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CURSO PREPARATÓRIO PEDRO GOMES

PROFESSOR: JUANIL BARROS - GEO-MT

DA CAVALHADA AO CURURU: CONHEÇA MT EM SETE MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS

INTRODUÇÃO:
Em 1965, o Congresso Nacional oficializou o dia 22 de agosto como sendo o Dia do Folclore Nacional. A data foi
criada para valorizar histórias e personagens da cultura brasileira, possibilitando assim a continuidade dos nossos
costumes e tradições culturais por gerações.
E quando o assunto é folclore e manifestações culturais, Mato Grosso se destaca. Com uma identidade forte e
definida na arquitetura, na música, dança, culinária e no jeito de falar, o Estado, com dimensões continentais, em todas
as suas manifestações culturais, apresenta traços muito particulares.
Festejos em Mato Grosso impulsionam diversas manifestações tradicionais populares. Religiosidade, música,
danças e culinária mato-grossenses se fundem a influências diversas, de gente que vem de todo canto do Brasil e escolhe
Mato Grosso como morada.
Toda essa riqueza cultural faz do folclore mato-grossense uma das principais atrações turísticas do Estado. Por
isso, listamos aqui algumas das mais tradicionais manifestações culturais de Mato Grosso. E viva o Minhocão, o Negrinho
d’água, o Pé-de-garrafa, a cabeça de pacu...

SIRIRI
Ao lado do cururu, o siriri é uma das manifestações culturais
mais importantes de Mato Grosso. É dançado por homens,
mulheres e crianças, em roda ou fileiras formadas por pares que
se movimentam ao som da viola de cocho, do ganzá e do mocho,
mas aqui, a música é muito mais rápida. Dança com elementos
africanos, portugueses e espanhóis. O nome indígena é
referência aos cupins com asa, que voavam num ritmo parecido
com a dança nas luminárias.
Dançado sempre em pares, quanto mais pares, mais bonito
e animado fica. Os participantes cantam versos e músicas com
temas regionais, vários deles, compostos pela comunidade.
Mesmo sendo amplamente acionado em festas de santo –
realizados em louvor -, o siriri pode ser atração de qualquer outra
festa, como casamentos, batizados, aniversário e carnaval.
Grupo Folclórico Flor Ribeirinha
Ele também é incorporado à dança do Boi à Serra, um folguedo ainda muito cultuado
em Varginha, no município de Santo Antônio de Leverger. Neste, canta-se uma toada que conta toda a trajetória de
vida e morte de um boi, que é capturado por destemidos vaqueiros.

GRUPO FOLCLÓRICO FLOR RIBEIRINHA.


Nasceu em 27 de julho 1993 e, hoje, representa a preservação e a construção de uma identidade local que quase se perdeu por falta
de apoio político. O grupo é o primeiro de Mato Grosso a explorar o folclore cuiabano de forma profissional e emprega cerca de 40
pessoas em cada apresentação, incluindo músicos, bailarinos, coreógrafos, diretores, cenógrafos e estilistas. Assim como a flor,
renova-se a cada ano inserindo novas coreografias, estampas em suas roupas e na forma de se produzir cultura. Afinal, a música e a
dança cuiabana é tão viva quanto a sua gente.

CURURU
Uma das mais expressivas manifestações culturais de Mato
Grosso, o cururu é um folguedo popular autêntico, dos mais antigos
de Cuiabá, podendo se apresentar como roda de cantoria e dança e
que é realizado tanto em festas religiosas, como profanas.
Consiste em, no mínimo, dois cantores, sempre homens, um
tocando viola de cocho e o outro o ganzá, ou os dois tocando viola.
Mas nem sempre o cururu é cantoria. Há quem o pratique, até os dias
atuais, em forma de “porfia”, ou seja, desafio, quando o cantor faz
perguntas a um dos companheiros, desafiando seus conhecimentos
em algum tema, geralmente bíblico.
Quando curureiros estão reunidos, com suas violas e ganzás –
sentados ou de pé, em semicírculos – é possível assistir a um
Grupo Tradição Cuiabana do Coxipó
espetáculo que envolve música e dança. Eles começam a dançar
eufóricos, com volteios e sapateados fortes, girando em torno de si mesmos e em seguida retornando aos seus lugares.
É mesmo surpreendente vê-los no ritmo dos instrumentos, fazendo a marcação com os pés, produzindo um único som.
CAVALHADA
A Cavalhada é um dos mais populares folguedos mato-
grossenses. Outrora, arrematava as festas profanas que
seguiam às religiosas, como do Espírito Santo e de São
Benedito. Divertida festa popular que conservou vestígios das
lutas medievais, preservada pelos povoadores de Mato Grosso
que imitaram os torneios que o feudalismo desenvolveu.
Em Mato Grosso, a Cavalhada tomou a forma de
representação campal da lendária guerra de Tróia, confundida
com as Cruzadas – lutas de caráter religioso – caracterizada
pelas guerras entre mouros e cristãos. A Cavalhada está
presente no município de Poconé

CONGO E CHORADO
Vila Bela foi a primeira capital do estado e a primeira cidade planejada do Brasil e tinha uma posição estratégica
na disputa de território entre portugueses e espanhóis. Foram projetadas mais de 300 casas para a cidade, além de uma
igreja (que tem em suas ruínas o principal cartão postal da cidade), o Palácio dos Governadores e apresentações de
ópera. Para um observador desatento, Vila Bela pode parecer uma cidade interiorana genérica, impressão que tende a
ser mudada em pouco tempo de estadia.
Além de sua posição privilegiada, que presenteia a
cidade com belíssimas paisagens naturais, desde os buritizais,
morada de casais de araras, na beira do Guaporé, até as
inúmeras cachoeiras e cânions, a cidade cultiva
representações performáticas que asseguram sua unicidade.
A festança dura 12 dias, tendo como ponto alto os dias de
dança do Congo e o Chorado, apresentados em dias de festa
de São Benedito, o “divino santo” ou “santos de todos”.
A dança do Congo, traz representações artísticas do
confronto entre os reinos de Congo e Bamba, representado em
forma de teatro e a própria dança, quando os “soldados”
dançantes marcham por mais de 30km em cada um dos dias
de dança. Debaixo do sol árido ou no frio da manhã (a dança
começa as 5h) os soldados cantam e tocam instrumentos
enquanto percorrem as ruas da cidade, buscando e deixando Dança do Congo - Vila Bela da Santíssima Trindade
os festeiros em suas casas. As pausas são feitas para
vigorosas refeições oferecidas pela Rainha do Congo à toda
comunidade, indiscriminadamente.
A dança do Chorado remonta aos tempos de
escravidão, procurando representar a relação entre os
senhores e as escravas mulheres. Jéssica, filha de Vila Bela,
me explicou que a dança simula a tentativa das mulheres de
seduzir e embebedar os seus senhores com o Canjinjin (a
bebida local) para que houvesse um melhor tratamento dos
senhores com os maridos. A lamúria nos cantos dá o nome à
dança.
Além da marcante religiosidade, a festança também é
caracterizada pelas apresentações de danças do Congo e do
Chorado, que surgiram em Vila Bela da Santíssima Trindade a
partir da chegada dos Capitães Generais. O Chorado é uma
dança apresentada apenas por mulheres.
Dança do Chorado- Vila Bela
Com vestimentas coloridas, elas entoam cantos
tradicionais africanos e da região enquanto equilibram canjinjin sobre as cabeças.
O canjinjin é a bebida mais tradicional feita na cidade. Segundo a tradição, as escravas dançavam para agradar
os senhores, para que esses não castigassem duramente os escravos.
DANÇA DOS MASCARADOS
A dança dos Mascarados de Poconé faz parte dos
folguedos da Cavalhada desde o século XVIII e presta
homenagens ao Senhor Divino, São Benedito e outros
santos de festas religiosas. O bando de mascarados que
destaca a dança é composto só por homens, sejam eles
adultos ou crianças.
Os participantes usam como fantasia, máscaras
confeccionadas em tela de arame, com desenho da boca
e dos olhos marcantes, roupas de chitão estampado de
colorido exuberante, com adornos e miçangas, além de
chapéus que levam espelhos e penachos. O próprio
dançarino faz sua vestimenta.
Sua origem está associada a uma miscigenação
das tradições indígena, africana e europeia. Essa tradição
presta louvor a São Benedito e a Nossa Senhora do
Rosário. Tradicionalmente, a dança dos mascarados só Tradicionalmente, a dança dos mascarados só ocorre em Poconé-MT
ocorre em Poconé, porém é divulgada em todos os
estados através da participação de grupos de mascarados em eventos locais
Essa é uma dança realizada apenas por homens, que formam de 8 a 14 pares separados por dois cordões: de um
lado, os homens, vestidos de mulheres, que fazem o papel das damas, e do outro, homens que fazem o papel de
galanteadores. Todos utilizam máscaras, roupas de chitão estampado e chapéus que levam espelhos e outros adereços.
Cada dançarino é responsável por fazer a sua roupa.
O auge da dança é a trança de fitas. São três dançarinos que seguram a ponta de uma fita que está presa em um
marco, trazendo a bandeira de São Benedito. Em uma coreografia sincronizada, os dançarinos cruzam as fitas e formam
uma trança colorida. A música tocada assemelha-se à de bandas de coreto, e os principais instrumentos são: saxofone,
tuba, pistons, pratos e tambores. Os ritmos utilizados estão associados à valsa e aos batuques africanos.

RASQUEADO
Tem origem no siriri e na polca paraguaia. O
nome do ritmo é referência ao rasqueado que as
unhas fazem no instrumento de corda, uma forma
tradicional de tocar instrumentos. Na sua essência
utiliza os mesmos instrumentos que o siriri: viola de
cocho, mocho, adufe e ganzá. Mas evoluiu para o
uso de violões, percussão, sanfona e rabeca.
Em Mato Grosso, a expressão musical
Rasqueado Cuiabano tem origem em fins do século
XIX, com influência do período pós Guerra do
Paraguai. Os paraguaios remanescentes da Guerra
começaram a se integrar junto com os ribeirinhos
mato-grossenses para o convívio do dia-a-dia.
Nessa interação de simbioses práticas, a
viola-de-cocho e o violão paraguaio começaram a Dança rasqueado cuiabano
tocar uma nova música, mistura de siriri mato-
grossense e polca paraguaia. O novo ritmo surgiu para a exaltação da volta à vida e para sepultar as lágrimas do grande
conflito que determinou o rumo da história latino-americana. A fusão dessas duas danças resultou numa terceira: o pré-
rasqueado.
O pré-rasqueado limitou-se aos acordes de siriri/cururu, devido ao seu desenvolvimento na viola-de-cocho, nos
chamados Tchinfrins (bailes de quissassa), onde as formas de dançar receberam diversas designações como: liso,
crespo, rebuça-e-tchuça… para mais tarde participar das festas juninas, carnaval ou qualquer exaltação festeira dos
ribeirinhos.
Destacaram-se grupos musicais voltados ao tema; Banda do Mestre Inácio, Conjunto Serenata, Zulmira
Canavarros, Dunga Rodrigues, Nardinho (acordeonista), Benjamim Ribeiro, Conjunto Cinco Morenos. Também fizeram
história os compositores Honório Simaringo, José Agnello, Mestre Albertino, Vicente dos Santos, Tote Garcia, Luíz
Cândido, Luíz Duarte, Mestre Luíz Marinho, Zelito Bicudo, Odare Vaz Curvo, Nilson Costantino, Namy Ourives, Dante
Miráglia, Rabelo Leite, Gigo, Chilo e tantos outros.
Destacam-se a dupla Henrique & Claudinho, que gravou ainda em “vinil” músicas dos compositores Roberto
Lucialdo e Vera & Zuleica. Tal trabalho, denominado Cuiabá/Cuiabá, foi sucesso total e seguido de outros. No começo
de 1993, o cantor, compositor e pesquisador Milton Pereira de Pinho – Guapo, criou o projeto Rua do Rasqueado,
objetivando o resgate da música das bandas de rasqueado que tocavam na periferia da capital e também na baixada
cuiabana. O projeto teve bom respaldo e os velhos “mestres” e compositores foram interpretados por novos nomes da
música mato-grossense. Dentre essas bandas surgiu a “Ventrecha de Pacu”, liderada pelo cantor e compositor Pescuma
e também pelo saxofonista Bolinha, filho do “Mestre Albertino” um ícone do rasqueado cuiabano. Outra banda que se
destacou foi a Viola-de-Cocho, liderada pelo cantor Roberto Lucialdo.
A partir da década de 1990, o rasqueado cuiabano tomou novo impulso. O poeta Moisés Martins junto com cantor
e compositor Pescuma cria a música Pixé, que se tornou hino das noites cuiabanas. Mega eventos começaram a surgir
aglomerando mais de dez mil pessoas. O começo desta fase nova do rasqueado cuiabano deu-se a partir do evento
chamado Encantação Mato Grosso I, II, III e IV, liderado pelas cantoras e compositoras Vera & Zuleica, tendo sido uma
das apoteoses nos ginásios de esportes da Universidade Federal de Mato Grosso e no Colégio São Gonçalo. O exemplo
logo foi seguido pela Cervejaria Cuiabana com o projeto Rasqueart I e II, na Avenida Mato Grosso, assim como A Grande
Noite do Rasqueado Cuiabano (gravado ao vivo) na praça de eventos do bairro Morada da Serra, em 1998. Desta forma
o rasqueado continuou a fomentar a alegria e ensejou estar cada vez mais vivo. Dos expoentes do Rasqueado
atualmente destacam-se:
Guapo, Zuleica Arruda & Vera Bagetti, Pescuma, Henrique e Claudinho, Grupo Cinco Morenos, Roberto Lucialdo,
Bolinha, Moisés Martins, João Eloy, Hamilton Lobo, João Manoel, Juca de Mestre, Gilmar Fonseca, Damasco, e ainda
as bandas Pixé, Flôr de Camalote, Cuiabá-Cuiabá, Sistema Solar, Viola-de-Cocho e tantas outras.
(*) Pesquisa realizada pelo compositor e cantor nativista Milton Pereira de Pinho – Guapo.

CULINÁRIA
A culinária mato-grossense, uma das mais tradicionais
do Centro-Oeste, é rica em variedades devido as influências
indígenas, africana, árabe e europeia. Usa-se ingredientes
típicos da região, além de frutas como o pequi e a banana-da-
terra. A galinhada, um arroz preparado com galinha e pequi,
é muito apreciado. O peixe é um alimento farto, considerado
um dos principais na mesa dos mato-grossenses, e pode ser
preparado de várias maneiras como frito, assado, ou
ensopado, recheado com farinha de mandioca ou servido com
pedaços de mandioca. Os principais tipos de peixe são: o
pacú, a piraputanga, o bagre, o dourado, a cachara, a
jurupoca, o pacupeva, o pintado, e muitos outros. A
sobremesa fica por conta de deliciosos doces a base de frutas
da região, como caju, mamão, limão, leite, cana-de-açúcar,
entre outros.
Prato típico do homem pantaneiro, a Maria-Isabel
LINGUAJAR MATO-GROSSENSE
Mato Grosso é uma terra de vários sotaques. Com influência de Gaúchos, mineiros, paulistas, portugueses,
negros, índios e espanhóis, o estado não tem uma fala própria. Em lugares como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop o
acento do sul fica mais evidente. É claro que a influência se faz presente, até mesmo nas comunidades mais fechadas.
No entanto, em Mato Grosso, temos o falar cuiabano, talvez o sotaque mais marcado da língua portuguesa. Com
expressões próprias como “vôte” e “sem-graceira” esse falar se mistura com uma entonação diferente, como a
desnasalização no final de algumas palavras.
Devido ao seu enorme isolamento por conta da distância e acontecimentos históricos, o linguajar guardou
resquícios do português arcaico, misturou-se com o falar dos chiquitanos da Bolívia e dos índios das diversas tribos do
estado.

Antônio de Arruda descreveu algumas expressões idiomáticas que são verificadas num glossário do Linguajar Cuiabano:

• É mato - abundante.
• Embromador - tapeador.
• Fuxico - mexerico.
• Fuzuê - confusão, bagunça.
• Gandaia - cair na farra, adotar atitude suspeita.
• Ladino - esperto, inteligente.
• Molóide - fraco.
• Muxirum - mutirão.
• Pau-rodado - pessoa de fora que passa a residir na cidade.
• Perrengue - molóide, fraco.
• Pinchar - jogar fora.
• Quebra torto - desjejum reforçado.
• Ressabiado - desconfiado.
• Sapear - assistir do lado de fora.
• Taludo - crescido desenvolvido fisicamente.
• Trens - objetos, coisas.
• Vote! - Deus me livre
Fontes:
ARRUDA, Antônio. O Linguajar Cuiabano E Outros Escritos. Cuiabá, 1998.
LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006
Site Governo de MT : http://www.mt.gov.br/cultura
IMAGINÁRIO POPULAR (MITOS E LENDAS)

Currupira
Este personagem faz parte do folclore nacional, mas tem bastante espaço no meio rural de Mato Grosso. Um
garoto com os pés virados, que vaga pela mata aprontando estripulias. Em Mato grosso diz-se que ele protege os animais
selvagens da caça e chama garotos que caçam passarinhos para dentro da mata – esta parte é usada pelos adultos
para manter as crianças longe da mata fechada.

O Minhocão
Este ser mítico é o Monstro do Lago Ness de Cuiabá. Relatos dos mais antigos atestam que um ser em forma de
uma cobra gigante, com cerca de 20 metros de cumprimento e dois de diâmetro, morava nas profundezas do rio e
atacava pescadores e banhistas. A lenda percorre toda extensão do rio e foi passada de boca a boca pelos mais velhos.

Boitatá
O nome quer dizer “cobra de fogo” (boia = cobra / atatá = fogo). É uma cobra transparente que pega fogo como
se queimasse por dentro. É um fogo azulado. Sua aparição é maior em locais como o Pantanal, onde o fenômeno de
fogo fátuo é mais comum. Esse fenômeno se dá por conta da combustão espontânea de gases emanados de cadáveres
e pântanos.

Cabeça de Pacu
Se você estiver de passagem por Mato Grosso é bom ficar atento ao Pacu. De acordo com a lenda local, quem
come cabeça de Pacu nunca mais saí de Mato Grosso. Se o viajante for solteiro não tardará a casar com uma moça da
terra, caso for casado, vai fincar raízes e permanecer no estado.

Fonte: LOUREIRO, Antônio. Cultura mato-grossense. Cuiabá, 2006

PATRIMÔNIO HISTÓRICO
O Patrimônio Histórico de Mato Grosso vem sendo revitalizado
através de várias ações em âmbito estadual. Imóveis que contam a
história coletiva dos povos mato-grossenses, como igrejas e museus, são
alvos de projetos de recuperação em várias cidades como Vila Bela de
Santíssima Trindade, Diamantino, Rosário Oeste, Cáceres e Poxoréu.

IGREJA NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO


A igreja dedicada à Nossa Senhora foi uma das primeiras a serem
levantadas em Cuiabá, ainda no século XVIII. A construção atual,
entretanto, data de 1918, iniciada durante a presidência de Dom
Francisco de Aquino Correia, que também era arcebispo de Cuiabá na
época. Tombada estadualmente em 1977, a Igreja foi reinaugurada em
2004 após passar por um amplo processo de recuperação feito em
IGREJA NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO
parceria pelos governos estadual e federal.

PALÁCIO DA INSTRUÇÃO
Belíssima construção em pedra canga, localizada na região central de Cuiabá, ao lado da Catedral Metropolitana.
Inaugurado em 1914, é hoje a sede da Secretaria Estadual de Cultura, do Museu de História Natural e Antropologia e da
Biblioteca Pública.
O Palácio da Instrução foi reinaugurado no dia 06 de dezembro de IGREJA NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO –
2004. O projeto foi considerado a maior obra de recuperação feita até CUIABÁ-MT
hoje no Estado.

IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO BENEDITO


A igreja é um dos marcos de fundação da cidade de Cuiabá, tendo
sido construída em arquitetura de terra em torno de 1730, próximo às
águas do córrego da Prainha, em cujas águas Miguel Sutil descobriu as
minas de ouro que impulsionariam a colonização da região.

IGREJA SENHOR DOS PASSOS


Instalada há 214 anos num cantinho discreto do Centro Histórico –
no movimentado cruzamento das ruas 7 de setembro e Voluntários da PALÁCIO DA INSTRUÇÃO - CUIABÁ
Pátria -, a Igreja do Nosso Senhor dos Passos guarda muitas histórias e
lendas, que se confundem, e revelam aspectos do folclore, das crendices e do espírito religioso da Cuiabá antiga.
MUSEU HISTÓRICO DE MATO GROSSO
O prédio do antigo Thesouro do Estado foi recuperado e
entregue em novembro de 2006. Atualmente, abriga o Museu
Histórico de Mato Grosso. O acervo do Museu contém documentos,
maquetes e registros que vão desde os tempos pré-históricos de
ocupação do território, passando pelos períodos colonial e imperial
do Estado até chegar à Política Contemporânea.

ANTIGA RESIDÊNCIA OFICIAL DOS GOVERNADORES DE


MATO GROSSO
A Residência Oficial dos Governadores de Mato Grosso foi
construída entre os anos de 1939 e 1941, no Governo do Interventor
Júlio Müller. Getúlio Vargas, que ocupava o Palácio do Catete no Rio
de Janeiro à época, foi o primeiro presidente brasileiro a visitar o Estado e, também, o primeiro hóspede ilustre da casa.
Durante 45 anos a residência abrigou 14 dirigentes do Estado de Mato Grosso e seus familiares. Foi palco de grandes
decisões políticas e governamentais, sendo desativada como residência oficial em 1986. A última reforma/restauro, em
2000, devolveu a residência suas características do projeto original.

Fonte: Secretaria de Cultura de Mato Grosso

ARTESANATO
O artesanato é um segmento da cultura mato-grossense de
enorme importância, não só para manter viva a cultura deste povo,
mas principalmente, para divulgar a própria singularidade e o ”modo
de viver” do artesão. O artesanato de Mato Grosso reflete o dia-a-dia
e os costumes de vida do próprio artista e da ancestralidade
arraigada em vários pontos do Estado.
Sua origem está na praticidade com que o homem mato-
grossense procurava suprir a falta de determinados objetos e
utensílios domésticos, que a dificuldade de obtenção lhe afligia, seja
pela distância de centros abastecedores, seja pela falta de recursos
financeiros. Daí a criação. Daí o artesanato. As técnicas mais usadas
de artesanato são: a cerâmica, tecelagem, trançado e marchetaria. E
os materiais são: bambu, sementes, madeira, fibras e tecidos.

CERÂMICA
A cerâmica típica do artesanato mato-grossense, de barro
cozido em forno próprio, pode ser de duas categorias. Aqueles
destinados à ornamentação, como vasos, objetos de enfeite,
cinzeiros, etc., e ainda aqueles utilizados como utensílios
domésticos, como potes, panelas, pratos, etc. Existem características
próprias de desenho, formato, adereços e enfeites, que diferenciam
a cerâmica mato-grossense da de outros Estados.
Merece destaque os ceramistas de São Gonçalo, local
histórico na capital Cuiabá, que são especialistas na fabricação de
utensílios domésticos, tanto os utilizados na cozinha a exemplo dos
potes e panelas de barro, quanto aqueles destinados à
ornamentação. São Gonçalo é o mais antigo núcleo populacional de
Mato Grosso.
Artesanato em cerâmica - Cuiabá
TECELAGEM
A tecelagem é talvez, dentro do nosso artesanato, a que
detém maior representatividade no que tange a divulgação da arte,
da cultura e da tradição do povo cuiabano e mato-grossense,
principalmente pela sua beleza artística. Neste segmento destacam-
se as redeiras que, no princípio, fiavam e tingiam o próprio fio do qual
teciam as redes lavradas (bordadas) com motivos diversos em toda
a sua extensão.
A tecelagem é talvez, dentro do nosso artesanato, a que
detém maior representatividade no que tange a divulgação da arte,
da cultura e da tradição do povo cuiabano e mato-grossense,
principalmente pela sua beleza artística. Neste segmento destacam- Redeiras da comunidade de Limpo Grande, em Várzea Grande, lutam
se as redeiras que, no princípio, fiavam e tingiam o próprio fio do qual para manter o ofício que passa por gerações da mesma família.
teciam as redes lavradas (bordadas) com motivos diversos em toda
a sua extensão.
A habilidade com que as redeiras tecem sua rede é a mesma das mulheres indígenas, de onde se origina esta
tradição. As guanás eram hábeis no manuseio do tear, e conseguiram passar esta tradição secular às mulheres
cuiabanas e ribeirinhas. No entanto, além de fiarem e tingirem o fio, a exemplo das tecelãs cuiabanas, também plantavam
o algodão e o colhiam.

TRANÇADO
A arte de trançar fibras, deixada pelos índios, inclui esteiras, redes, balaios, chapéus, peneiras e outros. Quanto à
decoração, os objetos de trançados possuem uma imensa variedade, explorada através de formas geométricas,
espessuras diferentes, corantes e outros materiais.

MARCHETERIA
Temos ainda o artesanato em madeira. Típico das localidades ribeirinhas do Rio Cuiabá, sendo um exemplo, o
fabrico de canoas de pesca e remos. Antigamente, nos tempos mais remotos dos bandeirantes, era usado o sistema
indígena de fazer canoa de casca de jatobá. Hoje a atividade canoeira, reduzida a poucos artesãos, está em franco
desaparecimento. O canoeiro utiliza-se tão somente da madeira denominada ximbuva, ou o cambará, macia e fácil para
escavar. Das sobras, são confeccionadas gamelas e tigelas de madeira.
Ainda no setor do artesanato de madeira, temos o artesão, geralmente cururueiro, que fabrica a Viola de Cocho,
instrumento musical para acompanhamento do cururu e siriri. Trata-se de uma viola tosca, que produz um som típico,
sem grande ressonância e ainda sem os trastes localizados no cabo do instrumento, responsáveis pela produção de uma
boa escala musical. As cordas, antes elaboradas a partir de tripas de certos animais selvagens, como o quati, macaco e
gambá, hoje são de nylon.

SESC CASA DO ARTESÃO


Atento aos grandes talentos artísticos que Mato Grosso tem para oferecer ao Brasil e ao mundo, o SESC apresenta
aos visitantes o melhor do artesanato mato-grossense na Casa do Artesão. Fundada em 1975 pela iniciativa da Sra.
Maria Lígia Garcia, então 1ª Dama do Estado, localiza-se em um prédio tombado pelo patrimônio histórico, onde, no
início do século passado, funcionava o Grupo escolar Senador Azeredo.

INDÍGENA
A cultura mato-grossense sofre forte influência dos indígenas, através de seus costumes e tradições. O artesanato
é forte e expressivo, representando o modo de vida de cada tribo. Eles preservam a arte de confeccionar cocar, colares,
brincos e pulseiras, utilizando-se das matérias-primas oriundas da natureza, como sementes, penas e pigmentos.

Fonte: Mato Grosso e seus Municípios

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