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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ


LENIR TRIDAPALLI

CALÇADO DE LUXO FEITO COM MATERIAIS


ECOLOGICAMENTE CORRETOS

Balneário Camboriú
2008 - 1
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ


LENIR TRIDAPALLI

CALÇADO DE LUXO FEITO COM MATERIAIS


ECOLOGICAMENTE CORRETOS

Trabalho de Conclusão de Curso de


Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí,
sob a orientação da professora Taíza Kallinowski .

Balneário Camboriú
2008 -1
3

Dedico este trabalho a DEUS, sem o qual aquilo que


existe, jamais existiria.
Dedico também ao meu pai Mário Pedro Tridapalli e, in
memoriam, à minha mãe Mônica Piffer Tridapalli, pessoas que
me educaram e nunca me deixaram faltar amor, carinho,
educação, enfim, o material e imaterial.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me possibilitar vida saudável para desempenhar a


árdua tarefa que é um trabalho de conclusão de curso.
Agradeço aos meus pais, aos meus irmãos João e Maria Aparecida, à minha
madrasta Maria e à sua filha Waldirene, ao meu namorado César, à minha tia
Leocádia e ao meu sobrinho Guilherme, pelo apoio e compreensão.
Agradeço ainda, à Universidade do Vale do Itajaí, no seu corpo docente do
curso de Design de Moda e, em especial, à Professora Orientadora Taíza
Kalinowski.
Agradeço à empresa J.R.S Indústria e Comércio de Calçados (ANA LARA
CALÇADOS), na pessoa de seu proprietário Sr. Joel Ricardo e do funcionário Sr.
Silvonei Ouriques, que não pouparam esforços para me atender e auxiliar na
fabricação do calçado, mesmo diante da correria sempre presente numa indústria de
calçados.
Agradeço, enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram
para a minha formação universitária.
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RESUMO

O luxo etimologicamente significa abundância, refinamento, ostentação,


magnificência, ornamento e ao longo da história foi visto desta maneira, porém no
século XXI, o luxo passou a ter conceitos que valorizam a tranqüilidade, o bem-estar,
o respeito ao próximo e entre outros, atitudes ecológicas.
A sociedade está se tornando consciente dos problemas ambientais pelos
quais o mundo está passando e começou a procurar formas de diminuir os danos
causados ao meio-ambiente e uma destas formas é o uso de materiais
ecologicamente corretos por vários setores da economia, onde a moda tem uma
grande participação.
Muitos produtos de moda estão sendo confeccionados dentro de padrões que
não agridam a natureza, como exemplo, pode-se citar o segmento calçadista, que
começou a apresentar calçados feitos com materiais ecologicamente corretos.

Palavras-chave: calçados, luxo, ecologicamente correto.


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RESUMEN

Lujo significa etimologicamente, abundancia, refinamiento, ostentación,


magnificência, oranmentación y a lo largo de la historia fue visto de esta manera, sin
enbargo en el siglo XXI, el lujo paso a tener conceptos que valorizan la tranquilidad,
el bien estar, el respeto al projimo y entre otros, actitudes ecológicas.
La sociedad se esta concientizando de los problemas ambientales por los
cuales el mundo esta pasando y comenzo a buscar formas de disminuir los daños
causados al médio ambiente y una de estas formas es el uso de materiales
ecológicos, donde la moda tiene una gran participación .
Muchos productos de moda esta siendo confeccionados dentro de padrones
que no agredan a la naturaleza, por ejemplo, se puede citar al segmento del
calzado, que comenzo a presentar calzados hechos com materiales ecológicos.

Palabra clave: calzado, lujo, ecologico


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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Método MD3E ................................................................................................................17
Figura 02 Método MD3E com desdobramentos auxiliares adaptado...............................................18
Figura 03 Sandália de Tutankamon................................................................................................26
Figura 04 Sandália grega...............................................................................................................27
Figura 05 Sandália romana campagu.............................................................................................28
Figura 06 Réplica de bota de 1490.................................................................................................29
Figura 07 Henrique VIII com sapatos arredondados .......................................................................30
Figura 08 Calçado de salto com rosetas.........................................................................................30
Figura 09 Réplica de sapato feminino de 1730...............................................................................31
Figura 10 Calçado masculino de 1750-1760...................................................................................32
Figura 11 Sapato feminino de 1780................................................................................................32
Figura 12 Sapatilhas femininas de 1850 .............................................................................32
Figura 13 Bota de 1860 bordada com fio de ouro ...........................................................................33
Figura 14 Sapato feminino de 1870................................................................................................33
Figura 15 Bota de 1913..................................................................................................................34
Figura 16 Sapato com strass de 1919 ...........................................................................................34
Figura 17 Sapato de cetim 1920.....................................................................................................34
Figura 18 Sapato forrado com renda de 1920 ................................................................................35
Figura 19 Sapato de veludo de 1920..............................................................................................35
Figura 20 Sandália feita por Ferragamo à princesa Mahani 35
Figura 21 Sapato de 1940 com pedrarias.......................................................................................36
Figura 22 Sapato bordado 1947 .....................................................................................................36
Figura 23 Saltos com detalhes em cristais e strass. ....................................................................37
Figura 24 Sandália com strass .......................................................................................................37
Figura 25 Sapato de Roger Vivier de1950......................................................................................37
Figura 26 Sapato bordado Roger Vivier de1960 .............................................................................38
Figura 27 Sapato de Roger Vivier de 1961.....................................................................................38
Figura 28 Sandália com glitter,de 1970 ........................................................................................38
Figura 29 Scapin dos anos 80........................................................................................................39
Figura 30 Calçados de Sarah Chofakian ........................................................................................40
Figura 31 Sandália de Sergio Rossi ..............................................................................................41
Figura 32 Sandália de Giuseppe Zanotti.........................................................................................41
Figura 33 Sandálias de Pierre Hardy..............................................................................................42
Figura 34 Sandália Christian Louboutin .........................................................................................42
Figura 35 Sandália com cristias Monolo Blahnik.............................................................................43
Figura 36 Sandália com cristais Jimmy Choo .................................................................................43
Figura 37 Sandália Patrick Cox ......................................................................................................44
Figura 38 Scarpin de Franziska Hübner .........................................................................................44
Figura 39 Sandália de Jorge Guimarães ........................................................................................45
Figura 40 Sandália de Fernando Pires ...........................................................................................45
Figura 41 Sandália com cristais Maurício Medeiros........................................................................45
Figura 42 Sandália assinada por Constança Basto ........................................................................46
Figura 43 Sandália assinada por Francesca Giobbi........................................................................46
Figura 44 Sandália Francesca Giobbi.............................................................................................47
Figura 45 Detalhe da sandália de Paula Ferber..............................................................................47
Figura 46 Vestido feito com couro de tilápia ...................................................................................51
Figura 47 Canela de avestruz ........................................................................................................51
Figura 48 Jeans da grife Replay.....................................................................................................53
Figura 49 Coleção da marca Harricana ..........................................................................................54
Figura 50 Divisões de uma forma...................................................................................................56
Figura 51 Tipos de bicos 1 fino, 2 quadrado,3 largo, 4 redondo 56
Figura 52 Espessuras de bico . ......................................................................................................56
Figura 53 Fôrma e Cabedal............................................................................................................57
Figura 54 Couraça .........................................................................................................................58
Figura 55 Contraforte.....................................................................................................................58
Figura 56 Forro ..............................................................................................................................59
Figura 57 Avesso ...........................................................................................................................59
Figura 58 Sistema de fechamento..................................................................................................60
Figura 59 Componentes metálicos .................................................................................................60
8

Figura 60 Sola ...............................................................................................................................61


Figura 61 Palmilhas de montagem .................................................................................................61
Figura 62 Alma ..............................................................................................................................62
Figura 63 Saltos.............................................................................................................................62
Figura 64 Tacões...........................................................................................................................63
Figura 65 Entressola. .....................................................................................................................63
Figura 66 Vira ................................................................................................................................64
Figura 67 Palmilha interna .............................................................................................................64
Figura 68 Partes de um calçado.....................................................................................................65
Figura 69 Calçado feito em couro de jacaré ...................................................................................66
Figura 70 Sapato feito com couro de tilápia....................................................................................67
Figura 71 Calçados da marca Roberto Benelli feitos em couro de salmão 67
Figura 72 Bolsa feita com tecido de algodão banhado em látex 69
Figura 73 Sapato com forro malha de bambu ...................................................................................70
Figura 74 Couro de peixe tingido....................................................................................................70
Figura 75 Madeira de pinus............................................................................................................71
Figura 76 Madeira de seringueira...................................................................................................72
Figura 77 Sandália feita com cepa de acrílico. ...............................................................................72
Figura 78 Solado feito de TR com salto de acrílico i 73
Figura 79 Couraça e Contraforte100% recicláveis..........................................................................73
Figura 80 Palmilha feita de papelão rígido recilado para saltos acima de 8 cm ...............................74
Figura 81 Palmilha feita de láticenatural............................................................................................74
Figura 82 Calçados da Imitation and Desguise...............................................................................75
Figura 83 Calçado de Natalie Portman...........................................................................................76
Figura 84 Calçado de Form & Fauna..............................................................................................76
Figura 85 Calçado de Stella McCartney feito de material orgânico .................................................77
Figura 86 Bota de Franziska Hübner feita de couro de enguia ......................................................77
Figura 87 Vista do saguão do hotel ................................................................................................78
Figura 88 Vista panorâmica do Bur Al Arab....................................................................................79
Figura 89 Suíte do Burj Al Arab......................................................................................................79
Figura 90 Restaurante Al Mahara...................................................................................................79
Figura 91 Painel semântico da temática ........................................................................................80
Figura 92 Sandália grafite ..............................................................................................................81
Figura 93 Sandália prata................................................................................................................81
Figura 94 Sandália dourada ...........................................................................................................82
Figura 95 Sandália cobre ...............................................................................................................82
Figura 96 Sandália pêssego...........................................................................................................82
Figura 97 Sandália marfim ............................................................................................................83
Figura 98 Sandália azul claro.........................................................................................................83
Figura 99 Sandália azul .................................................................................................................83
Figura 100 Sandália lilás..................................................................................................................84
Figura 101 Sandália areia ................................................................................................................84
Figura 102 Sandália rosa .................................................................................................................84
Figura 103 Painel semântico do público alvo....................................................................................86
Figura 104 Painel semântico do conceito 88
Figura 105 Alternativas de saltos anabela. .......................................................................................94
Figura 106 Alternativas de saltos finos .............................................................................................95
Figura 107 Altenativa 1 ....................................................................................................................96
Figura 108 Altenativa 2 ....................................................................................................................97
Figura 109 Altenativa 3 ....................................................................................................................97
Figura 110 Altenativa 4 ....................................................................................................................98
Figura 111 Altenativa 5 ....................................................................................................................98
Figura 112 Altenativa 6 ....................................................................................................................99
Figura 113 Altenativa 7 ....................................................................................................................99
Figura 114 Altenativa 8 ..................................................................................................................100
Figura 115 Altenativa 9 ..................................................................................................................100
Figura 116 Altenativa 10 ................................................................................................................101
Figura 117 Altenativa escolhida .....................................................................................................101
Figura 118 Couro de tilápia utilizado no modelo final..................................................................... ..102
Figura 119 Alteração na gáspea ....................................................................................................102
9

Figura 120 Alteração no traseiro ....................................................................................................103


Figura 121 Alteração no salto.........................................................................................................103
Figura 122 Identificação dos materis..............................................................................................109
Figura 123 Vista lateral do modelo final.............................................................................................110
Figura 124 Vista superior do modelo final.......................................................................................110
Figura 125 Salto do modelo final....................................................................................................112
Figura 126 Bico da sandália ...........................................................................................................113
Figura 127 Etiqueta do calçado......................................................................................................114
Figura 128 Sacola do calçado........................................................................................................114
Figura 129 Caixa do calçado..........................................................................................................115
Figura 130 Embalagem interna ......................................................................................................115
Figura 131 Tag informativo ............................................................................................................116
Figura 132 Tag de certificação.......................................................................................................116
Figura 133 Display .........................................................................................................................117
Figura 134 Outdoor........................................................................................................................117
Figura 135 Publicidade em revista .................................................................................................118
Figura 136 Site ..............................................................................................................................118
Figura 137 Planta baixa do Terraço II................................................................................................119
Figura 138 Vista do ballroom do Terraço II da Daslu ......................................................................120
Figura 139 Certificado de garantia .................................................................................................121
10

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Diferença entre metodologia, método de projeto e ferramenta projetual..........................15


Quadro 02 Numeração dos calçados no Brasil....................................................................................57
Quadro 03 Tendências de cores para o verão2008/2009 .................................................................85
Quadro 04 Cartela de cores.............................................................................................................92
Quadro 05 Cartela de materiais .......................................................................................................93
Quadro 06 Adequações totais........................................................................................................103
Quadro 07 Modelagem ..................................................................................................................105
Quadro 08 Ficha técnica................................................................................................................106
Quadro 09 Ficha técnica................................................................................................................107
Quadro 10 Seqüencia operacional .................................................................................................108
Quadro 10 Custo total do produto ..................................................................................................108
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 13
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................. 13
1.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA E PROBLEMA DE PROJETO ............................. 14
1.4 MÉTODOLOGIA.................................................................................................................... 15
1.4.1 Metodologia de pesquisa................................................................................................... 15
1.4.1 Metodologia de projeto...................................................................................................... 16
1.4.2.1 Ferramentas projetuais ..................................................................................................... 19
1.4.2.2 Técnicas de criatividade.................................................................................................... 20
2 ANÁLISE DO PROBLEMA................................................................................................................. 21
2.1 O MERCADO DE LUXO ....................................................................................................... 21
2.2. O CALÇADO DE LUXO NA HISTÓRIA............................................................................26
2.2.1 CALÇADOS DE LUXO NO SÉC. XXI .................................................................................... 39
2.3 SUSTENTABILIDADE .......................................................................................................... 48
2.4 O CALÇADO ........................................................................................................................ 55
2.4.1 Fôrmas ............................................................................................................................. 55
2.4.2 Cabedal ............................................................................................................................ 57
2.4.3 Couraça ............................................................................................................................ 58
2.4.4 Contraforte........................................................................................................................ 58
2.4.5 Forro................................................................................................................................. 58
2.4.6 Avesso.............................................................................................................................. 59
2.4.7 Sistema de fechamento..................................................................................................... 59
2.4.8 Enfeites............................................................................................................................. 60
2.4.9 Sola e solado .................................................................................................................... 60
2.4.10 Palmilha de montagem...................................................................................................... 61
2.4.11 Alma ................................................................................................................................. 62
2.4.12 Salto ................................................................................................................................. 62
2.4.13 Tacão................................................................................................................................ 63
2.4.14 Entressola......................................................................................................................... 63
2.4.15 Vira ................................................................................................................................... 64
2.4.16 Palmilha interna ................................................................................................................ 64
2.4.17 Partes de um sapato ........................................................................................................ 64
2.5 MATERIAIS ECOLOGICAMENTE CORRETOS ................................................................... 65
2.6 CONCORRENTES................................................................................................................ 75
2.7 TEMÁTICA............................................................................................................................ 78
2.8 TENDÊNCIAS....................................................................................................................... 80
2.9 PÚBLICO-ALVO.................................................................................................................... 85
2.9.1 Pesquisa de campo............................................................................................................... 87
3 ATRIBUTOS DO PRODUTO .............................................................................................................. 88
3.1 CONCEITO .......................................................................................................................... 88
4 CONCEPÇÃO..................................................................................................................................... 89
4.1 CAMINHOS CRIATIVOS....................................................................................................... 89
4.2 BRIEFING ............................................................................................................................. 90
4.3 CERTELA DE CORES .......................................................................................................... 91
4.4 CARTELA DE MATERIAIS.................................................................................................... 92
4.5 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ........................................................................................... 93
4.5.1 Alternativas escolhidas...................................................................................................... 96
4.5.1.2 Alternativa escolhida para fabricaçãol.............................................................................. 101
4.6 ADEQUAÇÕES TÉCNICAS E ESTÉTICAS......................................................................... 102
5 PÓS-CONCEPÇÃO .......................................................................................................................... 104
5.1 SUBSISTEMAS E COMPONENTES ................................................................................... 104
5.1.2 Modelagem ..................................................................................................................... 104
5.1.3 Ficha Técnica.................................................................................................................. 105
5.2 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DO PRODUTO....................................... 108
5.3 IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS .................................................................................... 109
5.4 MEMORIAL DESCRITIVO................................................................................................... 109
5.4.1 Função estética e formal ................................................................................................. 109
12

5.4.2 Função de uso ................................................................................................................ 110


5.4.3 Função ergonômica......................................................................................................... 111
5.4.3.1 Antropometria............................................................................................................. 111
5 4.3.2 Biomecânica .............................................................................................................. 111
5.4.3.3 Função fisiológica....................................................................................................... 113
5.4.3.4 Usabilidade ................................................................................................................ 113
5.4.3.5 Cognitiva.................................................................................................................... 113
5.4.4 Função técnica................................................................................................................ 113
5.4.5 Função informacional ...................................................................................................... 114
5.4.6 Função de marketing....................................................................................................... 116
5.4.6.1 Display ....................................................................................................................... 116
5 4.6.2 Outdoor...................................................................................................................... 117
5.4.6.3 Publicidade em revistas.............................................................................................. 118
5.4.6.4 Site ............................................................................................................................ 118
6 MERCADO ....................................................................................................................................... 119
6.1 LANÇAMENTO DO PRODURO .......................................................................................... 119
6.2 VENDA ............................................................................................................................... 120
6.3 PÓS-VENDA....................................................................................................................... 121
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 122
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 123
APÊNDICE A.......................................................................................................................................134
13

INTRODUÇÃO

O luxo sempre fez parte das sociedades, mesmo antes do capitalismo, e seu
mercado vem crescendo acentuadamente no Brasil e no mundo, junto com as
degradações ambientais pelas quais o mundo está passando.
Este projeto tem por finalidade o desenvolvimento de um calçado de luxo
ecologicamente correto, pois, visa a aumentar a conscientização da sociedade para
assuntos referentes à sustentabilidade, porque apesar de produtos de luxo serem
destinados a uma pequena parcela de população, eles são desejados por muitos,
fazendo com que as tendências deste mercado sejam, na maioria das vezes, aceitas
em todo o mundo, pois passado algum tempo, as tecnologias utilizadas para
produtos de luxo ficam mais acessíveis abrangendo uma grande parcela da
sociedade.
Neste projeto serão apresentadas as pesquisas referentes ao mercado e aos
calçados de luxo, as partes que compõem um calçado e os materiais
ecologicamente corretos disponíveis no mercado para a confecção dos mesmos, as
pesquisas referentes à temática, ao público-alvo, tendências de moda para calçados
e os concorrentes, que neste caso, são os designers ou empresas que fabricam
calçados de luxo ou casual chic com materiais ecologicamente corretos.

1.1 Objetivo geral

Desenvolver um calçado de luxo com materiais ecologicamente corretos para


o público feminino de classe “A”, inspirado no hotel Burj Al Arab, em Dubai.

1.2 Objetivos específicos

• Pesquisar o mercado de luxo a fim de conhecer e compreender sua


importância no âmbito social e econômico;
14

• Pesquisar os tipos de materiais ecologicamente corretos disponíveis no


mercado para a fabricação de calçados;
• Obter informações e imagens do hotel Burj Al Arab, para auxiliarem no
desenvolvimento das gerações de alternativas;
• Pesquisar o interesse do público-alvo por calçados com conceitos de
sustentabilidade para verificar a viabilidade do presente projeto;
• Desenvolver um calçado feminino utilizando materiais ecologicamente
corretos.

1.3 Justificativa da escolha do tema e problema de projeto

Em tempos de desmatamentos, animais em extinção e imensas degradações


ambientais afetando o clima mundial, pensar em produtos ecologicamente corretos é
de extrema importância.
A sociedade está se tornando consciente dos problemas ambientais pelos
quais o mundo está passando e está procurando formas de preservar o meio
ambiente. Uma delas é o uso de produtos ecologicamente corretos e setor de luxo
está efetivamente participando e se movimentando para isso, porque, de acordo com
Braga (2004), no século XXI, o luxo ganhou conceitos que valorizam uma
consciência e atitudes ecológicas.
No setor calçadista, ainda são poucas as opções de matérias-primas
certificadas ou orgânicas disponíveis para a confecção de calçados com conceito de
sustentabilidade, pois conforme o site do jornal Zerohora (2008), o mercado ainda
não oferece quantidade suficiente para atender à demanda, por isso esses produtos
custam caro e são direcionados a camadas mais elitizadas.
Dentro deste contexto, o problema a ser resolvido neste projeto é: como
desenvolver um calçado de luxo com materiais ecologicamente corretos?
15

1.4 Metodologia

A metodologia é o campo do conhecimento responsável pelo estudo e


aplicação dos métodos, técnicas e ferramentas através dos quais as atividades
humanas são desenvolvidas, nesse caso, o design (SANTOS, 2005).
Conforme Monteiro, Merengue e Brito (2006, p. 26), “metodologia é como
uma estratégia ou plano para atingir um objetivo; métodos são táticas que podem ser
empregadas para atingir os objetivos da metodologia.”

Metodologia = campo do conhecimento que estuda os métodos


Método de projeto = conjunto de atividades para se chegar a um determinado objetivo
Ferramenta de projeto = recurso físico ou lógico que auxilia na solução de um
problema específico dentro do projeto.

Quadro 01- Diferença entre metodologia, método de projeto e ferramenta de projeto


Fonte: Santos, (2005)

A seguir apresentam-se as metodologias de pesquisa e de projeto utilizadas


neste projeto.

1.4.1 Metodologia de pesquisa

A pesquisa é um procedimento racional e metódico que objetiva proporcionar


respostas aos problemas que são propostos. É feita quando não se dispõe de
informações suficientes para responder o problema ou quando estas se encontram
desordenadas. Desenvolve-se ao longo de um processo que envolve várias fases,
desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados. (GIL, 1996).
Assim compreende-se que a metodologia de pesquisa objetiva ordenar as
informações de modo seqüencial para, conforme Barreto e Honorato (1998), atingir
os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de
menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação.
Neste projeto, a metodologia de pesquisa será feita através de: pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo.
16

Na pesquisa bibliográfica, a obtenção dos dados será através de livros,


revistas, jornais e sites.
Segundo Gil, (1996, p. 48): “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Complementando a idéia do autor acima citado, Santos e Candeloro (2006)
dizem que também podem ser pesquisadas a legislação pertinente à área do objeto
de pesquisa, revistas eletrônicas, e sites idôneos da internet.
A pesquisa de campo se realizará através de entrevista, caracterizando-se,
portanto, em uma pesquisa qualitativa.
Segundo Fachin (2005), a pesquisa de campo é realizada com fatos sociais,
colhidos em ambiente natural e é freqüentemente empregada em investigações que
procuram avaliar a eficácia de um conjunto de processos para auxiliar a sociedade.
As entrevistas podem ser realizadas pessoalmente (em casa, na rua etc), por
telefone, pela internet, por correio. O importante é que as entrevistas sejam
aplicadas individualmente (IBOPE, 2008)
Essa pesquisa será aplicada ao público-alvo deste projeto para, como
descrito nos objetivos específicos, identificar seu interesse por calçados feitos com
materiais ecologicamente corretos.

1.4.2 Metodologia de projeto

O método de projeto, segundo Munari (1998), é uma série de operações,


necessárias, dispostas em ordem lógica, com o objetivo de atingir o melhor resultado
com menos esforço.
Para o presente projeto, será utilizado o método proposto por Santos (2005),
chamado de MD3E - Método de desdobramento em três etapas que consiste em três
etapas básicas, sendo elas, pré-concepção, concepção e pós-concepção.
Conforme Santos (2005), na fase de pré-concepção são definidas todas as
atividades que precisam ser desenvolvidas antes da geração das alternativas. Já na
fase de concepção, são definidas que características o produto vai ter. É o momento
da materialização do conceito em algo concreto, dos objetivos inicialmente definidos
em uma proposta coerente, configurada em forma de produto; e na pós-concepção
são definidas as atividades que precisam ser desenvolvidas após a definição da
melhor solução para o projeto.
17

Para que as etapas básicas possam ser desdobradas com mais segurança,
utiliza-se um conjunto de desdobramentos mínimos para guiar o início do projeto,
onde a partir deste momento, interferências no método já podem acontecer,
ampliando ou alterando os mesmo de acordo com as necessidades de cada projeto.
(SANTOS, 2005). O autor ainda afirma que a interferência no método aumenta a
qualidade do projeto, já que o torna mais adequado ao problema em questão e ao
seu contexto.
A figura a seguir apresenta o método MD3E com as etapas básicas e os
desdobramentos mínimos obrigatórios.

Figura1: Método MD3E


Fonte: Santos, (2005)

Após os desdobramentos mínimos obrigatórios, passa-se para os


desdobramentos auxiliares, onde serão definidas as atividades através das quais os
desdobramentos mínimos serão realizados e assim sucessivamente. A partir desse
momento, será definido o que fazer e como fazer, conforme a necessidade do
projeto. (SANTOS, 2005).
A seguir se apresenta o método MD3 com os desdobramentos auxiliares
adaptado para o presente projeto:
18

Figura 2: Método MD3E com desdobramentos auxiliares adaptado.


Fonte: arquivo pessoal. (2008)

Dentro da etapa básica de PRÉ-CONCEPÇÃO, o primeiro desdobramento


mínimo obrigatório planejamento do projeto descreve as características do projeto.
Nela encontram-se a introdução, objetivos, problema e justificativa, metodologia de
pesquisa e de projeto, que apresenta as ferramentas projetuais e as técnicas de
criatividade. O segundo desdobramento mínimo obrigatório de análise do problema,
objetiva estabelecer corretamente o que se pretende desenvolver e para isso será
elaborada a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo para fundamentar o projeto.
Nos atributos do produto, último desdobramento obrigatório pertencente à
fase de pré-concepção, define-se as características que o produto deverá apresentar
através do conceito do produto.
Na segunda etapa básica chamada de CONCEPÇÃO, o conceito definido
para o produto será feito através do processo criativo, sendo os desdobramentos
mínimos obrigatórios o caminho criativo (soluções que o problema de projeto pode
ter), geração de alternativas (através das técnicas de criatividade brainstorming, e
MESCRAI), seleção das alternativas e adequação para a produção.
A terceira e última etapa básica de PÓS-CONCEPÇÃO é onde serão dados
os detalhamentos para produção e mercado da alternativa selecionada e adequada
19

Os desdobramentos mínimos obrigatórios são o detalhamento de subsistemas e


componentes, onde serão detalhadas todas as partes que compõem o produto,
feitas através da modelagem e ficha técnica; descrição dos processos produtivos,
onde serão descritas as etapas da produção e o memorial descritivo; mercado, este
desdobrado em lançamento do produto, onde será escolhida a mídia ou evento, a
forma de divulgação; ponto de venda, e o pós-venda, onde será definida a forma de
contato com o cliente e a manutenção do produto.

1.4.2.1 Ferramentas projetuais

Como ferramentas projetuais, optaram-se pelo cronograma, painéis


semânticos e briefing.
O cronograma será utilizado durante todo o projeto para que as atividades de
elaboração do mesmo sejam cumpridas nas datas estabelecidas.
Segundo o site Sebraesp (2008) o cronograma é a disposição gráfica do
tempo que será gasto na realização de um trabalho ou projeto, de acordo com as
atividades a serem cumpridas, auxiliando o gerenciamento e controle das tarefas,
permitindo de forma rápida a visualização do andamento do projeto.
O cronograma do presente projeto encontra-se no apêndice A.
Após serem feitas as pesquisas bibliográficas, é possível a elaboração de
painéis semânticos com imagens que auxiliarão as gerações das alternativas e que
melhor caracterizam o público-alvo do projeto, a temática e o conceito que se quer
dar ao produto.
Conforme Baxter, (1998), simbolismo do produto e as emoções provocadas
por eles podem ser estruturadas através do painel de estilo de vida onde são
apresentados imagens dos hábitos, valores dos usuários; painel de expressão do
produto retrata a síntese dos aspectos do estilo de vida que possam ser aplicados
ao produto; painel de temas visuais representa o painel imagético de expressão do
espírito desejado para o novo produto.
Para Sanches (2007), entre as inúmeras ferramentas de projeto utilizadas no
processo de design, as que priorizam a expressão visual têm mostrado eficiência no
atendimento às especificidades da área de moda.
O briefing será utilizado para citar as características que o produto deverá
apresentar bem como as características do público-alvo além de localizar problemas
20

a serem resolvidos, permitindo a melhor execução e planejamento do produto a ser


feito.
Para Strunk (2001) o briefing serve para orientar os profissionais envolvidos
num projeto sobre quais requisitos são indispensáveis ao mesmo, podendo ser
aplicado a todas as etapas de desenvolvimento do produto.

1.4.2.2 Técnicas de criatividade

Visando facilitar o desenvolvimento do produto nas gerações de alternativas,


as técnicas de criatividade escolhidas foram o brainstorming e o MESCRAI.
Conforme Alcoforado e Neves (2008), a criatividade é o principal atributo do
designer e permite estabelecer novas associações para solucionar um determinado
problema. Ela surge na maioria dos casos a partir da busca e da experiência que
atravessa várias etapas podendo ser auxiliada a partir de métodos e técnicas de
criatividade.
O brainstorming significa tempestades de idéias e objetiva a geração das
mesmas. É necessário que seja aplicado a um problema específico e que o tema
analisado seja bem claro para os participantes. (CARVALHO, 1999).
O MESCRAI será utilizado quando já forem começadas as gerações de
alternativas para, conforme Baxter (1998), modificar, eliminar, substituir, combinar,
rearanjar, adaptar e inverter algo nos desenhos. Esses termos estimulam possíveis
modificações nos produtos.
21

2 ANÁLISE DO PROBLEMA

Este capítulo limita-se à pesquisa bibliográfica e à pesquisa de campo,


necessárias para o desenvolvimento deste projeto, pois possibilitam maior
familiaridade com os assuntos que serão abordados e compreensão dos mesmos
para fundamentar o tema escolhido.

2.1 O mercado de luxo

O luxo é um fenômeno cultural que fez parte de praticamente todas as


civilizações antigas e povos primitivos, tendo grande importância para a economia
mundial como fonte geradora de emprego e renda.
Conhecer a etimologia da palavra luxo pode nos ajudar a entender, de
maneira geral, o que o compõe.
Segundo Braga (2007) “a palavra luxo vem do latim luxus que significa
abundância, refinamento, ostentação, magnificência, ornamento.”
A abundância, a qual se refere Braga, é entendida como excesso, que para o
filósofo Voltaire, não se aplica somente ao luxo como algo nocivo. Assim, Voltaire
(2004, p.364) diz: “se por luxo entenderdes o excesso, sabemos muito bem que em
tudo o excesso é pernicioso: na abstinência como no epicurismo, na economia como
na liberdade”
O luxo pode estar associado ao concreto, entendido através de sua origem
etimológica, ao imaterial e à economia, tornando-se, portanto, muito relativo.
De maneira concreta, está associado à suntuosidade, à ostentação, à
extravagância, ao poder material, etc. Imaterialmente está ligado ao signo, ao
comportamento, a valores éticos, estéticos e ao requinte. Economicamente e
comercialmente, está ligado ao raro, ao exclusivo, e por isso, ao alto custo. (BRAGA
2007).
O luxo faz parte da cultura do ser humano desde o princípio da civilização até
os dias atuais, gerando diferenças entre as classes da sociedade.
22

Conforme Lipovetsky e Roux (2005), o paleolítico revela uma mentalidade de


luxo anterior à criação de objetos luxuosos, pois naquela época, o nível de vida dos
caçadores era medíocre e o luxo se dava através das festas, onde tudo era gasto
sem preocupação com o futuro.
Assim, segundo os autores, o luxo começou com o dispêndio, antecedendo o
acúmulo das coisas raras.
Se no princípio da civilização o luxo se dava através de festas, onde toda a
caça era consumida, no capitalismo o luxo passou a se apresentar através de
objetos.
De acordo com Castilho e Vilhaça (2006), os séculos XVII e XVIII
promoveram uma das épocas mais materialistas da história, onde o luxo aumentou
em quantidade e refinamento.
Os bens de luxo então passaram a ser uma forma distinção social, pois o
sociólogo De Masi (2000), afirma que os ricos exibiam a própria abundância de
bens, principalmente para surpreender, intimidar e reforçar o poder que tinham e a
distância que os separava da massa.
Hoje o luxo está mais relacionado com o intelecto, com o espiritual e com o
emocional, sendo chamado por alguns autores de o “novo luxo”.
O luxo contemporâneo reúne características até então fora das tradicionais
proposições, tais como: valorização de uma consciência e atitude ecológicas,
utilização do tempo escasso, tranqüilidade, segurança, conforto, praticidade,
qualidade de vida, respeito à diversidade cultural, compromisso social, respeito ao
semelhante, lazer, distração, entre outras; que da mesma forma que as demais
características do luxo, hoje são consideradas escassas e raras. (FAGGIANI, 2006)
Sendo assim, pode-se perceber que o luxo possui diversos níveis de valores
e significados.
De forma concreta e imaterial, os significados de luxo para Castilho e Vilhaça
(2006), variam de acordo com o sujeito que os possui, podendo significar
durabilidade e qualidade e/ou o bom gosto de quem os adquiriu.
Desta forma, o luxo está no detalhe só diagnosticado por quem os escolhe.
De acordo com o site do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, o
IBGM (2008), o luxo dá-se no design, na sofisticação tecnológica, na
hipermobilidade e exige aprendizado do raro e do exótico por parte do consumidor.
23

Para consumir luxo, convém ter um nível de informação elevado e deter


cultura de consumo para se saber o quê e por quais motivos se está comprando
determinado produto ou adquirindo um serviço.
As técnicas aplicadas na produção e os materiais utilizados num produto
determinam sua qualidade e preço. Desta maneira, Allérès (2000), classifica o luxo
em:
• Luxo inacessível: diferencia-se principalmente pela qualidade, raridade e
métodos de fabricação, muitas vezes artesanais. Possui grande originalidade
de formas e cores. São os produtos que servem de referência para as
pessoas e outras marcas.
• Luxo intermediário: produtos de ótima qualidade, porém menos exclusivos e
sofisticados, com materiais limitados e cores e estampas menos elaboradas.
São os “produtos-moda”, mais modernos e de marcas menos estabelecidas
no mercado.
• Luxo acessível: produtos e objetos fabricados em série, a custos menores e
de menor qualidade. É um mercado muito competitivo.
Quanto ao preço dos produtos de luxo, conforme a classificação acima,
Granero e Albuquerque (2008) dizem que nos produtos de luxo acessível, a fixação
do preço requer muito cuidado, pois os consumidores deste segmento buscam uma
relação custo-benefício. Já nos produtos de luxo inacessível e luxo intermediário, o
preço final muitas vezes não é importante, pois o que importa é o status que
oferecem.
Segundo Campuzano (2008) apud Martins (2008), o preço de um produto de
luxo reflete o custo de mão de obra, distribuição e publicidade, mas também a
margem de representação e exclusividade. Um produto caro não é necessariamente
um produto de luxo.
Com a variedade de produtos de luxo existentes no mercado, a originalidade
do produto e a emoção que ele desperta no consumidor podem fazer com que um
produto seja adquirido, porque conforme Stein (2008), o luxo não é marcado pela
necessidade básica, e sim pela noção de prazer. No estágio de consumo em que a
sociedade se encontra a qualidade não é mais um diferencial do produto, mas um
traço inerente dele.
24

O prazer envolvido na aquisição e no uso dos produtos de luxo pode ser


entendida como uma forma do consumidor se presentear, tamanha a satisfação que
proporciona, além de projetar-se socialmente.
Para Ferreirinha (2005) apud Vejasãopaulo (2005) o luxo é uma atividade de
negócios paralela, emocional, que não segue os caminhos da racionalidade. A tomada de decisão de
consumo é movida pelo desejo, pelo sonho de posicionamento social, e quem consome luxo é

quem tem e quem quer ter dinheiro.


O mercado de luxo, como muitos outros setores da economia, cresce
acentuadamente no Brasil.
Conforme Haag (2007), uma pesquisa realizada entre o ano de 2006 e 2007
pela MCF Consultoria e pelo Instituto Gfk1 Indicator revela que o mercado de luxo no
Brasil apresenta um faturamento de três bilhões e novecentos mil dólares (1% do
faturamento do mercado mundial), um incremento significativo de 17%, se
comparado ao PIB brasileiro, de cerca de 3,7%. Nos últimos cinco anos, o mercado
de luxo cresceu 33%, movimentando, em média, dois bilhões e duzentos mil dólares
por ano, quase 3% do nosso PIB, sendo o Brasil responsável por 70% do consumo
de luxo da América Latina.
Observa-se, a partir das informações expostas acima, que há no país um
mercado significativo para produtos de luxo.
Através do site do jornal Atarde (2007), tem-se a informação de que no Brasil
sobram consumidores para produtos de luxo, pois de acordo com dados da Receita
Federal, há mais de cinqüenta mil pessoas com renda acima de um milhão de reais.
Há uma grande quantidade de famílias com renda inferior que são
consumidores em potencial de produtos de luxo.
O número de famílias com renda média de dez mil reais, aumentou de 1.8%
em 1980 para 2,4% em 2000, o que corresponde a mais de um milhão de famílias.
(GALHANONE, 2008).
Essas famílias consideradas de clase média alta são as que movimentam o
mercado de luxo no país.
O luxo para a classe média é um aspecto do consumo conhecido e nomeado
como Mastígio. O termo vem da combinação de massa e prestígio, ou seja, prestígio para as

massas, que se refere a um artigo de alto prestígio e diferenciado para o consumo de

1
Growth from Knowledge
25

massa, focando a classe média, a preços mais altos, mas não impossíveis.
(FAGGIANE, 2006).
De acordo com D’Angelo (2004), de maneira geral, os consumidores do luxo
são pessoas de classe média e alta que podem ser profissionais bem estabelecidos,
com família formada e carreira promissora, ou profissionais de sucesso no início de
carreira que ainda não constituíram família.
As facilidades de compra a prazo contribuem para as vendas de artigos de
luxo e as grandes grifes se adaptaram a esse costume brasileiro.
Em reportagem feita à revista Veja, Varella (2000) diz que profissionais
liberais, executivos, pequenos e médios empresários que ganham bem, mas não
são milionários consomem produtos de luxo e valem-se de compras parceladas,
formando, hoje, cerca de 40% da clientela da Louis Vuitton e representando 60% e
65% das vendas da Empório Armani.
Assim se pode dizer que o luxo serve a um público relativamente heterogêneo
através da diversidade de sua oferta.
Sem dúvidas o mercado brasileiro para o negócio do luxo é muito promissor e
fazem parte deste mercado, segundo o site Atarde (2007), 35 segmentos, que vão
desde vestuário e produtos que visam dar visibilidade ou status, às joalherias, a
carros, aviões, itens de casa e escritório, vinhos e cuidados pessoais.
No âmbito da moda, o luxo está associado às roupas de grife, à pedras e
metais preciosos, a perfumes, à qualidade, ao diferente e inusitado.(BRAGA 2007)
O mercado de luxo é importante para a sociedade como um todo porque
propicia o desenvolvimento de novas tecnologias.
Por serem inicialmente de alto custo e com escala de produção reduzida, os
produtos de luxo seriam inacessíveis para consumidores de menor poder aquisitivo.
Após certo tempo, e passada a fase inicial de novidade, as tecnologias ganham em
custos de escala e passam a ser difundidas em outros segmentos. (GALHANONE
2008).
Além disso, Modesto (2008) diz que o fato de os produtos de luxo terem
exigências de nível internacional e cosmopolita, contribui para que os padrões de
produtos e serviços brasileiros sejam melhorados, já que existe competição entre
marcas nacionais e estrangeiras.
Pelo exposto, pode-se concluir que o luxo tem grande importância para a
economia mundial como fonte geradora de emprego e renda. É elemento de
26

diferenciação social e de busca de prazer e, na contemporaneidade, segundo


especialistas da área, o luxo está no tempo para si próprio, no silêncio, na
tranqüilidade, enfim, na qualidade de vida, e nos produtos com conceito de
sustentabilidade.
A seguir será apresentado um breve histórico sobre os calçados de luxo

2.2 Os calçados de luxo na história

Os calçados, no decorrer da história, sempre tiveram relação direta com o


modo de vida e pela cultura do povo de cada época. Em vários momentos os
calçados tiveram características luxuosas, funcionando como um objeto fortemente
ligado ao poder e diferenciação de classes.
As informações apresentadas a seguir relatam um breve histórico dos
calçados de luxo desde a antiguidade até os dias atuais.
Conforme o site Museudocalcado (2008), as primeiras descobertas concretas
da existência dos calçados foram nas tumbas das pirâmides egípcias, porém a
seqüência da evolução do material utilizado é desconhecida.
No Egito antigo, os escravos não usavam calçados, pois o site Sapatosite
(2008) diz que apenas os nobres da época possuíam sandálias e Tutankamon usava
calçados de couro simples com enfeites de ouro.
A figura a seguir apresenta a imagem de uma sandália de Tutankamon
encontrada no seu toalete. Ela é de couro enfeitada com ouro:

Figura 3: Sandália de Tutankamon


Fonte: <http://www.sapatosite.com.br/portugues/opcoes/historia/historia2g.htm>, 2008
27

O uso do ouro era comum nos sapatos de luxo das civilizações antigas.
Um texto gravado em caracteres cuneiformes sobre uma estante de argila cita
que, o faraó Amenophis III (1530 a.C.) em seu casamento, recebeu de seu cunhado,
o rei dos hititas, sandálias e sapatos de alto preço realçados de ouro e lápis lazuli
em honra à noiva real. (MUSEUDOCALCADO, 2008).
Os calçados de luxo dos medas e persas geralmente eram de cor clara e
possuiam bordados e aplicações em ouro. (KÖHLER, 2001).
Segundo Glaeser (2007), entre os povos da Ásia Menor, os sapatos eram
cuidadosamente bordados ou enfeitados, tudo com extremo requinte, sendo usados
por homens e mulheres, ainda que as mulheres fossem vistas descalças com maior
freqüência que os homens.
Na Grécia, as cores utilizadas pelas mulheres eram geralmente o branco,
vermelho, amarelo ou verde enquanto os homens usualmente utilizavam a cor
vermelha. As tonalidades negras raramente eram empregadas. O luxo também foi
constante, sendo que ouro, prata, marfim e pedras preciosas constituíram adornos
usuais empregados em profusão (MUSEUDOCALCADO, 2008).

Figura 4: Sandália grega


Fonte:<http://www.museudocalcado.com.br/incInternas.php?page=textoshistoriacalcado/historiacalca
do6.html&menu=hist_HistCalc.php >, 2008

Ainda sobre a Grécia, Laver (2005), relata que as sandálias utilizadas pelas
cortesãs às vezes eram folheadas a ouro e continham pregos em sua sola dispostos
de maneira a formar a palavra siga-me.
Em Roma, alguns patrícios usavam calçados com sola de prata ou ouro
sólido, enquanto plebeus usavam ou sapatos rústicos com solas de madeira. Os
campagus, tipo de sapatos em forma de uma bota que mostrava o pé eram usados
por generais em guerras e eram adornados com pele, e decorados com pérolas e
28

pedras preciosas. Uma versão em carmim era usada apenas por imperadores.
(MARKUS, 2008).

Figura 5: Sandália romana campagu


Fonte:<http://www.museudocalcado.com.br/incInternas.php?page=textoshistoriacalcado/historiacalca
do7.html&menu=hist_HistCalc.php>, 2008

Quanto ao calçados femininos Glaeser (2007) diz que os que correspondiam


às mulheres mais ricas contavam com enfeites em ouro, pérolas e outros elementos
de similar beleza.
O luxo em Roma atingiu a certo momento grande esplendor, tornando-se
característica da indumentária romana. (BRAGA, 2004)
Alguns historiadores afirmam que o imperador romano César chegou a usar
calçado de ouro em suas aparições públicas, enquanto que Popea, a esposa de
Nero, ferrava os seus cavalos com ferraduras também de ouro. Os romanos também
possuíam solas com adornos especiais, e as pessoas de estrutura menor faziam uso
de plataformas que sugeriam uma altura aparente maior. (MUSEUDOCALCADO,
2008)
Com a expansão do Império Romano, e a mudança do da sede do governo
para o Oriente em 330 d. C., iniciou-se um novo capítulo na história do vestuário
romano, pois as roupas eram coloridas, com franjas, pingentes e jóias e objetivavam
esconder o corpo. (LAVER, 2005)
Em Bizâncio, o imperador usava, em todas as ocasiões, sapatos de seda
púrpura, bordados com pérolas e um diadema com um luxuoso arranjo também em
pérolas com bordão de ouro. (KÖHLER, 2001)
Braga (2004) diz que na era bizantina havia um excesso de ornamentação
nos calçados.
29

A imperatriz Teodora, conforme Laver (2005, p.47) “usava sapatos fechados


de couro macio, tingidos de vermelho e enriquecidos com bordados” que eram de
materiais ricos e variados.
No ano de 800 d. C., Carlos Magno assume o império romano. Suas roupas
eram suntuosas e inspiradas na corte Bizantina. Usava sapatos em couro vermelho,
cravejados de esmeraldas com bordados em ouro. (LAVER, 2005)
Conforme o site Museudocalcado, (2008), na Idade Média, incentivados por
Richard II (1377-1399) imperador Britânico, sucessor de Edward II, o luxo e a
extravagância dos calçados atingiram o extremo. O calçado assumia formatos cada
vez pais pitorescos e até ridículos.
Desde 1360 a meados de 1480 os sapatos masculinos eram
demasiadamente pontudos. (LAVER, 2005).

Figura 6: Réplica de bota de 1490


Fonte: <http://www.mncalcado.br/mnc_visualizar.php?id=396&foto=images/2634.jpg>,2008

Na Inglaterra, no reinado de Henrique VIII, no século XVI, os sapatos


deixaram de serem extremamente pontudos para serem de bicos mais largos, de
saltos baixos, com solas de couro ou cortiça, cabedais geralmente com recortes e o
material utilizado era o couro, veludo, ou seda, adornados com jóias. (LAVER, 2005)
A figura a seguir mostra Henrique VIII usando um calçado arredondado com
recortes no cabedal (parte superior do calçado):
30

Figura 7: Henrique VIII com sapatos arredondados


Fonte: Laver, (2005)

No século XVII, por volta de 1610, os homens usavam botas, mas os sapatos,
quando usados, eram enfeitados com rosetas muito grandes e caras, feitas de fitas,
rendas e brilhos. Os saltos tinham tamanho moderado. (MUNDOREGIONAL, 2008)

Figura 8: Calçado de salto com rosetas


Fonte: Laver, (2005)

Os sapatos femininos, por sua vez, eram um pouco mais simples e ficavam
escondidos quase por inteiro embaixo das saias. (LAVER, 2005)
No século XVIII, as fitas foram substituídas por fivelas de ouro e prata, com ou
sem pedrarias. (CASAPEPE, 2007)
31

Subentende-se que as fivelas passaram a fazer parte, em sua maioria, dos


calçados masculinos, porque o site Museuvic (2008) diz que os calçados masculinos
tinham um salto baixo e grosso, que fechavam com fivelas, competindo com os
cetins dos laços usados nos sapatos femininos.

Figura 9: Réplica de calçado feminino com brocados do ano de 1730


Fonte: <http://www.mncalcado.br/mnc_visualizar.php?id=647&foto=images/620.jpg>, 2008

Nesta época as botas eram os calçados femininos mais usados. Segundo


Rocha (2008) as botas eram em couro ou cetim, trabalhadas de maneira intensa,
com saltos robustos e fechamentos laterais, nos quais geralmente aparece uma
carreira de pequenos botões ou amarrações com laços.
Apesar de as botas serem a moda do século XVIII, o site Museuvic (2008), diz
que as senhoras usavam sapatos de biqueira muito fina, adornados com diamantes
ou esmeraldas na pala.
Em Veneza, durante o Setecento, luxo e riqueza, marcam os materiais
empregados na fabricação de calçados. Rocha (2008) diz que eram usados
brocados, veludos e adamascados fartamente ornamentados.
Em 1760, havia uma tendência a vestuário mais simples. Na década de 1770
alguns homens eram contra essa tendência. Eles usavam sapatos muito finos com
grandes fivelas de ouro, prata, pechisbeque ou aço, adornadas com pedrarias.
(LAVER, 2005)
32

Figura 10: Calçado masculino do período de 1750-1760


Fonte: <http://blog.metmuseum.org/blogmode/2008/02/15/carpet-slippers/> 2008

Na década de 1780, percebe-se, pela figura a seguir, que eram usados nos
calçados, bordados e fitas:

Figura 11: Sapato feminino de 1780


Fonte: <http://blog.metmuseum.org/blogmode/2008/02/15/carpet-slippers/>2008

Em meados de 1850, as mulheres queriam parecem mais baixas do que


realmente eram, talvez em deferência à rainha Vitória, de baixa estatura. Os
sapatos, portanto, em sua maioria, eram feitos sem saltos, onde o tipo mais comum
eram as sapatilhas, feitas de seda ou crepe cujas cores combinavam com os tons
dos vestidos. Exemplos deste modelo podem ser vistos na figura 12. Nas ruas
usavam-se botas de tecidos com elásticos nas laterais. (LAVER, 2005)

Figura 12: Sapatilhas femininas de 1850


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=47&page=2> 2008
33

Existiam também modelos de sapatos femininos com pequenos saltos e ricos


adornos, como os das figuras 13 e 14:

Figura 13: Bota de 1860 bordada com fios de ouro


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=47&page=6> 2008

Figura 14: Sapato feminino de 1870


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=47&page=4> 2008

No século XX grandes novidades aconteceram. Materiais, técnicas e tecidos


são agregados ao desenvolvimento dos calçados.
Neste século, conforme Basto (2008), surge um novo personagem, o bottier
(ou designer de sapatos), criando novos estilos e modelos. O crescimento do
consumo e a democratização da moda também foram fatores que contribuíram para
o desenvolvimento do setor calçadista, além da exclusividade de edições especiais e
assinaturas de estilistas, que marcou a ascensão dos sapatos a verdadeiros artigos
de luxo.
Nos séculos passados, percebeu-se uma ênfase para os calçados
masculinos, pois a indumentária masculina era muito rica em detalhes e adornos,
característica que no século XX passou a pertencer à indumentária feminina.
Segundo Mascella (2005), no começo do século XX os sapatos femininos
apareceram abertamente. Nas maisons de alta-costura, em Paris, e nos ateliês
34

italianos, calçados se casaram com luxo pelas mãos de artesãos refinados como
André Perugia, Salvatore Ferragamo e Roger Vivier, até hoje sinônimos de
excelência em calçados.
Entre os anos de 1900 e 1914, conforme Moutinho e Valença (2000) usavam-
se botinhas fechadas pontiagudas, onde as mais chiques eram adornadas com
fivelas e fitas.
A figura a seguir, mostra uma botinha feminina de 1913:

Figura 15: Bota de 1913


Fonte: http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=46&page=3

As atrizes usavam sapatos de cores vibrantes e de cetim. Entre 1914 e 1929


usavam-se sapatos forrados com o mesmo tecido da roupa e para a noite eram
cobertos ou bordados por strass. (MOUTINHO e VALENÇA, 2000)

Figura 16: Sapato com strass de 1919


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=39&page=8>,2007

Figura 17: Sapato de cetim de 1920


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=39&page=5>, 2007
35

No começo do século, um sapateiro chamado Pietro Yantorny, fazia calçados


em cetim rebordados com rendas que eram considerados verdadeiras jóias. .
(MOUTINHO e VALENÇA, 2000)
As figuras abaixo mostram dois modelos de calçados de Yantorny da década
de 1920.

Figura 18: Sapato forrado com renda de 1920.


Fonte: <http://www.batashoemuseum.ca/exhibitions/chronicles_of_riches/index.shtml,>, 2008

Figura 19: Sapato de veludo de 1920.


Fonte: <http://www.batashoemuseum.ca/exhibitions/chronicles_of_riches/index.shtml,>, 2008

Salvatore Ferragamo, um grande sapateiro da época, desenvolveu na década


de 1930, mais especificamente em 1938, uma sandália toda bordada com pedras
preciosas para a princesa indiana Maharani. (TAVARES e CANELLA, 2005)
A figura a seguir mostra a sandália desenvolvida por Ferragamo para a
princesa:

Figura 20: Sandália feita por Ferragamo à princesa Maharani


Fonte: <http://www.revistaview.com.br/publisher/preview.php?edicao=0205&id_mat=2253>2005
36

Na década de 40 havia muita escassez por causa da guerra. Os materiais


alternativos como tecidos, cortiças, telas, peles de répteis, entre outros, aparecem,
mas em alguns calçados, o requinte é presente, como se pode observar nas
imagens a seguir:

Figura 21: Sapato de 1940 com pedrarias


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=49&page=5> 2008

Figura 22: Sapato bordado 1947


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=49&page=3>, 2008

Na década de 50, os sapatos femininos passaram a ter saltos mais altos e


finos.
De acordo com Seeling (2000) os calçados eram estreitos, com biqueira
pontiaguda com saltos médios ou altos até chegar aos saltos altíssimos e muito
finos. Para festas, usavam-se sandálias de seda ou brocado salientadas por fivelas
de strass.
As figuras a seguir, mostram dois modelos de calçados de festa da década de
1950:
37

Figura 23: Saltos com detalhes em critais e strass


Fonte: <http://www.batashoemuseum.ca/exhibitions/chronicles_of_riches/index.shtml,>, 2008

Figura 24: Sandália com strass


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=42&page=3>,2007

Ainda de acordo com Seeling (2000), Roger Vivier era o sapateiro mais
requisitado e foi uma das estrelas do século XX devido ao seu grande talento para a
fabricação de sapatos de luxo. Fazia sapatos extravagantes conciliados com
pesquisas de ponta sobre aerodinâmica com todas as formas de calçados.

Figura 25: Sapato de Roger Vivier de1950


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=42&page=5>, 2007

A autora diz também que em 1953, Vivier desenhou para a coroação de


rainha Isabel da Inglaterra, uma sandália de pele dourada, com saltos cravejados de
rubis.
Na década de 1960, Vivier continuava a fazer sapatos bordados com
pedrarias, como podem ser vistos nas figuras 26 e 27:
38

Figura 26: Sapato bordado Roger Vivier de1960


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=40&page=5> 2008

Figura 27: Sapato bordado Roger Vivier de1961


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=40&page=6>, 2008

Sergio Rossi também teve destaque na fabricação de calçados nos anos de


1960. Utilizava cores vibrantes, englobando texturas únicas, criadas para pessoas
que têm um estilo de vida admirável e inconfundível, afirma Fernandes (2008).
Na década de 1970, houve uma mistura cultural, onde a moda era bastante
diversificada.
Conforme o site Sapatosonline (2008), os calçados eram extravagantes tanto
nos saltos, como nas plataformas, cores, estampas e materiais em geral.
Na figura 28 têm-se uma plataforma com glitter:

Figura 28: Sandália com glitter,de 1970


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=50&page=4>, 2008
39

Os anos 80 foi uma década de contradições na moda, mas também são


lembrados pelo exagero e a ostentação. A moda atendia a esses desejos, criando
um estilo nada simplório.
Para Braga (2007), os anos 80 foram sérios e a sofisticação ganhou cenário.

Figura 29: Scarpin dos anos 80


Fonte: <http://eng.shoe-icons.com/museum/objects.htm?age=282> , 2008

Nesta década, outros grandes nomes aparecem na criação de calçados.


Manolo Blahnik firmou-se nos anos 80 como autêntico criador de sapatos
variados, de um luxo atrevido e de fabricação perfeita e Patrick Cox inovou com
cores, formas e materiais. (SEELING, 2000)
Nos anos 90 aparece Jimmy Choo que em 1996 produzia sapatos sob
encomenda para a princesa Diana em seu ateliê em Londres, quando foi descoberto
pela editora de acessórios da revista Vogue ucraniana. (DASLU, 2008)
Suas criações, conforme Sambrana (2008) eram ousadas e levavam pedras,
cristais e outros materiais nobres.
Percebeu-se pelo exposto, que os calçados da antiguidade até o século XVX
eram, em sua maioria, adornados com ouro e pedras preciosas. Em algumas
décadas da metade do século XX, relatou-se a presença de pedras preciosas em
alguns modelos, deixando de ser uma constante, assim como o ouro.

2.2.1 Os calçados de luxo no século XXI

No século XXI grandes grifes como Prada, Gucci, Chanel, Fendi, Dolce e
Gabbana e Dior, passaram a investir em calçados seduzindo os consumidores
40

através de campanhas milionárias, como afirma Rocha, (2008), mas o designer de


calçados não perdeu sua importância.
Este sub-capítulo não tratará de grandes empresas que fabricam calçados,
mas sim, limitar-se-á a mostrar alguns modelos feitos por designers que fazem
calçados de luxo na atualidade.
A revista impressa Figaro Madame publicou em setembro de 2007 um artigo
sobre os melhores designers de sapatos do mundo. Entre eles estão Georgina
Goodman, da Inglaterra, Sergio Rossi e Giuseppe Zanotti da Itália, Pierre Hardy e
Christian Louboutin da França, Manolo Blahnik, da Espanha, Franziska Hübener, do
Brasil. (CONEXÃOPARIS, 2007)
Outros sapateiros de luxo que se destacam na história recente dos calçados
são o canadense Patrick Cox e o sino-malásio Jimmy Choo. (MASCELLA, 2005)
No Brasil, além de Franziska Hübner, outras designers de calçados se
destacam, entre elas citam-se, conforme o site Gestãodoluxo (2008), Constança
Basto, Serpui Marie, Paula Ferber, Sandra Silveira e Sarah Chofakian.
A figuira a seguir mostra calçados da designer Sarah Chofakian:

Figura 30: Calçados de Sarah Chofakian


Fonte: <http://www.gestaodoluxo.com.br/luxo/anterior_21.htm>, 2008

Através de pesquisas em revistas de moda e sites especializados, pode-se


perceber que entre os designers masculinos brasileiros reconhecidos
internacionalmente estão Jorge Guimarães, Fernando Pires, Maurício Medeiros e
Jorge Bischoff.
Para lançar tendências, Alonso (2007) diz que os designers de calçados de
luxo fazem uso de materiais surpreendentes, criam enfeites brilhantes e contam com
41

acabamento de primeira, transformando os sapatos femininos em caros objetos de


desejo e consumo.
Sergio Rossi faz calçados com saltos altíssimos e de luxo. Nos seus sapatos,
o couro ganha status de jóia num trabalho minucioso de acabamento e manufatura
com adornos de cristais, pérolas e tecidos très chic. (DASLU, 2008)

Figura 31: Sandália de Sergio Rossi.


Fonte:<http://www.sergiorossi.com/us/en/eStore/Women/Women-Shoes-Spring-Summer-
08/Sandals.aspx>, 2008

Giuseppe Zanotti é famoso por suas sandálias cheias de broches, pedrarias e


inspirações nos anos 70. (SADDI, 2008)

Figura 32: Sandália de Giuseppe Zanotti


Fonte:<http://bomba-inteligente.blogs.sapo.pt/1219215.html>,2008

Os calçados de Pierre Hardy são pequenas obras de arte, produtos


sofisticados que conquistam compradores em todo o mundo. Hardy diz que gosta
das coisas construídas, que evoluem de uma base geométrica. Por outro lado,
prefere o desenho à pintura, as linhas à cor (MARTINI, 2008)
42

Pierre Hardy lançou a marca que leva o seu nome em 1999. Assina
atualmente o design das jóias da Hermès e os sapatos da Balenciaga.
(FERNANDES 2008)

Figura 33: Sandálias de Pierre Hardy


Fonte:< http://msn.onne.com.br/conteudo/1995/quebrando-saltos>, 2008

Christian Louboutin, segundo o site da revista Veja (2005) faz sapatos há


algum tempo, mas agora chegou ao topo, segundo as preferências do mercado de
luxo. Tem duas marcas registradas: o salto altíssimo (na faixa dos 12 a 13
centímetros) e a sola pintada de vermelho-sangue.

Figura 34: Sandália Christian Louboutin


Fonte: <http://veja.abril.com.br/030805/p_100.html>, 2008

Manolo Blahnik é considerado o sapateiro das estrelas. Seu nome virou


sinônimo de salto altíssimo, estilo sensual, cores fantásticas e detalhes
surpreendentes. Ocupa hoje o ponto mais alto da sapataria chique e é, de longe, o
mais conhecido e badalado estilista de sapatos do mundo. (VEJA.ABRIL, 2003)
43

Figura 35: Sandália com cristais Manolo Blahnik


Fonte:< http://www.styleitless.com/manolo-blahnik-crystal-chain-sandals-exclusive-neiman-marcus/>,
2007

Os calçados de Jimmy Choo são considerados verdadeiras jóias que


remetem ao puro luxo, além de serem elegantes, sofisticados e confortáveis.
(FERNANDES, 2008)
A figura a seguir mostra um calçado de Jimmy Choo:

Figura 36: Sandália com cristais Jimmy Choo


Fonte: <http://www.instyle.com/instyle/package/falltrends/photos/0,,20053995_20056991>, 2007

Patrick Cox é conhecido mundialmente por produzir calçados arrojados para


nomes como Vivienne Westwood e Body Map. Elegância diretamente das
passarelas é o forte de Patrick, com criações e tecidos ultrafemininos.
(GUIATIMEONE.ESTADÃO, 2008)
44

Figura 37: Sandália Patrick Cox


Fonte:< http://www.kristopherdukes.com/category/womens-clothing/shoes-high-heels-boots/ru/>2007

Sob o título de 'elegância tropical', a matéria da revista Figaro Madame,


aponta o estilo de Franziska como um dos mais sofisticados em se tratando de
calçados na atualidade e cita Gisele Bündchen e Liz Hurley como algumas de suas
clientes vips. (ASSISTENCAL, 2007)
O calçado da próxima figura, é um modelo da primeira coleção premium de
Franziska Hubner, lançado em 2006, o qual era seu favorito.

Figura 38: Scarpin de Franziska Hübner


Fonte: <http://www.terra.com.br/istoegente/374/estilo/estilo_pessoal.htm>, 2006

Jorge Guimarães, proprietário da internacionalmente conhecida J. Wlad que


faz calçado com alto valor agregado que unem conforto e elegância, objetivo
princiapal da marca. Outro fator importante da marca são os detalhes nos calçados e
embalagens. Na sola de todos os sapatos há um coração de strass como enfeite e
marca registrada. O saco em que cada par de sapatos vai embrulhado é de fino
cetim com o logotipo impresso, e o fio que amarra e fecha a embalagem tem na
ponta outro coração de cristal. (IGNÁCIO, 2008)
45

Figura 39: Sandália de Jorge Guimarães


Fonte: <http://www.dcomercio.com.br/especiais/empreendedores/020206.htm>, 2008

Fernando Pires faz sapatos sedutores com saltos altos, de design


diferenciado e com cristais, detalhes que legitimam os sapatos. (BERWIG e
ZIMMER, 2007)

Figura 40: Sandália de Fernando Pires


Fonte:<http://finissimo.com.br/blogdoeditor/2007/09/02/fernando-pires-sera-vendido-em-brasilia/>
2008

Estes detalhes também podem ser vistos nos calçados de Maurício Medeiros:

Figura 41: Sandália com cristais Maurício Medeiros


Fonte: <http://www.abest.com.br/NOVOS_ARQUIVOS/Abest/news.asp?noticiaid=14> , 2008
46

Em 2006, a maior fabricante de cristais lapidados do mundo, a austríaca


Swarovski, convidou designers de todo o mundo para criar sapatos e sandálias com
cristais, cujo resultado pôde ser conferido na 38ª Francal, com a exposição Crystal
Temptation Shoes (A tentação dos sapatos de cristal), onde cada cenário reuniu
verdadeiras jóias com design para os mais diversos gostos, desde a romântica,
passando pela sofisticada até a mais ousada com uma grande quantidade de pedras
coloridas. (MARQUES, 2006)
As imagens a seguir mostram os modelos desenvolvidos para a Swarovski
pelas designers brasileiras Contança Basto e Francesca Giobbi:

Figura 42: Sandália assinada por Contança Basto


Fonte: <http://moda.terra.com.br/interna/0,,OI1060935-EI1119,00.html>, 2006

Figura 43: Sandália assinada por Francesca Giobbi


Fonte: <http://moda.terra.com.br/interna/0,,OI1060935-EI1119,00.html> , 2006

O luxo nos calçados não está somente no segmento de festa onde muitos
apresentam pedrarias, cristais ou penas. Encontra-se também nos calçados casuais,
como os que podem ser vistos nas figuras 44 e 45, cujos detalhes e o bom
acabamento agregam valor ao produto.
47

Figura 44: Sandália Francesca Giobbi


Fonte:< http://www.designerexposure.com/>, 2008

Figura 45: Detalhe da sandália de Paula Ferber


Fonte: <http://moda.terra.com.br/interna/0,,OI1344662-EI1119,00.html>, 2008

O calçado de luxo, na sua história, apresentou-se de várias maneiras e com


diversos materiais.
Inicialmente os primitivos protegiam os pés das condições climáticas e para
caminhar com mais segurança, mas nem sempre o calçado desde sua origem foi um
objeto meramente funcional; o calçado carrega também valor simbólico, ornamental
e opera na distinção social.
A busca incessante por materiais nobres para a confecção de calçados ao
longo da história ocasionou uma degradação quase que irreversível ao meio
ambiente, pois na sua grande maioria, os calçados de luxo são confeccionados de
materiais que não são sustentáveis.
48

2.3 Sustentabilidade

O equilíbrio ecológico vem sofrendo alterações ao longo dos anos por causa
do desenvolvimento econômico. Depois de milhares de anos de destruição e
poluição, começou-se a investir em sustentabilidade.
Sustentabilidade, para Rodrigues (2003), significa uma atitude em relação ao
tratamento da natureza como um bem renovável.
Mello (2007) comenta que a sustentabilidade está relacionada à continuidade
dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade, provendo o
melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora quanto para o futuro
indefinido abrangendo vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o
planeta inteiro.
No documento Ciência & Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável,
elaborado a pedido do Ministério do Meio Ambiente são consideradas as seguintes
dimensões de sustentabilidade, conforme o site Bancoamazônia, (2008):
• Sustentabilidade social: fundamentada no principio da justiça natural, na
distribuição de renda e de bens, no principio da igualdade de direitos a
dignidade humana e no principio de solidariedade dos laços sociais.
• Sustentabilidade ecológica: fundamentada no principio da solidariedade com
o planeta e suas riquezas e com a biosfera que o envolve.
• Sustentabilidade econômica: avaliada a partir da sustentabilidade social
propiciada pela organização da vida material.
• Sustentabilidade espacial: norteada pelo alcance de uma imparcialidade nas
relações inter-regionais e na distribuição populacional entre o rural/urbano e o
urbano.
• Sustentabilidade político-institucional: que representa um pré-requisito para a
continuidade de qualquer curso de ação em longo prazo.
• Sustentabilidade cultural: modulada pelo respeito à afirmação do local, do
regional e do nacional, no contexto da padronização imposta pela
globalização.
49

Conforme Rodrigues (2003, p. 54) “entendende-se que uma atividade é


sustentável quando, para todos os fins práticos, ela pode se continuar
indefinidamente”
Este projeto utlizará a sustententabilidade ecólogica, pois, será
confecicionado um calçado com materiais ecologicamente corretos, como dito no
objetivo geral.
Para Kotler (2000), em época onde a deteriorização do meio ambiente, a
escassez de produtos naturais e a miséria são presentes, é necessário que uma
empresa, além de atender aos desejos dos consumidores, respeite e preserve o
meio ambiente no qual eles estão inseridos.
Produtos ecologicamente corretos são artigos e/ou bens de consumo feitos
sem agredir o meio ambiente e a saúde dos seres vivos, a partir do uso de matérias-
primas naturais renováveis ou naturais não-renováveis, mas reaproveitáveis,
recicladas ou tenham o mínimo possível durante seu processo de fabricação e pós-
uso. (SILVA e OLIVEIRA, 2006)
A avaliação ambiental em uma empresa fornece bases para a formulação de
políticas, planos e projetos que permitem o manejo dos riscos e impactos das
atividades produtivas aumentando a ecoeficiência da organização. (TOCCHETO e
PEREIRA, 2007)
De acordo com Maia e Vieira (2003, p.27), “uma empresa que libera resíduos
tóxicos que agridem o meio ambiente estará não só prejudicando as comunidades
próximas, como também desgastando sua imagem perante seus clientes”. Pode-se
dizer que, quando o meio ambiente é agredido, a sociedade como um todo é
prejudicada.
Estudos mostram que 93% dos adultos consideram que o impacto ambiental
causado por um produto é um fator relevante na decisão de compra e que dois
terços deles têm uma expectativa de que os produtos que não causam danos ao
meio ambientem não sejam mais caros que os dos seus concorrentes. (MAIA e
VIEIRA 2003).
Fatores como marca, preço, embalagem, local de aquisição e publicidade são
itens considerados importantes pelo consumidor na compra de um produto, inclusive
produtos ecologicamente corretos. (GIACOMINI FILHO, 2004)
50

Os produtos ambientalmente corretos devem ser compatíveis com os


produtos concorrentes ou superiores naquilo que oferecem a seus consumidores,
para terem o ecologicamente correto como um diferencial.
A crescente preocupação com a qualidade ambiental tem levado as indústrias
brasileiras a buscarem formas de reduzir o impacto da degradação ambiental. A
conscientização da sociedade e a legislação ambiental têm induzido as empresas a
uma relação mais sustentável com o meio ambiente.
Conforme o site Mercadocompetitivo (2007), a indústria brasileira da moda
não fica devendo nada a nenhum outro importante segmento econômico do país
quando o assunto é sustentabilidade.
Nos grandes eventos de moda do mundo a palavra sustentabilidade está
presente. Inspirado na idéia do desenvolvimento sustentável, o mais importante
evento de moda do país, o São Paulo Fashion Week, revelou que esse setor
começa a incluir o conceito em todos os elos de sua cadeia produtiva, mostrando
que encarar os problemas do planeta não é moda e sim, necessidade,
principalmente quando se vive em um país com tanta diversidade sócio ambiental no
DNA quanto o nosso. (EZABELLA 2007)
Os quatro pilares da sustentabilidade (ecologicamente correto,
economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito) para um produto
ou empreendimento podem ser observados cada vez mais na moda. Hoje muitas
empresas estudam formas de produção menos agressivas e procuram matéria-prima
certificada ou orgânica. (FASHIONSB, 2008).
De acordo com o site Mercadocompetitivo (2007), a moda sempre teve um
papel importante na mudança de comportamento e na sensibilização dos jovens e
dos formadores de opinião, uma vez que é canal de conscientização, podendo
contribuir com um mundo mais sustentável.
Estilistas e grifes de todo o mundo estão aderindo e lançando produtos com
etiqueta verde, ganhando espaço no guarda-roupa dos consumidores.
A preocupação com as questões ambientais, aliada ao crescimento do
mercado de artigos de luxo no Brasil, faz surgir uma demanda específica por
produtos de alto padrão, mas produzidos dentro de conceitos ecologicamente
corretos. (REVISTARURAL, 2005)
De acordo com Pomposelli (2008), atualmente o carimbo que corresponde ao
comércio justo e à sustentabilidade ajuda a criar uma identidade de luxo em uma
51

marca, criando assim não só valores de compra, mas de sensibilização com a


sociedade.
Vários materiais ecologicamente corretos foram lançados e a indústria da
moda está fazendo uso deles. Pode-se citar como exemplo, o algodão orgânico,
peles de ovelha e tilápia, malha de bambu, couro vegetal, fibras de garrafas PET e
tintas naturais (COELHO, 2007). Sementes, sedas e lãs ecológicas também fazem
parte de materiais ecologicamente corretos.

Figura 46: Vestido feito de couro de tilápia assinado por Fause Haten
Fonte: <http://moda.terra.com.br/spfw2007inverno/interna/0,,OI1367921-EI8225,00.html>, 2007

Pele de peixes como salmão e enguia estão fazem a cabeça dos excêntricos
endinheirados. Acrescente-se a isso a canela de avestruz e o papo de peru.
(TERRA, 2003)

Figura 47:Canela de avestruz


Fonte:<http://www.cortumerunge.com.br/avestruz-couro.html>, 2008

Todas essas matérias-primas ecológicas podem ser transformadas em belas


criações pelos designers.
52

Oskar Metsavaht, proprietário da grife Osklen, que está à frente da ONG E-


brigade, define a tendência de usos de materiais ecologicamente corretos como “o
novo luxo. (ACIM, 2007).
O selo de ecologicamente correto é uma grife no exterior e a exploração das
peles exóticas citadas acima, é autorizada pelo IBAMA, que tem uma lista de
produtores cadastrados. De forma geral, esses produtos são mais caros do que os
convencionais. (JORNALDACIENCIA, 2005)
A razão dos altos preços de produtos desse tipo ainda é a baixa escala de
produção. (OlLIVEIRA, 2008)
Os processos de reciclagem e confecção, por exemplo, exigem técnicas
especiais e muitas vezes os preços dessas peças tendem a subir
consideravelmente, o que as deixa em desvantagem em relação aos produtos
industriais (COELHO, 2007)
Na Itália 72 mil empresas do vestuário trabalham com produtos
ecologicamente corretos, faturando quase US$ 90 milhões ao ano. Entre as grandes
marcas pode-se citar Giorgio Armani, que cria jeans com algodão orgânico, Levi
Strauss, Gap, Nike e a rede Marks & Spencer. (MEGAPOLOMODA, 2007)
Muitas outras grifes e designers sabem muito bem como mesclar consciência
sócio-ecológica com moda e negócios.
A Osklen faz a linha ecologicamente correta, embora sua moda esteja longe
de ser totalmente verde. Suas coleções vendem muito, mesmo com um preço
bastante alto para a realidade econômica da maioria dos brasileiros. (COELHO,
2007)
Francisca Hübener, utiliza peles exóticas de animais criados em confinamento
com a extração do couro aprovada pelo Ibama (TERRA, 2003)
Ecologicamente correta, Stella McCartney não usa pele nem couro em suas
coleções. A estilista é famosa defensora dos animais e surpreendeu quando usou
materiais alternativos para sua linha de bolsas e sapatos, que mesmo deixando o
couro de lado são um sucesso. (LACERDA, 2007)
A grife Replay tem a linha Organic Blue Jeans, feita com algodão
orgânico. (LACERDA, 2007).
53

Figura 48: Jeans da linha Organic Blue, da grife Replay


Fonte: <http://meninasdamoda.uol.com.br/content/view/2258/23/>, 2008

A Vide Bula grife mineira especialista em jeanswear, desenvolveu uma


coleção com um tipo de lavagem que economiza 90% de água. A Track & Field,
especializada em acessórios esportivos lançou uma linha de camisetas
confeccionadas com fios de garrafas PET recicladas, com algodão e outra de
camisetas produzidas a partir de fibra de bambu. (FASHIONSB, 2007)
No setor calçadista, quanto ao uso de materiais ecológicamente corretos,
pode-se citar a Góoc, a Alpargatas e a empresa de calçados infantís Bibi.
Produtos ecologicamente corretos como perfumaria e cosméticos com
tecnologia atraem as classes altas (VEIGA, 2008)
O setor joalheiro também contribui para um luxo ecológico, pois o presidente
da Tiffany, a joalheria mais famosa do mundo, declarou que os minerais podem e
devem ser extraídos e processados de forma ecologicamente correta, e cobra
empenho do governo e da indústria na elaboração de medidas que ajudem a atingir
este objetivo. (WOLFFEMBÜTTEL, 2008)
O mais recente desafio dos ateliês de grandes estilistas é transformar as
coleções passageiras em peças ecologicamente corretas – de preferência recicladas
e que tenham consumido poucos recursos da natureza, diz Bock (2008).
A canadense Mariouche Gagné transforma velhos casacos de peles em
novos produtos de alta-costura através da reciclagem os quais foram bem aceitos
pelo mercado, pois as receitas da empresa crescem em média 50% ao ano desde
1999. (PONTOVERDE, 2006)
A figura 49 apresenta roupas e acessórios feitos de peles recicladas por
Mariouche Gagné.
54

Figura 49: Coleção da marca Harricana, de Maurioche Gagné.


Fonte:http://www.minimidimaxi.com/editorials/Canadian_fashion/spring2003/Harricana/index.shtml>,
2008

Além da moda, outros setores estão investindo no ecologicamente correto e


muitos deles, no segmento luxo, como o mercado hoteleiro, moveleiro e a indústria
automobilística, a exemplo da Eco-Limo, primeira empresa de limosines californiana
que propõe veículos movidos a energia alternativa, que são utilizados por muitas
celebridades para chegar aos eventos do oscar de uma forma mais ecológica.
(CINEINSITE, 2008)
A sustentabilidade serve para todas as atividades humanas e a crescente
preocupação com a qualidade ambiental tem levado as indústrias a buscarem
formas de reduzir o impacto da degradação ambiental.
A conscientização da sociedade e a legislação ambiental têm induzido as
empresas a uma relação mais sustentável com o meio ambiente.
Devem-se oferecer produtos e/ou serviços que não agridam a natureza,
buscando resultados apreciados pela sociedade e favoráveis ao meio-ambiente.
Neste subcapítulo tratou-se da sustentabilidade com certa ênfase para a
moda e pôde-se observar que no mercado de luxo os produtos ecologicamente
corretos têm seu espaço.
A seguir, serão apresentadas as partes que compõe um calçado e os
materiais ecologicamente corretos disponíveis no mercado para a fabricação dos
mesmos.
55

2.4 O calçado

Todo calçado é constituído por vários componentes e materiais com funções


e características diferentes, variando conforme o modelo, fabricação e moda.
Apresentar-se-á a seguir as partes que compõem um calçado que serão
divididas em sub-capítulos e os materiais ecologicamente corretos que existem no
mercado para a confecção dos mesmos.
É importante salientar que os componentes descritos a seguir, são
fundamentalmente as peças que constituem o calçado. No entanto, dependendo do
modelo que se deseja produzir, algumas destas partes não são utilizadas ou outras
peças podem ser agregadas, como por exemplo, um tênis, que poderá ter ilhoses,
forros especiais, dispositivos de amortecimento de impacto, entre outros.
Apresentar-se-á também um breve estudo da ergonomia e antropometria, que
será mais aprofundado após a escolha da alternativa para a fabricação do calçado.
Estas informações são importantes para o conhecimento de um calçado, pois
ajudará na criação e confecção do mesmo.

2.4.1 Fôrmas

A fôrma, segundo Martines (2006), tem a função de proporcionar a


conformação e o alinhamento adequado dos materiais e das peças que compõem o
calçado, subistituindo o pé.
Por esta razão, afirma o site Sebraemg (2008), as fôrmas devem ser
desenvolvidas, testadas e aprovadas pelo setor de modelagem, para que o calçado
tenha um bom calce.
Os materiais que podem ser utilizados na fabricação de uma fôrma são a
madeira, alumínio, polietileno ou polipropileno, conforme Silva (2007)
A autora ainda diz que quando vistas do lado inferior, as fôrmas são divididas
em quatro partes: bico, planta, enfraque e calcanhar, e na vista superior, são
identificadas outras partes, como mostra a figura 50:
56

Figura 50: Divisões de uma fôrma


Fonte: Martines, 2006

A parte da fôrma que mais sofre alterações devido à moda e a determinados


estilos de calçados é o bico. As alterações mais comuns são quanto à espessura,
podendo ser um bico chato, alto ou baixo e quanto ao formato, sendo fino, quadrado,
largo, ou redondo. (MARTINES, 2006)
As figuras 51 e 52 mostram as imagens dos formatos de bicos e suas
espessuras:

Figura 51: Tipos de bicos- 1 fino; 2 quadrado; 3 largo; 4 redondo


Fonte: Silva, 2007

Figura 52: Espessuras de bico.


Fonte: Silva, 2007
57

A base do sistema de numeração de fôrmas é obtida através de pontos, onde


os principais são o ponto inglês, americano e o francês, que é utilizado no Brasil.
Cada ponto francês equivale a 6,66 mm, onde a soma dos pontos define a
numeração da forma. (SILVA, 2007)
A seguir, apresenta-se um quadro com a numeração dos calçados femininos
em relação ao comprimento (em cm):

Comprimento(cm) Numeração no Brasil


22,0 34
22,7 35
23,3 36
24,0 37
24,8 38
25,3 39
26,0 40
Quadro 2: Numeração dos calçados femininos no Brasil
Fonte: Martines, 2006

2.4.2 Cabedal

O cabedal, conforme o site do Planalto da República (2005), “é a parte


superior externa do calçado.”
Pode ser dividido em gáspea (parte frontal), lateral (lado do calçado) e
traseiro (parte de trás) e ser feito de vários materiais. (SILVA, 2007)

Figura 53: Fôrma e Cabedal


Fonte: Ruppenthal apud Frasseto 2006
58

2.4.3 Couraça

Conforme Silva (2007 p.34) a couraça é “colocada entre o forro e a gáspea,


dá forma ao bico do calçado, mantendo esse formato durante o uso.” É muito
importante em calçados infantis e nos calçados de segurança (nesse caso específico
é feita de aço), para evitar danos aos dedos, dizem Andrade e Corrêa (2001).

Figura 54: Couraça


Fonte: Silva, 2007

2.4. 4 Contraforte

O contraforte é o componente que geralmente fica entre o forro, avesso


(traseiro) e o cabedal. Tem a função de “armar” e enrijecer a parte traseira do para
proporcionar um calce seguro e agradável. (SAPATOSONLINE, 2008)
Alguns tipos de calçados, como sapatilhas muito flexíveis ou sapatos tipo
chanel (abertos atrás), não utilizam o contraforte.

Figura 55: Contraforte


Fonte: Silva, 2007

2.4. 5 Forro

Conforme definição do Planalto da República (2005) o forro é o revestimento


interno do calçado aplicado ao cabedal e também à palmilha de montagem (palmilha
interna ou palmilha-forro).
59

Este item agrega valor ao calçado e pode ser um diferencial em sua


qualidade, afirma Silva (2007).

Figura 56: Forro.


Fonte: Silva, 2007

2.4. 6 Avesso

Tem por finalidade proteger o calcanhar de deslizamentos ao caminhar e do


contato direto com o contraforte. Utiliza-se materiais têxteis, laminados sintéticos,
couro, entre outros (SILVA, 2007)
O avesso, assim como o forro não pode apresentar relevo muito acentuado,
para não causar lesão ao pé do usuário. (VIEIRA, 2007)

Figura: 57: Avesso


Fonte: Silva, 2007

2.4.7 Sistema de fechamento

O sistema de fechamento em um calçado proporciona firmeza ao pé.


Os tipos de fechamento são: atacador ou cadarço; fecho de contato (velcro),
fecho éclair (zíper) metálico ou de plástico; fecho de pressão e fecho de fivela.
(SILVA, 2007)
60

Figura 58: Sistema de fechamento


Fonte: Silva, 2007

2.4. 8 Enfeites

Os enfeites são utilizados para embelezar os calçados e agregar valor aos


mesmos, direcionando o produto ao público de consumo a que pertence.
Segundo Vieira (2007), além de sua função estética, muitos enfeites são
importantes para manter a estrutura, o conforto e a funcionalidade dos calçados.
Para o autor, a espessura dos aviamentos não pode ser definida apenas pela
beleza, sob pena de comprometer a qualidade.

Figura 59: Componentes metálicos


Fonte: Silva, 2007

2.4. 9 Sola e Solado

Para Buffon (2007), os termos sola e solado sempre causam dúvidas quanto
as suas definições. A autora diz que em pesquisa realizada nas normas da ABNT, a
sola é a parte do calçado que fica em contato com o solo, cobrindo total ou
parcialmente a superfície inferior do mesmo. Já o solado define-se como a reunião
de partes de um calçado sobre a qual o pé se apóia, excluindo a palmilha.
Conforme Andrade e Corrêa (2001), o material do qual é fabricada e o seu
perfil (desenho) determinam suas propriedades, durabilidade, flexibilidade,
61

resistência à umidade, leveza, uniformidade, resistência ao deslizamento, entre


outros fatores.

Figura 60: Sola


Fonte: Silva, 2007

2.4. 10 Palmilha de montagem

A palmilha de montagem, conforme Boxpalmilhas (2008), tem como finalidade


a fixação do corte após a montagem, manutenção do formato da superfície da planta
do pé e absorção e dessorção do suor. Esta propriedade de absorção e dessorção
normalmente não são utilizadas, afirma Silva (2001), pois a maioria dos calçados
apresenta uma sobre-palmilha em material sintético.
A palmilha de montagem reproduz a planta da fôrma, com reforços na parte
do enfraque e do calcanhar afirma Martines, (2006).
É composta por diferentes partes, como planta, reforço, alma de aço e rebites.
(SILVA, 2007)
A figura a seguir mostra exemplo de palmilhas:

Figura 61: Palmilhas de montagem


Fonte: Silva, 2007
62

2.4. 11 Alma

É embutida na sola para garantir o equilíbrio dos saltos altos e evitar


deformação da palmilha de montagem. (SINDICALCADOS, 2008)

Figura 62: Almas


Fonte: Silva, 2007

2.4.12 Salto

O salto, segundo o site do Planalto da República (2005), é a parte inferior do


calçado, na região do calcanhar, oposta à sola, de altura variável conforme o modelo
do calçado. Atua na distribuição do peso do corpo sobre os pés conforme Cabedal
(2008) dá apoio, equilíbrio e estética ao calçado, sendo um detalhe básico no
aspecto de moda e estilo para os calçados femininos.
A figura 63 mostra alguns modelos de saltos:

Figura 63: Saltos


Fonte: Silva, 2007

Os saltos são fabricados em diversas formas, alturas e materiais. Os tipos de


materiais mais comuns para a fabricação de saltos, conforme Silva (2007) são
madeira, poliestireno, ABS ( Acrilonitrina-Butadieno-Estireno) e combinações.
63

2.4. 13 Tacão

O tacão é utilizado no prolongamento dos saltos visando obter uma melhor


resistência ao escorregamento. (ROBINSON, ANSELMO e PINTO, 2007).
Tem a finalidade de proteger o salto do desgaste sofrido pelo atrito com o solo
pois é fixado sob o salto, absorvendo parte do impacto ao caminhar. (SILVA, 2007)

Figura 64: Tacões


Fonte: Silva, 2007

2.4. 14 Entressola.

Segundo Silva (2007), a entressola colocada entre o cabedal e a sola (em


alguns calçados), possuindo função estética, por permitir que o solado se torne mais
espesso, sem aumentar seu peso.
A entressola absorve parte do impacto do pé com a superfície. Em geral,
quanto mais macia e alta a entressola, maior a absorção do impacto. Por outro lado,
o aumento da altura e da maciez gera piora na propriocepção (percepção da
articulação no espaço) e, dependendo da inclinação do pé, um aumento nas forças
que levam à torção o tornozelo pode aumentar as chances de lesões. (PEDRINELLI,
2008)

Figura 65: Entressolas


Fonte: Silva, 2007
64

2.4.15 Vira

Tira geralmente feita do mesmo material do solado, colada ou costurada em


torno do sapato para conferir-lhe um melhor acabamento. (SILVA, 2007)

Figura 66: Viras


Fonte: Silva, 2007

2.4.16 Palmilha interna

A palmilha interna é a parte do calçado que fica em contato mais íntimo com o
pé, proporcionando um melhor acabamento e conforto Tal estrutura deve ser macia
e, de certa forma, aderir ao pé, evitando lesões de abrasão. Pessoas com desvios
dos eixos dos pés podem ter suas alterações corrigidas através de palmilhas
especiais, mas estas devem prescritas pelo ortopedista. (PEDRINELLI, 2008)

Figura 67: Palmilha interna.


Fonte: Silva, 2007

2.4.17 Partes de um sapato

Como dito anteriormente, dependendo do modelo, o calçado pode apresentar


ou não algumas partes.
65

Para uma maior compreensão dos componentes de um calçado, a figura a


seguir mostra um calçado masculino com todas as partes identificadas, onde
algumas delas foram explicadas neste capítulo.

Figura 68: Partes de um calçado


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

01- Contraforte
02- Palmilha de Acabamento
03- Forro
04- Lingüeta
05- Cadarço
06- Ilhóses
07- Gáspea
08- Biqueira
09- Sola
10- Vira
11- Lateral
12- Salto
13- Traseiro

2.5 Materiais ecologicamente corretos

Um calçado ecologicamente correto é aquele feito com materiais que não


agridam o meio ambiente.
De acordo com o site Verdevida (2007), um produto ecológico é todo artigo
que seja não-poluente, não-tóxico, notadamente benéfico ao meio ambiente e a
saúde, contribuindo para o desenvolvimento de um modelo econômico e social
sustentável.
66

Existem alguns materiais ecologicamente corretos que podem ser utilizados


na confecção de um calçado, como os mostrados a seguir:
Para o uso em cabedais, há no mercado o couro de jacaré, couro de peixes,
“couro” vegetal e fibras sintéticas.
O couro de jacaré é uma pele exótica destinada ao mercado de alto luxo,
segundo Comini (2005).
Os jacarés são criados em cativeiro, e o procedimento para a criação começa
com o credenciamento do empreendedor junto ao IBAMA, através de um projeto
orientado por um técnico responsável. (BOCCHI, 2005).
Conforme Castro (2003), o couro de jacaré demora em média 20 dias para
ficar totalmente pronto, enquanto o couro de boi demora 24 horas.

Figura 69: Calçado feito em couro de jacaré


Fonte:<http://vilafashion.vilamulher.com.br/materia/noticias-de-moda/26-cavage-sapatos-de-
luxo.html,> 2008

As peles do jacaré-do-Pantanal, conhecida também como Caiman yacare,


criadas em cativeiro no Brasil são consideradas plenamente comercializáveis em
todo mundo, regulamentadas e fiscalizadas pela CITES (Convenção sobre o
Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de
Extinção). (BOCCHI, 2005).
As peles de peixes cultivados está presente na indústria de moda sofisticada.
A utilização da pele de peixes destinados à alimentação para a produção de
couros alternativos é um exemplo de combate ao desperdício e à geração de
resíduos. Dourado, badejo, salmão e tilápia são alguns dos peixes cuja pele pode se
transformar em couro alternativo. A rã é outro exemplo. (FEMINIDADE, 2008)
A tendência de utilização do couro de peixe, segundo Price (2005), está
ligada ao grande aumento da produção de salmão do Atlântico e tilápia em cativeiro.
67

Para o autor, o couro de tilápia é difícil de imitar sinteticamente e não causa


impacto ambiental, já que os peixes são produzidos em cativeiro e a pele de enguia,
mesmo sendo extremamente macia e fina, é resistente e pode ser utilizada na
produção de sofisticados calçados, bolsas e carteiras.

Figura 70: Sapato feito com couro de tilápia


Fonte: <http://www.ieconnect.com.br/001.htm>, 2008

O couro de salmão é macio, porém resistente e vem da recuperação de peles


de peixes criados em cativeiros e destinados à indústria de alimentação, portanto
não tem influências negativas para o equilíbrio ecológico. (BENELLI, 2006)

Figura 71: Calçados da marca Roberto Benelli feitos em couro de salmão


Fonte:<http://www.forumdetendenciasfrancal.com.br/robertobenelli/codigos/detalhes.asp?noticia_id=9
457&idioma=1>, 2006

De acordo com o site Feminidade (2008), os couros alternativos ecológicos


são feitos com tecnologias limpas com controle ambiental e cujo curtimento é feito
com taninos vegetais e sintéticos ou com outros produtos que substituem os tóxicos
sais de cromo.
Segundo o mesmo site, o curtimento consiste no processo que transforma a
pele do animal em couro para que ela não entre em decomposição. A principal
diferença dos couros naturais é a não-utilização de metais pesados, como o cromo,
no curtimento. Ou seja, os couros conhecidos como “bio leather”, couro orgânico,
68

“cromo free” ou linha branca diferenciam-se pelo uso de produtos químicos “limpos”,
como o ácido acético (composto do vinagre) ou o tanino vegetal. É ainda um couro
natural, ou ecológico, aquele curtido sem aditivos poluentes ao meio ambiente e
nocivo ao ser humano. O processo natural ainda é pouco difundido em virtude de o
couro curtido ao cromo ser mais resistente e também porque seus distribuidores
temem que a falta de qualidade atrapalhe o mercado. A preferência por couros
naturais, no entanto, incentiva o mercado a buscar couros alternativos (peixe e rãs,
por exemplo), que possuem fibras naturalmente entrelaçadas que garantem a
resistência.
Para Buffon (2006) apud Castro (2006), o mercado comprador de couros é
dinâmico. A tendência é metal free. Com isso, há uma preocupação em aprimorar os
curtentes vegetais e de taninos sintéticos. Também se passou a utilizar óleos
sintéticos e modificados quimicamente.
O tanino, conforme Viana (2008) é um adstringente biodegradável,
encontrado em cascas de árvores, que substitui o cromo - metal pesado.
O curtimento do couro de jacaré é realizado somente ao vegetal, utilizando
taninos derivados de cascas de acácia obtidas através de plantações. Esse tanino
vegetal é isento de metais e corantes industrializados e é totalmente biodegradável
quando mantido sob intensa umidade e atacado por bactérias e fungos durante a
compostagem orgânica. O acabamento é realizado com óleos vegetais e ceras de
carnaúba e abelha. (BOCCHI, 2005).
O site Footshopping (2008) afirma que o curtimento vegetal das peles com
seiva de casca de árvore dá ao couro uma aparência extremamente nobre e uma
expressão especial de cores próprias, com um aspecto brilhante e expressivo. O
couro com um curtimento vegetal conserva-se com os poros abertos, permitindo
transpiração.
Quanto ao tingimento, várias são as maneiras de tingir naturalmente o couro.
A primeira delas é utilizar corantes naturais extraídos de madeiras, plantas e outros
elementos da natureza que, no entanto, são pouco utilizados em razão das
escassas opções de cores e de sua pouca intensidade e pouca solidez à luz. Sem
metal em sua composição, os corantes sintéticos apresentam um leque maior de
cores. Já os corantes ácidos, que tal qual o cromo possuem metal em sua
composição só que em doses comparáveis e compatíveis com o organismo humano,
apresentam os melhores resultados. (FEMINIDADE, 2008)
69

Para o uso em cabedal podem ser utilizados, além dos couros descritos
acima, fibras naturais com propriedades anti-bacterianas, bacteriostáticas e
desodorantes, como o algadão, bambu, viscose, lã e linho, que também podem ser
utilizadas em etiquetas. (PAULA, 2008)
Existe também um tecido de algodão banhado em látex natural, extraído das
seringueiras nativas da floresta amazônica e confeccionado pelo processo
tradicional dos seringueiros, sendo defumado e vulcanizado em estufas especiais. É
conhecido como “couro” vegetal. (AMAZONLINK, 2008)

Figura 72: Bolsa feita com tecido de algodão banhado em látex


Fonte:< http://finissimo.com.br/misterblog/2007/07/08/novo-conceito/>, 2008

A malha de bambu pode ser utilizada com forro e é considerada uma


segunda-pele ecológica para os pés dos usuários, pois não cola na pele, permite
transpiração e tem propriedades anti-bactéricida e bacteriostáticas que são
características naturais da fibra de bambu. Essas propriedades são necessárias em
calçados fechados para evitar odores desagradáveis. Além disso, no tecido
produzido com fibra de bambu o suor pode ser absorvido rapidamente possibilitando
a sensação de frieza. (FASHIONBUBBLES, 2007).
A figura a seguir mostra o calçado que foi apresentado pela empresa Knorr na
Fimec (Feira internacional de componentes, couros, químicos e acessórios para
calçados) do ano de 2007, com forro de malha de bambu desenvolvida pela mesma
empresa:
70

Figura 73: Sapato com forro malha de bambu


Fonte: <http://www.sortimentos.com.br/rs/fimec-07_55.htm>, 2008

Conforme o site Portaldasustentabilidade (2008), o bambu é uma planta de


crescimento rápido, sendo altamente renovável. Reproduz-se em abundância sem o
uso de pesticidas e fertilizantes e sua fibra é naturalmente antibactericida,
biodegradável e extremamente macia e tem característica termodinâmica.
O couro suíno é muito utilizado também na forração interna dos calçados, por
ter maior capacidade de absorção do suor, decorrente de sua alta porosidade. O
preço também é diferenciado. Se confeccionar um mesmo modelo de bolsa com os
couros de boi e de porco, a segunda terá preço mais alto. (CASTRO, 2003)
Como corantes, Paula (2008) diz que os ecologicamente corretos são os
naturais, como os de urucum, cúrcuma, caramelo e carmim de cochonila.
Plantas como o jenipapo, o açafrão-da-terra, a anileira, o açaí, o angico e o
murici são utilizadas para obtenção de boa parte dos corantes vegetais no Brasil,
segundo o site Ecotece (2008).
A engenheira de pesca Karina de Melo (2007) desenvolveu uma pesquisa
pioneira na utilização de corantes vegetais da Amazônia para o tingimento do couro
do peixe matrinxã. Utilizou um processo vegetal para tingir o couro do peixe, porém
com uma matéria-prima não comestível, que segundo ela, na literatura pesquisada
não há nenhum tipo de corante deste tipo. Utilizou então os corantes crajirú e
cacauí. (LOT, 2007)

Figura 74: Couro tingido: 5, 10 e 15% de corante crajiru (esq) e cacauí (dir).
Fonte: <http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/noticias.php3?id_article=450>, 2007
71

Os corantes químicos e sintéticos, por sua origem e propriedades, são


substâncias densas e tóxicas, obtidas a partir de derivados de petróleo e do carvão
mineral por um processo altamente poluente. (SITECUPIRA, 2008)
Para solas e solados, pode ser utilizada a borracha natural (NR), certificada
que, conforme Viana (2008), um solado feito com esta borracha leva apenas cinco
anos para se degradar na natureza, enquanto que os solados sintéticos podem
persistir por até quinhentos anos. Solas podem feitas de borracha de pneu reciclado
também.
A empresa Coim recicla solados de poliuretano (PU) descartados pela
indústria calçadista, transformando-os em insumos com qualidade equivalente ao
produto original, tanto em dureza como em resistência à abrasão. Segundo o
fabricante, o solado reutilizado tem a mesma qualidade do produzido originalmente,
apenas com restrição quanto à cor do produto final, uma vez que só é conseguido
extrair matéria-prima de cores claras se o material reciclado for claro, o mesmo
acontece com solados escuros. (PLÁSTICO, 2008)
A Johnson & Johnson transforma as partes sem uso dos látex dos
preservativos e peças defeituosas em solado para sapatos e as escovas e cotonetes
acabam ocupando o espaço da madeira vegetal, criando assim um produto similar
em material plástico. (INVERTIA, 2006)
A madeira de reflorestamento pode ser utilizada para cepas e para saltos.
Possa, Marcos e Rodel (2007) dizem que é recomendada a utilização do pinus e
seringueira, pois já possuem certificados e controle de florestas preservadas.
Ainda segundo os autores, a madeira de pinus: tem veios e nós, é mais leve,
menos durável, mais macia, porosa e apresenta baixa resistência à flexão. Já a
seringueira: não tem veios e nem nós, possui média leveza e é mais durável.
As imagens a seguir mostram exemplos de madeira de pinus e seringueira.

Figura 75: Madeira de pinus


Fonte: <http://www.habitart-br.com/imagens/Textura---Espelho.jpg>, 2008
72

Figura 76: Madeira de seringueira


Fonte: <http://www.iapar.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=177>, 2008

Pelas imagens percebe-se que a madeira de seringueira é lisa, com poucos


veios e nós.
Têm-se também, para cepas e saltos, o acrílico, que é um material nobre, de
grande durabilidade e transparência. É 100% reciclável, apresenta brilho,
transparência, leveza e durabilidade, além de possibilitar efeitos de formas diversas,
sendo extremamente versátil pela facilidade de moldagem a quente, permitindo a
produção de modelos especiais e exclusivos, onde designers de calçados vêm se
aperfeiçoando cada vez mais seu uso devido a esta característica. Pode ser utilizado
com o couro, madeira, borracha, tecidos, etc.. (OLIVEIRA, 2007)

Figura 77: Sandália feita com cepa de acrílico.


Fonte: <http://www.dicopesa.com.br/port/Destaques.htm>, 2003

O solado feito de borracha de TR substitui as borrachas e resinas


convencionais porque são recicláveis e as sobras e rebarbas do processo podem ser
reaproveitadas. A flexibilidade e suavidade ao toque da borracha, aliada à facilidade
de processamento dos plásticos são os principais apelos do mercado, segundo
Araújo e Magalhães, (2005).
73

Figura 78: Solado feito de TR com salto em acrílico.


Fonte: <http://www.dicopesa.com.br/port/Destaques.htm>, 2003

Para couraças e contrafortes, já existe no mercado, as feitas de derivados de


fontes vegetais renováveis como milho, soja mamona e girassol, os quais antes
eram somente derivados do petróleo. Segundo a ASN (2008), o petróleo oferece
riscos à natureza em todas as etapas de sua industrialização e comercialização,
além de ser um produto cada vez mais escasso.
O site Ecotrendstips (2008), diz que o preço dos contrafortes e couraças
vegetais, é igual ao praticado no mercado pelos produtos petroquímicos.
Há também couraças e contrafortes feitos de materiais 100% recicláveis,
como a linha Ecoforma by Ecogreem, da Boxflex, feitas de polímeros a base de PU
produzidos a partir de fontes renováveis.

Figura 79: Couraça e Contraforte100% recicláveis da Bonflex


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Como adesivos para a preparação e colagem de forros em calçados, têm-se


os adesivos desenvolvidos com solventes à base de água, tão resistentes quanto os
desenvolvidos com solventes químicos. (VIANA, 2008)
Existem também adesivos hot melt que são 100% sólidos, livres de solventes.
Não exalam cheiro nem vapores tóxicos, segundo Karpovas (2008).
74

Os adesivos compostos por poliuretano, disperso em água, não possuem


resíduos tóxicos, respeitando assim a natureza e o meio ambiente. (ABIQUIM, 2008)
As palmilhas de montagem e reforços de palmilhas, segundo Vieira (2007),
podem ser feitos de papelão reciclado fabricado com aparas.
O autor diz que as palmilhas feitas pela empresa Induma a partir de papelão
reciclado, atendem as especificações técnicas do mercado e, para um sapato
feminino de salto alto, o papelão tem menor flexibilidade, maior resistência ao rasgo
e a delaminação.

Figura 80: Palmilha feita de papelão rígido recilado para saltos acima de 8 cm
Fonte: Arquivo pessoal, 2008

O departamento de reciclagem da Johnson & Johnson transforma


absorventes higiênicos triturados em palmilhas de montagem para calçados.
(INVERTIA, 2006)
As palmilhas internas, de acordo com Paula (2008), podem ser feitas de
látices naturais, (sem elementos infláveis, tóxicos e corrosivos); da reutilização das
sobras de materiais, sendo fragmentas e novamente conformadas.

Figura 81: Palmilha feita de látice natural


Fonte: <http://www.foamtech.com.br/produtos.htm>, 2008
75

Quanto às espumas, o autor diz que estas podem ser feitas livres de CFC,
com utilização de CO2, como agente auxiliar de expansão. As tintas podem ser
feitas à base d’água, os aviamentos podem ser feitos de plásticos reciclados e linhas
de costura feitas 100% de algodão, além de fios feitos de PET reciclado.
Cada vez mais acentuada, a busca da promoção do consumo e do
comportamento limpos exige novos produtos que não agridam o ambiente e que
sejam produzidos de forma ecologicamente sustentável.

2.6 Concorrentes

De acordo com Kotler (p. 52, 1990), os “concorrentes são parte do sistema
central de marketing, porque influenciam ativamente a escolha dos objetivos de
mercado da empresa, dos intermediários, dos fornecedores, do composto de produto
e do composto de marketing”.
É devido à concorrência que a empresa tende a organizar-se, adaptar-se e a
inovar-se para poder vencer as batalhas do mercado. (COBRA, 1992)
Os concorrentes para este projeto são a Imitation and Disguise, Natalie
Portman, Franziska Hübner, Form & Fauna e Stella McCartney, que são empresas e
designers que fazem calçados com materiais ecologicamente corretos considerados
de luxo, cujo segmento é casual ou casual chic.
A Imitation and Disguise, conforme o site Cristinaarcangeli (2008), fabrica
calçados com couro de carneiro, que passa por um banho vegetal.

Figura 82: Calçados da Imitation and Desguise


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Natalie Portman incluiu em sua linha todo o tipo de sapato que uma mulher
pode querer ou precisar, das sandálias girlie - sandálias anabela que possuem
76

plataforma - até os saltos stiletto, em materiais ecologicamente corretos como


“couro” vegetal. (CHIC.IG, 2008)

Figura 83: Calçado de Natalie Portman


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

A empresa Form & Fauna fabrica sapatos com muito estilo e conforto sem
perder de foco a sustentabilidade ambiental, pois utiliza materiais ecologicamente
corretos. (HORTA, 2008)

Figura 84: Calçado da Form & Fauna


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Stella McCartney, de acordo com o site Descolex (2006) está mudando a


idéia de que as mais luxuosas bolsas, sapatos e cintos devem ser feitas de couro.
Vegetariana convicta, Stella não usa matéria-prima animal em suas criações.
77

Figura 85: Calçado de Stella McCartney feito de material orgânico.


Fonte: <http://blog.fernandaweber.com/index.php?s=lam>, 2008

Franziska Hübner utiliza em alguns de seus modelos, couros exóticos como o


de enguia, mas os animais são criados em confinamento e a extração do couro é
aprovada pelo Ibama. (ISTOÉDINHEIRO, 2003)

Figura 86: Bota de Franziska Hübner feita de couro de enguia.


Fonte: <http://www.terra.com.br/istoedinheiro/304/estilo/304_segunda_pele.htm>, 2003

As marcas concorrentes são novas no mercado, com exceção da marca Stella


McCartney e Franziska Hubner, que faz calçados no Brasil e também exporta.
Os calçados têm um design simples o que é uma oportunidade para que
sejam lançados no mercado calçados ecologicamente corretos com design
diferenciado.
78

2.7 Temática

Escolheu-se como temática para este projeto, o Hotel Burj al Arab, localizado
em Dubai, nos Emirados Árabes, por sua arquitetura e decoração rica em detalhes.
É considerado um lugar das "mil e uma noites". As fachadas brancas são
compensadas pelo exuberante colorido interior. Dentro, o dourado domina, nos
mosaicos dos pisos e das paredes, nas largas molduras de quadros e de
elevadores, nos metais, nos detalhes e nos objetos decorativos, e tudo o que brilha
é banhado a ouro. Tapetes e carpetes feitos à mão, macios; os sofás, suntuosos. O
luxo é evidente, avassalador. (SULAMÉRICATURISMO, 2007)

Figura 87: Vista do saguão do hotel


Fonte: < http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/emirados-arabes-unidos/burj-al-arab.php>, 2008

Na decoração do Burj al Arab foi usado ouro suficiente para cobrir um campo
de futebol oficial. O hotel foi concebido para superar o que a concorrência oferece de
melhor em termos de luxo. A construção do Burj Al Arab objetivou colocar Dubai no
centro do mapa turístico mundial. (GIANINI, 2007).
O prédio, em formato de um veleiro, possui um heliponto no 28° andar e um
restaurante panorâmico semi-suspenso no ar, com uma vista única sobre o deserto,
tornando-se um ícone de referência na paisagem de Dubai. (INTERPOINT, 2008)
79

Figura 88: Vista panorâmica do Burj Al Arab


Fonte: <http://interpoint.com.br/destinos/emirados_arabes/dubai/hotel_burj_al_arab>, 2008

O Burj al Arab conta somente com 202 suítes duplex de luxo equipadas com a
ultima tecnologia, computadores com acesso a Internet, televisores de telas planas
de plasma e contam com um serviço inteiramente personalizado para cada cliente,
com recepções privadas em cada andar e com brigadas de mordomos
(INTERPOINT, 2008)

Figura 89: Suíte do Burj Al Arab.


Fonte:http://www.netvasco.com.br/forum/viewthread.php?tid=20967&page=5, 2008

Os hóspedes do hotel, coforme o site Interpoint (2008) podem escolher entre


sete fantásticos restaurantes. Entre eles, o Al Mahara, um restaurante que possui
um aquário gigante ao centro, com tubarões, corais e outras espécies

Figura 90: Restaurante Al Mahara


Fonte:<http://www.novomilenio.inf.br/real/ed109z.htm>, 2008
80

A seguir, têm-se o painel semântico da temática:

Figura 91: Painel semântico da temática


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

As imagens escolhidas mostram a decoração luxuosa e detalhada, com


variação de formas e cores, que ajudará na elaboração das gerações de
alternativas.

2.8 Tendências

A tendência para calçados do verão 2008/2009, de acordo com Benelli


(2008), traz formas modernas, materiais e enfeites em uma combinação harmônica
de feminilidade e visual futurístico, com um gradual retorno ao minimalismo, às
expressões geométricas arredondadas, aos volumes de impacto visual.
81

Os materiais se apresentam ainda mais brilhantes, com efeito molhado e


laminado ou com reflexos iridescentes metalizados. Terão um toque macio,
acabados com estampas leves em forma de manchas e degradês de cores
desfocadas. Voltam algumas estampas fotográficas e gráficas nos estilos mais
descontraídos e até efeitos tridimensionais por meio de desenhos geométricos
Aparecem saltos como esculturas de inspiração étnica. As cepas passam a ser mais
leves, entalhadas e esculpidas com visual de meio relevo e os ornamentos serão
mais rústicos, fivelas de grande dimensão. A modelagem será simplificada
caracterizada por combinações de faixas, tranças e tiras. (BENELLI, 2008)
A seguir estão algumas tendências de calçados e cores para o verão
2008/2009 segundo Cecílio e Lobbiani, 2008
O cinza aparece em um tom claros e mais fortes, como no tom grafite:

Figura 92: Sandália grafite.


Fonte:Cecílio e Lobbiani, 2008

O efeito tecnológico do prata permanece no verão 2008/2009 combinado com


madeira e outros materiais, como mostrado na figura a seguir:

Figura 93: Sandália prata


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

O dourado é sinônimo de glamour e aparece em vária coleções para o verão


2008/2009. Destaque também para o cobre :
82

Figura 94: Sandália dourada


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

Figura 95: Sandália cobre


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

A elegância do tom pêssego aparece na cartela de cores do verão 2008/2009.


Está presente na coleção de Jimmy Chooo e Christian Louboutin. O salmão tem
destaque como a “cor do equilíbrio

Figura 96: Sandália pêssego


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

Tons claros como o marfim e o branco exploram a leveza do verão:


83

Figura 97: Sandália marfim


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

Os tons de azul claro demonstram sensibilidade e sutileza:

Figura 98: Sandália azul claro


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

O azul taj ganha possibilidades de uso em roupas sofisticadas, calçados e


acessórios em geral:

Figura 99: Sandália azul


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

Os tons de violeta também aparecem em algumas coleções:


84

Figura 100: Sandália lilás


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

Entre os tons naturais o káki aparece em coleções com “toques” étnicos. O


areia aparece em tons mais escuros, como o da imagem a seguir.

Figura 101: Sandália areia


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008

O rosa apareceu em tons suaves e o tom mais forte rosa chiclete será a
“febre” da estação.

Figura 102: Sandália rosa


Fonte: Cecílio e Lobbiani, 2008
85

O quadro abaixo traz a cartela de cores para o verão 2008/2009 conforme


Benelli (2008):

Quadro 3: Tendências de cores para o verão 2008/2009


Fonte:Benelli, 2008

2.9 Público-alvo

O público-alvo deste projeto são mulheres de classe A, e, conforme várias


pesquisas realizadas em revistas de moda e comportamento e em sites, observou-
se que a maioria das mulheres pertencentes a estas classe social, são vaidosas,
independentes, com elevado nível cultural, cujo estilo de vida está ligado a viagens,
eventos culturais e a festas.
São mulheres atentas à moda e que não vinculam a aquisição de objetos de
luxo somente à ocasiões especiais, sendo, portanto, consumidoras “regulares” deste
mercado.
86

Em uma pesquisa realizada no Brasil por D’Angelo (2004) sobre o conjunto de


valores e significados presente no consumo de produtos de luxo, feita com
consumidores freqüentes destes produtos, profissionais que atuam neste mercado e
profissionais de imprensa que acompanham o setor, descobriu-se que os
entrevistados identificam as atividades profissionais como uma fonte de capital
cultural para a mulher que consome luxo. Para eles, o trabalho ensina, entre outras
coisas, a valorizar o dinheiro e desta forma, conduz decisões de compra mais
racionais.

Figura 103: Painel semântico do público alvo.


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

O painel semântico acima traz imagens que representam o público em


questão, mostrando seu estilo de vida e comportamento, ressaltando seus gostos
por compras, esportes, viagens e obras de arte e também que são vaidosas, que
freqüentam festas e jantares, e que trabalham.
87

2.9.1 Pesquisa de campo

A pesquisa de campo foi feita através de entrevistas não padronizadas com


oito mulheres que representam o público-alvo deste projeto. Sete foram
entrevistadas na cidade de São Paulo (SP) e uma na cidade de Balneário Camboriú
(SC).
Houve dificuldade para a realização de um número maior de entrevistas
devido ao difícil acesso a esse público-alvo.
O resultado da pesquisa está a seguir:
• Para cinco entrevistadas, um calçado de luxo é aquele que possui salto e
detalhes com brilho, como por exemplo, strass, cristais e pedrarias, não
importando a cor. Três entrevistadas disseram que são calçados feitos com
materiais nobres ou com exclusividade.
• Para seis delas o fator determinante para a compra de um calçado de luxo é o
design. Duas responderam que é o conforto.
• Ao serem questionadas se comprariam um calçado ecologicamente correto,
feito com couro certificado, “couro” vegetal ou de fibras vegetais, apenas uma
disse que não, pois acredita que não seja durável. As demais disseram que
sim, porém deve ter um design atraente.
Através das entrevistas, notou-se que o design é fator determinante na
escolha de um calçado; que um calçado de luxo deve possuir algum brilho e
materiais ecologicamente têm boa aceitação pelo público-alvo.
88

3 ATRIBUTOS DO PRODUTO

Nos atributos do produto serão definidas, conforme Santos (2005), as


características que o produto deverá apresentar ao final do projeto. Essas
características serão apresentadas a seguir através do conceito do produto.

3.1 Conceito

Segundo Santos (2005), o conceito do produto é “a principal mensagem a ser


comunicada para o mercado.”
Pretende-se, portanto, que o produto tenha um design delicado, que pode ser
representado através de um cabedal que contenha tiras finas e de um salto
trabalhado; que demonstre feminilidade através de aviamentos e cores.
Buscam-se também materiais ecologicamente corretos e duráveis que
possam permitir transpiração para proporcionar conforto à usuária além do cabedal
que deverá apresentar bom calce e firmeza ao caminhar.
As imagens do painel abaixo representam o conceito pretendido:

Figura 104: Painel semântico do conceito.


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
89

4 CONCEPÇÃO

Neste capítulo serão abordadas todas as etapas utilizadas para a criação do


produto.
De acordo com Santos (2005) é na concepção que o conceito definido para o
produto será materializado através do processo criativo, sendo desdobrada em
caminhos criativos, geração de alternativas e seleção e adequação.

4.1 Caminhos criativos

Nesta etapa foram identificadas algumas soluções para o problema de projeto


através de um brainstorming, onde se formou um grupo de pessoas, que após terem
visto os painéis semânticos deste projeto e interaram-se sobre o tema e temática,
trocaram idéias sobre modelos de calçados, materiais e aviamentos. As soluções
encontradas são mostradas a seguir:

• Sandália;
• tamanco;
• sapatilha;
• calçado de salto alto;
• cabedal bem trabalhado;
• cabedal simples;
• salto trabalhado;
• salto simples;
• salto forrado;
• salto pintado;
• salto de madeira de seringueira;
• salto de madeira de pinus;
• salto de acrílico;
• calçado social;
• calçado casual com salto alto;
• calçado casual com salto médio;
90

• calçado casual sem salto;


• calçado casual chic com salto;
• couro de tilápia;
• couro de salmão;
• couro de jacaré;
• couro de avestruz;
• couro bovino;
• forro de fibra de bambu;
• forro feito de couro de porco;
• cristais;
• strass;
• metal.

Entre as soluções listadas acima, escolheu-se:

• sandália;
• cabedal simples;
• salto trabalhado;
• calçado casual chic de salto;
• madeira de seringueira;
• couro de tilápia;
• forro feito de couro de porco;
• cristais;
• meta.l

Uma vez escolhidas as soluções do caminho criativo, parte-se para o briefing,


elaborado a partir do conceito do produto e das soluções acima mencionadas.

4.2 Briefing do produto

• Empresa: Lenir Tridapalli Ind. e Com. de Calçados LTDA.


• Marca: Lenir Tridapalli.
• Nome do produto: calçado de luxo ecologicamente correto.
91

• Categoria: acessório.
• Local de uso: bares, restaurantes, boates, festas, eventos culturais.
• Estação: primavera/verão 2009.
• Linha: feminina.
• Segmento: casual chic.
• Temática: Hotel Burj Al Arab, em Dubai.
• Pontos positivos: existem poucas marcas no mercado que fabricam calçados
de luxo ou casual chic ecologicamente corretos.
• Pontos negativos: não há muita variedade de materiais ecologicamente
corretos para a fabricação de calçados de luxo.
• Diferencial: ser um calçado de luxo ecologicamente correto.
• Material: couro tilápia para o cabedal, couro suíno curtido ao tanino vegetal
para forro, taloneira e etiqueta de couro curtido com tanino e madeira de
seringueira para o salto.
• Justificativa da escolha dos materiais. O couro da tilápia não causa impacto
ambiental porque as tilápias são criadas em cativeiro e seu couro é exótico e
difícil de imitar. O couro suíno é um material resistente, macio e proporciona
transpiração. A seringueira de reflorestamento é certificada pelo IBAMA.
• Público: mulheres de classe social “A”, que gostam de fazer compras e viajar,
que freqüentam festas, que são vaidosas, que trabalham e apreciam obras de
arte.
• Concorrentes: empresas e designers que fabricam calçados sociais ou casual
chic com materiais ecologicamente corretos.
• Sistema de venda e distribuição do produto: a fábrica contará com
representantes que venderão o produto para butiques de São Paulo/SP, Rio
de Janeiro/RJ, Brasília/DF, Curitiba/PR, Balneário Camboriú/SC e Porto
Alegre/RS.

4.3 Cartela de cores

As cores utilizadas foram retiradas das tendências para o verão 2009:


92

CARTELA DE CORES

Quadro 4: Cartela de cores


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

4.4 Cartela de materiais

A cartela a seguir, apresenta os materiais que serão utilizados para a


fabricação do produto. A escolha dos materiais para cabedal, forro e salto, foi
definida, após pesquisas, através do brainstorming. Os demais materiais foram
escolhidos através da pesquisa feita sobre materiais ecologicamente corretos
mostrada no Capítulo 2.
93

CARTELA DE MATERIAIS

Couro de tilápia Couro de porco


Couro bovino curtido Palmilha de papelão
curtido com tanino
com tanino vegetal reciclado
vegetal

Tacão de PVC
Palmilha de Madeira de seringueira
látice natural Sola de couro
atanado

Cristal Swarovski Linha de algodão


Cola à base de Latão
orgânico
água

Contraforte reciclado
Quadro 5: Cartela de materiais
Fonte: Arquivo pessoal, 2008

4.5 Geração das alternativas

Foram gerados vinte e oito modelos de sandálias, sendo sete linhas com
quatro modelos cada uma, onde a temática inspirou as formas do cabedal e dos
modelos de salto e o MESCRAI foi utilizado no desenvolvimento dos cabedais, para
inverter e modificar algumas formas.
94

A seguir estão as gerações de alternativas:

Figura 105: Alternativas de saltos anabelas


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
95

Figura 106: Alternativas de saltos finos


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
96

4.5.1 Alternativas escolhidas

Das alternativas geradas, mostradas anteriormente, foram escolhidos dez


modelos que apresentam cabedal e /ou salto diferenciado e que ao mesmo tempo
são delicados e femininos.
Abaixo estão as alternativas escolhidas com a imagem da temática que
inspirou cada modelo:

Figura 107: Altenativa 1


Fonte: Arquivo pessoal,.2008
97

Figura 108: Altenativa 2


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 109: Altenativa 3


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
98

Figura 110: Altenativa 4


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 111: Altenativa 5


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
99

Figura 112: Altenativa 6


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 113: Altenativa 7


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
100

Figura 114: Altenativa 8


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 115: Altenativa 9


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
101

Figura 116: Altenativa 10


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

4.5.1.2 Alternativa escolhida para a fabricação

Figura 117: Altenativa escolhida


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
102

A alternativa escolhida foi a que melhor representa a temática, pois a gáspea


e o salto são facilmente associação ao formato de vela de barco do hotel. Além
disso, o salto é arrojado e o cabedal dá destaque para o couro da tilápia, que é um
couro naturalmente trabalhado.

4.6 Adequações técnicas e estéticas

O couro de tilápia escolhido para a produção do modelo final apresenta


restrições quanto ao comprimento e largura, e já veio cortado do curtume onde
foram tiradas as bordas irregulares, tornando-o ainda menor, o que inviabilizaria o
desenvolvimento do cabedal da alternativa escolhida, pois seriam necessárias várias
emendas, o que não o deixaria com uma boa estética. Por este motivo, foram feitas
alterações no cabedal, optando-se por uma gáspea com tiras mais finas e um
cabedal traseiro semi-fechado a fim de reduzir o número de emendas no couro.

Figura 118: Couro de tilápia usado para a fabricação do modelo final


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 119: Alteração na gáspea


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
103

Figura 120: Alteração no traseiro


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Observou-se que o salto desenvolvido na alternativa escolhida precisaria de


modificações para dar uma aparência mais delicada ao modelo, uma vez que o
cabedal tornou-se mais aberto.

Figura 121: Alteração no salto


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

O quadro a seguir mostra as adequações de totais:

Quadro 6: Adequações totais


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
104

5 PÓS-CONCEPÇÃO

Este capítulo aborda os detalhes de produção do produto e seu memorial


descritivo, lançamento para o mercado, sua venda e pós-venda.

5.1 Subsistemas e componentes

Fazem parte dos subsistemas e componentes do presente projeto a


modelagem e as etapas para seu desenvolvimento e a ficha técnica do produto,
onde esta apresenta o desenho técnico do calçado, o detalhamento dos materiais,
fornecedores, quantidades, preços por par, preço total e as etapas do processo de
produção.

5.1.2 Modelagem

Conforme o site Spdesign (2008), a etapa de modelagem talvez seja o estágio


mais importante do processo produtivo, pois é nela que se realiza toda a concepção
do produto em si.
A modelagem técnica deve limitar o movimento dos pés e proporcionar
estabilidade e segurança ao calçado, mantendo a estética. (ZORN, et al, 2007)
Abaixo seguem as etapas da modelagem do modelo fabricado que foi feita
em uma forma de número 35 com salto de 9 cm.:
• 1ª etapa: planificou-se a palmilha;
• 2ª etapa: determinaram-se os eixos da palmilha e do salto;
• 3ª etapa: confeccionou-se o corpo de forma médio;
• 4ª etapa: encapou-se a forma com fita crepe;
• 5ª etapa: determinaram-se os pontos e linhas básicas;
• 6ª etapa: desenhou-se a sandália;
• 7ª etapa: marcaram-se as posições da tiras e peças na palmilha;
• 8ª etapa: planificou-se o corpo-de-forma;
• 9ª etapa: destacaram-se as peças;
• 10ª etapa: identificaram-se as peças
105

A seguir está a modelagem da palmilha e do cabedal:

PALMILHA CABEDAL

Quadro 7: Modelagem
Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.1.3 Ficha Técnica

De acordo com Shmidt (2005) a ficha técnica é um instrumento fundamental


para o bom andamento da produção industrial, onde sua utilização é essencial para
a réplica do produto e para o processo de controle de qualidade.
A ficha técnica não tem um formato padrão, porém deve conter de maneira
simplificada todas as informações necessárias ao bom desempenho da tarefa, como
por exemplo, os dados relativos a identificação do cliente e do produto,
especificações dos materiais e peças utilizadas. (SEBRASP, 2008)
A ficha técnica do produto contém o desenho técnico, todos os materiais
106

utilizados para a fabricação e a seqüência operacional do produto

FICHA TÉCNICA
Empresa: Lenir Tridapalli Ref. : 01 Modelo: Sandália
Descrição do modelo: Sandália de salto alto (9 cm) feita com couro de tilápia, forrada
com couro de porco e salto em madeira de seringueira.
Fôrma: SJ 5612 Numeração: 35

DESENHO TÉCNICO - VISTA LATERAL

DESENHO TÉCNICO - SALTO

Quadro : Ficha Técnica - desenho técnico


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
107

CABEDAL
Peças Material Composição Fornecedor Quant/par Preço/par
Cabedal frente Couro Pele de tilápia Denusa Couros 08 24,00
Traseiro Couro Pele de tiápia Denusa Couros 06 18,00
Forro Couro Pele de porco Curtume Riograndense 35 cm 5,00
Contraforte Reciclado - BoxFlex 02 3,00
VALOR TOTAL 50,00
AVIAMENTOS
Peças Material Composição Fornecedor Quant/par Preço/par
Cabedal e traseiro Linha para Algodão Maxitex - 0,40
costura nº 90 reciclado
Cabedal e traseiro Agulha para Metal Soares 01 7,40
máquina nº 75
VALOR TOTAL 7,80
PALMILHA
Partes Material Fornecedor Quant/par Preço/par
Palmilha de montagem Papelão reciclado Induma 2 0,40
Forro palmilha de conforto Couro de porco Curtume Riograndense 40cm 5,50
Forro palmilha de conforto Cola a base de água Brascola 2 0,40
Taloneira Couro bovino curtido Curtume Riograndense 02 1,25
com tanino vegetal
Etiqueta Couro bovino curtido Curtume Riograndense 02 0,75
com tanino vegetal
Bordado da etiqueta Fio de algodão Maxitex 02 4,00
dourado reciclado
Estampa da marca na Tela Multi Imagem - 0,20
etiqueta
VALOR TOTAL 12,50
SOLADO E SALTO
Partes Material Composição Fornecedor Quant/par Preço/par
Solado Couro bovino Curtido com tanino Curtume Banack 02 2,60
atanado vegetal
Solado Couro bovino Curtido com tanino Atelier de pré 02 1,20
atanado vegetal fabricado
Salto Madeira Seringueira Saltos América 02 25,00
certificada
Salto Tinta para cepa A base de água Itapar Tintas 01 1,00
de madeira
Detalhe Salto Latão 67% cobre e 33% Itapar Tintas 06 1,50
zinco
Detalhe salto Banho de ouro Cianeto, ouro e Joalheria Brasil 06 25,00
potássio
Proteção do Latão 67% cobre e 33% Millium 4cm 0,60
salto zinco
Tacão PVC PVC reciclado Solar Saltos 2 0,50

VALOR TOTAL 57,40


VALOR TOTAL DOS MATERIAIS 127,70
Quadro: Ficha técnica dos materiais
Fonte: Arquivo pessoal
108

5.2 Descrição dos processos produtivos e custo total do produto

As etapas do processo de fabricação do produto final e os custos totais do


produto estão descritos a seguir:

SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

1ª Modelagem
2ª Corte
3ª Preparação e costura
4ª Chanfrar
5ª Passar cola
6ª Unir as peças
7ª Rebaixar costura
8ª Aplicação do contraforte
9ª Refilar
10ª Costurar
11ª Revisar
12ª Fixar a palmilha na forma
13ª Conformar o contraforte
14ª Reativar o contraforte
15ª Asperar base de montagem
16ª Aplicar cola na sola e no cabedal
17ª Colar sola e prensar
18ª Limpar
19ª Revisar
VALOR TOTAL DA MÃO DE OBRA POR PAR DE CALÇADO 53,00
Quadro 9: Seqüência operacional
Fonte: Arquivo pessoal

CUSTO TOTAL DO PRODUTO/PAR

MATERIAIS 127,70
MÃO-DE-OBRA 53,00
CUSTO TOTAL DO PRODUTO 180,70
Quadro 10: Custo total do produto
Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Será colocada uma margem de lucro de 100% para venda aos varejistas.
Esse valor cobrirá despesas com embalagem, tags e publicidade. Portanto, o valor
final do produto para venda aos varejistas é de R$ 361, 40.
109

5.3 Identificação dos materiais

Na figura a seguir estão identificados todos os materiais utilizados na


fabricação do produto.

Figura 122: Identificação dos materiais


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4 Memorial descritivo

O memorial descritivo traz a função estética formal, função de uso, função


ergonômica, função de operacional e função de marketing.

5.4.1 Função estética formal

A função estética formal está relacionada com a parte externa do produto.


110

A percepção visual da sandália apresenta-se através da forma, cuja


propriedade apresenta-se através de linhas geométricas bem definidas, não
apresentando volumes. Dá-se também através da cor, onde o roxo do cabedal
contrasta com as cores neutras do forro, taloneira e etiqueta, proporcionando
equilíbrio, observado também na combinação da cor da etiqueta e da madeira do
salto.
Referente às leis da Gestalt, a sandália apresenta unificação da forma, pois
possui ordenação visual; possui também alta pregnância da forma por possuir
clareza e unificação, rapidez de leitura e interpretação.

Figura 123: Vista lateral do modelo final


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 124: Vista superior do modelo final


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4.2 Função de uso

A principal função do produto é calçar confortavelmente os pés das usuárias.


A função secundária é tornar as usuárias elegantes.
111

5.4.3 Função ergonômica

A ergonomia visa melhorar a segurança o conforto, o bem-estar e a eficácia


das atividades humanas através do estudo das interações das pessoas com a
tecnologia, a organização e o ambiente. (IIDA, 2005)
Segundo Gomes Filho (2003, p.17), a ergonomia objetiva “sempre a melhor
adequação ou adaptação possível do objeto aos seres vivos em geral”.
Para um calçado ser considerado de qualidade pelos consumidores, deve
apresentar em seu design um grande número de requisitos. Deve combinar atributos
de desenho funcional, como sua utilidade, eficiência e facilidade, com aspectos
relacionados com o conforto e a segurança e o atendimento aos requisitos
ergonômicos possibilita maximizar estes atributos.
Portanto, é necessário ter a ergonomia como parte integrante de todo
processo de design.

5.4.3.1Antropometria

Para Santos (1997) a antropometria objetiva levantar dados das diversas


dimensões dos segmentos corporais.
Os dados antropométricos dos pés são importantes para o desenvolvimento
de formas e calçados mais adequados, visando o conforto. (GUIMARÃES)
A sandália foi desenvolvida dentro das medidas da forma, observando-se os
pontos de marcação para que o calçado se tornasse adequado para uso.
O calçado será feito da numeração 34 à 39, todas dentro do percentil 95% .

5.4.3.2 Biomecânica

O calçado possui massa (peso) leve, que, de acordo com Silva (2007)
segundo as normas da ABNT 14835, um calçado feminino leve é aquele que possui
peso entre 180g e 280g, não causando portanto, esforços ao caminhar.
Quanto à distribuição da pressão plantar, que estipula os parâmetros do tipo
de pressão plantar durante o caminhar, Silva (2007) diz que a norma da ABNT
14836 está relacionada com a qualidade da palmilha. A sandália possui palmilha de
112

conforto feita de látice natural. O uso da palmilha de conforto ajuda a distribuir o


peso corporal sobre a área de contato com o pé.
O salto tem a base larga, o que proporciona maior estabilidade ao caminhar,
fazendo com que o peso do corpo possa ser melhor distribuído, pois calçados de
saltos altos fazem com que o corpo, segundo Takakura (2008) seja projetado para
frente, transferindo muito peso ao ante-pé, fazendo com que essa estrutura suporte
a maior parte do peso corporal.
Por possuir um vazado grande para poder ficar bem visível o formato do hotel
Burj al Arab, o salto apresenta espessura inferior do salto é fina, porém possui uma
pequena chapa de latão entre a madeira e o tacão para evitar que o salto possa vir a
se quebrar, proporcionando assim maior segurança à usuária.

Figura 125: Salto do modelo final


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Albuquerque e Silva (2008) dizem que como o peso do corpo vai para a
cabeça dos metatarsos, a forma da frente dos calçados tem grande influência na
distribuição dos picos máximos de pressão, pois calçados muito estreitos podem
provocar uma das alterações mais comuns do pé, que é o hálux valgo.
O hálux valgo popularmente é conhecido por joanetes, que é o desvio lateral
do grande dedo. (NERY, 1998)
Por esta razão, a frente arredondada da sandália possibilita que os dedos não
fiquem para fora, pois tem uma base maior, fazendo com que fiquem bem
acomodados.
A figura a seguir apresenta a frente da sandália.
113

Figura 126: Bico da sandália


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4.3.3 Função fisiológica

A sandália possui forro de couro de porco curtido com tanino vegetal. O couro
de porco é um material que possibilita a transpiração é macio ao toque, o que
possibilita conforto.
A taloneira e a etiqueta são feitas de couro bovino curtido com taninos
vegetais, pois esse curtimento, conforme dito anteriormente, conserva o couro com
os poros abertos, permitindo transpiração.

5.4. 3.4 Usabilidade

A sandália é de fácil colocação, não possui fivelas, zíper ou elástico. É de fácil


limpeza, não necessitando de procedimentos especiais para este fim, pois é
necessário somente um pano levemente umedecido em água.

5.4.3.5 Cognitiva

Perguntou-se para algumas mulheres qual a percepção que elas tinham do


calçado e a maioria respondeu que era a de conforto, seguida de percepção de
delicadeza.

5.4.4 Função técnica

O couro utilizado para o cabedal é de tilápia, que possui as fibras


naturalmente entrelaçadas, característica que proporciona resistência.
114

A madeira da seringueira é durável, resistente e versátil. Por ser bem clara,


apresenta propriedades de tingimento únicas e sua textura torna fácil o corte e a
colagem. (NAIR, 2008 apud QUIMICASEDERIVADOS, 2008)

5.4.5 Função informacional

A identificação (marca) do fabricante está na taloneira da sandália, na sua


caixa de armazenamento, na embalagem interna e na sacola.
A marca é de formato “caligrafia”, ou seja, como se fosse escrita à mão, sem
detalhes para facilitar a leitura.

Figura 127: Etiqueta do calçado


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

A embalagem (sacola e caixa) é de papelão reciclado. Feita na cor preta,


demonstra sofisticação e destaca o nome da marca, que é em branco.

Figura 128: Sacola do calçado


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

A caixa possui visor em acrílico reciclado, para facilitar a identificação do


produto
115

Figura129: Caixa do calçado


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

A embalagem interna é feita de algodão orgânico e visor em plástico


reciclado.

Figura 130: Embalagem interna


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Deve-se evitar o uso do calçado quando este estiver com a sola molhada,
pois como é feita de couro, pode haver inchamento e desgaste acelerado.
O cabedal, palmilha, salto e sola devem ser limpos com um pano levemente
úmido, com movimentos leves. Deixar secar ao abrigo da luz em ambiente arejado.
O detalhe do salto pode ser retirado se for necessário fazer reparos no metal
ou no salto, pois são fixados com cola de madeira e de metal.
Dentro da embalagem haverá um tag informativo, contendo informações de
que o produto é ecologicamente correto e instruções de limpeza e conservação,
além de um telefone de atendimento ao consumidor e o site da empresa. Haverá
também um tag com a informação de que o produto é certificado pelo IBAMA.
116

Figura 131: Tag informativo


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

Figura 132: Tag de certificação


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4.6 Função de marketing

Fazem parte da função de marketing da empresa/produto: display, outdoor,


campanha publicitária em revistas de moda e site.

5,4.6.1 Display

Para Parente (2000), os diplays nas vitrines, nos balcões e no chão das lojas,
permitem que o consumidor seja lembrado do produto ou venha a conhecê-lo, além
de estimular as compras por impulso.
A autora ainda diz que o varejista deve sempre verificar se a utilização do
display aumenta as vendas dos produtos.
O display que será fornecido para as lojas é feito de acrílico com detalhes em
cristais Swarovski. Tem um design simples e destaca a marca do produto e traz a
informação de que o produto é ecologicamente correto
117

Figura 133: Display


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4.6.2 Outdoor

Serão postos outdoors nas cidades em que serão vendidos o produtos, onde
será posta uma imagem da campanha, o nome da marca , a informação de que se
trata de um calçado ecologicamente correto. Haverá um espaço para por o nome da
loja que revenderá o produto.

Figura 134: Outdoor


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
118

5.4.6.3 Publicidade em revistas

Serão feitas campanhas em revistas de moda como Vogue e L’Officel.

Figura 135: Publicidade em revista


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

5.4.6.4 Site

A empresa terá um site com informações da campanha atual, coleção,


empresa e contato.

Figura 136: Site


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
119

6 MERCADO

Neste capítulo será explicado como será feito o lançamento do produto, sua
venda e pós-venda.

6.1 Lançamento do produto

O produto será lançado no “Terraço II Daslu: Festas, Arte e Cultura”.


Segundo o site da Daslu (2008) o Terraço é localizado no último andar da
butique Daslu e possui uma bela vista de São Paulo (do skyline da Avenida Paulista
aos altos do Morumbi) e conta com dois salões, dois jardins, além de áreas técnicas
de apoio e serviços.
O Terraço é mais que um espaço para festas e eventos. É uma oportunidade
para criar um festival de sensações e realizar sonhos.

Figura 137: Planta baixa do Terraço II


Fonte: <http://www.daslu.com.br/terraco.php?cat_id=0>, 2008
120

Por sua localização, dimensões e arquitetura, trata-se de um local preparado


tecnicamente para receber grandes eventos, como o será do lançamento do calçado
sustentável da grife LENIR TRIDAPALLI.

Figura 138: Vista do ballroom do Terraço II, na Daslu.


Fonte:< http://www.daslu.com.br/terraco.php?cat_id=0>, 2008

Importantes nomes do setor de eventos se unem à Daslu nesse espaço para


oferecer serviços especiais ao Terraço Daslu, por conseguinte, aos seus locatários,
que neste caso é a empresa Lenir Tridapalli Ind. e Com. de Calçados Ltda. A
elaboração dos convites e os próprios convidados (empresários e público-alvo),
ficarão a cargo da melhor empresa de evento de São Paulo, contando com a
presença da mídia televisiva e escrita, assim como renomadas revistas de moda,
comportamento e revistas especializadas em calçados e acessórios e lojas das
principais capitais do país e que possam representar comercialmente o produto no
mercado.

6.2 Venda

Após o lançamento será dada prioridade para vendas do produto às butiques


das principais capitais que se fizeram presentes no evento. O calçado será fornecido
aos varejistas pelo preço de R$ 361,40, como foi explicado no Capítulo 5.
121

6.3 Pós-venda

Os representantes da marca de cada região terão um cadastro dos clientes


que compraram o produto que será fornecido pela loja. O representante, após 15
dias da compra do produto, ligará para o cliente da loja para perguntar se está
satisfeito com o produto.
A fabricante do produto contará com um telefone de atendimento ao
consumidor e o site para eventuais dúvidas, sugestões e reclamações das
consumidoras.
Além disso, o calçado tem garantia de 01 (um) ano, a partir da data da
compra, onde o produto será buscado na casa da cliente pelo representante da
fábrica, a fim de se averiguar se o defeito reclamado é proveniente de problemas de
fabricação ou de mau-uso, não havendo troca nesta hipótese.

Figura 139: Certificado de garantia


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
122

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através das pesquisas realizadas, percebeu-se que o mercado de luxo para


calçados ecologicamente corretos é um grande nicho de mercado, pois ainda são
poucas as empresas e designers que fazem este tipo de produto e a sociedade está
cada vez mais consciente da sustentabilidade do planeta, porém a oferta de
produtos para a fabricação de calçados é pequena, o que pode causar limitações no
momento da criação e desenvolvimento do produto e este foi o problema identificado
para este projeto, que foi solucionado, pois o objetivo geral, que era a o
desenvolvimento de um calçado de luxo ecologicamente correto, foi alcançado com
base na pesquisa bibliográfica e na pesquisa de campo.
123

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134

APÊNDICE A

SEMANAS

MARÇO ABRIL MAIO JUNHO


ATIVIDADES 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Definição tema, público e X X X
Desenvolvimento da Metod. e
Cronograma
Fundamentação Teórica X X X X

Pesquisa de campo X
Análise dos dados da X
pesquisa e finalização do
relatório
Defesa da pesquisa e X
entrega do relatório parcial
Geração de Alternativas X X
Cartela de cores e ficha X X
técnica
Defesa das gerações X
entrega do relatório parcial
Modelagem e Ficha Técnica X
Desenvolvimento do produto X X
Finalização do projeto X X
Entrega do TCC X
Banca Defesa Final x

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