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Circuitos Elétricos I

Caderno Nº 2
Guilherme da Silva Lima

Curso Técnico em
Eletroeletrônica
Guilherme da Silva Lima

Circuitos Elétricos I
Edição utilizada na pandemia da Covid-19

Ribeirão das Neves


Instituto Federal de Minas Gerais
2021
Apresentação do módulo da disciplina

Este módulo é constituído por 48 aulas, cujos conteúdo de cada uma são apresentados,
a seguir. Este módulo se constituí parte da estratégica pedagógica do IFMG campus
Ribeirão das Neves para o fornecimento do ensino remoto emergencial devido à
Covid-19.

Aula 1 Associação de fontes de tensão.


Aula 2 Associação de fontes de tensão.
Aula 3 Associação de fontes de tensão.
Aula 4 Associação de fontes de tensão.
Aula 5 Associação de fontes de corrente.
Aula 6 Associação de fontes de corrente.
Aula 7 Associação de fontes de corrente.
Aula 8 Associação de fontes de corrente.
Aula 9 Transformação de fontes.
Aula 10 Transformação de fontes.
Aula 11 Transformação de fontes.
Aula 12 Transformação de fontes.
Aula 13 Solução de sistemas com duas equações e duas incógnitas.
Aula 14 Solução de sistemas com duas equações e duas incógnitas.
Aula 15 Solução de sistemas com duas equações e duas incógnitas.
Aula 16 Solução de sistemas com duas equações e duas incógnitas.
Aula 17 Análise de malha.
Aula 18 Análise de malha.
Aula 19 Análise de malha.
Aula 20 Análise de malha.
Aula 21 Análise de malha.
Aula 22 Análise de malha.
Aula 23 Análise de malha.
Aula 24 Análise de malha.
Aula 25 Análise de malha.
Aula 26 Análise de malha.
Aula 27 Análise de malha.
Aula 28 Análise de malha.
Aula 29 Divisor de tensão.
Aula 30 Divisor de tensão.
Aula 31 Divisor de tensão.
Aula 32 Divisor de tensão.
Aula 33 Análise nodal.
Aula 34 Análise nodal.
Aula 35 Análise nodal.
Aula 36 Análise nodal.
Aula 37 Análise nodal.
Aula 38 Análise nodal.
Aula 39 Análise nodal.
Aula 40 Análise nodal.
Aula 41 Análise nodal.
Aula 42 Análise nodal.
Aula 43 Análise nodal.
Aula 44 Análise nodal.
Aula 45 Divisor de corrente.
Aula 46 Divisor de corrente.
Aula 47 Divisor de corrente.
Aula 48 Divisor de corrente.

Carga horária: 45 horas/aulas.


Estudo proposto: 3 horas/aulas diárias.
Aulas 1, 2 e 3 - Associação de Fontes de Tensão

Introdução

Diferentemente do que foi visto na etapa anterior da disciplina, um circuito elétrico pode conter
mais de uma fonte de tensão, conforme apresentado na Figura 1. Em um circuito elétrico desse tipo,
pode ser necessário a realização de uma associação de fontes para a simplificação do circuito. De
forma análoga a que ocorre com os resistores, quando se associa duas fontes passa a existir uma
única fonte equivalente em substituição das duas. As fontes de tensão podem ser associadas em série
ou em paralelo, com será mostrado a seguir.

Figura 1 – Circuito genérico com quatro fontes de tensão. Fonte: Autor.

Associação de fontes de tensão em série

Duas fontes de tensão estarão em série se elas forem percorridas pela mesma corrente, ou seja, se
estiverem no mesmo ramo do circuito elétrico (relembre essas definições no Guia Didático nº 1).
Observe na Figura 1 que as fontes de tensão 𝑉1 e 𝑉2 estão em série.
Definição: Sempre que duas fontes de tensão estiverem em série, a fonte de tensão equivalente é
obtida através da soma dessas duas fontes.
No exemplo da Figura 1, caso se deseje obter a fonte equivalente às fontes de tensão 𝑉1 e 𝑉2
basta somar as duas fontes
𝑉𝑒𝑞1 = 𝑉1 + (−𝑉2 )

Observe que a fonte 𝑉2 apresenta um sinal negativo, isso é devido a polaridade das fontes 𝑉1 e 𝑉2
serem opostas. Assim, podemos verificar que sempre que o positivo de uma fonte coincidir com o
positivo de outra fonte ou o negativo de uma fonte coincidir com o negativo de outra fonte, as
polaridades das fontes serão opostas. Caso o positivo de uma fonte esteja ligado no negativo de outra
fonte, as polaridades das fontes serão coincidentes. Sempre que as fontes tiverem polaridades
opostas, uma delas deverá ter um sinal negativo no momento da soma das mesmas.
Após associar as fontes 𝑉1 e 𝑉2, optem-se o circuito da Figura 2. Observe nessa figura que as
duas fontes deram origem a uma fonte equivalente que está localizada no mesmo ramo onde estavam
as fontes 𝑉1 e 𝑉2. Observe também que na Figura 2 não existe mais nenhuma fonte em série.
Figura 2 – Circuito genérico após associação em série da Figura 1. Fonte: Autor.

Associação de fontes de tensão em paralelo

Retomemos ao circuito da Figura 2. Observe nessa figura que as fontes de tensão 𝑉3 e 𝑉4 estão
em paralelo. Relembre a definição de elementos de circuitos em paralelo: para dois elementos de
circuitos estarem em paralelo eles devem estar ligados pelos mesmos nós.
Definição: Para ser possível a associação de duas fontes de tensão em paralelo, elas devem ter o
mesmo valor numérico de tensão, assim a fonte de tensão equivalente é o valor numérico de uma
delas (que no final das contas são iguais). Não é possível associar fontes de tensão em paralelo com
valores numéricos diferentes!!!
A premissa para associar as fontes de tensão 𝑉3 e 𝑉4 é que 𝑉3 seja igual a 𝑉4. Caso isso não ocorra
o circuito elétrico não funcionará. Assim, respeitada a premissa, podemos obter a fonte equivalente
como
𝑉𝑒𝑞2 = 𝑉3 = 𝑉4

Podemos redesenhar o circuito, conforme mostrado na Figura 3.

Figura 3 – Circuito genérico após associação em paralelo da Figura 2. Fonte: Autor.

Verifique na Figura 3 que as fontes de tensão 𝑉3 e 𝑉4 foram substituídas por uma fonte de tensão
𝑉𝑒𝑞2 que está ligada pelos mesmos nós em que as fontes iniciais (𝑉3 e 𝑉4) estavam ligadas.

Note na Figura 3 que as fontes de tensão 𝑉𝑒𝑞1 e 𝑉𝑒𝑞2 estão em série e com polaridade invertida.
Podemos então fazer a associação das duas fontes para obter a fonte equivalente
𝑉𝑒𝑞3 = 𝑉𝑒𝑞1 + (−𝑉𝑒𝑞2 )

Após fazer essa associação o circuito elétrico fica conforme apresentado na Figura 4.
Figura 4 – Circuito genérico após associação em série da Figura 3. Fonte: Autor.

Por fim, vale destacar que nem sempre será possível realizar a associação de fontes, pois na
maioria das vezes as fontes de tensão do circuito elétrico não estão nem em série e nem em paralelo.
Entretanto, pode ser útil em algumas ocasiões a associação de fontes de tensão, principalmente de
fontes de tensão em série.
Aula 4 - Associação de Fontes de Tensão

Atividade de fixação

Exercício 1 – Faça a associação das fontes de tensão sempre que possível. Redesenhe várias
vezes os circuitos para mostrar o passo a passo das associações realizadas. Caso seja necessário
associe resistores. Dica: lembre-se que o requisito para dois elementos estarem em série é estarem
no mesmo ramos.

(a)

(b)
Aulas 5, 6 e 7 - Associação de Fontes de Corrente

Introdução

Agora iremos verificar como é realizada a associação de fontes de corrente. Para tal, utilizaremos
o exemplo da Figura 5. Para iniciarmos o nosso estudo é importante relembrar a definição de fonte
de corrente.
Definição: Fontes de corrente são elementos de circuito capazes de manter a corrente constante
no ramo (relembre a definição de ramo) em que estão inseridas, independentemente do circuito.

Figura 5 - Circuito genérico para realização da associação de fontes de corrente. Fonte: Autor.

Associação de fontes de corrente em série

Observe na Figura 5 que existem duas fontes de corrente que estão em série neste circuito: as
fontes 𝐼1 e 𝐼2 . Lembrando da definição de elementos de circuito em série (para dois elementos de
circuitos estarem em série é necessário que eles estejam no mesmo ramo). Como por definição uma
fonte de corrente manter a corrente constante no ramo em que está inserida, para que seja possível a
associação de duas fontes de correntes, elas devem ter o mesmo valor numérico.
Definição: Para ser possível a associação de duas fontes de corrente em série, elas devem ter o
mesmo valor numérico e o mesmo sentido de corrente, assim a fonte de corrente equivalente é o
valor numérico de uma delas (a final de contas elas são iguais). Não é possível associar fontes de
corrente em série com valores numéricos ou sentido de corrente diferentes!!!
Partindo da premissa que os valores das fontes de corrente 𝐼1 e 𝐼2 são iguais, podemos obter a
fonte equivalente da seguinte forma
𝐼𝑒𝑞1 = 𝐼1 = 𝐼2

Redesenhando o circuito, chegamos no circuito da Figura 6. Verificamos nessa figura que não
existem mais fontes de corrente em série.
Figura 6 - Circuito genérico após realizar a associação em série da Figura 5. Fonte: Autor.

Associação de fontes de corrente em paralelo

Com a análise da Figura 6 é possível verificar que as fontes de corrente 𝐼𝑒𝑞1 e 𝐼3 estão em
paralelo, pois elas estão ligadas pelos mesmos nós.
Definição: Sempre que duas fontes de corrente estiverem em paralelo, a fonte de corrente
equivalente é obtida através da soma dessas duas fontes.
A partir da Figura 6 é possível verificar que as duas fontes têm sentidos contrários, dessa forma
deve-se considerar o sinal negativo em uma das fontes. Podemos assim obter a fonte equivalente da
seguinte forma
𝐼𝑒𝑞2 = 𝐼𝑒𝑞1 + (−𝐼3 )

Redesenhando o circuito, tem-se o circuito equivalente apresentado na Figura 7.

Figura 7 - Circuito genérico após realizar a associação em paralelo da Figura 6. Fonte: Autor.
Aula 8 - Associação de Fontes de Corrente

Atividade de fixação

Exercício 2 – Faça a associação das fontes de corrente sempre que possível. Redesenhe várias
vezes os circuitos para mostrar o passo a passo das associações realizadas. Caso seja necessário
associe resistores. Dica: lembre-se que o requisito para dois elementos estarem em paralelo é
serem ligados pelos mesmos nós.

(a)

(b)
Aulas 9, 10 e 11 - Transformação de Fontes

Transformação de fontes

As técnicas de simplificação de circuitos que já aprendemos até aqui são a associação de


resistores, a transformação estrela-triângulo e a associação de fontes de tensão e de corrente. Você
deve estar começando a perceber o quanto pode ajudar a analisar um circuito elétrico poder
simplificá-lo. No escopo desta disciplina, analisar um circuito significa determinar os parâmetros de
interesse, a saber, a diferença de potencial em algum elemento de circuito, a corrente que passa em
algum ramo e a potência dissipada ou fornecida por algum elemento de circuito.
Em algumas situações é conveniente sermos capazes de substituir uma fonte de tensão em série
com uma resistência por uma fonte de corrente em paralelo com uma resistência, ou vice-versa
(ALEXANDER e SADIKU, 2013). A Figura 8 apresenta um exemplo dessa substituição.
Definição: Transformação de fontes é o processo que visa a substituição de uma fonte de tensão
(𝑣𝑠 ) em série com uma resistência (𝑅) por uma fonte de corrente (𝑖𝑠 ) em paralelo com uma
resistência (𝑅), ou vice-versa.

Figura 8 – Transformação de fontes. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Os dois circuitos da Figura 8 são equivalentes, desde que tenham a mesma relação tensão-
corrente nos terminais a-b. Para essa relação ser equivalente é necessário que
𝑣𝑠 = 𝑅𝑖𝑠
Assim, caso se tenha uma fonte de tensão em série com uma resistência, para se obter o valor da
fonte de corrente que estará em paralelo com a resistência é só fazer
𝑣𝑠
𝑖𝑠 =
𝑅

Exemplo numérico

Use transformação de fontes para determinar 𝑣0 no circuito da Figura 9 (ALEXANDER e


SADIKU, 2013).
Para resolver esse problema primeiro, transformamos as fontes de tensão e de corrente para obter
o circuito da Figura 10 (a). Associando em série os resistores de 4 Ω e de 2 Ω e transformando a
fonte de tensão de 12 V, obtemos a Figura 10 (b). Agora, associamos em paralelo os resistores de
3 Ω e de 6 Ω para obter 2 Ω. Também, associamos as fontes de corrente de 2 A e de 4 A para obter
uma fonte de 2 A. Portanto, aplicando transformações repetidamente, obtemos o circuito da Figura
10 (c).

Figura 9 – Circuito proposta para realização da transformação de fontes. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Figura 10 – Passos para a solução utilizando transformação de fontes. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Observando o circuito da Figura 10 (c) percebemos que os resistores de 8 Ω e de 2 Ω estão em


paralelo. Como o exemplo numérico pede para determinar a diferença de potencial 𝑣0 , podemos
associar estes dois resistores sem perde a informação que desejamos. A associação em paralelo dos
resistores de 8 Ω e de 2 Ω resulta em um resistor equivalente com resistência de 1,6 Ω, o que é
mostrado na Figura 11.

Figura 11 – Circuito final utilizando transformação de fontes. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Com o auxílio da Figura 11 é possível perceber que para determinar 𝑣0 é necessário aplicar a lei
de Ohm no resistor de 1,6 Ω. Ou seja,
𝑣0 = 1,6 ∗ 2
𝑣0 = 3,2 𝑉
Aula 12 - Transformação de Fontes

Atividade de fixação

Exercício 3 – Determine a corrente 𝑖0 utilizando transformação de fontes. Dica: utilize quando


necessário, associação de resistores e associação de fontes de corrente e de tensão.
Aulas 13, 14 e 15 - Solução de Sistemas com Duas Equações e Duas
Incógnitas

Solução de sistemas lineares com duas equações e duas incógnitas

Em circuitos elétricos é muito comum se deparar com sistemas lineares com duas equações e
duas incógnitas. É muito importante que o aluno tenha confiança para resolver tais sistemas.
Leia a apostila disponível no Moodle da disciplina denominada “Sistemas de equações 2x2”.
Aula 16 - Solução de Sistemas com Duas Equações e Duas Incógnitas

Atividade de fixação

Exercício 4 - Resolva os sistemas de duas equações e duas incógnitas a seguir:


20𝑉1 + 12𝑉2 = 100
(𝑎) {
5𝑉1 + 2𝑉2 = 0
1,2𝐼1 + 0,8𝐼2 = 3
(𝑏) {
1,2𝐼1 + 2𝐼2 = 10
46𝑉𝐴 + 13𝑉𝐵 = 25
(𝑐) {
14𝑉𝐴 + 54𝑉𝐵 = 76
1250𝐼𝐴 + 4600𝐼𝐵 = 5
(𝑑) {
740𝐼𝐴 + 820𝐼𝐵 = 3,8
Importante: Nos arredondamentos necessários utilize no mínimo duas casas decimais.

Exercícios da Primeira Semana

Entregue as atividades de fixação das aulas 4, 8, 12 e 12 apresentadas neste guia didático da


disciplina - segunda etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada
“Exercícios da Primeira Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 11 PONTOS.


Aulas 17, 18, 19, 20 e 21 – Análise de Malha

Análise de Malha

As leis fundamentais de circuitos elétricos (lei de Ohm, lei de Kirchhoff das tensões e lei de
Kirchhoff das correntes) foram aprendidas no primeiro guia didático da disciplina. Elas são
importantíssimas para o entendimento do método de análise de circuitos elétricos conhecido como
análise de malha.
Em análise de malha, a lei de Kirchhoff das tensões (LKT) é aplicada utilizando como referência
as correntes de malha, onde são atribuídas correntes às malhas no circuito, tomando como referência,
normalmente, o sentido horário de circulação, como mostrado na Figura 12 (O'MALLEY, 1983).
Na Figura 12 é apresentado um circuito contendo duas malhas (Malha 1 e Malha 2). Para cada
malha existe uma corrente de malha associada, para Malha 1 está associada a corrente de malha 𝐼1 e
para Malha 2 está associada a corrente de malha 𝐼2 .
Importante: A técnica de análise de malha visa determinar as correntes de malha. Para cada
malha teremos uma corrente de malha a ser determinada.
Na Figura 12 também é possível verificar a presença das correntes dos ramos 𝑖𝑎 , 𝑖𝑏 e 𝑖𝑐 . Lembre-
se que para cada ramo existe uma corrente real que circula por ele. Além disso, são apresentadas as
diferenças de potencial para cada elemento de circuito. Lembre-se que para cada elemento de
circuito existe uma diferença de potencial associada.

+ - + -

+ -
+
Malha 1 Malha 2
- +
-

Figura 12 – Exemplo de aplicação da análise de malha. Fonte: Autor.

Para facilitar nossos estudos apresentaremos a análise de malha através de um passo a passo que
pode ser realizado para se encontrar as correntes de malha de qualquer circuito.
Observe o circuito da Figura 13. Ele é um circuito básico para o qual desenvolveremos nosso
passo a passo.
Primeiro passo: A partir do circuito base da Figura 13, escolha o sentido de circulação da
corrente de malha. Como padrão, iremos sempre adotar o sentido horário de circulação, conforme
apresentado através da Figura 14.
Segundo passo: Escolha um sentido arbitrário para as correntes dos ramos, como exemplo
escolhemos os sentidos apresentados na Figura 15. Você pode escolher qualquer sentido para as
correntes dos ramos. Lembrando que para cada ramo deve ser escolhido um sentido para a corrente.
Figura 13 – Exemplo de aplicação da análise de malha. Fonte: Autor.

Malha 1 Malha 2

Figura 14 – Exemplo de aplicação da análise de malha. Fonte: Autor.

Malha 1 Malha 2

Figura 15 – Exemplo de aplicação da análise de malha. Fonte: Autor.

+ - + -

+ -
+
Malha 1 Malha 2
- +
-

Figura 16 – Exemplo de aplicação da análise de malha. Fonte: Autor.


Terceiro passo: De posse das correntes dos ramos, determina-se a polaridade da diferença de
potencial em cada elemento de circuito, conforme Figura 16. Observe que a polaridade da diferença
de potencial nas fontes de tensão devem ser as mesmas presente nas fontes, ao passo que a diferença
de potencial nos resistores é determinada através do conhecimento do sentido de circulação da
corrente dos ramos, ou seja, a corrente do ramo deve entrar no terminal positivo do resistor e sair no
terminal negativo.
Quarto passo: Aplique a LKT para obter uma equação para cada malha do circuito. Assim, você
deverá escrever uma equação para cada malha do circuito. Pegando como exemplo o circuito da
Figura 16, podemos escrever as seguintes equações para as malhas dele.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 𝑣2 + 𝑣3
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {𝑣3 + 𝑣5 = 𝑣4
Lembre-se que a LKT nos diz que a soma dos ganhos de tensão é igual à soma das quedas de
tensão em uma malha. Observe que temos duas equações e cinco incógnitas, dessa forma o sistema
não pode ser resolvido!
Quinto passo: Escreva as diferenças de potenciais associadas aos resistores em função das
correntes dos ramos. Para isso, aplique a lei de Ohm. Lembre-se que a lei de Ohm relaciona
diferença de potencial, corrente e resistência em um resistor, conforme apresentado na Figura 17. A
partir dessa figura é possível escrever as seguintes expressões
𝑣2 = 2𝑖𝑎
𝑣4 = 4𝑖𝑏
𝑣3 = 8𝑖𝑐

+ - + - + -
Figura 17 – Exemplo de aplicação da análise de malha, aplicação da lei de Ohm. Fonte: Autor.

Sexto passo: Volte as equações de malha encontradas no quarto passo e substitua as expressões
encontradas no quinto passo.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 2𝑖𝑎 + 8𝑖𝑐
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {8𝑖𝑐 + 𝑣5 = 4𝑖𝑏
Observe que temos ainda duas equações e cinco incógnitas.
Sétimo passo: Substitua os valores das diferenças de potenciais que já são conhecidas. Essas
diferenças de potenciais estão sempre associadas as fontes de tensão, ou seja, sempre que se tem uma
fonte de tensão já se conhece a diferença de potencial associada à ela.
No nosso exemplo temos duas fontes de tensão no circuito e dessa forma conhecemos os valores
de 𝑣1 e 𝑣5 , a saber
𝑣1 = 5
𝑣5 = 3
Substituindo esses valores nas equações de malha temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {5 = 2𝑖𝑎 + 8𝑖𝑐
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {8𝑖𝑐 + 3 = 4𝑖𝑏
Observe agora que temos duas equações e três incógnitas, precisamos ainda de mais um passo.
Oitavo passo: Substitua nas equações de malha as correntes dos ramos pelas correntes de malha.
Para isso, observa na Figura 15 que sempre que um ramo não for compartilhado por mais de uma
malha a corrente de malha é igual à corrente do ramo, e sempre que um ramo for compartilhado por
duas malhas a corrente de ramo será a soma das duas correntes de malha, respeitando o sentido de
circulação. Assim temos que
𝑖𝑎 = 𝐼1
𝑖𝑏 = 𝐼2
𝑖𝑐 = 𝐼1 + (−𝐼2 ) ou 𝑖𝑐 = (𝐼1 −𝐼2 )
Observe que o sinal negativo associado à 𝐼2 é devido à corrente 𝑖𝑐 ter sentido contrário a 𝐼2 .
Substituindo as expressões associadas a correntes de ramo nas equações de malha obtidas no
sétimo passo, fica
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {5 = 2𝐼1 + 8(𝐼1 −𝐼2 )
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {8(𝐼1 −𝐼2 ) + 3 = 4𝐼2
Podemos agrupar os termos para chegar nas seguintes equações
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10𝐼1 − 8𝐼2 = 5
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {−8𝐼1 + 12𝐼2 = 3
Observe, por fim, que obtivemos um sistema com duas equações e duas incógnitas
10𝐼1 − 8𝐼2 = 5
{
−8𝐼1 + 12𝐼2 = 3
Esse sistema pode ser facilmente resolvido para se determinar as correntes de malha 𝐼1 e 𝐼2 .
Aula 22 - Análise de Malha

Atividade de fixação

Exercício 1 - Obtenha as equações de malha dos circuitos a seguir. Escreva as equações em


função das correntes de malha. Mostre o passo a passo utilizado para obter as equações de malha
solicitadas.

(a)

(b)
Aulas 23, 24, 25, 26 e 27 - Análise de Malha

Análise de Malha para Determinar Grandezas Elétricas de Interesse

Nas aulas anteriores aprendemos a escrever as equações de malha para um circuito qualquer.
Após a solução das equações de malha encontra-se as correntes de malha do circuito. Entretanto, na
prática, deseja-se conhecer a diferença de potencial em algum elemento de circuito, a corrente real
que circula em algum ramo ou a potência dissipada ou gerada por algum resistor ou fonte. Este
tópico é dedicado ao entendimento de como se determinar as grandezas elétricas de interesse.
Imagine o circuito apresentado na Figura 18. Suponha que seja de interesse determinar a potência
dissipada pelo resistor de 8 Ω. Lembrando do primeiro guia didático, sabemos que para determinar a
potência dissipada por um resistor devemos conhecer a diferença de potencial a que ele está
submetido e a corrente que circula por ele (relembre se necessário). Para solucionar esse circuito o
primeiro passo é utilizar a análise de malha conforme aprendido anteriormente. Já sabemos que as
equações de malha do circuito da Figura 18 são
10𝐼1 − 8𝐼2 = 5
{
−8𝐼1 + 12𝐼2 = 3
Resolvendo esse sistema se pode encontrar o valor das correntes de malha, que valem: 𝐼1 = 1,5 A
e 𝐼2 = 1,25 A (resolva esse sistema e encontre esse resultado).

Figura 18 - Aplicando a análise de malha para determinar grandezas elétricas. Fonte: Autor.

Na Figura 17, podemos verificar que a diferença de potencial no resistor de 8 Ω é 𝑣3 e a corrente


que circula por ele é 𝑖𝑐 . Para encontrar 𝑖𝑐 é só observar no oitavo passo descrito anteriormente que
𝑖𝑐 = (𝐼1 −𝐼2 )
substituindo os valores conhecidos, temos
𝑖𝑐 = (1,5 − 1,25)
assim
𝑖𝑐 = 0,25 𝐴
Para determinar 𝑣3 devemos relembra o quinto passo onde vimos que
𝑣3 = 8𝑖𝑐
substituindo os valores conhecidos, temos
𝑣3 = 8 ∗ 0,25
assim
𝑣3 = 2 𝑉
Por fim, para determinar a potência dissipada pelo resistor devemos fazer
𝑝8𝛺 = 𝑣3 𝑖𝑐
substituindo os valores conhecidos, temos
𝑝8𝛺 = 2 ∗ 0,25
logo,
𝑝8𝛺 = 0,5 𝑊
A potência dissipada pelo resistor foi de 0,5 W ou 500 mW.
Observe através desse exemplo que com os valores das correntes de malha é possível determinar
qualquer grandeza elétrica do circuito. Assim, sempre que se for resolver um circuito utilizando a
análise de malha faça um passo a passo para você não se perder durante a solução do problema.
Aula 28 - Análise de Malha

Atividade de fixação

Exercício 2 - Obtenha a potência dissipada pelos resistores de 5 Ω, 10 Ω e 4 Ω.

Exercício 3 - Obtenha a potência dissipada pelos resistores de 2 Ω, 3 Ω, 4 Ω, 9 Ω e 12 Ω.


Determine também a potência fornecida pelas fontes de 45 V e 30 V. No final mostre que a soma das
potências consumida (dissipadas) e igual à soma das potencias geradas (fornecidas pelas fontes).
Aulas 29, 30 e 31 - Divisor de Tensão

Divisor de Tensão

Um divisor de tensão se aplica para resistores em série. Essa lei fornece a tensão sobre qualquer
resistor em função da resistência e da diferença de potencial que é aplicada sobre todos os resistores
em série (O'MALLEY, 1983). Observe a Figura 19 onde são apresentados dois resistores em série,
𝑅1 e 𝑅2 , e sobre os quais é aplicada uma diferença de potencial total 𝑣𝑠 . Um divisor de tensão é uma
forma prática de se determinar a diferença de potencial, 𝑣𝑦 ou 𝑣𝑥 , a que está submetido o resistor, 𝑅1
ou 𝑅2 , sem a necessidade de se realizar muitas contas.

+ -

Figura 19 - Divisor de tensão. Fonte: Autor.

Pode-se mostrar que (O'MALLEY, 1983)


𝑅1
𝑣𝑦 = 𝑣
𝑅1 + 𝑅2 𝑠
e
𝑅2
𝑣𝑥 = 𝑣
𝑅1 + 𝑅2 𝑠
É possível verificar através dessas equações que a diferença de potencial em um resistor é
diretamente proporcional a seu valor de resistência, ou seja, quanto maior for sua resistência maior
será a parcela da diferença de potencial total 𝑣𝑠 que estará sobre o resistor.
De forma prática, para se aplicar um divisor de tensão, deve-se conhecer o valor da diferença de
potencial total a que estão submetidos os resistores em série e assim aplicar o equacionamento
anterior.

Exemplo numérico

Determine o valor da diferença de potencial 𝑣𝑎𝑏 do circuito da Figura 20 utilizando o divisor de


tensão.
Solução: Observe na Figura 20 que existem três resistores que estão em série. Esses resistores
estão submetidos a uma diferença de potencial total de 15 V (que é determinada pela fonte de
tensão). Para determinar a diferença de potencial requerida devemos fazer
6
𝑣𝑎𝑏 = 15
5+6+4
Logo 𝑣𝑎𝑏 = 6 V (confira as contas). Observe no exemplo que no denominador da fração aparece
a soma dos três resistores que estão em série (5 + 6 + 4), ao passo que no numerador aparece o valor
do resistor (6) sobre o qual deseja-se determinar o valor da diferença de potencial (𝑣𝑎𝑏 ). Assim,
independentemente da quantidade de resistores que estiverem em série em um divisor de tensão, no
numerador da fração aparecerá um único valor de resistor sobre o qual se deseja determinar o valor
da diferença de potencial, ao passo que no denominador da fração aparecerá a soma de todos os
resistores que estão em série.

Figura 20 - Exemplo de aplicação do divisor de tensão. Fonte: Autor.


Aula 32 - Divisor de Tensão

Atividade de fixação

Exercício 4 – Determine o valor de 𝑣𝑎𝑏 nos circuitos a seguir utilizando divisor de tensão.

+
+

-
-

(a) (b)

Exercícios da Segunda Semana

Entregue as atividades de fixação das aulas 22, 28 e 32 apresentadas neste guia didático da
disciplina - segunda etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada
“Exercícios da Segunda Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 12 PONTOS.


Aulas 33, 34, 35, 36 e 37- Análise Nodal

Análise nodal

A análise nodal fornece um procedimento genérico para análise de circuitos usando tensões
nodais como variável de circuito (ALEXANDER e SADIKU; 2013). É importante ter bem claro a
diferença entre tensão nodal e diferença de potencial. Tensão nodal é o potencial elétrico associado a
um nó do circuito. Ao passo que, diferença de potencial é a diferença entre duas tensões nodais,
sendo que um elemento de circuito está sempre submetido a uma diferença de potencial.
Definição: Na análise nodal estamos interessados em encontrar todas as tensões nodais de um
circuito elétrico. A partir das tensões nodais é possível determinar qualquer grandeza elétrica do
circuito.
Para a determinação das tensões nodais de um circuito, utilizaremos duas leis básicas de circuitos
elétricos: a lei de Ohm e a lei de Kirchhoff das correntes (LKC). Lembre-se que a lei de Ohm
relaciona a diferença de potencial e a corrente que circula em um resistor; e a LKC nos diz que a
soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem deste nó.
Assim como foi feito na apresentação da análise de malha, será apresentado um passo a passo
para a aplicação da análise nodal em um circuito elétrico. A Figura 21 apresenta o circuito elétrico
que será utilizado para apresentação deste passo a passo.

Figura 21 – Circuito para aplicação da análise nodal. Fonte: Autor.

Primeiro passo: identifique todos os nós presentes no circuito e dê nome a eles. A Figura 22
apresenta a efetivação desse passo para o exemplo da Figura 21. Observe que no circuito existem 3
nós diferentes, Nó A, Nó B e Nó C. Para cada nó do circuito está associada uma tensão nodal
diferente, assim precisamos determinar a tensão 𝑉𝐴 que está associada ao Nó A, a tensão 𝑉𝐵 que está
associada ao Nó B e a tensão 𝑉𝐶 que está associada ao Nó C. Pela definição do método da análise
nodal, quando se determinar as tensões 𝑉𝐴 , 𝑉𝐵 e 𝑉𝐶 o circuito estará resolvido.
Segundo passo: escolha um nó de referência. Para todo circuito elétrico existe um nó de
referência! Esse nó é aquele a que se atribui o valor de tensão igual a zero, ou seja, é a referência do
circuito (Lembre-se da definição de potencial elétrico). Na Figura 23 escolheu-se o Nó A como
sendo o nó de referência do circuito, no desenho essa escolha é representada pelo símbolo ( ).
Tendo dito que ao nó de referência se atribui o valor de tensão igual a zero, pode-se avaliar que a
tensão no Nó A, agora é conhecida, ou seja, 𝑉𝐴 = 0 V. Como a escolha do nó de referência é
arbitrária se poderia ter escolhido como referência o Nó B ou o Nó C, sendo que esta escolha não
mudaria os resultados. Observe agora que já se conhece o valor da tensão nodal associada ao Nó A e
ainda é necessário determinar as tensões nodais associadas aos Nós B e C.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 22 – Identificação dos nós do circuito da Figura 21. Fonte: Autor.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 23 – Escolha do nó de referência a partir da Figura 22. Fonte: Autor.

Terceiro passo: dar nome para todas as correntes dos ramos do circuito. O sentido dessas
correntes é escolhido por você. A Figura 24 apresenta um circuito com a escolha das correntes dos
ramos. Observe que o circuito da Figura 24 tem 5 ramos, e para cada um deles foi identificada uma
corrente com nomenclatura e direção. As correntes dos ramos são 𝑖𝑎 , 𝑖𝑏 , 𝑖𝑐 , 𝑖𝑑 e 𝑖𝑒 .

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 24 – Identificação das correntes dos ramos do circuito da Figura 23. Fonte: Autor.

Quarto passo: aplique a lei de Kirchhoff das correntes (LKC) nos Nós em que a tensão ainda
não é conhecida. Lembrando dos passos anteriores observamos que as tensões nodais ainda não são
conhecidas nos Nós B e C. Aplicando a LKC em cada um desses nós, temos as equações,
𝑁ó 𝐵 {𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 = 𝑖𝑎
𝑁ó 𝐶 {𝑖𝑒 = 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 + 𝑖𝑑
Lembre-se que a LKC disse que a soma das correntes que entram no nó é igual à soma das
correntes que saem deste nó. Note que temos duas equações e cinco incógnitas, dessa forma não é
possível resolver esse sistema.
Quinto passo: observar no circuito se alguma das correntes de ramo são conhecidas. Na
Figura 24 é possível observar que as correntes 𝑖𝑐 e 𝑖𝑒 são conhecidas, pois uma fonte de corrente
determina qual é o valor da corrente no ramo (lembre-se da definição de fonte de corrente). Dessa
forma, percebe-se que a corrente 𝑖𝑐 vale 5 A e a corrente 𝑖𝑒 vale 10 A. Substituindo este valores nas
equações obtidas no quarto passo, temos
𝑁ó 𝐵 {𝑖𝑏 + 5 = 𝑖𝑎
𝑁ó 𝐶 {10 = 𝑖𝑏 + 5 + 𝑖𝑑
Note que agora temos duas equações e três incógnitas, dessa forma ainda não é possível resolver
esse sistema.
Sexto passo: escrever as correntes dos ramos que tem seus valores desconhecidos em função das
tensões nodais, parra isso deve-se utilizar a lei de Ohm. Em nosso exemplo, as correntes dos ramos
desconhecidas são 𝑖𝑎 , 𝑖𝑏 e 𝑖𝑑 , e as tensões nodais que devem ser utilizadas são 𝑉𝐴 , 𝑉𝐵 e 𝑉𝐶 . Note na
Figura 24 que todas as correntes de ramo que são desconhecidas passam por algum resistor, observe
que a corrente 𝑖𝑎 passa pelo resistor de 2 Ω, a corrente 𝑖𝑏 passa pelo resistor de 4 Ω e a corrente 𝑖𝑑
passa pelo resistor de 6 Ω. A Figura 25 apresenta um recorte feito para cada resistor.

- - -
Nó B + Nó A Nó C + Nó B Nó C + Nó A
Figura 25 – Aplicação da lei de Ohm nos resistores do circuito da Figura 24. Fonte: Autor.

Observe na Figura 24 e na Figura 25 que a corrente 𝑖𝑎 sai do Nó B e entra no Nó A, da mesma


forma que a corrente 𝑖𝑏 sai do Nó C e entra no Nó B e a corrente 𝑖𝑑 sai do Nó C e entra no Nó A. As
corrente ao passarem pelos resistores provocam uma diferença de potencial neles que é dada pelos
seguintes equacionamentos (lei de Ohm),
𝑣𝐵𝐴 = 2 ∗ 𝑖𝑎
𝑣𝐶𝐵 = 4 ∗ 𝑖𝑏
𝑣𝐶𝐴 = 6 ∗ 𝑖𝑑
Note que ao aplicar a lei de Ohm nos resistores da Figura 25 obtemos a diferença de potencial em
função das correntes de ramo. Lembre-se que diferença de potencial é igual ao potencial maior
menos o potencial menor, assim fica que
𝑣𝐵𝐴 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
𝑣𝐶𝐵 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐵
𝑣𝐶𝐴 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
Substituindo, temos
𝑉𝐵 − 𝑉𝐴 = 2 ∗ 𝑖𝑎
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵 = 4 ∗ 𝑖𝑏
𝑉𝐶 − 𝑉𝐴 = 6 ∗ 𝑖𝑑
Podemos agora isolar as correntes de ramo em cada uma das equações acima, para obter
𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
𝑖𝑎 =
2
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵
𝑖𝑏 =
4
𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑖𝑑 =
6
Esse último conjunto de três equações apresenta as correntes de ramo em função das tensões
nodais.
Sétimo passo: substituir nas equações nodais obtidas no quinto passo as correntes dos ramos
obtidas no sexto passo. Para isso pegamos o resultado obtido no quinto passo que são as duas
equações
𝑁ó 𝐵 {𝑖𝑏 + 5 = 𝑖𝑎
𝑁ó 𝐶 {10 = 𝑖𝑏 + 5 + 𝑖𝑑
E substituímos as expressões encontradas no sexto passo para 𝑖𝑎 , 𝑖𝑏 e 𝑖𝑑 , ficando assim
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
𝑁ó 𝐵 { +5=
4 2
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑁ó 𝐶 {10 = +5+
4 6
Lembre-se do segundo passo em que escolhemos o nó de referência e escolhemos 𝑉𝐴 = 0 V.
Substituindo o valor de 𝑉𝐴 nas equações, fica
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵 𝑉𝐵
𝑁ó 𝐵 { +5=
4 2
𝑉𝐶 − 𝑉𝐵 𝑉𝐶
𝑁ó 𝐶 {10 = +5+
4 6
Multiplicando os dois lados da primeira equação por 4 e os dois lados da segunda equação por
12, e rearranjando os termos das equações fica (confira as contas)
𝑁ó 𝐵 {3𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 20
𝑁ó 𝐶 {−3𝑉𝐵 + 5𝑉𝐶 = 60
Podemos notar que temos duas equações e duas incógnitas, assim é possível resolver o sistema
para encontrar 𝑉𝐵 e 𝑉𝐶 . Essas equações são conhecidas como equações nodais do circuito.
Aula 38 - Análise Nodal

Atividade de fixação

Exercício 1 - Obtenha as equações nodais dos circuitos a seguir. Escreva as equações do circuito
em função das tensões nodais. Mostre o passo a passo utilizado para obter as equações nodais
solicitadas. Dica importante: quando está se fazendo a análise nodal e aparece uma fonte de tensão
se deve escolher o nó de referência próximo a fonte de tensão (um dos nós que ligam a fonte) e não
esqueça que em uma fonte de tensão o valor da diferença de potencial nela permanece constante.

(a)

(b)
Aulas 39, 40, 41, 42 e 43 - Análise Nodal

Análise Nodal

A obtenção das tensões nodais obtidas através do passo a passo apresentado anteriormente nos
dar suporte para encontrar qualquer grandeza elétrica do circuito. Assim, na solução do circuito
elétrico através da análise nodal se obtém primeiramente as tensões nodais e em seguida as
grandezas elétricas de interesse.

Exemplo numérico

Determine a potência fornecida pela fonte de corrente de 10 A apresentada na Figura 25


utilizando a análise nodal.

Figura 25 – Circuito para aplicação da análise nodal. Fonte: Autor.

A primeira coisa a se fazer é encontrar as tensões nodais. Isso já foi feito anteriormente, quando
se encontrou as equações (a nomenclatura dos nós é apresentada na Figura 24),
𝑁ó 𝐵 {3𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 20
𝑁ó 𝐶 {−3𝑉𝐵 + 5𝑉𝐶 = 60
Podemos reescrever este sistema de equações como
3𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 20
{
−3𝑉𝐵 + 5𝑉𝐶 = 60
Somando as duas equações encontramos o valor de 𝑉𝐶 que vale 20 V. Podemos substituir o valor
de 𝑉𝐶 na primeira equação para encontra o valor de 𝑉𝐵 que vale 13,33 V.
Para encontrar o valor da potência que é fornecida pela fonte de 10 A (𝑃10𝐴 ), devemos aplicar a
formula da potência elétrica que relaciona a diferença de potencial com a corrente,
𝑃10𝐴 = 𝑉10𝐴 ∗ 𝑖𝑒
Sabemos que a corrente 𝑖𝑒 vale 10 A e para determinar o valor da diferença de potencial 𝑉10𝐴 da
fonte de corrente é só fazer o potencial maior da fonte menos o potencial menor da fonte. Lembre-se
que o potencial maior da fonte é o Nó para o qual a seta da fonte de corrente aponta. No caso da
fonte de 10 A, o Nó C tem o potencial maior e o Nó A tem o potencial menor, observe isso na Figura
24. Assim temos
𝑉10𝐴 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
Substituindo os valores conhecidos, determinamos o valor de 𝑉10𝐴 que vale 20 V.
Agora para calcular a potência fornecida pela fonte de 10 A é só fazer
𝑃10𝐴 = 𝑉10𝐴 ∗ 𝑖𝑒
𝑃10𝐴 = 20 ∗ 10
𝑃10𝐴 = 200
Logo a potência requerida vale 200 W.
É importante frisar: com os valores das tensões nodais é possível determinar qualquer
grandeza elétrica de um circuito.
Aula 44 - Análise Nodal

Atividade de fixação

Exercício 2 – Utilize a análise nodal para determinar a potência dissipada pelo resistor de 6 Ω.

Exercício 3 – Utilize a análise nodal para determinar a potência dissipada pelo resistor de 6 Ω e a
potência fornecida pela fonte de 10 V. Dica: a corrente que passa pelo resistor de 4 Ω e a mesma que
passa pela fonte de 10 V.
Aulas 45, 46 e 47 - Divisor de Corrente

Divisor de corrente

Um divisor de corrente é uma regra que se aplica quando existem resistores em paralelo e se
conhece a corrente que irá se dividir entre eles (O'MALLEY, 1983). Para que seja possível aplicar
um divisor de corrente em um circuito elétrico é necessário conhecer a corrente total que será
dividida entre resistores que estão em paralelo, conforme apresentado na Figura 26. Note nessa
figura que 𝑖 é a corrente total que será dividida em duas partes: 𝑖1 e 𝑖2 . Sabemos pela lei de Kirchhoff
das correntes (LKC) que 𝑖 = 𝑖1 + 𝑖2 .

Figura 26 – Divisor de corrente. Fonte: Autor.

Pode-se mostrar que (O'MALLEY, 1983)


𝑅2
𝑖1 = 𝑖
𝑅1 + 𝑅2
e
𝑅1
𝑖2 = 𝑖
𝑅1 + 𝑅2
Lembre-se que os valores dos resistores são sempre conhecidos no escopo da nossa disciplina e
que a corrente total também deve ser conhecida para aplicar o divisor de corrente.
Duas análises interessantes derivam do divisor de corrente. A primeira delas é quando um dos
resistores tem resistência zero, ou seja, quando se substitui um dos resistores por um curto circuito. A
segunda é quando um dos resistores tem resistência infinita (muito elevada), ou seja quando se
substitui um dos resistores por um circuito aberto.
A Figura 27 mostra a situação onde se tem um divisor de corrente na presença de um curto
circuito. Observe nessa figura que quando o resistor 𝑅2 tem resistência igual a zero toda a corrente
passará pelo curto circuito, ou seja, a corrente vai passar pelo caminho de resistência nula. Note pela
formulação apresentada acima que a corrente 𝑖1 que passa pelo resistor 𝑅1 será zero e a corrente 𝑖2
que passa pelo resistor 𝑅2 será igual a corrente total.
Figura 27 – Divisor de corrente em curto circuito. Fonte: Autor.

Na Figura 28 o resistor 𝑅2 é substituído por um valor de resistência elevado (infinito) para essa
situação, não existe caminho para a corrente 𝑖2 passar e dessa forma seu valor será zero. Por outro
lado, a corrente total terá que passar pelo único caminho disponível que é a resistência 𝑅1 e dessa
forma a corrente 𝑖1 será igual a corrente total.

Figura 28 – Divisor de corrente em circuito aberto. Fonte: Autor.


Aula 48 - Divisor de Corrente

Atividade de fixação

Exercício 4 – Utilize o divisor de corrente para encontrar o valor de 𝑣0 . Dica: caso seja
necessário faça associação de resistores. Lembre-se da tabela de prefixos e encontre inicialmente a
corrente que passa pelo resistor de 9 kΩ.

Exercício 5 – Utilize o divisor de corrente para encontrar o valor de 𝑣1 . Dica: caso seja
necessário faça associação de resistores. Lembre-se da tabela de prefixos e encontre inicialmente a
corrente que passa pelo resistor de 3 kΩ.

Exercícios da Terceira Semana

Entregue as atividades de fixação das aulas 38, 44 e 48 apresentadas neste guia didático da
disciplina - segunda etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada
“Exercícios da Terceira Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 12 PONTOS.


REFERÊNCIAS

ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos, 5a ed., McGraw


Hill, 2013.
ÁLVARES, Beatriz Alvarenga; LUZ, Antônio Máximo Ribeiro. Física – Contexto e Aplicações: 3º
ano. São Paulo: Sicipione, 2011.
CHAVANTE, Dina. Eletrônica III. Apostila dos cursos de formação inicial e continuada do Centro
de Educação Tecnológica do Amazonas, 2016.
O'MALLEY, John. Análise de Circuitos, Bookman, 2a. ed, 1983.

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