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N° 83 - Decembro 2018

Boas Festas e um ótimo ...


Felices fiestas y un óptimo ...
Joyeuses fêtes et un optimum ...
Buone Feste e un ottimo ...

2019

Revista Digital de Podologia


Gratuita - Em português
Revistapodologia.com n° 83
Decembro 2018

Diretor
Alberto Grillo
revista@revistapodologia.com

ÍNDICE
Pag.

5 - Inovação. Substituição do Fenol pelo Ácido Tricloroacético no Tratamento da


Matricectomia Parcial com Técnica do Fenol/Álcool.
Eduardo R. Moreno. Licenciado en Podología. Argentina.
9 - Onicomicose: Diagnósticos e Tratamentos.
Podóloga Milena Kelner. Brasil.
31 - Compilado de fotos do PodoSur 2018.

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do material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.
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Inovação. Substituição do Fenol pelo Ácido Tricloroacético
no Tratamento da Matricectomia Parcial com Técnica do
Fenol/Álcool
Eduardo R. Moreno. Licenciado en Podología. Argentina.

Comentário pós-operatória e tempo de recuperação do que


outros métodos. (1)
Este trabalho de pesquisa surge da impossibili-
dade de obter fenol na área onde pratico minha Fenol
profissão "a Podologia", em Santa Fé-Argentina,
já que a venda e uso de fenol em altas concentra- É usado para produzir resinas fenólicas na
ções esta proibida, incluindo seu armazenamen- fabricação de nylon e outras fibras sintéticas.
to, e conheciendo as bondades e resultados do É também importante na indústria química,
Tratamento de Matricectomia parcial de lâmina farmacêutica e clínica, pois é um poderoso bac-
ungueal - com queima química - Técnica teri-cida, fungicida, antisséptico e desinfetante.
Fenol/Álcool, descrita por inúmeros autores.
A aplicação de fenol concentrado na pele pode
Essa situação me leva a procurar um substituto causar sérios danos à pele. A exposição curta a
de fenol para esta aplicação, eu consultei dois altos níveis de fenol produz irritação do trato res-
doutorados em Bioquímica, um dermatologista e piratório e tremores musculares. A exposição
um gerontologista explicando a técnica e propon- prolongada a níveis elevados de fenol causou
do o Ácido Tricloroacético (ATC) para a queima danos no coração, rins, fígado e pulmões.
química de células matriciais em substituição do
fenol, "todos eles concordaram que era possível O fenol produz uma queimação centralizada do
fazê-lo usando o ATC". terceiro grau do tecido da matriz. Durante várias
semanas produz um exsudado seroso a medida
Depois destas certezas, comecei a aplicá-lo em que a ferida se desprende do tecido necrótico e
tratamentos, obtendo os mesmos resultados e atinge sua cura. (2)
efeitos que os descritos e testados com a técnica
fenol/álcool (a morte das células matriciais no O fenol acarreta os seguintes riscos:
setor onde é aplicada).
Contato com a pele:
Palavras-chave: onicocriptose, matricectomia, A aplicação de fenol concentrado na pele pode
fenol, ácido tricloroacético (ATC). causar sérios danos à pele.

Introdução Ante a inalação:


A exposição curta a altos níveis de fenol produ-
A onicocriptose ocorre quando a pele periun- ziu irritação do trato respiratório e tremores
gueal é penetrada pela lâmina ungueal corres- musculares.
pondente. Geralmente afeta adultos jovens e
resulta em morbidade significativa. A exposição prolongada a níveis elevados de
fenol causou danos no coração, rins, fígado e pul-
Muitas cau-sas foram sugeridas, tanto hereditá- mões. (3)
rias quanto adquiridas.
Ácido tricloroacético (ATC)
Entre as opções terapêuticas estão medidas
conservadoras e tratamentos cirúrgicos. É um componente orgânico derivado do vinagre
e amplamente utilizado em certas terapias para
O último grupo inclui a laminectomia par-cial doenças de pele, é o ácido tricloroacético.
associada à matricectomia com fenol, que está Geralmente indicado como ATC, é obtido pela
associada a menores taxas de recorrência, dor reação de ácido acético e cloro na presença de

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um catalisador, no qual três moléculas de hidrogênio do grupo metila são substituídas por átomos
de cloro.

Quando o ácido tricloroacético é aplicado, a necrose coagulativa das células é causada com a con-
sequente morte celular. (4)

Discussão

Comprovado e descrito por vários autores, a Técnica Fenol/Álcool aplicada a uma matricec-tomia
parcial da lâmina ungueal é uma boa escolha para terminar com onicocriptoses recor-rentes.

Baixa taxa de recorrência é obtida. Pós-operatório indoloro. Incorporação rápida na atividade diária.
Bons resultados estéticos e funcionais. Fácil execução da técnica. Não requer e-quipamento especial
(5).

Maticectomia parcial química da placa ungueal Fenol / Álcool Técnica, continua a ser o Tra-tamento
de primeira escolha quando de onicocriptose recorrente trata-se.

Fotos de alguns casos tratados com ácido tricloroacético a 90% em substituição ao Fenol.

1ª consulta 28/11/17 28/11/17 após o 7 dias


tratamento

2 meses 8 meses Novembro de 2018


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Tratamento finalizado
Maio 2018
Maio 2018

Novembro 2018 Novembro 2018

Já fiz mais de 50 tratamentos semelhantes, com apenas duas recorrências.

Conclusão

Pode-se concluir que o ATC ao 90% é uma boa opção para usar no lugar de fenol, com os mesmos
resultados quando se trata de matar células da matriz de laminas ungueais após a realização de uma
matricectomia parcial, e com menos riscos para quem a utiliza diariamente ou estão expostos aos
seus vapores com uma probabilidade de inalá-los.

Autor: Eduardo R. Moreno - Licenciado en Podología


Facultad de Bioquímica y Ciencias Biológicas Universidad Nacional del Litoral
Santa Fe - Argentina
Matricula Colegio de Podólogos de la Provincia de Santa Fe Nº 0678
Matricula Ministerio de Salud de la Nación Argentina Nº 4217
eduardomoreno2002@hotmail.com

Bibliografía

1. Dermatol. Argent. 2012, 325-328.


2. Revista Internacional de Ciencias Podológicas.
3. ATSDR, Agencia para sustancias tóxicas y el Registro de enfermedades.
4. https://acidos.info/tricloroacetico.
5. Bos A.M., Van Tilburg M.W., Van Sorge A.A., Klinkenbijl J.H. Randomized clinical trial of surgical
technique and local antibiotics for ingrowing toenail, Br. J. Surg., 2007, 94: 292-296.

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Onicomicose: Diagnósticos e Tratamentos

Trabalho apresentado por Milena Kelner, como requisito parcial, para conclusão do
Curso de Educação Profissional de Nível Técnico, na área da Saúde, com Habilitação de Técnico em
Podologia do INA – Instituto de Naturopatia Aplicada de Blumenau, Brasil.
Orientador: Profesor Marcelo Kertichka.

SUMÁRIO FIGURA 3: Trichophyton rubrum.


FIGURA 4: Trichophyton mentagrophytes.
1. INTRODUÇÃO. FIGURA 5: Células de Candida albicans, visuali
2. REVISÃO LITERÁRIA. zada em microscopia.
2.1 Podologia. FIGURA 6: Classificação das onicomicoses,
2.2 Sistema Tegumentar - Anatomofiologia. segundo a localização.
2.2.1 Aparelho Ungueal FIGURA 7: Onicomicose subungueal distal.
2.3 Onicoses. FIGURA 8: Aspectos clínicos dos diferentes tipos
2.4 Onicomicoses. de onicomicoses.
2.5 Epidemiologia. FIGURA 9: Onicomicose superficial branca.
2.6 Agentes etiológicos. FIGURA 10: Aspectos clínicos dos diferentes
2.7 Tipos de onicomicose. tipos de onicomicoses.
2.7.1 Onicomicose subungueal distal. FIGURA 11: Laser na podologia.
2.7.2 Onicomicose subungueal proximal. FIGURA 12: Alta frequência.
2.7.3 Onicomicose superficial branca. FIGURA 13: Cedro do Líbano.
2.7.4 Onicodistrofia total. FIGURA 14: Caneleira ou a milenar árvore de }
2.8 Diagnóstico. canela.
2.9 Prevenção. FIGURA 15: Citronela.
2.10 Tratamentos. FIGURA 16: Cravo folha.
2.10.1 Tratamento tópico. FIGURA 17: Lavanda.
2.10.2 Terapia sistêmica. FIGURA 18: Melaleuca.
2.10.3 Terapia combinada. FIGURA 19: O Patchouli.
2.10.4 Eletroterapia. FIGURA 20: Tomilho.
2.10.4.1 Laser.
2.10.4.2 Alta Frequência. 1. INTRODUÇÃO
2.11 Plantas medicinais.
2.12 Óleos essenciais. Onicomicoses são infecções fúngicas que aco-
2.12.1 Cedro. metem a lâmina ungueal e pode causar o seu
2.12.2 Canela. espessamento, descoloração, endurecimento e
2.12.3 Citronela. desintegração. Segundo Zenardi et al (2008,
2.12.4 Cravo folha. p.121) a onicomicose é a doença de unha mais
2.12.5 Lavanda. frequente e acomete aproximadamente 10% da
2.12.6 Melalaeuca. população de todo o mundo e representa até
2.12.7 Patchouli. 30% das infecções ungueais. Podem ser prove-
2.17.8 Tomilho. nientes da infecção por diversos tipos de fungos:
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. os dermatófitos, fungos não dermatófitos e as
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. leveduras. Nos dias de hoje pode ser considerada
um problema de saúde pública devido a sua alta
LISTA DE FIGURAS incidência na população e que está diretamente
associada a fatores como: higiene, idade, sexo,
FIGURA 1: Estrutura geral do tecido cutâneo. clima, moradia, vida social, entre outros.
FIGURA 2: Estrutura histológica do aparelho
ungueal. Os tratamentos convencionais consistem no
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uso de antifúngicos por via oral ou tópicos. Entretanto para Nogueira (2008), a podologia é
Diversos fatores precisam ser considerados para uma ciência da saúde humana que além de estu-
o sucesso no tratamento seja alcançado, como dar os pés tem como objetivo conhecer profunda-
por exemplo, o número de lâminas atingidas, o mente o tegumento, os anexos cutâneos, nervos,
nível de infecção, o agente etiológico e o compro- músculos, ossos e tendões. Portanto, consiste do
metimento do paciente. Um ponto muito forte estudo da anatomia, fisiologia humana bem
que pode levar ao insucesso do tratamento é que como prevenção e tratamento de patologias que
a eficiência dos fármacos está reduzida devido à acometem todo o conjunto podal.
resistência microbiana causada pelos diferentes
perfis de susceptibilidade aos agentes antifúngi- Desta forma, define-se tal ciência como aquela
cos. Além disso, para que a cura clínica seja que desenvolve o estudo biomecânico dos torno-
alcançada, o tratamento exige longos períodos zelos e pés a fim de compreender a marcha e os
de dedicação, podendo alcançar meses ou até problemas que podem causar dificuldades o que
anos, e com isso, os efeitos adversos se tornam permite atuar de forma mais efetiva no tratamen-
evidentes. to multidisciplinar (BEGA, 2006, p. 1).

Embora seja uma patologia, a procura pela A Podologia já existe no Brasil desde o ano
resolução da onicomicose por parte dos clientes 2000, antes disso existiam os calistas e os pedi-
é relacionada à estética. No entanto, as infecções curo-calistas. O calista apareceu na pré-história
fúngicas, quando não tratadas, podem provocar (há 5 milhões de anos), quando o homem adotou
mudanças substanciais na qualidade de vida do a posição ereta e começou a caminhar, assim,
paciente, limitando a prática de atividades físicas pode-se dizer que é uma das profissões mais
regulares, uma vez que as unhas se tornam antigas do mundo. Conta-se que a esposa do
espessas, causando pressão e irritando as bor- imperador Nero sofria de uma enfermidade nos
das ungueais ou quebradiças, deixando que a pés e que foi tratada por um soldado de Roma
parte distal dos metatarsos desprotegidos. Além chamado Cayus, que recebeu o título de calista,
disso, problemas mais graves podem ocorrer, permanecendo esta denominação que os podólo-
como ser uma porta de entrada para outras gos mantiveram até o final do século XX no Brasil
infecções. (MILEU, 2015).

Diante destas informações, percebe-se a impor- Os profissionais destaques desta área são: o
tância do estabelecimento de um tratamento podólogo e os enfermeiros podiatras, designados
adequado, a partir de novas tecnologias e opções os profissionais capazes de cuidar dos pés. O pri-
terapêuticas para o tratamento de onicomicoses. meiro é capacitado através do curso superior ou
Penso que o profissional podólogo deve atuar de técnico e o segundo através do curso superior de
forma concomitante a outros profissionais de Enfermagem acrescido da pós-graduação latu-
saúde, com técnicas de tratamento não invasi- sensu, de instituições credenciadas pelo
vas, para redução do impacto no paciente com Ministério da Educação (MEC). Ambos os profis-
este quadro instalado. sionais detêm o conhecimento aprofundado em
anatomia, fisiologia, biomecânica e patologias
Terapias fotodinâmicas (laser e alta frequência) dos pés (MADELLA, 2010a).
e terapias florais (óleos essenciais) são compro-
vadamente eficazes, relativamente acessíveis e Para Madella (2006, p.74), a atuação do podó-
podem ser manipuladas pelos profissionais téc- logo se dá no tratamento das afecções dos pés,
nicos em podologia, desta forma, este trabalho como calos, onicocriptose, onicomicoses e apli-
se propõe a revisar a literatura sobre as onicomi- cação de órteses para correção da lamina
coses e as principais formas terapêuticas utiliza- ungueal deformada ou encravada, porém é
das pelos profissionais podólogos. necessário que o profissional podólogo saiba
quando encaminhar seus pacientes para acom-
2. REVISÃO LITERÁRIA panhamentos com outros profissionais da saúde
como o médico ou nutricionista, se for necessá-
2.1 Podologia rio.

A origem da palavra podologia tem sua origem A atividade do profissional podólogo é conside-
no alfabeto grego, no qual o prefixo podos signi- ra como “atividades afins da medicina” e o podó-
fica pés e o sufixo logos significa tratado ou estu- logo sendo legalmente reconhecido por órgãos
do. Ou seja, a podologia é a área de conhecimen- governamentais deve procurar agir com zelo
to que se dedica ao estudo dos pés (Madella, máximo frente aos seus clientes (MADELLA,
2010a). 2010b).
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Sendo assim, cabe ao podólogo trabalhar com regiões como palma das mãos ou planta dos pés
biossegurança, ou seja, higienizar os materiais e (FANDOS, 2004, p. 16).
seu local de trabalho, fazer o uso de equipamen-
tos de proteção individual (EPIs), trabalhar com Além disso, a pele possui reentrâncias e saliên-
esterilização de instrumentos, fazer descarte cias comumente encontradas nas regiões palmo-
correto do lixo biológico e dos materiais quími- plantares. Estas saliências são chamadas de der-
cos e perfurocortantes. Armazenagem correta matóglifos e colaboram na identificação indivi-
dos produtos químicos e medicamentos além de dual do ser humano, pois apresenta uma dispo-
utilizar materiais descartáveis (VENTURI, 2009, sição única (BEGA, 2006, p.8)
p.18).
Na estrutura, o tecido é divido em 3 camadas,
2.2 Sistema Tegumentar - Anatomofisiologia a epiderme, derme e hipoderme (Figura 1). Para
muitos autores a hipoderme não é considerada
A composição do sistema tegumentar é com- parte integrante da pele, embora seja estudada
preendida por epiderme, derme, hipoderme e os dentro do sistema tegumentar (SOUSA; 2004, p.
anexos cutâneos (pelos e unhas). Todas as estru- 3).
turas funcionam de forma sincronizada, na qual
cada parte tem uma função a qual mantém o A epiderme é composta por um revestimento
equilíbrio do todo (GOMES; GABRIEL, 2006, p. de camadas sobrepostas, onde as células super-
24). ficiais são achatadas e ricas em queratina deno-
minada camada córnea (BORGES, 2006, p. 307).
Conforme Sousa (2004, p.3), o sistema tegu- De baixo da camada córnea está evidenciada a
mentar tem como principal função a proteção do camada lúcida que tem na sua composição célu-
organismo, da forma que a pele forma uma las anucleadas e achatadas o que confere a ela a
“barreira” protetora entre o organismo e o meio translucidez (GOMES; GABRIEL, 2006, p. 28).
ambiente. A pele impede a perda de água e pro-
teínas para o exterior do organismo, é sensitiva Por último a terceira camada é chamada de
ao calor e frio, a dor e ao tato, é termorregulado- granulosa, identificada desta forma porque nela
ra e muito eficaz na síntese da vitamina D. aparecem granulações nos queratinócitos, um
produto da destruição da cromatina nuclear
A pele representa 15% do peso corporal e apre- (FANDOS, 2004, p.18).
senta grandes variações ao longo do corpo,
sendo mais flexível, elástica ou rígida conforme A camada de Malpighi ou camada espinhosa é
sua localização (SAMPAIO; RIVITTI, 2008, p. 1). rodeada por células de Langerhans (originárias
Quanto a sua espessura varia em torno de 1 milí- da medula óssea) responsáveis por reações imu-
metro na região da fase e 2 milímetros em nitárias.

Figura 1: Estrutura geral do tecido cutâneo. Fonte: GARTNER, HIATT, 2003, p. 266.

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É denominada camada espinhosa devido ao ra, composição e as propriedades da lâmina
seu aspecto lembrar pequenos espinhos e então, ungueal. A unha constitui um dos anexos cutâne-
por fim, a camada mais profunda da epiderme é os mais importantes para o podólogo (BEGA,
denominada camada basal ou germinativa, for- 2006, p.15).
mada pelos queratinócitos (células formadas por
queratina), melanócitos (responsáveis pelo pig- A unha ou lâmina ungueal tem a função de pro-
mento melanina), células de Langerhans (siste- teger a parte distal dos dedos de traumas além
ma imunológico da pele) e células de Merkel (res- de revelar algumas doenças sistêmicas e preser-
ponsável pela parte sensorial da pele) (SILVA et var o sentido do tato nas mãos (MENDONÇA,
al, 2007, p. 10). 2004, p. 228).
A derme é a segunda camada da pele, localiza- Sua estrutura é composta pela lâmina ungueal
da de baixo da epiderme e é divida em duas: propriamente dita, as pregas laterais, próximas e
derme papilar e derme reticular. É formada pelo periungueais, o eponíquio, a lúnula, hiponíqueo,
tecido conjuntivo, que é constituído de água e sulcos ungueais e leito ungueal como demonstra-
matriz extracelular, sendo assim rica em proteí- do na figura 2 (GARTNER; HIATT, 2003, p. 279).
nas fibrosas, o colágeno e a elastina (GOMES;
GABRIEL, 2006, p. 26). Segundo Ribeiro et al Para Alam et al (2010), a lâmina ungueal é
(2004) é na derme em que estão dispostos os composta de 3 camadas: dorsal, intermediária e
vasos sanguíneos, os nervos, os músculos ereto- ventral. A lâmina dorsal é produzida pela porção
res do pelo e os anexos cutâneos. proximal da matriz ungueal, que consiste em
células achatadas e agrupadas, o que confere a
A derme papilar contém as papilas dérmicas unha o aspecto de resistência. A lâmina interme-
adjacentes a camada basal da epiderme, que por diária é a mais espessa e é formada pelos quera-
meio de reentrâncias permite a nutrição por tinócitos proveniente do processo de queratiniza-
intermédio dos vasos sanguíneos (BEGA, 2006, ção do leito ungueal, esta camada é necessária
p. 11), Já a derme reticular é mais espessa que na adesão da placa ungueal ao leito ungueal.
a papilar e é composta por feixes de colágeno
que estão dispostos paralelamente a epiderme É no dorso das falanges ditais dos dedos em
(SILVA et al, 2007, p. 11). que se encontra a unha, ésta, portanto, corres-
ponde ao espessamento da camada córnea.
2.2.1 Aparelho ungueal
A inervação dos dedos é proveniente dos nervos
Para compreender melhor a patogênese das que se originam no nervo tibial anterior e poste-
onicomicoses é fundamental entender a estrutu- rior. A inervação corre através do quinto dedo e

Figura 2: Estrutura histológica do aparelho ungueal.Fonte: GARTNER, HIATT, 2003, p. 266.

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da metade medial do quarto dedo recebe inerva- analisam que isso ocorre devido à limitação dada
ção sensitiva pelo ulnar. pelas pregas ungueais ou pelo fato de que as
células se movem de forma distal (RIBEIRO et al,
O restante se dá por meio do mediano derivam 1995, p. 569).
de uma invaginação da epiderme, a qual já se
encontra perfeitamente formada na metade do A composição da unha, além da queratina,
período da vida fetal. (JUSTINO; JUSTINO; BOM- para Bega (2006, p.17) é evidenciada pela sua
BONATO, 2011, p. 27). composição química onde foram detectados a
presença do nitrogênio, enxofre, cálcio, magné-
A região espessa da camada basal ou germina- sio, sódio, ferro, cobre, zinco, lipídios e água.
tiva é denominada matriz ungueal, é nela que
ocorrem as mitoses (divisões celulares), portanto A flora normal encontrada nas unhas é com-
as células que foram formadas anteriormente posta principalmente por Scopulariopses brevi-
são empurradas, dando assim, o crescimento da caulis e Candida albicans (fungos). As infecções
unha (SPENCE, 1991, p. 84). O leito da unha é ocorrem devido a incidência dos fungos dermató-
composto por camada basal ou germinativa, for- fitos, em unhas normais, no qual a flora presente
mando uma camada esbranquiçada em formato desempenha um papel oportunista, servindo de
de meia lua que é visível através da unha, deno- reservatório para infecções em hospedeiros debi-
minada lúnula. Na extremidade proximal da unha litados (SABATOVICH, 2004, p.229).
encontra-se o eponíquio ou popularmente conhe-
cida como cutícula e a parte de baixo da ponta Os dermatófitos são fungos queratinofílicos
livre da unha é denominada hiponíqueo. As (fungos com enzimas capazes de degradar a que-
unhas possuem uma coloração rosada devido à ratina) com grande capacidade de invadir tecidos
extensa rede de capilares situada de baixo dela queratinizados levando a formação das dermato-
(GARTNER; HIATT, 2003, p. 280). fitoses (infecções fúngicas).
As dermatofitoses são encontradas com maior
As pregas ungueais ou bordas ungueais são incidência em populações residentes em regiões
compostas por um epitélio espesso, sem cutícu- de clima quente e úmido, devido ao fato que são
las evidentes mas, conta com uma camada mais fatores essenciais na reprodução dos parasitas
de queratina que permanece como uma fina (ALAM et al, 2010, p. 23).
membrana em contato com a superfície ungueal
adjacente, formando assim os sulcos ungueais O aparelho ungueal não é prejudicado somente
laterais. pelas dermatofitoses. As distrofias ungueais
podem ser de ordem congênita (má formação),
Na borda proximal da unha o epitélio é normal hereditária (origem genética), traumática (aci-
e, se justapõe à placa ungueal, sua margem dis- dentes/traumas) e infecciosa (infecção por agen-
tal é composta pelo eponíqueo ou cutícula que te infeccioso externo) (SALERNO, 2006, p. 8).
tem função protetora, formando uma espécie de
selo que forma uma barreira contra microorga- 2.3 Onicoses
nismos e fragmentos que possam acessar a área
próxima a matriz, na sua ausência podem oco- Onicose, onicodistrofia ou onicopatia é uma
rrer infecções ou distúrbios morfológicos ao sis- alteração no aparelho ungueal, seu diagnóstico
tema (BARAN et al, 2000, p. 2). clínico depende do aspecto macroscópico e caso
O crescimento das unhas se dá de forma contí- necessário é confirmado por exames comple-
nua e uniforme em todos os pontos, a taxa de mentares, solicitados pelo profissional médico.
crescimento médio é de 0,10 milímetros por dia,
no mês por volta de 3 a 4 milímetros (PEYREFIT- O exame clínico do aparelho ungueal fornece
TE et al, 1998, p. 20). informações para diagnóstico de doenças derma-
tológicas e/ou doenças sistêmicas. As onicoses
Existem diversos fatores que afetam o cresci- causadas por fungos, denominadas onicomico-
mento das unhas, a velocidade do crescimento ses (MENDONÇA; 2004, p. 227).
das unhas, principalmente das mãos, varia de
acordo com diversos fatores: idade, etnia, sexo, 2.4 Onicomicoses
fatores nutricionais, produção hormonal, entre
outros. (BENY, 2004, p. 16). As onicomicoses são em porcentagem, 50% de
todas as onicopatias.
É desconhecido o motivo pelo qual a lâmina Acometem pessoas de qualquer idade, porém,
ungueal tem seu crescimento de forma linear, é mais frequente na população idosa (MAIFREDE,
plana e, nivelada, portanto algumas hipóteses 2009, p. 19).
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A pele é a barreira protetora natural do organis- lência, esta vem aumentando o mundo todo. As
mo, mas quando tem sua integridade compro- onicomicoses estão mais presentes em áreas tro-
metida por traumas, facilita a transmissão das picais, com clima quente e úmido, como no
micoses. Além disso, o uso de sapatos fechados Brasil (ZENARDI et al, 2008, p.121).
e apertados, a prática de esportes, sudorese
excessiva, neuropatias periféricas, diabetes Crianças por apresentarem crescimento das
mellitus, doenças vasculares, obesidade, idade unhas mais acelerado, área de superfície da
avançada e predisposição genética são outros lâmina menor e o menor contanto com esporos
fatores que contribuem para o aparecimento das infectantes e menor probabilidade de trauma,
onicomicoses (LACAZ, 2012, p. 65). são menos afetadas pela onicomicose (MAIFRE-
DE, 2009, p. 21).
O comprometimento do sistema imune tam-
bém contribui para o aparecimento das micoses, O aumento da prevalência está associado a
por exemplo, pacientes portadores do vírus da diversos fatores, como por exemplo, o aumento
imunodeficiência humana (HIV) podem apresen- de número de pessoas que frequentam as acade-
tar uma frequência maior da patologia (até 40%) mias de ginástica, o aumento de pessoas imuno-
quando comparados a pacientes não infectados suprimidas devido aos casos de AIDS, transplan-
(KAUR et al, 2008, p. 8). tados em uso de drogas imunossupressoras e
corticosteroides, a quimioterapia nos casos de
Em um estudo, no ano de 2005, no município câncer e o aumento da expectativa de vida aca-
de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, 403 rretam no aumento do número de casos de oni-
pacientes diabéticos foram avaliados, durante comicose. É considerada uma doença oportunis-
uma consulta dermatológica. Destes, foram ta, pois afeta as populações imunosuprimidas
detectadas 1.198 manifestações cutâneas, (COPETO, 2010, p. 21).
sendo que 82,6% eram dermafitoses e 42,6%
eram onicopatias causadas por fungos (FOSS ET São diversos os fatores que podem levar a
al, 2005, p. 2). infecção por fungos, entre eles os endógenos e os
exógenos. Endógenos: enfermidades vasculares,
Diversas são as reclamações das pessoas aco- diabetes, e imunopatias. Exógenos- má transpira-
metidas pelas onicomicoses, como o desconforto ção, calor, umidade, hiperidrose, calçados inade-
físico e emocional, que envolvem questões estéti- quados (fechados, botas de couro, borracha),
cas e a limitação laboral (COPETO, 2010, p. 20). uso coletivo toalhas, traumatismos repetidos,
situações de estresse (VIANA, 2005, p. 40).
A denominação onicomicose, é muito abran- O aumento da preocupação com a estética
gente, pois existem diversos tipos de ataques também faz com que a população procure mais
micóticos que acometem os corpos das unhas os profissionais de saúde capazes de realizar o
(BEGA, 2014, p. 127). diagnóstico, contribuindo para o aumento dos
números de casos (ZENARDI et al, 2008, p. 121).
Qualquer infecção causada por fungo é chama-
da de micose e as micoses são, geralmente, 2.6 Agentes etiológicos
infecções de longa duração (crônica), porque os
fungos crescem muito lentamente (VIANA, 2005, Os agentes etiológicos causadores de onicomi-
p. 42). se possuem variável distribuição e dependem de
diversos fatores, tais como: localização geográfi-
Os principais sinais e sintomas são a cor alte- ca e clima. As infecções ungueais podem ser cau-
rada (esverdeada, acastanhada esbranquiçada); sadas por outros agentes como as bactérias, mas
Diminuição do crescimento; Unhas quebradiças; os fungos são os principais causadores de onico-
Sulcos transversais; Ondulações; Espessamento; patias nos seres humanos (MAIFREDE, 2009, p.
Descolamento; Odor fétido; Dor; Engrossamento 22).
da lâmina ungueal e perda definitiva da unha;
Hiperqueratose subungueal; Fungos nos pés, As onicomicoses podem ser causadas por fun-
agindo sobre a pele e destruição total ou parcial gos dermatófitos, fungos não dermatófitos e por
da unha (LACAZ, 2012, p. 67). leveduras (LACAZ et al, 2012, p. 83).

2.5 Epidemiologia Os dermatófitos são divididos em antropofíli-


cos, zoofilícos e geofílicos de acordo com seu
A onicomicose é a doença de unha mais fre- habitat natural. É o único grupo que possui capa-
quente e acomete aproximadamente 10% da cidades de sobreviver no solo, mesmo em condi-
população de todo o mundo. Em relação a preva- ções desfavoráveis (COPETO, 2010, p. 23).
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A maioria dos casos de onicomicoses é causa- pelas onicomicoses causadas por C. albicans,
da pelos fungos dermatófitos (OLIVEIRA, 2014, pois são profissionais que possuem maior conta-
p. 15), do gênero Trichophyton, Epidermophyton to com água e solo (LACAZ et al, 2012, p. 90).
e Microsporum, sendo que dentre esses, o
Trichophyton rubrum (Figura 3) é o mais comum,
responsável por 71% dos casos e o Trichophyton
mentagrophytes (Figura 4) por 20%.

São fungos que, através de enzimas queratina-


ses, utilizam a queratina como fonte energética
(LACAZ et al, 2012, p. 86).

Os fungos não dermatófitos dificilmente são


causadores de infecções, sendo responsáveis por Figura 5: Células de Candida albicans , visuali-
apenas 2 a 12% dos casos de onicomicoses zada em microscopia.
(ZENARDI et al, 2008, p. 122). Fonte: WANJEK, 2011.

Os fungos adquirem habilidades para manter


sua sobrevivência, pois não afetam a matriz
ungueal que é fornecedora de sua fonte alimen-
tar. Mesmo em uma lâmina que está totalmente
acometida pelo fungo, sua matriz continua se
reproduzindo, mesmo que seja de forma parcial
(JUSTINO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011, p. 74).

2.7 Tipos de onicomicose

Figura 3: Trichophyton rubrum. Conforme a apresentação clínica das onicomi-


Fonte: HOOG et al, 2016, p. 04. coses – localização, extensão e coloração – estas
podem ser classificadas em quatro tipos (Figura
6), que são eles: subungueal distal (a), subun-
gueal proximal (b), superficial branca (c) e onico-
distrofia total (d) (CAMBUIM et al, 2011, p. 41).

Figura 4: Trichophyton mentagrophytes.


Fonte: HOOG et al, 2016, p. 04.

As leveduras representam 7% dos casos de oni-


comicoses, sendo a Candida albicans (Figura 5)
e a Candida parapsilosis responsáveis pela maior
parte das infecções. As leveduras do gênero Figura 6: Classificação das onicomicoses,
Candida vivem como comensais nos humanos, segundo a localização.
fazendo parte da microbiota normal, porém são Fonte: GROVER et al, 2012, p. 266).
oportunistas, capazes de se tornarem patogêni-
cas quando encontram condições favoráveis 2.7.1 Onicomicose subungueal distal
(COPETO, 2010, p. 24).
Nas onicomicoses que têm a Candida spp Mais comumente encontrada, responsável por
como agente causador, a umidade ou pequenos cerca 90% dos casos. Tem início no hiponíquio e
traumas podem desencadear a patogenicidade se estende até a região proximal. Causadora de
da levedura, pois trata se de um agente de ori- uma descoloração amarelada da lâmina ungueal
gem endógena (MAIFREDE, 2009, p. 24). Os pro- (Figura 7). A espécie causadora mais encontrada
fissionais como lavadeiras, cozinheiras, jardinei- neste tipo de onicomicose é o Trichophyton
ros, são os mais propensos a ser acometidos rubrum (MARTINS, 2007, p. 597).
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de competência do MEC em 20/12/2005 e decreto Estadual
nº 4.102 de 16/02/2006 (Parecer CEDP nº 040 em 28/04/2008) Bom Retiro // Blumenau // SC
ser o uso prolongado de produtos químicos como
esmalte e acetona. O esmalte é prejudicial à
unha quando permanece por longos períodos.

Isso porque a lâmina se desidrata e reidrata


constantemente. A presença do esmalte impede
Figura 7: Onicomicose subungueal distal. a reidratação e constantemente a lâmina torna-
Fonte: COPETO, 2010, p. 26. se porosa, o favorece à proliferação de fungos. O
segundo agente químico que comumente partici-
2.7.2 Onicomicose subungueal proximal pa como desidratação da lâmina (JUSTINO; JUS-
TINO; BOMBONATO, 2011, p. 90).
Mais rara de acontecer, tem início na região
proximal se estendendo até a região distal
(Figura 8). É comum em pacientes portadores da
síndrome da imunodeficiencia humana adquirida
(SIDA/AIDS). Traumas na lâmina podem facilitar
o aparecimento deste tipo específico de onicomi-
cose (ZENARDI et al, 2008, p. 122).

O T. rubum é o agente causador mais comum.


Possui coloração esbranquiçada e rápida pro- Figura 9: Onicomicose superficial branca.
gressão (MORAIS, 2013, p. 6). Fonte: COPETO, 2010, p. 26.

2.7.4 Onicodistrofia total

É o estágio final das outras formas clínicas


devido ao descaso dos pacientes em relação ao
tratamento ou se este foi realizado de forma errô-
nea.
A matriz ungueal é comprometida e toda a
lâmina sofrerá com as alterações, ficando que-
bradiça e em situações mais avançadas apresen-
tam-se restos de queratina, como pode ser obser-
vado na figura 10 (MORAES, 2013, p. 6).

Figura 8: Aspectos clínicos dos diferentes tipos


de onicomicoses.
Fonte: MORAES, 2013, p. 4.

2.7.3 Onicomicose superficial branca

É um tipo menos frequente de onicomicose,


representando em porcentagem de 2 a 5% das
onicomicoses. Acomete somente uma camada
superficial da lâmina facilitando, assim, o trata-
mento que pode ser realizado de forma tópica.
Apresenta uma coloração esbranquiçada, evo- Figura 10: Aspectos clínicos dos diferentes
luindo para uma cor amarela (Figura 9). tipos de onicomicoses.
Fonte: MORAES, 2013, p. 4.
São as unhas dos pés as mais acometidas por
esse tipo de micose, devido ao maior número de 2.8 Diagnóstico
traumas realizados nessa região, o que pode faci-
litar o aparecimento da infecção fúngica e até A onicomicose é uma patologia negligenciada
penetrar para dentro da lâmina, podendo evoluir pela maioria dos médicos que não conduzem
a uma onicodistrofia total (COPETO, 2010, p. 25; seus pacientes para uma correta identificação do
MAIFREDE, 2009, p. 24). agente causador, acarretando, muitas vezes, em
tratamentos feitos de forma inadequada. É de
Esta onicomicose está associada ao desgaste grande importância que o diagnóstico micológi-
da face dorsal da lâmina. O agente agressor pode co seja realizado de maneira correta, indicando o
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agente causador para conduzir um tratamento bém é altamente recomendado. (SABATOVICH,
eficaz (MARTINS, 2007, p. 597). Somente as 2004, p. 235).
manifestações clínicas não permitem a definição
do diagnóstico de acometimento fúngico. A utili- É importante orientar o paciente a sempre
zação de métodos complementares para a iden- manter os pés frescos e secos e usar meias e
tificação é necessária, pois os medicamentos uti- sapatos limpos para prevenir o aumento da infec-
lizados no tratamento dessa doença podem cau- ção já existente ou reinfecção. Caminhar descal-
sar muitos efeitos adversos (ZANARDI et al, ço deve ser evitado.
2008, p. 123).
Os alicates utilizados para o corte das unhas
Os exames de laboratório são a forma comple- infectadas não deve ser compartilhada (BARAN;
mentar mais utilizada para que o profissional ROBERT; DAWBER, 2000, p. 93). Indivíduos
médico posa chegar ao diagnóstico final. Cabe infectados deverão ter as unhas aparadas não
aos profissionais da saúde orientar o paciente muito rentes para evitar que as lâminas ungueais
que antes da coleta, este deve informar o uso sejam lesadas. (JUSTINO; JUSTINO; BOMBONA-
prévio de antifúngicos para que não haja resulta- TO, 2011, p. 35).
dos do tipo falso-negativo.
Cabe ao podólogo fornecer essas informações
Os exames mais comuns solicitados por um ao paciente quanto aos cuidados com os pés e os
profissional médico são: exame micológico dire- calçados, concomitantemente ao tratamento
to, que é um método rápido e de baixo custo, ou médico (PIEDADE, 2004, p. 89).
o exame histopatológico da lâmina ungueal
(LIMA et al, 2007, p. 189). 2.10 Tratamentos

De acordo com estudos realizados nos Estados Os tratamentos utilizados para as onicomico-
Unidos da América (EUA), é economicamente ses são tópicos, orais ou associados (DIAS et al,
mais vantajoso que todos os pacientes com sus- 2013, p. 12). Os antifúngicos mais utilizados na
peita de onicomicose sejam avaliados correta- prática são o ciclopirox 8%, amorolfina 5%, ter-
mente, submetidos aos exames laboratoriais e binafina, itraconazol, e fluconazol (MAIFREDE,
diagnosticados corretamente, devido ao tempo 2009, p. 26).
de duração e custo do tratamento (MORAES,
2013, p. 7) Fatores clínicos como as características da
lesão, adesão ao tratamento, custo e eficácia do
2.9 Prevenção fármaco são de grande importância e devem ser
avaliados para que o sucesso no tratamento tera-
A lâmina ungueal exige alguns cuidados bási- pêutico seja obtido (LIMA et al, 2007, p. 190).
cos, como corte adequado e higienização com
água e sabão. É essencial para a saúde que o 2.10.1 Tratamento tópico
aparelho ungueal esteja sempre limpo. Dar gran-
de atenção ao corte das lâminas, procurando O tratamento tópico impõe uma resistência,
manter a borda livre, evitando os cortes do tipo devido a sua dificuldade de penetrar na queratina
redondo, oval ou pontiagudo. O comprimento da da unha, pois esta é pouco permeável. Manter os
borda livre também deve ser levado em conside- níveis terapêuticos nesta região é outro fator a
ração, pois quanto mais compridas, maior é a ser considerado (MORAES, 2013, p. 9).
propensão a traumas, fissuras e fraturas da lâmi-
na ungueal. A técnica de onicoabrasão (lixamen- É uma terapia de baixa eficácia quando a oni-
to), se feita com frequência, diminui a camada de comicose atinge mais de dois terços da lâmina
queratina o que torna as unhas mais fracas e ungueal ou quando há envolvimento da matriz
finas (MENDONÇA, 2004, p. 338). ungueal (DIAS et al, 2013, p. 15).

Para prevenir ou minimizar a fragilidade das A grande vantagem é que reações adversas
unhas recomenda-se evitar o contato com deter- quase não acontecem, e também não há inter-
gentes, imersão em água, retirada excessiva do ação medicamentosa. As drogas mais utilizadas
eponíquio (cutícula) e uso excessivo de remove no tratamento tópico são o ciclopirox 8% e amo-
rolfina 5%na forma de esmalte.
dores de esmalte, as conhecidas acetonas. O
uso de cremes com óleos essenciais, na sua com- O esmalte depois de aplicado forma um filme
posição, que possuam força de combater as oclusivo e o princípio ativo consegue atravessar a
infecções causadas por fungos e bactérias tam- lâmina ungueal, atingindo o leito ungueal onde
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ocorrerá a ação terapêutica (ROTTA, 2011, p. Além de apresentar interações medicamento-
12). sas com anticoncepcionais orais, hipoglicemian-
tes orais, anticoagulantes orais entre outros
O ciclopirox é um antifúngico de amplo espec- (FREITAS, 2012, p. 7).
tro de ação e age contra os principais causadores
de onicomicoses. É um fungicida utilizado na 2.10.3 Terapia combinada
forma de esmalte, que quando passado na unha,
seu solvente evapora e aumenta a concentração Diversos estudos apontam que os melhores
do fármaco na lâmina (MAIFREDE, 2009, p. 26). resultados no tratamento de onicomicoses são
obtidos quando há associação de drogas tópicas
Já a amorolfina 5% possui atividade fungicida e sistêmicas, podendo até reduzir o tempo de
(que mata os fungos) e fungistática (que impede tratamento (DIAS et al, 2013, p. 16).
a reprodução dos fungos). Possui ação contra
todos os tipos de fungos causadores das onico- Atualmente existe uma diversidade de opções
micoses, os dermatófitos, não dermatófitos e as de antifúngicos muito grande, porém é necessá-
leveduras. Mesmo as pequenas quantidades que rio o estudo de novos medicamentos, que sejam
conseguem atravessar a queratina e alcançar o menos tóxicos e mais eficazes (LIMA et al., 2007,
leito ungueal são capazes de inibir o crescimento p. 191). Os medicamentos utilizados na terapia
da maioria das espécies de fungos dermatófitos antifúngica apresentam efeitos adversos, inter-
(MORAES, 2013, p. 10). Entretanto, esta pode ações medicamentosas e toxicidade.
apresentar como reações adversas a dermatite
de contato, coceira, descamação e ardência local O uso indiscriminado de antifúngicos e a não
(SIDRIM; ROCHA, 2004, p. 138). adesão ao tratamento, resultam no aumento da
resistência de espécies fúngicas e ao fracasso
2.10.2 Terapia sistêmica terapêutico (MORAES, 2013; p. 12).

Quando ocorre o envolvimento da matriz 2.10.4 Eletroterapia


ungueal, a terapia sistêmica é a mais indicada.
Os medicamentos utilizados são mais eficazes, A eletroterapia é a utilização de equipamentos
porém apresentam efeitos colaterais e risco de que gerem correntes elétricas específicas com
interação com outros medicamentos. A terbinafi- fins terapêuticos. A eletricidade gerada dentro do
na, itraconaol e o fluconazol são os mais utiliza- nosso corpo serve para controlar e operar os ner-
dos para o tratamento de onicomicoses nos dias vos, músculos e órgãos.
de hoje (DIAS et al, 2013, p.16).
Essencialmente todas as funções e atividades
A terbinafina é um fungicida. Muito atuante do corpo envolvem alguma forma de eletricidade.
contra os fungos dermatófitos. Um fator interes- A eletricidade gerada dentro do nosso corpo
sante é de que até seis meses após a interrupção serve para controlar e operar nervos, músculos e
da droga os efeitos fungicidas estão atuantes no órgãos. Essencialmente todas as funções e ativi-
organismo. É a droga de escolha devido a sua efi- dades do corpo envolvem de alguma forma eletri-
cácia (80 – 90% de resposta para unhas das cidade (KITCHEN, 2003, p. 8).
mãos e 70 – 80% para as unhas dos pés) (MAI-
FREDE, 2009, p. 27). A eletricidade gerada dentro do nosso corpo
serve para controlar e operar nervos, músculos e
O itraconazol é uma droga fungistática, não órgãos. Essencialmente todas as funções e ativi-
permitindo o crescimento do fungo (ROTTA, dades do corpo envolvem de alguma forma eletri-
2011, p. 13). cidade.

Já o fluconazol é um fungistático hidrossolúvel, Do ponto de vista da eletroterapia, o organismo


o que permite maior penetração na lâmina humano pode ser entendido como formado por
ungueal. É eficaz contra a maioria das espécies numerosos sistemas eletrolíticos, separados por
de Candida spp. membranas semi-permeáveis, cada célula forma
um condutor eletrolítico.
Podendo ser utilizado no tratamento de pacien-
tes imunossuprimidos. Porém, seu custo é eleva- Se esta célula e tecidos do organismo aplicar-
do, quando comparado a outros fungicidas, e mos um potencial elétrico, provocamos uma dis-
apresenta diversos efeitos adversos como a dia- sociação iônica, isto é, um fenômeno mediante o
rreia, flatulências, vômitos, dor abdominal, cocei- qual as moléculas se dividem em seus diferentes
ra e etc. componentes químicos, pelo fato de que cada
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um deles tem uma carga elétrica distinta. (GUY- Para Silva (2007) relatam a função terapêutica
TON, 2002, p. 167). do alta frequência se baseia em suas proprieda-
des antimicrobianas, as características desse
A terapia fotodinâmica é uma modalidade tera- tipo de eletrodo advém da faísca do ozônio que
pêutica que combina o uso de luz e o oxigênio. A em contato com o oxigênio são liberadas.
interação destes elementos resulta em espécies
reativas capazes de induzir o sistema biológico É uma corrente alternada de frequência eleva-
alvo a inviabilização das células (ROBERTSON et da, constituído por uma bobina a vácuo, geral-
al, 2009, p. 3) mente de vidro, contendo um gás especial (néon,
xénon, árgon). A descarga elétrica no ar entre o
2.10.4.1 Laser eletrodo e o cliente transforma o oxigênio em
ozônio, garantindo assepsia da área em que foi
O laser é a única fonte de luz que se propaga aplicado.
de forma organizada, em uma mesma direção,
por meio de ondas de comprimento idêntico. Tais Outro efeito que o alta frequência é o calor que
características o tornam um emissor de grandes produz aumento da temperatura, que apesar de
quantidades de energia e de fácil manipulação. não ser muito elevada é suficiente para desenca-
dear estímulo na circulação periférica aumentan-
O significado da palavra LASER é amplificação do a vasodilatação e a oxigenação celular (MIE-
da luz por emissão estimulada de radiação. DES, 1999, p. 12).

Na podologia pode-se trabalhar com o laser de O gerador acoplado no alta frequência possui
baixa potência (Figura 11), utilizado no trata- correntes alternadas, e diversos eletrodos de
mento de algias, inflamações, cicatrização de vidro contém em seu interior vácuo e gás. Seus
tecidos e, se associado a substâncias fotosensi- efeitos fisiológicos são: vasodilatador, permite
bilizadoras, produz algumas espécies reativas de maior oxigenação das células, ação bactericida,
oxigênio capazes de atacar os fungos e bactérias fungicida, cicatrizante e antisséptico.
(MAROTTI, 2008, p. 5).
A penetração do ozônio no tecido se dá por
osmose e é oxidante, o uso do equipamento é
contraindicado em gestantes, pessoas com neo-
plasias, pacientes com marca-passo, cardíacos,
implantes de pinos cirúrgicos na área, hiperten-
sos descompensados e quando associado a pro-
dutos voláteis (KORELO et al, 2013, p. 23)

Figura 11: Laser na podologia


Fonte: http://www.ricardotrajano.com.br/equi-
pamento-laser-podologia.php.
Acesado em: setembro de 2018.

2.10.4.2 Alta Frequência

A alta frequência foi desenvolvida por Werner


Von Siemens em 1857 na Alemanha.
Já aqui no Brasil este aparelho ganhou uso nos
meados dos anos 70, e é uma modalidade recon-
hecida em diversos países (BARROS, 2007, p.
10).

A alta frequência é um equipamento versátil e Figura 12: Alta frequência


simples de se usar, promove aumento do meta- Fonte: http://goldfeetpodologia.com.br/alta-
bolismo das células, efeito antisséptico e estimu- frequencia.html
la a circulação (GERSON, 2011, p. 13). Acesso em: 30 de setembro de 2018.
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2.11 Plantas Medicinais camente diversificados, possuindo diversas
ações. O efeito terapêutico dos óleos se deve às
As plantas que são ditas como medicinais são suas estruturas moleculares bastante complexas,
conhecidas por toda a humanidade há muito que possuem, em média, 300 componentes quí-
tempo, são utilizadas em aplicações terapêuticas micos em constante interação (PRINCE, 1989, p.
além de servir como alimento, condimentos e até 7).
perfumes (WOLFFENBUTTEL, 2010, p. 3).
Os óleos essenciais são produtos naturais que
A forma como as plantas medicinais foram con- são usados como terapia alternativa com grande
sideradas como instrumento de cura na medici- função farmacológica e terapêutica, sendo que é,
na passou por diversos períodos ao longo da his- mas frequente em aroma terapia. O termo óleo
tória. Utilizadas inicialmente de forma empírica, essencial (O.E) foi introduzido na renascença e
fruto de um conhecimento que era passado de possui o significado de “alma da planta”
geração para geração, as plantas medicinais se (MACHADO; JUNIOR, 2011, p. 6).
tornaram então interessantes para pesquisas A característica mais marcante dos óleos
científicas, o que fez com que diferentes percep- essenciais é seu cheiro forte, exatamente igual ao
ções fossem tomadas a respeito desse método exalado pela planta de origem (Viver bem com
terapêutico (LEITE, 2009, p. 4). aromas, 2001, p. 4).

Os óleos essenciais são tipos de hormônios que Os óleos essenciais, em geral, tem cor clara ou
ajudam as plantas no crescimento, protegem transparentes e não são oleosos, embora alguns
contra parasitas e auxiliam na polinização. Para sejam viscosos e coloridos. Todos são solúveis
os humanos os óleos essenciais são princípios nos óleos graxos e em álcool, mas não na água.
ativos, uma vez que há componentes químicos Cada óleo essencial encerra uma série de pro-
com atividades farmacológicas que atuam sobre priedades e uso medicinais (HOARE; WILSON,
os sistemas orgânicos do corpo como: imunoló- 2010, p. 59).
gicos, linfático, cardiovascular, respiratório,
digestivo e geniturinário (SILVA et al, 2007, p. 9). Atualmente, pesquisas têm obtidos resultados
que nos proporcionado um conhecimento muito
mais profundo a respeito dos óleos essenciais,
Os medicamentos de uso tópico são vendidos assim como uma conscientização ainda maior do
de forma livre no mercado, além dos óleos essen- seu poder excepcional (PRINCE, 1989, p. 9).
ciais e a terapia fotodinâmica, são os meios utili- A terapia para tratamento das dermatofitoses
zados pelos profissionais podólogos na terapia consiste na remoção completa de estruturas epi-
das onicomicoses (SUPRINO, 2008, p. 4). teliais infectadas e mortas, e aplicação de uma
substância antimicótica no local (SIDRIM;
ROCHA, 2004, p. 388).
É importante definir que fitoterápicas são subs-
tâncias produzidas a partir de uma planta intei- Tem como finalidade reduzir o tamanho da
ra, sem manipulação química, enquanto fitofár- população de fungos instalados na estrutura da
maco é um medicamento com princípios ativos lâmina, tornando mais eficiente o processo de
manipulados, retirado das plantas. defesa, tanto pelo sistema imunológico quanto
Os óleos essenciais são então fitoterápicos, pelo estímulo dos medicamentos adotados.
pois o que conhecido como fitoterapia engloba Existem alguns tipos de fungos que são mais sus-
tanto os ativos hidrossolúveis, os extratos e as ceptíveis a uma classe de óleos essenciais e que
soluções mães, como os óleos essenciais liposso- outros fungos são mais resistentes.
lúveis.
Os óleos mais efetivos no tratamento de onico-
A sua utilização terapêutica tem como finalida- micoses são: a canela, cedro, citronela, cravo
de reestabelecer e promover a saúde da popula- folha, lavanda, lemongrass, melaleuca, tomilho e
ção que está amparada pela medicina tradicional patchouli (PIEDADE, 2004, p. 93).
(WOLFFENBUTEL, 2010, p. 9).
2.12.1 Cedro
2.12 Óleos essenciais
O cedro, de nome científico: Cedrus atlantica. É
Os óleos essenciais são compostos voláteis uma árvore perene, alta e com intenso aroma,
extraídos das plantas pelos mais variados pro- cresce a uma altura de mais de 33 metros e vive
cessos – destilação, expressão do pericarpo, mais de mil anos. O óleo essencial era usado
extração com solventes, entre outros. São quimi- pelos antigos egípcios no embalsamento, na
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fabricação de cosméticos e na perfumaria. No
Tibete, tem sua utilização na medicina tradicio-
nal e como incenso. O óleo essencial tem uma
profunda coloração âmbar e um aroma canfora-
do e lenhoso (HOARE; WILSON, 2010, p. 65).

O óleo de madeira cedro foi possivelmente o


primeiro óleo essencial a ser extraído de uma
planta, tendo sido usado pelos egípcios no pro-
cesso de mumificação. Eles também o valoriza-
vam como ingrediente no preparo de cosméticos,
e impregnavam com ele as folhas de papiro para
protegê-lo de insetos.

Usavam a madeira para fazer adereços, mobí- Figura 13: Cedro do Líbano
lias e embarcações, e não usavam nada mesmo Fonte:ahttps://www.infoescola.com/plantas/ce
para os seus esquifes. Valorizavam tanto o cedro dro-do-libano/
que a área do Líbano foi incorporada ao império Acesso em: 20 de setembro de 2018.
Egípcio a fim de assegurar um fornecimento
regular. Há dois óleos comerciais conhecidos canela sob o nome de “KWEI”. Há várias mençõ-
pelo nome de cedro. es a ela na bíblia. Existem lendas dizendo que a
rainha de Sabá a entregou ao rei Salomão como
O óleo do Cedrus Atlantica, que é um cedro ver- um dos aromas destinados a ungir a arca da
dadeiro, é conhecido como óleo de cedro de aliança, que contém os códigos sagrados
Atlas e vem do Marrocos. O outro óleo vem da (CORAZZA, 2002, p. 169).
Juniperus Virgínia, uma árvore conífera que cres-
ce na América do Norte. É conhecida como cedro Em sua composição podemos encontrar o
vermelho e tem relação com o amarelo (Thuja eugenol, ácido cinâmico, aldeído benzênico,
occidentalis), de cujas folhas o óleo de tuía é aldeído cinâmico, benzoato de benzila, furfurol,
obtido (TISSERAND, 1993, p. 259). safrol, cimeno, dipenteno, felandrenos, pineno. A
canela é cultivada no Sri-lanka. Existem conheci-
Em sua composição pode-se encontrar a atlan- das até hoje, 23 variedades da canela (SILVA et al
tona, cariofileno, cedrol, cadineno, cedreno, ace- 2007, p. 217).
til-dipenteno, ácido-limoneno-carboxílico, ácidoli- Possui em suas propriedades as funções esti-
noleico, ácidopalmitoleico, alo-himachalol, α e β- mulantes da função respiratória e cardíaca, é
himachaleno, atlantona, cedrusina, cedrusina-4- antisséptico, antidepressivo, purificante, diuréti-
glucosídeo, cedrusinina, centdarol, deodardiona, co, tônico, afrodisíaco, fungicida e faz controle
deodarina, deodarona,dewarina, dewarol, hima- das contrações musculares (TISSERAND, 1993,
chalol, isocentdarol, longiborneol, 8 C-metilquer- p. 255).
cetina, meso-secisolarici-resinol, p-metil-acetofe-
nona, p-metil-λ-3tetrahidroacetofenona, pinitol,
quercetiria (CORAZZA, 2002, p. 173)

A essência retirada da madeira, Yang, conta


com propriedades antissépticas, fungicida, ads-
tringente, expectorante, diurética e até calmante.
Aplicado em afecções cutâneas, bronquite, tosse,
cistite, nefrite, como sedativo, ansiedade, agita-
ção e irritação. Não utilizar na gravidez (Viver
bem com aromas, 2001).

2.12.2 Canela

A canela, de nome científico, Cinnamomum Figura 14: Caneleira ou a milenar árvore da


zeylanicum, é considerada pelas populações canela.
mais antigas como uma das mais importantes Fonte: https://www.coisasdaterra.com/consel-
fragrâncias aromáticas, comercializada há mais hos-de-jardinagem/arvores-e-arbustos/canela-
de quatro mil anos, na Ásia e África. Em 2700, o oucinnamomum-zeylanicum-breyn/
imperador chinês Cheng-nung fez o registro da Acesso em: 20 de setembro de 2018.
www.revistapodologia.com 24
2.12.3 Citronela coluna, e com altura podendo atingir até 9
metros. Precisa de lugares claros para se desen-
A citronela, nome científico Cymbopogon nar- volver. Os seus brotos de forma possuem uma
dus, tem mais de 30 espécies catalogadas, é forma malmequer, com cor marrom avermelhada
nativa do sudeste de Ásia. É uma planta herbá- e folhas pequenas em tons de cinza. Tem sua ori-
cea tropical, de ciclo perene, que chega a atingir gem nas Ilhas Molucas e da Indonésia, porém
até 150 centímetros. Não suporta o frio, e as cultivado também em Madagascar, Zanzibar e
geadas causam a sua morte. Java (SELLAR, 2002, p. 202).
No seu período de crescimento, é exigente em Na sua composição encontramos o furfurol,
chuvas, mas próximo á colheita o excesso de pre- salicilato de metila, eugenol, acetato de eugenila,
cipitação afeta o teor e a qualidade do óleo. É cariofileno, isocariofileno, pineno, aceido oleâni-
cultura exigente de luz e em calor (SILVA et al, co, havicol, kaempferol e quercetina (CORAZZA,
2007 p. 200). Tem folhas verdes, simples e lon- 2002, p. 177).
gas. As flores são agrupadas em forma de espi- O cravo folha, durante muito tempo teve seu
gueta. As suas sementes são ricas em endosper- nome científico de Eugenia caryopphyllata, mas
ma e o óleo destilado das suas folhas remete ao atualmente é Syzygium aromaticum. O óleo de
limão, e há séculos é usado como medicamento cravo, com baixo conteúdo de fenóis, é usado
e fragrância, sendo muito conhecido pela sua efi- principalmente em aplicações farmacêuticas,
ciência contra os insetos (repelente). Em razão enquanto os que têm alto conteúdo de eugenol e
de seu forte aroma de limão-doce, é usado comu- isoeugenol são usados na síntese da fragrância
mente na indústria de perfumes e sabonetes vanilina, mas 65% da produção mundial é moída
(CORAZZA, 2002, p. 175. e misturada ao tabaco para ser fumada. Graças
Em sua composição podemos encontrar o á ação antisséptica do eugenol, é usado com o
ácido hidrociânico, borneol, bourboneno, canfe- óxido de zinco nas obturações temporárias e pre-
no, cânfora, cariofileno, citral, citrolena, citrone- parações como enxágue bucal (SILVA et al, 2007,
lol, elemol, etanol, eugenol, farsenol, α-felandre- p. 230).
no, furfurol, geraniol, l-limoneno, linalol, mentol, Nas suas propriedades temos o cravo folha
metileugenol, mirceno, nerol, α e β-pipeno, sabi- como um forte antisséptico, atuando em verru-
neno, α-terpineol, terpinoleno (HOARE; WILSON, gas e micoses, além de ser analgésico para dores
2010, p. 175). de dente, estafa mental, memória fraca, estimu-
Tem sua indicação para tônicos, desodorante, lante e restabelecedor geral (TISSERAND, 1993,
desodorizador, atua na oleosidade, na obesidade, p. 263).
fortalece os cabelos, estimulante geral, fadiga,
cansaço, exaustão nervosa, antidepressivo, utili-
zado como antisséptico nas doenças infecciosas
e também tem efeitos sobre a circulação, os
músculos e as juntas (TISSERAND, 1993, p.
262).

Figura 16: Cravo folha


Fonte:ahttps://engenhariadasessencias.com.br
/loja/ativos-cosmeticos/30-oleo-essencial-de-
Figura 15: Citronela. cravo-folha.html.
Fonte: https://www.florafiora.com.br/p/oleo- Acesso em: 20 de setembro de 2018.
essencial-de-citronela/
Acesso em 20 de setembro de 2018. 2.12.5 Lavanda

2.12.4 Cravo Folha A lavanda, que tem nome científico, Lavandula


angustifolia, é um arbusto perene, fechado, com
O cravo, nome científico Syzygium aromati- folhas pontiagudas, e flores roxo-azulados, já
cum, é uma árvore sempre verde, em formato de usada há muito tempo como erva medicinal e
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óleo essencial. Os melhores óleos essenciais são 2.12.6 Melaleuca
produzidos na França. Foi um óleo muito utiliza-
do pelos romanos no momento do banho, tal cos- É uma árvore nativa da Austrália também con-
tume acabou-se espalhando por toda a Europa. hecida como tea tree ou árvore de chá, cujo
Ao contrário do que é popularmente estabeleci- nome cientifico é Melaleuca alternifolia, muito
do, a lavanda não é a parte roxa da flor. utilizada por sua característica antisséptica. É
uma espécie de árvore ou arbusto alto da família
Na realidade, essas flores são de lavandinha, Myrtaceae. Muito valorizada culturalmente devi-
que resulta de um cruzamento entre lavanda ver- do ao potencial medicinal do óleo retirado de
dadeira e a lavandula spica; além de essa última suas folhas, de cor amarela clara e forte aroma,
possuir aroma mais próximo da cânfora, ela é muito utilizado em produtos farmacêuticos e
bem maior e produz uma quantidade também cosméticos.
maior de óleo essencial (PRICE, 1989, p. 241).
O óleo de tea tree é uma das ferramentas mais
Muito utilizada por suas propriedades relaxan- poderosas da aromaterapia na luta contra bacté-
tes, e muito útil em um número significativo de rias, fungos e vírus. Como existem muitas varie-
problemas de saúde, como: problemas de pele, dades de melaleuca, é importante ter certeza de
acne, furúnculos, herpes labial, dermatite, acze- que a que se irá usar em aromaterapia é de fato
ma, pediculose, erupções cutâneas, tinha e quei- da espécie alternifólia. Uma das razões é a quan-
maduras de sol. Em seu modo de ação, ela age tidade de cineol presente não seja muito grande
estimulando o processo de cura, acelerando o a ponto de causar irritação da pele. (MAXWELL;
crescimento celular e a formação de pele nova e MAXWELL 2000, p. 29).
saudável (HOARE; WILSON 2010, p. 85).
Ele também é um tipo de óleo essencial exclu-
Em sua composição podemos encontrar mono- sivo, já que foi constatado que é ativo entre as
terpenos, acetato de linalila, linalol, α-pineno, três categorias de organismos infecciosos, como:
canfeno, felandreno, terpinoleno, α-tujenem, cân- bactérias, vírus e fungos (HOARE; WILSON,
fora, β-ocimento, cedreno, eucaliptol, geraniol, 2010, p. 88).
borneol, acetato de borneíla, terpinen-4-ol, a-ter-
pineol, carvona, nerol, lavandulol, acetato de A extração do óleo essencial de melaleuca é
lavandila, acetato perílico, álcool perílico, cariofi- feita por destilação e hidrodestilação das folhas,
leno, cadineno, cadinol, bisaboleno, ácidos: acé- onde se encontram os terpenos, sesquiterpenos
tico, propiônico, capróico, isobutírico, valérico, e cineol que possuem propriedades bactericidas
tíglico, benzóico, p-coumárico. Cetonas: metila- e fungicidas (BACCOLI; REIS; SCIANI, 2015, p.
mil, etilamil. 7).
Aldeídos: n-heptanal (CORAZZA, 2002, p. 197).
Na composição do óleo de melaleuca temos,
conforme os padrãos australianos, um máximo
de 15% de 1,8-cineol e um mínimo de 30% de
(+)-terpinen- 4, o principal ingrediente germicida
(SCHUTZ; HANSEL; TYLER, 1990, p. 318).
Para o tratamento com o óleo de melaleuca,
aplicar o líquido diretamente sobre o local da
infecção fúngica. No caso de infecção nas unhas,
corte-as, lave o pé com sabão (sabão de óleo de
melaleuca é uma boa opção) e aplique-o sobre as
unhas o mais profundamente possível. Repita
diariamente o tempo recomendando por um pro-
fissional da saúde (BALCH; STENGLER, 2005, p.
347).

Alguns estudos obtiveram sucesso quando


colocaram à exposição do óleo em organismos
como Escherichia coli (bactéria) Staphylococcus
Figura 17: Lavanda aureus (bactéria) e Candida albicans (fungo).
Fonte:ahttps://engenhariadasessencias.com.br
/loja/ativos-cosmeticos/39-oleo-essencial-dela- Como esses organismos são permeáveis ao
vanda-francesa.html. óleo, ele inibe a respiração de células e a altera-
Acesso em: 25 de setembro de 2018. ção na estrutura e na integridade de suas mem-
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branas e também proporciona vazamento de antitérmico, fungicida, inseticida, sedativo e toni-
material intracelular. Isso leva à morte de bacté- ficante, além de atuar em problemas de pele ole-
rias e eliminação de doenças. Além disso, a com- osa, em cicatrizes e ulcerações.
posição química do óleo essencial de melaleuca Além de ser citado como estimulante do cresci-
é bastante complexa, a ponto de a bactéria não mento e da regeneração das células da pele, de
conseguir modificar seu sistema enzimático para modo que pode ajudar a reparar o tecido cicatri-
se adaptar aos efeitos do óleo (CORAZZA, 2002, cial e curar as feridas (HOARE;WILSON, 2010, p.
p. 243). 97).

Utilizada como potente antifúngico, tem poten- Na sua composição estão descritos o patchulol,
cialidade refrescante. Eficaz contra pediculose, eugenol, ésteres, β cariofileno, benzóico, cinâmi-
furúnculos, exantemas, queimaduras de sol, esti- co, banzaldeído, calameneno, cariofileno, cina-
mula cicatrização, protege contra infecções, anti- maldeídos, patchulipiridina e pogostol (CORAZ-
parasitário. Pode ser utilizado em compressas, ZA, 2002, p. 222).
imersões e em escalda pés (TISSERAND, 1993,
p. 200).

Figura 19: O patchouli


Fonte: https://hadalavanda.pt/produto/oleo-
Figura 18: Melaleuca essencial-patchouli/
Fonte: Acesso em: 25 de setembro de 2018.
https://blackambar.wordpress.com/2014/01/
14/dica-para-unhas-oleo-de-melaleuca/ 2.12.8 Tomilho
Acesso em: 25 de setembro de 2018.
O tomilho tem como nome científico: Thymus
2.12.7 Patchouli vulgaris. É uma planta com crescimento muito
acelerado. Embora possua grande variedade de
Uma planta com folhas peludas e abundantes, espécies, a grande maioria é familiar para pesso-
medem em média dez centímetros de compri- as que detém o conhecimento sobre plantas
mento por treze centímetros de largura, já na medicinais. Para que o óleo essencial seja produ-
altura, podem atingir até nove metros. Suas flo- zido somente um tipo de espécie é utilizado, que
res brancas contêm diferentes tons purpúreos. É possui pequenas folhas em tom verde-profundo,
um arbusto que exaure o solo e precisa de terra que forma um gracioso arbusto inteiramente
fértil para conseguir se desenvolver. O óleo essen- ramado. Seu desenvolvimento é mais abundante
cial é obtido a partir de suas folhas tenras que no sul da França (PRICE, 1989, p. 270).
são desidratadas e fermentadas antes da destila-
ção. Produzido principalmente na índia, Malásia, O tomilho é um arbusto que permanece por
e no Paraguai (SELLAR, 2002, p. 187). muito tempo e chega a atingir até 45 centímetros
de altura, tem folhas que variam entre os tons de
Seu nome científico é Pogostemon patchouli. O verde e cinza, muito aromáticas, e flores que são
nome patchouli tem origem do tâmul paccialai na cor roxo ou branco.
que quer dizer folha verde. Planta nativa do sud- Existem dois tipos de oléo essencial, o de
este da Ásia e Índia, cultivado também em cli- tomilho vermelho que tem coloração marrom ou
mas subtropicais, como no Paraguai. laranja e fragrância herbácea, e o óleo de tomilho
branco, que é um líquido na coloração amarelo
Dentro de suas propriedades ele é conhecido claro com um aroma muito adocicado natural e
como antidepressivo, antisséptico, afrodisíaco, refrescante, porém, suave (SILVA et al, 2007, p.
adstringente, cicatrizante, citofilático, diurético, 220).
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Atua principalmente na prevenção de infecção Cabe ao podólogo concomitantemente com os
por fungos e vírus, é cicatrizante, desintoxicante, outros profissionais da saúde identificar as oni-
litolítico (atua na absorção de pedras renais), cal- comicoses e escolher a melhor terapia para se
mante, ajuda em palpitações cardíacas e na insô- estabelecer a cura das onicomicoses.
nia, antidepressivo, animador, antisséptico e cito-
filático, é indicado nas artrites, gripes, resfria- 4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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garganta, dores musculares, má circulação, cor- ALAM, Murad; GLADSTONE, Hayes B; TUNG,
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215). benefícios do óleo essencial de melaleuca na
acne grau II e III, Vale do Rio doce, 2015.
Na sua composição temos: a-tujeno, a-pipeno, BALCH; J; STENGLER, Mark. Tratamentos
canfeno, bpipeno,p-cimeno, a- terpineno, linalol, Naturais: um guia completo para tratar proble-
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mica para todos os indivíduos afetados por ela. muitos cheiros; IV Os Óleos Essenciais, 2002.
Os tratamentos atuais disponíveis são de longa DIAS, M. F. R. G. et al. Atualização terapêutica
duração e altos custos, alguns com efeitos adver- das micoses superficiais: artigo de revisão parte
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