF/88


e artigo 1.512 do CC/02.
O ato será realizado em dia, hora e local anteriormente designados pelo juiz de paz, que tem
competência outorgada pela Constituição para realizá-lo (art. 98, inciso II, CF/88)1. A indicação de
quem exerce a atividade de celebrante é feita pelas leis estaduais, variando de Estado para Estado.

ATENÇÃO: Os nubentes podem indicar uma data dentro do prazo do certificado de habilitação, mas
a decisão final é do oficial do registro civil.
→ Se a autoridade competente não puder comparecer, só pode ser substituído pelo substituto legal.

1
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão [...] II - justiça de paz, remunerada, composta
de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
→ O cartório competente é aquele que emitiu o certificado de habilitação.

A solenidade é realizada nas dependências do Cartório do Registro Civil, onde foi feita a
habilitação, mas pode ocorrer em outro local, mediante autorização do celebrante. Necessitam estar
presentes: a autoridade celebrante; os noivos ou procurador com poderes especiais; o oficial do
registro civil e duas testemunhas, que podem ser parentes dos noivos.

ATENÇÃO: Na hipótese de algum dos nubentes não saber ou não poder assinar; e no caso da
celebração ocorrer em local particular, será necessária a presença de quatro testemunhas.

ATENÇÃO: Em caso de doença grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler
e escrever, devendo o termo avulso ser registrado no respectivo registro dentre de 5 (cinco) dias,
perante duas testemunhas.

Na celebração, o juiz de paz deve perguntar aos nubentes se pretendem se casar por livre e
espontânea vontade. Ouvida a palavra “sim”, o celebrante declara efetuado o casamento. Porém, caso
um dos nubentes não tenha certeza ou manifeste que a intenção não é livre, a celebração será suspensa,
não podendo o nubente se retratar no mesmo dia.
Desta forma, o casamento se efetua mediante o cumprimento de dois requisitos: a
manifestação de vontade dos noivos e a afirmação do celebrante que os declara casados.
Após a celebração, é lavrado o assento no livro de registro civil das pessoas naturais, que é
assinado pelo presidente do ato, cônjuges, testemunhas e o oficial ele registro. No assento deve
constar a qualificação dos recém-casados, dos seus pais e das testemunhas, além dos dados relativos
à habilitação e ao regime de bens. Também é anotado o nome que os cônjuges passarão a utilizar,
pois qualquer deles pode adotar o sobrenome do outro. Como já estão casados, os cônjuges devem
assinar o nome que adotaram.
O registro do casamento tem finalidade certificatória, e a certidão do registro serve de prova
de sua celebração. Na ausência do registro, justificada sua falta, perda ou extravio, admite-se qualquer
outro meio de prova, conforme previsão do artigo 1.543, parágrafo único, do CC/02. Contudo, não se
trata da simples perda da certidão, já que pode ser emitida segunda via. Trata-se do desaparecimento
do próprio registro, seja do livro ou do cartório onde foi efetuado o lançamento.

2) RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS: Conforme estabelece o artigo 1.515 do CC/2002, o


casamento religioso pode ser equiparado ao civil, desde que cumpra os seguintes requisitos: (a)
habilitação, que pode ser feita antes ou depois do ato de celebração; e (b) inscrição no Registro Civil
das Pessoas Naturais (art. 71 e 74, LRP).
No caso de prévia habilitação, o prazo para registro é de 90 dias. Depois desse prazo, é possível
o registro, desde que efetuada nova habilitação. Dessa forma, realizado o casamento religioso sem as
formalidades legais, pode ser inscrito a qualquer tempo no registro civil. Basta que se proceda à
devida habilitação (art. 1.516, CC/02).
Atenção: A busca de efeitos civis para o casamento religioso é admitida a qualquer tempo.
Procedidos a habilitação e o registro, ainda que tardio, os efeitos civis retroagem à data da solenidade
religiosa (art. 1.515, CC/02).

CUIDADO: Se um dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil, o registro civil
do casamento religioso será nulo!

ATENÇÃO: O Brasil é um país laico, que não prioriza uma religião em detrimento de outras. Em
razão disso, pode ser reconhecido para fins registrais, o ato de celebração realizado por qualquer
credo, igreja ou seita, como, por exemplo, as cerimônias das religiões de matriz afro-brasileiras e o
casamento cigano. Nada justifica que se deixe de admitir efeitos civis aos casamentos celebrados por
qualquer religião. Basta que esta professe fé e que não se afaste dos princípios estruturantes da
sociedade.

3) POR PROCURAÇÃO: Ainda que não se possa dizer que seja uma espécie de casamento, o
casamento por procuração é uma modalidade de casar (art. 1.542, CC/02). Por ausência de óbice
legal, ambos os noivos podem ser representados por procurador. A procuração deve ser outorgada
por instrumento público com poderes especiais e tem validade pelo prazo de 90 dias. A revogação
também deve ser feita por instrumento público. Se a revogação não chegar a tempo ao conhecimento
do mandatário e o casamento for celebrado, o mandante responde por perdas e danos (art. 1.542, §
1º, CC/02). Revogado o mandato, a lei o tem por anulável (art. 1.550, inciso V, CC/02). E há a
possibilidade de o casamento ter validade na hipótese de, mesmo revogado o mandato, ocorrer a
coabitação entre os cônjuges.

4) NUNCUPATIVO: É o casamento realizado quando um dos nubentes está em iminente risco de


morrer (art. 1.540 a 1.542, CC/02). Em face da urgência, é possível sua celebração sem juiz de paz e
sem prévia habilitação. Não é necessário o atendimento de nenhum dos requisitos legais. Basta a
presença de seis testemunhas que não tenham parentesco (em linha reta ou colateral, até segundo
grau) com os nubentes. No prazo de 10 dias, as testemunhas devem confirmar o casamento perante a
autoridade judicial que, antes de mandar registrar o casamento, deve proceder a uma investigação, a
fim de apurar a veracidade da situação.
Atenção: todo esse procedimento é dispensável se o enfermo convalescer e ratificar o
casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro. Ainda que não o explicite
a lei, devem ambos os cônjuges, e não só o enfermo, ratificar o casamento. Em qualquer das duas
hipóteses (quer o noivo sobreviva ou não), os efeitos do casamento retroagem à data de sua
celebração.

5) PUTATIVO: Trata-se do casamento nulo ou anulável, mas contraído de boa-fé por um ou por
ambos os cônjuges (art. 1.561, CC/02). Mesmo desconstituído, o casamento produz efeitos com
relação ao cônjuge que estava de boa-fé. Este período de validade vai da data da celebração até o
trânsito em julgado da sentença que o desconstituiu. Assim, quanto ao cônjuge que casou de boa-fé,
a sentença tem efeito ex nunc, o casamento só se desfaz depois de a sentença tornar-se definitiva. Já
quanto ao cônjuge que agiu de má-fé, por ter ciência da causa nulificante do casamento, o efeito da
anulação é ex tunc, retroage à data da celebração. É como se o casamento não tivesse existido.

6) HOMOAFETIVO: O fato de a lei estabelecer (art. 1.565, CC/02) que, pelo casamento, homem e
mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos
da família não significa que esteja limitando o casamento a casais heteroafetivos. Há possibilidade de
reconhecimento de casais homoafetivos, conforme decisão do STF na ADI nº 4.277 e na ADPF nº
132 e da conversão da união estável em casamento, bem como da habilitação para o casamento,
conforme decisão do STJ (REsp 1.183.378/RS) e da Resolução nº 175 do CNJ que impediu que fosse
negado acesso ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Art. 1º, Resolução nº 175, CNJ: Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de
habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento
entre pessoas de mesmo sexo.

7) CONSULAR: É o casamento de brasileiro realizado no estrangeiro, perante a autoridade consular


brasileira. O cidadão brasileiro que reside no exterior tem a opção de casar conforme a lei pátria, no
consulado, caso não queira sujeitar-se à legislação local. O casamento deve ser submetido a registro,
no prazo de 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao País. O registro é feito no
cartório do domicílio dos nubentes ou, se não tiverem domicílio certo, no 1º Ofício da Capital do
Estado em que passarem a residir (art. 1.544, CC/02).
8) DE ESTRANGEIROS: A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (art. 7º, LINDB)
estabelece que a legislação do país onde está domiciliada a pessoa determina as regras gerais sobre
direito de família. Assim, o estrangeiro, domiciliado no Brasil, pode buscar o reconhecimento de seu
casamento no território brasileiro. Para isso, é necessário o registro da certidão do casamento, com a
devida tradução e a autenticação pelo agente consular brasileiro (art. 32, LRP).

Art. 32. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro


serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as
certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.

9) CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO: A Constituição recomenda que a


lei facilite a conversão da união estável em casamento, conforme previsão do artigo 226, parágrafo
terceiro.
Esse dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei nº 9.278/96, que definiu a
possibilidade da união estável ser convertida em casamento mediante requerimento ao Oficial do
Registro Civil da circunscrição de seu domicílio.
Porém, o artigo 1.726 do Código Civil de 2002 (“A união estável poderá converter-se em
casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil”) exige pedido
judicial da conversão e assento no registro civil, mas não revogou o texto constante na Lei n°
9.278/96, motivo pelo qual tem se aceitado ambas as formas de conversão: administrativa e judicial.

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