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Para manter um ambiente em uma temperatura controlada (TF) seja para garantir conforto
térmico ou para que um produto não modifique as suas características, energia na forma
de calor deve ser retirado deste ambiente. Para que isto ocorra naturalmente, utiliza-se um
fluido refrigerante que recebe este calor do ambiente a uma temperatura mais baixa (TE) e
depois rejeita este calor para outro ambiente (TQ). Para que esta rejeição de calor ocorra
também naturalmente, o fluido refrigerante deve estar a uma temperatura mais alta (TC)
que este ambiente para o qual se rejeita o calor. Pode-se observar este processo no
diagrama mostrado na Fig. 1.
Processo 1→2: compressão ideal sem troca de calor (processo adiabático) também
denominado processo isoentrópico que é realizado pelo compressor.
Processo 2→3: rejeição de calor para o meio externo pelo fluido refrigerante a
pressão constante. O processo ocorrendo a pressão constante (Pcondensador), o fluido
refrigerante deve estar na condição de mudança de fase e, portanto a temperatura
correspondente a esta pressão é única para cada fluido refrigerante (TC). Neste
processo, ocorre a condensação do fluido refrigerante e usualmente o trocador de
calor associado a esse processo é denominado condensador.
Processo 3→4: expansão ideal sem troca de calor (processo adiabático) também
denominado processo isoentrópico que é realizado pelo dispositivo de expansão.
Processo 4→1: retirada de calor do ambiente pelo fluido a pressão constante. Como
no processo 2-3, para que o processo ocorra em pressão constante (Pevaporador), o
fluido refrigerante deve estar na condição de mudança de fase e, portanto a
temperatura correspondente a esta pressão é para cada fluido refrigerante (TE).
Neste processo trata-se do processo de evaporação e o trocador associado a esse
processo é denominado evaporador.
Porém o ciclo apresentado anteriormente é uma idealização e deve ser modificado para
possa melhor representar o ciclo de refrigeração em condições reais de operação. As
primeiras modificações a serem feitas no ciclo são:
Para estas novas condições, o ciclo de refrigeração por compressão de vapor pode ser
representado pela Fig. 3 e este novo ciclo foi denominado de ciclo padrão de refrigeração
por compressão de vapor.
Figura 3. Representação do ciclo padrão de refrigeração por compressão de vapor no
diagrama pressãoXentalpia.
Uma última modificação que pode ser feita para tornar mais próximo o ciclo aqui
apresentado do ciclo real é a inclusão das perdas de pressão que podem ocorrer devido ao
escoamento do fluido refrigerante dentro dos tubos do evaporador e do condensador.
Estas perdas fazem com que os processos de transferência de calor no evaporador não
ocorram à pressão constante, como mostra na Fig. 5.
Qevaporador m h4 h1
Wcompressor m h2 h1
Onde:
Pcondensador 3 2
(TC)
Pevaporador 4
(TE) 1
h4 h1 h2 Entalpia
Para efeito de comparação, a Tab. 1 mostra valores de COP fornecidos pela norma 90.1
(ASHRAE, 2009) em que se pode verificar que em função da tecnologia empregada no
ciclo de refrigeração empregado pode-se obter uma maior eficiência do ciclo de
refrigeração.
Tabela 1. COP mínimos para diferentes tipos de sistemas de refrigeração com compressão
de vapor (ASHRAE, 2009).
Sistema Capacidade COP
mínimo
Split abaixo de 65.000 Btus/h 3,4
Resfriadores de água gelada entre 150 e 300 TRs 5,2
com condensação á água e acima de 300 TRs 5,7
deslocamento positivo
Resfriadores de água gelada entre 150 e 300 TRs 5,6
com condensação á água e entre 300 e 600 TRs 6,1
compressor centrífugo acima de 600 TRs 6,2
Como se pode observar na Figura 8, o compressor foi retirado e no seu lugar dois novos
equipamentos foram colocados: o absorvedor e gerador. No gerador, uma solução de água
mais um sal (brometo de lítio (LiBr) no caso de sistema de climatização e amônia no caso
de sistema de refrigeração) é aquecido e a água evapora. No condensador, a água é
condensada e depois é expandida no evaporador resfriando a água gelada, que será
usada para a climatização dos ambientes. Em seguida, esta água vai para o absorvedor
que mistura com a solução rica em brometo de lítio que libera calor, calor este rejeitado
pela água de resfriamento. Esta nova solução é bombeada novamente para o gerador,
retomando o ciclo. Este ciclo tem como desvantagem a baixa eficiência do sistema,
geralmente com os valores apresentados na Tab. 2.
35 a 36°C
Fonte de
Tubulação de água
Solução de baixa concentração de LiBr
aquecimento (vapor/
de condensação
gases de combustão)
28 a 29°C
Solução com alta
concentração de LiBR
Vapor
de água
5 a 7°C
Tubulação de Água de
água gelada resfriamento
10 a 12°C
EVAPORADOR ABSORVEDOR
Bomba
Sistema COP
mínimo
Simples efeito com 0,6
condensação a ar
Simples efeito com 0,7
condensação a água
Duplo efeito com aquecimento 1
direto ou indireto
Referências