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SOCIOANTROPOLÓGICOS
AULA 7
A Antropologia e a
Sociologia em
algumas de suas
especificidades
Abertura
Olá!
BONS ESTUDOS!
Referencial Teórico
Faça a leitura do texto selecionado como base teórica para esta aula e, ao final, você terá
reunido competências em:
• Entender os tipos de contribuições das ciências sociais para a educação.
• Perceber as contribuições das ciências sociais para o campo jurídico.
• Entender a relação entre Antropologia, Sociologia e Saúde.
BOA LEITURA!
4.1 Educação
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sobreviver, a elaboração de normas e de regras para o melhor convívio, a incorpora-
ção de valores, o cultivo de bons comportamentos e de atitudes boas, dentre outras.
Tudo com o objetivo de que os indivíduos vivessem harmonicamente.
Com o homem contratualmente vivendo em sociedade, esta passou a so-
1 – despertar o carisma;
2 – preparar o aluno para uma conduta de vida;
3 – transmitir conhecimento especializado.
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aquela que deveria preparar o indivíduo integralmente, ensinando-lhe, inclusive,
uma profissão. Ao passo que muitos dos seus discípulos seguindo a lógica marxista
de compreensão das relações sociais, que se dão no seio da sociedade capitalista,
criaram teorias que explicam a escola em seu aspecto mais importante, qual seja o
da sua função. Louis Althusser (1918-1990), por exemplo, percebeu que as classes
sociais são frutos da ação dos “aparelhos repressivos e ideológicos do Estado”, sen-
do a Escola o principal deles, pois, segundo ele, é ela quem inculca a ideologia nele
que por sua vez representa os interesses da classe dominante.
Antonio Gramsci (1891-1937), por sua vez, analisou a escola a partir do
entendimento de que a sociedade capitalista é eminentemente conflituosa, pois de
um lado está o patrão (o explorador) e do outro o trabalhador (o explorado) e a
educação é o meio onde o capitalista pode impor sua hegemonia, mas é também o
meio que o trabalhador encontra para entender sua situação de exploração e con-
sequentemente reagir. Para ele a escola tem que ser crítica e política e que, por isso,
promova mudança na estrutura societal.
Assim como Althusser e Gramsci, outros autores se dedicaram à educação
como objeto de estudo, analisando aspectos tais como a relação sociedade e educa-
ção, as relações de poder dentro da escola, aspectos como o acesso à escola, polí-
ticas públicas voltadas a educação, cultura escolar, práticas escolares, bem como o
entorno das escolas. De modo que a educação tem encontrado nas ciências sociais
pensadores que se dedicaram a teorizá-las, oferecendo aos estudiosos de hoje um
ponto de partida, seja para concordar ou discordar.
No ano 2000 houve o fórum mundial de educação, ocorrido em Dacar, no
Senegal. Nesse fórum foram decididas 6 metas para uma “educação para todos” e
que devem ser alcançadas até 2015. São elas:
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nômico ou social sem ter recebido o mínimo de educação.
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Muitos projetos políticos e educacionais fracassaram porque seus au-
tores os delinearam a partir de suas próprias visões da realidade, sem
ter levado jamais em consideração as pessoas na situação à qual os
projetos foram direcionados. ... Nosso papel não é expor ou impor pro-
jetos às pessoas, mas dialogar sobre pontos de vista, os nossos e os
delas. (FREIRE, 1987)
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4.2 Direito
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Na idade antiga as regras vinham do mais forte. Na idade média o cris-
tianismo foi quem as elaborou. Na idade moderna obras foram feitas no sentido
de regular a política e a economia. Na idade moderna, mais precisamente no
século XVIII, surgiu a Sociologia e os seus estudos vêm contribuindo, signifi-
cativamente, na elaboração das regras de convívio social. Deste então, a Socio-
logia sempre procurou analisar as modificações que ocorreram na sociedade,
seus conflitos e consequências a fim de tornar mais eficazes as normas jurídicas.
Criando métodos próprios, sendo assistida por outras ciências e tendo a certeza
que o homem tem, necessariamente, que viver sob regras, a Sociologia do Di-
reito vem auxiliando os estudos sobre os crimes e suas punições na tentativa de
melhor fornecer subsídios para o legislador.
Émile Durkheim que combinou teoria sociológica e pesquisa empírica
chegou à conclusão que o fatos sociais podem ser normais e patológicos, sendo
normal aqueles que independem do indivíduo, em outras palavras é superior a
ele e acaba sendo obrigatório, já o patológico é o contrário disso. Tal imposição
do fato social normal acaba por favorecer o surgimento de uma solidarieda-
de entre os indivíduos, e esta, por sua vez, é variável e acompanha o tempo,
o espaço, o contexto social e é moldada por normas, que, ao longo do tempo,
transformaram-se em normas jurídicas que favorecem, dentre outras coisas, a
colaboração e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo. As-
sim o crime é considerado um fato social e a pena, por sua vez, é para Durkheim
um artifício criado pela sociedade para aqueles que tenham atitudes ou compor-
tamentos ameaçadores a ordem social e consiste na reparação do mal.
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força da coletividade e da sociedade sobre a força individual parece até despropor-
cional, entretanto, podemos perceber que o homem, durante toda a sua vida social,
submeteu-se a regras, sejam estas impostas por um grupo social ou pelo Estado.
Desde que nascemos, todas as nossas ações estão reguladas. É assim quando sa-
Para Durkheim coerção social é a força que os fatos exercem sobre os indiví-
duos, fazendo-os aceitar as regras de sua sociedade mesmo não concordando.
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Ainda hoje, em pleno século XXI, existem tribos indígenas que praticam o
infanticídio em criancas consideradas portadoras de algum mal. Percebe o
quanto a convicção de um grupo é determinante em suas atitudes?
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se de uma forma encontrada para solução de conflitos que começa a ganhar
adeptos no Brasil. A iniciativa defende
Tal modelo busca, na visão de Scuro Neto, a ordem social e não necessaria-
mente a punição dos transgressores. Nesse modelo o crime é visto, sobretudo, como
algo passível de ser restituído, seja através de um pedido de desculpas, de uma indeni-
zação ou mesmo de uma pena alternativa, desde que seja acordado entre as partes que
tem o direito de serem ouvidas. Isto porque o objetivo não é estigmatizar o criminoso
ou sentenciá-lo pura e simplesmente, mas atender às necessidades da vítima e não do
Estado como ocorre tradicionalmente.
O modelo de justiça restaurativa vem ganhando forças no Brasil porque
muitos dos que compõem o sistema judiciário querem fazer justiça e não aplicar
punição. Por certo uma coisa não anula a outra, entretanto, tal medida vem privile-
giando a resolução de conflitos. A seguir um quadro contendo os pressupostos dos
modelos de justiça retributiva e restaurativa para que você avalie os modelos que
temos no nosso ordenamento jurídico:
1 Por inclusão social entende-se o conjunto de procedimentos e meios que combatem a ex-
clusão dos indivíduos do seio da sociedade. Esta exclusão pode ser pela classe social, pelo
gênero, pela raça ou mesmo pela falta de acesso às tecnologias.
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Com vistas a integrar a vítima, família, infrator e comunidade, a justiça
restaurativa assim concebe o resultado de suas sanções:
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compreenda como o conhecimento científico pode ser útil à sociedade.
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Portfólio
ATIVIDADE
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
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AUTOESTUDO