UTILIZAÇÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR NOS CENTROS DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS
Brenda Veríssimo Ferreira (brendaverissimo@hotmail.com.br)
João Pedro Ferreira De Lima (pedrolima_merc@hotmail.com) Caroline Estefane Da Silva (carolineestefane08@gmail.com) Carolina Vasconcelos (carolinavasconcelosneves@gmail.com)
RESUMO
Introdução: A Reforma Psiquiátrica, iniciada há décadas, trouxe diversas
mudanças para o paciente, família, instituições de saúde e profissionais da área. Estes últimos tiveram que se adaptar ao novo modelo e trabalhar com o Projeto Terapêutico Singular (PTS), principal ferramenta no tratamento desses pacientes nos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS). Objetivo: O presente estudo tem como objetivo demonstrar a importância da utilização do PTS nos CAPS. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico realizado na Biblioteca Virtual de Saúde, nas bases de dados LILACS e BDENF. Foram utilizados os descritores: Saúde Mental, Serviços de Atendimento Psicossociais e Enfermagem. Adotou-se como critérios de inclusão: Os artigos completos, em português, publicados no ano de 2012 a 2016. Foram encontrados 22 artigos, dos quais se excluíram 14, totalizando 8 para análise, seguindo os critérios: Textos incompletos, publicações estrangeiras, que não abordassem o tema proposto e que a publicação não ultrapassasse os 5 últimos anos. Desenvolvimento: A Atenção Psicossocial na rede de saúde brasileira é exordial e exige mudanças individuais, sociais e institucionais. Atualmente a política de saúde mental propõe que os pacientes tenham uma ressocialização com o meio, trocando o modelo de hospital manicomial, de características exclusivas, desagradáveis e reducionistas, por um modelo que esteja normatizado com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, foi aprovada em 2001 a Lei Nº 10.216, que dispõe sobre “a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais” e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Esta lei também é conhecida como Lei Antimanicomial ou Lei da Reforma Psiquiátrica. A partir dessa reforma, que objetivou a desospitalização de pacientes, o portador de transtorno mental passou a ser visto como um ser que apresenta necessidade de convívio social e não de isolamento. Foi nesse contexto que surgiram os CAPS, um programa destinado a resguardar pacientes com transtornos mentais, ajudá-los com sua autonomia, sua relação com seus familiares e a integralidade com o ambiente social. A partir disso surgiu o PTS que consiste em um conjunto de propostas de condutas terapêuticas resultado da discussão de uma equipe multiprofissional formada por: Médico Psiquiátrico, Enfermeiro, Psicólogo, Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Pedagogo e Educador Físico. A implementação do Projeto com apoio familiar e é ferramenta-chave para o desenvolvimento dos pacientes de forma que consigam construir sua própria autonomia. Para que o projeto tenha eficácia, há a necessidade da atuação de um conjunto de fatores, a família junto ao profissional e sua equipe junto ao estudo de caso de cada paciente, isso é vital para a evolução de caso. O PTS permite a identificação de possíveis fatores que levem a vulnerabilidade e riscos ao paciente, sendo possível aplicar intervenções terapêuticas que supram as necessidades daquele indivíduo como único, e por ser um programa da atenção básica conta com a visita domiciliar e consultas na unidade, trabalha também com terapia em grupo, onde compartilham suas vivências. Considerações finais: O enfermeiro é um profissional fundamental para implementação do PTS, deve utilizar da sistematização da assistência de enfermagem como instrumento de cuidado em saúde mental, tendo dessa forma a continuidade do cuidado e por fim uma maior eficácia no tratamento. Conclui-se que o projeto traz avanços incontestáveis se comparado ao sistema deficitário existente antes da Reforma, que muitas vezes tratava apenas os sintomas e não o indivíduo de forma holística, pois proporciona inserção social e autonomia aos portadores de transtornos mentais e isso sem dúvidas trouxe maior qualidade de vida para os mesmos.
Palavras-chave: Saúde Mental, Serviços de Atendimento Psicossociais,