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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENERGIA

PLANO DECENAL DE ENERGIA 2019

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

JUIZ DE FORA

2011
Eficiência Energética
A abordagem serão as premissas de eficiência energética utilizadas nas projeções de demanda
de energia, e a quantidade conservada. Para os setores industriais e de transporte foi analisado o
consumo e a conservação em relação a energia total (incluindo eletricidade), nos demais setores
apenas eletricidade.

Conceitos e Definições

A EPE para realizar suas projeções de demanda de energia, considera a eficiência energética por
setor de consumo.

Eficiência Energética

O conceito de eficiência energética é a relação entre um produto realizado ou um bem


produzido e a quantidade de energia total utilizada.

Assim, destacamos:

• A eficiência é associada a quantidade efetiva de energia final utilizada;

• O conceito é aplicável tanto para a manufatura, onde para a produção de determinado


bem físico pode ser quantificada, quanto para serviços em que a energia não pode ser
quantificada, mas podemos considerar a energia necessária para a prestação do serviço.

As referencias a eficiência energética no PDE são relativas tanto ao consumo de energia por
produto, quanto ao processo de redução do consumo para o mesmo produto, iremos tratar esse
assunto utilizando indicadores sócio-econômicos, como exemplo o consumo de energia por
residência.

Algumas expressões como energia conservada será utilizada, mas se trata de um sinônimo para
redução efetiva de consumo de energia.

No discorrer do texto iremos buscar a indicação dos montantes de energia conservada, que
indicarão a diferença entre a demanda final de energia considerando os ganhos de eficiência
energética , e o consumo tomando como base os números levantados em 2009, ou seja com os
padrões tecnológicos mantidos.

• As premissas e os resultados levantados fazem referência a uma mesma demanda, ou


seja mantendo a produção industrial, serviços e conforto, sendo uma variável apenas a
energia demandada para este fim.

• Não foram consideradas mudanças de hábitos, ou no regime de operação dos


equipamentos, mas apenas os ganhos com eficiência em cada seguimento avaliado.

Indicadores de Eficiência Energética

Os critérios de eficiência energética associado aos setores de consumo ou atividades


econômicas serão apresentados na tabela abaixo:
Energia Útil

O conceito de energia útil também é retratado no PDE, e faz referência a parcela da energia
final efetivamente utilizada em determinada atividade, desprezando as perdas, se tratando de um
produto da energia final multiplicado por um fator de rendimento econômico, esta estimativa é
apresentada no Balanço de Energia Útil – BEU, publicado em intervalos de 10 anos, este valor
se refere apenas a primeira transformação de energia do processo produtivo, tratando-se de uma
simplificação e reduzindo o potencial de economia calculado por não considerar perdas (e
consequentes oportunidades de aumento da eficiência) para todo o sistema energético: as perdas
reais serão sempre maiores do que as estimadas neste caso.

Para a análise o BEU apresenta dois valores para o rendimento, em relação ao potencial de
economia de energia:

• Rendimento associado as instalações em atividade no Brasil, chamado rendimento real;


• Rendimento de referência, que seria um valor disponível no mercado
para equipamentos comercializados.

Progressos Tendencial e Induzido

Os movimentos relacionados ao aumento da eficiência energética são:

• O tendencial trata o aumento de forma usual, incluindo troca de equipamentos devido


ao fim de vida útil dos mesmos e os efeitos de programas e ações de conservação;
• O denominado induzido faz referencia aos programas e ações direcionado a cada setor,
como por políticas publicas, programas e mecanismos ainda não implatados no Brasil
fazem parte desse movimento.

Sendo neste trabalho a conservação tratada o resultado de uma combinação dos dois
movimentos tendencial e induzido.

Principais resultados

A tabela que segue faz referencia a evolução do consumo de energia no Brasil.


Como citado as analises relativas ao consumo de eletricidade consideram todos os setores,
inclusive a autoprodução.

A energia elétrica conservada estimada para 2019 corresponde ao atraso da construção de uma
usina hidrelétrica com capacidade de 4800 MW, ou aproximadamente 3800 MW em
termelétricas.

Energia elétrica conservada por setor.

Conservação da energia final total por setor.

Os principais indicadores associados ao consumo total de energia elétrica no Brasil, são:


Considerando as diferenças metodológicas e de horizonte temporal, é importante salientar que
os resultados do PDE são aderentes às projeções do PNEf (Plano Nacional de Eficiência
Energética), que está em fase final de elaboração pelo MME, com participação da Empresa de
Pesquisa Energética – EPE e de outras instituições.

Setor Residencial

Para fazer o levantamento da demanda por energia elétrica foram utilizadas duas metodologias,
sendo uma agregada, em que se tomaram por base dois indicadores, um é a relação entre o
número de consumidores e a população e o outro é o consumo médio por consumidor
residencial. A segunda metodologia desagregada baseou-se na demanda por uso final, ou seja, o
número de domicílios, a posse média e o consumo especifico por equipamento, destacando que
os novos equipamentos adquiridos serão mais eficientes.

Considerando a analise desagregada, pode-se comparar a energia conservada com os valores


previstos e com os valores se não houvesse alteração no rendimento energético dos
equipamentos. Desta forma:

• O cálculo da energia conservada tem por base o mesmo número de domicílios e


atendimento pela rede elétrica;
• Não se considera diferença de posse e uso;
• A energia conservada se deve a eficiência de novos equipamentos.

É considerada a redução do consumo de eletricidade pela crescente utilização de novas fontes


de energia, mas não será contabilizado como energia conservada.
Setor Industrial

A energia conservada no setor industrial, é a diferença entre o consumo de energia obtido com a
melhoria do rendimento energético, e o valor obtido para uma mesma produção caso não
houvesse alteração no rendimento.

Conservação de energia elétrica no setor industrial.

A intensidade elétrica no período avaliado, apresenta trajetória ascendente, de certa forma


devido ao pequeno avanço de indústrias eletro-intensivo, e também a primarização de alguns
segmentos, reduzindo a expansão do valor agregado do setor industrial.

Como visto no gráfico que segue, os setores que mais contribuíram para a conservação de
energia elétrica foram siderurgia, não ferrosos e papel e celulose.
Consumo especifico total de energia.

Conservação de energia para aquecimento e calor do processo.

Ganhos setoriais em eficiência energética.


Participação de cada setor na conservação de energia.

Setor comercial

No período avaliado destaca-se um rendimento do estoque de equipamentos, para equipamentos


elétricos, o aumento da eficiência acompanha a evolução verificada
nas edições do BEU (Balanço de Energia Útil), e atinge valor próximo a 4% ao final do período
de análise, no período avaliado se espera um forte crescimento no consumo de eletricidade, e
uma conservação de 4,1% em 2019 de energia, observa-se na tabela um aumento no indicador
intensidade elétrica.
Outros Setores

Para demais setores, sendo poder público, agropecuária, energético e transportes, há uma
expectativa de conservação igual a 3,5% em 2019.

Já no setor de transportes, veículos leves, tem-se uma premissa de conservação de 0,7% a.a para
carros novos. Para veículos pesados em 2019 espera-se uma conservação de 5%.

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