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Índice

Integrantes do grupo...............................................................................................................3
INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
Conceitos chave e etimologia.................................................................................................5
ÉTICA HEDONISTA............................................................................................................5
Tipos de hedonismo................................................................................................................7
Principais fundamentos do hedonismo de Epicuro............................................................8
Obstáculos ao epicurismo...................................................................................................8
Ética estoica (ESTOICISMO)................................................................................................9
Os princípios da filosofia estoica.....................................................................................10
Os ensinamentos da filosofia estoica................................................................................11
As fases do estoicismo......................................................................................................12
Divergência entre o estoicismo e epicurismo...................................................................12
Conclusão.........................................................................................................................13
Referências bibliográficas................................................................................................14

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Integrantes do grupo

Andreia Isabel Cadete Joaquim - ID 1000028230


Quilaco António Simão Pedro –ID 1000029508
Maria Catuma - ID 10000
Luquénia Djamila Menezes da Silva –ID 1000027889

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INTRODUÇÃO

“O que é a felicidade? “ Foi o que um autor para além de desconhecido enunciou, e


acrescentamos ao seu questionamento, o que estaríamos dispostos a fazer para atingir a
felicidade?

Há uma ideia de felicidade pertencente ao senso comum de que felicidade é ter saúde,
amor, dinheiro suficiente, etc. Mas pudemos constactar que a ideia de felicidade não é
uma ideia recente. Uma das ideias mais antigas que se dispõe sobre o tema é a de que a
felicidade reside nos prazeres consequentemente os desejos provenientes dele.

E foi do prazer, que filósofos da Antiguidade como Epicuro de Samos e Zenão de Cício
fundaram escolas filosóficas que propunham doutrinas que visavam apresentar modos
de vida que encurtassem o caminho entre o ser humano e a felicidade. Doutrinas estas
conhecidas como epicurismo e estoicismo, o foco do presente trabalho.

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Conceitos chave e etimologia

Para um melhor entendimento comecemos então por desmistificar alguns conceitos


chave.

O termo ético deriva do grego “ethos”. Termo este direcionado à ideia de caráter,
designando os costumes e o modo de ser de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas. Já
o hedonismo é uma doutrina filosófica que defende que o prazer é o meio correcto para
atingir o objectivo supremo do homem, nomeadamente, a felicidade (que tem como
essência o prazer).

Logo, a Ética Hedonista, pode ser entendida como a doutrina moral em que a busca pelo
prazer é o único propósito da vida do homem, ou simplesmente da sociedade.

Em relação à sua etimologia, a palavra Hedonismo vem do grego e deriva do termo


hedonismos, palavra que se compõe de duas partes distintas: hedonê, que significa prazer
ou vontade e o sufixo ismos que pode ser definido como uma qualidade ou doutrina.

ÉTICA HEDONISTA

Epicuro de Samos (341 – 270 a.C.) foi o fundador do epicurismo, discípulo de


Demócrito. Aos seus 35 anos fundou sua escola filosófica conhecida como Jardim. Esta
doutrina filosófica acreditava que o homem só alcança a paz e a tranquilidade se
encontra a ausência da dor.

Filósofo grego do período helenístico, tornou se responsável de uma escola


filosófica que passou a ser chamada de epicurismo. Entre a Grécia e a Roma, o
epicurismo foi difundido por séculos, sendo nemos duradouro apenas que o estoicismos.
Durante o período helenístico, as escolas filosóficas proponham verdadeiras doutrinas de
vida. As doutrinas visam apresentar modos de vidas que encurtassem o caminho entre o
ser humano e a felicidade.

A doutrina de Epicuro entende que o bem reside no prazer. No entanto, não havia
nele simplicidade da teoria de Aristipo Cirene, chamada de hedonismo cirenaico. O
hedonismo Epicuro era complexo e fazia uma divisão de tipos de prazer que são prazeres
naturais, e prazeres não naturais.

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Para Epicuro, o ser humano deveria buscar os prazeres naturais, pois eles seriam
o s únicos que o levariam verdadeiramente à felicidade. Os prazeres não naturais estão
ligados àquilo que sai do controle da pessoa ou surgem, por convenção social.

Os prazeres não naturais de que fala Epicuro são: o sexo, uso de entorpecentes e a
busca por convenções que supostamente trazem prazer, como o poder, a riqueza e a fama.

Epicuro afirma que os prazeres naturais, aqueles que realmente levam à


felicidade devem ser buscados sem moderação. Esses prazeres estão ligados ao intelecto
e enobrecem o espírito, tornando a vida supostamente mais plena e feliz.

Ao contrário dos prazeres não naturais, os prazeres naturais são efémeros, não
causam dependência e nem decepcionam.

A doutrina de Epicuro surge em um momento de insatisfação com a condição das


cidades gregas. A vida social na Pólis era leviana e marcadas pela injustiça social. Não
havia felicidade entre os homens no contexto social, no qual as pessoas se interessavam
estritamente pelas riquezas e pelo poder, no contexto religioso, no qual predominava a
superstição, a religião tornou-se servil, cercada pelo mito e ritos sem significação. As
pessoas gozavam dos prazeres mais supérfluos advindos das riquezas e, assim, eram
relativamente felizes, pois estavam se esquecendo do realmente proporcionou a
felicidade. Foi aparte disso que Epicuro criou suas doutrinas contra a superstição e os
bens materiais, voltada para uma reflexão interior e busca a verdadeira felicidade.

Ninguém é muito jovem ou velho demais para alcançar a


saúde da alma. A saúde da alma, está associado com a
felicidade. (Epicuro)

Segundo Epicuro, a posse de poucos bens materiais e a não obtenção de cargos


públicos proporcionaram uma vida feliz e repleta de tranquilidade interior, visto essas
coisas trazem variadas perturbações. Por isso, as condições necessárias para boa saúde da
alma estão na humildade. E para alcançar a felicidade, Epicuro cria quatros remédios:

1) Não se deve temer os deuses;

2) Não se deve temer a morte

3) O bem não é difícil de se alcançar;

4) Os males não são difíceis de suportar.

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De cordo com essas recomendações, é possível cultivar pensamentos positivos os
quais capacitam as pessoas a ter uma vida filosóficas baseadas em ética. O homem ao
buscar o prazer procura felicidade natural. No entanto, é necessário saber escolher de
modo que se evite os prazeres que causam maiores dores; quando o homem não sabe
escolher, surge a dor e a infelicidade.

Demócrito foi o primeiro filósofo hedonista da história. Ele


disse que a alegria e a tristeza são marcadas de coisas
benéficas e prejudiciais.

A conquista do prazer e a supressão da dor se dão pela sabedoria que encontra


um estado de satisfação interna. A virtude subordinada ao prazer só pode ser alcançada
pelos seguintes itens:

• Inteligência: a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e


vida a dor;

• Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual


prazer é mais vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um
prazer maior;

• Autodomínio: evita o que supérfluo, como bens materiais, cultura


sofisticada e participação política;

• Justiça: deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada, para
que não haja prejuízo entres os homens.

Tipos de hedonismo

Existem vários tipos de hedonismo, elas podem ser classificada em hedonismo


cirenaico (Cirene), e hedonismo epicurista (Epicuro), e hedonismo utilitarista, e o
Hedonismo psicológico.

Hedonismo cirenaico: forma pura e simples da ideia de hedonismo defendida por


Aristipo de Cirene. Segundo Cirene a sua teoria era simples e pura e que guiava a vida
por meio da plena busca pelo prazer, Ou seja, as necessidades do corpo seriam
responsável pelo desenvolvimento de uma vida plena e feliz.

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Hedonismo epicurista: a teoria apresentada por Epicuro define que o ser humano
deve buscar o prazer, isto é, segundo Epicuro o prazer é que leva à verdadeira felicidade.
O hedonismo epicurista era complexo e fazia uma divisão entre os tipos de prazeres
(prazeres naturais e não naturais). A ética que foi criada pelo Epicuro baseia-se, em duas
disciplinas básicas que são doutrina do conhecimento e a doutrina da natureza.

A doutrina do conhecimento a sua maior fonte de conhecimento é a percepção


sensível isso significa que não há explicação sobre natural para fenômenos na natureza.

A doutrina da natureza, portanto, essa doutrina é basicamente, a evolução do


atomismo de Demócrito, e defende a possibilidade de que os átomos passam a desviar-se
de sua trajectória ocasionalmente e colidir uns com os outros.

Hedonismo utilitarista: prevê como acção ética, aquele que segue uma cálculo
racional, tornando o resultado da acção em algo que deve provocar o maior prazer ao
maior número de pessoas possíveis. O utilitarismo busca entender os fundamentos éticos
e da moral a partir das consequências das ações. Portanto uma ação só pode ser
considerada moralmente correta se as suas consequências promoverem o bem-estar
coletivo.

Hedonismo psicológico: é a ligação entre prazer e felicidade, e a felicidade é a


finalidade da vida humana. O hedonismo psicológico tem como fundamento a noção que
em todas as ações, o ser humano tem a intenção de obter mais prazer e menos
sofrimento, e essa forma de viver é a única coisa que fomenta a ação humana.

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Principais fundamentos do hedonismo de Epicuro

1) Epicuro acreditava que o conhecimento e uma vida virtuosa cheia de prazeres


simples eram o segredo da verdadeira felicidade.

2) A defesa da vida simples, como forma de ser feliz, separa essa corrente do
hedonismo tradicional.

3) Originalmente, o epicurismo se chocou com o platonismo, mas acabou sendo uma


corrente oposta ao estoicismo. O epicurismo, então, resulta em um hedonismo moderado
em que a felicidade é mais tranquilidade do que prazer.

Na verdade, Epicuro adverte que aspirar ou experimentar o prazer sensorial resulta na


preparação para a dor física e / ou mental.

-Epicuro aconselhou evitar espaços como cidades ou mercados para evitar o desejo de
coisas desnecessárias e difíceis de satisfazer.

-Ele disse que, eventualmente, os desejos humanos ultrapassariam os meios que as pessoas
têm para satisfazê-los e isso acabaria com a tranquilidade e felicidade da vida.

Ou seja, querer o básico garante a tranquilidade da pessoa e, portanto, sua felicidade.

-A morte de Epicuro não foi o fim de sua escola, mas persistiu na idade helenística e
romana.

Obstáculos ao epicurismo

A Doutrina de Epicuro encontrou alguns inconvenientes na natureza do ser humano de seu


tempo. Por exemplo: medo dos deuses e medo da morte. Diante de ambos os medos,

Epicuro levantou um argumento:” o homem não deve sofrer por coisas que não existem na
realidade”.

No caso da morte, ela não existe enquanto o ser humano vive, e quando a morte chega,
essa pessoa deixa de existir. No caso dos deuses, Epicuro admite a possibilidade de sua
existência, mas considera que sua natureza implicaria um total desinteresse pelos
assuntos humanos. A missão do sábio, segundo Epicuro, era evitar a dor em qualquer

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uma de suas formas que, os cirenaicos buscavam prazer fugindo da dor, de infortúnios e
de outras desgraças que acontecessem.

Já o hedonismo epicurista diferencia os prazeres que devem ser buscados, Epicuro faz a
distinção entre os prazeres assinalando três tipos, sendo eles:

Naturais necessários- sem eles, a harmonia de nosso corpo se desfazem. Os desejos


naturais e necessários permitem que o corpo continue afirmando-se na existência. Nós
não os desejamos porque são bons, eles são bons porque os desejamos. Água para não
morrer de sede; comida para não morrer de fome; calor; para não morrer de frio.

Naturais não necessários- são prazeres entretanto, não necessários no sentido em que
excedem a simples manutenção da vida. Faz-se aqui a passagem da existência para uma
estética da existência. Mais do que apenas comer, é possível criar a culinária, arte de
cozinhar. Mais do que ver, e ouvir, é possível pintar e fazer música, arte das cores e dos
sons.

Não naturais e não necessários- desejos não naturais e não necessários são aqueles que se
descolam cada vez mais da terra e atingem reinos que não existem. Dinheiro, nosso novo
deus, fama, glória, santidade. Curtidas no facebook, por que não? Estes objetos são
vazios, alienam, nos impedem de atingir uma vida natural e de prazeres. Enfim, causam
mais aflição que prazer, o dispêndio de energia para obtê-los não vale o que nos trazem
em retorno.

Ética estoica (ESTOICISMO)

Zenão de Cício (335 – 263 a.C.) foi o fundador do estoicismo. O estoicismo


ensina que o homem deve ser racional, negar os prazeres terrenos e aceitar as dores e
problemas, lidando apenas com o que pode ser controlado.

Estoicismo é uma escola e doutrina que surgiu na Grécia, no período helenístico


(III e II a.C.), estoicismo preza a felicidade ao conhecimento e o foco em tudo aquilo que
pode ser controlado somente pela própria pessoa, desprezando todos os tipos de
sentimentos externos, como a paixão e os desejos extremos.

A escola estoica foi criada na cidade de Atenas, cerca de 300 a.C., porém a
doutrina ficou efetivamente conhecida ao chegar em Roma. O seu tema central defendia
que todo universo seria governado por lei natural divina e racional.

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Além disso, a escola estoica influenciou o desenvolvimento do Cristianismo a
partir do conceito de providência. Para ambos, há uma razão universal divina que regula
tudo o que existe.

A aceitação dessa providência, para os estoicos, fica a cargo da vontade orientada


pela razão e a união do indivíduo com natureza. Já para a doutrina cristã, dependia a
abdicação do pecado e de uma vida devotada à fé e a ligação de um individuo com Deus.

Para os estoicos, a perfeição humana estava fundamentada na ideia de que os


seres humanos estão ligados à natureza. Assim, deve negar os seus desejos para a
realização de uma vontade guiada pela razão em conformidade com essa natureza. Ou
seja, uma corrente filosófica donde a “virtude” depende da vontade subordinada à razão,
sendo considerada a base para se atingir a felicidade.

Segundo Marco Aurélio um imperador Romão poderoso, um


seguidor do estoicismo, ele desse que : A felicidade da sua
vida depende da qualidade dos seus pensamentos

Sendo assim, para o ser humano alcançar a verdadeira felicidade, deveria


depender apenas das suas “virtudes”, ou seja, os seus conhecimentos e valores,
abdicando totalmente o “vício”, que é considerado pelo estoicos um mal absoluto.

O estoico também ensina a manter uma mente calma e racional,


independentemente do que aconteça. Ensina que isso ajuda a ser humano a reconhecer a
se concentrar naquilo que pode controlar e não se preocupar e aceitar o que não pode
controlar.

O estoicismo desenvolveu-se como um sistema integrado pela lógica, pela física


e pela ética, articuladas por princípios comuns. Foi a ética estoica que teve maior
influência no desenvolvimento da tradição filosóficas e alguns pensam que chegou a
influenciar os primórdios do cristianismo.

Desde a sua fundação, a doutrina estoica era popular com os seguidores na Grécia
romana e por todo império romano, incluindo o imperador Marco Aurélio (r.121-180),
até o fechamento de todas as escolas pagã em 529 por ordem do imperador Justiniano
(527565), que os percebeu como em desacordo com a fé cristã. O neoestoicismo foi um
movimento filosófico sincrético, juntando-se estoicismo e cristianismo, influenciado por
Justus lipsius.

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O estoicismo era originalmente conhecido como “Zenonismo”, em homenagem
ao fundador Zenão de Cítio. No entanto, esse nome foi logo abandonado, provavelmente
porque os estóicos não consideravam os seus fundadores perfeitamente sábios e para
evitar o risco de a filosofia se torna um culto à personalidade.

O nome “estoicismo” deriva do Stoa Poikile ou alpendre pintado, uma colunata


decorada com cenas de batalhas míticas históricas, no lado norte da Ágora de Atenas,
onde Zenão e seus seguidores se reuniram para discutir suas ideais.

A palavra “estóico” comumente se refere a alguém que indiferente à dor, prazer


tristeza ou alegria. O uso moderno como uma “pessoa que reprime sentimento ou resiste
pacientemente” foi citado pela primeira vez em 1579 como um substantivo, e em 1596
como um adjectivo.

Os princípios da filosofia estoica

Os princípios da filosofia estoica, que norteiam os seguidores da doutrina, são:

1) A virtude é o único bem e caminho para a felicidade;


2) A pessoa deve sempre priorizar o conhecimento e o agir com a razão;
3) O prazer é um inimigo do homem sábio;
4) O universo é governado por uma razão natural e divina;
5) As atitudes têm mais valor que as palavras, ou seja, o que é feito tem mais
importância do que é dito;
6) Os sentimentos externos tornam o homem um ser irracional e não imparcial;
7) Não se deve pergunta porque algo aconteceu na sua vida e sim, aceita sem
reclamar, focando apenas no que pode ser modificado e controlado naquela
situação;
8) Agir de forma prudente e assumir a responsabilidade sobre os seus atos;
9) Tudo ao nosso redor acontece de acordo com uma lei de causa e efeito;
10) A vida e circunstâncias não são idealizadas. O indivíduo precisa conviver e
aceitar a sua vida da forma que ela é.

A partir desses princípios, é possível entender que uma pessoa estoica é aquela que
não se deixa levar por crenças, paixões e sentimentos que são capazes de tirar a

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racionalidade de uma pessoa na hora de agir, como desejos, dor, medo e prazer. Isso
porque essa circunstâncias infundadas e irracionais.

A pessoa estoica busca agir de forma racional, mesmo com a existência desses
sentimentos. Não que o estico seja um indivíduo sem sentimentos, mas ele não é
prisoneiros deles.

Os ensinamentos da filosofia estoica

De acordo com pensamento estoico, há coisa que não estão sob o controle das
pessoas e há coisa que são possíveis de serem controladas. Neste caso, sobre o que não é
possível controlar, como o clima, por exemplo, não há nada que possa ser feito para
alterar o seu estado.

Os ensinamentos da filosofia estoica têm como objectivo de mostrar que o


indivíduo deve se concentrar apenas no que é possível controlar, de ser grato ao que já
possui e de negar os prazeres e emoções extremas.

Ensinamentos estes como:

1. Ataraxia

O foco da filosofia estoica é a conquista da felicidade por meio da ataraxia, que é


um ideal de tranquilidade no qual é possível viver de forma serena e com paz de espírito.
Para o estoicos, o homem apenas poderia conseguir essa felicidade através das suas
próprias virtudes, ou seja, dos seus conhecimentos.

2. Autossuficiência

A autossuficiência é um dos principais objectivos dos estoicos. Isso porque o


estoicismo prega que cada ser deve viver de acordo com a sua natureza, ou seja, deve
agir de forma responsável com o que acontece na sua própria vida. Assim sendo, como
ser racional que é, o homem deve se valer das suas próprias virtudes em prol da
conquista do seu maior propósito: a felicidade.

3. Negação de sentimentos externos

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Os estoicistas consideram que os sentimentos externos (paixão, luxúria, etc.) são
nocivos ao homem, pois fazem com que ele deixe de ser imparcial e passe a ser
irracional. Todos esses sentimentos são tidos como vícios e como causadores de males
absolutos que comprometem as tomadas de decisões e a organização dos pensamentos de
forma lógica e inteligente.

4. Enfrentar os problemas através da razão

Na busca pela vida tranquila e feliz, a filosofia estoica defende que os factores
externos que comprometem a perfeição moral e intelectual devem ser ignorados. Essa
linha de pensamento defende que, mesmo na adversidade, em situações problemáticas ou
difíceis, o homem deve optar por reagir sempre com calma, tranquilidade e
racionalidade, sem deixar que os fatores externos comprometam a sua capacidade de
julgamento e ação.

As fases do estoicismo

O estoicismo é dividido em três principais períodos: ético (antigo), eclético (médio)


e religioso (recente).

Estoicismo antigo ou ético foi vivido pelo fundador da doutrina, Zenão de Cício
(333 a 262, a.C.), e foi concluído por Crisipo de Solunte (280 a 206 a.C.), que teria
desenvolvido a doutrina estoica e transformado no modelo que é conhecido na
atualidade.

No estoicismo médio ou eclético, o movimento começa a se disseminar entre os


romanos, sendo o principal motivador da introdução do estoicismo na sociedade romana
Panécio de Rodes (185 a 110 a.C.). A característica mais marcante desde período, no
entanto, foi o ecletismo que a doutrina sofreu a partir da absorção de pensamentos de
Platão e Aristóteles Posidônio de Apaméia (135 a.C. a 50 d.C) foi o responsável por esta
mistura.

Por fim, a terceira fase do estoicismo é conhecida como religiosa ou nova. Os


membros deste período enxergavam a doutrina filosófica não como parte de uma ciência,
mas como uma prática religiosa e sacerdotal. O imperador romano Marco Aurélio foi um
dos principais representantes do estoicismo religioso.

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Divergência entre o estoicismo e epicurismo

O estoicismo é uma corrente filosófica oposta ao epicurismo. Enquanto o


estoicismo ensina que o homem deve ser racional, negar os prazeres terrenos e aceitar as
dores e problemas, lidando apenas com o que pode ser controlado, já o epicurismo prega
que os indivíduos devem procurar prazeres moderados, para alcançar um estado de
tranquilidade e de libertação dos medos.

No entanto, os prazeres não podem ser exagerado, pois, podem apresentar


perturbações que dificultam o encontro da serenidade, felicidade e saúde corporal.
Enquanto isso, o estoicismo, contrariando o epicurismo, prega que a busca da felicidade
está na eliminação dos prazeres e nas ações diante de qualquer circunstância.

Um ponto importante também é que o epicurismo não acredita em questões


metafísicas, ou seja, não aceita que o universo tem uma ordem racional natural, guiada
por um logos divinos, ou seja um razão universal que governa todo universo, no qual a
alma humana faz parte. Isso porque o epicurismo é materialista, ou seja, está totalmente
ligado às questões físicas. Enquanto isso, o estoicismo acredita que o universo é
governado por uma ordem natural e divina.

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Conclusão

Em virtude dos factos mencionados pudemos perceber que o hedonismo epicurista é uma
doutrina que busca a felicidade através do prazer e dos seus desejos em consequência da
qualidade de vida do ser humano, desta feita entra em conflito com diversas culturas,
porque dedicar-se aos prazeres do corpo é afastar-se do caminho da alma, o que em
algumas religiões pode ser considerado como pecado.

Logo, a teoria com a qual nos identificamos foi a estoica, justamente por
compreendermos que devemos reconhecer e se concentrar naquilo que podemos controlar
e a não se preocupar e aceitar aquilo que não podemos controlar, ou seja, seremos felizes
nos focando em nós mesmos e não em questões externas.

“ A felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos”

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Referências bibliográficas

• Battista Mondin, Curso de Filosofia, Os filósofos do Ocidente vol.1


• Venâncio Coriolano Ruy. O DESEJO DO EPICURISMO
• Documentário: Epicuro e a felicidade. Francisco Marvão
• Moraes,2010,p.23
• Dissertação (mestrado em filosofia pontifícia) Universidade Católica do
Rio de Janeiro 2008
• Bezerra, David Araújo, Diferenças e Semelhanças entre os conceitos de
felicidade em Epicuro e Sêneca, 2012

• Abbagno ,Nicola-Dicionário de filosofia , Martis Fontes , São Paulo


2000

• Significados.com.br
• Marias, Julián- A felicidade humana, Duas cidades, São Paulo 1989
• Infopédia
• Suapesquisa.com
• Enciclopédia.com

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