Você está na página 1de 10

DEPÓSITO DE IPUEIRA-MEDRADO

Aluna: Sarah Borges Silva


Matrícula: 17/0053245

1. Histórico

O Brasil foi ranqueado como sétimo em termos de produção de cromita desde 1994,
em grande parte devido as minas Campo Formoso e Vale Jacurici. Juntos eles possuem
as maiores reservas de cromita do Brasil, com um potencial de reservas de 52 a 30 milhões
de toneladas metro.

2. Contexto geológico e geotectônico

Ambas as áreas estão situadas próximo da margem norte do cráton São Francisco,
perto da cidade de Senhor do Bonfim. A mineralização de cromitita é hospedada por
remanescentes ultramáficos alterados de intrusões Pré-Cambrianas.
O Cráton São francisco é uma grande área cratônica, consistindo de terrenos
Arqueanos a Paleoproterozóicos, os quais foram cratonizados entre 1,8 a 2,2 Ga no ciclo
orogênico Tras-amazônico e se juntaram através do cinturão de dobras do ciclo brasiliano
de 0,5 a 1,1 Ga. O granulito e o gnaísse migmatitíco na porção nordeste do cráton São
Francisco, os quais são as hospedeiras das intrusões básica-ultrabásica, foram adicionadas
ao grupo Caraíba de idade arqueana.
Há três tipos de corpos ultramáficos e máficos que intrudem o gnaísse, sendo eles as
intrusões Campo Formoso e vale Jacurici portadoras de cromita e predominante
ultramáficas; a mineralização de sulfetos máficos-ultrmáficos da intrusão do depósito de
Cobre vale Curaçá; e o enxame de diques com trend nordeste, aflorando a leste dos vales
Jacurici e Curaçá.
O complexo tardio Jacobina é caracterizado por um conjunto tectonizado de
vulcânicas supracrustais metamorfisadas e rochas sedimentares de origem incerta. Estes
foram interpretados como uma bacia foreland ou uma bacia de margem passiva do bloco
gavião. O metaquartzito que sobrepõe o complexo Campo Formoso, é o membro basal
do grupo Jacoina, que inclui depósitos de conglomerados auríferos
Durante o ciclo Trans-amazônico no paleoproterozóico, grande parte do cráton São
Francisco sofreu tectnonismo e metamorfismo, formando a faixa móvel e os padrões de
afloramento na área do Senhor do Bonfim. A área a oeste do lineamento
Jacobina/contendas -Mirante e a zona de sutura formaram parte do bloco Gavião. O
cinturão de Gnaísses a leste de Senhor do Bonfim foi formada pelos sedimentos Jacobina,
enquanto que uma faixa móvel fina de gnaísses migmatiticos a oeste dos sienitos Itiúba
podem representar uma fina extensão do retrabalhamento dos granulitos do bloco
arqueano Jequié. Granulitos a leste dos sienitos, formam da faixa móvel Salvador Curaçá
com idade de 2 Ga, associado com o bloco serrinha e com a colisão do bloco Lençóis.
A deformação trans-amazônica dos blocos protocratonicos Jequié e Gavião foi
seguida por uma intrusão de granitóides e metassomatismo potássico. A intrusão Campo
Formoso sobrepões e intrude gnaísses similares aos do grupo Caraíba. As litologias
ultramáficas e os sedimentos são extensivamente metassomatizados e alterados pelo
granito Campo Formoso (2 Ga). Como consequência a idade da intrusão é restrita ao
intervalo entre o metamorfismo do granulito do grupo Caraíba (arqueano tardio) e a
erosão paleoproterozóica que precedeu a deformação trans-amazônica e a intrusão
granitóide. O magmatismo Jacuraci é considerado como anterior ao Campo Formoso. As
unidades que contém olivina no sill são tipicamente serpentinizadas.

3. Rochas encaixantes e hospedeiras

O contato entre o cromitito e a rocha encaixante ígnea são tipicamente agudos e muito
pouco minério disseminado marginal está presente. A unidade inferior do peridotito do
sill Ipueira-Medrado é representado por uma intersecção de 130 metros de serpentinitos
preto-esverdeados. O gabro possui uma textura homogenea, com granulometria média.
No contato superior, o gabro passa bruscamente para um piroxenito diopsítico, e depois
para um mármore com olivina serpentinizada. A unidade do gabro acima, consiste de um
norito contendo biotita, piroxênio e hornblenda.
Na seção Cascabulhos, a serpentinita que contém cromitito possui coloração escura
preto-esverdeada. Espinélio é a única fase relicto em litologias pobres em piroxênio,
dentro de uma matriz de serpentina com ou sem clorita, talco ou carbonatos. A
estratigrafia do cromitito possui no total nove suturas economicamente significantes de
cromita hospedada em serpentinitos. As duas camadas que contem piroxenitos
representam os níveis estratigráficos mais altos.
Traços de PGE foram associados com sulfetos em serpentinitos perto do contato
basal. Litologias de cromititos ou enriquecidas em cromita dos cromititos de baixo e alto
nível e através da sutura principal, continham enriquecimento enfraquecido.
Mineralizações fracas ocorrem em muitas rochas ultramáficas ricas em piroxênio,
especialmente em ortopiroxenitos pegmatiticos imediatamente abaixo das unidades de
gabro, onde sulfetos acessórios ricos em cobre ocorrem. Enriquecimentos em PGE foram
localizados junto com sulfetos de cobre em gabros, ou gabros de zonas pegmatíticas.
As intrusões Ipueira-Medrado e Campo Formoso são similares em vários aspectos.
Os protólitos ígneos e as sequências litológicas inferiores consistem de dunito,
harzburgito ou ortopiroxenito; Elementos maiores sugerem que as intrusões preservaram
padrões de fracionamento similares.
Os padrões de aumento de XCr e Ti com o aumento na estraigrafia, estão de acordo
com as sequências similares e podem-se inferir que refletem um fracionamento
magmático progressivo. A sequência Cascabulhos mostra um aumento em PGE e Cr/Al
com o aumento na estratigrafia, entre grupos de sutura de cromita. A covariância de PGE
e minerais de cromita foram identificados no complexo Bushveld.

4. Geometria do depósito

Atualmente, há um consenso de que os depósitos são de tipo estratiforme. Arranjos


de corpos ultramáficos norte-sul, afloram sobre uma área de 20 km de comprimento do
Vale Jacurici, a 70 km oeste da intrusão Campo Formoso. Estes possuem forma
semelhante a de sills, conformes com a foliação do granulito hospedeiro, e são fortemente
alterados.
O depósito de cromita principal é encontrado em 70 km do cinturão alinhado norte-
sul, localizado a leste do sienito Itiúba, que inclue o sill Ipueira-Medrado. O maior
depósito do Vale Jacurici ocorre em Medrado (3,1 Mt), Ipueira (11,5 Mt), e sul de Ipueira
(12,9 Mt), com segmentos adjacentes do sill Ipueira-Medrado com 7 km de comprimento.
O corpo de minério da cromita é caracterizado como uma camada com 5 a 8 m de
espessura. A intrusão Campo Formoso forma afloramentos arqueados entre os granitos
Campo Formoso e a crista formada pelos quartzitos do grupo Jacobina sobrejacentes.
Esse afloramento possui 40 km de comprimento, mas é estreito, possuíndo de 100 m a
1,1 km.

5. Mineralogia do minério

Contornos de pseudomorfos de megacristais de piroxênios mosqueados acinzentados


são indentificaveis. O minério massiço é quase que puramente contituído de cromita e
extremamente homogêneo, consistindo de cromita de granulometria fina. Na unidade de
superior do peridotito mosqueado, com uma espessura de 35 metros, os pseudomorfos de
piroxênio se tornam maiores e mais abundantes, resultando um piroxenito massivo com
10 metros de espessura.
A unidade de peridotito inferior consiste principalmente de serpentina, com raros
relictos de olivina e alteração parcial do ortopiroxênio ao longo das suas clivagens.
Clinopiroxênio é raro e o ortopiroxênio é subordinado a olivina e os seus produtos de
alteração, sugerindo um protolito harzburgitico, contendo entre 1 a 5 % de cromita. O
contorno dos grãos variam de irregulares e intersticiais a polígonos arredondados e
frequentemente mostram centros translúcidos amarronzados ou trilhas de opacos finos.
Cristais esverdeados ou incolores de anfibólios aparecem abruptamente em
proporções significativas, enquanto que o conteúdo de olivina diminui, comumente
envolvendo grãos de piroxênio ou olivina arredondados. Magnetita rica em ferro-cromita
ou rica em cromo permanece abaixo da fácie média de anfibolitos em serpentinito
antigorita-tremolita, tornando a cromita mais aluminosa em assembléias contendo talco
ou anfibolios, olivina e tremolita.
Figura 1 Micrografia onde a) relictos de olivina e Ortopiroxênio, do peridotito de Ipueira; b) espinélio verde, do
peridotito de Ipueira; c) anfibólio grosso subédrico , do peridotito de Ipueira; d) Ortopiroxênio com textura
Granoblástica e anfibólio. Ipueira; e) relicto de megacristal de Ortopiroxênio, substituído por anfibólio,
Ortopiroxenito de Ipueira; f) grãos de cromita translúcidos em cromitito texturizado; g) contato inferior de cromitito
hospedado no piroxenito. Cascabulhos; h) relict de piroxênio. Ortopiroxenito serpentinizado de Cascabulhos.
(Retirado de Lord et al., 2004)

6. Estruturas e Texturas

O ortopiroxenito é geralmente fresco, com granulometria fina, mostrando texturas


granoblásticas. Megacristais de ortopiroxênio tabulares parecem ser relictos de uma
textura anterior; Estes são subedrais, de coloração mais clara, contendo lâminas de
exsolução, e texturalmente antecedem a substituição por anfibolio metamórfico e a
serpentinização subsequente.
Em Ipueira, a presença de espinélio verde, biotita, texturas granoblásticas e anfibolios,
frequentemente em texturas de substituição, sugerem que um episódio de recristalização
metamórfica hídrica ocorreu antes da alteração retrográda. Um metamorfismo
progressivo, tal como o que ocorreu em Campo Formoso e Ipueira-Medrado, pode levar
a uma modificação e homogeinização de composições disseminadas de cromita-espinélio.

7. Controle da mineralização

Uma pequena descontinuidade é sugerida embaixo do cromitito principal por um


ponto de inflecção em vários parametros: concentrações de MgO, SiO2, Ni, Cu são
constantes através do peridotito inferior. Diagramas mostram que uma diminuição em
MgO ou XMg com o aumento de SiO2, indicam um fracionamento ígneo. Uma análise
de elementos maiores de litologias primárias da intrusão Campo Formoso pode ser
comparada com os tipos de rocha da sequência Ipueira-Medrado. A sequência
Cascabulhos é similarmente rica em Magnésio, mas que os teores de SiO2 são mais altos
aqui do que no Ipueira, especialmente para os piroxenitos. A mineralogia normativa dos
dois é muito similar, cada uma contendo hiperstênio e olivina.
Quando as intrusões são comparadas, os dados do Campo Formoso sobrepõem as
matrizes produzidas pelas rochas Ipueira-Medrado, sugerindo uma remobilização durante
a alteração. Diagramas de variação triangular ilustram as amplas similaridades entre as
duas intrusões. As anomalias de metais preciosos nos piroxenitos dos arredores da sutura
da cromita de alto nível em Cascabulhos, parecem representar dois estilos contrastantes
de mineralização. O primeiro é um enriquecimento em PGE criptíco em piroxenitos.
Esses piroxenitos não possuem enriquecimento significante em sulfetos ou calcofilos,
mas a mineralização é associada com uma pequena anomalia basal de cromo.
Concentrações de Pd diminuem para cima, se esgotando abaixo de onde a mineralização
mais rica em Pt aparece sobrepondo a sutura da cromita. O segundo estilo de
mineralização ocorre em zonas de cisalhamento e em zonas de alteração em piroxenitos.
Em Cascabulhos, os padrões do grupo inferior de cromititos massivos são
caracterizados por máximo Ru e mínimo Pt. A concentração de metais possui a ordem Ru
> Os, Ir > Rh, Pt, Pd. A parte superior dos cromititos disseminados possuem baixa
concentração de Os ou Ir que o grupo inferior de cromititos, resultando em proporções de
Pge na seguinte ordem: Ru > Os, Ir, Rh, Pt, Pd. Piroxenitos possuem padrões seja com
Pd > Pt > Rh, Ru > Os, Ir ou com Pd ≥ Pt > Ru > Rh, Os, Ir. Proporções de PGE são mais
similares a de condritos, sugerindo um fraco fracionamento.

8. Modelo genético

A proximidade das zonas mineráveis do Campo Formoso e Vale Jacurici é intrigante.


Os depósitos parecem representar uma zona de colisão pós-intrusão entre dois domínios
arqueanos. Porém, é possível que um empurrão entre a faixa Jacobina/Contendas-Mirante
pode ter separado tectonicamente fragmentos de diferentes fácies ou níveis intrusivos do
mesmo complexo.
Usando a posição textural do PGM, em relação a matriz de cromita, foi possível
inferir a sequência paragenética, comparando as assembléias primárias envolvidas por
grãos de cromita comminerais primários a secundários. Os PGM primários são sulfeto ou
ligas (Os-Ir-Ru, Pt-Fe), PGM primários a secundários são telúridos de Pd e Pt, bismutos,
e antimonios, e os PGM secundários incluem sulfetos, antimonido Pd, comumente como
agregados ou intercrescimentos com sulfetos secundários. A presença de bismutinita,
galena e antimônio nativo, e sulfossais de Pb-Sb foram usados como evidência de uma
conexão da alteração de assembléias de PGM primários da ação de um granito derivado
fluídos hidrotermais.
As concentrações de Ir do grupo PGE, são similares aos comumente encontrados
em cromititos podiformes, com enriquecimento relativamente menor do grupo da platina
dos PGE em camadas de cromititos estratificamente mais altas, deido aos processos de
fracionamento. Algumas características dos padrões de distribuição dos PGE suportam a
proposta de que a distribuição magmática é amplamente preservada na intrusão Campo
Formoso. Primeiro, as concentrações mais altas são encontradas no cromitito, e em
associações ígneas típicas de magmas subsaturados em enxofre e paragêneses pobres em
enxofre. Segundo, as suturas de cromititos são mais enriquecidas no grupo da platina dos
PGE, são exclusivamente hospedados pelo piroxenito, ao invês de litologias ricas em
olivina primária, representando um nível estratigrafico mais alto na intrusão.
Concentrações de PGE associados com zonas de cisalhamento são uma evidência
de alguma remobilização dos PGE em litologias silicáticas. Entretanto, essas
concentrações secundárias são baixas, e ocorrem em níveis estratigráficos onde a
concentração primária do background proporcionam uma fonte local. Essa relação de
enriquecimento em PGE com camadas de cromitito tem sido atribuída a uma diminuição
na solubilidade do enxofre durante a cristalização da cromita, o que leva a uma
pricipitação direta de PGM.
Os cromititos de Bushveld podem ter um maior Cr/Al para uma razão de PGE
particular. Esse padrões são vistos como evidência de que o fracionamento em PGE
durante a formação do cromitito pobre em enxofre e a cristalização de silicatos, operaram
da mesma maneira em ambas as intrusões de Bushveld e Campo Formoso, produzindo
um fracionamento identico entre os grupos do Ir e Pt do grupo dos PGE. O processo
fundamental sobre o controle da cromita e o fracionamento dos PGE, é mais relacionado
com a composição do magma.

9. Outros depósitos associados

É aparente que os cromititos do Campo Formoso possuem similaridade de XCr aos


cromititos de Bushveld ou Sillwater, mas possuem baixo XMg. O cromitito principal de
Ipueira possui valores maiores de XMg que os cromititos dos complexos de Campo
Formoso, Bushveld, ou de Stillwater, mas com menor XCr que os de Great Dyke. Os
cromititos de alto e baixo nível, mostram um enriquecimento de ferro férrico, tipico de
intrusões estratiformes, mas são mais aluminosos que outros complexos.
Os depósitos de cromita de Campo Formoso e do Vale Jacurici mostram uma
afinidade com depósitos típicos estratiformes de cromitita que se formaram em intrusões
acamadadas do Precambriano, tais como os complexos Bushveld, Great Dyke ou
Stillwater, ao invés de cromititos podiformes localizados em zonas de suprasubducção no
fanerozóico em complexos ofiolíticos.
Estudos mostram que esses depósitos sofreram modificações de composições ígneas
secundárias, ao invés de efeitos de um magma particularmente primário. A cromita em
todos os níveis na sequência Cascabulhos mostra graus variáveis de enriquecimento de
ferro. Altas concentrações XMg unusuais são preservadas no cromitito principal em
Ipueira-Medrado, o qual é significativamente maior que em Cascabulhos. Valores
similarmente altos nos complexos Grat Dyke e Bushveld podem ser devido a um líquido
rico em Mg. Cromitas de suturas menos massiças e de nível alto e baixo em Ipueira-
Medrado podem ser significativamente mais pobres em Cr, relativamente ao Al quando
comparados com aqueles do cromitito principal dos complexos Campo Formoso,
Bushveld, ou Great Dyke.
Os processos magmáticos responsáveis pela repetição de suturas de cromita
observados no complexo Campo Formoso são considerados como sendo similares ao
grupo inferior do complexo Bushveld. Neste modelo, os pulsos repetidos de magma
primitivo, misturados com um progressivo magma residual. Repetidamente forçando o
sistema para um campo onde só há cromita, depois em olivina-cromita ou ortopiroxênio-
cromita cotéticos, proporcionando a formação de suturas ricas em cromita ou cromititos
em sequências ricas em olivina ou piroxênio.
Os padrões de fracionamento da cromita presentes em sequências como a Bushveld,
mostram uma diminuição de XMg para cima, correlacionado com tendências de
fracionamento de silicatos, acompanhados pelo aumento de Fe3+, Fe3+/Fe2+, Ti, e V. A
diminuição para cima de XCr e Cr/Fetotal é geralmente esperada em sequências
ultramáficas, devido a depleção de Cr do magma. Entretanto, quando fases cumuláticas
contendo alumínio, tais qual Plg, cristalizam, as partições do alumínio permanecem altas.
Na porção leste de Bushveld, por exemplo, a diminuição para cima em Cr/Fe, Cr/R3+,
e Mg/R2+, acompanhado por um aumento de Fe3+/ R3+, TiO2, e V2O3 entre sucessivos
cromititos da zona crítica inferior. Em cromititos da zona crítica superior no entanto,
mostram uma reversão dos trends de fracionamento anterior. Similarmente, a porção
oeste de Bushveld, na sequência da zona crítica inferior de cromititos, mostra um aumento
em Ti e uma diminuição em razões Cr/Fe ou Cr/Al, onde o XCr aumenta para cima nas
camadas de cromitita do grupo superior. A comparação do fracionamento encontrado em
Campo Formoso e Ipueira-Medrado, mostra que estes possuem padrões similares com a
zona crítica inferior do complexo Bushveld.
Os complexos brasileiros possuem aparentemente idade do arqueano tardio ao
paleoproterozoico, e por isso muitos podem até mesmo ser contemporâneos com o
complexo Bushveld. Uma comparação da natureza das rochas hospedeiras originais,
também permite uma analogia entre os cromititos de Campo Formoso e as intrusões de
Bushveld.

10. Guias exploratórios

Teores típicos de minério são de 38% de Cr2O3, com uma razão de 1,8 de Cr/Fe. A
espessura total das ultramáficas contendo cromita diminui em direção a leste, onde as
camadas de cromita e as sequências de olivina-serpentinitos, aparentam ficar mais
espessas. O horizonte mineralizado de cromita disseminada foi observada em dois
horizontes, em 16 e 100 metros abaixo da base do cromitito principal.
Sulfetos foram observados na maioria das litologias ricas em piroxênio e em alguns
gabros, especialmente em variedades pegmatíticas. Análises de Pt, Pd e Au mostram que
a distribuição estratigrafica de concentrações de PGEs anomalas nas seções de Ipueira e
Cascabulhos, e por inferência a prospectividade de cada intrusão. A sequência Ipueira-
Medrado contém baixos níveis de metais preciosos. Anomalias de alta concentração, de
aproximadamente 0,5 ppm de Pt + Pd + Au, foram encontradas em suturas de cromititos
de alto nível ou nos arredores dos piroxenitos de Cascabulhos. Os valores mínimos de
XCr e Cr/Fetotal em Ipueira-Medrado são realmente baixos, comparados com outras
intrusões estratiformes.

11. Bibliografia

Lord, R. A., Prichard, H. M., Sá, J. H. S., & Neary, C. R. (2004). Chromite geochemistry
and PGE fractionation in the Campo Formoso complex and Ipueira-Medrado Sill, Bahia
State, Brazil. Economic Geology, 99(2), 339–363.
https://doi.org/10.2113/gsecongeo.99.2.339

12. Mapa geológico de semi-detalhe e/ ou detalhe do depósito


Figura 2 Mapa Geológico da área de Senhor do Bonfim (Retirado de Lord et al., 2004)

13. Seção geológica vertical de detalhe do depósito

Figura 3 Seção certical da mina de Ipueira (sill de Ipueira-Medrado) (Retirado de Lord et al., 2004)
Figura 4 Seção vertical da mina de Cascabulhos (Retirado de Lord et al., 2004)

Você também pode gostar