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nº1

Balizas Metodológicas -

Contra o Cronocentrismo

1. Distanciamento crítico 1.3 Descontinuidade


Cronocentrismo é quando os indivíduos estão centrados em seu A história não se faz de saltos, porém algumas rupturas são
próprio tempo, tornando incapazes de compreender a alteridade mais fortes que as outras. Por exemplo, a Revolução Francesa,
do passado sendo necessário a subversão para entender o que claramente, algo simplifica. De acordo com historiador Fernand
há de próprio do passado. Braudel, "Histórias e ciências sociais: a longa duração", 1958,
existem diferentes temporalidades. Por exemplos, os
tratamentos a mulher é considerada uma temporalidade
longuíssima. Mas isso, não seria o suficiente, somente quando
o historiador souber quando começa e termina, pois na história
precisa analisar a localidade, respeitando a alteridade passado
1.1 Compreender a alteridade
de cada período.
Se os indivíduos não conseguem abstrair as relações de poder, 1.3 Fontes
não podem deixar a vontade de denunciar tudo isso, embaçar os As críticas do século 20 foram lançadas a possibilidades de
problemas da atualidade, por conta da familiaridade, ou seja, reconstruir o passado em sua totalidade. Resultou com que
desnaturalizar aquilo que por familiaridade tende fazer parecer alguns teóricos percebem-se as que a história tem diversas
natural. Assim, pode-se fazer um compreensão a cerca do interfaces com a literatura, sendo considerada antes de tudo
presente por meio da comparação de momentos históricos como um gênero literário ou um representação sem vínculo com
distintos. o objeto representado de modo que historiografia representaria
1.2 Contextualização apenas a subjetividade do historiador ou exigência do presente.
As atitudes tradicionalistas e evolucionistas não nos permitem Caso considerarmos a história como um gênero literário
perceber o caráter local daquilo que analisamos, uma que vez estaríamos considerando as representações arbitrária do
que a noção de interpretação dos juristas medievais pouco se passado, ou seja, meramente subjetivas apenas ao seu
assemelha as noções ocidentais atuais. São nessas momento de enunciação e não do passado, apesar da
especificidades que se preside a história, ou seja, seus vínculos diversidade de narrativas historiográficas do mesmo momento
com seu contexto, específico daquele momento histórico, não histórico, pode até parecer uma representação de gênero
de outro. literário. No entanto, a premissa da historiografia como gênero
literário, porém a consequência não necessariamente, uma vez
que os gêneros apresentam suas regras de validação, que no
caso da história gira em torno das fontes, como os documentos,
já a literatura gira em torno da ponte entre presente e passado,
mas instáveis que são capazes de nos levar de uma ponte a
outra. A historicidade tem o compromisso com a verdade. Por
fim, percebe-se que muitos textos de histografia jurídica são
pesquisas propriamente ditas, muitos propõem a interpretação
do passado através das fontes, outros são textos de síntese,
aqueles que simplificam o que a historiografia, muitas vezes,
para fins didáticos, porém muitos não possuem lastro de
pesquisa, este é objetivo do curso, identificar um texto
histórico jurídico aceitável.

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