SAMUEL
Autor Os livros de Samuel não são designados sentam as suas próprias dificuldades cronológicas (ver Introdução
dessa forma por causa do seu autor, sendo provável a 1Reis). Existe amplo consenso de que Davi teria consolidado o
que a sua ligação com o nome de Samuel.reflita opa- seu reino tanto sobre Judá como sobre Israel um pouco antes do
pel que ele desempenhou ungindo os primeiros reis ano 1000 a.C. (sobre Judá, c. 101 Oa.C.; sobre Israel, c. 1003 a.C.).
de Israel. Samuel é descrito como um homem idoso em 8.1 e já fa- Davi deve ter vivido entre aproximadamente 1040-970 a.C. Samuel
lecido em 25.1, bem antes de muitos dos acontecimentos registra- pode ter nascido em data próxima ao ano de 1100 a.C.
dos em 1 e 2Samuel. Entretanto, 1Cr 29.29 relaciona os nomes de
Samuel e dos profetas que o sucederam, Natã e Gade, com deter- Características e Temas Os livros de
minadas fontes escritas, partes das quais podem ter sido incorpo- 1 e 2Samuel são obras primas de literatura. O seu
radas na história registrada de Israel quando esta tomou forma. Os propósito básico é oferecer um relato histórico do sur-
livros de Samuel devem ter recebido a sua forma final pela mão de gimento e do desenvolvimento inicial da monarquia is-
alguém profundamente influenciado pela teologia de Deuteronô- raelita sob Saul e Davi. A história é seletiva e a natureza da seleção
mio ("Introdução aos Livros Históricos"). revela as preocupações teológicas dos livros. A monarquia veio a
existir em Israel através da mediação de um profeta e a história re-
Data e Ocasião Como em relação à autoria, gistrada desta mudança apresenta uma perspectiva profética.
os livros de Samuel não dão qualquer indicação da data As narrativas de 1 e 2Samuel foram redigidas em um estilo su-
em que foram escritos. Tanto Josué, Juízes, Samuel cinto, fazendo uso de uma variedade de técnicas narrativas: pala-
como Reis claramente contêm informações provenien- vras-chave (2.29, nota); caracterizações comparativas (Saul e
tes de fontes contemporâneas aos acontecimentos neles relatados, Jônatas, Davi e Urias; ver 13.22, nota; 14.6, nota; e 2Sm 11 ); repe-
porém não foram fixados em sua forma final antes do período do exílio tição e variação (as duas confissões de Saul em 15.24-25,30) e
de Judá na Babilônia (ver "Introdução aos Livros Históricos"). analogia (Nabal comparado com Saul. cap. 25). Sensibilidade a tais
Na segunda metade do século XI a.C., período em que as po- características literárias podem abrir as portas à compreensão his-
tências internacionais do antigo Oriente Próximo estavam preocu- tórica e teológica e à percepção da unidade do texto.
padas com conflitos internos, Israel havia se transformado de uma Oprincipal assunto de 1Samuel é a ascensão de Saul ao poder
confederação tribal sem grande coesão em uma monarquia unida. e a sua subseqüente rejeição. Conforme observado acima, os livros
A instituição da monarquia foi um novo estágio na história política e de Samuel focalizam uma importante inovação na vida religiosa e
religiosa de Israel. embora a idéia da monarquia propriamente dita política de Israel - ter um rei terreno. O tema de 1Samuel é, em
fosse conhecida em Israel pela prática dos seus vizinhos (Jz 3.12; grande parte, a interseção da carreira de três personalidades: Sa-
4.2; 8 5). Éde admirar, pois, não que Israel viesse a instalar um rei, muel. Saul e Davi. A questão chave é como um rei humano pode
mas que tivesse deixado de fazê-lo por tanto tempo. Uma das cau- ser enquadrado numa estrutura de relacionamento baseado na ali-
sas da relutância de Israel está revelada nas palavras de Gideão: ança existente entre Deus e Israel. Como pode Israel ter um rei
"Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará so- sem, com isso, comprometer o reinado de .Deus?
bre vós; o SENHOR vos dominará" (Jz 8.23). Um princípio fundamen- Na Bíblia Hebraica, 1Samuel vem depois de Juízes, o qual ter-
tal na 1é do povo de Israel era de que o próprio Senhor (Javé) era o mina com o triste refrão, "Naqueles dias, não havia rei em Israel;
soberano de Israel. o seu grande Rei (8. 7; 12.12; Nm 23.21; SI 5.2; cada um fazia o que achava mais reto" (21.25; cf. 17.6; 18.1; 19.1 ).
MI 1.14). Não obstante, os primE;?iros livros da Bíblia contêm indica- Esse refrão também pode descrever os primeiros capítulos de
ções que Israel, de acordo com a vontade divina, teria um dia um 1Samuel. Olivro inicia com Israel sem um rei humano e com os is-
monarca humano (Gn 49.10; Nm 24.7,17-19; cf. Gn 17.6,16; raelitas despreocupados em honrar o seu rei divino. Mesmo os sa-
35.11 ). Moisés prenunciou um tempo quando Israel estaria esta- cerdotes, os filhos de Eli, fazem simplesmente o que é correto aos
belecido na Terra Prometida e desejaria um rei, e deixou instruções seus próprios olhos (2.12-17).
que regulamentassem a monarquia quando esta viesse a existir (Dt A primeira unidade relata o nascimento de Samuel e o seu
17.14-20; cf. 28.36). 1Samuel inicia a sua narrativa quando esse chamado como profeta (caps. 1-3). Em um cântico bastante co-
tempo está quase por chegar. nhecido, Ana louva a Deus pelo nascimento de Samuel (2.1-1 O). O
Édifícil atribuir datas precisas à maioria dos acontecimentos seu cântico introduz os temas teológicos básicos dos livros - a
registrados em Samuel. Embora cifras precisas sejam dadas para a soberania e a santidade de Deus, a reversão divina da sorte huma-
duração do reinado de Davi sobre Judá e Israel (2Sm 5.4-5). não na, o livramento divino e a futilidade da confiança na força humana.
existe nenhuma indicação clara da extensão do reinado de Saul A monarquia é antecipada em uma referência ao "ungido" do Se-
(13 .1, nota). Os anos exatos dos reinados de Davi e de Saul têm de nhor, "seu rei" (2.10). A narrativa da decadência da casa sacerdotal
ser estabelecidos através de cálculos retroativos a partir das datas de Eli introduz o tema da rejeição divina e suas causas.
dos acontecimentos registrados em Reis, os quais também apre- A seção 4.1-7.1 é muitas vezes chamada "a narrativa da
1 SAMUEL 312
arca." Nesses capítulos, o Senhor demonstra o seu poder, primeiro e que Deus havia dado o reino a outro (15.28). Deus retirou de Saul
contra as tentativas de Israel de explorar a arca como se ela fosse seu favor (28.17).
um talismã mágico e, segundo, em uma marcha devastadora atra- A queda da dinastia de Saul coincide com a ascensão de Davi.
vés das cidades filistéias. Em 7.2-17, o poder de Deus para livrar Davi, à semelhança de Saul, foi escolhido por Deus para ser rei.
Israel e derrotar os seus inimigos é demonstrado através do ho- Mas em seu caso, a escolha de Deus foi de certa forma mais ÇKG-
mem de Deus, Samuel. Contra esse pano de fundo, vê-se com ela~ funda. Davi não estava livre de erros porém Deus lhe prometeu que
reza a pecaminosidade do clamor do povo por um rei humano (cap. não o rejeitaria por esse motivo (2Sm 7.8-16). Ele o puniria, mas
8). Não que Israel não devesse jamais ter um monarca humano, Deus também o preservaria. Davi casou-se com Mica!, a filha de
pois desde muito tempo um rei havia sido antecipado. Oque é cen- Saul, e tornou-se amigo íntimo de Jônatas. também filho de Saul.
surável é o desejo do povo de ter um rei "como o têm todas as na- Mesmo que Ga\li tenha agido dessa forma, a inveja e a suspeita de
ções" (8.5), porque esse desejo significa a rejeição do maior de Saul caíram sobre ele. Saul ficou transtornado e tentou matar tanto
todos os reis, o próprio Deus (8. 7). Apesar da estultícia do pedido Davi como Jônatas (18.11; 19.1; 20.33). Davi foi obrigado a fugir
do povo, Deus o atenderá, sob as condições de que o povo seja da corte e tornar-se um foragido em seu próprio país.
alertado a respeito dos abusos potenciais da monarquia e de que o Ao final, reacendeu em Saul o chamado original para libertar o
próprio rei esteja disposto a submeter-se ao governo de Deus. seu povo dos filisteus e ele comandou uma batalha desastrosa em
O primeiro rei de Israel decepcionou. Saul é apresentado em Gilboa. Não aceitando que fosse capturado, o rei Saul cometeu sui-
9.2 como uma pessoa impressionante de notável aparência, presu- cídio, abrindo o caminho de Davi ao trono.
mivelmente como o povo queria. Oprofeta Samuel falou a Saul que De muitas maneiras, a carreira de Davi tipifica a do seu maior fi-
ele governar"1a Israel e então o ungiu em nome do Senhor lho, Jesus Cristo. Ambos foram confirmados por um profeta, Davi por
(9.26-10.1). Logo depois o Espírito do Senhor veio sobre Saul e Samuel (3.20; 16.13) e Jesus por João Batista (Mt 14.5; Jo 1.29-31;
ele profetizou com um grupo de profetas. Ele reuniu uma força den- 5.31-35). OEspírito do Senhor veio sobre ambos (16.13; Me 1.9-11).
tre todo Israel e liderou-a à vitória sobre os amonitas. Ele foi aprova- Ambos foram rejeitados por reis invejosos (18.9; Mt 2.16) e foram
do pelo povo e Samuel o ungiu publicamente como rei (10.24; advertidos a fugir para salvar as suas vidas (cap. 20; Mt 2.13-15).
11.14-151. A monarquia em Israel foi claramente concebida como Sendo também rejeitados sem motivo pelo seu próprio povo (23.12;
tendo necessidade da orientação especial de Deus. Jo 19.15), ambos aprenderam no exílio a depender de Deus.
Em duas importantes ocasiões Saul falhou com relação às exi-
gências de Deus. Instruído a esperar por Samuel, ele impacien- j"="""'-:;..,~.:= Título Os livros de Samuel têm tido vários no-
tou-se e ofereceu um sacrifício que Samuel deveria ter realizado 11 · ~
mes. A Septuaginta (a versão grega do Antigo Testa-
113.8-14). Depois, quando Deus ordenou a destruição dos amale- [! ."-:-;. menta) e a Vulgata (a tradução latina de toda a Bíblia)
quitas, Saul cumpriu somente parte da ordem de Deus (cap. 15). agrupam 1 e 2Samuel e 1 e 2Reis como Primeiro, Se-
Ele preservou a vida do rei e de muitos animais. Samuel o denunci- gundo, Terceiro e Quarto "Reinos" ou "Reis". A tradição judaica fa-
ou com rigor e empunhou ele mesmo a espada para esquartejar o zia distinção entre Samuel e Reis mas não dividiu Samuel em dois
rei. Nessa ocasião Samuel profetizou que Saul havia sido rejeitado livros até o século XV d.C.
Esboço de 1 Samuel
1. Período anterior à monarquia: Deus governa e resgata o 3. Saul livra Jabes-Gileade dos amonitas (cap. 11)
seu povo (caps. 1-7> C. Samuel promulga advertências sobre a monarquia
"A. O homem de Deus: Samuel e Eli em Siló (caps. 1-3) (cap. 12)
1. O nascimento de Samuel e o cântico de ação de Ili. A escolha do povo: o reinado e a rejeição de Saul
graças de Ana (1.1-2.10) (caps. 13-15)
2. A rejeição da casa dé Eli (2.11-36) A. Saul contra os filisteus: a primeira rejeição de Saul
3. Ainiciação de Samuel como profeta (cap. 3) (caps. 13-14)
8. Poder de Deus: a arca de Deus e a Filístia (4.1-7.1) 8. Saul contra os amalequitas: Saul é rejeitado
1: A área é capturada pelos filisteus (cap. 4) (cap. 15)
2. A arca na filístia (cap. 5) 1. Jônatas ataca os filisteus; Saul falha no teste
3: A arca é.déVólvidaa Israel (6.1-7.1) (cap. 13)
C. Vitória de Deus: Samuetcontra os filisteus em Mispa 2. Jônatas conduz o povo à vitória; Saul fica isolado
(7.2-17) (cap. 14)
li. O início da monarquia: o povo exige um rei (caps. 8-12) IV. A escolha de Deus: ascensão de Davi e queda de Saul
A. Samuel ouve e Deus atende ao pedido do povo (caps. 16-31)
(cap. 8) A. A ascensão de Davi agrada a todos, menos a Saul
B. A ascensão de Saul: designação por Samuel e (caps. 16-18)
demonstração em batalha (caps. 9-12) 1. Davi é ungido por Samuel e apresentado a Saul
Jl1Sfttíé:ungide·por Samuel (9.1-10.16) (cap. 16)
2. Saul é selecionado publicamente por sorteio em 2. Davi e Golias (cap. 17)
Mispa (10.17-27) 3. Davi e a <:asa de Saul (cap. 18)
l
313 1SAMUEL1
B. S-;ru\ \\tocura matar a Davi (cap. 19-23) 2. Abigail impede que Davi cometa um assassínio
1. Frustram-se as tentativas feitas por Saul de em seu litígio com Nabal (cap. 25)
assassinar Davi (cap. 19) 3. Davi poupa a vida de Saul no acampamento
2. Jônatas ajuda e encoraja Davi (cap. 20) (cap. 26)
3. Davi engana Aimeleque em Nobe e foge para Gate D. Davi refugia-se entre os filisteus; Saul comete
(cap. 21) suicídio (caps. 27-31)
4. Saul massacra os sacerdotes de Nobe; Davi livra o 1. Davi foge para os filisteus (cap. 27)
povo de Queila (22.1-23.6) 2. Saul e a médium em En-Dor (cap. 28)
5. Saul persegue a Davi mas é impedido pelos filisteus 3. Davi é rejeitado pelos filisteus (cap. 29)
(23.7-29) 4. Davi recupera o que havia sido tomado pelos
C. Davi protege a vida de Saul amalequitas (cap. 30)
(caps. 24-26) 5. Saul, ferido no Monte Gilboa, tira a sua própria
1. Davi poupa a vida de Saul na caverna (cap. 24) vida (cap. 31)
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E/cana e suas mulheres téril. 6 (A sua rivaJia provocava excessivamente para a irritar,
Houve um homem de Ramataim-Zofim, da ªregião mon- porquanto o SENHOR lhe havia cerrado a madre.) 7E assim o
1 tanhosa de Efraim, cujo nome era bE!cana, filho de Je-
roão, filho de 1 Eliú, filho de 2 Toú, filho de Zufe, cefraimita.
fazia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à
Casa do SENHOR, a outra a irritava; pelo que chorava e não co-
2 Tinha ele d duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, mia. 8 Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que cho-
Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha. ras? E por que não comes? E por que estás de coração triste?
3 Este homem subia da sua cidade e de ano em ano!a ado- Não te sou eu 1melhor do que dez filhos?
rar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em gSiló. Estavam
ali os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, como sacerdotes do A oração e o voto de Ana
SENHOR. 4 No dia em que Elcana hoferecia o seu sacrifício, 9 Após terem comido e bebido em Si!ó, estando Eli, o sa-
dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus cerdote, assentado numa cadeira, junto a um pilar mcto 3tem-
filhos e filhas. s A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele plo do SENHOR, 10 n1evantou-se Ana, e, com amargura de
a amava, ;ainda mesmo que o SENHOR a houvesse deixado es- alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. 11 E ºfez
~~~~~~~~~~~~~
~ CAPÍTULO 1 1 aJs 17.17-18; 24.33 b 1Cr 6.27.33-38cRt1.2 1Eliel, 1Cr6.34 2Toá, 1Cr 6.34 2 dDt 2115-17 3 ele 2.41/Dt12.5-7;
16.16gJs18.1 4hDt12.17-18 SiGn16.1;30.1-2 6iJó24.21 81Rt4.15 9m1Sm3.330upalácioHebr.heyka/ 1onJó7.11
11ºNm30.6-11
•1.1-7.17 Deus governa e liberta o seu povo antes dos tempos da monarquia. hostes cósmicas ou os corpos celestiais (Dt 4.19). e as hostes angelicais (Js
Assim o faz suscitando Samuel (caps. 1-3), intervindo diretamente contra os fi- 5.14) De modo global, o título expressa a soberania do Senhor sobre todos os po-
listeus (4.1-7.1). e dando a Samuel a vitória contra os filisteus (7.2-17). deres terrestres e celestiais.
•1.1 um homem. Essa expressão com a genealogia que a acompanha sugere Siló. A meio caminho entre Siquém e Betel, Siló (atualmente Seilun) era um cen-
que Elcana era um homem de posição. A referência a uma esposa estéril (v. 2) as- tro religioso israelita importante durante o período antes da monarquia (Js 18.1;
semelha-se à introdução ao nascimento de Sansão (Jz 13.2). Jz 21.19) Osantuário ali (Jr 7.12) pode ter sido destruído pelos filisteus depois da
Ramataim. Possivelmente significa "montanhas gêmeas." O nome ocorre so- batalha de Afeca (4.1-11)
mente aqui no Antigo Testamento. Talvez seja a Arimatéia (Noroeste de Betel) do Eli. Assim como no caso de outras pessoas bem conhecidas no Antigo Testa-
No"o Testamento. A cidade natal de Samuel é geralmente chamada Rarná, uns mento !Josué, Êx 17.9; e Jônatas, 1Sm13.2), Eli é apresentado pela primeira vez
oito km ao norte de Jerusalém (1.19; 2.11; 7.17; 8.4; 15.34; 19.18; 25.1 ). simplesmente com seu nome.
de Zufe. "Zufe" é tanto um nome pessoal (1Cr6.35) quanto um território (9.5). •1.5 porção dupla. A expressão em hebraico é difícil, mas normalmente tem
efraimita. Efraim era seu lugar de origem, e não necessariamente a tribo dos sido interpretada no sentido de uma porção especialmente honrosa. As tentati-
seus antepassados (1Cr 6. 16-30,33-37) vas de Elcana para diminuir a tristeza de Ana expressando seu amor por ela (v. 8)
•1.2 duas mulheres. A poligamia é mencionada primeiramente em Gn 4.19. É não surtiram efeito.
reconhecida e regulamentada, porém não endossada, em Dt 21.15-17. o SENHOR a houvesse deixado estéril. A esterilidade de Ana não proveio do
não os tinha. Ana não tinha filhos e era provocada pela sua rival (vs 6-7). Uma acaso, nem como forma de castigo (2Sm 6.23). mas estava debaixo do controle
esposa estéril, porém favorecida, que recebe como bênção do Senhor um filho soberano do Senhor.
especial, não é incomum no Antigo Testamento. Ver Gn 18.1-15 (Sara-lsaque); •1.6 A sua rival. Ver nota em 1.2.
25.21-26 (Rebeca-Esaú e Jacó); 30.22-24 (Raquel-José); Jz 13.2-5 (esposa de •1. 7 não comia. Ana se recusou a comer até que o Senhor respondesse à sua
Manoá-Sansão). No Novo Testamento, ver Lc 1.5-25 (Isabel-João). oração; compare as ações de Davi em 2Sm 12. 16-20, e contraste com as de Saul
•1.3 Este homem subia. Talvez estivesse observando a "solenidade do SENHOR em 1Sm 28.23-25. No Novo Testamento, o jejum freqüentemente acompanha
em Siló" (Jz 21.19). ou talvez fosse a uma cerimônia familiar (20.6). No Pentateu- assuntos sérios com o Senhor (At 13.2-3; 14.23).
co (os cinco livros de Moisés, ou Torá). há referência a três grandes festas anuais •1.9 templo. A menção de "pilares" aqui e "portas" em 3.15, bem como lugares
de peregrinação (Êx 23.14-17; 34.18-23; Dt 16 1-17). de dormir em 3.2-3, talvez sugira uma estrutura mais permanente do que a tenda
SENHOR dos Exércitos. Éaqui que esse título ocorre pela primeira vez no Antigo dos tempos de Moisés. Outras designações para a estrutura em Samuel são "a
Testamento. "SENHOR" representa o hebraico ':Javé", o nome pessoal do Deus de Casa do SENHOR" (v. 7; 3.15) e "a tenda da congregação" (2.22). Em 2Sm 7.6, fica
Israel, em distinção à designação geral: "Deus." "Exércitos" é a tradução normal claro que antes dos tempos de Davi o tabernáculo ou templo era uma tenda e não
de outra palavra. Conforme o contexto, pode incluir as hostes de Israel (17.45), as uma estrutura permanente.
1 SAMUEL 1, 2 314
um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se benignamente cer ao SENHOR o sacrifício anual e a cumprir o seu voto.
Patentares para a aflição da tua serva, e qde mim te lembra- 12 Ana, porém, não subiu e disse a seu marido: Quando for o
res, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho va- menino desmamado, dlevá-lo-ei para ser apresentado perante
rão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e 'sobre 0 SENHOR e epara lá ficar /para sempre. 23 Respondeu-lhe
a sua cabeça não passará navalha. gElcana, seu marido: Faze o que melhor te agrade; fica até
12 Demorando-se ela no orar perante o SENHOR, passou Eli a que o desmames; tão-somente 6 confirme o SENHOR a 7 sua pa-
observar-lhe o movimento dos lábios, 13 porquanto Ana só no lavra. Assim, ficou a mulher e criou o filho ao peito, até que o
coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia desmamou. 24 Havendo-o desmamado, hlevou-o consigo,
voz nenhuma; por isso, Eli a teve por embriagada 14 e lhe disse: com um novilho de 8 três anos, um efa de farinha e um odre
Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti esse vinho! de vinho, e o apresentou ;à Casa do SENHOR, a Siló. Era o me-
15 Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atri- nino ainda muito criança. 25 Imolaram o novilho e itrouxe-
bulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém ram o menino a Eli. 26 E disse ela: Ah! Meu senhor, 1tão certo
5
venho derramando a minha alma perante o SENHOR. 16 Não te- como vives, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo,
nhas, pois, a tua serva por 1filha 4 de Belial; porque pelo excesso orando ao SENHOR. 27 m Por este menino orava eu; e o SENHOR
da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até me concedeu a petição que eu lhe fizera. 28 Pelo que também
agora. 17 Então, lhe respondeu Eli: "Vai-te em paz, e vo Deus de o trago como 9 devolvido ao SENHOR, por todos os dias que vi-
Israel te conceda a petição que lhe fizeste. 18 E disse ela: x Ache a ver; pois do SENHOR o pedi. E eles nadoraram ali o SENHOR.
tua serva mercê diante de ti. Assim, a mulher zse foi seu cami-
nho e comeu, e o seu semblante já não era triste. O cântico de Ana
Então, ªorou Ana e disse:
Nasce Samuel e é consagrado a Deus
19 Levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o
2 bO meu coração se regozija no SENHOR,
caminha 1 força está exaltada no SENHOR;
SENHOR, e voltaram, e chegaram a sua casa, a Ramá. Elcana 2 a minha boca se ri dos meus inimigos,
ªcoabitou com Ana, sua mulher, e, blembrando-se dela o porquanto dme alegro na tua salvação.
SENHOR, 20 ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um 2 eNão há santo como o SENHOR;
filho, a que chamou 5 Samuel, pois dizia: Do SENHOR o pedi. porque !não há outro além de ti;
21 e Subiu Elcana, seu marido, com toda a sua casa, a afere- e gRocha não há, nenhuma, como o nosso Deus .
• PS\25.18qGn8.1.'Nm6.5
ª
l~SSl42.4;62.8 161Dt13.134istoéumamulherímpia 17UMc5.34VSl20.3-5
15.13 19 Gn 4.1 b Gn 21.1, 30 22 20 5 Lit. Ouvido por Deus 21 ClSm 1.3 22 d Lc 2.22 e 1Sm 1.11,28/Ex 21.6 23 g Nm
,18XRt2.13Z~m
30. 7, 10-11 6 ou estabeleça 7 Conforme TM, T, V; MMM, LXX e S tua 24 h Nm 15.9-10 i Js 18.1 8 Cf. MMM, LXX e S 25 i Lc 2.22
2617Rs 2.2,4,6; 4.30 27 m [Mt 7.7] 28 nGn 24.26,52 9dado
CAPITULO 2 1 a Fp 4.6 hLc 1.46-55 cs175.10; 89.17,24; 92.10; 112.9 d SI 9.14; 13.5; 35.9 1Lit. chifre 2Lit. a minha boca se alarga 2 eÊx
15.11; SI 86.8; Ap 15.4/Dt 4.35 g Dt 32.4,30-31, 2Sm 22.32; SI 18.2
•1.11 voto. Sobre votos feitos por mulheres casadas, e a responsabilidade do talvez deva ser preferida aqui. Elcana, como marido de Ana (1.11, nota), invoca a
marido de confirmá-los ou anulá-los, ver Nm 30.6-15. ajuda do Senhor no cumprimento do voto de sua esposa.
e de mim te lembrares. Ana pede não simplesmente que o Senhor a mantenha •1.24 um novilho de três anos ... odre de vinho. Segundo Nm 15.8-1 O, o
em mente, mas que ele faça algo especial para ajudá-la. cumprimento de um voto deveria ser acompanhado pela oferta de um novilho, fa-
não passará navalha. O voto de Ana reflete elementos do voto do nazireado rinha e vinho. Ana traz tudo, porém, em medida maior do que a exigida.
(Nm 6.1-21 ). Especificamente, trata-se de abster-se de uvas ou de qualquer coi- •2.1·1 OTendo recebido a resposta à sua oração, Ana entoa um cântico jubiloso de
sa feita com uvas, deixar de cortar os cabelos e evitar todo e qualquer contato ação de graças. Focalizando a soberania do Senhor e a sua graça aos humildes, Ana
com algum cadáver. Embora semelhantes votos geralmente fossem feitos por antecipa os temas principais dos livros de Samuel. Os mesmos temas de soberania,
um período limitado de tempo, o de Ana era por "todos os dias" da vida do seu fi- graça e libertação são reiterados no cântico de ação de graças de Davi, de perto do
lho (ver Jz 13.5, nota). fim de 2Samuel (cap. 22). Os dois cânticos fornecem um arcabouço poético para 1
•1.13 embriagada. Ofato de Eli ter concluído que Ana estava embriagada cons- e 2Samuel. Ocântico de louvor (mais breve) de Maria (o Magnificai, Lc 1.46-55) pa-
titui-se em elemento estranho na narrativa porque sugere que o fervor na oração rece ter seguido o modelo de Ana. Os dois cânticos iniciam-se com regozijo por
não era algo familiar a ele. causa do livramento pelo Senhor \v. 1; Lc 1.46-48), exaltam a incomparabilidade e
•1.16 filha de Belial. Ou "ímpia". Ver nota textual e 2.12. santidade do Senhor (v. 2; Lc 1.49-50), condenam a jactância orgulhosa (v. 3; Lc
1.51), indicam mudança da sorte humana como resultado de intervenções pelo Se-
•1.18 o seu semblante já não era triste. As atitudes de Ana como modo de
nhor soberano (vs. 4-8; Lc 1.52-53), e expressam o cuidado fiel que o Senhor dedica
corresponder à bênção pronunciada no v. 17 evidenciam a sua fé.
aos seus (v. 9; Lc 1.54-55). Ocântico de Ana tenmina com a asseveração de que o
•1.20 Samuel. Vários significados do nome "Samuel" têm sido sugeridos, inclu- próprio Senhor dará forças ao seu rei, ao seu ungido (vs. 9-10).
sive "ouvido por Deus" (nota textual), "aquele que provém de Deus," "nome de
•2.1 força. Lit. "chifre," palavra esta que [em hebraiço] é usada figuradamente
Deus," e até mesmo "filho de Deus" (como aquele "dado" ou "prometido" por
no Antigo Testamento para significar orgulho e força. EDeus quem exalta a força
Deus). "Saul" provém do verbo hebraico "pedir," que ocorre freqüentemente nes-
dos justos e abate as forças dos ímpios (SI 75.10). Davi exalta o Senhor como "o
sa seção.
meu escudo, a força da minha salvação" (v. 1O, nota; 2Sm 22.3).
•1.21 voto. Ver Lv 7.16 e nota.
•2.2 Rocha. Como metáfora para Deus, esse tenmo está concentrado nos trechos
•1.22 desmamado. No antigo Oriente Médio, um filho era desmamado mais tais como o cântico de Moisés, em Dt 32. o cântico de Davi, em 2Sm 22, os Spoéti-
tarde do que freqüentemente é o costume hoje (2Macabeus 7.27: "por nove me- cos almas e Isaías. A metáfora sugere a força e a soberania de Deus, e a segurança
ses te trouxe em meu seio e por três anos te amamentei"). O desmame pode daqueles que confiam nele. Aqui recai o enfoque na incomparabilidade do único
também ter sido celebrado com uma festa (Gn 21.8). Deus verdadeiro, em oposição às falsas fontes de segurança (cf. o contraste com
•1,23 a sua palavra. Ou "a palavra dele". "A tua palavra" (de Ana) (nota textual) os falsos deuses, também chamados "rocha," em Ot 32.31,37; Is 44.8).
3 Não multipliqueis palavras de orgulho,
315 1SAMUEL2
t t Então, Elcana foi-se a Ramá, a sua casa; porém o meni-
l
hnem sai'iffi\ t<:J\'i.ôS arrogantes da vossa boca; no ficou servindo ao SENHOR, perante o sacerdote Eli.
porque o SENHOR é o Deus da ;sabedoria
e pesa todos os feitos na balança. Os crimes dos filhos de Eli
410 arco dos fortes é quebrado, 12 Eram, porém, os filhos de Eli d filhos de Belial3 e enão se
porém os débeis, cingidos de força. importavam com o SENHOR; 13 pois o costume daqueles sacerdo-
s Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, tes com o povo era que, oferecendo alguém sacrifício, vinha o
mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo
até 1a estéril tem sete filhos, de três dentes na mão; 14 e metia-o na caldeira, ou na panela, ou
e ma que tinha muitos filhos perde o vigor. no tacho, ou na marmita, e tudo quanto o garfo tirava o sacerdo-
6 no SENHOR é o que tira a vida e a dá; te tomava para si; assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a fSi!ó.
faz descer à sepultura e faz subir. lSTarnbém, antes de se gqueimar a gordura, vinha o moço do
7 °0 SENHOR empobrece e enriquece; sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para
Pabaixa e também exalta. assar ao sacerdote; porque não aceitará de ti carne cozida, senão
8 qLevanta o pobre do pó crua. ló Se o ofertante lhe respondia: Queime-se primeiro a gor-
e, desde o monturo, exalta o necessitado, dura, e, depois, tomarás quanto quiseres, então, ele lhe dizia:
rpara o fazer assentar entre os príncipes, Não, porém hás de ma dar agora; se não, tomá-la-ei à força.
para o fazer herdar o trono de glória; 17Era, pois, mui grande o pecado destes moços hperante o
5
porque do SENHOR são as colunas da terra, SENHOR, porquanto eles idesprezavam 4 a oferta do SENHOR. ·
e assentou sobre elas o mundo.
9 tEle guarda os pés dos seus santos, A mocidade de Samuel
porém "os perversos emudecem nas trevas da morte; 18 /Samuel ministrava perante o SENHOR, sendo ainda me-
porque o homem não prevalece pela força. nino, 'vestido de uma estola sacerdotal de linho. 19 Sua mãe
10 Os que contendem com o SENHOR são vquebrantados; lhe fazia uma túnica pequena e, de ano em ano, lha trazia
xdos céus troveja contra eles. quando, com seu marido, m subia a oferecer o sacrifício anual.
zo SENHOR julga as extremidades da terra, 20Eli nabençoava a Elcana e a sua mulher e dizia: O SENHOR
ªdá bforça ao seu rei te dê filhos desta mulher, em lugar do filho que ªdevolveu 5
e e exalta o poder do seu ungido . ao SENHOR. E voltavam para a sua casa. 21 PAbençoou 6 , pois,
• 3 h SI 94.4 ilSm 16.7 4 /SI 37 15; 46.9 5 ISI 113 9 m1s 54. 1; Jr 15.9 6 n Dt 32.39; 2Rs 5.7; Já 5.18; [Ap 1. 18] 7 ºDt 8.17-18; Já
o
1.21 p Já 5.11; SI 75.7; Tg 4 1 8 q Jó 42. 10-12; SI 75.7; 113.7; Lc 1.5zr Já 36.7; SI 113.8 s Já 38.4-6; SI 75.3; 104.5 9 t SI 37.23-24;
91.11-12; 94 18; 121.3; Pv 3 26; [1Pe 1.5] u [Rm 3. 19] 10 VÊx 15.6; SI 2.9x1 Sm 7. 10; 2Sm 22. 14-15; SI 18.13-14ZSI 96. 13; 98.9; [Mt
25.31-32) a [Mt 28.18) bSI 21.1.7 cs1 89.24 12 dDt 13.13 eJz 2.10; [Rm 1.28) 3 corruptos. ímpios, sem valor 14/lSm 1.3 15 glv
3.3-5,16 t 7 hGn 6. 11 i[MI 2.7-9) 4aborreciam 18 flSm 2.11; 3.1 IÊx 28.4 19m1Sm 1.3,21 20 nGn 14.19o1Sm 1.11,27-28 5Lit,
em Hebr., petição; LXX empréstimo 21 P Gn 21. 1 6 Lit visitou
•2.5 tem sete filhos, O número sete expressa o que é idealmente completo (Rt tam à idolatria (Dt 13 13) ou à insurreição (10.27; 2Sm 16. 7; 20. 1); que são se-
415) xualmente imorais (Jz 19.22); ou que são mentirosos (1Rs 21.10, 13). Infelizmen-
•2,9 porque o homem não prevalece pela força. As narrativas subseqüen- te, a expressão podia ser aplicada aos filhos de Eli.
tes confirmam que não é a proeza física, mas a presença de Deus. que traz a vitó- não se importavam. Lit "não conheciam." o que forma um contraste irônico en-
ria. Na narrativa da arca, nos caps. ~. o Senhor faz os filisteus sentirem a sua tre os filhos de Eli e Samuel (3.7, nota).
mão sem a ajuda de agentes humanos (5.6). Outros exemplos desse tipo são avi- •2. 13 o costume daqueles sacerdotes, A prática descrita nos vs. 13-14 é
tória do Senhor através de Samuel. no cap. 7; os resultados contrastantes de Saul diferente dos preceitos de Lv 7.28-36; Dt 18.3. A cobiça dos filhos de Eli levou
e Jônatas. nos caps. 13-14; a escolha de Davi, o mais jovem dos filhos de Jes- os israelitas a desprezarem a oferta do SENHOR (v. 17).
sé, no cap. 16; e a vitória de Davi sobre Golias, no cap. 17. •2.15 antes de se queimar a gordura. Desde os tempos em que Abel ofere-
•2.1 Oseu rei. A referência aqui ao rei do Senhor antevê o evento central dos livros ceu a gordura dos primogênitos do seu rebanho (Gn 4.4). as partes gordurosas
de Samuel, a saber, a instituição de uma monarquia, e subentende que a idéia de eram consideradas as melhores e, por isso mesmo, reservadas para o Senhor. Os
uma monarquia, corretamente cogitada, não é errada. Que Israel teria um rei é pre- sacerdotes tinham o dever de queimar a gordura no altar, como oferenda ao Se-
visto em vários trechos do Pentateuco (Gn 49.10; Nm 24. 7, 17-19; Dt 17. 14-20). nhor (Lv 3. 16; 731 ). Assim como o sangue. a gordura era rigorosamente proibida
para o consumo humano, e quem a comesse seria expulso do meio do povo de
seu ungido, Numerosos objetos e pessoas estavam sujeitos à unção religiosa no
Deus (Lv 3.17; 7.23-25).
Israel antigo (Êx 30.22-33), mas era o rei que, em última análise. tinha o título de
"ungido do SENHOR" ou simplesmente de "ungido." As pessoas escolhidas para •2,18 Samuel. O comportamento de Samuel, que ministra fielmente diante do
servir a Deus eram ungidas para s"imbolizar que essa era a sua vocação, que eram Senhor, e também o de Eli, que regularmente abençoa Elcana com sua esposa (v.
autorizadas para realizá-la. e que Deus lhes daria a ajuda da qual necessitassem. 20), está em nítido contraste com os abusos dos filhos de Eli.
As referências ao rei como o ungido do Senhor predominam nos livros de Samuel estola sacerdotal de linho. Algum tipo de roupa interna curta, associada ao
(v. 35; 12.3,5; 16.6; 24.6) e nos Salmos (SI 2.2; 18 50) Opresente trecho é a pri- serviço sacerdotal (22. 18). que também foi usada pelo rei Davi quando trouxe a
meira referência a um rei de Israel como o "ungido" de Deus, embora a idéia de arca para Jerusalém (2Sm 6.14) Ver também 2.28, nota.
ungir um rei já se encontre na fábula de Jotão (Jz 9.8,15). A palavra "messias", •2, 19 túnica. Uma roupa externa, que deveria ser usada por cima da estola sa-
em português, representa a palavra hebraica para "ungido". No Novo Testamen- cerdotal de linho.
to, "Cristo" representa a palavra grega Christos, que também significa "ungido." •2.20filho que devolveu. As palavras de Eli relembram as de Ana em 1.27-28.
•2.12 filhos de Belial. Éuma expressão e~ hebraico que conota pessoas vis. As palavras "dádiva" e "pedir" em hebraico são derivadas da mesma palavra que
sem valor (que é a tradução literal de belial). Eusada a respeito daqueles que inci- o nome "Saul" (1.20, nota).
1SAMUEL2 316
o SENHOR a Ana, e ela concebeu e teve três filhos e duas filhas; para trazer a estola sacerdotal perante mim; e e dei à casa de
e o jovem Samuel qcrescia diante do SENHOR. teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. 29 Por
que d pisais aos pés os meus sacrifícios e as minhas ofertas de
Eli repreende os seus filhos manjares, que ordenei se me fizessem na minha e morada? E,
22 Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus tu, por que honras a teus filhos mais do que/a mim, para tu e
filhos faziam a todo o Israel 7 e de como se deitavam com ras eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu
mulheres que serviam à porta da tenda da congregação. 23 E povo de Israel? 30 Portanto, diz o SENHOR, Deus de Israel:
disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Pois de todo este povo gNa verdade, dissera eu que a tua casa e a casa de teu pai an-
ouço constantemente falar do vosso mau procedimento. dariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o
24 Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; es- SENHOR: hJ.onge de mim tal coisa, porque aos que me hon-
tais fazendo transgredir o povo do SENHOR. 25 Pecando o ho- ram, honrarei, porém ios que me desprezam serão desmere-
mem contra o próximo, 5 Deus lhe será o 8 árbitro; 1pecando, cidos. 31 Eis que /vêm dias em que cortarei o teu 9 braço e o
porém, contra o SENHOR, quem intercederá por ele? Entretan- braço da casa de teu pai, para que não haja mais velho ne-
to, não ouviram a voz de seu pai, uporque o SENHOR os queria nhum em tua casa. 32 E verás o aperto da morada de Deus, a
matar. 26 Mas o jovem Samuel vcrescia em estatura e xno fa- um tempo com o bem que fará a Israel; e jamais haverá 1velho
vor do SENHOR e dos homens. em tua casa. 33 O homem, porém, da tua linhagem a quem
eu não afastar do meu altar será para te consumir os olhos e
Profecia contra a casa de Elí para te entristecer a alma; e todos os descendentes da tua
27 2 Veio um homem de Deus a Eli e lhe disse: Assim diz o casa morrerão na flor da idade. 34 Ser-te-á mpor sinal o que so-
SENHOR: ªNão me manifestei, na verdade, à casa de teu pai, brevirá a teus dois filhos, a Hofni e Finéias: "ambos morrerão
estando os israelitas ainda no Egito, na casa de Faraó? 28 Eu no mesmo dia. 35 Então, ºsuscitarei para mim um sacerdote
bo escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sa- fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na
cerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso e mente; Pedificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante
3 ªO jovem Samuel servia ao SENHOR, perante Eli. Na- quanto tenho falado com respeito à sua casa; começarei e o
queles dias, ba palavra do SENHOR era mui rara; as visões cumprirei. 13 iPorque já lhe disse que ijulgarei a sua casa para
não eram freqüentes. 2 Certo dia, estando deitado no lugar sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque 1seus
costumado o sacerdote Eli, e cujos olhos já começavam a es- filhos se fizeram execráveis, e ele mos não repreendeu.
curecer-se, a ponto de não poder ver, 3 e tendo-se deitado 14 Portanto, jurei à casa de Eli que nnunca lhe será expiada a
também Samuel, no 1 templo do SENHOR, em que estava a iniqüidade, nem com sacrifício, nem com oferta de manjares.
arca, antes que d a lâmpada de Deus se apagasse, 4 b SENHOR
chamou o menino: Samuel, Samuel! Este respondeu: Eis- Samuel conta a Yisão a Elí
me aqui! s Correu a Eli e disse: Eis-me aqui, pois tu mecha- IS Ficou Samuel deitado até pela 2 manhã e, então, abriu as
maste. Mas ele disse: Não te chamei; torna a deitar-te. Ele se portas da Casa do SENHOR; porém temia relatar a visão a Eli.
foi e se deitou. 6 Tornou o SENHOR a chamar: Samuel! Este se 16 Chamou Elia Samuel e disse: Samuel, meu filho! Ele respon-
levantou, foi a Eli e disse: Eis-me aqui, pois tu me chamaste. deu: Eis-me aqui! 17Então, ele disse: Que é que o SENHOR te fa-
Mas ele disse: Não te chamei, meu filho, torna a deitar-te. lou? Peço-te que mo não encubras; assim ªDeus te faça o que
7 Porém Samuel e ainda não conhecia o SENHOR, e ainda não bem lhe aprouver se me encobrires alguma coisa de tudo o que
lhe tinha sido manifestada a palavra do SENHOR. 8 O SENHOR, te falou. 18 Então, Samuel lhe referiu tudo e nada lhe encobriu.
pois, tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levan- E disse Eli: PÉ o SENHOR; faça o que bem lhe aprouver.
tou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, pois tu me chamaste. 19 QCrescia Samuel, e ro SENHOR era com ele, 5 e nenhuma
Então, entendeu Eli que era o SENHOR quem chamava o jo- de todas as suas palavras deixou 3 cair em terra. 20 Todo o
vem. 9 Por isso, Eli disse a Samuel: Vai deitar-te; se alguém Israel, 1desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava
~~~~~~~~~~~~~~
~ q SI 18.50 36 r 1Rs 2.27 1nomeies a
CAPÍTUL03 1ª1Sm2.11,18bSl74.9 2C1Sm4.15 JdÊx27.20-2110upalácio 7e1sm2.12 9/1Rs2.17 11nRs21.12
12h1Sm2.27-36 13 i1Sm 2.29-31 i1Sm 2.22 11 Sm 2.12, 17,22 m 1Sm 2.23,25 14 n Nm 15.30-31 15 2Conforme TM, Te V; LXX
°
acrescenta e ele levantou-se pela manhã 17 Rt 1.17 18 Pls 39.8 19 q 1Sm2.21 rGn 21.22; 28.15; 39.2,21,23 s 1Sm9.6 3fracassar
20 t Jz 20.1
menta dessa predição, o cumprimento mais claro vem na pessoa de Zadoque, chamando Samuel relembra ocasiões anteriores de falta de percepção 11.12-16)
que serviu como sumo sacerdote lado a lado com Abiatar no reinado de Davi e de consciência 12.22, nota). o que contribui à impressão do leitor de Eli como
l2Sm 8.17, nota) e que chegou à preeminência no reinado de Salomão (1Rs um sacerdote idoso cujos olhos se escureceram lv. Z) de mais de uma maneira.
2.35). Os descendentes de Zadoque mantiveram-se no sumo sacerdócio desde •3.12 tudo quanto tenho falado. Ver 2.27-36. A repetição a Samuel do oráculo
o reinado de Salomão até aos tempos de Antíoco Epifânio e dos macabeus !para contra Eli confirma o próprio oráculo e estabelece Samuel como um profeta do
os detalhes, ver Introdução ao Período lntertestamentário). Senhor lv 20)
meu ungido. Essa é a segunda alusão neste capítulo ao rei vindouro lv. 1O, nota). •3.13 se fizeram execráveis. A Septuaginta lo Antigo Testamento em grego)
•2.36 um pedaço de pão. Os juízos proféticos eram caracterizados pela corres- coloca "Deus" no lugar de "se". Isto representa a mudança de uma única conso-
pondência entre o crime e o castigo. A fome ameaçada nesse versículo corres- ante no texto hebraico original. Se os filhos de Eli estavam blasfemando contra
ponde com a satisfação da gula descrita nos vs. 12-27,29. Deus, tratava-se de um delito que levava à pena da morte llv 24.15-16).
•3.1 a palavra do SENHOR era mui rara. Quando o Senhor retém a sua palavra, e ele os não repreendeu. Eli, tendo em conta a sua posição de sumo sacerdo-
é sinal do seu desagrado 114.37; SI 74.9; Lm 2.9; Am 8, 11-12). De maneira inver- te, deveria ter tomado medidas para refrear os seus filhos logo que a repreensão
sa, sua comunicação com Samuel é sinal do seu favor. verbal tivesse comprovado sua ineficácia 12.29, nota; 2Sm 13.21, nota).
visões. Tais visões ou revelações eram necessárias para o bem-estar do povo de •3.14 nunca lhe será expiada a iniqüidade, nem com sacrifício, nem com
Deus IPv 29.18). oferta de manjares. Embora houvesse provisões para a expiação dos pecados
•3.3 templo. Ver nota em 1.9. não intencionais dos sacerdotes (Lv 4.1-12). os pecados da casa de Eli desafia-
arca. Também chamada, em outros textos, "a arca do Testemunho" e "a arca da vam diretamente a Deus (Nm 15.30-31). Eles tinham desprezado os meios nor-
Aliança," essa caixa de madeira de acácia revestida de ouro é descrita em Êx mais de expiação: os sacrifícios e as oferendas 12.17,29).
25.10-22. A arca assume importância nos caps. 4----6 e de novo em 2Sm 6. •3.18 É o SENHOR; faça o que bem lhe aprouver. Eli aceita humildemente a
antes que a lâmpada de Deus se apagasse. Pode se tratar simplesmente de sua rejeição, e confessa o direito de Deus em governar os assuntos dos homens.
uma referência ao horário IÊx 27.20-21; Lv 24.1-4). O emprego de "lâmpada" Suas palavras estabelecem um padrão segundo o qual os personagens posterio-
como uma metáfora de esperança e de promessa é muito comum 12Sm 21.17; res na narrativa deveriam ser julgados: Saul 120.30-31) e Davi 12Sm 15.25-26).
22.29; 1Rs 11.36; 15.4; Jó 18.5; SI 132.17; Pv 13 9) e é possível também aqui. •3.19 o SENHOR era com ele. Da perspectiva dos livros de Samuel, é a presen-
Com Samuel no cenário, ainda há uma fagulha de esperança. ça de Deus com alguém que faz a diferença entre a vitória e o fracasso l 16.18;
•3. 7 Samuel ainda não conhecia o SENHOR. A repetição da terminologia do v. 18.12,14,28)
2.12 a respeito de "conhecer" a Deus serve para enfatizar o contraste no sentido. e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. Ver 9.6. Samu-
Os filhos de Eli "não se importavam com o SENHOR" porque o desconsideravam el, portanto, foi aprovado como verdadeiro profeta (Dt 18.21-22).
impiamente. Samuel era uma criança, e nenhuma revelação ainda viera até ele. •3.20 desde Dá até Berseba ... profeta do SENHOR. Embora as responsa-
•3.8 Então, entendeu Eli. A lentidão de Eli em reconhecer que Deus estava bilidades de Samuel como juiz o levariam a servir numa determinada área nas
1SAMUEL3, 4 318
4 confirmado como profeta do SENHOR. 21 Continuou o antes. s Ai de nós! Quem nos livrará das mãos destes gran-
SENHOR a aparecer em Siló, enquanto por usua palavra o diosos deuses? São os deuses que feriram aos egípcios com
SENHOR se manifestava ali a Samuel. toda sorte de pragas no deserto. 9 hSede fortes, ó filisteus!
Portai-vos varonilmente, para que não venhais a ser escra-
Os filisteus 11encem os israelitas vos dos hebreus, icomo eles serviram a vós outros! 3 Por-
Veio a palavra de Samuel a todo o 1 Israel. Israel saiu à pe- tai-vos varonilmente e pelejai! to Então, pelejaram os filisteus;
4 leja contra os filisteus e se acampou junto a ª Ebenézer; e
os filisteus se acamparam junto a Afeca. 2 bDispuseram-se os
iJsrael foi 4 derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi
grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta milho-
filisteus em ordem de batalha, para sair de encontro a Israel; mens de pé. 11 Foi tomada a 1arca de Deus, e mmortos os
e, travada a peleja, Israel foi 2 derrotado pelos filisteus; e estes dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.
mataram, no campo aberto, cerca de quatro mil homens.
3 Voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: A morte de Elí
Por que nos feriu o SENHOR, hoje, diante dos filisteus? cTraga- 12 Então, correu um homem de Benjamim, saído das filei-
mos de Siló a arca da Aliança do SENHOR, para que venha no ras, e, no mesmo dia, n chegou a Siló; trazia rasgadas as vestes
meio de nós e nos livre das mãos de nossos inimigos. 4 Man- e ºterra sobre a cabeça. 13 Quando chegou, Eli estava Passen-
dou, pois, o povo trazer de Siló a arca do SENHOR dos Exérci- tado numa cadeira, 5 ao pé do caminho, olhando como quem
tos, dentronizado entre eos querubins; !os dois filhos de Eli, espera, porque o seu coração estava 6 tremendo pela arca de
Hofni e Finéias, estavam ali com a arca da Aliança de Deus. Deus. Depois de entrar o homem na cidade e dar as novas,
toda a cidade prorrompeu em gritos. 14 Eli, ouvindo os gritos,
A arca é tomada. Hofn.i e Fínéias são mortos perguntou: Que alvoroço é esse? Então, se apressou o ho-
5 Sucedeu que, vindo a arca da Aliança do SENHOR ao ar- mem e, vindo, deu as notícias a Eli. 15 Era Elida idade de no-
raial, rompeu todo o Israel em grandes brados, e ressoou a venta e oito anos; os qseus olhos tinham 7 cegado, e já não
terra. 6 Ouvindo os filisteus a voz do júbilo, disseram: Que podia ver. 16 Disse o homem a Eli: Eu sou o que saí das fileiras
voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então, e delas fugi hoje mesmo. Perguntou-lhe Eli: rQue sucedeu,
souberam que a arca do SENHOR era vinda ao arraial. 7 E se meu filho? 17 Então, respondeu o que trazia as novas e disse:
atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao Israel fugiu de diante dos filisteus, houve grande morticínio en-
arraial. E diziam mais: g AI de nós! Que tal jamais sucedeu tre o povo, e também os teus dois filhos, Hofni e Finéias, foram
de Israel. Isto ela disse, porque a arca de Deus fora tomada e gom, nosso deus. B Pelo que enviaram mensageiros, e congre-
por causa de seu sogro e de seu marido. 22 E falou mais: Foi-se garam a si todos mos príncipes dos filisteus, e disseram: Que
a glória de Israel, pois foi tomada a arca de Deus. faremos da arca do Deus de Israel? Responderam: Seja levada
a arca do Deus de Israel até nGate e, depois, de cidade em ci-
A arca na casa de Dagom dade. E a levaram até Gate. 9 Depois de a terem levado, ºa
Os filisteus tomaram a arca de Deus e a levaram ªde Ebe- mão do SENHOR foi contra aquela cidade, com mui grande ter-
5 nézer a Asdode. 2 Tomaram os filisteus a arca de Deus e a
meteram na casa de bDagom 1 , junto a este. 3 Levantando-se,
ror; pois feriu os homens daquela cidade, desde o pequeno
até ao grande; 4 e lhes nasceram tumores. to Então, enviaram
porém, de madrugada os de Asdode, no dia seguinte, eis que a arca de Deus a Ecrom. Sucedeu, porém, que, em lá chegan-
cestava caído Dagom com o rosto em terra, diante da arca do do, os ecronitas exclamaram, dizendo: Transportaram até nós
SENHOR; tomaram-no e dtornaram a pô-lo no seu lugar. 4 Le- a arca do Deus de Israel, para nos matarem, a nós e ao nosso
• 20 SGn 35.16-19 Bprestou atenção a isso 21 llSm 14.3 us126.8; 78.61 ºLitl~ng~/o~,é~io~~~~~-
CAPÍTULO 5 1 a 1Sm 4.1; 7.12 2 bl Cr 10.8-10 I Um ídolo filisteu 3 CJs 19.1; 46.1-2 dls 46.7 4 eMq 1 7 2Conforme LXX, S, Te V;
TM Dagon, lit. o peixe, ou seja, o tronco em forma de peixe S!SI 1.9 6 gÊx 9.3h1 Sm 6.5 iDt 28 27; SI 78.66 i Js 15.46-47 3Provavel-
mente peste bubônica. LXX e V acrescentam Eno meio de seu país surgiram ratos e houve um grande pânico de morte na cidade 7 i 1Sm 6.5
8 m 1Sm 6.4 n Js 11.22 9 o Dt 2.15 4 V e eles tiveram tumores em suas partes secretas
•4. 18 menção da arca de Deus. Não foram as más notícias das perdas pesa- ternacionalmente pelos israelitas para formar Baal-Zebube !''senhor das mos-
das sofridas pelos israelitas. nem a notícia da morte dos seus próprios filhos (v cas"; 2Rs 1.1-6. 16). A adoração de Dagom é atestada ainda no período macabeu
17). mas a informação de que a arca de Deus tinha sido tomada foi o motivo que (século li a C.; 1Macabeus 10.83-84)
desencadeou a reação que resultou na morte do próprio Eli. •5.3 Dagom com o rosto em terra. A deidade supostamente vitoriosa está em
havia ele julgado a Israel. Não há nenhuma contradição necessária quando Eli posição de prestar homenagem à deidade aparentemente vencida (v. 2, nota).
é descrito tanto como sacerdote quanto como juiz (Dt 17.8-12; 19.17; 1Cr23.2-4; •5.4 cabeça ... mãos estavam cortadas. Odano específico ao ídolo deve ser
2Cr 19.8; Ez 44 24). ':Julgado" associa-o com os líderes que Deus suscitou entre a entendido à luz da prática comum na antiguidade de cortar a cabeça e as mãos
morte de Josué e a instituição da monarquia. dos inimigos mortos (Jz 7.25; 8.6; 1Sm 17.54; 31.9; 2Sm 4.12).
quarenta anos. A liderança de Eli, de duração de quarenta anos. deve ter coinci- •5.5 pisam no limiar. Os limiares estão freqüentemente investidos com signifi-
dido parcialmente com as façanhas de Sansão (Jz 13-16) e possivelmente cado especial, e a prática de não pisar no limiar de um lugar sagrado era conheci-
também com a atividade dos juízes mencionados em Jz 12.8-15. da. senão mesmo aprovada, em Israel (SI 1.9). Ligar o costume dos sacerdotes
•4.21 lcabô... Foi-se a glória. A esposa de Finéias, ao morrer, dá ao seu re- de Dagom com esse incidente humilhante talvez visasse ridicularizá-los mais do
cém-nascido o nome de lcabô, que significa tanto: "Nenhuma glória" quanto que transmitir informações a respeito da sua prática ritual.
"Onde está a glória?" (2.29, nota). Conforme deixa claro o v. 22, a "glória" à qual até ao dia de hoje. Essa frase sugere um intervalo significativo de tempo entre o
ela se refere não é primariamente a casa de Eli, mas a arca de Deus, que agora se evento e o seu relato (cf. 6.18).
encontrava perdida. Ver também nota em 14.3. •5.6 a mão do SENHOR castigou duramente. Ver v. 11 e as notas nos vs. 1,4;
•5.1 Ebenézer. Ver 4.1, nota. 2.9. OSenhor não é domado por amigos nem inimigos Recusando-se a ser mani-
Asdode. Uma das cinco cidades filistéias principais (4.1 ). Asdode fica cerca de pulado por Israel. Deus revelou a sua presença no território dos inimigos de Israel
80 km ao sul de Ebenézer e 4 km afastada da costa do Mediterrâneo. A ocupação (4.21 ). Ali, ele demonstrou a sua soberania e levou os filisteus a sentirem o peso
de Asdode pelos filisteus é atestada arqueologicamente já nos séculos XII e XI da sua mão em julgamento.
a.C No período do Novo Testamento, o local era chamado Azoto (At 840). tumores. A explicação mais plausível para os tumores é a de que eram sintomas
•5.2 na casa de Dagom. No Oriente Médio antigo, o exército vitorioso levava da peste bubônica. transmitida por roedores.
os deuses dos derrotados e os depositava no templo dos seus próprios deuses •5.8 os príncipes dos filisteus. Parece haver referência aos governantes de
como sinal da inferioridade e subordinação dos deuses conquistados. Embora a uma aliança filistéia (4.1, nota). que podiam cooperar entre si em tempos de
arca de Deus não fosse um ídolo, foi tratada assim pelos filisteus. emergência.
Dagom. Uma deidade de destaque entre os filisteus. bem como na Mesopotâ- Gate. É debatida a localização de Gate, mas a melhor candidata é Tell es-Safi,
mia, na Síria e na Fenícia, desde os meados do terceiro milênio a.C. Dagom era cerca de 20 km ao leste de Asdode. Épossível que o plano dos filisteus fosse o de
considerado em tempos passados um deus-peixe por causa da semelhança en- remover a arca para outra cidade na esperança de que a peste não irrompesse ali,
tre o nome Dagom e a palavra hebraica dag, que significa "peixe." Agora parece e assim poder comprovar que era por mera coincidência que a peste tinha sucedi-
mais provável que esse nome deva estar associado com a palavra hebraica da- do em Asdode. Essa esperança foi dramaticamente esmagada (v. 9).
gan, que significa "grão,'' de modo que Dagom seria um deus da agricultura ou da •5. 1O os ecronitas exclamaram. Após a experiência fracassada em Gate, o
fertilidade. Dagom parece ter sido chefe do panteão filisteu (Jz 16.23; 1Cr10.1 O). povo de Ecrom. pelo menos, já não tem dúvidas a respeito dos perigos de ficar com
que incluía a deusa Astarte (plural Astarote) (31.8-1 O) e o deus Baal-Zebul ("O a arca (v. 8. nota). Ecrom ficava 8 km imediatamente ao norte de Gate. e das cida-
Príncipe Baal"). Baal-Zebul era adorado em Ecrom, e seu nome era distorcido in- des principais do filisteus, era aquela que ficava mais perto do território israelita.
1SAMUEL5, 6 320
povo. 11 Então, enviaram mensageiros, e congregaram a to- vacas com crias, msobre as quais não se pôs ainda jugo, e
dos os príncipes dos filisteus, e disseram: Devolvei a arca do atai·as ao carro; seus bezerros, levá-los-eis para casa. 8 Então,
Deus de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate tomai a arca do SENHOR, e ponde-a sobre o carro, e metei num
nem a nós nem ao nosso povo. Porque havia terror de morte cofre, ao seu lado, nas figuras de ouro que lhe haveis de entre-
em toda a cidade, e a mão de Deus castigara duramente ali. gar como oferta pela culpa; e deixai-a ir. 9 Reparai: se subir
12 Os homens que não morriam eram atingidos com os tumo- pelo caminho rumo do seu território a ªBete-Semes, foi ele
res; e Po clamor da cidade subiu até ao céu. que nos 3 fez este grande mal; e, se não, Psaberemos que não
foi a sua mão que nos feriu; foi casual o que nos sucedeu.
Os filisteus enYiam a arca para/ora da sua terra
Sete meses esteve a arca do SENHOR na terra dos filisteus. A arca chega a Bete-Semes
6 Estes ªchamaram os sacerdotes e os adivinhadores e
2
lhes disseram: Que faremos da arca do SENHOR? Fazei-nos sa-
10 Assim fizeram aqueles homens, e tomaram duas vacas
com crias, e as ataram ao carro, e os seus bezerros encerra-
ber como a devolveremos para o seu lugar. 3 Responderam ram em casa. 11 Puseram a arca do SENHOR sobre o carro,
eles: Quando enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis como também o cofre com os ratos de ouro e com as imita-
bvazia, porém enviá-la-eis a seu Deus com cuma oferta pela ções dos tumores. 12 As vacas se encaminharam diretamente
culpa; então, sereis curados e sabereis por que a sua mão se para Bete-Semes e, andando e berrando, segulam sempre por
não tira de vós. 4 Então, disseram: Qual será a oferta pela cul- esse mesmo qcaminho, sem se desviarem nem para a direita
pa que lhe havemos de apresentar? Responderam: Segundo o nem para a esquerda; os príncipes dos filisteus foram atrás de-
número dos príncipes dos filisteus, d cinco tumores de ouro e las, até ao território de Bete-Semes.
cinco ratos de ouro, porquanto a praga é uma e a mesma so- 13 Andavam os de Bete-Semes fazendo ra sega do trigo
bre todos / vós e sobre todos os vossos príncipes. 5 Fazei umas no vale e, levantando os olhos, viram a arca; e, vendo-a, se
imitações dos vossos tumores e dos vossos ratos, que e andam alegraram. 14 O carro veio ao campo de Josué, o bete-
destruindo a terra, e f dai glória ao Deus de Israel; porventura, semita, e parou ali, onde havia uma grande pedra; fenderam
8aliviará2 a sua mão de cima de vós, e hdo vosso deus, e da a madeira do carro e ofereceram as vacas ao SENHOR, em ho-
vossa terra. 6 Por que, pois, endureceríeis o coração, icomo locausto. 15 Os levitas desceram a arca do SENHOR, como
os egípcios e Faraó endureceram o coração? Porventura, de- também o cofre que estava junto a ela, em que estavam as
pois de os haverem tratado tão mal, !não os deixaram ir, e eles obras de ouro, e os puseram sobre a grande pedra. No mes-
não se foram? 7 Agora, pois, fazei 1um carro novo, tomai duas mo dia, os homens de Bete-Semes ofereceram holocaustos e
• 12P1Sm9.16;Jr14.2
CAPÍTULO 6 2 ª Gn 41.8; Êx 7.11; Is 2.6; 47.13; Dn 2.2; 5.7 3 b Êx 23.15; Dt 16.16 e Lv 5.15-16 4d1 Sm 5.6,9, 12; 6.17 1 Lit. eles
5 e1sm 5.6.(Js 7.19; 1Cr 16.28-29; Is 42.12; Jr 13.16; MI 2.2; Ap 14.7 g1Sm 5.6,11; SI 39.10h1Sm 5.3-4,7 2moderará 6 iÊx 7.13; 8.15;
9.34; 14.17 JEx 12.31 7 i2Sm 6.3 mNm 19.2; Dt 21.3-4 8n1Sm 6.4-5 9 o Js 15.10; 21.16P1Sm 6.3 3fezesta calamidade para nós
12 QNm 20.19 13r1sm12.17
•5.11 Devolvei a arca. Os ecronitas, não podendo suportar estar debaixo da rejeição do sacerdócio de Eli e da perda da arca. Noutros contextos, a palavra é
forte "mão do SENHOR" (v 6, nota). agora imploram para que a arca seja devolvida traduzida por "glória" (v. 5; 4.21). e "honra" (ver 2.29 e nota).
"para o seu lugar." depois de os haverem tratado tão mal. Ou "abusado deles", ou "feito grandes
•6. 1 Sete meses. Os eventos registrados no capítulo anterior aconteceram, não coisas entre eles." A mesma expressão é usada em 31.4; Êx 10.2; Jr 38.19.
em questão de dias, mas de meses. Onúmero sete freqüentemente significa in- •6. 7-9 Um texto antigo de ritual heteu revela alguns paralelos com o procedi-
tegralidade. mento descrito nestes versículos. No ritual heteu, o alívio de uma peste que, se-
•6.2 adivinhadores. Juntamente com a feitiçaria e a magia (Nm 23.23). a adivi- gundo se pensava, tinha sido causada por algum deus inimigo é buscado através
nhação era explicitamente condenada em Israel (Dt 18.1O,14; Jr 27.9; Ez 13.23). da coroação cerimonial de um carneiro a fim de pacificar o deus inimigo, para en-
Era praticada por alguns dos vizinhos de Israel (Nm 22.7; Ez 21.21 ). tão tanger o carneiro ao longo de uma estrada que leva ao território inimigo. Na
Que faremos. Eles tinham o mesmo problema que havia confrontado o povo de versão filistéia, o motivo de escolher vacas que nunca tinham sido submetidas ao
Asdode (5.8). Tentar mudar a arca de lugar em lugar do território filisteu fracas- jugo e de separá-las dos seus bezerros parece ser para garantir que, se as vacas
sou, e tomou-se claro que a única solução era devolver a arca a Israel. realmente seguissem na direção de Israel, não seria por causas naturais, nem por
•6.3 oferta pela culpa. A oferta visa reconhecer a culpa e compensar pelo deli- coincidência, mas pela influência do Deus de Israel.
to de roubar a arca (v. 4). •6.9 Bete-Semes. Lit. "Casa do Sol." Um entre vários lugares em Israel com
•6.5 Fazei umas imitações dos vossos tumores. O procedimento adotado este nome, esta Bete-Semes tem sido identificada com Te// er-Rumeileh, uns 12
pelos filisteus tinha vários propósitos. Oouro usado para os modelos era um tipo km ao leste de Ecrom (5.1 O, nota). Bete-Semes era uma cidade fronteiriça (v. 12;
de indenização por terem roubado a arca (v. 4). ao passo que as imitações dos tu- Js 15.1 O). freqüentemente sendo disputada por filisteus e israelitas (2Cr 28.18).
mores e dos ratos eram, provavelmente, uma forma de magia. Opropósito decla- •6.12 andando e berrando. Obviamente não contentes em deixarem seus be-
rado pelos filisteus, porém, era "dar glória" ao Deus de Israel: Com essa zerros para trás, as vacas nem por isso se desviaram do seu caminho ordenado
proclamação, a narrativa da arca quase completa o seu circuito. Foi porque Israel por Deus.
deixara de honrar o Senhor e de lidar corretamente com a arca que Deus a remo- •6.13 a sega do trigo. Ver 12. 17, nota.
vera do seu povo. •6. 14 Josué, o bete-semita. Embora esse Josué não seja mencionado noutra
do vosso deus. Otratamento opressivo que o Senhor aplicou aos deuses dos fi- parte da Bíblia, seu campo e a grande pedra nele localizada eram aparentemente
listeus é como seu tratamento aos "deuses do Egito" (Êx 12.12). Conforme indica bem conhecidos na ocasião em que foi escrita a presente narrativa (v. 18).
o versículo seguinte, os próprios filisteus perceberam essa comparação. holocausto. Ver nota em 10.8.
•6.6 Por que, pois, endureceríeis o coração. Formas da palavra hebraica •6.15 levitas. Bete-Semes era atribuída aos levitas; especificamente aos des-
traduzida por "endurecer" nesta frase acham-se freqüentemente na história da cendentes de Arão (Js 21.16).
imolaram sacrifícios ao SENHOR. 16 Viram aquilo os s cinco
\)rínci\)es dos filisteus e voltaram para Ecrom no mesmo dia.
17 1São estes, pois, os tumores de ouro que enviaram os filis·
teus ao SENHOR como oferta pela culpa: por Asdode, um; por
Gaza, outro; por Asquelom, outro; por "Gate, outro; por
321 1SAMUEL6, 7
anos; e toda a casa de Israel dirigia lamentações ao SENHOR.
J Falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: dSe é de todo
o vosso coração que voltais ao SENHOR, e tirai dentre vós os deu-
ses estranhos e !os astarotes 1 , e gpreparai o coração ao
SENHOR, e hservi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filis-
l
1
Ecrom, outro; 18 como também os ratos de ouro, segundo o teus. 4 Então, os filhos de Israel tiraram dentre si ;os baalins e
número de todas as cidades dos filisteus, pertencentes aos os astarotes 2 e serviram só ao SENHOR.
cinco príncipes, desde as cidades fortes até às aldeias cam·
pestres. A grande pedra, sobre a qual puseram a arca do Os filisteus são vencidos
SENHOR, está até ao dia de hoje no campo de Josué, o bete· 5 Disse mais Samuel: iCongregai todo o Israel em Mispa,
semita. e 'orarei por vós ao SENHOR. 6 Congregaram-se em Mispa,
muraram água e a derramaram perante o SENHOR; njejuaram
A arca chega a QuiriateJearim aquele dia e ali disseram: ºPecamos contra o SENHOR. E Sa-
19 vFeriu o SENHOR os homens de Bete-Semes, porque muel julgou os filhos de Israel em Mispa.
olharam para dentro da arca do SENHOR, sim, xferiu 4 deles 7 Quando, pois, os filisteus ouviram que os filhos de
setenta homens; então, o povo chorou, porquanto o SENHOR Israel estavam congregados em Mispa, subiram os prínci-
fizera tão grande morticínio entre eles. 20 Então, disseram pes dos filisteus contra Israel; o que ouvindo os filhos de
os homens de Bete-Semes: zouem poderia estar perante o Israel, tiveram medo dos filisteus. B Então, disseram os fi-
SENHOR, este Deus santo? E para quem subirá desde nós? lhos de Israel a Samuel: PNão cesses de clamar ao SE-
21 Enviaram, pois, mensageiros aos habitantes de ªOui- NHOR, nosso Deus, por nós, para que nos livre da mão dos
riate-Jearim, dizendo: Os filisteus devolveram a arca do filisteus. 9 Tomou, pois, Samuel qum cordeiro que ainda
SENHOR; descei, pois, e fazei-a subir para vós outros. mamava e o sacrificou em holocausto ao SENHOR; 'Cla-
Então, vieram os homens de ªOuiriate-Jearim e levaram mou Samuel ao SENHOR por Israel, e o SENHOR lhe respon-
7 a arca do SENHOR à casa de b Abinadabe, no outeiro; e
e consagraram Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do
deu. 10 Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os
filisteus chegaram à peleja contra Israel; smas trovejou o
SENHOR. SENHOR aquele dia com grande estampido sobre os filis·
teus e os aterrou de tal modo, que foram derrotados dian-
Exortação de Samuel ao arrependimento te dos filhos de Israel. 11 Saindo de Mispa os homens de
2 Sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Ouiria· Israel, perseguiram os filisteus e os 3 derrotaram até abaixo
•
te-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram a vinte de Bete-Car.
16 sJs 13.3 1711Sm6.4u1 Sm 5.8 19 VÊx 19.21 x2sm 6.7 4Qu Ele feriu setenta homens do povo e cinqüenta bois de um homem; ou
feriu do povo cinqüenta mil e setenta homens 20 ZMI 3.2 21 a 1Cr 13.5-6
CAPÍTULO 7 1 a 1Sm6.21 b2Sm 6.3-4 Clv 21.8 3 düt 30.2-10 eGn 35.2/Jz 2.13 g Jó 11.13 h Lc 4.8 /imagens de deusas cananitas
4 i Jz 2.11; 10.16 2 Imagens de deusas cananitas 5 i Jz 10.17; 20.1 11Sm 12.17-19 6 m 2Sm 14.14 n Jz 20.26; Ne 9.1-2; Dn 9.3-5; JI
2.12 o Jz 10.10; 1Sm 12.1 O; 1Rs 8.47; SI 106.6 8P1Sm12.19-24; Is 37.4 9 Hv 22.27r1Sm 12.18; SI 99.6; Jr 15.1 10 s Js 10.10;
2Sm 22.14-15; SI 18.13-14 11 3 feriram gravemente
e os puseram sobre a grande pedra. Essa rocha foi usada como um pedestal "lugar de vigia," subentende um ponto alto estratégico para ver a circunvizinhan-
para a arca e os objetos de ouro. e não como um altar improvisado. ça. e foi dado a vários locais lp. ex., 22.3).
•6. 18 até ao dia de hoje. Ver nota no v. 14. •7.6 tiraram água e a derramaram perante o SENHOR. Embora essa ação
•6.19 olharam para dentro da arca. Ver Nm 4.5.20. O manuseio presunçoso não tenha paralelo em outros trechos das Escrituras, parece significar arrependi-
mento e, juntamente com o jejum, o desejo de buscar a Deus com sinceridade
da arca levara à sua perda. e um delito semelhante deve agora ser castigado na
ocasião da sua devolução. Oproblema de manusear a arca de modo impróprio
(cf. 1.15; SI 62.8; Lm 2.19). A ação de Davi em 2Sm 23.16 ocorre num corrtexto
diferente e tem um significado diferente.
surgirá de novo em 2Sm 6.
Pecamos contra o SENHOR. As palavras e as ações (v. 4) dos isráelitas dão evi-
•6.20 Quem poderia estar. Cf. Êx 9.11 .
dência do verdadeiro arrependimento. Otempo já está próximo para o Senhor li-
•6.21 Qui~earim. Localizada uns 15 km ao nordeste de Bete-Semes, Oui- bertar seu povo dos seus opressores filisteus. A reação dos filisteus diante dessa
riate-Jearim também é chamada Ouiriate-Baal (Js 15.60; 18.14). Baalá (Js 15.9), convocação em Mispa lv. 7) oferece uma oportunidade para esse livramento.
e Baalá de Judá (2Sm 6.2).
•7.8 clamar ao SENHOR. Em Juízes, "clamar" ao Senhor era atendido mediante
•7.2 vinte anos... lamentações ao SENHOR. À luz da referência de Samuel a um libertador que o Senhor suscitaria (Jz 3.9, 15). Aqui, as funções de Samuel são
"deuses estranhos" entre os israelitas (v. 3). parece que foi somente no fim des- as de intercessor e intermediário, enquanto a vitória é claramente obra do Senhor
ses ~inte anos que Israel começou a buscar o Senhor. (v. 10).
•7.3 preparai o coração ao SENHOR... e ele vos livrará. Ociclo da apostasia, •7.9 holocausto. Ver nota em 10.8.
da opressão. do arrependimento e do livramento que era tão típico em Juízes (Jz •7.10 trovejou o SENHOR ... sobre os filisteus. Essa declaração relembra dra-
3. 7-9) é repetido nos eventos deste capítulo. maticamente as palavras que Ana proferira anteriormente: "Os que contendem
•7.4 os baalins e os astarotes. Ver notas em 5.2; 31.10. com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles" (2.1 O; cf. 2Sm
•7.5 Mispa. Uma cidade em Benjamim, quase 12 km ao norte de Jerusalém e 22.14). Essas palavras de Ana foram imediatamente antecedidas por esta decla-
13 km ao nordeste de Ouiriate-Jearim. Mispa desempenhou um papel de desta- ração dela: "o homem não prevalece pela força" (2.9). A força humana pesa pou-
que em Israel antes da monarquia (10.17; Jz 20.1; 21.1,5,8) Era uma das para- co na balança quando o Senhor resolve agir.
das regulares no circuito de Samuel (v. 16). O nome, que significa algo como •7.11 Bete-Car. Sua localização é desconhecida.
1 SAMUEL 7, 8 322
12 1
Tomou, então, Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e 4 Então, os anciãos todos de Israel se congregaram, e vie-
Sem, e lhe chamou 4 Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o ram a Samuel, a Ramá, s e lhe disseram: Vê, já estás velho, e
SENHOR. 13 u Assim, os filisteus foram abatidos e vnunca mais teus filhos não andam pelos teus caminhos; 8constitui-nos,
vieram ao território de Israel, porquanto foi a mão do SENHOR pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o
contra eles todos os dias de Samuel. 14 As cidades que os filis- têm todas as nações. 6 Porém esta palavra hnão agradou a Sa-
teus haviam tomado a Israel foram-lhe restituídas, desde muel, quando disseram: Dá·nos um rei, para que nos gover-
Ecrom até Gate; e até os territórios delas arrebatou Israel das ne. Então, Samuel ;orou ao SENHOR. 7 Disse o SENHOR a
mãos dos filisteus. E houve paz entre Israel e os amorreus. Samuel; Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois
15 E xjuJgou Samuel todos os dias de sua vida a Israel. inão te rejeitou a ti, 1mas a mim, para eu não reinar sobre ele.
16 De ano em ano, fazia uma volta, passando por Betel, Gilgal 8 Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do
e Mispa; e julgava a Israel em todos esses lugares. 17 Porém Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses ser-
zvoltava a Ramá, porque sua casa estava ali, onde julgava a viu, assim também o faz a ti. 9 Agora, pois, atende à sua voz,
Israel e onde ªedificou um altar ao SENHOR. porém adverte-o solenemente e mexplica-lhe qual será o di-
reito do rei que houver de reinar sobre ele.
Os israelitas pedem um rei to Referiu Samuel todas as palavras do SENHOR ao povo,
Tendo Samuel ªenvelhecido, bconstituiu seus cfilhos por que lhe pedia um rei, li e disse: nEste será o direito do rei que
8 juízes sobre Israel. 2 O primogênito chamava-se Joel, e o houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos ºfilhos e os
segundo, Abias; e foram juízes em Berseba. 3 Porém seus filhos empregará no serviço dos Pseus carros e como seus cavalei-
dnão andaram pelos caminhos dele; antes, ese inclinaram à ros, para que corram adiante deles; 12 e qos porá uns por capi-
avareza, e /aceitaram subornos, e perverteram o direito. tães de mil e capitães de cinqüenta; outros para lavrarem os
·~--~~--- -------------~- ~~ ~~---
12 lj3n 28.18; 35.14; Js 4.9; 24.26 4 Lit. Pedra de Ajuda 13 u Jz 13.1 v 1Sm 13.5 \5x1Sm 1l 11 17z1 Sm 8.4 ª Jz 21.4
CAPITULO 8 1a1Sm 12.2 b Dt 16.18-19; 2Cr 19.5 e Jz 10.4 3 d Jr 22.15-17 e Ex 18.21 /Ex 23.6-8; Dt 16.19; 1Sm 12.3 5 80t
17.14-15; Os 13.10-11, At 13.21 6 h 1Sm 12.17 i 1Sm 7.9 7 ! Êx 16.8 11Sm 10.19 9 m 1Sm 8.11-18 11 n Dt 17.14-20 o 1Sm
14.52P2Sm 15.1 12 q1Sm 22.7
•7.12 Ebenézer. Um local diferente daquele mencionado em 4.1 Inata) e em vitória. mas também como lembrete dos resultados diferentes trazidos pela pre-
5.1; mesmo assim. chamar este local de Ebenézes não deixa de relembrar o epi- sunção, por um lado. e pelo arrependimento. por outro.
sódio anterior quando. então, os israelitas tentaram manipular seu Deus ao levar a Até aqui nos ajudou o SENHOR. A expressão significa que o Senhor tinha esta-
arca à batalha, só para serem totalmente derrotados. Agora, Deus lhes deu uma do com Elles por toda a caminhada "até este lugar." ou "até este momento."
grande vitória sobre os mesmos inimigos. Samuel levanta uma pedra memorial
• 7.13 nunca mais vieram ao território de Israel. A referência aqui é quanto à
com o nome de Ebenézer !"Pedra de Socorro"). não somente para comemorar a
situação tática e não à posterior história de Israel. Os filisteus foram derrotados de
modo convincente e não tentaram nenhum contra-ataque !compare 2Sm 2.28
--
? L~calização incerta com 3.1; também 2Rs 6.23 com 6.241. mas isso não exclui agressões filistéias
'subseqüentes 19.16; 10.5; 13.3; 14.52)
foi a mão do SENHOR contra eles. Oque Deus fizera enquanto a arca esteve no
território dos filisteus 15.4.6; 6.5 e notas). ele agora continua mediante a liderança
Mar de Samuel. No decurso da vida de Samuel, Deus continuou a dar a Israel a vitória.
Mediterrâneo embora as batalhas às vezes fossem renhidas 114.52). A derrota narrada no cap.
31 veio somente depois da morte de Samuel 125 1)
•7.16 Betel. 16 km ao norte de Jerusalém.
Gilgal. Gilgal ficava. provavelmente, no vale do Jordão. perto de Jericó IJs 5.1 O).
Mispa. Ver nota em 7.5.
•7.17 Ramá. Vernota em 1.1.
•8.5 constitui-nos, pois, agora, um rei. Os motivos apresentados pelos an-
ciãos para desejarem um rei, embora fossem aceitáveis em si mesmos !segundo
confirma o narrador nos vs. 1-3). são realmente um pretexto; o que realmente
queriam era ser "como todas as nações" (ct. v. 20).
•8.7 não te rejeitou a li. Posto que os anciãos colocam seu pedido em termos
de "um rei. .. para que nos governe" (v. 5, nota), Samuel inicialmente interpreta
essa petição em termos de um ataque contra sua própria liderança lv. 6). Mas o
Senhor lhe indica que a afronta é muito mais grave do que isso.
rejeitou ... a mim. O ultraje no pedido dos anciãos acha-se não no conceito da
monarquia humana por si só. pois havia muito tempo desde que a monarquia em
Israel tinha sido prevista 12.1 O, nota) mas. sim, no rompimento do relacionamento
pactuai com Deus. O pecado deles foi o de rejeitar a Deus como seu Rei. e de
\ ...'<.. ._,,--..'-_/'
O ministério de Samuel
Em Siló, Deus chamou Samuel para ser seu servo e profeta. Na
o \ km
30 mi ·.. função de juiz, Samuel visitou anualmente Betel, Gilgal e Mispa. Em
Gilgal, Samuel renovou a aliança do reino com Israel e estabeleceu
0 30
~----'------------------'-----J Saul como rei.
seus campos e ceifarem as suas messes; e outros para fabrica-
rem suas armas de guerra e o aparelhamento de seus carros.
323 1SAMUEL8, 9
nome era Saul, moço e tão belo, que entre os filhos de lsrael
não havia outro mais belo do que ele; bdesde os ombros para
l
13 Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e pa- cima, sobressaía a todo o povo. 3 Extraviaram-se as jumentas
deiras. 14 'Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas de Quis, pai de Saul. Disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora
vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores. ts As contigo um dos moços, dispõe-te e vai procurar as jumentas.
vossas sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para dar aos 4 Então, atravessando a região montanhosa de Efraim e a ter-
seus oficiais e aos seus servidores. 16 Também tomará os vos- ra de csalisa, não as acharam; depois, passaram à terra de Saa-
sos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores 1 jovens, e lim; porém elas não estavam ali; passaram ainda à terra de
os vossos jumentos e os empregará no seu trabalho. 17 Dizi- Benjamim; todavia, não as acharam.
mará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos. 18 Então, 5Vindo eles, então, à terra de dZufe, Saul disse para o seu
naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes moço, com quem ele ia: Vem, e evoltemos; não suceda que
escolhido; mas o SENHOR 5 não vos ouvirá naquele dia. meu pai deixe de preocupar-se com as jumentas e se aflija por
19 Porém o povo 1não atendeu à voz de Samuel e disse: causa de nós. 6 Porém ele lhe disse: Nesta cidade há !um
Não! Mas teremos um rei sobre nós. 20 Para que sejamos tam- homem de Deus, e é muito estimado; gtudo quanto ele diz
bém u como todas as nações; o nosso rei poderá governar-nos, sucede; vamo-nos, agora, lá; mostrar-nos-á, porventura, o
sair adiante de nós e fazer as nossas guerras. 21 Ouvindo, caminho que devemos seguir. 7 Então, Saul disse ao seu
pois, Samuel todas as palavras do povo, as repetiu perante o moço: Eis, porém, se lá formos, hque levaremos, então,
SENHOR. 22 Então, o SENHOR disse a Samuel: vAtende à sua àquele homem? Porque o pão de nossos alforjes se acabou, e
voz e estabelece-lhe um rei. Samuel disse aos filhos de Israel: presente não temos que levar ao homem de Deus. Que
Volte cada um para sua cidade. temos? 8 O moço tornou a responder a Saul e disse: Eis que
tenho ainda em mãos um quarto de siclo de prata, o qual
Saul busca as jumentas extraviadas darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho.
e vai ter com Samuel 9 (Antigamente, em Israel, iindo alguém 2 consultar a Deus,
Havia um homem de Benjamim, cujo nome era ªQuis, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de
9 filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de
Afias, benjamita, homem de 1 bens. 2 Tinha ele um filho cujo
hoje, antigamente, se chamava ividente.) to Então, disse Saul
ao moço: 3 Dizes bem; anda, pois, vamos. E foram-se à cidade
• 14 '1As21.7; [Ez46.18] 16 1 IY.Xrebanhos 18spy1.25-28; Is 1.15; Mq 3.4 19 tis 66.4; Jr 44.16 20u1Sm 8.5 22 v1sm 8.7;
Os 13.11
CAPÍTULO 9 ia 1Sm 14.51; 1Cr 8.33; 9.36-39 1poder ou riqueza 2 b 1Sm 10.23 4 e 2As 4.42 5 d 1Sm 1.1 e 1Sm 10.2 6/Dt
33.1; 1Rs 13.1; 2As 5.8 g1Sm3.19 7 h Jz 6.18; 13.17; 1As14.3; 2As 4.42; 8.8 9 iGn 25.22 i2Sm 24.11; 2As 17.13; 1Cr26.28; 29.29; 2Cr
16 7-10; Is 30.10; Am 7.12 2Lit. buscara Deus 10 3Ut. Tua palavra é boa
querer, em seu lugar, um monarca humano (10.19; 12.12-20; contrastar a recusa de rei que o povo tem em mente {10.1,7-8 e notas). Ao mesmo tempo, por terem
de Gideão em Jz 8.23). adotado a monarquia em incredulidade, vieram a padecer debaixo de reis como
•8.1 Oque lhe pedia um rei. Pela segunda vez em 1Samuel, um indivíduo é "pe- aqueles das nações pagãs.
dido." Oindivíduo concedido como resposta ao primeiro pedido foi Samuel (1.20, Volte cada um para sua cidade. Samuel, ao mandar para casa os homens de
nota), e é Saul (cujo nome é baseado na raiz hebraica que significa "pedir") que Israel, subentende que estabelecer um rei requererá certa preparação. Odecurso
será dado como resposta ao segundo pedido. dessa preparação será narrado nos capítulos que se seguem.
•8.11 Este será o direito do rei. Os vizinhos cananeus de Israel, bem como •9.1 homem de bens. Oversículo inicial do relato das aventuras de Saul tem se-
muitos dos reis israelitas, foram culpados de práticas opressivas como aquelas melhança de forma com o início da narrativa do nascimento de Samuel (1.1). Nos
que são descritas nos vs. 11-17. dois casos, o pai do personagem principal é apresentado com referências genea-
carros. Ver 2Sm 8.4; 15.1; 1Rs 4.26; 1026-29. lógicas suficientes para sugerir um homem de posição. Também na apresentação
corram adiante deles. Compare as ações de Absalão, em 2Sm 15.1, com Ado- de Samuel somos informados a respeito da observância religiosa fiel do pai
nias, em 1As 1.5. 11.3-5). ao passo que no presente relato passamos a conhecer imediatamente
•8.14 lavouras... vinhas. Ver nota em 22.7. Saul {v. 2). e o enfoque permanece exclusivamente em qualidades externas.
•8, 15-17 dizimará. As exigências do rei ou tirarão daquilo que pertence ao Se- •9.2 filho... moço... belo. A ênfase dessa descrição é a estatura física de Saul e sua
nhor (Lv 27.30-32; Dt 14.22.28). ou criarão um novo fardo de impostos para os aparência impressionante. Compare com a descrição de Absalão em 2Sm 14.25-26.
seus súditos. •9.6 Nesta cidade há um homem de Deus. Que Saul não tem consciência da
•8.18 vosso rei. Ver 12.13 e contrastar com 16.1. presença e da reputação do homem de Deus, ou que não pensou em consultá-lo.
mas o SENHOR não vos ouvirá. A julgar pelas conseqüências, rejeitar o Senhor reflete negativamente sobre seu julgamento.
em favor de um rei humano é o equivalente moral e religioso de abandonar o Se- tudo quanto ele diz sucede. Ohomem de Deus é Samuel, de quem foi dito em
nhor a fim de servir a outros deuses \Jz 1O.1O-14) 3.19 que o Senhor não deixou nenhuma de todas as suas palavras cair em terra.
•8.20 como todas as nações. Ver nota no v. 5. •9. 7 presente não temos que levar ao homem de Deus. Josefa (Antigüidades
fazer as nossas guerras. A serem contrastadas com "as guerras do SENHOR" 6.4.1) interpreta as palavras de Saul como sinal de que ignorava que um profeta
(18.17; 25.28) verdadeiro não aceitaria pagamento. Os escritos dos profetas de Israel revelam
•8.22 Atende à sua voz e estabelece-lhe um rei. A acolhida pelo Senhor do desdém por aqueles que profetizam por dinheiro !Mq 3.5, 11). embora haja várias
pedido pecaminoso do povo a essas alturas da narrativa deixa o leitor perplexo. Se é referências a bens sendo oferecidos em troca de favores proféticos (p. ex , 1As
pecaminoso esse desejo do povo que pede um rei, e se equivale a rejeitar Deus 14.3; 2As 4.42; 8.8). Em dois casos, o pagamento é explicitamente recusado (1Rs
como rei {vs. 7, 18 e notas). como Deus pode concedê-lo? Uma resposta acha-se 13.7-9; 2As 5.15-16), e em certa ocasião em que bens são aceitos, o pagamento
não beneficia pessoalmente o profeta, mas é distribuído entre o povo l2As 4.42)
j
nos padrões de monarquia aceitável que o Senhor estabelecerá. Deus está gracio-
samente disposto a dar ao povo um rei, e até mesmo a abençoá-lo, mas não o tipo •9.9 ao profeta ... antigamente, se chamava vidente. Os termos são sinônimos.
1 SAMUEL 9, 10 324
onde estava o homem de Deus. 11 Subindo eles pela encosta de jantar e lhes deu o lugar de honra entre os convidados, que
da cidade, 'encontraram umas moças que saíam a tirar água e eram cerca de trinta pessoas. 23 Então, disse Samuel ao cozi·
lhes perguntaram: Está aqui o vidente? 12 Elas responderam: nheiro: Traze a porção que te dei, de que te disse: Põe-na à
Está. Eis aí o tens diante de ti; apressa-te, pois, porque, hoje, parte contigo. 24 Tomou, pois, o cozinheiro ªa coxa com o
veio à cidade; porquanto o povo oferece, hoje, msacriffcio nno que havia nela e a pôs diante de Saul. Disse Samuel: Eis que
alto. 13 Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que isto é o que foi reservado; toma-o e come, pois se guardou
suba ao alto para comer; porque o povo não comerá enquanto para ti para esta ocasião, ao dizer eu: Convidei o povo. Assim,
ele não chegar, porque ele tem de abençoar o sacrifício, e só comeu Saul com Samuel naquele dia.
depois comem os convidados; subi, pois, agora, que, hoje, o 25 Tendo descido do alto para a cidade, 6 falou Samuel com
achareis. 14 Subiram, pois, à cidade; ao entrarem, eis que Saul sobre bo eirado. 26 Levantaram-se de madrugada; e, qua·
Samuel lhes saiu ao encontro, para subir ao alto. se ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo:
ts ºOra, o SENHOR, um dia antes de Saul chegar, o revelara Levanta-te; eu irei contigo para te encaminhar. Levantou-se
a Samuel, dizendo: 16 Amanhã a estas horas, Pte enviarei um Saul, e saíram ambos, ele e Samuel. 27 Desciam eles para a
homem da terra de Benjamim, qo qual ungirás por 4 príncipe extremidade da cidade, quando Samuel disse a Saul: Dize ao
sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo das mãos moço que passe adiante de nós, e tu, tendo ele passado, 7 es-
dos filisteus; porque ratentei para o meu povo, pois o seu ela· pera, que te farei saber a palavra de Deus.
mor chegou a mim. 17 Quando Samuel viu a Saul, o SENHOR
lhe disse: 5 Eis o homem de quem eu já te falara. Este domina· Samuel unge a Saul rei de Israel
rá sobre o meu povo. 18 Saul se chegou a Samuel no meio da ªTomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou
porta e disse: Mostra-me, peço-te, onde é aqui a casa do vi·
dente. 19 Samuel respondeu a Saul e disse: Eu sou o vidente;
1O sobre a cabeça, be o beijou, e disse: cNão te ungiu,
porventura, o SENHOR por príncipe sobre da sua 1 herança, o
sobe adiante de mim ao alto; hoje, comereis comigo. Pela ma· povo de Israel? 2 Quando te apartares, hoje, de mim, acharás
nhã, te despedirei e tudo quanto está no teu coração to decla· dois homens junto eao sepulcro de Raquel, no território de
rarei. 20 Quanto tàs jumentas que há três dias se te perderam, Benjamim, !em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as
não se preocupe o teu coração com elas, porque já se en- jumentas que foste procurar, e eis que teu pai já não pensa no
contraram. E para quem está reservado "tudo o que é precio· caso delas e gse aflige por causa de vós, dizendo: Que farei eu
so em Israel? Não é para ti e para toda a casa de teu pai? por meu filho? 3 Quando dali passares adiante e chegares ao
21 Então, respondeu Saul e disse: Porventura, vnão sou benja· carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão
mita, da xmenor das tribos de Israel? E 2 a minha família, a subindo ha Deus a Betel: um levando três cabritos; outro, três
menor de todas as famílias da 5 tribo de Benjamim? Por que, bolos de pão, e o outro, um odre de vinho. 4 Eles te 2 saudarão
pois, me falas com tais palavras? e te darão dois pães, que receberás da sua mão. s Então,
22 Samuel, tomando a Saul e ao seu moço, levou-os à sala seguirás a Gibeá·Eloim, ionde está a guarnição dos filisteus; e
.~ 11 lGn 24.11, 15; 29.8-9; Êx 2.16 12 mGn 31.54; 1Sm16.2 n 1Sm 7.17; 10.5; 1Rs 3.2 15o1Sm15.1 16 PDt 17.15q1Sm 10.1 'Êx
2.23-25; 3.7,9 4Qu governante 17s1Sm16.12 20 tiSm 9.3u1Sm 8.5, 19; 12.13 21 v 1Sm 15.17 x Jz 20.46-48 z Jz 6.15 5Lit. das
ª
tribos 24 Lv 7.32-33 25 bDt 22.8 ó Conforme TM e T; !XX omite falou Samuel com Saul sobre o eirado. !XX e V em seguida acrescentam
Eele preparou uma cama para Sau/ sobre o eirado e ele dormiu 27 7 agora
CAPITULO 10 1 ª2Rs 9.3,6 bSI 2.12cAt13.21 dDt 32.9 1Conforme TM, Te V; !XX seu povo, Israel; e governarás o povo do SenhodXXe
V acrescentam Elivrarás o seu povo das mãos dos seus inimigos ao seu redor Eisto será para ti um sinal, que Deus tem te ungido para seres uma
príncipe 2 e Gn 35.16-20; 48.7 f Js 18.28g1 Sm 9.3-5 3 h Gn 28.22; 35.1,3,7 4 2 perguntarão como estás 5 i 1Sm 13.2-3
•9.12 Elas responderam. No hebraico, os vs. 12-13 transmitem emoção e um indício perturbador da insensibilidade e descuido espirituais que caracteriza-
animação quando as moças conclamam Saul a subir depressa à cidade, onde rão Saul cada vez mais à medida em que a narrativa progride.
chegará na hora certa de se encontrar com Samuel. •9.20 tudo o que é precioso em Israel. Ou "todo o desejo de Israel". Essa
no alto. Embora fosse reconhecido que semelhantes lugares altos expressão talvez sugira que Saul é exatamente o tipo de rei que o povo deseja no
(freqüentemente locais da adoração cananéia) postulavam uma nítida ameaça con- cap. 8.
tra a pureza da adoração israelita (p. ex., Lv 26.30; Nm 33.52; Dt 12.2-3; Jr 220). •9.24 Tomou ... a coxa ... e a pôs diante de Saul. O tratamento dado a Saul
fica aparente em trechos semelhantes a este que a adoração a Javé, às vezes. era ilustra não somente a mudança de sua condição social que acabara de ser
dirigida ali, especialmente durante o primeiro período da monarquia (10.5; 1As elevada, mas também a previsão que Samuel, com a ajuda divina, fizera da sua
3.2-4). Semelhantes cultos podem ter se tornado necessários pela perda do san- chegada (vs. 15-16). ·
tuário em Siló (1.3, nota). Depois da divisão do reino, a adoração no "altos" era um •10.1 te ungiu ... por príncipe. Ver nota em 9.16.
problema grave tanto no Norte (1Rs 12.31-32; 13.32-34) quanto no Sul (1Rs sua herança. Ver 9.16 ("meu povo de Israel"); 2Sm 20.19 e nota; Dt 32.9. A
14.22-24). A remoção dos "altos" foi um dos alvos principais dos movimentos de disposição de Deus de conceder ao povo um rei humano não significa que ele
refonrna dirigidos pelos reis do Sul, tais como Ezequias (2Rs 18.4) e Josias (2Rs 23.5). abriu mão do seu domínio sobre seu próprio povo, Israel. Orei constituído sempre
•9.16 o qual ungirás. Ver nota em 2.10. era subordinado a Deus.
príncipe. A palavra parece ser um título para "alguém designado para reinar" (cf. •10.2-6 As palavras de Samuel serão confirmadas para Saul à medida em que a
seu uso com referência a Salomão como príncipe herdeiro em 1Rs1.35). A tarefa seqüência de eventos se cumpre na ordem prevista. Finalmente, Saul ficará
de Saul no contexto imediato é libertar Israel dos filisteus e, no contexto do cap. 8, debaixo do poder do Espírito (vs 5-6).
a p1essupos1ção lógica é a de que ele passará a ser rei. •10.5 a guarnição dos filisteus. A alusão a uma "guarnição dos filisteus"
prenuncia a tarefa que aguarda aquele que foi designado para livrar o povo de
filisteus. Ver nota em 4.1.
Deus dos filisteus (9 .16). Quanto à colocação de guarnições nos territórios
•9.18 Saul se chegou a Samuel. Ofato de que Saul não reconheceu Samuel é sujeitados. ver a prática de Davi em 2Sm 8.6.
325 1SAMUEL10
há de ser que, entrando na cidade, encontrarás um grupo de apareciam, fomos a Samuel. 15 Então, disse o tio de Saul:
profetas que descem ido alto, precedidos de saltérios, e Conta-me, peço-te, que é o que vos disse Samuel? 16 Respondeu
tambores, e flautas, e harpas, 1e eles estarão profetizando. 6 mo Saul a seu tio: Informou-nos de que as jumentas ztoram
Espírito do SENHOR se apossará de ti, e nprofetizarás com eles e encontradas. Porém, com respeito ao reino, de que Samuel
tu serás mudado em outro homem. 7 Quando estes ºsinais te falara, não lho declarou.
sucederem, faze o que a ocasião te pedir, porque PDeus é
contigo. 8Tu, porém, descerás adiante de mim qa Gilgal, e eis Saul escolhido rei
que eu descerei a ti, para sacrificar holocausto e para apresen- 17 Convocou Samuel o povo ªao SENHOR, bem Mispa, 18 e
tar ofertas pacíficas; 'sete dias esperarás, até que eu venha ter disse aos filhos de Israel: eAssim diz o SENHOR, Deus de Israel:
contigo e te declare o que hás de fazer. Fiz subir a Israel do Egito e livrei-vos das mãos dos egípcios e
das mãos de todos os reinos que vos oprimiam. 19 d Mas vós
Saul entre os profetas rejeitastes, hoje, a vosso Deus, que vos livrou de todos os vos-
9 Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Sa- sos males e trabalhos, e lhe dissestes: Não! Mas constitui um
muel, Deus lhe mudou o coração; e todos esses sinais se de- rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o SENHOR, pelas
ram naquele mesmo dia. 10 5 Chegando eles a Gibeá, eis que vossas tribos e pelos vossos grupos de milhares.
1um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; o Espírito de 20 Tendo Samuel efeito chegar todas as tribos, foi indicada
Deus se apossou de Saul, e ele profetizou no meio deles. por sorte a de Benjamim. 21 Tendo feito chegar a tribo de Ben-
11 Todos os que, dantes, o conheciam, vendo que ele profeti- jamim pelas suas famílias, foi indicada a família de Matri; e dela
zava com os profetas, diziam uns aos outros: Que é isso que foi indicado Saul, filho de Quis. Mas, quando o procuraram,
sucedeu ao filho de Quis? "Está também Saul entre os profe- não podia ser encontrado. 22 Então, !tomaram a perguntar ao
tas? 12 Então, um homem respondeu: Pois vquem é o pai de- SENHOR se aquele homem viera ali. Respondeu o SENHOR: Está
les? Pelo que se tornou em provérbio: Está também Saul aí escondido entre a bagagem. 23 Correram e o tomaram dali.
entre os profetas? 13 E, tendo profetizado, seguiu para o alto. Estando ele no meio do povo, gera o mais alto e sobressaía de
14 xperguntou o tio de Saul, a ele e ao seu moço: Aonde todo o povo do ombro para cima. 24 Então, disse Samuel a todo
fostes? Respondeu ele: A buscar as jumentas e, vendo que não o povo: Vedes a hquem o SENHOR escolheu? Pois em todo o
•==~= i1Sm19.12.20; 2Rs 2.3.5, 15 iÊx 15.20-21; 2Rs 3.15; 1Cr 25.1-6; 1Co 14.1 6 m Nm 11.25.29; Jz 14.6; 1Sm16.13n1Sm 10.10; 19.23-24
7 ºÊx4.8; Lc 2.12PJs1.5; Jz 6.12; 1Sm3.19; [Hb 13.5] 8 q1Sm11.14-15; 13.8 '1Sm 13.8-10 10 5 1Sm10.511Sm19.20 11 u1sm
19.24;Am7.14-15;Mt13.54-57;Jo7.15;At4.13 12 VJo5.30,36 14x1Sm14.50 16Z1Sm9.20 17ªJz20.1 b1Sm7.5-6 18CJz
6.8-9; 1Sm 8.8; 12.6,8 19 d 1Sm 8.7, 19; 12.12 20 e At 1 24,26 22 Íl Sm 23.2.4.10-11 23g1 Sm 9.2 24 h 2Sm 21.6
grupo de profetas. Samuel está associado com um grupo de profetas em Lv 1.3-17. Os holocaustos também são mencionados em 6.14-15; 7.9-1 O;
19.20, onde ele é tido como seu líder. Note a associação semelhante entre Eliseu 13.9,12; 15.22; 2Sm 6.17-18; 24.22-25.
e os "filhos dos profetas", em 2Rs 2; 6.1; 9.1; etc. Esses grupos proféticos ofertas pacíficas. A oferta de comunhão é descrita em Lv 3. e é mencionada
parecem ter sido compostos de defensores da religião verdadeira em tempos de pela primeira vez em Êx 20.24. Outras referências em Samuel às ofertas de
apostasia e indiferença espiritual generalizadas. comunhão são: 11.15; 13.9; 2Sm 6.17-18; 24.25.
profetizando. A profecia no Antigo Testamento é freqüentemente. mas não •10.9 Deus lhe mudou o coração. A linguagem é semelhante a Ez 11 .19;
exclusivamente. associada com a entrega de uma mensagem !ver o papel de 36.26 e. talvez. até mesmo a Jo 3.3 (ver também Jr 31.31 ). Entretanto. é difícil
Arão como "profeta" ou porta-voz de Moisés. em Êx 7.1. e compare Ez 21.9; Am definir com exatidão qual foi a experiência de Saul.
3.8). Os profetas de Deus eram os seus mensageiros 12Sm 7.1-5; 12.1; •10.11 também Saul entre os profetas. Oprovérbio (v. 12) expressa surpresa
24.11-12). Em alguns lugares. a profecia está associada com a música IÊx diante de algo muito improvável. Os circunstantes que conheciam Saul estão
15.20-21; 1Cr 25.1). A profecia em vista aqui parece ser a de louvar a Deus e surpresos ao vê-lo associando-se com entusiastas religiosos.
exortar o povo, com acompanhamento musical.
•10.12 quem é o pai deles. Visto que os líderes dos grupos proféticos eram às
•10.6 O Espírito do SENHOR se apossará de ti. Ver v. 1O; 11.6. nota. A vezes chamados "Pai" (2Rs 2.12; 6.21 ), essa pergunta pode significar a tentativa
atividade do Espírito com Sansão é expressa em termos idênticos IJz 14.6.19; de se procurar o líder desse grupo específico. Se. por outro lado. os circunstantes
15.14). Embora o Espírito tivesse sido posteriormente retirado de Saul lcf. 16.14; desprezavam a profecia, sua surpresa poderia ser que um homem tal como Saul,
18.10). Davi foi revestido do Espírito de modo permanente 116.13). de boa família e reputação social. se associasse a tais "loucos" lcf. 2Rs 9.11).
Freqüentemente, no Antigo Testamento. a outorga do Espírito é um revestimento cujos pais eram inferiores ao dele. Ainda outra possibilidade é que a pergunta
de uma pessoa pelo poder de Deus para uma tarefa específica. De maneira signifique que o "Pai" ou origem dos grupos proféticos não segue regras nonmais.
inversa. Deus pode enviar um espírito de mentira (1 Rs 22.23) ou um espírito e que Saul, por mais improvável que seja, tenha achado um lugar entre eles. Ver
maligno (16.14-16,23; 18.10; 19.9; Jz 9.23) "Profetas", em Dt 18.18.
•1O.7 faze o que a ocasião te pedir. À luz da comissão geral de Saul de livrar Is- •10.14-16 O significado desse diálogo tem deixado os comentaristas perplexos
rael dos filisteus (9.16) e da menção específica por Samuel de um símbolo visível do por muito tempo. Alguns entendem que a relutância de Saul em mencionar o
domínio filisteu no local do terceiro e último sinal lv. 5). as palavras de Samuel reino (v. 16) era um sinal de sua humildade.
podiam ser interpretadas no sentido de Saul corresponder à sua unção atacando o •10.17 Convocou Samuel o povo. A escolha que o Senhor fizera de Saul agora
posto avançado dos filisteus. No caso. essa possibilidade não foi concretizada. As é tornada pública em Mispa, aparentemente lançando sortes ou usando o Urim e
palavras de Samuel também podem ser interpretadas como sendo um Tumim (v. 20 e nota).
encorajamento para Saul se submeter à influência profética mencionada no v. 6.
•10.20 foi indicada por sorte a de Benjamim. Lançar sortes foi. provavel-
•10.8 descerás adiante de mim a Gilgal. Depois de Saul ter feito ··o que a mente. o método da seleção lcf. Lv 16.8-10; Nm 26.55) e pode ter envolvido o
ocasião pedia" (e!. v. 7). deve-se reunir com Samuel em Gilgal, para este oferecer Urim e o Tumim 12.28; Êx 28.30. nota; Nm 27.21; Dt 33.8).
sacrifícios e dar mais instruções a Saul. •10.22 escondido entre a bagagem. O Senhor seleciona Saul. embora este
holocausto. Uma descrição completa do ritual do holocausto pode ser vista em não esteja imediatamente presente. Algo semelhante ocorre com Davi 116.11).
1 SAMUEL 10, 11 326
povo não há nenhum semelhante a ele. Então, todo o povo modo a sua ira. 7Tomou uma junta de bois, hcortou-os em
rompeu em gritos, exclamando: 1Viva3 o rei! pedaços e os enviou a todos os territórios de Israel por inter-
25Declarou Samuel ao povo lo direito do reino, escreveu-o médio de mensageiros que dissessem: 1Assim se fará aos bois
num livro e o pôs perante o SENHOR. Então, despediu Samuel de todo aquele que não seguir a Saul e a Samuel. Então, caiu
todo o povo, cada wn para sua casa. 26Também Saul se foi para o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram 2 como um só ho-
sua casa, 1a Gibeá; e foi com ele uma tropa de homens cujo mem. s Contou-os em IBezeque; dos filhos 1de Israel, havia
coração Deus tocara. 27 mMas os "filhos de Belial disseram: trezentos mil; dos homens de Judá, trinta mil.
Como poderá este homem salvar-nos? E o desprezaram ºe não 9 Então, disseram aos mensageiros que tinham vindo: Assim
lhe trouxeram presentes. Porém Saul se fez de surdo. direis aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, quando aquentar
o sol, sereis socorridos. Vindo, pois, os mensageiros, e,
Saul 11ence os amonitas anunciando-o aos homens de Jabes, estes se alegraram toe
Então, subiu ªNaás, amonita, e sitiou a bJabes-Gi- disseram aos amonitas: Amanhã, nos entregaremos a vós outros;
e
11 leade; e disseram todos os homens de Jabes a Naás:
Faze aliança conosco, e te serviremos. Porém Naás, amoni-
2
então, nos fareis segundo o que melhor vos parecer. 11 Sucedeu
que, ao outro dia, msaul dividiu o povo "em três companhias,
ta, lhes respondeu: Farei aliança convosco sob a condição de que, pela vigHia da manhã, vieram para o meio do arraial e
vos serem vazados os olhos direitos, trazendo assim eu dver- feriram a Amom, até que se fez sentir o calor do dia. Os
gonha sobre todo o Israel. 3 Então, os anciãos de Jabes lhe sobreviventes se espalharam, e não ficaram dois deles juntos.
disseram: Concede-nos sete dias, para que enviemos mensa-
geiros por todos os limites de Israel e, não havendo ninguém Saul proclamado rei
que nos 1 Iivre, então, nos entregaremos a ti. 4 Chegando os 12 Então, disse o povo a Samuel: ºQuem são aqueles que
mensageiros ea Gibeá de Saul, relataram este caso ao povo. diziam: Reinará Saul sobre nós? PTrazei-os para aqui, para que
Então, !todo o povo chorou em voz alta. os matemos. 13 Porém Saul disse: qHoje, ninguém será morto,
5 Eis que Saul voltava do campo, atrás dos bois, e pergun- porque, no dia de hoje, 'o SENHOR salvou a Israel. 14 Disse
tou: Que tem o povo, que chora? Então, lhe referiram as pala- Samuel ao povo: Vinde, vamos 5 a Gilgal e renovemos ali o
vras dos homens de Jabes. 6 gE o Espírito de Deus se apossou reino. ts E todo o povo partiu para Gilgal, onde proclamaram
de Saul, quando ouviu estas palavras, e acendeu-se sobre- Saul seu rei, 1perante o SENHOR, "a cuja presença trouxeram
....... ~
~ i1R~ 1 25,39 3 Ou seja. "Longa vida ao rei" 25 i1 Sm 8.11-18 26 1Jz 20.14 27 m 1Sm 11.12 n Dt 13.13 o 1As421; 10.25
CAPITULO 11 1 ª 1Sm 12.12 b Jz 21.8 e Gn 26.28 2 d Gn 34.14 3 1 salve 4 e 1Sm 10.26; 15.34 f Jz 2.4; 20.23.26; 21.2 6 g Jz
3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6 7 h Jz 19.29 i Ji 21.5.8. 1O2 ou seja, consenso 8 i Jz 1.5 12sm 24.9 li m 1Sm 31.11 n Jz 7.16,20
12o1Sm 10.27 P Lc 19.27 13 q 2Sm 19.22 'Ex 14.13,30 14 s 1Sm716; 10.8 IS 11 Sm 10.17u1Sm 10.8
•10.25 o direito do reino. Uma expressão semelhante em 8.9-11 refere-se às do Espírito com Sansão (10.6, nota). só que, aqui (como também em 10.10).
conseqüências negativas de se ter um rei. Aqui, significa os regulamentos que "Deus" consta no lugar do nome pessoal "SENHOR"
um rei deve seguir (Dt 17.14-20; 2Rs 11.12, nota). •11. 7 cortou-os em pedaços. A ação de Saul toscamente forma um paralelo
e o pôs perante o SENHOR. Ver Dt 31.26; Js 24.26. com a do levita em Jz 19. Opecado do levita era bem conhecido, e a comparação
não serviria de elogio para Saul.
•10.27 Como poderá este homem salvar-nos. Os que levantam essa dúvida
e a Samuel. Ver notas em 10.1,7-8.
são rebeldes porque lançam dúvidas contra o processo de seleção dirigido pelo
Senhor. •11.8 Bezeque. Localizada uns 14 km ao oeste do rio Jordão, do outro lado de
onde estava Jabes-Gileade.
•11.1 Naás, amonita. Os amonitas. descendentes de Ló, eram um povo
filhos de Israel... homens de Judá. Até mesmo antes da divisão do reino (1Rs
semítico (Gn 19.38; Dt 2.19) cujo reino estava estabelecido ao lado leste do
12), era freqüentemente feita uma distinção entre as tribos do Norte e do Sul
Jordão, ao sul do rio Jaboque. Embora os amonitas às vezes ficassem em paz
(17 52; 18.16; 2Sm 2.10; 3.10; 5.5; 11.11; 12.8; 1911.40-43; 20.2; 21 2; 241,9).
com Israel (2Sm 10.2). freqüentemente exerciam pressões na fronteira oriental
de Israel (Jz 3.13; 11.4-321. assim como faziam os filisteus ao oeste. Segundo os •11.10 nos entregaremos a vós outros. Ver nota no v. 3.
Manuscritos do Mar Morto e Josefa (Antigüidades 6.5.1 ). o cerco de •11.11 três companhias. Ver 13.17; Jz 7.16; 9.43; 2Sm 18.2.
Jabes-Gileade fazia parte de uma campanha maior por Naás. pela vigília da manhã. Entre 2h e 6h da madrugada. aproveitando a escuridão
como escudo.
Jabes-Gileade. Uma cidade principal no território que pertencia. prova-
velmente. a Gade. Jabes-Gileade ficava ao leste do rio Jordão, quase 36 km ao •11.12 Trazei-os. A referência inclui. mas talvez não esteja limitada aos "filhos
sul do mar de Ouinerete (Galiléia). de Belial", em 10.27.
•11.13 o SENHOR salvou a Israel. Saul interrompe uma pergunta dirigida a
•11.2 vos serem vazados os olhos direitos. Embora a razão declarada para Samuel com uma confissão que denota o ponto alto da sua própria vida. Sua
semelhante tratamento fosse "trazer... vergonha sobre todo o Israel," Josefa anistia ou perdão daqueles rebeldes (10.27) que o rejeitaram pode,
(Antigüidades 6.5.1) observa que a perda do olho direito impossibilitaria o serviço possivelmente, ser comparado à sua relutância em matar Agague e os rebanhos
militar, posto que a visão do olho esquerdo ficava escondida pelo escudo. de Amaleque (15.9). se for considerado como uma recusa de cumprir os
•11.3 nos entregaremos a ti. Embora os anciãos de Jabes claramente aspectos mais severos de uma comissão divina.
pretendiam que Naás entendesse suas palavras como uma rendição, o verbo •11. 14 vamos a Gilgal e renovemos ali o reino. Em certo nível, trata-se do
hebraico aqui empregado é freqüentemente usado no sentido de soldados "saindo" processo da ascensão de Saul ao trono que agora pode ser retomado (v. 15,
à batalha \8.20; 18.30; 2Sm 18.2-4,61. Quando, no v. 10, os homens de Jabes nota). mas. num nível mais profundo, é o reino contínuo do Senhor que deve ser
prometem, novamente. que "sairão" aos amonitas. vemos certa ironia. porque os renovado (cap. 12).
amonitas ainda estão pensando em termos de rendição, quando a verdadeira Gilgal. Ver nota em 13.4.
intenção é a de atacar.
•11. 15 proclamaram Saul seu rei. A análise da ascensão de uma pessoa no
•11.6 o Espírito de Deus se apossou de Saul. Essa frase relembra a atividade Israel antigo a uma posição de liderança divide-se num processo de três passos:
327 1SAMUEL12
ofertas pacíficas; e Saul muito se alegrou ali com todos os seu Deus; então, os entregou nas mãos de tSísera, comandan-
homens de Israel. te do exército de Hazor, e nas mãos dos "filisteus, e nas mãos
do rei de vMoabe, que pelejaram contra eles. 10 E clamaram
l
Samuel resigna o seu cargo ao SENHOR e disseram: xpecamos, pois deixamos o SENHOR z e
Então, disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi ªa servimos aos baalins e 2 astarotes; agora, pois, livra-nos das
12 vossa voz em tudo quanto me dissestes e bconstituí mãos de nossos inimigos, e te serviremos. 11 O SENHOR en-
sobre vós um rei. 2 Agora, pois, eis que tendes o rei cà vossa viou a 3Jerubaal, e a 4 Baraque, e a ªJefté, e a bSamuel5; e vos
frente. dJá envelheci e estou cheio de cãs, e meus filhos estão livrou das mãos de vossos inimigos em redor, e habitastes em
convosco; o meu procedimento esteve diante de vós desde a segurança.
minha mocidade até ao dia de hoje. 3 Eis-me aqui, testemunhai 12 Vendo vós que cNaás, rei dos filhos de Amom, vinha
contra mim perante o SENHOR e perante eo seu ungido: Ide contra vós outros, dme dissestes: Não! Mas reinará sobre
quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem defrau- nós um rei; ao passo que eo SENHOR, vosso Deus, era o vosso
dei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei gsuborno rei. 13 Agora, pois, f eis aí o rei g que elegestes e que pedistes;
para hencobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei. e eis que ho SENHOR vos deu um rei. 14 ;Se temerdes ao
4 Então, responderam: ;Em nada nos defraudaste, nem nos SENHOR, e o servirdes, e lhe atenderdes à voz, e não lhe for-
oprimiste, nem tomaste coisa alguma das mãos de ninguém. des rebeldes ao mandado, e seguirdes o SENHOR, vosso
s E ele lhes disse: O SENHOR é testemunha contra vós outros, e Deus, tanto vós como o vosso rei que governa sobre vós,
o seu ungido é, hoje, testemunha dei que nada tendes achado bem será. 15 iSe, porém, não derdes ouvidos à voz do
1nas minhas mãos. E o povo confirmou: Deus é testemunha. SENHOR, mas, antes, 1fordes rebeldes ao seu mandado, a
6 Então, disse Samuel ao povo: mrestemunha é o SENHOR, mão do SENHOR será contra vós outros, como o foi contra
que escolheu a Moisés e a Arão e tirou vossos pais da terra do vossos pais. 16 m Ponde-vos também, agora, aqui e vede esta
Egito. 7 Agora, pois, ponde-vos aqui, e npleitearei convosco grande coisa que o SENHOR fará diante dos vossos olhos.
perante o SENHOR, relativamente a todos os seus ºatos de jus- 17 Não é, agora, o tempo da nsega do trigo? ºClamarei, pois,
tiça que fez a vós outros e a vossos pais. 8 PHavendo entrado ao SENHOR, e dará trovões e Pchuva; e sabereis e vereis que é
Jacó no 1 Egito, qclamaram vossos pais ao SENHOR, e o SENHOR grande 0 a vossa maldade, que tendes praticado perante o
r enviou a Moisés e a Arão, que os tiraram do Egito e os fize- SENHOR, pedindo para vós outros um rei. 18 Então, invocou
ram habitar neste lugar. 9 Porém s esqueceram-se do SENHOR, Samuel ao SENHOR, e o SENHOR deu trovões e chuva naquele
• CAPÍTULO 12 1 ª1Sm 85.7.9.20.22b1Sm1024; 111~1~ Z~N~ 2717 d1Sm 81,5 3e1Sm10 1; 2~6/~m
16.15 gÊx23.8 hDt
16.19 4iLv19.13 5 i At 23.9; 24.20 iÊx 22.4 6 mMq 6.4 7 n1s 1.18 oJz 5.11 8 PGn 46.5-6 oÊx 2.23-25 'Êx3.10; 4.14-16 1 Con-
forme TM. Te V; lXX acrescenta e os egípcios os afligiram 9 sJz 3.7 IJz 4.2 ujz 3.31; 10.7; 13.1 v Jz 3.12-30 10 xJz 10.10 z Jz 2.13;
3.7 21magens de deusas cananitas 11 ªJz 11.1 b 1Sm 7.13 3Gideáo, comparar com Jz 6.25-32; S Débora. T Gideão 4l)()( e SBaraque; T
Simson 5SSimson 12C1Sm11.1-2 d1Sm8.5.19-20 eJz8.23 13f1Sm 10.24g1Sm8.5; 12.17.19hüs13.11 14 iJs24.14 lSiDt
28.15 ils 1.20 16 m Êx 14.13,31 17 n Gn 30.14 o [Tg 5.16-18] P Ed 10.9q1Sm 8.7
(a) a designaçáo como tendo sido a escolha do Senhor; (b) uma demonstração de •12. 7 pleitearei convosco. Samuel pessoalmente se apresentara como réu e
bravura e de ter recebido poder da parte do Senhor. ao realizar uma façanha fora inocentado (vs. 3-5); agora, desempenha o papel de promotor, e o povo se
heróica; e (c) a confirmação pelo povo. Saul fora designado por Samuel etivera uma torna o réu. Seu crime é o de ter desejado ter um rei. em total desrespeito para
experiência profética (cap. 10). Embora pudesse ter atacado imediatamente a com todos os "atos de justiça" do Senhor durante todo o período do êxodo e dos
guarnição filistéia em Gibeá (10.5,8), obtém, pouco depois, uma vitória importante juízes (vs. 7-11 ).
ao libertar Jabes-Gileade (v. 13). Passa. entáo, a ser coroado em Gilgal. •12.12 Vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós
ofertas pacíficas. Ver nota em 10.8. outros. Embora o fato náo seja explicitamente mencionado no cap. 8, é possível
•12.1 constituí sobre vós um rei. O processo da ascensão ao trono foi que a ameaça dos amonitas já tenha sido motivo de preocupaçáo naquela
completado, e o discurso de Samuel no cap. 12 marca o fim do período dos juízes. ocasião (11.1. nota). Por outro lado. Samuel pode ter meramente citado o
episódio com os amonitas como sendo o exemplo mais recente da tendência
•12.3-15 Samuel apresenta três argumentos para compelir o povo a reconhecer a infiel do povo de buscar a ajuda dos homens, e náo de Deus. Saul pessoalmente
sua \l\Ó\)ria culpa em pedir um rei. Primeiro, convida o povo a concordar que ele deu ao Senhor todo o crédito pela vitória (11.13).
tinha sido um líder inculpável (vs. 4-5). Segundo. ressalta que. no passado, sempre
tinha sido o Senhor quem nomeava líderes (v. 6) e que estes sempre tinham •12.13 o rei que elegestes. Ver 8.18 e contrastar com 16.1
revelado ser plenamente adequados (vs. 7-8). Terceiro. enfatiza que, mesmo e que pedistes. Ver 8.1 O. nota.
quando os israelitas "esqueceram-se do SENHOR, seu Deus", o Senhor fora gracioso
para com eles. Embora os sujeitasse à opressáo dos inimigos (v. 9). ele atendia suas •12.14 Se temerdes ao SENHOR. Uma condição prévia fundamental para a
confissões de pecado e seus rogos por livramento (v. 1O) e suscitava juízes, entre os bênção segundo a aliança, nos dias de Moisés (Dt 6.2,24; 10.12; 31.12-13). nos
quais estava o próprio Samuel (v 11 ). Dentro desse contexto da suficiência da dias de Josué (Js 4.24; 24.14) e agora, na nova era da monarquia, o "temor ao
provisão do Senhor, a exigência do povo em ter um rei humano, embora o próprio SENHOR" significa reverenciar e dar-lhe a honra e obediência que lhe pertencem
Senhor fosse seu rei (v. 12), pode ser considerada rebelião (8. 7). Mesmo assim, a como Deus e como Pai gracioso.
monarquia pode ter sucesso. se tanto o rei quanto o povo temerem ao SENHOR, o •12.16-19 Tendo pleiteado a sua causa contra o povo nos vs. 3-15, Samuel
seivirem e atenderem à sua voz (v. 14). passa a invocar um sinal dramático para reforçar sua declaração da culpa do
•12.3 seu ungido. Ver nota em 2.1 O. A unçáo de Saul é ordenada em 9.16 e povo. Osinal produz o resultado desejado. e o povo se arrepende porque "a todos
realizada em 10.1. os nossos pecados acrescentamos o mal de pedir para nós um rei" (v. 19).
Quanto aos sinais que acompanham as declarações proféticas. ver 2.34, nota.
de quem tomei o boi ... o jumento. Oboi e o jumento. possessões valiosas nos
tempos bíblicos. sáo mencionados no décimo mandamento como objetos típicos •12.17 sega do trigo. Otrigo era. provavelmente. segado em maio e junho, no
da cobiça (Êx 20.17; Dt 521). começo da estação seca de Israel.
1 SAMUEL 12, 13 328
dia; pelo que 'todo o povo temeu em grande maneira ao dos filisteus, e também Israel se fez odioso aos filisteus.
SENHOR e a Samuel. Então, o povo foi convocado para junto de Saul, em Gilgal.
19Todo o povo disse a Samuel: 5 Roga pelos teus servos ao 5 Reuniram-se os filisteus para pelejar contra Israel: 2 trinta
SENHOR, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a mil carros, e seis mil cavaleiros, e povo em multidão !como a
todos os nossos pecados acrescentamos o mal de pedir para nós areia que está à beira-mar; e subiram e se acamparam em
um rei. 20 Então, disse Samuel ao povo: Não temais; tendes Micmás, ao oriente de gBete·Áven. 6 Vendo, pois, os homens
cometido todo este mal; 1no entanto, não vos desvieis de seguir de Israel que estavam em apuros (porque o povo estava aper·
o SENHOR, mas servi ao SENHOR de todo o vosso coração. tado), hesconderam-se pelas cavernas, e pelos buracos, e pe:
21 "Não vos desvieis; vpois seguiríeis coisas vãs, que nada los penhascos, e pelos túmulos, e pelas cisternas. 7 Também
aproveitam e tampouco vos podem livrar, porque vaidade são. alguns dos hebreus passaram o Jordão para ia terra de Gade e
22 Pois o SENHOR, xpor causa do seu grande nome, znão desam- Gileade; e o povo que permaneceu com Saul, estando este
parará ªo seu povo, porque baprouve ao SENHOR fazer-vos o seu ainda em Gilgal, se encheu de temor.
povo. 23 Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o
SENHOR, e deixando de orar por vós; antes, dvos ensinarei eo Saul oferece sacrifícios e é reproYado por Samuel
caminho bom e direito. 24.ffão-somente, pois, temei ao SENHOR 8/Esperou Saul sete dias, segundo o prazo determinado por
e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois gvede quão Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espa·
hgrandiosas coisas vos fez. 2S Se, porém, perseverardes em fazer lhando dali. 9 Então, disse Saul: Trazei-me aqui o holocausto e
o mal, iperecereis, itanto vós como o vosso rei. ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. 10 Mal acabara ele de
oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao en·
Guerra entre os israelitas e os filisteus contro, para o 3 saudar. tt Samuel perguntou: Que fizeste? Res·
Um ano 1reinara Saul em Israel. No segundo ano de pondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando daqui, e que tu
13 seu reinado sobre o povo, 2 escolheu para si três mil
homens de Israel; estavam com Saul dois mil em ª Micmás e na
não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se tinham
ajuntado em Micmás, 12 eu disse comigo: Agora, descerão os
região montanhosa de Betel, e mil estavam com bJônatas em filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolên·
ccibeá de Benjamim; e despediu o resto do povo, cada um eia do SENHOR; e, forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaus·
para sua casa. 3 Jônatas derrotou da guarnição dos filisteus que tos. 13 Então, disse Samuel a Saul: 1Procedeste nesciamente
estava em eGibeá, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul fez mem não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te
tocar a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam isso os ordenou; pois teria, agora, o SENHOR confirmado o teu reino so·
hebreus. 4 Todo o Israel ouviu dizer: Saul derrotou a guarnição bre Israel para sempre. 14 nJá agora não subsistirá o teu reino .
• o 1Sm 16.1 PAt 7.46; 13.22q1Sm15.11.~~ r1s~ 15 13.2.6-7; 14.2 4Conforme TM e T; LXX e V acrescentam Eorestodopovosubiuapós
Sau/ para encontrara povo que lutara contra eles, indo de Gilgal até Gibeá no monte de Benjamim 16 Sou Gibeá 17 5 Js 18.23 18 t Js
16.3; 18.13-14 u Ne 11.34 19 vJz 5.8 21 ô Hebr. pim, equivalente a oito gramas de prata 70u e para as forquinhas de três dentes, e para
os machados, e para consertar as aguilhadas 22 x Jz 5.8 23z1Sm 14.1.4
CAPÍTUL014 t Iaorapazquecarregavasuasarmas 2ª1Sm13.15-16 Jb1Sm229.11,20C1Sm4.21 d1Sm2.28 4e1Sm13.23
611Sm17.26.36; Jr 9.25-26 g Jz 7.4.7; 1Sm17.46-47; 2Cr 14.11; [SI 115.3; 135.6; Zc 4.6; Mt 19.26; Rm 8.31] 10 h Gn 24.14; Jz 6.36-40
ti i1Sm 13.6; 14.22 t22Lit.faremos-vosaprenderumacoisa
um homem que lhe agrada. A frase pode ser interpretada como "um homem •14.3 filho de Aitube, irmão de lcabô. A presença de um membro da casa sa-
da sua própria escolha." ressaltando a eleição soberana da parte de Deus. cerdotal de Eli, rejeitada por Deus (2.30). no arraial de Saul traz à memória arejei-
Mesmo assim, à luz de textos bíblicos tais como 2.35; 16.7, o texto também diz ção recente da própria casa real de Saul (13.14).
que Davi, o escolhido do Senhor, "era segundo o coração de Deus" no sentido de trazia a estola sacerdotal. A presença no arraial de Saul da estola sacerdotal,
estar dedicado à sua vontade e aos seus propósitos. que era usada para indagar a vontade de Deus (2.28. nota). encoraja a expectati-
•13.15 Então, se levantou Samuel. Por causa das ações estultas de Saul, va de que a usará para pedir a orientação divina. conforme fez Davi em data pos-
parece que Samuel partiu sem dar mais instruções a ele (10.8). O texto mais terior (23.9-12; 30 7-8). Nesse caso. no entanto. Saul deixa por conta de Jônatas
longo na Septuaginta (a antiga tradução grega do Antigo Testamento; ver a nota a tarefa de descobrir a vontade do Senhor (v. 1O, nota). No v. 19 (nota). Saul de-
textual) é. provavelmente, correto e sugere que, depois de Samuel partir, Saul monstra uma falta de respeito para com a estola sacerdotal; e, mais tarde, ataca
voltou a ficar com Jônatas em Geba (v. 2. nota; v. 16, nota). de modo selvagem aqueles cujo dever é cuidar da estola sacerdotal e zelar pelo
seu devido uso (22.18; cf. 21.9). No fim, os esforços de Saul para descobrir a von-
•13.16 Geba. Ver nota textual. Outra leitura possível é "Gibeá" (v 2, nota).
tade do Senhor recebem só o silêncio como resposta (28.6, nota).
•13.17 saqueadores saíram ... em três tropas. Grupos de assalto •14.4 Bozez ... Sené. Esses nomes significam, possivelmente, "escorregadio" e
aterrorizavam e saqueavam, além de manter a pressão militar mediante o "espinhoso" e assim dramatizam o desafio que Jônatas tinha diante dele.
reconhecimento e o controle de vias de acesso importantes. •14.6 incircuncisos. Os incircuncisos eram pessoas que, assim como os filiste-
•13.19-21 Aos israelitas faltavam armas, e até mesmo dependiam dos filisteus us, estavam fora da aliança com Deus (Gn 17.14; Êx 12.48; Jz 14.3; 15.18).
para afiar seus instrumentos agrícolas. As evidências arqueológicas sugerem que para o SENHOR nenhum impedimento há de livrar. Compare a confiança de
os filisteus aprenderam a forjar ferro antes dos seus vizinhos. Davi em 17.47. Embora o narrador não ofereça nenhuma crítica à desculpa de
•13.22 com Saul e com Jônatas, seu filho. Esse fato lança as esperanças de Saul em 13.11 (que "o povo ia se espalhando," etc.), a confissão corajosa de Jô-
Israel em duas pessoas em particular. e o capítulo seguinte faz uma comparação natas serve de comentário indireto sobre a mediocridade daquela desculpa.
entre elas, deixando Saul em desvantagem. •14.10 Isto nos servirá de sinal. Jônatas não quer adiantar-se sem a
•14.1 Porém não o fez saber a seu pai. Jônatas. ao resolver não contar ao aprovação do Senhor. Nisto, é mais fiel do que o seu pai, que parece demonstrar
seu pai a respeito do seu plano ousado, talvez dê a entender sua falta de cada vez menos compromisso com a busca da orientação divina (13.8-15;
confiança neste (cf. a reação semelhante de Abigail diante da atitude do marido 14.18-19,36 e notas).
Nabal, em 25 19). •14.11 hebreus. Ver nota em 4.6.
1SAMUEL14 330
icaíram diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás temia a conjuração. 27 Jônatas, porém, não tinha ouvido
dele. 14 Sucedeu esta primeira derrota, em que Jônatas e o quando seu pai conjurara o povo, e estendeu a ponta da vara
seu escudeiro mataram perto de vinte homens, em cerca de que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, levando a
3 meia jeira de terra. ts 1Houve grande 4 espanto no arraial, no mão à boca, tornaram a brilhar os seus olhos. 28 Então, res-
campo e em todo o povo; também a mesma guarnição e mos pondeu um do povo: Teu pai conjurou solenemente o povo
saqueadores tremeram, e até a terra se estremeceu; e tudo e disse: Maldito o homem que, hoje, comer pão; estava
passou a ser num terror de Deus. exausto o povo. 29 Então, disse Jônatas: Meu pai turbou a
16 Olharam as sentinelas de Saul, em Gibeá de Benjamim, terra; ora, vede como brilham os meus olhos por ter eu pro-
e eis que a multidão se dissolvia, ºcorrendo uns para cá, vado um pouco deste mel. 30 Quanto mais se o povo, hoje,
outros para lá. t7Então, disse Saul ao povo que estava com tivesse comido livremente do que encontrou do despojo de
ele: Ora, contai e vede quem é que saiu dentre nós. Conta- seus inimigos; porém desta vez não foi tão grande a derrota
ram, e eis que nem Jônatas nem o seu escudeiro estavam ali. dos filisteus.
18 Saul disse a Aías: Traze aqui a 5 arca de Deus (porque, 31 Feriram, porém, aquele dia aos filisteus, desde Micmás
naquele dia, ela estava com os filhos de Israel). 19 Enquanto até Aijalom. O povo se achava exausto em extremo; 32 e, lan-
Saul Pfalava ao sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos çando-se ao ódespojo, tomaram ovelhas, bois e bezerros, e os
filisteus crescia mais e mais, pelo que disse Saul ao sacerdote: mataram no chão, e os comeram z com sangue. 33 Disto infor-
Desiste de trazer a arca. 20 Então, Saul e todo o povo que maram a Saul, dizendo: Eis que o povo peca contra o SENHOR,
estava com ele se ajuntaram e vieram à peleja; e q a espada de comendo com sangue. Disse ele: Procedestes aleivosamente;
um era contra o outro, e houve mui grande tumulto. rolai para aqui, hoje, uma grande pedra. 34 Disse mais Saul:
21 Também com os filisteus dantes havia hebreus, que Espalhai-vos entre o povo e dizei-lhe: Cada um me traga o seu
subiram com eles ao arraial; e também estes se ajuntaram boi, a sua ovelha, e matai-os aqui, e comei, e não pequeis con-
com os israelitas que estavam com Saul e Jônatas. 22 Ouvin- tra o SENHOR, comendo com sangue. Então, todo o povo trou-
do, pois, todos os homens de Israel que 'se esconderam pela xe de noite, cada um o seu boi de que já lançara mão, e os
região montanhosa de Efraim que os filisteus fugiram, eles mataram ali. 35 ªEdificou Saul um altar ao SENHOR; este foi o
também os perseguiram de perto na peleja. 23 sAssim, livrou primeiro altar que lhe edificou.
o SENHOR a Israel naquele dia; e a batalha passou além de
1
Bete-Áven. fônatas sal\lo pelo pOYo
36 Disse mais Saul: Desçamos esta noite no encalço dos
O voto de Saul filisteus, e despojemo-los, até o raiar do dia, e não deixemos
24 Estavam os homens de Israel angustiados naquele dia, de resto um homem sequer deles. E disseram: Faze tudo o
porquanto Saul "conjurara o povo, dizendo: Maldito o ho- que bem te parecer. 37 Disse, porém, o sacerdote: Chegue-
mem que comer pão antes de anoitecer, para que me vingue mo-nos aqui a Deus. Então, bconsultou Saul a Deus, dizen-
de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de pro- do: Descerei no encalço dos filisteus? Entregá-los-ás nas
var pão. 25 vTodo o povo chegou a um bosque onde havia mãos de Israel? Porém e aquele dia Deus não lhe respondeu.
xmel no chão. 26 Chegando o povo ao bosque, eis que corria 38 Então, disse Saul: d Chegai-vos para aqui, todos os chefes
mel; porém ninguém chegou a mão à boca, porque o povo do povo, e informai-vos, e vede qual o pecado que, hoje, se
-~~~~~~~~~~~
13 iLv 26.8; Js 23.10 14 3Lit.metadedaárealavradaporumajuntadebois em um dia 15 1Dt28.7; 2Rs 7.6-7; Jó 18.11 m 1Sm 13.17 nGn
35.54terror 16°1Sm14.20 t85ConformeTM.TeV;LXXephod 19PNm27.21 20qJz7.22;2Cr20.23 22'1Sm13.6 2JSÊx
14.30; 2Cr 32.22; Os 1. 7 t 1Sm 13.5 24 u Js 6.26 25 v Dt 9.28; Mt 3.5 x Êx 3.8; Nm 13.27; Mt 3.4 32 z Gn 9.4; Lv 3.17; 17.10-14;
19.26; Dt 12.16,23-24; At 15.20 ô espólio ou saque 35a1 Sm 7.12,17; 2Sm 24.25 37 bJz 20.18 C1Sm 28.6 38 d Js 7.14
•14.18 arca de Deus. Ver nota textual. A Septuaginta (antiga tradução grega do •14.27 Jônatas, porém, não tinha ouvido. Isso, provavelmente, porque saíra
Antigo Testamento) contém o termo "estola sacerdotal", o que é, provavelmente, do arraial antes do juramento ter sido imposto (v. 24, nota)
correto, pois essa estola sacerdotal estava claramente presente em Gibeá (v. 3, •14.29 Meu pai turbou a terra. A falta de confiança de Jônatas em seu pai,
nota) e era usada para inquirir do Senhor (2.28, nota). O texto existente em implícita na exclusão dele de seus planos (v. 1). agora passa a ser uma condenação
hebraico, "arca," é duvidoso, porque a arca estava em Quiriate-Jearim nessa aberta da ação estulta do seu pai ao submeter o povo a um juramento. Assim como
ocasião (7.1-2); nunca é dito que a arca foi usada como meio de obter uma no caso de Acã (Js 7.16-18,25). a sorte será lançada para desmascarar o culpado,
mensagem divina; e tocar na arca (cf. v. 19) resultava em morte (6.19; 2Sm 6.6-7). o "perturbador" da terra. A sorte revela Jônatas como aquele que violou o
•14. 19 Desiste. Ao mandar o sacerdote deixar de fazer uso do instrumento juramento (v 42), mas o verdadeiro perturbador de Israel era Saul.
mediante o qual a vontade do Senhor poderia ter sido determinada, Saul assume •14.31 Aijalom. Cerca de 24 km ao oeste de Micmás, no vale de Aijalom, que
sobre si mesmo a responsabilidade pelos acontecimentos (cf. 139). parece ser o caminho que os filisteus seguiram de volta ao seu país.
•14.21 hebreus. Ver nota em 4.6 •14.33 comendo com sangue. No Antigo Testamento, são registradas
proibições freqüentes contra comer sangue (Gn 9.4; Lv 3.17; 7.26-27; 17.10, 12;
•14.24 angustiados naquele dia. Esse é um relato de algo que aconteceu 19.26; Dt 15.23; Ez 33.25).
anteriormente naquele mesmo dia, ou seja, depois de Jônatas sair para atacar os •14.35 o primeiro altar. Étambém o único altar a ser mencionado.
filisteus (vs. 13-14). mas antes de Saul entrar na batalha (v 20).
•14.37 Disse, porém, o sacerdote. Éincomum que o sacerdote, provavel-
porquanto Saul. Isto também pode significar "assim Saul'', significando que mente Aías (v 3). tenha tomado a iniciativa. Mas o fato condiz com o padrão cada
Saul colocou o povo sob um juramento por causa da tristeza deles, e não que a vez menor do compromisso de Saul na busca pela orientação do Senhor (v. 1O,
tristeza houvesse sido causada por aquilo que Saul disse ao povo. nota).
cometeu. 39 Porque e tão certo como vive o SENHOR, que sal-
va a Israel, ainda que com meu filho Jônatas esteja a culpa,
seja morto. Porém nenhum de todo o povo lhe respondeu.
40 Disse mais a todo o Israel: Vós estareis de um lado, e eu e
331 1 SAMUEL 14, 15
da mais nova, 8 Mical. 50 A mulher de Saul chamava-se Ainoã,
filha de Aimaás. O nome do general do seu exército, Abner,
filho de Ner, 1tio de Saul. 51 "Ouis era pai de Saul; e Ner, pai
de Abner, era filho de Abiel. 52 Por todos os dias de Saul,
l
meu filho Jônatas, do outro. Então, disse o povo a Saul: Faze houve forte guerra contra os filisteus; pelo que Saul, a todos
o que bem te parecer. 41 Falou, pois, Saul ao SENHOR, Deus os homens fortes e valentes que via, vos agregava a si.
de Israel: 1Mostra 7 a verdade. 8Então, Jônatas e Saul foram
indicados por sorte, e o povo saiu livre. 42 Disse Saul: Lançai a A desobediência de Saul e a sua rejeição
sorte entre mim eJônatas, meu filho. E foi indicado Jônatas. Disse Samuel a Saul: ªEnviou-me o SENHOR a ungir-te
43 Disse, então, Saul aJônatas: hDeclara-me o que fizeste.
E Jônatas lhe disse: ;Tão-somente provei um pouco de mel
15 rei sobre o seu povo, sobre Israel; atenta, pois, agora,
às palavras do SENHOR. Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
2
com a ponta da vara que tinha na mão. Eis-me aqui; estou Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel: bter-se oposto a Is-
pronto para morrer. 44 Então, disse Saul: !Deus me faça o que rael no caminho, quando este subia do Egito. 3 Vai, pois,
bem lhe aprouver; 1é certo que morrerás, Jônatas. 45 Porém o agora, e Cfere' a Amaleque, e ddestrói totalmente a tudo o
povo disse a Saul: Morrerá Jônatas, que efetuou tamanha que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e
salvação em Israel? Tal não suceda. mTão certo como vive o mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos
SENHOR, não lhe há de cair no chão um só cabelo da cabeça! e jumentos.
Pois nfoi com Deus que fez isso, hoje. Assim, o povo salvou a 4 Saul convocou o povo e os contou em Telaim: duzen-
Jônatas, para que não morresse. 46 E Saul deixou de perseguir tos mil homens de pé e dez mil homens de Judá. 5 Chegan-
os filisteus; e estes se foram para a sua terra. do, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs emboscadas no
47 Tendo Saul assumido o reinado de Israel, pelejou contra vale. 6 E disse e aos queneus: !\de-vos, retirai-vos e saf do
todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, os filhos de meio dos amalequitas, para que eu vos não destrua junta-
0 Amom e Edom; contra os reis de P Zobá e os filisteus; e, para mente com eles, porque 8usastes de misericórdia para com
onde quer que se voltava, era 8 vitorioso. 48 Houve-se todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Assim, os
varonilmente, e qferiu 9 os amalequitas, e libertou a Israel das queneus se retiraram do meio dos amalequitas. 7 hEntão,
mãos dos que o saqueavam. feriu Saul os amalequitas, desde iHavilá até chegar a /Sur,
49 'Os filhos de Saul eram Jônatas, IJsvi e Malquisua; os que está defronte do Egito. 8 1Tomou vivo a Agague, rei dos
nomes de suas duas filhas eram: o da mais velha, Merabe; o amalequitas; porém ma todo o povo destruiu a fio de espada .
j
ressaltando o tema central da obediência (''atentar,'' "dar ouvidos,'' "obedecer,'' e
"voz," e "balido. mugido", nos vs. 1,14,19-20,22.24). todo o povo. Não se trata de "todos" sem exceção, mas de todos .quantos
1SAMUEL15 332
9 E Saul e o povo npouparam Agague, e o melhor das ove- caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os
lhas e dos bois, e os animais gordos, e os cordeiros, e 0 me- amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los. 19 Por que,
lhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; pois, não atentaste à voz do SENHOR, mas te lançaste ao
porém toda coisa vil e desprezível destruíram. 2despojo e fizeste o que era mau aos olhos do SENHOR?
to Então, veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: 20 Então, disse Saul a Samuel: xpelo contrário, dei ouvidos à
t t 0 Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto voz do SENHOR e segui o caminho pelo qual o SENHOR me
Pdeixou de me seguir qe não executou as minhas palavras. enviou; e trouxe aAgague, rei de Amaleque, e os amalequitas,
Então, 'Samuel se éontristou e toda a noite clamou ao SENHOR. os destruí totalmente; 21 zmas o povo tomou do despojo
12 Madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã; e ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para
anunciou-se àquele: Já chegou Saul ao scarmelo, e eis que oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal. 22 Porém Samue\
levantou para si um monumento; e, dando volta, passou e disse: ªTem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaus-
desceu a Gilgal. 13 Veio, pois, Samuel a Saul, e este lhe disse: tos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis
tBendito sejas tu do SENHOR; executei as palavras do SENHOR. que bo obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender,
14 Então, disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este nos melhor do que a gordura de carneiros. 23 Porque a rebelião é
meus ouvidos e o mugido de bois que ouço? ts Respondeu como o pecado de 3feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria
Saul: De Amaleque os trouxeram; "porque o povo poupou o e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR,
melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao SENHOR, teu e ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
Deus; o resto, porém, destruímos totalmente. 16 Então, disse 24 dEntão, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o
Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o SENHOR me disse mandamento do SENHOR e as tuas palavras; porque e temi o
esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala. povo e dei ouvidos à sua voz. 2s Agora, pois, te rogo, perdoa-
17 Prosseguiu Samuel: Porventura, vsendo tu pequeno aos me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR.
teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel, e não te 26 Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; /visto
ungiu o SENHOR rei sobre ele? 18 Enviou-te o SENHOR a este que rejeitaste a palavra do SENHOR, já ele te rejeitou a ti, para
17 Ajuntaram os filisteus as suas tropas para a guerra, e 16 Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à tarde; e apre·
congregaram-se em ªSocá, que está em Judá, e sentou-se por quarenta dias.
acamparam-se entre Socá e Azeca, em Efes-Damim. 2 Porém 17 Disse Jessé a Davi, seu filho: Leva, peço-te, para teus
Saul e os homens de Israel se ajuntaram, e acamparam no irmãos um efa deste trigo tostado e estes dez pães e corre a
CAPITULO 17 ta Js 15.35; 2Cr 28.18 4 b 2Sm 21.19 e Js 11.21-22 8 d 1Sm 8.17 9 e 1Sm 11.1 JO/ 1Sm 17.26,36.45; 2Sm
21.21 12 gRt4.22; 1Sm 16.1,18; 17.58 hGn35.19ilSm16.10-11; 1Cr2.13-15 13j1Sm 16.6,8-9; 1Cr2.13 1511sm16.11,19; 2Sm 7.8
o Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Ver notas em 10.6; 11.6. O •16.21 este o amou muito. Não fica claro no texto se essas palavras descrevem
revestimento de Davi pelo Espírito "daquele dia em diante" destaca-o de Saul le a atitude de Saul para com Davi ou de Davi em relação a Saul. Note, também, o
também de Sansão), sobre quem o Espírito vinha apenas esporadicamente. modo de Jônatas corresponder a Davi 118.1,3; 20.17), bem como o de Mica!
•16.14 Tendo-se retirado de Saul o Espírito do SENHOR. A presença do Espí- 118.20,28), do povo 118.16) e, possivelmente, até mesmo os demais seivos de Saul
rito de Deus. que confere poder e validade. deve ter sido removida de Saul na oca- 118.22). Osentido provável é o de que "Saul amou a Davi" !ver o v. 22).
sião da sua rejeição definitiva como rei no cap. 15 lcf. também v. 1). •17.1 entre Socó e Azeca, em Efes-Damim. Socá ficava 24 km ao oeste de Be-
um espírito maligno. Cf. 1Rs 22.21-23. A palavra hebraica pode descrever algo lém, perto da fronteira da Filistéia. e Azeca ficava quase 4 km ao noroeste de Socá.
que perturba, aflige ou que é danoso. •17.2 vale de Elá. Ovale desce do leste para o oeste, e passa imediatamente
•16.18 homem de guerra. Esse relatório talvez pareça estar em conflito com a ao norte de Socá e Azeca.
declaração de Saul em 17.33 de que Davi, sendo só um jovem na ocasião, não es- •17 .4 guerreiro. Éraro no Antigo Testamento o resultado de uma luta mortal en-
tava em pé de igualdade com Golias. Pode-se dizer, como resposta, que a reco- tre dois campeões ser considerado como a vontade dos deuses !compare 2Sm
mendação feita de Davi era, decerto. um exagero, assim como uma carta de 2.14-16). Ébem atestado, porém, entre alguns dos vizinhos de Israel.
referência nos dias de hoje. Por outro lado, Saul estava comparando Davi com Go- seis côvados e um palmo. São quase 3 metros A Septuaginta !tradução grega
lias e relutava em tomar o risco de mandar alguém contra o gigante filisteu. primitiva do Antigo Testamento), os Manuscritos do Mar Morto, e Josefa !Anti-
o SENHOR é com ele. Esse fato, mais do que qualquer qualidade humana, expli- güidades 6.9.1) registram quatro côvados ao invés de seis. Assim, Golias teria
cará a ascensão persistente !embora custosa) de Davi ao poder, ao passo que o cerca de dois metros, o que não deixava de ser uma altura notável segundo os pa-
crescente reconhecimento de Saul de que Davi havia sido preferido em lugar dele drões da antiguidade.
desempenhará um papel considerável na sua própria desintegração psicológica •17.5-7 Ésurpreendente a descrição pormenorizada da armadura e das armas
13.19; 17.37; 18.12.28-29; 20.13; 2Sm 7.9 e notas) de Golias. Davi, porém, não precisa confiar em equipamentos lvs 39,50).
•16.19 Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas. Saul, sem o •17.11 Saul. O desafio dos filisteus aos "servos de Saul" tinha sido o de
saber, convida seu futuro substituto a fazer parte da sua corte. A ascensão de "escolher um homem" (v. 8). A escolha lógica teria sido Saul (9.2; 10.23-24). mas
Davi ao poder é dirigida providencialmente. não sendo resultado do esforço hu- este se encontrava tão aterrorizado quanto os demais.
mano ou da cobiça pelo poder. •17.12 efrateu. Ver Gn 35.19; 48.7; Rt 1.2; 4.11; 1Cr 44; Mq 5.2.
335
levá-los ao acampamento, a teus irmãos. 18 Porém estes dez para outro e XfaJou a mesma coisa; e o povo lhe tornou a
queijos, leva-os ao comandante de mil; e visitarás teus irmãos, responder como dantes.
1SAMUEL17 l
ma ver se vão bem; e trarás uma prova de como passam.
19 Saul, e eles, e todos os homens de Israel estão no vale de Dan dispõe-se a pelejar contra o gigante
Elá, pelejando com os filisteus. 31 Ouvidas as palavras que Davi falara, anunciaram-nas a
20 Davi, pois, no dia seguinte, se levantou de madrugada, Saul, que mandou chamá-lo. 32 Davi disse a Saul: zNão
deixou as ovelhas com um guarda, carregou-se e partiu, desfaleça o coração de ninguém por causa dele; ªteu servo irá e
como Jessé lhe ordenara; e chegou ao acampamento quando pelejará contra o filisteu. 33 Porém Saul disse a Davi: bContra o
já as tropas saíam para formar-se em ordem de batalha e, a filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda
gritos, chamavam à peleja. 21 Os israelitas e filisteus se moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade. 34 Respondeu
puseram em ordem, fileira contra fileira. 22 Davi, deixando o Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai;
que trouxera aos cuidados do guarda da bagagem, correu à quando veio cum leão ou um urso e tomou um cordeiro do
batalha; e, chegando, perguntou a seus irmãos se estavam rebanho, 35 eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua
bem. 23 Estando Davi ainda a falar com eles, eis que vinha boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o
subindo do exército dos filisteus o duelista, cujo nome era feli, e o matei. 36 O teu servo matou tanto o leão como o urso;
Golias, o filisteu de Cate; e falou nas mesmas coisas que antes este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto
falara, e Davi o ouviu. afrontou os exércitos do Deus vivo. 37Disse mais Davi: dQ
SENHOR me livrou das garras do leão e das do urso; ele me
O gigante Cofias insulta os israelitas livrará das mãos deste filisteu. Então, disse Saul a Davi: evai-te,
24Todos os israelitas, vendo aquele homem, fugiam de e o SENHOR seja contigo. 38 Saul vestiu a Davi da sua 2 armadu-
diante dele, e temiam grandemente, 25 e diziam uns aos ra, e lhe pôs sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu
outros: Vistes aquele homem que subiu? Pois subiu para de uma couraça. 39 Davi cingiu a espada sobre a armadura e
afrontar a Israel. A quem o matar, o rei o cumulará de grandes experimentou andar, pois jamais a havia usado; então, disse
riquezas, e ºlhe dará por mulher a filha, e à casa de seu pai Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o usei. E
isentará de impostos em Israel. 26 Então, falou Davi aos Davi tirou aquilo de sobre si. 40Tomou o seu cajado na mão, e
homens que estavam consigo, dizendo: Que farão àquele escolheu para si cinco pedras lisas do Iibeiro, e as pôs no alforje
homem que ferir a este filisteu e tirar Pa afronta de sobre Israel? de pastor, que trazia, a saber, no surrão; e, lançando mão da sua
Quem é, pois, esse qincircunciso filisteu, para rafrontar os funda, foi-se chegando ao filisteu.
exércitos 5 do Deus vivo? 27E o povo lhe repetiu as mesmas
palavras, dizendo: 1Assim farão ao homem que o ferir. Dan encontra-se com o gigante e mata-o
28 Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles 41 O filisteu também se vinha chegando a Davi; e o seu
homens, "acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que escudeiro ia adiante dele. 42 Olhando o filisteu e vendo a
desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no Davi, lo desprezou 3 , porquanto era moço gruivo e de boa
deserto? Bem conheço a tua presunção e a tua maldade; aparência. 43 Disse o filisteu a Davi: hSou eu algum cão, para
desceste apenas para ver a peleja. 29 Respondeu Davi: Que fiz vires a mim com paus? E, pelos seus deuses, amaldiçoou o
eu agora? vFiz 1 somente uma pergunta. 30 Desviou-se dele filisteu a Davi. 44 ;Disse mais o filisteu a Davi: Vem a mim, e
•=~·
4S i2Sm 22.33,35; 2Cr 32.8; SI 124.8; [2Co 10.4]; Hb 11.33-34 11 Sm 17.1 O 46 m Dt 28.26 n Js 4.24; 1Rs8.43; 18.36; 2Rs 19.19; Is 52.1 O
47o1Sm 14.6; 2Cr 14.11; 20.15; SI 44.6; Os 1.7; Zc 4.6 P2Cr 20.15 48 qSI 27.3 50 r Jz 3.31; 15.15; 20.16 51 s 1Sm 21.9; 2Sm 23.21 IHb
11.34 52 u Js 15.36 4Conforme LXX; TM. S. Te Vum vale 55 v1sm 14.50x1sm16.21-22 57 z1sm 17.54 58a1Sm 17.12
CAPITULO 18 1 ª Gn 44.30 b Dt 13.6; 1Sm 20.17; 2Sm 1.26 Ia vida de Jônatas estava ligada com a vida de 2 e1Sm 17.15 3 d 1Sm
20.8-17 520uprosperava 6eÊx15.20-21 7/Êx15.2181Sm2111;29.5 ShEc4.4
•17.45 em nome do SENHOR dos Exércitos. Ver nota em 1.3. Davi vem "em talvez reflita. também. seu conhecimento de que seu reino acabaria sendo dado
nome" de Deus, ou seja, pela autoridade e poder de Deus. Quanto ao significado "ao teu próximo, que é melhor do que tu" (15.28). Ver 18.8 e nota.
do nome de Deus como expressão do seu caráter, ver, por exemplo, Êx 34.5-7. •18.2 não lhe permitiu que tomasse para casa de seu pai. Ver nota em 17 .15.
•17 .46 os cadáveres ... dos filisteus. Davi sobrepuja as ameaças de Gol ias (v. •18.3 aliança. Anatureza da aliança não é declarada explicitamente. Ver ov. 4, nota.
44). pois a sua contra-ameaça abrange a totalidade do exército filisteu. Mais referências à aliança entre Jônatas e Davi incluem 20.8, 13-17.42; 22.8; 23.18.
•17.47 do SENHOR é a guerra. Ver notas nos vs. 38-39; 14.6. •18.4 Despojou-se Jônatas da capa. Como príncipe herdeiro (20.31 ). era de
•17.50 matou. Ou seja, deu-lhe a ferida mortal (v. 51, nota). se esperar que sucederia seu pai como rei. Em 13.22. Jônatas e Saul tinham sido
não havia espada. Esse versículo assinala o auge da luta entre Golias, que tinha distinguidos do restante do povo por possuírem espadas e lanças. Nesse caso,
todas as vantagens (do ponto de vista físico). e Davi, que tinha Deus do seu lado e Jônatas, ao doar a Davi sua capa e suas armas. não somente quis demonstrar a
que conseguiu triunfar até mesmo sem uma espada (cf. vs. 45-47). sua lealdade, mas também o seu reconhecimento de Davi como sendo a escolha
•17.51 matou. Aqui é usada uma forma diferente do verbo hebraico usado no v. de Deus para ser o próximo rei. Ver a confissão explícita de Jônatas em 23.17; ver
50; o sentido seria "liquidou.'' assim como também em 14.13. também 2Sm 1.1 O, nota.
•17 .52 Gate e••• Ecrom. Ver notas em 4.1; 5.8, 1O. •18.5 Saul o pôs sobra tropas. Osucesso militar continua a distinguir Davi, e
•17.54 e a trouxe a Jerusalém. Visto que Jerusalém ainda estava nas mãos Saul concede a Davi um comando militar à altura das suas realizações.
dos jebuseus (2Sm 5.6-9 e notas). essa observação deve ser entendida como •18.7 Davi, os seus dez milhares. Ver 21.11; 29.5. Um aspecto comum da
uma referência a uma ocasião posterior. poesia hebraica é aumentar ou intensificar um ou mais termos da primeira
•17.55 De quem é filho este jovem. Apergunta de Saul e a resposta de Abner metade de um verso na segunda metade. Quanto ao paralelismo entre mil e dez
parecem estar em conflito com os eventos descritos em 16.18-22. Ao mesmo mil, verDt32.30; SI 91.7; 144.13; Mq 6.7. Quero cântico das mulheres louve Saul
tempo, parece haver um relacionamento cronológico entre os caps. 16-17 (v. e Davi de maneira igual, quer subentenda que Davi é melhor do que Saul, este
15; 18.2). Apergunta de Saul pode ter sido inspirada pela preocupação em saber certamente fica ofendido (v. 8).
mais a respeito da posição social de quem receberia a promoção prometida em •18.8 que lha falta, senão o reino. Saul lcom razão) percebe que Davi pode
1725, inclusive o casamento com sua filha. Aintensidade do interesse de Saul ser o "próximo" que o substituirá 115.28; 17.55, nota).
337 1 SAMUEL 18, 19
senão ;o reino? 9 Daquele dia em diante, Saul não 3via a Davi Eis que o rei tem afeição por ti, e todos os seus servos te
l
com bons o\hos. amam; consente, pois, em ser genro do rei. 23 Os servos de
10 No dia seguinte, ium espírito maligno, da parte de Saul falaram estas palavras a Davi, o qual respondeu: Pare-
Deus, se apossou de Saul, 1que teve uma crise de raiva em ce-vos coisa de somenos ser genro do rei, sendo eu homem
casa; e Davi, como nos outros dias, mdedilhava a harpa; pobre e de humilde condição? 24 Os servos de Saul lhe refe-
nsaul, porém, trazia na mão uma lança, 11 que ªarrojou, riram isto, dizendo: 5 Tais foram as palavras que falou Davi.
dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou 25 Então, disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não deseja
dele por duas vezes. gdote algum, mas cem prepúcios de filisteus, para tomar
12 PSaul temia a Davi, porque qo SENHOR era com este e hvingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul ;tentava fa-
rse tinha retirado de Saul. 13 Pelo que Saul o afastou de si e o zer cair a Davi pelas mãos dos filisteus. 26 Tendo os servos
pôs por chefe de mil; sele fazia saídas e entradas militares de Saul referido estas palavras a Davi, agradou-se este de
diante do povo. 14 Davi lograva bom êxito em todos os seus que viesse a iser genro do rei. Antes de vencido o prazo,
empreendimentos, pois 10 SENHOR era com ele. 15 Então, 27 dispôs-se Davi e partiu 1com os seus homens, e feriram
vendo Saul que Davi lograva bom êxito, tinha medo dele. dentre os filisteus duzentos homens; mtrouxe os seus prepú-
16 Porém "todo o Israel e Judá amavam Davi, porquanto fazia cios e os entregou todos ao rei, para que lhe fosse genro.
saídas e entradas militares diante deles. Então, Saul lhe deu por mulher a sua filha Mica!. 28 Viu Saul
e reconheceu que o SENHOR era com Davi; e Mica!, filha de
Saul intenta matar a Da'li pela astúcia Saul, o amava. 29 Então, Saul temeu ainda mais a Davi e
17 Disse Saul a Davi: Eis aqui Merabe, minha filha mais 6 continuamente foi seu inimigo.
velha, que vte darei por mulher; sê-me somente filho valente JO Cada vez que os príncipes dos filisteus nsaíam à batalha,
e guerreia xas guerras do SENHOR; porque Saul dizia consigo: Davi ºlograva mais êxito do que todos os servos de Saul;
zNão seja contra ele a minha mão, e sim a dos filisteus. portanto, o seu nome se tornou muito estimado.
18 Respondeu Davi a Saul: ªQuem sou eu, e qual é a minha
vida e a família de meu pai em Israel, para vir a ser eu genro Jônatas intercede por Da'li
do rei? 19 Sucedeu, porém, que, ao tempo em que Merabe, Falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os servos
filha de Saul, devia ser dada a Davi, foi dada por mulher a
b Adriel, cmeolatita.
19
sobre matar ªDavi. Jônatas, filho de Saul, bmui
afeiçoado a Davi, 2 o fez saber a este, dizendo: Meu pai, Saul,
procura matar-te; acautela-te, pois, pela manhã, fica num
Mica/ ama a Da'li e casa com ele lugar oculto e esconde-te. 3 Eu sairei e estarei ao lado de meu
20 dMas Mica!, a outra filha de Saul, amava a Davi. Con- pai no campo onde estás; falarei a teu respeito a meu pai, e
taram-no a Saul, e isso lhe agradou. 21 Disse Saul: Eu lha da- verei o que houver, e cte farei saber. 4 Então, Jônatas dfaJou
rei, para que ela lhe sirva de 4 laço e para que ea mão dos bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: eNão peque o rei con-
filisteus venha a ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: tra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e os seus
Com esta segunda/serás, hoje, meu genro. 22 Ordenou Saul feitos para contigo têm sido mui importantes. 5 Arriscando
aos seus servos: Falai confidencialmente a Davi, dizendo: ele la vida, gferiu os filisteus e h efetuou o SENHOR grande
·~1S~15;-;-~3V/ac~msu;Ma 13tohS~~
q 1Sm 16.13,18 r1Sm 16.14; 28.15
- 14-;1Sm 1924m1sm1623n1Sm19.9-10 11ª1Sm19.10; 20.33 12
sNm 27.17 14 tJs 6.27 16 u1sm 18.5 17 v1sm 14.49; 17.25 XNm 32.20,27,29 z1sm 18.21,25
P1S~--;-;1~J;~
18ª2Sm7.18 19b2Sm218CJz7.22 20d1Sm1828 21 e1Sm18.17Í1Sm18.2641sca 245Litconformeestaspalavras 2SgÊx
2217h1Sm 1424 i1Sm 1817 26 i1Sm 18.21 27 11Sm 18.13m2Sm114 29 ó todos os dias 30 n 2Sm 11.1 o 1Sm 18.5
CAPÍTULO 19 1 a 1Sm 8.8-9 b 1Sm 18.1 3 C1Sm 20.8-13 4d1Sm 20.32; [Pv 31 8-9] e Gn 4222; [Pv 17.13]; Jr 18.20 Si Jz 9.17;
12.3 g1Sm 1749-50 h 1Sm 11.13; 1Cr11.14
•18.10 espírito maligno. Ver nota em 16.14. •18.20-27 Quando a segunda filha de Saul, Mica!, apaixona-se por Davi, Saul
teve uma crise de raiva. Ou "profetizou" Experiências estáticas poderiam ser oferece a este uma segunda oportunidade de tornar-se seu genro lvs. 20-21 ).
causadas pelo Espírito de Deus 110.6, 15) ou também por espíritos malignos ou Mais uma vez, ele aumenta as condições prévias que Davi precisava cumprir lv.
falsos profetas 11Rs 1829]. 25). Davi não demora lv. 26) em cumprir em dobro a exigência de Saul, e assim se
•18.12 o SENHOR era com este. Ver 16.18 e nota. torna genro do rei lv. 27).
se tinha retirado de Saul. Ver 16.14 e nota. •18.28-29 o SENHOR era com Davi. O medo cada vez maior que Saul tinha
•18.13-16 Saul, ao remover Davi da corte e também do alto comando militar, de Davi tem fundamento, visto que o Senhor é com Davi lvs. 12, 14). O
talvez tenha pretendido diminuir a visibilidade e popularidade deste, além de sucesso de Davi não teria deixado Saul tão aflito se este. da mesma maneira
aumentar seu risco de morrer numa batalha. No entanto, o efeito das tramas de que Jônatas, tivesse conseguido aceitar com equanimidade a sua própria
Saul, acabou resultando no inverso. Davi é levado a um contato mais estreito com rejeição.
o povo, de modo que "todo o Israel e Judá amavam Davi" lv. 16). •19.1 sobre matar Davi. Os atentados indiretos de Saul contra a vida de Davi
•18.17-19 Tendo em vista a grande popularidade de Davi, Saul não pôde não surtiram efeito lcap. 18). por isso ele resolve agir de modo mais direto.
continuar adiando o cumprimento da sua promessa 117.25). Mesmo assim, •19.4 Jônatas falou bem de Davi. A magnanimidade de Jônatas para com
acrescenta uma condição adicional: "guerreia as guerras do SENHOR," na Davi forma um contraste marcante com a malevolência de Saul, continuando,
esperança de que os filisteus le não Saul) matassem Davi lvs. 17,21,25). Davi diz assim, a comparação desfavorável entre o pai e o filho, já mencionada 113.22;
que não tem posição social para casar-se com a filha do rei, protesto 14.1,6, 10,29 e notas). Parece provável que a lealdade de Jônatas a Davi tenha se
convencional em tais circunstâncias lcl. 9.21]. No último momento, Saul viola a originado não da ignorância acerca do destino de Davi, mas de uma aceitação
sua promessa e dá Merabe a outro homem. voluntária do mesmo 1184, nota; 23.17, nota)
1 SAMUEL 19, 20 338
livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste e te alegraste; Saul e seus mensageiros profetizam
ipor que, pois, ipecarias contra sangue inocente, matando 18 Assim, Davi fugiu, e escapou, e veio a rsamuel, a 5 Ramá, e
Davi sem causa? 6 Saul atendeu à voz de Jônatas e jurou: Tão lhe contou tudo quanto Saul lhe fizera; e se retiraram, ele e Sa-
certo como vive o SENHOR, ele não morrerá. 7Jônatas cha- muel, e ficaram na casa dos profetas. 19 Foi dito a Saul: Eis que
mou a Davi, contou-lhe todas estas palavras e o levou a Saul; Davi está na casa dos profetas, em Ramá. 20 Então, 1enviou Saul.
e esteve Davi perante este 1como dantes. mensageiros para trazerem Davi, "os quais viram um grupo de
profetas profetizando, onde estava Samuel, que lhes presidia; e o
Saul procura, de novo, matar a DaYi Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também
8 Tornou a haver guerra, e, quando Davi pelejou contra os eles vprofetizaram. 21 Avisado disto, Saul enviou outros mensa-
filisteus me os feriu com grande derrota, e fugiram diante geiros, e também estes profetizaram; então, enviou Saul ainda
dele, 9 no espírito maligno, da parte do SENHOR, tornou sobre uns terceiros, os quais também profetizaram. 22 Então, foi tam-
Saul; estava este assentado em sua casa e tinha na mão a sua bém ele mesmo a Ramá e, chegando ao poço grande que estava
lança, enquanto Davi dedilhava o seu instrumento músico. em Seco, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responde-
10 Procurou Saul encravar a Davi na parede, porém ele se ram-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá. 23 Então,
desviou do seu golpe, indo a lança ferir a parede; então, fugiu foi para a casa dos profetas, em Ramá; e xo mesmo Espírito de
Davi e escapou. 11 °Porém Saul, naquela mesma noite, Deus veio sobre ele, que, caminhando, profetizava até chegar à
mandou mensageiros à casa de Davi, que o vigiassem, para casa dos profetas, em Ramá. 24zTarnbém ele despiu a sua túni-
ele o matar pela manhã; disto soube Davi por Mica!, sua ca, e profetizou diante de Samuel, e, ªsem ela, esteve deitado
mulher, que lhe disse: Se não salvares a tua vida esta noite, em terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz:
amanhã serás morto. bEstá também Saul entre os profetas?
Mica/ engana a seu pai e salva a DaYi A amizade entre DaYi e Jônatas
12 Então, Mica! Pdesceu Davi por uma janela; e ele se foi, Então, fugiu Davi da casa dos profetas, em Ramá, e
fugiu e escapou. 13 Mica! tomou um 1 ídolo do lar, e o deitou
na cama, e pôs-lhe à cabeça um tecido de pêlos de cabra, e o
2O veio, e disse a Jônatas: Que fiz eu? Qual é a minha
culpa? E qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura
cobriu com um manto. 14 Tendo Saul enviado mensageiros tirar-me a vida? 2 Ele lhe respondeu: Tal não suceda; não serás
que trouxessem Davi, ela disse: Está doente. 15 Então, Saul morto. Meu pai não faz coisa nenhuma, nem grande nem
mandou mensageiros que vissem Davi, ordenando-lhes: pequena, sem primeiro me dizer; por que, pois, meu pai me
Trazei-mo mesmo na cama, para que o mate. ló Vindo, pois, ocultaria isso? Não há nada disso. 3 Então, Davi respondeu
os mensageiros, eis que estava na cama o ídolo do lar, e o enfaticamente: Mui bem sabe teu pai que da tua parte achei
tecido de pêlos de cabra, ao redor de sua cabeça. 17 Então, mercê; pelo que disse consigo: Não saiba isto Jônatas, para que
disse Saul a Mica!: Por que assim me enganaste e deixaste ir e não se entristeça. ªTão certo como vive o SENHOR, e tu vives,
escapar o meu inimigo? Respondeu-lhe Mica!: Porque ele me Jônatas, apenas há um passo entre mim e a morte. 4 Disse
•
disse: Deixa-me ir; qse não, eu te mato . Jônatas a Davi: O que tu desejares eu te farei. s Disse Davi a
i 1Sm 20.32 i [Dt 19.10-13] 711 Sm 16.21; 18.2.10, 13 8 m 1Sm 18.27; 23.5 9 n 1Sm 16.14; 18.10-11 ti o Jz 16.2; SI 59.título
12 PJs 2.15; At 9.25; 2Co 11.33 13 1Hebr. teraphim 17 q2Sm 2.22 18 r1Sm 16.13 s1sm 7.17 20 11Sm19.11, 14; Jo 7.32 u1Sm
10.5-,6,10; [1Co 14.3,24-25] VNm 11.25; JI 2.28 23x1Sm10.1 O 24 z1s 20.2 a Mq 1.8 b 1Sm 10.10-12
CAPITULO 20 3 a 1Sm 27.1; 2Rs 2.6
•19.9 espírito maligno. Ver nota em 16.14. retira aos "acampamentos" onde os profetas em Ramá habitavam [cf. "o lugar
•19.1 O Procurou Saul encravar a Davi na parede. Talvez por sentir ciúmes em que habitamos" em 2Rs 6.1-2).
dos sucessos militares de Davi [v. 8; 18.8). Saul apela a um dos seus velhos •19.20 grupo de profetas profetizando. Ver nota em 10.5.
truques [18.10-11 ). •19.22 poço grande... em Seco. Não é conhecida a localidade de Seco. mas
•19.11 disto soube Davi por Mical, sua mulher. À medida que os atentados talvez fique a quase 3 km ao norte de Ramá. Alguns têm sugerido uma reconstru-
de Saul contra a vida de Davi se tornam cada vez mais intensos e visíveis. Davi é ção da difícil expressão hebraica com base na Septuagmta {traduçãu grega primi-
alertado primeiramente pelo filho de Saul (v. 2) e, depois, pela filha do mesmo. tiva do Antigo Testamento). dando à expressão o sentido de "poço da eira na
colina descalvada." Esse pode ter sido um marco bem conhecido. do tipo que é
•19.12 fugiu e escapou. A partir desse incidente. Davi sempre estará fugindo mencionado mais de uma vez em Samuel 120.19; 2Sm 20.8).
de Saul. •19.23 o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele. Desde o início de suas ten-
•19.13 um ídolo do lar. A mesma expressão que surge em Gn 31.19,34-35; Jz tativas de liquidar com Davi, Saul foi frustrado por Jônatas. por Mical, por Samuel
18.14. As referências em Gênesis subentendem objetos pequenos, ao passo que e. agora, finalmente. pelo próprio Deus.
a referência aqui sugere algo maior. •19.24 Também ele despiu a sua túnica.Túnicas, nos livros de Samuel, pare-
•19.17 ele me disse. Mical. escondendo os fatos do seu pai. visa preservar sua cem ter geralmente um significado simbólico. que freqüentemente diz respeito à
monarquia 115.28; 18.4; 24.4-6 e notas). Enquanto Jônatas deu voluntariamente
própria vida. Levando-se em conta o comportamento posterior de Saul
(20.32-33), Mical tinha justo motivo para ter medo dele (cf. 16.2). a sua capa a Davi, em 18.4. a ação de Saul aqui foi feita sob a compulsão do Espí-
rito de Deus.
•19.18 Ramá. Ver nota em 1.1. •20.1 casa dos profetas. Ver nota em 19.18.
casa dos profetas. Essa expressão, que traduz uma palavra que ocorre só nes- •20.2 Tal não suceda. Parece que Jônatas desconhece os atentados mais re-
se capítulo. pode ser transcrita por "Naiote," como se tosse urn nome de um lu- centes contra a vida de Davi 119.9-24) e toma por certo que o juramento feito em
gar. e está associada com o nome da cidade de Ramá. É bem possível que se 19.6 ainda está sendo cumprido.
339
Jônatas: Amanhã é ba Festa da Lua Nova, em que sem falta Jônatas o ama'la com todo o amor da sua alma. 18 Disse-lhe
1SAMUEL20
deveria assentar-me com o rei para comer; mas deixa-me ir, e Jônatas: q Amanhã é a Festa da Lua Nova; perguntar-se-á por ti,
l
e esconder-me-ei no campo, até à terceira tarde. 6 Se teu pai porque o teu lugar estará vazio. 19 Ao terceiro dia, descerás
notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o apressadamente e irás para ro lugar em que te escondeste no
deixasse ir a toda pressa d a Belém, sua cidade; porquanto se faz dia do ajuste; e fica junto à pedra de Ezel. 20 Atirarei três
lá o sacrifício anual para toda a família. 7 ese disser assim: Está flechas para aquele lado, como quem atira ao alvo. 21 Eis que
bem! Então, teu servo terá paz. Porém, se muito se indignar, mandarei o moço e lhe direi: Vai, procura as flechas; se eu
sabe que já!o mal está, de fato, determinado por ele. 8 8Usa, disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti, traze-as;
pois, de misericórdia para com o teu servo, porque hlhe fizeste então, vem, Davi, porque, 5 tão certo como vive o SENHOR,
entrar contigo em aliança no SENHOR; ise, porém, há em mim terás paz, e nada há que temer. 22 Porém, se disser ao moço:
culpa, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai? Olha que as flechas estão para lá de ti. Vai-te embora, porque o
9 Então, disse Jônatas: Longe de ti tal coisa; porém, se dalguma SENHOR te manda ir. 23 Quanto 1àquilo de que eu e tu falamos,
sorte soubesse que já este mal estava, de fato, determinado por eis que o SENHOR está entre mim e ti, para sempre.
meu pai, para que viesse sobre ti, não to declararia eu? 24 Escondeu-se, pois, Davi no campo; e, sendo a Festa da Lua
10 Perguntou Davi a Jônatas: Quem tal me fará saber, se, por Nova, pôs-se o rei à mesa para comer. 25 Assentou-se o rei na sua
acaso, teu pai te responder asperamente? 11 Então, disse cadeira, segundo o costume, no lugar junto à parede; Jônatas 4 ,
Jônatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram. defronte dele, e Abner, ao lado de Saul; mas o lugar de Davi
estava desocupado. 26 Porém, naquele dia, não disse Saul nada,
Jônatas faz aliança com Davi pois pensava: Aconteceu-lhe alguma coisa, pela qual não está
12 E disse Jônatas a Davi: O SENHOR, Deus de Israel, seja limpo; talvez esteja "contaminado. 27 Sucedeu também ao
testemunha. Amanhã ou depois de amanhã, a estas horas outro dia, o segundo da Festa da Lua Nova, que o lugar de Davi
sondarei meu pai; se algo houver favorável a Davi, eu to continuava desocupado; disse, pois, Saul aJônatas, seu filho: Por
mandarei dizer. 13 Mas, se meu pai quiser fazer-te mal, ifaça que não veio a comer o filho de Jessé, nem ontem nem hoje?
com Jônatas o SENHOR o que a este aprouver, se não to fizer sa· 28 vRespondeuJônatas a Saul: Davi me pediu, encarecidamente,
ber eu e não te deixar ir embora, para que sigas em paz. E 1seja que o deixasse ir a Belém. 29 Ele me disse: Peço-te que me
o SENHOR contigo, como mtem sido com meu pai. 14 Se eu, deixes ir, porque a nossa família tem um sacrifício na cidade, e
então, ainda viver, porventura, não usarás para comigo da um de meus irmãos insiste comigo para que eu vá. Se, pois,
bondade do SENHOR, para que não morra? 15 nNem tampouco agora, achei mercê aos teus olhos, peço-te que me deixes partir,
1 cortarás jamais da minha 2 casa a tua bondade; nem ainda para que veja meus irmãos. Por isso, não veio à mesa do rei.
quando o SENHOR desarraigar da terra todos os inimigos de
Davi. 16 Assim, fez Jônatas aliança com a 3 casa de Davi, Saul irado contrafônatas
dizendo: ªVingue o SENHOR os inimigos de Davi. 17 Jônatas fez 30 Então, se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e dis-
jurar a Davi de novo, pelo amor que este lhe tinha, Pporque se-lhe: Filho de mulher perversa e rebelde; não sei eu que
ª
CAPÍTULO 21 1 1Sm14.3; Me 2.26b1Sm 16.4 4 cÊx 25.30; Lv 24.5-9; Mt 12.4 dÊx 19.15 I ordinário 2consagrado S eÊx 19.14-15;
1Ts 4.4/Lv 8.26 3 Os homens estavam cerimonialmente puros 6 gMt 12.3-4; Me 2.25-26; Lc 6.3-4 h Lv 24.8-9 7i1Sm 14.47; 22.9; SI
52.título 9j1Sm17.2,50 11 Sm 31 10 11 m SI 56.título
semelhantes de nossos dias, a ofensa é dirigida contra Jônatas, e não sentado numa ocasião recente (20.6, nota), Davi volta a usar o mesmo método,
necessariamente contra a mãe deste. mas com resultados desastrosos para Aimeleque e os sacerdotes em Nobe
•20.31 nem tu estarás seguro, nem seguro o teu reino. Apesar das palavras (22619)
de Samuel em 13.14, Saul ainda se apega à esperança em favor da sua dinastia (cf. •21.4 pão sagrado. Ou seja "os pães da proposição" (v. 6; Êx 25.30; 35.13; Lv
18.8, nota). Contraste com a maneira bem disposta de Jônatas aceitar a vontade 24.5-9; 1Cr 9.32). Ver a referência de Jesus a esse episódio em Mt 12.3-4; Me
do Senhor (v. 13; 18.4; 23.17 e notas). As palavras de Saul deixam inferir que Jôna- 2 25-26; Lc 6.3-4.
tas era seu primogênito e, portanto, o próximo herdeiro do trono.
se abstiveram das mulheres. A pureza ritual fazia parte da consagração antes
•20,33 Saul atirou-lhe com a lança. As reações opostas de Saul e Jônatas di- de batalha ou de outras ocasiões importantes (Êx 19.15; Lv 15.18; Dt 23.9-14; Js
ante de Davi tinham começado a criar uma barreira de separação entre pai e filho. 3.5; 2Sm 1111-12).
O atentado de Saul contra a vida de Jônatas está em conformidade com suas
•21.6 pães da proposição. Ver v. 4 e nota.
tentativas anteriores de matar Davi 118.11, 19.10).
•Z0.42 juramos. Ver nota no v. 8
•21.7 Doegue, edomita. A presença de Doegue desperta a apreensão do lertor,
assim como fez com Davi (22.22). Essa preocupação revela ser bem fundamenta-
•21.1 Nobe. Provavelmente localizada a menos de 4 km ao nordeste de Jerusa- da à medida em que a narrativa progride (22.9-10,18-19). Doegue é mencionado,
lém (Is 10.32), Nobe tornou-se "cidade destes sacerdotes" (22.19) algum tempo também, no título do SI 52.
depois da desgraça que caiu sobre Siló (1.3, nota; 2.32, nota) por intermédio dos
filisteus (4.1-11). •21.9 espada de Golias. Ver 17.51,54.
Aimeleque. Quer se trate do irmão de Aías, ou simplesmente de outro nome de estola sacerdotal. Ver 2.28, nota.
Aías (14 .31. Airne(eque ocupa o cargo de sumo sacerdote que antigamente tinha •21.10 Aquis. Ver 27.2-12; 29.1-11; título do SI 34, onde "Abimeleque" pode ser
sido ocupado pelo seu bisavô Eli (1.9). Ver também Me 2.26 e nota. um título para reis filisteus.
•21.2 O rei deu-me uma ordem. Tendo tirado proveito de um pretexto apre- Gate. Ver notas em 4.1; 5.8.
lhe disseram: Este não é Davi, o rei da sua terra? Não é a este
que se cantava nas danças, dizendo:
nsaul feriu os seus milhares,
porém Davi, os seus dez milhares?
341 1 SAMUEL 21, 22
um arvoredo, numa colina, tendo na mão a sua lança, e todos
os seus servos com ele, 7 disse a todos estes: Ouvi, peço-vos,
filhos de Benjamim, hdar-vos-á também o filho de Jessé, a
todos vós, terras e vinhas e vos fará a todos chefes de milhares
l
1
12 Davi 0 guardou estas palavras, 4 considerando-as consigo e chefes de centenas, 8 para que todos tenhais conspirado
mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Cate. 13 Pelo que contra mim? E ninguém houve que me desse aviso de que
Pse contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia 5 doido, imeu filho fez aliança com o filho de Jessé; e nenhum dentre
6 esgravatava nos postigos das portas e deixava correr saliva vós há que se doa por mim e me participe que meu filho con-
pela barba. 14 Então, disse Aquis aos seus servos: Bem vedes tra mim instigou a meu servo, para me armar ciladas, como se
que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim? vê neste dia. 9 Então, respondeu iDoegue, o edomita, que
IS Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este para fa· também estava com os servos de Saul, e disse: Vi o filho de
zer doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa? Jessé chegar a Nobe, a 1Aimeleque, filho de mAitube, toe
como Aimeleque, a pedido dele, nconsultou o SENHOR, e ºlhe
Da'li esconde-se em Adulão e em Moabe fez provisões, e lhe deu a espada de Golias, o filisteu.
Davi retirou-se dali e ªse refugiou bna caverna de 11 Então, o rei mandou chamar AimeJeque, sacerdote, fi-
22 Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a
casa de seu pai, desceram ali para ter com ele. 2 e Ajunta-
lho de Aitube, e toda a casa de seu pai, a saber, os sacerdotes
que estavam em Nobe; todos eles vieram ao rei. 12 Disse Saul:
ram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e Ouve, peço-te, filho de Aitube! Este respondeu: Eis-me aqui,
todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, meu senhor! 13 Então, lhe disse Saul: Por que conspirastes
e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns dquatrocentos contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois lhe deste pão e espada
homens. e consultaste a favor dele a Deus, para que se levantasse con-
3 Dali passou Davi a Mispa de e Moabe e disse ao seu rei: tra mim e me armasse ciladas, como hoje se vê. 14 Respondeu
Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba Aimeleque ao rei e disse: E quem, entre todos os teus servos,
o que Deus há de fazer de mim. 4 Trouxe-os perante o rei de há tão Pfiel como Davi, o genro do rei, chefe da tua guarda
Moabe, e com este moraram por todo o tempo que Davi pessoal e honrado na tua casa? IS Acaso, é de hoje que con-
esteve neste lugar seguro. s Porém o profeta !Gade disse a sulto a Deus em seu favor? Não! Jamais impute o rei coisa ne-
Davi: Não fiques neste lugar seguro; vai e entra na terra de nhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu
Judá. Então, Davi saiu e foi para o bosque de Herete. servo de nada soube de tudo isso, nem muito nem pouco.
16 Respondeu o rei: Aimeleque, morrerás, tu e toda qa casa
Saul mata todos os sacerdotes de Nobe de teu pai. 17 Disse o rei aos da guarda, que estavam com ele:
6 Ouviu Saul que Davi e os homens que o acompanhavam Volvei e matai os sacerdotes do SENHOR, porque também es-
foram descobertos. Achando-se Saul em gGibeá, debaixo de tão de mãos dadas com Davi e porque souberam que fugiu e
• 17 'Êx 1.17
23 XlRs 2.26
18s1Sm 231 / ~~acou 19 t Js 2~ 1:~~ lS~-;29,11 -;-Ou 1Sm236,9,;7~~s 2;~-27V lS~ ~2 233 2;amília - ~
CAPÍTULO 23 1 ªJs 15.44; Ne 3.17-18 2 blSm 22.1 O; 23.4,6,9; 28.6; 30.8; 2Sm 5.19,23 / Ou seja, atacarei S c1sm 19.8; 2Sm 5.20
6 d1Sm 22.20
que Davi estivesse prestando algum tipo de serviço secreto para Saul (21.2)
quando veio lhe pedindo auxílio.
'·---._./· -~
··- estola sacerdotal de linho. Ver nota em 2.18.
•22.19 homens, e mulheres, e meninos, e crianças de peito. Éuma ironia
que a chacina total dos habitantes de Nobe, "a cidade dos sacerdotes," forme um
0
Afeca paralelo quase literal com a ordem que tinha sido dada para o extermínio dos
amalequitas (15.3) que Saul deixara de cumprir, prejudicando ainda mais a sua re-
putação.
•22.20 Abiatar... fugiu para Davi. O apoio a Davi continua a aumentar,
mormente como resultado dos próprios esforços impensados de Saul visando
.Ramll
sua autopreservação. Agora, Davi tem o apoio tanto de profetas (v. 5) quanto de
·'-r· Gi~~ .Nobe sacerdotes. Abiatar traz a Davi a estola sacerdotal (23.6), que era um meio de
.,.. Eorom • ....__,. ·•..___..,/ • Jebutl (Jerusal mJ
discernir a vontade do Senhor (2 28, nota; 14.3, nota).
A..'"'\•....,Gata. •Azeca •Belém •22.22 Fui a causa. Seria fácil para Davi desculpar-se pelo massacre em Nobe,
"" :_'-.__ Sooóº L'dulAo {?
simplesmente condenando Saul. Ao invés disso, não hesita em reconhecer sua
' ' ~Queila --"\ 11.f própria parte na culpa pela tragédia (21.2, nota). Nessa confissão, o leitor recebe
--·- : ~~ um vislumbre de uma diferença notável entre Davi e seu antecessor: a qualidade
Habromº ~- Mar
do seu arrependimento (15.24-26,30 e notas; 2Sm 12.13, nota) .
• earmelo
Maomo Antes de Davi tornar-se rei
Próximo a Sucote, Davi derrotou o gigante Golias (1 Sm 17).
Visto que a ira de Saul contra o pastor-soldado se inflamou. Davi
fugiu da presença de SauL
Primeiramente, tomou o caminho para Nobe, onde convenceu o
sacerdote Aimeleque a dar-lhe pão e a espada de Golias. Depois,
procurou refúgio em Gate junto ao rei filisteu Aquis.
As suspeitas dos filisteus forçaram Davi a prosseguir na fuga,
desta vez para a caverna de Adulão, onde foi encontrado por sua
( família. Depois de levar sua família para um lugar seguro em Moabe,
----- 20km
20mi
Davi fixou acampamento na fortaleza (1 Sm 22.4) conhecida como
Massada.
Oueila e cercassem Davi e os seus homens. 9 Sabedor
343 1 SAMUEL 23, 24
no outeiro de Haquila, que está ao sul de Jesimom? 20 Agora,
porém, Davi de que Saul maquinava o mal contra ele, e disse~ pois, ó rei, desce conforme te impõe o coração; Ptoca-nos a
Abiatar, sacerdote: Traze aqui a estola sacerdotal. 10 Orou nós entregarmo-lo nas mãos do rei. 21 Disse Saul: Benditos
Davi: ó SENHOR, Deus de Israel, teu servo ouviu que Saul, de sejais vós do SENHOR, porque vos compadecestes de mim.
l
1
fato, procura vir a Oueila, /para destruir a cidade por causa de 22 Ide, pois, informai-vos ainda melhor, sabei e notai o lugar
mim. 11 Entregar-me-ão os homens de Oueila nas mãos dele? que freqüenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito
Descerá Saul, como o teu servo ouviu? Ah! SENHOR, Deus de que é astutíssimo. 23 Pelo que atentai bem e informai-vos
Israel, faze-o saber ao teu servo. E disse o SENHOR: Descerá. acerca de todos os esconderijos em que ele se oculta; então,
12 Perguntou-lhe Davi: 2 Entregar-me-ão os homens de voltai a ter comigo com seguras informações, e irei convosco;
Oueila, a mim e aos meus servos, nas mãos de Saul? Respon- se ele estiver na terra, buscá-lo-ei entre todos os 5 milhares de
deu o SENHOR: Entregarão. 13 Então, se dispôs Davi com os Judá.
seus homens, guns seiscentos, saíram de Queila e se foram 24 Então, se levantaram eles e se foram a Zife, adiante de
sem rumo certo. Sendo anunciado a Saul que Davi fugira de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto q de
Queila, cessou de persegui-lo. 14 Permaneceu Davi no Maom, na planície, ao sul de Jesimom. 25 Saul e os seus homens
deserto, nos lugares seguros, e ficou hna região montanhosa se foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi; pelo que desceu
no deserto de iZife. Saul !buscava-o todos os dias, porém 6 para a penha que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul,
Deus não o entregou nas suas mãos. perseguiu a Davi no deserto de Maom. 26 Saul ia de um lado do
monte, e Davi e os seus homens, da outra; rapressou-se Davi em
Da\li e f ônatas renovam a aliança fugir para escapar de Saul; porém este e os seus homens
15 Vendo, pois, Davi que Saul saíra a tirar-lhe a vida, deteve-se 5 cercaram Davi e os seus homens para os prender. Z7 1Então,
no deserto de Zife, 3 em Horesa. 16 Então, se levantou Jônatas, veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te e vem, porque
filho de Saul, e foi para Davi, a Horesa, e lhe 4 fortaleceu a os filisteus invadiram a terra. 28 Pelo que Saul desistiu de
confiança em Deus, 17 e lhe disse: 1Não temas, porque a mão de perseguir a Davi e se foi contra os filisteus. Por esta razão, aquele
Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, e eu lugar se chamou 7 Pedra de Escape. 19 Subiu Davi daquele lugar
serei contigo o segundo, mo que também Saul, meu pai, bem e ficou nos lugares seguros de "En-Gedi.
sabe. 18 E ambos nfizeram aliança perante o SENHOR. Davi ficou
em Horesa, e Jônatas voltou para sua casa. Da\li poupa a \lida de Saul
ªTendo Saul voltado de perseguir os filisteus, foi-lhe
A traição dos zifeus
19 Então, ºsubiram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não
24
dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi.
2 Tomou, então, Saul três mil homens, escolhidos dentre
se escondeu Davi entre nós, nos lugares seguros de Horesa, todo o Israel, e bfoi ao encalço de Davi e dos seus homens,
A CONSCIÊNCIA E A LEI
1Sm 24.5
A consciência é o poder alojado dentro de nossa mente para formular juízos. morais sobre nós mesmos, aprovando ou
desaprovando nossas ações, pensamentos eplanos e dizendo-nos, se aquilo que fizemos é tido por errado, que merecemos
sofrer por isso. A consciência tem em si dois elementos: a percepção de certas coisas como certas ou erradas e a capacidade
ele aplicar lei e regras a situações específicas. A consciência insiste em julgar-nos pelos mais altos padrões que conhecemos.
Por isso, a chamamos de a voz de Deus na alma, e, em certo sentido, ela o é.
Paulo diz que Deus gravou um certo conhecimento de sua lei em cada coração humano (Rm 2.14-15), e a experiência
confirma isso. Mas a consciência pode estar enganada ou condicionada a considerar o mal como bem ou tornar-se
cauterizada ou entorpecida por meio de pecados repetidos (1Tm 4.2). Os julgamentos da consciência podem ser
considerados a voz de Deus somente quando refletem a própria verdade de Deus e a sua lei, segundo as Escrituras. A
consciência dever ser educada a julgar segundo as Escrituras.
A superstição ou o escrúpulo pode levar uma pessoa a considerar pecaminosa uma ação que, segundo a Palavra de Deus,
não é. Porém, para uma tal consciência "fraca" (Rm 14.1-2; 1Co 8.7, 12), seria pecado agir contra si mesmo e fazer o que
equivocadamente julga ser errado (Rm 14.23). Aqueles cuja consciência é "fraca" nunca devem ser pressionados ou
persuadidos a fazer aquilo que destrói sua boa consciência.
Oideal do Novo Testamento é uma consciência livre de culpa e capaz de guiar-nos numa direção santa. A consciência só
pode ser libertada da culpa pelo poder do sangue de Cristo. Uma vez libertada e protegida em sua liberdade pelo dom da
justificação, a consciência é capaz de crescer através do ensino das Escrituras e pelos meios de graça na vida cristã.
nas faldas das penhas das cabras monteses. 3 Chegou a uns próprios olhos viram, hoje, que o SENHOR te pôs em minhas
currais de ovelhas no caminho, onde havia uma caverna; mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse;
centrou nela Saul, a d aliviar o ventre. Ora, eDavi e os seus porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei
homens estavam assentados no mais interior da mesma. a mão contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. 11 Olha,
4/Então, os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia do pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. No
qual o SENHOR te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu fato de haver eu cortado a orla do teu manto sem te matar,
inimigo, e far-lhe-ás o que bem te parecer. Levantou-se Davi reconhece e vê que 1não há em mim nem mal nem rebeldia,
e, furtivamente, cortou a orla do manto de Saul. 5 Sucedeu, e não pequei contra ti, ainda que mandas à caça da minha
porém, que, depois, gsentiu Davi bater-lhe o coração, por ter vida para ma tirares. 12 nJulgue o SENHOR entre mim e ti e
cortado a orla do manto de Saul; 6 e disse aos seus homens: vingue-me o SENHOR a teu respeito; porém a minha mão não
hQ SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu será contra ti. 13 ºDos perversos procede a perversidade, diz
senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra
ungido do SENHOR. 7 Com estas palavras, 1Davi conteve os ti. 14 Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegue? PA
seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra um cão morto? oA uma pulga? 15 'Seja o SENHOR o meu juiz,
Saul; retirando-se Saul da caverna, prosseguiu o seu caminho. e julgue entre mim e ti, e 5 Veja, e 1pleiteie a minha causa, e
8 Depois, também Davi se levantou e, saindo da caverna, me faça justiça, e me livre da tua mão.
gritou a Saul, dizendo: Ó rei, meu senhor! Olhando Saul para 16 Tendo Davi acabado de falar a Saul todas estas palavras,
trás, inclinou-se Davi e fez-lhe reverência, com o rosto em disse Saul: "É isto a tua voz, meu filho Davi? E chorou Saul
terra. 9 Disse Davi a Saul: iPor que dás tu ouvidos às palavras em voz alta. 17 vDisse a Davi: xMais justo és do que eu; pois
dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal? to Os teus 2
tu me recompensaste com bem, e eu te paguei com mal.
• 21 u SI 109.5 . ~~ v 1Sm 3.17; 20.13.16X 1Sm 25.34 z lRs-14.10; 21.21. 23 a Jz 1.14 24 4 Lit falar a tua serva aos-teus ouvidos
25 5 Não preste atenção o meu senhor nesse 6 Lit Insensato 26 b 2Rs 2.2 e Gn 20.6 d [Rm 12 19] e 2Sm 18.32 7Lit salvar-te 27 /Gn
33.11 28 g2Sm 7.11-16,27 h 1Sm 18.17i1Sm 24 11 29 i[CI 33] I Jr 1018 30 m 1Sm 13.14; 15.28 32 n Lc 1.68 33o1Sm
25.26 34P1 Sm 25 26 q 1Sm 25.22 35'2Rs 5.19 sGn 19.21 36 t2Sm 13.28 38 u 1Sm26.1 O 39 v1 Sm 25 32 xPv 22.23 z1 Sm
ª
25.26,34 1Rs 2.44 41 b [Pv 15.33]; Lc 7.38.44 42 8 Lit com cinco de suas criadas aos seus pés 43 e Js 15.56 d 1Sm 27.3; 30.5
44e1Sm 18.20; 2Sm 3.14/ls 10.30; 2Sm 3.15 9falt1el. 2Sm 3.15
estar apoiada no pensamento de que é melhor obedecer a Deus do que aos não se ache mal em ti. Se Davi tivesse se vingado por conta própria contra o
homens [At 5.29). seu inimigo. teria se assemelhado a Saul, e Davi posteriormente louva ao Senhor
por ter enviado Abigail para dissuadi-lo de semelhante transgressão (v. 32).
•25.22 se eu deixar, ao amanhecer, um só do sexo masculino. Sem se re-
frear por causa dalguma condição social especial de Nabal [contrastar 24.9-12). a •25.29 atada no feixe ... cavidade de uma funda. Note a repetição poética
intenção de Davi é tomar vingança pessoal. no discurso de Abigail.
•25.36 como banquete de rei. Essa expressão traz a idéia de que Nabal, de al-
•25.25 Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele. Ver nota no v. 3.
guma maneira. era semelhante a outro rei, Saul.
•25.28 casa firme. A percepção que Abigail tem de Davi está tão certa quanto •25.39 Bendito seja o SENHOR. Davi teria errado se tivesse liquidado o caso
a do seu marido está errada [vs. 10-11. 2Sm 7.11-16). com suas próprias mãos. mas não porque Nabal era inocente. Tendo ouvido a no-
pelejas as batalhas do SENHOR. As palavras de Abigail fazem uma alusão indi- tícia da morte de Nabal, Davi dá graças ao Senhor por tê-lo impedido de cometer
reta à diferença entre o papel correto que Davi desempenhava como militar e a pessoalmente um crime sem, porém. deixar de apoiar a sua causa.
vingança pessoal que agora está querendo. Participar honrosamente em conflitos •25.411-44 Abigail... Ainoã ... Mical. Davi agora tem três esposas: Mical, filha
envolve tomar posição firme em favor de Deus e deixar que o Senhor lide pessoal- de Saul, que tinha sido dada a outro homem; Ainoã; e Abigail. Ver também 2Sm
mente com quem nos lesou [24.12). 2.2; 3.2-3.
347 1SAMUEL26
Dal/i, outra vez, poupa Quem és tu, que bradas ao rei? 15 Então, disse Davi a
a vida de Saul Abner: Porventura, não és homem? E quem há em Israel
Vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, e disseram: ªNão se como tu? Por que, pois, não guardaste o rei, teu senhor?
2Ó acha Davi escondido no outeiro de Haquila, defronte Porque veio um do povo para destruir o rei, teu senhor.
deJesimom? 2 Então, Saul se levantou e desceu ao deserto de 16 Não é bom isso que fizeste; tão certo como vive o
Zife, e com ele, btrês mil homens escolhidos de Israel, a bus- SENHOR, deveis morrer, vós que não guardastes a vosso se-
car a Davi. 3 Acampou-se Saul no outeiro de Haquila, defron- nhor, o ungido do SENHOR; vede, agora, onde está a lança
te de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira.
deserto, e, sabendo que Saul vinha para ali à sua procura,
4 enviou espias, e soube que Saul tinha vindo. s Davi se levan- Saul, outra vez, se reconcilia
tou, e veio ao lugar onde Saul acampara, e viu o lugar onde se com Davi
deitaram Saul e e Abner, filho de Ner, comandante do seu 17 Então, reconheceu Saul a voz de Davi e disse: PNão
exército. Saul estava deitado no acampamento, e o povo, ao é a tua voz, meu filho Davi? Respondeu Davi: Sim, a mi-
redor dele. nha, ó rei, meu senhor. 18 Disse mais: qPor que persegue o
6 Disse Davi a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, d filho meu senhor assim seu servo? Pois que fiz eu? E que malda-
de Zeruia, irmão de eJoabe: Quem !descerá comigo a de se acha nas minhas mãos? 19 Ouve, pois, agora, te rogo,
Saul, ao arraial? Respondeu g Abisai: Eu descerei contigo. ó rei, meu senhor, as palavras de teu servo: se é o SENHOR
7 Vieram, pois, Davi e Abisai, de noite, ao povo, e eis que que 'te incita contra mim, aceite ele a oferta de manjares;
Saul estava deitado, dormindo no acampamento, e a sua porém, se são os filhos dos homens, malditos sejam peran-
lança, fincada na terra à sua cabeceira; Abner e o povo es- te o SENHOR; 5 pois eles me expulsaram hoje, para que eu
tavam deitados ao redor dele. 8 Então, disse Abisai a não tenha parte na 1 herança do SENHOR, como que dizen-
Davi: hDeus te entregou, hoje, nas mãos o teu inimigo; do: Vai, serve a outros deuses. 20 Agora, pois, não se derra-
deixa-me, pois, agora, encravá-lo com a lança, ao chão, me o meu sangue longe desta terra do SENHOR; pois saiu o
de 1 um só golpe; não será preciso segundo. 9 Davi, po- rei de Israel em busca de "uma pulga, como quem perse-
rém, respondeu a Abisai: Não o mates, ipois quem have- gue uma perdiz nos montes.
rá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR e fique 21 Então, disse Saul: vpequei; volta, meu filho Davi,
inocente? to Acrescentou Davi: Tão certo como vive o pois não tornarei a fazer-te mal; porque foi, hoje, preciosa
SENHOR, ieste o ferirá, ou 1o seu dia chegará em que mor- a minha vida aos teus olhos. Eis que tenho procedido
ra, ou em que, mdescendo à batalha, seja morto. 11 no como louco e errado excessivamente. 22 Davi, então, res-
SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o seu pondeu e disse: Eis aqui a lança, ó rei; venha aqui um dos
ungido; agora, porém, toma a lança que está à sua cabe- moços e leve-a. 23 xpague, porém, o SENHOR a cada um a
ceira e a bilha da água, e vamo-nos. 12 Tomou, pois, Davi sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia entre-
a lança e a bilha da água da cabeceira de Saul, e foram-se; gado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis esten-
ninguém o viu, nem o soube, nem se despertou, pois to- dê-las contra o ungido do SENHOR.
dos dormiam, porquanto, da parte do SENHOR, lhes havia 24 Assim como foi a tua vida, hoje, de muita estima aos
caído ºprofundo sono. meus olhos, assim também seja a minha aos olhos do
13 Tendo Davi passado ao outro lado, pôs-se no cimo do SENHOR, e ele me livre de toda tribulação. 25 Então, Saul
monte ao longe, de maneira que entre eles havia grande disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois gran-
distância. 14 Bradou ao povo e a Abner, filho de Ner, dizen- des coisas farás e, de fato, zprevalecerás. Então, Davi con-
do: Não respondes, Abner? Então, Abner acudiu e disse: tinuou o seu caminho, e Saul voltou para o seu lugar.
•26.8 Deus te entregou... o teu inimigo. Ver nota em 24.4. •26.20 uma perdiz. A perdiz, cujo nome em hebraico significa "aquele que
chama", é um termo sabiamente escolhido para Davi, que fica em pé na crista da
•26.9 contra o ungido do SENHOR. Ver 24.6 e nota. montanha e "clama" (vs 13-14).
•26.1 O o SENHOR ... o ferirá. As palavras de Davi expressam uma certeza •26.21 Pequei; volta. D modo de Davi corresponder à confissão e con-
baseada (ou pelo menos confirmada) pelo modo recente de o Senhor lidar com vite de Saul (v. 22) indica que duvida da sinceridade de Saul; compare a
Nabal (25 38-39) resposta de Samuel diante de um convite semelhante da parte de Saul em
•26.12 da parte do SENHOR... profundo sono. A sobrevivência de Davi e o seu 15.24-26.
êxito definitivo dependiam do governo e da orientação de Deus (ver tarnbérn •26.25 Bendito sejas tu, meu filho Davi. O comportamento de Saul é
30.2, 19 e notas). errático, e Davi não confia nas suas confissões, nern nas suas bênçãos (27 .1; ver
•26.19 na herança do SENHOR. Ver nota em 2Sm 20.19. nota em 24.20).
1 SAMUEL 27, 28 348
Davi, outra ve~ com Aquis, rei de Gate nem homem nem mulher, e tomava as ovelhas, e os bois, e os
Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que jumentos, e os camelos, e as vestes; voltava e vinha a Aquis.
27 algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada
há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos
to E perguntando Aquis: Contra quem deste hoje? Davi res-
pondia: Contra o Sul de Judá, e o Sul Jdos jerameelitas, e o Sul
filisteus; para que Saul 1perca de todo as esperanças e deixe idos queneus. 11 Davi não deixava com vida nem homem
de perseguir-me por todos os limites de Israel; assim, me nem mulher, para os trazer a Cate, pois dizia: Para que não
livrarei da sua mão. 2 ªDispôs-se Davi e, com os seiscentos nos denunciem, dizendo: Assim Davi o fazia. Este era o seu
homens que com ele estavam, passou ba Aquis, filho de proceder por todos os dias que habitou na terra dos filisteus.
Maoque, rei de Cate. 3 Habitou Davi com Aquis em Cate, ele 12 Aquis confiava em Davi, dizendo: Fez-se ele, por certo,
e os seus homens, cada um com a sua família; Davi, ccom aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será
ambas as suas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva por servo para sempre.
de Nabal, o carmelita. 4 Avisado Saul de que Davi tinha
fugido para Cate, desistiu de o perseguir. Saul consult.a a médium de En-Dor
5 Disse Davi a Aquis: Se achei mercê na tua presença, ªSucedeu, naqueles dias, que, juntando os filisteus os
dá-me lugar numa das cidades da terra, para que ali habite;
por que há de habitar o teu servo contigo na cidade real?
28 seus exércitos para a peleja, para fazer guerra con-
tra Israel, disse Aquis a Davi: Fica sabendo que comigo
6 Então, lhe deu Aquis, naquele dia, a cidade de Ziclague. sairás à peleja, tu e os teus homens. 2 Então, disse Davi a
Pelo que dZiclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de Aquis: Assim saberás quanto pode o teu servo fazer. Disse
hoje. 7 E todo o 2 tempo que Davi epermaneceu na terra dos Aquis a Davi: Por isso, te farei minha guarda pessoal para
filisteus foi um ano e quatro meses. sempre.
8 Subia Davi com os seus homens, e davam contra f os ge- 3 Já bSamuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado e o
suritas3, g os gersitas e h os amalequitas; porque eram estes os tinha sepultado em cRamá, que era a sua cidade; Saul havia
moradores da terra desde 4 Telã, ina direção de Sur, até à terra desterrado dos médiuns e os adivinhos. 4 Ajuntaram-se os fi-
do Egito. 9 Davi 5 feria aquela terra, e não deixava com vida listeus e vieram acampar-se em esuném; ajuntou Saul a todo
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gezritps os tempos antigos
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i~~~~~ie~1aTª-~~~s~{3~1~3~~~~~6~~~:fJi
atacava
9 5 Ou seja,
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CAPITULO 28 l ª 1Sm29.1-2 3 b1Sm 25.1 C1Sm 1.19 dÊx 22.18; Lv 19.31; 20.27; Dt 18.10-11; 1Sm 15.23; 28.9 4 eJs 19 18; 1Sm
28.4; 1Rs 1.3; 2Rs 4.8
•27.1 algum dia ... nas mãos de Saul. Apesar das lições de fé que tinha •27 .1 O Davi respondia. Não é esta a primeira ocasião em que Davi acha
aprendido recentemente (26 10). Davi cansa de ser um fugitivo passando necessário usar de engano (20.6; 21.2 e notas; cf 16.2, nota).
constante perigo de vida e cede diante do temor humano de que Saul acabará
o Sul de Judá. Ver 2Sm 24.7; 2Cr 28.18. A grande região Sul de Israel, o Negue-
conseguindo destruí-lo. A ansiedade de Davi talvez tenha sido aumentada pelo
be, estendia-se desde Berseba para o sul, até ao Golfo de Ácaba.
fato de ele e seus homens terem consigo os seus familiares (v. 3). Pela segunda
vez (21.10). Davi busca refúgio entre os arquiinimigos de Israel. os filisteus jerameelitas. 1Cr 2.9-15 menciona Jerameel como um descendente de Judá
•27 .2 Aquis. Sendo, agora. óbvio e indiscutível o rompimento entre Davi e Saul, através de Hezrom e como um irmão de Rãa. ancestral de Davi.
Aquis prontamente aceita a presença de Davi, esperando, indubitavelmente. queneus. Os queneus e os jerameelitas são mencionados juntos em 30.29.
obter benefícios do apoio de Davi nas suas próprias lutas contra Saul (29 6)
•27 .12 Aquis confiava em Davi. Aquis foi enganado pelo logro de Davi. que
•27.3 com ambas as suas mulheres. Ver nota em 25.40-44. alegava ter atacado aldeias em Judá e na sua vizinhança.
•27.5 contigo na cidade real. Embora o pedido de Davi, no sentido de receber
•28.1 Fica sabendo. Aquis indica que sua benevolência para com Davi acarreta
moradia "numa das cidades da terra", baseie-se grandemente no desejo de não
certas obrigações. A mesma frase em hebraico é usada na advertência que Salo-
ser um peso financeiro para a cidade real, ele também espera ter maior liberdade
mão deu a Simei em 1Rs 2.37.42.
de ação por estar longe dos olhos de Aquis (vs 8-11).
•27.6 Ziclague. Alistada entre as cidades de Judá (Js 15.31; 19 5). a cidade •28.2 quanto pode o teu servo. A ironia da resposta ambígua de Davi (este lu-
antiga de Ziclague pode ter sido em Tell Esh-Shariá, 24 km ao noroeste de tará em favor de Aquis. ou contra ele?) tem seu paralelo na ironia !talvez inconsci-
Berseba. Tendo sido uma possessão israelita, Ziclague estava debaixo do controle ente) da resposta de Aquis.
dos filisteus naqueles tempos. minha guarda pessoal para sempre. Supõe-se que a oferta de Aquis depende
reis de Judá. Essa expressão é segundo o ponto de vista de um período poste- do desempenho de Davi na batalha. A expressão hebraica aqui empregada por
rior à divisão de Israel entre os reinos do Norte e do Sul (1Rs 12). Aquis significa "guardador da minha cabeça," que é uma escolha infeliz de pala-
•27 .8 gesuritas. Vizinhos dos filisteus (Js 13.2). esses povos não eram os vras. tendo em vista o que Davi fez com Golias (17.49-54).
mesmos que os gesuritas ao leste do Jordão (Js 13.11; 2Sm 15.8; 1Cr 2.23). A •28.3 Samuel era morto. A morte de Samuel sinaliza o fim de uma era.
esposa de Davi, mãe de Absalão (2Sm 3.3), provinha dos gesuritas ao leste do
Jordão. os médiuns e os adivinhos. Embora a expulsão por Saul dos médiuns e espíri-
tas esteja em total conformidade com a lei de Moisés (lv 19.31; 2\l.o,21; íl\
gersitas. Não identificáveis; Gezer (ver nota textual) fica bem distante. 18.11 ). isso é só uma demonstração parcial de zelo pela religião de Israel. Saul, ao
amalequitas. Ver nota em 15.2. consultar uma médium. indica claramente sua própria infidelidade e desobediên-
Sur. Ver nota em 15.7. cia (1Cr10.13). ao passo que Lv 20.6 diz que semelhante pessoa deve ser "elimi-
•27.9 não deixava com vida nem homem nem mulher. Esse método de Davi nada do seu povo."
ocultaria de Aquis a sua vida dupla (v. 11). Éduvidoso se esta prática foi correta •28.4 Suném. Localizada um pouco ao sudoeste da colina de Maré e 25 km ao
- tendo em vista a falta de quaisquer indicações de que o Senhor lhe ordenara sudoeste do mar de Ouinerete (Galiléia), Suném era o local do arraial dos filisteus
esse tipo de atuação. na véspera da batalha em que Saul morreu (cap. 31 ).
349 1 SAMUEL 28, 29
o Israel, e se acamparam em fGiJboa. s Vendo Saul o acampa- mim me perguntas, visto que o SENHOR te desamparou e se
mento dos filisteus, foi tomado de 8medo, e muito se estre- fez teu inimigo? 17 Porque o SENHOR fez para 2 contigo
meceu o seu coração. 6 Consultou Saul ao SENHOR, porém ho 1como, por meu intermédio, ele te dissera; tirou o reino da
SENHOR não lhe respondeu, nem por isonhos, nem !por Urim, tua mão e o deu ao teu companheiro Davi. 18 "Como tu não
nem por profetas. 7 Então, disse Saul aos seus servos: Apon- deste ouvidos à voz do SENHOR e não executaste o que ele,
tai-me uma mulher que seja médium, 1para que me encontre no furor da sua ira, ordenou contra vAmaleque, por isso, o
com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Há uma SENHOR te fez, hoje, isto. 19 O SENHOR entregará também a
mulher em En-Dor que é médium. Israel contigo nas mãos dos filisteus, e, amanhã, tu e teus fi-
8 Saul disfarçou-se, vestiu outras roupas e se foi, e com ele, lhos estareis xcomigo; e o acampamento de Israel o SENHOR
dois homens, e, de noite, chegaram à mulher; e m1he disse: entregará nas mãos dos filisteus.
Peço-te que me adivinhes pela necromancia e me faças subir 20 De súbito, caiu Saul estendido por terra e foi tomado de
aquele que eu te disser. 9 Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes grande medo por causa das palavras de Samuel; e falta-
o que fez Saul, como neliminou da terra os médiuns e vam-lhe as forças, porque não comera pão todo aquele dia e
adivinhos; por que, pois, me armas cilada à minha vida, para toda aquela noite. 21 Aproximou-se de Saul a mulher e, ven-
me matares? 10 Então, Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: do-o assaz perturbado, disse-lhe: Eis que a tua serva deu ouvi-
Tão certo como vive o SENHOR, nenhum castigo te sobrevirá dos à tua voz, e, 2 arriscando a minha vida, atendi às palavras
por isso. 11 Então, lhe disse a mulher: Quem te farei subir? que me falaste. 22 Agora, pois, ouve também tu as palavras da
Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. 12 Vendo a mulher a tua serva e permite que eu ponha um bocado de pão diante
Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que de ti; come, para que tenhas forças e te ponhas a caminho.
me enganaste? Pois tu mesmo és Saul. 13 Respondeu-lhe o 23 Porém ele o recusou e disse: Não comerei. Mas os seus ser-
rei: Não temas; que vês? Então, a mulher respondeu a Saul: vos e a mulher o constrangeram; e atendeu. Levantou-se do
Vejo ºum deus 1 que sobe da terra. 14 Perguntou ele: Como é chão e se assentou no leito. 24 Tinha a mulher em casa um be-
a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancião e está zerro cevado; apressou-se e matou-o, e, tomando farinha, a
envolto Pnuma capa. Entendendo Saul que era Samuel, amassou, e a cozeu em bolos asmos. 25 E os trouxe diante de
inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. Saul e de seus servos, e comeram. Depois, se levantaram e se
IS Samuel disse a Saul: Por que qme inquietaste, fazen- foram naquela mesma noite.
do-me subir? Então, disse Saul: Mui angustiado estou, por-
que os filisteus guerreiam contra mim, e roeus se desviou Os filisteus desconfiam de Dalli
de mim e 5 já não me responde, nem pelo ministério dos pro-
fetas, nem por sonhos; por isso, te chamei para que me reve-
29 ªAjuntaram os filisteus todos os seus exércitos bem
Afeca, e acamparam-se os israelitas junto à fonte que
leso que devo fazer. 16 Então, disse Samuel: Por que, pois, a está em Jezreel. 2 cos príncipes dos filisteus se foram para lá
• ! 1Sm 31.1 5 g Já 18.11; [Is 57.20] 6 h 1Sm 14.37; Pv 1.28; Lm 2.9; Nm 12.6; JI 2.28 /Êx 28.30; Nm 27.21; Dt 33.8 7l1Cr 10.13
smDt18.10-11; 1Cr10.13;1s8.19 9n1Sm28.3 13ºÊx22.28;Sl138.11Hebrelohim 14P1Sm15.27;2Rs2.8,13 15q1s
14.9r1 Sm 16.14; 18.12s1 Sm 28.6 17t1 Sm 15 28 2 Ou por ele, ou seja, Davi 18 u 1Sm 13.9-13; 15.1-26; 1Rs 20.42; 1Cr 10.13; Jr
48.1Ov1Sm 15.3-9 19x1Sni 31.1-6; Já 3.17-19 21 z Jz 12.3; 1Sm 19.5; Já 13.14
CAPÍTULO 29 1ª1Sm28.1bJs12.18; 19.30; 1Sm 4.1; 1Rs 20.30 2 C1Sm 6.4; 7.7
Gilboa. Essa é, provavelmente, a cordilheira montanhosa que começa a 8 km ao fenômeno era algo fora do seu controle. A surpresa, no entanto, pode ter sido
sul de Suném e que se estende para o sul, ao longo da margem oriental da causada porque, de alguma fonma, ela reconheceu o rei. Dizer que a aparição foi, de
planície de Jezreel. Pode, também, ser uma aldeia localizada no âmago da fato, de Samuel contraria vários argumentos na área teológica. O diálogo nos versos
cordilheira de Gilboa, 17 km ao sul de Suném. Ver 29.1 e nota. seguintes entre o suposto Samuel e Saul também foi feito através da mulher, sem ter
•28.5 muito se estremeceu o seu coração. Ver 17.11 e nota. nenhuma evidência de que o verdadeiro Samuel tenha dito qualquer das coisas
•28.6 o SENHOR não lhe respondeu. A consulta por Saul foi instigada pela mencionadas. Isso sem contar a descrição vaga e imprecisa que a médium dá nos
ansiedade (v. 5), e não pela piedade; a recusa do Senhor em responder relembra a próximos versos da suposta figura de Samuel. Ainda mais, seria incoerente que, uma
ameaça em 8.18. vez que Saul não foi respondido pelo Senhor por várias fonmas (nem por sonhos, nem
por Urim, nem por profetas, v. 6), venha agora receber uma resposta através do
nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Saul rejeitara o Senhor e,
finado profeta Samuel (se fosse mesmo Samuel falando através da necromante, o
como conseqüência, foi rejeitado pelo Senhor 115.23 e nota). Assim, foi excluído dos
Senhor agora estaria respondendo, pois Samuel não falaria de si mesmo). Oautor de
meios nonmais de buscar conselhos de Deus. Enquanto Davi tinha o profeta Gade no
Crônicas, ao relatar as causas da morte de Saul 11 Cr 10.13-14), diz que este morrera
seu séquito (22.5), é improvável que houvesse um profeta verdadeiro acompanhando
porque "interrógara e consultara uma necromante e não ao Senhor".
Saul. Além disso, a estola sacerdotal legítima contendo o Urim e o Tumim 12.28, nota)
passou a fazer parte das possessões de Davi através de Abiatar (23.6). •28.14 Entendendo Saul que era Samuel. Segundo parece, Saul reconheceu
•28. 7 Apontai-me uma mulher que seja médium. Apesar dos elementos Samuel quando a médium descreveu a sua capa. O destino da monarquia de Saul
tem sido simbolizado de várias maneiras por capas, e a alusão à capa de Samuel
desse tipo terem sido expurgados da terra (v. 3, nota), Saul parece não ter dúvida
relembra o pronunciamento devastador em 15.28 (ver também 18.4; 24.4-6).
nenhuma de que seria possível achar uma médium, e seus atendentes conseguem
imediatamente indicar uma. •28.19 tu e teus filhos estareis comigo. Ou seja, entre os mortos \31.2-4\.
En-Dor. Js 17.11-12 testifica acerca de uma influência cananéia persistente em •28.23 Não comerei. Ver nota em 1.7.
En-Dor, que ficava uns 8 km ao norte de Suném (v. 4, nota). Saul, para chegar a •28.24 bezerro cevado. Muito havia mudado desde o primeiro encontro de
En-Dor. teve que ir além das linhas dos filisteus. Saul com Samuel, quando ele foi designado como aquele que livraria Israel dos
•28.12 Vendo a mulher a Samuel. Esta expressão relata o que a mulher disse ter filisteus 19 16) e lhe foi oferecido uma refeição festiva pelo profeta (9.22-24).
visto, porém, nem mesmo Saul viu coisa alguma. Em uma primeira leitura, a surpresa Agora, no último encontro com Samuel, na véspera da sua morte e da derrota
da mulher pode dar a entender que de fato Samuel apareceu diante dela e que o esmagadora de Israel, a médium oferece a Saul um bezerro cevado.
1 SAMUEL 29, 30 350
com centenas e com milhares; e dDavi e seus homens iam com tou, ele e os seus homens, para partirem e voltarem à terra
Aquis, na retaguarda. 3 Disseram, então, os príncipes dos filis· dos filisteus. sos filisteus, porém, subiram a Jezreel.
teus: Estes hebreus, que fazem aqui? Respondeu Aquis aos
príncipes dos filisteus: Não é este Davi, o servo de SauJ, rei de Ziclague é saqueada pelos amalequitas
Israel, que esteve comigo ehá muitos dias ou anos? Ef coisa ne· Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus ho·
nhuma achei contra ele desde o dia em que, tendo desertado, 3O
mens, ao terceiro dia, a ªZiclague, já bos amalequitas
passou para mim, até ao dia de hoje. 4 Porém os príncipes dos tinham dado com ímpeto contra o Sul e Ziclague e a esta,
filisteus muito se indignaram contra ele; e lhe disseram: gFaze ferido e queimado; 2 tinham levado cativas e as mulheres que
voltar este homem, para que torne ao lugar que lhe designaste lá se achavam, porém a ninguém mataram, nem pequenos
e não desça conosco h à batalha, ipara que não se faça nosso ad· nem grandes; tão-somente os levaram consigo e foram seu
versário no combate; pois de que outro modo se reconciliaria caminho. 3 Davi e os seus homens vieram à cidade, e ei-la
como o seu senhor? Não seria, porventura, com as cabeças queimada, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram
destes ihomens? s Não é este aquele Davi, 1de quem uns aos levados cativos. 4 Então, Davi e o povo que se achava com ele
outros respondiam nas danças, dizendo: ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para
msaul feriu os seus milhares, chorar. 5 Também d as duas mulheres de Davi foram levadas
porém Davi, os seus dez milhares? cativas: Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o
6 Então, Aquis chamou a Davi e lhe disse: Tão certo carmelita. 6 Davi muito se angustiou, pois e o povo falava de
como vive o SENHOR, tu és reto, e nme parece bem que to· apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um
roes parte comigo nesta campanha; porque ºnenhum mal por causa de seus filhos e de suas filhas; !porém Davi se
tenho achado em ti, desde o dia em que passaste para mim reanimou no SENHOR, seu Deus.
até ao dia de hoje; porém aos príncipes não agradas. 7 Volta,
pois, agora, e volta em paz, para que não desagrades aos Dal/Í liwa os cati11os
príncipes dos filisteus. B Então, Davi disse a Aquis: Porém 7 gDisse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque:
que fiz eu? Ou que achaste no teu servo, desde o dia em que Traze-me aqui a estola sacerdotal. E h Abiatar a trouxe a Davi.
entrei para o teu serviço até hoje, para que não vá pelejar 8 1Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu o
contra os inimigos do rei, meu senhor? 9 Respondeu, po· bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o SENHOR: Persegue-o,
rém, Aquis e disse a Davi: Bem o sei; e que, na verdade, aos porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás. 9 Partiu, pois,
meus olhos és bom Pcomo um anjo de Deus; porém qos Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e
príncipes dos filisteus disseram: Não suba este conosco à ba- chegaram ao ribeiro de Besor, onde os retardatários ficaram.
talha. 10 Levanta-te, pois, amanhã de madrugada com os 10 Davi, porém, e quatrocentos homens continuaram a
teus servos, 'que vieram 1 contigo; e, levantando-vos, logo perseguição, ipois que duzentos ficaram atrás, por não
que haja luz, parti. 11 Então, Davi de madrugada se levan- poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor.
A ;2 11~m--;~~R lRs~~-7-~-J;-1519; 1Sm 1427-- 14n2Sm81~;1Rs 1.38.44; Ez2516; Sf2.5oJs14;3; 15 1-513~- PDt~;~~ 1-~~~T~--
5.3 19 '1Sm 30.8 21 5 1Sm30.10 1perguntou-lhes como estavam 22 IDt 13.13; Jz 19.22 2Lit homens ímpios ousem valor 24 uNm
31.27; Js 22.8 26 3espólio ou saque 27 vJs 19.8 xJs 15.48; 21.14 28 z Js 1316 a 1Cr27.27 bJs 15.50 29 C1 Sm 27.1 Od Jz 1.16;
1Sm15.6; 27.10 30 eNm 14.45; 21.3; Js 12.14; 15.30; 19.4; Jz 1.17 40u8orasã 3t!Nm 13.22; Js 14.13-15; 21.11-13; 2Sm 2.1 gl Sm
23.22
CAPÍTULO 31 1a1Cr 10.1-12 b 1Sm 28.4 2 e 1Sm 14.49; 1Cr 8.33 3 d 2Sm 1.6 4 e Jz 9.54; 1Cr 10.4/ Jz 14.3; 1Sm 14.6;
17.26,36 1me torturem
desembocar no mar Mediterrâneo. Davi e seus homens devem ter chegado à •30.23 o que nos deu o SENHOR. Davi reconhece que o salvamento bem suce-
ravina uns 20 km ao sul de Ziclague. dido não foi obra dele mesmo, mas do Senhor (vs. 2. 19 e notas). Foi por isso que
•30.10 cansados. Sua exaustão não é de se estranhar depois de uma marcha rejeitou a idéia de que as tropas na linha da frente têm o direito a mais despojos
de mais de 96 km a partir de Afeca 1291-11) até ao ribeiro de Besor. do que aqueles que permaneceram na retaguarda.
•30.14 o lado sul dos queretitas. Os queretitas provinham, provavelmente, de •30.26 despojo aos anciãos de Judá. Éprovável que estivesse agradecendo
Creta. São freqüentemente mencionados com os filisteus IEz 25.16; Sf 2.5). Eles a eles pela ajuda que lhes deram na sua fuga de Saul (v. 31 ). Entretanto, também
serJiam sob o comando de Benaia, filho de Joiada. como tropas profissionais leais foi nessa região que Davi foi primeiramente reconhecido oficialmente como rei
a Davi l"a guarda real": 2Sm 8.18; 15.18; 20. 7.23) e. pelo menos durante algum 12Sm 21-4).
tempo, também a Salomão 11 Rs 1.44). Que formavam o "guarda real" deduz-se
•30.27-31 Conforme diz o v. 31. essas cidades estavam dentro do alcance das
de 2Sm 23.20,23. peregrinações de Davi como fugitivo. Todas elas ficam ao sul de Judá. Essa Betel
o lado sul de Calebe. Calebe, filho de Jefoné, é mencionado pela primeira vez (v. 27). por exemplo, não deve ser confundida com a cidade mais ao norte, de
em Nm 13.6 como um dos espias escolhidos para fazer um reconhecimento da mesmo nome 17.16, nota)
terra de Canaã. Éelogiado em Nm 14.24 como quem "perseverou" em seguir ao
Senhor e que. portanto, receberia uma herança na Terra Prometida. Sua herança •31.1 monte Gilboa. Ver nota em 28.4.
incluía Hebrom IJs 1413-14; Jz 1.20). •31.2 Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul. Ver 14.49. Quanto a
•30.19 Não lhes faltou coisa alguma. Essa é mais uma prova marcante de uma lista de todos os quatro filhos de Saul, ver 1Cr 8.33. Crônicas registra o nome
como o Senhor vigiava com solicitude a situação de Davi lv. 2, nota). de Esbaal, que deve ter sido alterado mais tarde para lsbosete ("homem de vergo-
•30.21 ribeiro de Besor. Ver nota no v. 9. nha") para evitar qualquer associação com o deus dos cananeus, Baal. lsbosete foi
o único filho de Saul que sobreviveu depois da derrota no monte Gilboa.
•30.22 filhos de Belial. Ver nota em 2.12. onde é usada a mesma expressão
hebraica. •31.4 estes incircuncisos. Ver nota em 14.6.
r
1SAMUEL31 352
quis, Kporque temia muito; então, Saul tomou da espada e pojar os mortos, acharam Saul e seus três filhos caídos no
"se lançou sobre ela. s Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul monte Gilboa. 9 Cortaram a cabeça a SauJ e o despojaram
já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e mor- das suas armas; enviaram mensageiros pela terra dos filis-
reu com ele. ó Morreu, pois, Saul, e seus três filhos, e o seu es- teus, em redor, ia levar as boas-novas à casa dos seus ídolos e
cudeiro , e também todos os seus homens foram mortos entre o povo. 10 iPuseram as armas de Saul no templo de
naquele dia com ele. 7Vendo os homens de Israel que esta- 1Astarote e mo seu corpo afixaram no muro de n Bete-Seã2.
vam deste lado do vale e daquém do Jordão que os homens 11 ºEntão, ouvindo isto os moradores de Jabes-Gileade, o
de Israel fugiram e que Saul e seus filhos estavam mortos, de- que os filisteus fizeram a Saul, 12 Ptodos os homens valentes
sampararam as cidades e fugiram; e vieram os filisteus e habi- se levantaram, e caminharam toda a noite, e tiraram o corpo
taram nelas. de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Seã, e,
vindo a Jabes, qos queimaram. 13 Tomaram-lhes os ossos, e
A sepultura de Saul 'os sepultaram debalxo de um arvoredo, em Jabes, 5 e jejua-
8 Sucedeu, pois, que, vindo os filisteus ao outro dia a des- ram sete dias .
• ~~~~~~~~~~~
K2Sm 1.14 h 2Sm 1 6.10 9 iJz 16.23-24; 2Sm 1.20 10 i1Sm 21 .9 t Jz 2.13; 1Sm 7.3 m2Sm 21 .12 nJz 1.27 2 Hebr. Beth Shan; em Js
17.11 , Hebr. Heth Sheam 11 ° 1Sm11 .1-13 12 P1Sm 11 .1-11 ; 2Sm 2.4-7 Q2Cr 16.14; Jr 34.5; Am 6.10 13 r2sm 2.4-5; 21 .12-14
sGn 50.10
Saul tomou da espada e se lançou sobre ela. Embora alguns louvem a ação Bete-Seã. Localizada no vale do Jordão. uns 24 km ao sul do mar de Ouinerete
de Saul como digna de um herói trágico, o teor dos livros de Samuel indica o !Galiléia), essa cidade fronteiriça do território de Manassés está alistada em Js
contrário. Recomendáveis são aqueles que, assim como Davi. acham em 17.11 ,16; Jz 1.27 entre aquelas cidades que resistiram à ocupação pelos
Deus a sua força nos tempos de aflição 123.16; 30.6) e qúe. assim como israelitas e que permaneceram como fortalezas dos cananeus e filisteus. ·
Jônatas, rendem-se totalmente à sua vontade 118.4,28-29; 19.4; 20 .31; •31.11 Jabes-Gileade. Ver nota em 11.1.
23 .17 e notas). •31.12 tiraram o corpo de Saul ... do muro. Esse ato corajoso dos "homens
•31 .6 todos os seus homens. Quanto ao significado de "todos,'' ver a nota .em valentes" de Jabes Gileade é uma expressão de gratidão pelo seu próprio resgate
15.8. efetuado por Saul, narrado no cap. 11. Além disso, era considerado extremamen-
•31 .10 Astarote. Trata-se da deusa da fertilidade dos cananeus. te vergonhoso aos mortos ficarem sem sepultamento.
Ter perdido comunhão com Deus (28.16-17) Não obtém resposta à oração (28.6)
Consulta a uma médium (28.7-8) A ruína é predita (28.19)
-
Dá cabo da própria vida (31.4) O fim da dinastia (31.4-6)