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ENGENHARIA CIVIL

ESTARLEY KÉSSIO SOUSA AIRES

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: O CASO DE UMA


RESIDÊNCIA PADRÃO POPULAR

TERESINA
2019
ESTARLEY KÉSSIO SOUSA AIRES

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: O CASO DE UMA


RESIDÊNCIA PADRÃO POPULAR

Trabalho de Conclusão de Curso de


graduação em Engenharia Civil da
UNINOVAFAPI, como requisito parcial
para a obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Ms. Samuel Pimentel


Costa

TERESINA-PI
2019
FICHA CATALOGRÁFICA

A298s Aires, Estarley Késsio Sousa.

Sustentabilidade na construção civil: o caso de uma residência


padrão popular / Estarley Késsio Sousa Aires. – Teresina:
Uninovafapi, 2019.

Orientador (a): Prof. Me. Samuel Pimentel Costa; Centro


Universitário UNINOVAFAPI, 2019.

82. p.; il. 23cm.

Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Centro


Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, 2019.

1. Sustentabilidade na construção civil. 2. Impactos ambientais


na construção. 3. Construção sustentável. I.Título. II. Costa,
Samuel Pimentel.

CDD 691

Catalogação na publicação

Antonio Luis Fonseca Silva– CRB/1035

Francisco Renato Sampaio da Silva – CRB/1028


RESUMO

Toda nova edificação produz impactos, sejam ambientais, sociais ou econômicos,


levando em consideração que grandes mudanças ocasionadas pela construção civil
interferem na sociedade em virtude da implantação de novas obras. A etapa de
construção, no ciclo de vida de um edifício, responde por uma parcela significativa dos
impactos causados pela construção civil no meio ambiente. Neste contexto, se
observa ineficiência exercida pelos processos construtivos na execução de
edificações com relação ao meio ambiente e os recursos naturais existentes. Tendo
evidenciado estes fatores que com a necessidade de preservação ambiental e dos
recursos naturais que se faz necessário a realização e utilização de práticas sócio
ecológicas na construção civil de modo a garantir a sustentabilidade e otimizar os
métodos construtivos, este trabalho tem como objetivo realizar de forma a contribuir
com a eficiência ecológica e sustentável, um estudo e referências das práticas
relacionadas a sustentabilidade no setor e indústria da construção civil, através de um
comparativo de método construtivo convencional com o método construtivo
sustentável. Para tanto, foi realizado um estudo de implantação do método sustentável
numa residência unifamiliar de 55,42m², evidenciando os resultados de cada etapa. A
partir dos resultados, pôde-se concluir que apesar do custo elevado, há vantagens
desse método, levando em consideração o tempo que uma família permanece na
edificação.

Palavras-chave: Sustentabilidade na construção civil. Impactos ambientais na


construção. Construção sustentável.
ABSTRACT

Every new building produces impacts, whether environmental, social or economic,


taking into consideration that major changes caused by civil construction interfere in
society due to the implantation of new works. The construction stage, in the life cycle
of a building, accounts for a significant portion of the impacts caused by construction
in the environment. In this context, inefficiency is observed by the constructive
processes in the execution of buildings with respect to the environment and the existing
natural resources. Having evidenced these factors that with the need of environmental
preservation and of the natural resources that it is necessary the realization and use
of socio-ecological practices in the civil construction in order to guarantee the
sustainability and optimize the constructive methods, this work has the objective to
realize of form to contribute to ecological and sustainable efficiency, a study and
references of practices related to sustainability in the construction sector and industry,
through a comparison of conventional constructive method with the sustainable
constructive method. For that, a study of the implantation of the sustainable method
was carried out in a single family dwelling of 55.42m², evidencing the results of each
stage. From the results, it could be concluded that despite the high cost, there are
advantages of this method, taking into account the time that a family remains in the
building.

Keywords: Sustainability in construction. Environmental impacts on construction.


Sustainable construction.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Parâmetros de um Green Building. .......................................................... 22


Figura 2 – Edifício comercial JK 1455 ...................................................................... 26
Figura 3 – Edifício comercial Porto Brasilis. ............................................................. 27
Figura 4 - Conjunto Energisa. .................................................................................. 28
Figura 5 - Conjunto de edificações do empreendimento Ilha Pura. .......................... 29
Figura 6 - Tijolos ecológicos de resíduos da construção e demolição. ..................... 35
Figura 7 - Resíduos da construção civil da determinação Classe A. ........................ 37
Figura 8 - Resíduos da Classe B, tendo as madeiras usualmente utilizadas em fôrmas
como uma das mais comuns. ................................................................................... 38
Figura 9 - Coleta seletiva realizada dos materiais da Classe B, realizado em obra. . 38
Figura 10 - Gesso disposto em uma caçamba, sendo material determinado como
Classe C. ................................................................................................................. 39
Figura 11 - Resíduos oriundos de tintas determinados como Classe D. .................. 40
Figura 12 - Armazenamento inadequado dos insumos da construção. .................... 41
Figura 13 - Recipientes do tipo bombona com 50L para coleta e acondicionamento
dos resíduos. ........................................................................................................... 41
Figura 14 - Recipiente para resíduos orgânicos. ...................................................... 42
Figura 15 - Caçamba coletora de resíduos da Classe A. ......................................... 42
Figura 16 - Categorias e Famílias de classificação da certificação. .......................... 51
Figura 17 - Requisitos para certificação AQUA-HQE. .............................................. 52
Figura 18 - Ciclo PDCA na ISO 14001. .................................................................... 56
Figura 19 - Planta da residência com o projeto sustentável. .................................... 60
Figura 20 – Comparativo de custos de orçamentos dos métodos construtivos,
convencional e sustentável.........................................................................................69
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Produção anual dos agregados naturais utilizados na construção. ......... 13


Tabela 2 - Variação anual da produção dos agregados naturais utilizados na
construção. .............................................................................................................. 13
Tabela 3 - Percentual da produção de brita por empresa. ........................................ 13
Tabela 4 - Percentual da produção de areia por empresa. ....................................... 14
Tabela 5 - Maiores extratoras de agregados classificadas por volume extraído. ...... 14
Tabela 6 - Custos estaduais com agregados naturais. ............................................. 15
Tabela 7 - Perdas dos setores econômicos em relação ao PIB. .............................. 16
Tabela 8 - Perdas na construção de alguns países em % da massa total. ............... 17
Tabela 9 - Ocorrência de perdas na construção do Brasil em % da massa total. ..... 17
Tabela 10 - Incidência das perdas diretas de materiais na construção civil apuradas
no Reino Unido. ....................................................................................................... 18
Tabela 11 - Soluções para acondicionamento dos resíduos. ................................... 43
Tabela 12 - Níveis de Certificação LEED. ................................................................ 53
Tabela 13 - Níveis de classificação do selo Casa Azul............................................. 55
Tabela 14 - Soluções sustentáveis adotadas para a residência com o projeto de
sustentabilidade. .................................................................................................... 636
Tabela 16 – Orçamento dos elementos sustentáveis para a residência unifamiliar. . 66
LISTA DE SIGLAS

CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável


CBIC Câmara Brasileira da Industria da Construção
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
GEE Gases de Efeito Estufa
ISO Organização Internacional de Normalização
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9
1.1.1 Hipótese .................................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................ 10
1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 10
1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 10
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 12
2.1 IMPACTOS AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................. 12
2.2 CONSUMO DE RECURSOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................... 12
2.3 DESPERDÍCIO E PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................... 15
2.4 SUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL .................................. 18
2.4.1 Sustentabilidade na Construção Civil ...................................................... 19
2.4.2 Construção Sustentável .......................................................................... 21
2.4.3 Ciclo de Vida de um Edificação ............................................................... 23
2.4.4 Modelos de Edificações Sustentáveis ..................................................... 25
2.5 MEDIDAS SUSTENTÁVEIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................... 29
2.5.1 Gestão de Materiais e Resíduos ............................................................. 32
2.5.2 Materiais Sustentáveis ............................................................................ 34
2.5.3 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ................................... 36
2.5.4 Gestão de Águas e Efluentes .................................................................. 43
2.5.5 Gestão de Energia .................................................................................. 46
2.5.6 Gestão do Desenvolvimento Humano ..................................................... 48
2.6 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL ....................... 49
2.6.1 Certificação AQUA-HQE ......................................................................... 50
2.6.2 Certificação LEED ................................................................................... 52
2.6.3 Selo Casa Azul ........................................................................................ 54
2.6.4 ISO 14001 ............................................................................................... 55
2.7 VANTAGENS DAS AÇÕES SUSTENTÁVEIS ......................................... 57
3 METODOLOGIA ..................................................................................... 59
3.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 59
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 62
4.1 SOLUÇÕES ADOTADAS................................................................................... 62
4.2 ORÇAMENTO .................................................................................................... 64
5 CONCLUSÃO ......................................................................................... 70
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 72
9

1 INTRODUÇÃO

O planeta tem sido afligido cada vez mais com a ação do homem. Isso pelo
fato de que com o passar dos tempos a exploração do meio ambiente vem
aumentando cada vez mais. Segundo Valente (2009), a humanidade preocupou-se
tão somente com a produção e consumo, superestimando a capacidade do planeta
de assimilar a exploração dos recursos naturais, que as consequências acabaram
surgindo com o aumento da poluição sonora, a degradação ambiental, o êxodo rural
e o crescimento desordenado nas cidades que são presentes até hoje. Atualmente,
os recursos naturais são uma preocupação mundial. Os recursos até agora pareciam
ser infinitos para a sociedade, e a natureza poderia suportar quantidades ilimitadas de
resíduos.
Com o aumento das mudanças ecológicas, o homem vem procurando
meios de amenizar esse impacto ambiental com práticas sustentáveis. Diversos são
os fatores e fundamentos que demonstram a importância do uso da sustentabilidade
na construção civil. Exemplo disso são canteiros de obras, que é possível observar o
negligenciamento na questão ambiental. Sustentabilidade tem sido definida como
habilidade de satisfazer as necessidades do presente e não comprometer assim as
futuras gerações (HART; MILSTEIN, 2004).
Desta forma, as propostas e contextos demonstrados neste trabalho se
darão com base em um estudo de caso, afim de apresentar o conteúdo de modo a
qualificar a dissertação. O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a
comparação entre as práticas sustentáveis e convencional em uma residência
unifamiliar, para determinar e viabilizar a sustentabilidade na construção civil, levando
em consideração os custos.
10

1.1 PROBLEMÁTICAS

O setor da construção civil é conservador e tradicional, como é possível por


meio do desenvolvimento sustentável realizar ações para que este setor seja
influenciado por este conceito e suas práticas?

1.1.1 Hipótese

É possível devido aos custos em relação aos processos construtivos


sustentáveis que muitas vezes se demonstram não viáveis, além de que existem
poucas empresas referentes a essa área, sendo um fator que se coloca como pouco
influente neste setor de trabalho.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho consiste no estudo das práticas de


sustentabilidade aplicada na construção civil.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) Analisar os danos causados pela construção civil e a influência do setor


sobre os recursos naturais existentes;
b) Estudar e compreender os métodos utilizados para realização de
construções sustentáveis, os fatores que se relacionam ao mesmo, bem
como os materiais, o projeto, sistemas construtivos, etc.;
c) Demonstrar a utilização da prática sustentável em um projeto da
construção civil, apresentando as técnicas e os custos referente a sua
realização em comparação com o método tradicional.
11

1.3 JUSTIFICATIVA

É notável na sociedade hoje a importância do setor da indústria da


construção civil, para a economia do Brasil. Entretanto as práticas e falta de
conscientização ambiental e social neste setor demonstra uma grande falta das
práticas ambientais.
É de conhecimento atual a utilização dos recursos naturais na indústria da
construção civil, sendo este setor bastante influente sobre o uso do mesmo. De acordo
com o CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), a construção civil
utiliza entre 20% e 50% da matéria prima natural extraída (CBCS, 2007).
Ainda segundo o conselho, o impacto causado pela geração de resíduos
da construção é bastante agravante. A quantidade de resíduos de construção e
demolição é estimada em torno de 450 kg/hab.ano ou cerca de 80 milhões de
toneladas por ano, impactando o ambiente urbano e as finanças municipais.
Os consumos de energia e água por exemplo são grandes contribuintes
para o esgotamento dos recursos naturais. A operação de edifícios no Brasil é
responsável por cerca de 18% do consumo total de energia do país e por cerca de
50% do consumo de energia elétrica. Os edifícios brasileiros gastam 21% da água
consumida no país, sendo boa parte desperdiçada (CBCS, 2007).
Os métodos atuais utilizados na produção e fabricação pelo setor da
indústria da construção civil, possuem muita importância com relação aos impactos,
não somente no desenvolvimento econômico, porém também na biodiversidade,
desenvolvimento social e a qualidade de vida da sociedade.
Desta forma, a partir das informações contextualizadas se demonstra e
comprova a necessidade da realização das práticas sustentáveis no setor da indústria
da construção civil, contribuindo de forma direta para o aspecto econômico e sócio
ambiental.
12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 IMPACTOS AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção, é determinado como um dos grandes da


economia ele gera os maiores produtos geométricos mundiais, desta forma, sendo o
setor que mais consome recursos naturais da economia (JOHN, 2000). Ainda de
acordo com o autor, o consumo dos recursos naturais neste setor, varia segundo as
regiões a partir de fatores como:

a) Quantidade de resíduos gerados;


b) Reconstituição de estruturas ou a vida útil das mesmas;
c) Correção e manutenção referente a patologias construtivas;
d) Perdas nas edificações;
e) Método empregado.

O consumo dos recursos retirados da natureza é capaz de determinarem


os maiores impactos ambientais no sistema ecológico, a racionalização é um recurso
a ser estudo e aplicado neste setor.

2.2 CONSUMO DE RECURSOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil é responsável pela utilização de grande parte dos


recursos da natureza. Uma estatística observada é o consumo de 9,4 ton/hab.ano dos
insumos de construção (JOHN, 2000). O DETR (1998), explica que, no Reino Unido,
a construção civil, utiliza em cerca de 6 ton/hab.ano e também faz o uso de 250 a 300
milhões de toneladas de agregados por ano. Desta forma, esta indústria é o maior
setor que consome recursos naturais do planeta, sendo de 20% a 50% dos mesmos.
De acordo com John (2000), sendo o Brasil que produz em torno de 35
milhões de toneladas de cimento Portland, e que este cimento é misturado com
diversos materiais retirados da natureza, é possível determinar que 210 milhões de
agregados, são usados por ano apenas na geração de concreto e argamassas.
Uma análise realizada, determinou que o consumo de agregados naturais,
varia de acordo com 1 e toneladas/habitante/ano. No Brasil, o consumo dos mesmos,
13

na produção de materiais utilizados de sua geração como concretos e argamassas, é


de 220 toneladas. Tendo assim, uma escassez, em algumas cidades de areias e
outros agregados, determinado, também pela gestão e políticas ambientais referente
a extração (SEBRAE; SENAI; GTZ, 2007).
Segue alguns dados referente ao consumo dos agregados naturais, de
acordo com o relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),
publicado em 2013:

Tabela 1 - Produção anual dos agregados naturais utilizados na construção.

Fonte: DNPM (2013).

Tabela 2 - Variação anual da produção dos agregados naturais utilizados na


construção.

Fonte: DNPM (2013).

Tabela 3 - Percentual da produção de brita por empresa.

Fonte: DNPM (2013).


14

Tabela 4 - Percentual da produção de areia por empresa.

Fonte: DNPM (2013).

Tabela 5 - Maiores extratoras de agregados classificadas por volume extraído.

Fonte: DNPM (2013).

De modo geral, como visto nas tabelas acima, de acordo com os


quantitativos, é possível perceber que o estado de São Paulo possui o maior índice
de produção de brita e areia e maior extração de agregados do Brasil.
15

Tabela 6 - Custos estaduais com agregados naturais.

Fonte: DNPM (2013).

É possível observar então que o consumo dos recursos naturais, é muito


mais exacerbado do que o realmente se precisa. Sendo assim, torna-se um grande
desafio, para esta indústria, realizar suas atividades utilizando uma quantidade inferior
de recursos naturais, tendo a necessidade de construir cada vez mais.
Vale ressaltar a discrepância entre os estados de São Paulo e Piauí, que
apresentam um percentual do custo de consumo de areia de 44,39% e 0,084%
respectivamente, em relação ao consumo total do País.

2.3 DESPERDÍCIO E PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Costa e Formoso (1998), perda é qualquer ineficiência que se


reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades
superiores àquelas necessárias a produção da edificação. Desta forma, a perda
16

abrange tanto o desperdício de materiais, e também a realização de atividades não


necessárias que determinam custos adicionais e não contribuem para o lucro.
Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA, 1993)
em uma análise realizada, o setor da construção civil é o segundo em desperdício e
perdas, afetando o PIB nacional de forma direta com este fator.

Tabela 7 - Perdas dos setores econômicos em relação ao PIB.

Fonte: CONFEA (1993).

As perdas de insumos, ao longo do processo de construção está se


tornando importante, devido a cada vez mais as organizações estarem sendo
responsáveis por utilizar apenas a quantidade necessária com o mínimo de trabalho,
evitando o desperdício.
A indústria da construção civil está se remodelando, a disponibilidade
financeira está menor e os clientes cada vez mais exigentes, estes aspectos tem
determinado uma nova reforma com relação as empresas, exigindo a toma de
estratégias mais modernas com o foco na qualidade, racionalização e produtividade,
obtendo assim um produto final melhor e mais barato (COSTA; FORMOSO, 1998).
Segundo Pinto (1994), alguns materiais empregados detêm perdas que,
efetivamente são gritantes, se avaliadas isoladamente no Brasil, em que se destacam:

a) Cimento - entre 33% e 85% do total de cimento utilizado;


b) Areia - entre 39% e 46% do total necessário;
c) Argamassa - variando de 86% a 92% de toda argamassa empregada;
17

d) Cal hidratada - cerca de 102% da cal é gasta além do que realmente se


necessitaria na obra.

Foi realizada uma pesquisa pelo mesmo autor, em relação as perdas dos
componentes da construção civil, em alguns países em relação da massa total
comprada para uso. Segue o resultado nas tabelas a seguir:

Tabela 8 - Perdas na construção de alguns países em % da massa total.

Fonte: PINTO (1989).

Nota-se um desperdício exacerbado de materiais no Brasil, quando


comparado com outros países.

Tabela 9 - Ocorrência de perdas na construção do Brasil em % da massa total.

Fonte: PINTO (1989).

Como visto na tabela acima, a madeira, cal hidratada e argamassa são os


materiais que apresentam os maiores índices de perdas nos processos construtivos
tradicionais.
18

Tabela 10 - Incidência das perdas diretas de materiais na construção civil apuradas


no Reino Unido.

Fonte: PINTO (1989).

Para que as perdas sejam minimizadas ou acabadas é necessário que as


empresas consigam determinar, entre as diversas tarefas as que são dispostas no
processo de construção, e que de forma efetiva contribui para a realização do produto
final, e as atividades que são secundárias (que possuem a possibilidade de poderem
melhorar ou não serem realizadas sem prejudicar o método) (SEBRAE; SENAI; GTZ,
2007).

2.4 SUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL

A cadeia produtiva da construção civil tem uma nova agenda a cumprir. As


mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais exigem novas formas de
organização empresarial e política. O modelo a ser buscado pelo setor é o do
desenvolvimento humano, da inovação tecnológica e do uso e reuso equilibrado de
recursos disponíveis, bem como da reciclagem.
A transformação no setor da construção civil exige mudanças em termos
de regulamentação, mercado, precificação de produtos e insumos e mensuração de
lucros e perdas. Mudanças essas que se tornarão realidade na medida em que
19

passarmos a encarar os desafios da cadeia produtiva da construção não mais sob


uma lógica de custos, mas de oportunidades (SIMÃO, 2014).
Para isto então as práticas sustentáveis têm o objetivo de alterar o
paradigma da construção civil, e demonstrar as vantagens que podem trazer ao se
aplicar os seus métodos e procedimentos.
O conceito de sustentabilidade é derivado do debate sobre o
desenvolvimento sustentável, cujo marco inicial é a primeira Conferência Internacional
das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (United Nations Conference on the
Human Environment), realizada no ano de 1972 na cidade de Estocolmo, Suécia.
Dada a evolução do termo e conceitos a respeito de Desenvolvimento Sustentável, o
termo sustentabilidade aplicado à construção civil ganhou ênfase, primeiramente na
década de 1980, com o fundador do Wordwatch Institute, conceito este que se tornou
um padrão mundial.
Uma comunidade é sustentável quando satisfaz plenamente suas
necessidades de forma a preservar as condições para que as gerações futuras
também o façam. Da mesma forma, as atividades processadas por agrupamentos
humanos não podem interferir prejudicialmente nos ciclos de renovação da natureza
e nem destruir esses recursos de forma a privar as gerações futuras de sua
assistência (CIB, 2002).

2.4.1 Sustentabilidade na Construção Civil

Dado o cenário atual de degradação ambiental, promovendo a


sustentabilidade e o crescimento do setor da construção, cada vez mais medidas
alternativas estão sendo usadas para reduzir os impactos antropológicos. Cada
projeto deve encontrar soluções economicamente viáveis e levar a sistemas
construtivos que sejam integrados ao meio ambiente, promovam bem-estar e justiça
social e sejam culturalmente aceitos. (CBIC, 2008), isto é, que sejam comprometidas
com os pilares do desenvolvimento sustentável.

A arquitetura sustentável é uma arquitetura que atende às necessidades de


seus habitantes a qualquer momento e em qualquer lugar, sem comprometer
o bem-estar e o desenvolvimento das gerações futuras. Portanto, arquitetura
sustentável significa um compromisso honesto com o desenvolvimento
humano e a estabilidade social, usando estratégias arquitetônicas para
otimizar recursos e materiais. Minimizar o consumo de energia, estimulando
o uso de fontes de energia renováveis; minimizar o desperdício e as
20

emissões; minimize a manutenção, funcionalidade e custo dos edifícios; e


melhorar a qualidade de vida de seus habitantes (GARRIDO, 2010). (página
38).

De acordo com Zambrano, Bastos e Fernandez para o projeto arquitetônico


com os princípios da sustentabilidade integrada, os seguintes devem ser
principalmente: a) aumentar a eficiência econômica, custos aceitáveis para benefícios
culturais e sociais aumentam a lucratividade e o crescimento; b) justiça social,
garantindo que todos participem das necessidades e interesses comuns do indivíduo;
c) proteção ambiental de espécies animais e vegetais, ecossistemas, recursos
naturais e outros; d) um princípio de longo prazo que leva a menos reformas; d) o
princípio da integralidade, novas tecnologias e resultados globais na realidade local;
e) o princípio da gestão, que deriva da atitude ética e responsável dos governadores
e administradores em escala pública e privada.
O uso efetivo desses métodos requer a participação de todos os atores,
incluindo governos, consumidores, investidores e associações, o que facilita a
participação do setor da construção. A existência de políticas, planos gerais e políticas
trabalhistas que indiquem sustentabilidade, reforçam esse incentivo, tornando essa
prática obrigatória. Um estudo publicado pelo Centro de Construção de Tecnologias e
Consultoria Criativa em 104 empresas brasileiras representando 41% das fábricas
brasileiras mostrou que 84% delas consideram a sustentabilidade como um ativo
estratégico (FEBRABAN, 2010).
No entanto, soluções precisam ser formuladas na visão do sistema, uma
vez que a cadeia de construção indiretamente atinge diferentes indústrias e milhões
de empregos, desde a extração de matérias-primas, indústria de processamento,
segmentos comerciais e serviços para a distribuição de resíduos gerados no prédio.
Portanto, a responsabilidade socioambiental perante terceiros no cumprimento das
normas de segurança que garantem a conformidade é importante, contratos formais,
gestão ambiental e outros (SILVA, 2012), o que leva à melhoria das condições de
trabalho e de vida dos trabalhadores e à redução do impacto do setor.
Além disso, Lopes (2013) recomenda a colaboração com fornecedores,
funcionários e comunidades locais. De acordo com as diretrizes para a construção
sustentável (CBIC, 2008), "o primeiro passo para o desenvolvimento sustentável na
construção é o desejo das empresas da cadeia de fornecimento de efetivamente criar
as bases para o desenvolvimento de projetos sustentáveis". De acordo com a Agenda
21

21 para o desenvolvimento sustentável para os países em desenvolvimento, um dos


maiores problemas é a preparação de toda a cadeia produtiva para os ajustes
necessários no processo de construção. (CARVALHO, 2013).
A questão da construção foi examinada em 1992 na Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que levou ao
desenvolvimento do capítulo 7 da Agenda 21, que trata do papel dos assentamentos
humanos no desenvolvimento sustentável. O segundo plano de ação, o programa
Habitat, foi estabelecido em 1996, desta vez especificamente em assentamentos
humanos. (CIB; UNEP-IETC, 2002).
A Agenda 21 para a construção sustentável foi publicada em 1999 pelo
Conselho Internacional de Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) e descreve os
conceitos, aspectos e problemas para a indústria da construção em termos de
sustentabilidade. O objetivo é criar estratégias globais de ação, termos e diretrizes
que ajudem a criar programas nacionais, regionais e sub-setoriais. No entanto, este
documento refere-se principalmente à realidade, prioridades e potencial industrial dos
países industrializados. (CIB; UNEP-IETC, 2002).
Nesse cenário, em 2000, foi definida a Agenda 21 para a construção
sustentável dos países em desenvolvimento, concluída em 2002 para identificar os
problemas e obstáculos mais graves nos países em desenvolvimento que investem
em pesquisa, tecnologia e na indústria da construção compartilhando conhecimento
sobre o tema (JOHN; SILVA; AGOPYAN, 2001).

2.4.2 Construção Sustentável

A construção sustentável ao longo do ciclo de vida do edifício aplica três


princípios de desenvolvimento sustentável (ecoeficiência, inclusão social e justiça
social e ambiental). Assim, é o resultado do planejamento para melhorar a eficiência
do uso dos recursos, com especial atenção nos impactos da construção e sua cadeia,
que não afeta o meio ambiente, impacto na saúde humana e alcançar maior economia
e o impacto do rendimento financeiro nos empreendedores (VALENTE, 2009).
Essas edificações, também conhecidas como Edifícios Verdes ou Green
Buildings, foram cuidadosamente projetados e construídos como organismos vivos e,
portanto, adaptados ao local de sua construção e podem suprir suas necessidades de
água e energia de elementos naturais (CARVALHO, 2013). O U.S. Green Building
22

Council (2005) identifica as seguintes ações voltadas para a construção sustentável:


a posição, a eficiência energética, a qualidade dos materiais internos e a conservação
dos recursos e a eficiência do uso da água, de acordo com a Figura 1.

Figura 1 - Parâmetros de um Green Building.

Fonte: LEITE (2011).

Carvalho (2013) afirma que para a edificação ser considerada sustentável


ela deve focar nas seguintes questões: gerenciamento dos resíduos da construção,
operação e demolição; uso eficiente de recursos, como minimizar o impacto da
produção e reduzir o consumo de água e terra; economia e uso eficiente de energia;
e fornece um ambiente interno saudável.
Segundo Valente (2009), a construção sustentável consiste em soluções e
melhores práticas obtidas por meio do projeto para tratar de questões ambientais, para
atender às necessidades futuras dos usuários. Para este propósito, os elementos
construtivos que reduzem o impacto ambiental global, por exemplo, são adequados
para materiais de reutilização, economia de água e baixo consumo de energia. Além
disso, considerações técnicas, ambientais e econômicas devem ser avaliadas com o
mesmo grau de importância.
Lopes (2013) define a construção verde como um edifício eficaz, com
desperdício zero de recursos e matérias-primas, bem como a integração da natureza
em projetos que contribuem para uma vida longa e confortável. A integração entre
dependências externas e internas do contexto também deve ser avaliada na solução
de problemas ambientais em espaços tecnológicos.
Para o Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção
(CIB), a construção sustentável é o "processo integral de recuperação e harmonia
23

entre o ambiente natural e construído para confirmar o conteúdo e a criação de


instituições de dignidade humana e promover a igualdade econômica" (CIB; UNEP-
IETC, 2002). Portanto, os esforços para o desenvolvimento sustentável - uma tentativa
de restaurar o equilíbrio entre o ambiente natural e o ambiente construído, e salvar as
tecnologias antigas, como o uso passivo de fatores naturais (SILVA, 2012).
É importante notar as soluções construtivas sustentáveis disponíveis, ou
seja, prioridades e tecnologias utilizadas, dependem de fatores locais (LEITE, 2011).
Assim, entre outras coisas, o aspecto cultural, a fase de desenvolvimento industrial,
as condições climáticas, a qualidade do trabalho, os fatores da situação econômica
que devem ser pesados e avaliados localmente, porque não existem regras
específicas para o projeto do edifício verde.
A qualidade do produto final, o edifício e todos os seus componentes
também são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Busca de melhoria
contínua promove processos de inovação e desenvolvimento, aumenta a
produtividade, a duração e o consumo de recursos naturais (CBIC, 2008).
Em síntese, o Guia da Sustentabilidade na Construção (CBIC, 2008)
compila e enumera nove princípios necessários à elaboração de uma construção
sustentável:

a) Qualidade da implantação.
b) Gestão do uso da água.
c) Gestão do uso de energia.
d) Gestão de materiais e redução de resíduos.
e) Prevenção de poluição.
f) Gestão ambiental (do processo).
g) Gestão da qualidade do ambiente interno.
h) Qualidade dos serviços.
i) Desempenho econômico.
j) Gestão do local, incluindo aspectos culturais e ambientais do entorno.
k) Responsabilidade social.

2.4.3 Ciclo de Vida de um Edificação


24

A fim de alcançar uma construção sustentável, métodos sustentáveis


devem ser planejados e aplicados em todas as fases do ciclo de vida do edifício, já
que as consequências ocorrem em cada edifício. O conceito de ciclo de vida permite
avaliar as características ambientais de todas as fases da vida do produto, desde a
extração das matérias-primas até a eliminação, do "berço ao túmulo". (OKADA, 2012).
O ciclo de vida de um edifício passa por cinco fases básicas de concepção;
projeto; Construção / uso; Uso / Emprego e Desconstrução / Demolição (CBIC, 2008).
Cada fase está associada às consequências ambientais, sociais e econômicas e aos
aspectos de sustentabilidade, que podem variar de acordo com a fase.
Na fase de concepção, início do ciclo de vida do edifício, são realizados os
estudos de viabilidade econômica, estudo de legislações, das condições naturais do
terreno e da dinâmica da região (CBIC, 2008). Nela é definido o padrão da edificação,
tendo os empreendedores e projetistas total liberdade de ação para buscar o melhor
desempenho socioambiental da construção.
Já na fase de planejamento, o projeto da empresa introduz diretrizes e
capacidades de pesquisa de concepção da edificação. Portanto, todas as atividades
das fases subsequentes são planejadas com ênfase particular no funcionamento
sustentável do edifício. Projetos arquitetônicos, equipamentos de construção,
vedações, estruturas, fundações e sistema de construção não são selecionados, que,
em particular, se concentra na conservação de energia e água, desenvolvendo
sistemas sem autocontrole, melhorando a qualidade interna, materiais, equipamentos
e componentes (SANTOS, 2009). Portanto, as decisões tomadas nesta fase são
refletidas ao longo do ciclo de vida do projeto, o que pode trazer importantes
benefícios econômicos durante a fase operacional do prédio para prever a
longevidade.
A implementação inclui a execução efetiva dos projetos desenvolvidos. As
práticas sustentáveis desenvolvidas durante a fase de planejamento devem ser
seguidas, com especial atenção aos métodos e locais de construção, bem como aos
aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores. O objetivo é minimizar a produção
de resíduos, gerenciá-los corretamente, utilizar modernas tecnologias de construção
e materiais de processamento que não emitem poluentes (SANTOS, 2009).
A utilização do edifício pelo ocupante é a fase mais longa do ciclo de vida
e a que causa maior impacto ao meio ambiente. Depende fortemente das fases de
planejamento e execução que influenciam diretamente as necessidades de
25

manutenção, o consumo de recursos, como água e energia, a qualidade interna do


meio ambiente e a geração de resíduos, em especial o esgoto e o lixo doméstico.
Segundo Carvalho (2013), os edifícios sustentáveis têm custos operacionais iniciais
mais elevados do que um edifício tradicional. No entanto, estes custos são os mesmos
no primeiro trimestre do ano de vida, após o qual um edifício estável começa a ter
custos operacionais mais baixos do que os edifícios convencionais.
A fase final do ciclo de vida, relacionada à desconstrução/demolição da
edificação deve incluir a gestão adequada de resíduos, dando prioridade à ordem de
gestão: sem geração, redução, reutilização, tratamento e eliminação. A demolição
geralmente envolve a mistura de vários materiais, contaminantes que inicialmente não
representavam risco para o meio ambiente ou para as pessoas e impediam sua
segregação. O objetivo da desconstrução é separar materiais, facilitar a reutilização e
a reciclagem, o que ajuda a reduzir o uso de recursos naturais e a conservar a energia
utilizada durante o processo de produção (SANTOS, 2009). Além disso, nesta fase, é
necessário analisar os mesmos problemas da fase de construção envolvendo
trabalhadores e um canteiro de obras.
Segundo Ceotto (2008), durante a concepção e planejamento, as maiores
oportunidades de intervenção no projeto de construção, possibilitam que tenham os
menores custos. Na fase de uso e operação, os custos são maiores e as opções de
intervenção limitadas, com especial atenção à redução da sustentabilidade.
É importante avaliar o ciclo de vida global do edifício, já que do ponto de
vista do empregador é mais vantajoso reduzir custos nas fases de planejamento,
projeto e construção, o que leva a custos ainda maiores durante a fase operacional.
Para o usuário, os custos operacionais, manutenção, correções, ajustes e obrigações
ambientais durante a fase de projeto são mais rentáveis (CBIC, 2008). Desse modo,
apesar de acarretar maior gasto para o empreendedor, um edifício sustentável é um
atrativo para a venda, tanto pelo lado econômico quanto pelo lado da propaganda
sustentável.

2.4.4 Modelos de Edificações Sustentáveis

No Brasil, a preocupação com a sustentabilidade em construções começou


após a Rio-92, mas sem muita força. Agora, percebe-se que esta preocupação ganha
força, evidenciado pelo fato que a procura pelas certificações ambientais aumentou
26

em 30% só no último ano. Isso em parte pode ser explicado pelas exigências do
comitê olímpico internacional que determina que nas obras executadas objetivando a
preparação para olimpíada sejam considerados aspectos relacionados à
sustentabilidade (CORTÉS, 2016).
O edifício comercial JK 1455 (Figura 2), de 13 pavimentos de escritórios,
localizado em São Paulo, na Avenida Juscelino Kubitschek, passou por uma
adequação para que pudesse ser considerado sustentável e, assim, recebeu o selo
de qualidade LEED Ouro de Operação e Manutenção. Dentre as soluções
sustentáveis empregadas, há estratégias para a redução do consumo de energia
elétrica, melhor uso da água – já que não tem produtos químicos nas fontes do prédio,
reaproveitando o líquido para as torres de resfriamento – e maior eficácia na limpeza,
pois implementa políticas visando eficiência com mínimo uso de produtos químicos
(JAZRA, 2012).

Figura 2 – Edifício comercial JK 1455

Fonte: AECWEB (2011).


27

Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Porto Brasilis (Figura 3) é um


edifício comercial de alto padrão de 21 pavimentos e com uma área de 18.600 m².
Assim como o JK 1455, o Porto Brasilis também foi certificado com o selo LEED Ouro.
Ele conta com um sistema de tratamento e reaproveitamento de águas pluviais, uso
de materiais de construção com baixos compostos orgânicos voláteis, reatores e
lâmpadas de alta eficiência, dentre algumas das medidas sustentáveis empregadas
no empreendimento (HAYDÉE, 2013).

Figura 3 – Edifício comercial Porto Brasilis.

Fonte: HAYDÉE (2013).

O conjunto de prédios Energisa (Figura 4), com 1.902 m² de área


construída fica no sertão da Paraíba e foi projetado para ser sustentável
28

principalmente devido à escassez de recursos na região (devido ao clima semiárido).


Assim, utilizaram materiais renováveis, reutilizáveis e recicláveis, como madeira com
certificação de reflorestamento, vidros laminados com baixo fator solar, tijolos
cerâmico-prensados maciços e cercas de divisas com metal reciclado para a
construção dos prédios. As medidas sustentáveis adotadas renderam o selo LEED à
Energisa (HAYDÉE, 2013).

Figura 4 - Conjunto Energisa.

Fonte: HAYDÉE (2013).

Construído para receber os atletas da Olimpíada do Rio em 2016 e


localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, o empreendimento Ilha Pura (Figura 5),
também conhecido como Vila dos Atletas, foi certificado por dois dos principais selos
de sustentabilidade no mundo, o AQUA-HQE Bairros e loteamentos e o AQUA-HQE
edifícios habitacionais. Entre as soluções ambientais adotas no empreendimento,
podem ser citados:

a) Redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE);


b) Viveiro de Mudas;
c) Uso de Madeira Nativa Certificada;
d) Gestão de água e energia com medição setorizada e online em 15
áreas;
e) Eficiência Energética.
29

Figura 5 - Conjunto de edificações do empreendimento Ilha Pura.

Fonte: GAZETA DO POVO (2015).

2.5 MEDIDAS SUSTENTÁVEIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Várias medidas podem ser tomadas para promover a sustentabilidade do


edifício em cada um dos doze princípios necessários para desenvolver uma estrutura
sustentável. Segundo Garrido (2010). As medidas mais econômicas são aquelas que
oferecem o máximo benefício ambiental, enquanto aquelas que têm menos eficiência
são as mais caras para o meio ambiente.
A introdução de práticas sustentáveis deve começar na fase de
planejamento da obra, a partir da seleção da área e da vistoria, a fim de garantir uma
adequada interligação do prédio com o meio ambiente. A avaliação das obrigações
ambientais da estação é necessária para impedir a construção ou tomar medidas
corretivas em locais contaminados por usos anteriores ou fontes próximas de
poluição. Ao escolher um canteiro de obras, a prioridade deve ser dada às áreas
urbanizadas com infraestrutura estabelecida e serviços básicos acessíveis na área,
manutenção das áreas naturais existentes e restauração de habitats. Para
implementar as condições ambientais, é necessária a drenagem local, saneamento,
abastecimento de água, coleta de lixo, eletricidade, estradas, transporte coletivo e
outros. (LOPES, 2013).
30

A gestão da construção em termos de sustentabilidade é importante para a


construção ambiental. Prevenção de erosão, sedimentação de cursos de água e
formação de poeira, ou seja, proteção do solo, prevenção de partículas arrastadas
pela chuva ácida e cursos do vento e chuva ou poluição da água e prevenção da
poluição do solo, o material de partículas transportadas pelo ar é uma prática que deve
ser projetada e aprovada no local da obra. Para isso, existem algumas medidas de
controle: cercar o canteiro, pulverizar a água antes e durante a operação e evitar cavar
quando a velocidade do vento estiver alta (LOPES, 2013). As interferências nas
proximidades devem ser reduzidas ao mínimo, com manutenção e limpeza de
estradas, redução de ruído, respeito ao tempo de trabalho e outras ações que
reduzam a violação da harmonia ambiental.
Durante a construção, há também um amplo movimento de veículos para
o transporte de matérias-primas e componentes para a obra, a poluição do ar e o uso
de grandes quantidades de combustíveis fósseis para viagens. Planejar a logística e
usar recursos próximos ao local de trabalho pode atenuar essas consequências.
(LEITE, 2011).
O uso eficaz de materiais através da redução de resíduos e reutilização de
resíduos deve ser considerado uma estratégia durante a fase de construção. É
importante avaliar o uso de materiais que não excedam o número necessário. Embora
a distribuição adequada de resíduos seja importante, deve ser dada prioridade aos
processos de redução de emissões e, portanto, medidas a serem desenvolvidas para
a conversão de resíduos em matérias-primas e, finalmente, pela adoção de medidas
de combustão em fornos de cimento e uma gestão que reduz perdas (RIOS, 2014).
De acordo com as diretrizes da Lei Nacional de Resíduos Sólidos nº 12.305/2010, a
resolução CONAMA nº 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para resíduos (Brasil, 2002), é necessário ter responsabilidade pelo meio ambiente e
uma redução dos custos de remoção e desnecessários despesas com a compra de
materiais.
Uma obra com boas características ambientais é caracterizada pela gestão
adequada de resíduos, mesmo durante o uso do edifício. A operação da construtora
é criar um local para reciclagem e separação de resíduos para coleta seletiva no
edifício, onde há um compartimento ventilado e com fornecimento de água,
correspondente aos padrões brasileiros. Os usuários devem manter latas de lixo
31

gerais e recicláveis e descartar adequadamente os resíduos para que possam ser


coletados pela empresa de limpeza municipal.
A pesquisa para otimizar o uso da água é um dos pré-requisitos para reduzir
o impacto do setor da construção no meio ambiente. A gestão adequada da água em
edificações sustentáveis pode ser alcançada por meio de equipamentos, sistemas e
projetos controlados por demanda que promovam o consumo informado e a
minimização de resíduos e também permitam a reciclagem e a reutilização da água
por meio da colheita e reciclagem, uso de água da chuva e água, tratamento de águas
residuárias (ANA; FIESP; SINDUSCON-SP, 2005). Desta forma, são utilizados
dispositivos de economia de água, como torneiras com arejadores e medidores de
vazão, ações duplas e pequenos tanques sanitários. Particularmente importante é o
projeto, que utiliza materiais de alta qualidade e sua implementação é realizada
corretamente para garantir a operacionalidade do equipamento e, portanto, evitar
vazamentos e rompimentos nas tubulações. (VALENTE, 2009).
A qualidade do local interno é um dos princípios da edificação sustentável.
A qualidade do ar e o ambiente de conforto acústico associados a esta base não
prejudicam a saúde e segurança dos usuários e não os levam ao bem-estar (LEITE,
2011). Portanto, os moradores precisam criar um ambiente saudável para controlar a
descarga de poluentes no prédio usando materiais que não emitem gases tóxicos,
incluindo corantes e resinas orgânicas naturais para pisos, limpezas e pisos,
manutenção de higiene, especialmente em condicionadores de ar. Além disso, a
tarefa do projetista é proporcionar ao consumidor o bem-estar dos recursos naturais,
como vegetação, elementos do projeto e dispositivos naturais com níveis de
temperatura e ruído suficientes.
Entre os elementos da construção podemos chamar edifícios
autossuficientes disponíveis para o vento, usando ventilação natural e iluminação
solar da radiação solar, para controlar a frequência dos raios e o aumento excessivo
da temperatura. (TÉCHNE, 2009).
A escolha correta dos materiais deve levar em conta não apenas o
componente em si, isto é, se corresponde a uma aplicação específica, mas também a
toda a cadeia de produção. O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS),
criado em 2007 e cujo objetivo é implementar conceitos e práticas de construção
sustentável (MOTTA, AGUILAR, 2009), desenvolveu uma ferramenta que auxilia em
seis fases de seleção e fornecedores.
32

De acordo com o CBCS, uma inspeção formal da empresa de entrega é


exigida por uma entidade legal e a presença de uma aprovação ambiental válida da
unidade. A qualidade do produto é outro ponto de atenção, pois os produtos de baixa
qualidade não proporcionam desempenho suficiente e exigem uma reposição rápida,
o que gera custos e desperdícios. O mesmo se aplica aos produtos com uma força
menor que a vida útil da edificação. É importante confirmar que existem relatórios
técnicos que demonstram a produtividade e a longevidade dos produtos orgânicos
(SILVA, 2012). Estudar a responsabilidade do ambiente corporativo também para
evitar a publicidade ambiental equivocada que é necessária, e deve confirmar a
consistência e relevância dos requisitos de desempenho ambiental dos produtos.
As ações em geral promovem uma boa qualificação da edificação e
também a promoção da sustentabilidade, agregando valor ao empreendimento e a
empresa responsável pela sua realização.

2.5.1 Gestão de Materiais e Resíduos

Segundo Côrrea (2009), materiais e resíduos devem ser tratados


conjuntamente, no que se refere a sustentabilidade, uma vez que é necessário
selecionar e utilizar corretamente os materiais a fim de reduzir a quantidade de
resíduos gerados. Dentre os diversos benefícios provenientes da especificação
correta do sistema construtivo podem ser citados:

a) Redução de custos com gestão de resíduos: Consiste na redução do


desperdício e custo decorrente da aquisição de novos materiais;
b) Redução de reclamações por parte dos clientes: Uma vez que o sistema
construtivo foi bem definido, diminuem as chances de ocorrência de
alguma patologia no empreendimento ocasionado por causa de erros
na concepção do projeto. Isto aumenta a satisfação do cliente e pode
melhorar, também, a imagem da empresa.
c) Aumento da durabilidade do empreendimento: Se o empreendimento
escolhe matéria prima mais durável para ser empregada na construção,
o ciclo de vida pode ser aumentado, permitindo maiores intervalos entre
manutenções.
33

d) Aumento da vida útil de aterros sanitários: A redução da quantidade de


resíduos sólidos gerados não sobrecarrega os aterros sanitários tão
rapidamente.
e) Ganhos para a sociedade: Ao comprar itens locais, estimula-se a
economia local e reduz a poluição causada pelo transporte dos
materiais.

Para decidir quais os materiais serão utilizados no empreendimento, a


equipe de projeto deve levar em conta os seguintes aspectos, para que o
empreendimento seja realmente sustentável:

a) Custo: Devem ser levantados os custos de cada sistema construtivo


possível. É sugerido que sejam observados não apenas os custos
durante a construção, mas também na fase de uso e operação. Neste
quesito já é notada uma preocupação com o futuro usuário do
empreendimento.
b) Durabilidade: Segundo a NBR 15575, a estrutura de um edifício deve
ter uma vida útil mínima de 50 anos, então o projeto deve especificar
materiais e sistemas construtivos que apresentem uma vida útil
semelhante e com flexibilidade para atender as necessidades dos
futuros usuários, assim como facilitar a futura requalificação e
reabilitação dos materiais.
c) Qualidade e proximidade dos fornecedores: Os fornecedores devem
cumprir as diferentes legislações vigentes, tanto ambientais quanto
trabalhistas e seus produtos devem ser de qualidade (conforme normas
técnicas, de desempenho ou de programas setoriais de qualidade,
como o PBQP-H). De preferência, devem ser escolhidos fornecedores
próximos ao local do empreendimento, para estimular a economia local
e minimizar a emissão dos veículos transportadores.
d) Quantidade e periculosidade dos resíduos gerados: Os resíduos devem
ser analisados e quantificados para um melhor entendimento da perda
de material, do custo com transporte e da disposição dos resíduos em
aterros comuns ou especiais, de acordo com a necessidade. Se o
empreendedor desejar um cálculo mais preciso, ele deve observar a
34

legislação local e solicitar um mapeamento dos possíveis depósitos de


resíduos da região.
e) Modularidade: Além de tomar cuidado na seleção dos materiais, sua
utilização deve ser planejada para evitar desperdícios, com
coordenação modular. Para isso, devem-se dimensionar corretamente
os ambientes, além de compatibilizar os projetos, os componentes e os
sistemas construtivos, previamente, para evitar excessos e
desperdícios.

2.5.2 Materiais Sustentáveis

Existem diversos materiais que podem trazer benefícios, para a


sustentabilidade na construção apesar de sua aplicação não ser muito comum neste
setor, os mesmos demonstram uma excelente alternativa e possibilidade para
diminuição da utilização e consumo dos recursos naturais, na fabricação dos materiais
existentes que são de uso tradicional na área.
A produção de alvenarias cerâmicas com resíduos de outras indústrias é
um bom caminho para a indústria cerâmica promover uma construção mais
sustentável. Por um lado, a extração de argila é reduzida e, por outro lado, o resíduo
referido acima não é depositado em aterros sanitários.
Torgal e Jalali (2010) afirmam que estudaram a possibilidade de substituir
grandes quantidades de argila por cinzas volantes. Os tijolos contendo cinza volante,
devem ferver a uma temperatura de cerca de 1050 ° C, o que significa um aumento
de 50 ° C a 100 ° C. Em comparação com tijolos impraticáveis, eles têm uma alta
resistência mecânica, baixa absorção de água e boa resistência à congelamento-
degelo.
Os autores observaram que, mesmo que o aumento da adição de cinzas
reduzia a resistência à compressão das telhas cerâmicas, e o uso de grandes
quantidades de cinzas permite tijolos com alta resistência mecânica.
Mais recentemente, segundo os mesmos, foi estudado por Demir e Topçu
(2007) a possibilidade de utilizar diversos resíduos orgânicos (serragem, resíduos de
tabaco, resíduos vegetais) como potencial para a formação de microporos em um
ladrilho cerâmico (Figura 6). Esses autores confirmam que o uso desses resíduos
como substituto da argila não causa problemas de fundição em percentuais de 10%
35

em peso. Porcentagens mais altas requerem mais água, exceto que o processo de
extrusão se torna difícil.

Figura 6 - Tijolos ecológicos de resíduos da construção e demolição.

Fonte: OCE (2010).

Devido ao grande número de estudos que demonstraram os danos


causados pelo processamento indiscriminado de matérias-primas, desperdício e
poluição inadequados, há novas técnicas que estão revolucionando a engenharia civil
e, ao mesmo tempo, cooperam com a ideia de criar ramo ecológico e correto. Entre
estes, o uso de pó de mármore e resíduos de construção sendo substituo do
agregado. (BARBOSA et al, 2011).
Barbosa et al (2011), realizou testes de laboratório para verificar se o
concreto agregado (resíduo) é melhor que o concreto convencional (a partir de areia
e agregados) e, portanto, é uma solução viável para compartilhar esses resíduos.
Quanto às propriedades mecânicas, confirmou-se que o resultado final do concreto
feito usando resíduos seria benéfico. Outra vantagem é a substituição de materiais
tradicionais (areia e cascalho) pela produção de concreto que, além de proteger o
meio ambiente, reduz o custo dos materiais de construção. No entanto, também
mostrou menos fluidez, o que reduziu sua trabalhabilidade e módulo de elasticidade e
criou uma tendência maior para a formação de microfissuras.
Segundo Torgal e Jalali (2010), o uso de fibras vegetais na produção de
compósitos cimentícios como substitutos de fibras de amianto ou mesmo fibras
sintéticas pode contribuir para aumentar a sustentabilidade da indústria da construção.
36

Exemplos de fibras vegetais altas usadas para plantas são: fibras de sisal, fibras de
coco, casca de arroz, fibras de cânhamo.

2.5.3 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

A gestão de resíduos na construção civil, determina diretrizes para que


possam ser controladas a disposição dos resíduos, realizada a reciclagem,
reutilização dos mesmos também e partir do mesmo é possível responsabilizar a não
realização das medidas propostas por leis ou das regulamentações vigentes.
E assim, como resultado é possível obter a diminuição no impacto
ambiental ilustrado pela construção civil, que se demonstra a ocorrência de forma
gigantesca, realizando a sustentabilidade.
É de uma grande necessidade a aplicação de ações para a minimização
da degradação ambiental originada pelo setor da construção civil. Desta forma, o
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, tendo ciência, do acréscimo dos
resíduos da construção e demolição destinados em locais inapropriados, determinou
através da publicação realizada em 5 de julho de 2002, uma resolução que constitui
as diretrizes, critérios e procedimentos para promoção da gestão de resíduos
originados da construção e demolição, inclusive o órgão decidiu os procedimentos
essenciais de modo que mitiga a degradação ambiental, esta foi a Resolução nº 307.
Esta publicação entrou em vigor na data de 03 de janeiro de 2003, no
documento são relacionadas várias formas para definição dos termos referentes ao
gerenciamento de RCC, aliás determina uma classificação para os mesmos, sendo;

a) Classe A;
b) Classe B;
c) Classe C;
d) Classe D.

A partir de cada uma das definições, são determinados procedimentos com


relação a destinação.
Resíduos da Classe A, são aqueles originados das construções, reparos,
demolições e reformas de serviços da construção civil e aqueles que são resultados
da composição dos locais da obra, como: blocos, cerâmicos, tijolos, concreto, terra,
37

pedras, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, constituintes de


cimentos e misturas, gesso, materiais asfálticos, vidros, plásticos, tubulações, fios
elétricos, etc. (Brasil, 2002).

Figura 7 - Resíduos da construção civil da determinação Classe A.

Fonte: Próprio autor (2018).

A destinação destes resíduos, devem ser a reciclagem para utilização


novamente no modo de agregados, ou então deve ser realizado a disposição destes
em aterros de RCC, permitindo sua reutilização e reciclagem posteriormente (Brasil,
2002).
Resíduos Classe B, são os papéis, plásticos, metais, madeiras, vidros e
outros (Brasil, 2002).
38

Figura 8 - Resíduos da Classe B, tendo as madeiras usualmente utilizadas em


fôrmas como uma das mais comuns.

Fonte: Próprio autor (2018).

A destinação destes resíduos, devem ser a reciclagem, reutilização ou a


realização do envio das substâncias para os locais de armazenamento periódico,
determinando a distribuição de modo que possibilite o seu uso posteriormente (Brasil,
2002).

Figura 9 - Coleta seletiva realizada dos materiais da Classe B, realizado em obra.

Fonte: Próprio autor (2018).


39

Resíduos Classe C, são os resíduos no qual não foram determinados


processo ou práticas viáveis que permita a sua reciclagem e ou recuperação, como
os produtos gerados do gesso (Brasil, 2002).

Figura 10 - Gesso disposto em uma caçamba, sendo material determinado como


Classe C.

Fonte: Próprio autor (2018).

A destinação deste tipo de material, deve ser a armazenagem, o transporte


e a finalidade segundo as normas regulamentadas vigentes (Brasil, 2002).
Resíduos da Classe D, são produtos tóxicos utilizados no processo da
construção, como resinas, solventes, óleos, tintas e qualquer outro que possa ser
prejudicial à saúde vindos de reparo, demolição e reformas de qualquer tipo obra
(Brasil, 2002).
40

Figura 11 - Resíduos oriundos de tintas determinados como Classe D.

Fonte: Próprio autor (2018).

Os resíduos necessitam da segregação, limpeza e organização para assim


poder reduzir a quantidade de desperdícios no canteiro de obras, estes itens estão
diretamente ligados com as perdas, com isso obtêm-se as seguintes vantagens:

a) A obra fica mais limpa e organizada;


b) Não realiza a junção entre os materiais e os resíduos, determinando
assim que os materiais adquiridos não sejam descartados;
c) Determina a possível reutilização dos resíduos previamente a sua
disposição;
d) Com a cotação e qualificação dos resíduos é possível determinar a
possiblidade dos focos das perdas e realizar a prevenção.

Uma outra vantagem possível de discriminar em relação a segregação dos


resíduos, a influência em diminuição dos acidentes de trabalho no canteiro de obras,
evitando o contato do trabalhador com materiais que podem ser arriscados ou
prejudiciais a sua saúde.
Segundo, Pinto (1998), o uso de projetos e controles sobre os sistemas de
construção racionalizados, além de determinar aplicações referentes a gestão da
41

qualidade já configuradas, conseguem proporcionar grandes realizações para a


diminuição na quantidade de resíduos gerados. A forma como os materiais são
armazenados no canteiro e obras e como ocorre a distribuição dos mesmos pode
determinar a minimização das perdas, ou até aumenta-las.

Figura 12 - Armazenamento inadequado dos insumos da construção.

Fonte: SEBRAE (2007).

O acondicionamento pode ser realizado no local onde os resíduos são


gerados, podem ser utilizados alguns procedimentos para este processo. Os materiais
como plásticos, madeiras, papéis e metais conseguem ser acomodados em
recipientes que sejam abertos e resistentes e na parte interna os recipientes podem
ter um saco de ráfia apropriado para a geometria do recipiente, facilitando a colocação
dos resíduos para a coleta e posteriormente destinação final (SEBRAE; SENAI; GTZ,
2007).

Figura 13 - Recipientes do tipo bombona com 50L para coleta e acondicionamento


dos resíduos.

Fonte: SEBRAE (2007).


42

Em relação aos resíduos orgânicos, embalagens, copos plásticos usados,


papéis sujos, ou outros, deve ser realizado em recipientes com tampas utilizando
apenas um saco de lixo comum.

Figura 14 - Recipiente para resíduos orgânicos.

Fonte: SEBRAE (2007).

Demais resíduos com maior massa ou geometria, não precisam destes


recipientes, os resíduos Classe A por exemplo podem ser acondicionados em pilhas
ou utilizar caçambas para disposição inicial e dependendo da quantidade até
contêineres (SENAI; SEBRAE; GTZ, 2007).

Figura 15 - Caçamba coletora de resíduos da Classe A.

Fonte: SEBRAE (2007).


43

A seguir é demonstrado na tabela abaixo, a referência entre o resíduo e


classificação do seu acondicionamento:

Tabela 11 - Soluções para acondicionamento dos resíduos.

Fonte: SEBRAE (2007).

2.5.4 Gestão de Águas e Efluentes

O aprimoramento da gestão dos recursos hídricos, como forma de


combater os desperdícios e promover o uso racional da água no Brasil, é elemento
44

fundamental para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva sustentável na


construção (SIMÃO, 2014).
Para desenvolver uma boa política de gestão de águas e efluentes em um
empreendimento, é importante verificar o regime de chuvas da região e a sua
periodicidade. Portanto, deve-se levantar se a região apresenta:

a) Falta de água ou enchentes;


b) Problemas de erosão decorrentes das chuvas;
c) Carência de saneamento ou abastecimento nas imediações do
empreendimento.

Após o levantamento destes dados, é possível alinhar as estratégias a


serem adotadas no empreendimento, tanto na construção quanto na operação,
contribuindo com a sua sustentabilidade, alinhada à redução de custos durante a sua
vida útil. Como fonte de referência para o levantamento das informações pode-se
consultar o Banco de Dados Climáticos do Brasil (EMBRAPA).
Segundo Côrrea (2009), para organizar as estratégias adotadas, deve-se
elaborar um plano do uso racional da água, no sentido de fazer uso eficiente da água
e reverter este uso em benefícios durante a vida útil da edificação, especialmente
durante o uso, quando ocorre o maior consumo hídrico. O plano deve contemplar:

a) Redução da quantidade de água extraída;


b) Redução do consumo e desperdício de água;
c) Aumento da eficiência do uso de água;
d) Aumento da reciclagem e do reuso de água.

A adoção deste plano leva a benefícios que vão desde a redução dos
impactos socioambientais e redução de custos na fase de uso e operação até a
divulgação da ação com objetivos comerciais.
O uso racional da água pela cadeia produtiva da construção deve envolver
não só a promoção da educação entre seus diversos atores como também o fomento
à gestão integrada (do manejo e da drenagem), ao gerenciamento equilibrado entre a
oferta e a demanda e à inovação tecnológica. A sustentabilidade desse insumo
depende da redução da demanda em, pelo menos, três níveis de abrangência: macro,
45

com a exploração racional dos recursos hídricos; médio, com a gestão otimizada dos
sistemas públicos; e micro, com a otimização do consumo de água nos edifícios.
Fundamentalmente, nas edificações, a gestão deve contemplar: o suprimento de água
potável; a gestão de águas pluviais e o esgotamento sanitário (SIMÃO, 2014).
Para a determinação da aplicação da gestão dos recursos hídricos, Simão
(2014), propõe, um programa de construção sustentável, determinando as seguintes
diretrizes:

a) Estabelecer políticas que estimulem o reaproveitamento das águas


pluviais em edifícios residenciais, comerciais e públicos.
b) E laborar e implementar, um manual de boas práticas que apresente
diretrizes para o uso racional da água. O manual deve ter como objetivo:
estimular a contratação de obras que contemplem soluções com menor
nível de consumo; propor uma legislação para a medição individual de
consumo nas edificações novas e construídas; fomentar soluções mais
econômicas no uso de água potável e de fontes alternativas de água;
promover a interface entre o tema e as políticas públicas e programas,
como o Minha Casa Minha Vida e o Programa Nacional de Combate ao
Desperdício de Água.
c) Estimular e exigir um aprimoramento da gestão pública, integrando o
manejo e a drenagem de águas pluviais e o aumento da permeabilidade
dos solos, sobretudo nos ambientes urbanos.
d) Implementar programas regionais de capacitação, educação e
conscientização sobre o uso racional da água para todos os
profissionais da cadeia produtiva da construção (projetistas, arquitetos,
engenheiros), demais atores do setor (administradores prediais,
empresas de facilities) e consumidores.
e) Desenvolver programas para a qualificação da gestão das
concessionárias de serviços de água e esgoto, reduzindo os atuais
níveis de perda na distribuição.
46

2.5.5 Gestão de Energia

A eficiência energética das edificações é um dos indicadores de


desempenho e um dos requisitos mais avaliados em construções sustentáveis. Sabe-
se que, no Brasil, o consumo de energia elétrica nas edificações corresponde
atualmente a cerca de 44% do consumo faturado no país, sendo que 22% são
utilizados apenas em instalações residenciais, 14% em comerciais e 8% em
edificações públicas. Como o Brasil é um país em desenvolvimento, a tendência é de
aumento desse consumo (SIMÃO, 2014).
Durante os anos de 2007 a 2010, o Brasil contabilizou avanços importantes
para a promoção do desenvolvimento sustentável com o lançamento da Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia em Edifícios Residenciais, Comerciais, de
Serviços e Públicos (Inmetro / PROCEL) – e o Plano Nacional de Energia 2030 – cujas
premissas preveem uma meta de redução de até 10% no consumo de energia elétrica
em 2030 (SIMÃO, 2014).
A etiquetagem de caráter voluntário para edificações novas e existentes
passará a ser obrigatória para edificações novas em prazo a ser definido pelo
Ministério de Minas e Energia. O sistema tem como objetivo criar condições para o
estabelecimento do nível de eficiência energética nos edifícios. O conceito varia de A
(mais eficiente) a E (menos eficiente) e é concedido em dois momentos: na fase de
projeto e após a construção. Nos edifícios comerciais, públicos e de serviços são
avaliados três sistemas: envoltória, iluminação e condicionamento de ar. Já nos
edifícios residenciais são analisados: a envoltória e o sistema de aquecimento de
água, além dos sistemas presentes nas áreas comuns dos edifícios multifamiliares,
como iluminação, elevadores, bombas centrífugas, entre outros (SIMÃO, 2014).
De acordo com a Câmara Brasileira da Industria da Construção (2008), na
proposta de construção sustentável, recomenda-se as seguintes diretrizes públicas,
para a promoção da proposta:

a) Incentivo à geração distribuída de energia, por meio de fontes


renováveis e da criação de redes mais inteligentes, que permitam o
compartilhamento da energia local excedente nas edificações.
b) Formulação de legislação específica, tendo como base a etiquetagem,
que estimule a eficiência energética nas edificações e que inclua
47

benefícios fiscais em equipamentos, materiais e bens de consumo


utilizados no projeto e pelos ocupantes, com desoneração para as
instalações mais eficientes e oneração para as menos eficientes. Essa
legislação deve atingir obras públicas e privadas, para a produção de
edificações com nível A ou B.
c) Incentivar a etiquetagem para novas edificações privadas e
obrigatoriedade para as públicas, visando atender aos níveis A ou B,
nas grandes metrópoles e, em todo o território nacional. Esse novo
marco legal deve fomentar a realização de auditorias energéticas
regulares, pelo governo, em todas as edificações brasileiras, a começar
pelas edificações públicas para monitorar desempenho e identificar e
estabelecer oportunidades de implementação de melhorias. Essa
legislação deve estabelecer ainda a realização de campanhas regulares
de comunicação e educação para superar a falta de conhecimento e
salientar o comportamento eficiente, com foco em informações objetivas
sobre precificação versus desempenho energético das edificações e
dos equipamentos individuais.
d) Fomento à formulação de legislação específica para estimular o retrofit
em edificações existentes (públicos e privados) e incentivo à
obrigatoriedade da etiquetagem para os mesmos. O objetivo é
estabelecer um programa nacional de reformas para o aumento da
eficiência energética no parque de edificações construído. Essa
legislação deve alcançar os três níveis do Executivo: municípios,
estados e União.
e) Capacitação dos diversos atores e consultores que atuam na cadeia
produtiva (especialmente projetistas, administradores prediais e
empresas de facilities) para a produção e operação de edificações de
atuação em edificações inteligentes e de alta eficiência. Essa
capacitação deve ressaltar a importância dos investimentos na fase do
projeto, com a consequente minimização de custos nas etapas de
operação e de manutenção dos empreendimentos.
48

2.5.6 Gestão do Desenvolvimento Humano

A agenda do desenvolvimento humano é provavelmente a mais extensa,


além de extremamente determinante para a sustentabilidade. Na cadeia produtiva da
construção, baixa escolaridade, baixa produtividade e baixos salários são só alguns
dos entraves ao desenvolvimento sustentável. Essa situação é agravada ainda pela
informalidade e, muitas vezes, pelo acesso precário, do trabalhador da construção, a
condições básicas de moradia, higiene, saúde, saneamento, água, mobilidade e
segurança alimentar (SIMÃO, 2014).
Enquanto o vetor para as mudanças é a nova economia, a educação se
constitui como a chave do processo. Uma das ações mais importantes para o
desenvolvimento humano, é fomentar iniciativas em conjunto com o poder público, as
instituições de ensino e de financiamento, além dos atores não governamentais, para
promover e exigir a legalidade e a conformidade no setor (SIMÃO, 2014).
Sendo assim, a Câmara Brasileira da Industria da Construção (2008), na
sua proposta de construção com sustentabilidade, indica as seguintes diretrizes
públicas, para a promoção da proposta:

a) Mapear e disseminar as boas práticas na adoção de critérios de


verificabilidade legal, de responsabilidade socioambiental, de
conformidade e de qualidade na cadeia produtiva da construção. Essa
ação tem como um dos seus principais objetivos estimular a
autorregulação das empresas para verificação permanente do
atendimento às leis e adoção de critérios para qualificação dos
profissionais, produtos e serviços.
b) Mapeamento socioeconômico para identificar a dimensão da demanda
por programas de capacitação, educação e conscientização em
segurança, meio ambiente, saúde, inovação e sustentabilidade.
Estabelecer, com essa finalidade, parcerias entre os sindicatos e
associações patronais ligados à CBIC, e também o Senai e o Sesi, para
implementação de um programa nacional de capacitação continuada
com ênfase no atendimento às particularidades regionais de educação
e qualificação profissional.
49

c) Capacitação de profissionais para aplicação da Lei nº 11.888/2008, que


assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e
gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social.
d) Promover a revisão nacional da grade curricular de universidades,
cursos técnicos profissionalizantes e de capacitação de professores dos
cursos de formação de profissionais da construção. Essa revisão deve
inserir temas específicos e transversais à formalidade, qualidade,
conformidade, inovação e sustentabilidade. Além disso, é necessário
erradicar o analfabetismo entre os trabalhadores da construção.

2.6 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Com uma busca equilibrada por uma melhor qualidade de vida e proteção
ambiental, é extremamente importante estabelecer critérios e condições técnicas e
legais para determinar se os produtos e serviços são consistentes com os princípios
éticos e de produção contidos no conceito de desenvolvimento sustentável. Para isso,
foram criadas certificações, que podem ser encontrados sob diferentes nomes, como
selos verdes, rótulos ecológicos, rótulos ecológicos, etc. (BIAZIN; GODOY, 2009), e
que, a rigor, representam a mesma ideia.
Nesse caso, os certificados ambientais podem ser entendidos como
processos realizados por uma entidade externa, independente, credenciada ou
proprietária que pode emitir um documento que verifica a conformidade do produto,
processo ou serviço com o ambiente. Portanto, é determinado que o produto atende
aos requisitos estabelecidos pelo organismo de certificação. (LOPES, 2013).
No que diz respeito à engenharia civil, a certificação é um tipo de
ferramenta que tem grande potencial para implementar ações sustentáveis nesse
setor, para criar e coletar as condições para os projetos e implementar o processo de
construção da gestão de impactos (LOPES, 2013). Segundo Carvalho (2013), como
os sistemas de certificação de construções sustentáveis são ferramentas que definem
critérios e objetivos e direcionam o projeto para apresentar características específicas
que esses sistemas definem como sustentáveis. A implementação desse processo
deve, de acordo com os princípios da Agenda 21, levar a uma melhoria permanente
da sustentabilidade das cidades.
50

O procedimento de certificação envolve várias etapas para obter uma


compactação estável. Inicialmente, as organizações de certificação fornecem
recomendações e instruções para planejar e construir um edifício sustentável. Após
essa fase, as próprias empresas conduzem avaliações e auditorias para avaliar a
conformidade da empresa com o padrão e seu bom progresso. Em caso de
inconsistências, as intervenções são realizadas. Somente após este procedimento, o
organismo de certificação emitirá um rótulo ecológico para o edifício (NOVIS, 2014).
Bueno (2010) determina que os certificados foram desenvolvidos para
avaliar os componentes ambientais, econômicos e sociais do desenvolvimento
sustentável por meio de indicadores para facilitar o entendimento de vários cenários
relacionados.
No entanto, os indicadores ambientais analisados levam em conta, em
parte, o conceito de sustentabilidade, determinam a prioridade de uma abordagem
puramente ecológica e avaliam apenas algumas de suas interfaces com aspectos
econômicos, sociais, culturais e antrópicos. Construir sistemas de avaliação ambiental
demanda principalmente a interação de um edifício com o meio ambiente através de
indicadores como consumo de energia, água, matérias-primas e materiais, emissões
atmosféricas, ruído e vibração, produção de águas residuais e resíduos sólidos e
ações preventivas ou corretivas que afetam seu desempenho ou impacto. Portanto,
em geral, avalia o desempenho do edifício e o desempenho da construção.

2.6.1 Certificação AQUA-HQE

Desenvolvido a partir do certificado francês HQE (Haute Qualité


Environnementale), o Processo AQUA-HQE certifica construções sustentáveis no
Brasil e é reconhecido internacionalmente. No momento, apenas a Fundação
Vanzolini está autorizada a aplicar este certificado.
Segundo a própria Fundação Vanzolini (2016), o empreendimento que
deseja receber o certificado AQUA-HQE será avaliado por auditores especializados,
que analisam cada uma das 14 categorias, e as classifica em níveis de desempenho
e excelência. É importante ressaltar também que as 14 categorias são separadas em
4 famílias principais: Local/Construção, Gestão, Conforto e Saúde. A Figura 16
apresenta o contexto escrito.
51

Figura 16 - Categorias e Famílias de classificação da certificação.

Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI (2016).

Para que um empreendimento receba o certificado AQUA-HQE, o


empreendedor deve alcançar um no mínimo um perfil de desempenho com 3
categorias no nível melhores práticas (MP), 4 categorias no nível boas práticas (BP)
e 7 categorias no nível base (B). A Figura 17 ilustra os perfis:
52

Figura 17 - Requisitos para certificação AQUA-HQE.

Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI (2016).

2.6.2 Certificação LEED

Originada pela USGB (U.S. Green Building Council), organização


americana que procura expandir edifícios sustentáveis e de ambiente confortável para
os usuários, a certificação LEED é determinada em um sistema internacional que
autentica e certifica edifícios em termos de qualidade ambiental. De acordo com o
GBC Brazil, o LEED está presente em mais de 130 países.
No Brasil, o certificado é o GBC-Brasil (Conselho de Construção
Sustentável do Brasil), que foi fundado em 2007 e oferece oito tipos diferentes de
cartões LEED. São eles: LEED NC, para novos edifícios ou grandes projetos de
reconstrução; LEED ND, para projetos de desenvolvimento de bairro; LEED CS, para
projetos em torno e na parte central do edifício; LEED Retail NC e CI para lojas de
varejo; Saúde LEED para instituições médicas; LEED EB-OM para projetos de
manutenção de edifícios existentes; LEED para escolas e LEED CI, para projetos
internos ou edifícios comerciais (LOTTI, 2015).
Em seu site, o GBC-BRASIL informa que em prédios que recebem LEED,
necessitam de 7 medições auditadas. Todos eles têm os pré-requisitos e pontuações,
53

recomendações, que após a resposta garantem os pontos de construção. O nível de


certificação é determinado pelo número de pontos recebidos, como pode-se observar
na Tabela 12.

Tabela 12 - Níveis de Certificação LEED.

Fonte: MARTINS (2010).

Os parâmetros avaliados pela GBC-Brasil e suas descrições são:

a) Espaço Sustentável: Encoraja estratégias que minimizam o impacto no


ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões
fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do uso do
carro e das ilhas de calor.
b) Eficiência do uso da água: Promove inovações para o uso racional da
água, com foco na redução do consumo de água potável e alternativas
de tratamento e reuso dos recursos.
c) Energia e Atmosfera: Promove eficiência energética nas edificações
por meio de estratégias simples e inovadoras, como por exemplo
simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e
utilização de equipamentos e sistemas eficientes.
d) Materiais e Recursos: Encoraja o uso de materiais de baixo impacto
ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a
geração de resíduos, além de promover o descarte consciente,
desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários.
e) Qualidade ambiental interna: Promove a qualidade ambiental interna do
ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com
foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos
orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e
priorização de espaços com vista externa e luz natural.
54

f) Inovação e Processos: Incentiva a busca de conhecimento sobre Green


Buildings, assim como, a criação de medidas projetuais não descritas
nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão
habilitados para esta categoria.
g) Créditos de Prioridade Regional: Incentiva os créditos definidos como
prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças
ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local. Quatro
pontos estão disponíveis para esta categoria.

2.6.3 Selo Casa Azul

Como primeiro certificado em projetos de sustentabilidade oferecidos no


Brasil, o Selo Casa Azul da Caixa é uma ferramenta para a classificação sócio-
ecológica de projetos habitacionais. O objetivo do selo é determinar quais empresas
utilizam as soluções mais eficazes para a construção, uso, operação e manutenção
de edifícios, a fim de promover o uso racional dos recursos naturais e melhorar a
qualidade da casa e do seu entorno (CAIXA, 2016).
Para a obtenção do Selo, 53 critérios, divididos em seis categorias, são
avaliados. As categorias são:

a) Qualidade Urbana;
b) Projeto e Conforto;
c) Eficiência Energética;
d) Conservação de Recursos Materiais;
e) Gestão da Água;
f) Práticas Sociais.

O empreendimento deve, então, obedecer a no mínimo 19 critérios para


ser certificado. O empreendimento também pode ir além das medidas mínimas a fim
de obter uma classificação melhor, como na Tabela 13.
55

Tabela 13 - Níveis de classificação do selo Casa Azul.

Fonte: CAIXA (2016).

2.6.4 ISO 14001

A ISO 14.001, norma pertencente à família ABNT NBR ISO 14.000,


especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental, permitindo que uma
organização desenvolva políticas e metas ambientalmente sustentáveis. A
implementação desta norma deve ser buscada por empresas que desejam
estabelecer e/ou aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental, estar seguras sobre
políticas ambientais ou demonstrar estar de acordo com práticas sustentáveis a
clientes e a organizações externas (MOREIRA, 2006).
A norma especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental que
uma organização pode usar para aumentar seu desempenho ambiental. Os resultados
pretendidos de uma empresa que visa obter a ISO 14.001 é mudar a cultura da
empresa para que haja uma maior preocupação ambiental. Um sistema de gestão
ambiental coerente com a política ambiental da organização visa aumentar o
desempenho ambiental, atender os requisitos legais (e outros eventuais requisitos) e
alcançar os objetivos ambientais.
Também segundo a norma, qualquer organização pode obter a ISO
14.001, independente do seu tamanho, tipo, natureza ou influência. Além disso, a
norma pode ser usada em sua totalidade ou em parte, quando se pretende otimizar
algum setor específico da empresa.
É importante atentar também para uma das principais ferramentas de um
Sistema de Gestão Ambiental, o ciclo PDCA, que fornece um processo iterativo
utilizado pelas organizações e que é focado na melhoria contínua dos processos.
Descrevendo o ciclo PDCA, que pode ser conferido graficamente na Figura 18,
brevemente:
56

Plan (planejar): Estabelece os objetivos (ambientais) e os processos


necessários para entregar resultados de acordo com a política ambiental estipulada
pela organização;
Do (fazer): Implementa os processos planejados no item anterior;
Check (checar): Monitora e mede os processos em relação à política
ambiental, englobando todos os aspectos relevantes, como compromissos, objetivos
ambientais e critérios operacionais, além de reportar os resultados;
Act (agir): Toma ações para a melhoria contínua do processo e da
organização.

Figura 18 - Ciclo PDCA na ISO 14001.

Fonte: Adaptação MOREIRA (2006).


57

2.7 VANTAGENS DAS AÇÕES SUSTENTÁVEIS

Pelo ponto de vista financeiro, os empreendedores sempre questionaram


os altos custos envolvidos em um projeto verde. Entretanto, além da redução dos
custos de operação mais do que compensarem o investimento inicial, percebe-se que
o adicional de custos da construção sustentável vem caindo rapidamente no Brasil.
Ademais, com o aumento da produtividade, fomentado pela adoção de técnicas e
recursos mais modernos, as construtoras encurtarão o prazo de execução, ganhando
em custo (GBC BRASIL, 2017).
Os benefícios mais importantes que os edifícios verdes oferecem estão
relacionados com o clima e com o ambiente natural. Os edifícios verdes não só
reduzem ou eliminam impactos negativos sobre o meio ambiente, usando menos
água, energia ou recursos naturais, mas também o impactam positivamente, gerando
sua própria energia ou estimulando o crescimento da biodiversidade. Na prática, estas
vantagens surgem a partir do uso eficiente de recursos naturais, da redução das
emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, do uso de materiais de construção
com baixo impacto ambiental, da reciclagem e do emprego de técnicas sustentáveis
de gestão e produção. Segundo o Green Building Council (2017), os edifícios
certificados gastam até 30% menos em energia, liberam 35% menos de CO2,
reduzem o consumo de água entre 30% e 50% e o uso e desperdício de recursos
naturais em até 60%.
É importante entender, também, que a redução das emissões de gases
nocivos ao meio ambiente, principalmente o CO2 (principal gás causador de
mudanças climáticas), é reconhecida como um dos benefícios mais importantes
decorrentes do consumo reduzido de energia. Praticamente todas as medidas
analisadas pelos selos ambientais incentivam a diminuição da emissão de gases e
materiais poluentes. Tanto a adoção de sistemas de reciclagem de materiais, o
incentivo no uso de bicicletas e a redução no consumo de energia mitigam o
lançamento de agentes contaminantes. A emissão de CO2 e de SO2 está diretamente
relacionada à fabricação de cimento, à produção de energia, ao transporte de
materiais e a diversas outras causas que são exponencialmente mitigadas pela
adesão das certificações sustentáveis.
Os edifícios sustentáveis reduzem o consumo de água potável a partir de
várias estratégias, incluindo instalações hidráulicas mais eficientes, aproveitamento
58

de águas pluviais, armazenamento em telhados verdes, tratamento e reciclagem de


águas servidas no local e o uso de plantas nativas ou tolerantes à seca no paisagismo.
O consumo de água em um edifício é frequentemente dividido em três categorias: uso
em instalações internas (por exemplo, pias, vasos sanitários e chuveiros), uso em
irrigação externa e uso em processos (refrigeração, equipamentos hospitalares,
lavanderia ou uso industrial etc.) (KATS, 2010). Reduções no consumo de água e no
escoamento de águas pluviais oferecem benefícios adicionais ao aliviar a pressão
sobre os sistemas de água e ao reduzir os impactos à ecologia e à saúde humana,
causados pelo esgotamento de cursos d’água e pelo transbordamento dos sistemas
de águas pluviais e esgoto.
Igualmente importante, é a questão do gerenciamento do uso e desperdício
de materiais processados e recursos naturais. Neste contexto, gerenciar resíduos
significa minimizar ou eliminá-los sempre que possível e reutilizar materiais.
Apoderando-se dos recursos naturais, a construção civil é, entre todas as atividades
produtivas, a maior geradora de resíduos. O economista e mestre em tecnologia
ambiental Elcio Carelli, da empresa Obra Limpa, afirma que 60% do total de resíduos
produzidos nas cidades brasileiras têm origem na construção civil (OBRA LIMPA,
2017). Os principais impactos sanitários e ambientais relacionados ao consumo de
materiais e geração de resíduos são aqueles associados às deposições dos entulhos
(comprometimento do tráfego e da drenagem urbana, favorecimento da multiplicação
de vetores patogênicos e poluição do solo e águas), esgotamento dos recursos
naturais, consumo de energia e produção desenfreada de CO2.
59

3 METODOLOGIA

O projeto foi dividido em três etapas: levantamento bibliográfico, estudo de


caso e análise dos resultados.
A primeira etapa consistiu em um levantamento de dados em revistas
científicas, livros, teses e dissertações, que caracterizam a ideia fundamental de
desenvolvimento deste projeto: a comparação dos métodos construtivos,
convencional e sustentável.
Com base nesse conteúdo, foi desenvolvido um estudo de caso onde se
realizou analise e avaliação de custos aplicados como soluções sustentáveis e
convencionais utilizados em uma residência unifamiliar para determinar a partir da
comparação entre os projetos e as práticas, se a sua aplicação é viável para este tipo
de projeto e o custo relacionado ao mesmo, além de ser apresentado o tempo de
retorno do projeto sustentável a partir das suas possibilidades
Os itens levantados para realizar a comparação nas soluções adotadas no
projeto determinaram os custos diferenciais. O custo determinado para estes
elementos apresentados foi obtido com base em dados expostos nas planilhas a
seguir. (Tabela 15 e tabela 16.)
A partir do orçamento apresentado será determinado a viabilidade do
projeto sustentável com base no orçamento e o período de retorno possível de se
obter com os elementos sustentáveis no consumo de água e energia.

3.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO

O projeto utilizado como análise para a presente pesquisa é uma residência


unifamiliar com determinações diferentes, uma que tem o projeto construtivo realizado
de modo convencional e o outro que realizou o levantamento das práticas sustentáveis
para ser executado sobre a residência.
60

Figura 19 - Planta da residência.

Fonte: Próprio Autor (2018).

A residência possui uma área construída de 55,42 m², o projeto das


residências possui um padrão popular, portanto os itens determinados para os
projetos foram levantados com base nesta determinação, sendo um orçamento de
soluções sustentáveis de custo baixo.
As soluções adotadas para ser comparadas são:

• Cobertura;
• Instalações Elétricas;
• Instalações Hidráulicas;
• Pisos;
• Pinturas;
• Estrutura.
61

As práticas para sustentabilidade da residência, utilizou com base estes


elementos apresentados, para orçar soluções e práticas que possam trazer economia
e benefícios ao meio ambiente.
62

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 SOLUÇÕES ADOTADAS

Para satisfazer o objetivo proposto em comparação com o método


convencional, as soluções sustentáveis determinaram diversos itens mediante a
possibilidade do projeto que pudesse atender a residência e fossem aplicadas. Sendo
assim, a seguir são apresentados com detalhes os itens das soluções convencionais
e sustentáveis, utilizadas para comparação:

4.1.1 Método Convencional


• Cobertura: Telhado cerâmico, conforto térmico e versatilidade de formas
e cores;
• Instalações Elétricas: Energia hidrelétrica, gerada a partir do potencial
hidráulico de um rio;
• Instalações Hidráulicas: Equipamentos sanitários e louças
convencionais, de alto consumo devido as perdas;
• Pisos: Piso de concreto, utiliza quantidades altas de cimento;
• Pintura: Tinta a óleo, contêm composto orgânico volátil (COV), sendo
prejudicial e considerada um poluente do ar;
• Estrutura: Bloco de concreto, maior emissão de CO2 na atmosfera.

4.1.2 Método Sustentável


• Cobertura: Telhado verde, serve como isolante térmico e acústico;
• Instalações Elétricas: Energia fotovoltaica, gerada a partir da radiação
solar, lâmpada de alta eficiência energética;
• Instalações Hidráulicas: Equipamentos sanitários de baixo consumo,
cisterna para armazenamento e aproveitamento de água da chuva;
• Piso: Piso intertravado, sendo pisos que não precisam de argamassa e
são fabricados a partir de resíduos da construção;
• Pintura: Tinta mineral natural, são tintas feitas à base de terra e emulsão
aquosa, isenta de compostos químicos e agressivos;
63

• Estrutura: Optou-se pelo bloco cerâmico estrutural, ao invés do de


concreto, possui menor emissão de CO2 na sua fabricação e oferece
conforto acústico e térmico.

A Tabela 14 apresenta os resultados obtidos com as práticas sustentáveis


sobre a edificação:

Tabela 14 - Soluções sustentáveis adotadas para a residência com o projeto de


sustentabilidade.
Resultados das Soluções Sustentáveis
É isolante térmico e acústico, tem a
capacidade de absorver 90% do calor
sobre a edificação, melhoria na
Telhado Verde
qualidade do oxigênio no ar da
edificação pela fotossíntese da
vegetação da cobertura
Energia limpa, é inesgotável, baixa
manutenção, alta qualidade, sem ruídos,
Energia Fotovoltaica fácil dimensionamento, pode gerar
economia de 50% a 95% nas contas de
luz
Utilizar caixas acopladas com duplo
Equipamentos Sanitários de Baixo acionamento nas bacias sanitárias e
Consumo torneiras com regulagem de consumo,
ajuda na economia da água utilizada.
Este componente é responsável por
armazenar água da chuva e possui a
Cisterna capacidade de 240 L, podendo ser de
auxilio muito grande em atividades
externas.
O piso intertravado é constituído de
Piso Intertravado resíduos sólidos o que é benéfico para a
construção civil, utilizado para a área
64

externa, é poroso e não realiza a


concentração de água e sim o seu
escoamento para os leitos subterrâneos.
Evita contaminação da atmosfera não
realizando a propagação dos compostos
químicos voláteis que são altamente
cancerígenos, é resistente a umidade,
Tinta Mineral Natural
possui alta durabilidade, não agride ao
meio ambiente, pode ser utilizada em
alvenaria, madeira, gesso, texturas e
outros elementos construtivos.
Possui boa qualidade, sua produção
emite menos gás carbônico em
comparação com o de concreto, possui
Bloco Estrutural Cerâmico
baixo custo, é uma alternativa
interessante quando comparado com o
Bloco de concreto.
Fonte: Próprio Autor (2018).

As soluções sustentáveis adotadas, são as práticas utilizadas e


determinadas com base nos materiais usuais e tradicionais utilizados para a
construção civil, não apresentando soluções diferentes e que trazem nenhum
benefício sustentável.

4.2 ORÇAMENTO

A partir da quantificação e do levantamento das práticas sustentáveis, foi


realizado o levantamento dos custos do projeto sustentável para poder realizar a
comparação com o sistema convencional, apresentaram os custos de acordo com os
fabricantes dos serviços como: Portal Solar; Leroy Merlin; Casológica; Tintas Solum e
por meio do SINAPI (Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil),
os custos dos elementos convencionais da residência foram obtidos também por meio
do SINAPI. As Tabelas 15 e 16, apresentam os custos das práticas convencionais e
sustentáveis respectivamente.
65

Tabela 15 - Orçamento dos elementos convencionais para a residência unifamiliar.

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
Preço Preço
Item Descrição Unidade Quantidade
Unit. (R$) Total (R$)
ORÇAMENTO PRÁTICAS 15.751,17
CONVENCIONAIS
1 COBERTURA 5.118,55
Cobertura com telha cerâmica tipo
1.1 m² 50,02 49,84 2.493,00
plan, 2 águas
Trama de madeira composta por
1.2 ripas, caibros e terças para telhado de m² 50,02 52,49 2.625,55
até 2 águas, para telha de encaixe
2 INSTALAÇÃO ELÉTRICAS 1.807,10
2.1 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 19,00 1,21 22,99
DN 20mm
2.2 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 6,00 1,31 7,86
DN 25mm
2.3 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 30,00 2,24 67,20
DN 32mm
2.4 Caixa eletroduto PVC 4x2'' und 15,00 1,43 21,45
2.5 Caixa eletroduto PVC 4x4'' und 1,00 2,85 2,85
2.6 Quadro de distribuição de energia, 6 und 1,00 75,43 75,43
circuitos
2.7 Receptáculo de porcelana para und 4,00 9,54 38,16
lâmpada incandescente
2.8 Luminária de teto tipo plafon em und 3,00 2,94 8,82
plástico
2.9 Interruptor 1 tecla, simples und 2,00 8,39 16,78
2.10 Interruptor 2 teclas, simples und 2,00 11,09 22,18
2.11 Interruptor 1 tecla simples conjugado und 1,00 13,61 13,61
com 1 tomada universal 2P + T
2.12 Tomada universal 2P + T und 6,00 8,18 49,08
2.13 Conjunto de 2 tomadas 2P + T und 1,00 25,47 25,47
conjugadas
2.14 Disjuntor termomagnético monofásico und 2,00 16,97 33,94
10A
2.15 Disjuntor termomagnético monofásico und 1,00 16,97 16,97
20A
2.16 Disjuntor termomagnético monofásico und 1,00 26,35 26,35
30A
2.17 Fio de cobre condutor isolado 750V m 104,00 0,60 62,40
#1,5mm²
2.18 Fio de cobre condutor isolado 750V m 45,00 0,96 43,20
#2,5mm²
2.19 Fio de cobre condutor isolado 750V m 27,00 2,28 61,56
#6,0mm²
2.20 Fio de cobre condutor isolado 750V m 15,00 3,72 55,80
#10,0mm²
Padrão de entrada de energia
monofásica em poste de concreto 5m,
2.21 completo, inclusive aterramento e und 1,00 1.135,00 1.135,00
caixa de medidor com disjuntor
monofásica de 50A
3 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 386,25
3.1 Vaso sanitário de louça branca com und 1,00 346,35
346,35
caixa acoplada
3.2 Torneira de mesa cromada, padrão und 1,00 39,90
39,90
popular p/lavatório
66

4 LÂMPADA 46,35
3.1.1 Lâmpada fluorescente 40W und 5,00 9,27 46,35
5 PISOS 841,70
Calçada de proteção em concreto
5.1 magro, espessura de 6cm e largura m² 16,06 52,41 841,70
de 0,60m
6 PINTURA 2.306,33
Pintura interna e externa a cal, 3
6.1 m² 209,89 8,69 1.823,94
demãos
Pintura esmalte 2 demãos sobre
6.2 fundo nivelador (1 demão) em m² 41,08 9,49 389,85
esquadrias de madeira
Pintura a óleo 2 demãos em paredes
6.3 m² 5,09 18,18 92,54
sem emassamento
7 ESTRUTURA 5.244,89
Bloco de concreto de vedação,
7.1 m² 102,70 51,07 5.244,89
9x19x39cm

Fonte: Próprio Autor (2018).

Tabela 16 – Orçamento dos elementos sustentáveis para a residência unifamiliar.

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
Preço Preço
Item Descrição Unidade Quantidade
Unit. (R$) Total (R$)
ORÇAMENTO PRÁTICAS 33.430,03
SUSTENTÁVEIS
1 COBERTURA 8.112,02
Trama de madeira composta por
1.1 ripas, caibros e terças para telhado de m² 50,02 52,49 2.625,55
até 2 águas
Placas compensadoas naval,
1.2 m² 50,02 29,94 1.497,60
e=15mm
1.3 Lona impermeabilizante m² 50,02 32,07 1.604,14
1.4 Manta geotêxtil m² 50,02 7,84 392,16
1.5 Argila expandida m³ 2,50 247,50 618,75
1.6 Terra adubada kg 750,00 0,42 315,00
1.7 Grama esmeralda m² 50,02 7,00 350,14
1.8 Rufos metálicos m 28,00 25,31 708,68
2 INSTALAÇÃO ELÉTRICAS 14.837,53
2.1 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 19,00 1,21 22,99
DN 20mm
2.2 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 6,00 1,31 7,86
DN 25mm
2.3 Eletroduto fléxivel corrugado, PVC, m 30,00 2,24 67,20
DN 32mm
2.4 Caixa eletroduto PVC 4x2'' und 15,00 1,43 21,45
2.5 Caixa eletroduto PVC 4x4'' und 1,00 2,85 2,85
2.6 Quadro de distribuição de energia, 6 und 1,00 75,43 75,43
circuitos
2.7 Receptáculo de porcelana para und 4,00 9,54 38,16
lâmpada incandescente
2.8 Luminária de teto tipo plafon em und 3,00 2,94 8,82
plástico
67

2.9 Interruptor 1 tecla, simples und 2,00 8,39 16,78


2.10 Interruptor 2 teclas, simples und 2,00 11,09 22,18
2.11 Interruptor 1 tecla simples conjugado und 1,00 13,61 13,61
com 1 tomada universal 2P + T
2.12 Tomada universal 2P + T und 6,00 8,18 49,08
2.13 Conjunto de 2 tomadas 2P + T und 1,00 25,47 25,47
conjulgadas
2.14 Disjuntor termomagnetico monofásico und 2,00 16,97 33,94
10A
2.15 Disjuntor termomagnetico monofásico und 1,00 16,97 16,97
20A
2.16 Disjuntor termomagnetico monofásico und 1,00 26,35 26,35
30A
2.17 Fio de cobre condutor isolado 750V m 104,00 0,60 62,40
#1,5mm²
2.18 Fio de cobre condutor isolado 750V m 45,00 0,96 43,20
#2,5mm²
2.19 Fio de cobre condutor isolado 750V m 27,00 2,28 61,56
#6,0mm²
2.20 Fio de cobre condutor isolado 750V m 15,00 3,72 55,80
#10,0mm²
Padrão de entrada de energia
monofásica em poste de concreto 5m,
2.21 completo, inclusive aterramento e und 1,00 1.135,00 1.135,00
caixa de medidor com disjuntor
monofásica de 50A
Conjunto de placas fotovoltáicas - 6
2.22 und 1,00 13.030,43 13.030,43
placas
3 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 863,12
3.1 Vaso sanitário de louça branca com und 1,00 729,90
caixa acoplada com duplo 729,90
acionamento
3.2 Torneira de mesa cromada, padrão und 1,00 133,22
popular p/lavatório temporizada 133,22
pressão bica baixa
4 MINICISTERNA 452,99
4.1 Kit minicisterna 240l + Eco filtro und 1,00 297,00 297,00
4.2 Joelho 90º soldável e com rosca de und 2,00 6,21
12,42
25mm x 3/4''
4.3 Calha platibanda de chapa de aço m 7,00 20,51
143,57
galvanizada nº 26, corte 45cm
5 LÂMPADA 216,20
5.1 Lâmpada LED 10W und 5,00 43,24 216,20
6 PISOS 1.014,83
Calçada com piso intertravado
6.1 m² 16,06 63,19 1.014,83
drenante, tipo retangular
7 PINTURA 3.280,00
Pintura interna e externa 2 demãos,
7.1 und 12,00 205,00 2.460,00
com tinta mineral natural 18l - galão
Pintura em esquadrias de madeira -
7.2 und 3,00 205,00 615,00
galão
Pintura em paredes sem
7.3 und 1,00 205,00 205,00
emassamento - galão
8 ESTRUTURA 4.653,34
Bloco de cerâmico estrutural,
8.1 m² 102,70 45,31 4.653,34
9x19x39cm

Fonte: Próprio Autor (2018).


68

Figura 20 – Comparativo de custos de orçamentos dos métodos construtivos,


convencional e sustentável

Comparativo de Custos
16000

14000

12000

10000
Preços (R$)

8000
Convencional
6000
Sustentável
4000

2000

Fonte: Próprio Autor (2018).

O orçamento apresentado pelas Tabelas 15 e 16, demonstram os custos


totais responsáveis, pela prática dos elementos construtivos convencionais e
sustentáveis, desta forma é possível analisar que para o projeto com a residência
unifamiliar convencional o custo total é de R$ 15.751,17 e o custo da residência com
o projeto sustentável tem um custo total de R$ 33.430,03, tendo uma diferença entre
os orçamentos de 35,95 %. Na residência com as práticas sustentáveis, o maior custo
apresentado é o da Instalação Elétrica, em especifico a energia fotovoltaica que
possui um custo de R$ 13.030,34.
Tendo em vista que a energia elétrica fotovoltaica possui a capacidade de
retorno com o passar do tempo é apresentado, a partir do levantamento do consumo
de energia, o período necessário para o sistema se pagar e gerar lucro para o
responsável pelo seu investimento.
Sendo assim, de acordo com Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2018), o
consumo mensal médio por residências unifamiliares é de 185 kWh. De acordo com
as legislações da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2018, a tarifa
para o projeto em questão é de R$ 0,82/kWh, tendo em vista que o projeto se propõe
69

para uma residência. Realizando a relação entre o custo e o consumo é possível


determinar o custo mensal da conta de energia, como é apresentado a seguir:

185𝑘𝑊ℎ 𝑅$ 0,82
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 = ∗
𝑚ê𝑠 𝑘𝑊ℎ

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 = 𝑅$ 151,70

Tendo o custo mensal da conta de energia e o custo responsável pelo sistema


de energia fotovoltaica (R$ 13.030,43), é possível então calcular o período de retorno,
o payback, como demonstrado a seguir:

𝑅$ 13.030,43
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 [𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠] =
𝑅$ 151,70

𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = 85,89 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑜𝑢 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥. 7,15 𝑎𝑛𝑜𝑠

Sendo assim, o tempo de retorno para o sistema de energia renovável


fotovoltaico, possui o payback de 7,15 anos. Apesar de apresentar custos altos e um
grande período de retorno, as placas possuem um desempenho contínuo de
funcionamento por até 25 anos funcionando ainda com 80% do seu desempenho
original e poucas manutenções, o que viabiliza a sua prática.
70

5 CONCLUSÃO

Com base no estudo realizado foi possível constatar que, os impactos que
a indústria da construção civil realiza de forma direta e indireta no meio ambiente,
introduzindo o enfoque com a prática usual do setor de consumir os recursos naturais
na produção de agregados, contrastando a prática comum na área da construção que
é a realização das perdas e do desperdício onde é possível ilustrar a segregação dos
materiais adquiridos pela construção civil, todos esses fatores e aspectos
apresentados são contundentes e determinantes na poluição e impactos no meio
ambiente pelo setor construtivo.
A monografia realizou a introdução e associação da sustentabilidade e
construção civil e como podem se relacionar. Conclui-se que a influência do
desenvolvimento sustentável nos aspectos que tange a realização de uma edificação,
desde as fases de planejamento, projeto e execução de uma edificação, irão
beneficiar o meio ambiente.
Na sequência, é possível definir que a apresentação das ações e medidas
que podem ser adotadas para a prática do desenvolvimento sustentável na construção
civil, neste momento é necessário introduzir todos os setores e realizações em que a
sustentabilidade pode se apresentar, influenciando, nos materiais da construção, na
utilização da energia, na importância do controle dos recursos hídricos, e etc. a forma
mais importante de se realizar uma construção sustentável é determinando medidas
e fatores que possam estipular os conceitos definidos ecologicamente viáveis para a
construção civil.
As práticas levantadas e determinadas para estes projetos, abordaram o
conforto térmico com uso da cobertura com o telhado verde, a energia elétrica
renovável por meio das placas fotovoltaicas, do uso da água da cisterna através do
armazenamento da água da chuva, dos pisos provenientes dos resíduos da
construção civil e de outros componentes que implementaram a sustentabilidade na
edificação e com os elementos construtivos determinados foi realizado o levantamento
dos custos e definido a sua viabilidade.
Realizando o orçamento das práticas sustentáveis constatou-se que a sua
execução se torna 35,95% mais dispendiosa que as práticas convencionais e que
muitas vezes a torna inviável na construção, porém um contraponto apresentado é o
payback do sistema elétrico da energia solar, o elemento mais caro das práticas
71

sustentáveis na edificação, que por se gerar e produzir energia o sistema consegue


se viabilizar em um intervalo de aproximadamente 7,15 anos que devido ao seu tempo
de vida útil não é um grande período. Considerando ainda o tempo que uma família
residirá nesse imóvel.
Sendo assim, a realização da sustentabilidade na construção civil, é um
aspecto determinante para o futuro do meio ambiente e dos recursos naturais do
planeta, a sua prática é essencial, e as vantagens agregadas a sua realização só
tendem a melhorar o setor que tanto impacta o meio ecológico atual.
72

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