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A maior parte dos pais e dos professores atrasa a avaliação de uma criança com dificuldades
de leitura porque acreditam que os problemas são apenas temporários e serão superados. De
facto, há certamente tropeços triviais ou transitórios que ocorrem no caminho para a leitura.
No entanto, há determinados sinais capazes de indiciar dificuldades presentes ou futuras ao
nível da aprendizagem da leitura e que não podem ser ignorados. Não se pretende ser
alarmista mas sim promover a consciência de que, na presença de um conjunto articulado de
determinados indicadores específicos estamos perante um cenário que pede, no mínimo, uma
maior atenção, até porque se uma criança mais tarde tiver problemas, os anos perdidos não
poderão ser recuperados. Ao reconhecermos os Sinais de Alerta que podem indicar crianças
em risco de dislexia podemos proceder a uma avaliação e intervenção precoce adequada,
prevenindo o efeito potencialmente cumulativo e prejudicial das dificuldades ao nível da
leitura. Atualmente, graças à investigação realizada no âmbito das perturbações da leitura e da
escrita, é possível sistematizar e concretizar esses sinais específicos da dislexia e traçar retratos
facilmente reconhecíveis em diferentes períodos do desenvolvimento.
• História de atraso na aquisição da linguagem, tal como começar a dizer as primeiras palavras
após os 15 meses (quando as primeiras palavras surgem habitualmente por volta do ano de
idade) e a dizer frases após os dois anos de idade (quando habitualmente se formam entre os
18 meses e os dois anos de idade). Este atraso de linguagem pode ser referido pelos pais como
uma característica familiar. Note-se que a dislexia é uma perturbação parcialmente genética
pelo que crianças com histórico familiar de dificuldades ao nível da leitura e escrita deverão
ser atentamente observadas para detetar a presença de eventuais sinais indicadores da
referida problemática.
• Frases curtas, palavras mal pronunciadas com omissões e inversões de sílabas ou fonemas
(fósforos/fosfos, pipocas/popicas);
• Dificuldade em aperceber-se de que as frases são formadas por palavras e que as palavras se
podem segmentar em sílabas;
• Dificuldade em associar as letras aos seus sons (dificuldade em associar a letra “pê” ao
som /p/);
• Relutância, lentidão e necessidade de apoio dos pais na realização dos trabalhos de casa;
a) Problemas de Leitura »
• Surgem reclamações sobre o quanto é difícil ler. A criança poderá inclusive correr e
esconder-se para fugir ao ato de ler;
• Desagrado e tensão durante a leitura. Leitura hesitante, lenta, cansativa, com incorreções e
erros de antecipação;
• Trabalhos de casa parecem não ter fim. Recorrem frequentemente aos pais que são
recrutados para ler os enunciados;
• Correção leitora melhora com o tempo, mantém a falta de fluência e a leitura trabalhosa;
• Baixa auto-estima, com sofrimento, que nem sempre é evidente para os outros;
b) Problemas de Linguagem »
• Discurso pouco fluente com pausas, hesitações frequentes, muitos “um’s” durante a fala;