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CFC

1. INTRODUÇÃO

DIGSI – CFC ( Continuous Function Chart ) é um programa pertencente ao pacote


de software DIGSI 4, usado para criar programas de usuário nos relés SIPROTEC 4.

O programa possui uma interface gráfica para elaboração dos programas o que o
torna muito amigável ao usuário.

Basicamente ele é utilizado para implementar lógicas de proteção e


intertravamentos, podendo ser utilizado também para processamento das grandezas
analógicas medidas pelo equipamento.

O presente manual visa informar ao leitor sobre algumas particularidades do


programa, bem como ensinar os passos que devem ser seguidos quando da elaboração
de uma funcionalidade com o uso do mesmo.

2. MODO DE OPERAÇÃO

O programa de CFC trabalha em forma gráfica, que é a forma mais intuitiva de


criar as lógicas a serem implementadas.

A técnica de criação das rotinas de CFC está baseada em adicionar blocos de


funções em uma área de trabalho chamada “CFC Chart”.

Estes blocos interligam as variáveis de entrada e saída da lógica, que devem ter
sido previamente declaradas na Matriz de Configuração do DIGSI Device Configurator.
Os tipos de blocos disponíveis são os seguintes :

• Aritmética;
• Lógica Básica;
• Status;
• Comandos;
• Comparadores;
• Temporizadores;
• Medidores;
• Conversores

Os programas de CFC podem ser criados em 4 ambientes de trabalho distintos.


Cada um destes ambientes tem suas características e seu grau de prioridade para o
processamento. Assim sendo, os manuais do programa em inglês, tratam estes
ambientes como “Priority Classes”.

Os ambientes de programação disponíveis são os seguintes :


• Fast PLC ( PLC_BEARB )
• Slow PLC ( PLC1_BEARB )
• Measured Values ( MW_BEARB )
• Interlock ( SFS_BEARB )

As características particulares de cada um são as seguintes :

Fast PLC ( PLC_BEARB ) :

As funções programadas neste ambiente são executadas com a mais alta


prioridade. Cada alteração nos sinais de entrada ativa imediatamente a função.
O processamento neste ambiente serve para bloquear funções de proteção ou
atuar como tal.
Em decorrência deste desempenho, a quantidade de blocos possíveis de
utilização é pequena.
Slow PLC ( PLC1_BEARB )

As funções programadas neste ambiente são executadas com uma prioridade


inferior aos executados em Fast PLC. Cada alteração nos sinais de entrada ativa
imediatamente a função.
O processamento neste ambiente serve para a maioria das funções lógicas de
proteção.
Este é o ambiente preferido para a elaboração das lógicas que não necessitam
desempenho de proteção.

Measured Values ( MW_BEARB ):

As funções programadas neste ambiente são executadas periodicamente, em


segundo plano, com intervalos regulares de 600 ms.
O processamento neste ambiente serve para trabalhar com grandezas analógicas,
medidas ou calculadas.
Este ambiente permite iniciar algumas funções de proteção cujo desempenho não
exija rapidez na atuação, como as funções de Potência Reversa ( ANSI 32R ) ou Fator de
Potência ( ANSI 55 ).

Interlocking ( SFS_BEARB ):

As funções programadas neste ambiente são executadas periodicamente, com


intervalos regulares de 1 s ou por um evento de controle conectado a sua entrada.
O processamento neste ambiente serve para criar lógicas de intertravamento e
bloqueio de comandos.

As quantidades de blocos possíveis de serem utilizados vária para cada modelo de


relé estando esta informação disponível nas especificações técnicas contidas nos
manuais dos mesmos. O programa controla o limite do número de blocos que podem ser
utilizados e caso o mesmo seja ultrapassado, emite uma mensagem de erro no instante
da compilação.
A compilação não é feita de forma automática e é necessária para ativar as lógicas
criadas.

Ao requisitar a compilação de uma determinada lógica, todas as demais serão


também compiladas, como forma de verificar interferências entre as mesmas.

Cada ambiente de trabalho pode conter vários programas de CFC.

Cada programa de CFC pode ser elaborado em até seis páginas, conforme
mostrado abaixo :

3. CRIANDO AS FUNÇÕES DE CFC

A seguir serão apresentados os passos a serem seguidos na criação das funções


de CFC.
3.1. Planejar a lógica desejada;

A lógica desejada deve ser avaliada com cuidado a fim de termos certeza de
que obteremos os resultados desejados.
Sugerimos desenhar em detalhes a lógica desejada.

3.2. Declarar As Variáveis Na Matriz

Selecionar informações para CFC na matriz de configuração :


• Sinal de entrada do CFC = marcar na coluna DESTINATION
• Sinal de saída do CFC = marcar na coluna SOURCE

3.3. Configurar as Ações na Matriz

Ao término dos trabalhos na Matriz, a mesma deve ser salva.


3.4. Criar uma Nova Função de CFC

A próxima etapa consiste em criar uma função de CFC, que o DIGSI


denominará automaticamente de CFC 1.

Para melhor compreensão a mesma deve ser renomeada, preferencialmente


com um nome relacionado a função que será exercida pela mesma.

O NovoNome não deve conter caracteres especiais como Ç, Til ou qualquer


outro tipo de acento.

3.5. Definir o Ambiente de Trabalho ( Prioridade )

O ambiente onde a programação será realizada é fundamental para o bom


desempenho da mesma.

Funções que exijam uso de temporizadores, por exemplo, não funcionarão


nos ambientes de trabalho que operam em ciclos.
O ambiente em que um diagrama está inserido, pode ser observado no
rodapé direito da área de trabalho.

A troca do ambiente de trabalho é feita numa tela chamada RUN SEQUENCE.

3.6. Inserir os Blocos de Funções

A seguir, os blocos lógicos definidos no planejamento devem ser trazidos para


a área de trabalho, a partir de uma biblioteca exibida na margem da tela.
3.7. Interligando os Blocos de Funções

Para interligar os blocos entre si, basta acionar o botão esquerdo do mouse
apenas uma vez (clicar e soltar) sobre a origem do sinal e após repetir o
procedimento sobre seu destino. A linha de interligação será desenhada
automaticamente pelo programa.

3.8. Interligando os Sinais de Entrada e Saída

Os sinais de entrada e saída são definidos na matriz e serão utilizados a partir


de caixas de opção apresentadas pelo programa após acionar o botão direito
do mouse sobre a entrada ou saída de um bloco de função e a escolha da
opção “Interconnection to Address...” :
3.9. Compilar a Lógica

Para converter o gráfico em um programa utilizável pelos equipamentos, o


mesmo necessita ser compilado.

3.10. Transferir os ajustes para o Equipamento

Após a compilação o arquivo está pronto para ser enviado ao equipamento.

A partir daí a função deverá estar operacional no equipamento ativado.

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