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Modelo atómico

Partícula subatómica Localização Carga


Protão Núcleo +1
Neutrão Núcleo nula
Eletrão Nuvem eletrónica -1

A massa do eletrão é desprezável (1840 vezes menor) em comparação com a massa


dos protões e neutrões.

O átomo é neutro, uma vez que o número de protões é sempre igual ao número de
eletrões.
Modelo atómico

Na representação básica de um elemento:

"
!X
Z, representa o número atómico;
A, representa o número de massa.

O número atómico corresponde ao número de protões.


O número de massa corresponde à soma do número de protões mais o número de
neutrões.

Enquanto o número de protões é sempre um número inteiro, o número de massa


apresenta casas decimais. A justificação para este facto é a existência natural de
diferentes isótopos para o mesmo elemento.
Isótopos
Isótopos são elementos com o mesmo número atómico, mas diferente número de
massa. As representações elementares apresentadas de seguida correspondem a
isótopos:
12 13
6
C ; 6C
Neste caso, ambos os isótopos têm 6 protões, porém o primeiro isótopo tem 6
neutrões (12-6), enquanto o segundo tem 7 (13-6).

A massa atómica relativa de um elemento é determinada pela massa de cada um


dos seus isótopos multiplicada pela sua percentagem de abundância relativa.

Vejamos o exemplo do cloro:


Sabendo que as abundâncias naturais do cloro-35 e do cloro-37 são respetivamente
75,77% e 24,23% e que a massa isotópica relativa de cada um dos isótopos é
34,9689 e 36,9659, a massa atómica do cloro será:

Ar(Cl) = (75,77 x 34,9689 + 24,23 x 36,9659)/100 ≈ 35,4528


Iões
Por outro lado, os iões correspondem a elementos com o mesmo número de
protões, mas diferente número de eletrões.

Quando o número de eletrões é superior, a carga do ião é negativa e este designa-se


anião. Se, por outro lado, o número de eletrões é inferior ao número de protões, a
carga do ião é positiva e este designa-se catião.

O número de eletrões na camada de valência (última camada da distribuição


eletrónica) define a tendência de ganho ou perda de eletrões. Em qualquer caso, o
objetivo é sempre que a última camada fique completamente preenchida.

Se considerarmos por exemplo o oxigénio, que tem número atómico 8 e portanto 6


eletrões na camada de valência, este ganhará 2 eletrões para ficar com 8 eletrões na
camada de valência; logo o oxigénio forma iões do tipo O2-.

Já o magnésio, tem número atómico 12 e, portanto, 2 eletrões na camada de


valência. Neste caso, a tendência é para perder 2 eletrões e portanto formar iões do
tipo Mg2+.
Aplicação de conhecimentos
Caracterize os isótopos e iões de magnésio quanto às suas partículas subatómicas:

Espécie Protões Neutrões Eletrões


16
8O
16 2-
8O
17
8O
24
12Mg
24
12Mg
2+

26
12Mg

Resposta no próximo diapositivo:


Aplicação de conhecimentos
Caracterize os isótopos e iões de magnésio quanto às suas partículas subatómicas:

Espécie Protões Neutrões Eletrões


16
8O 8 8 8
16 2-
8O 8 8 10
17
8O 8 9 8
24
12Mg 12 12 12
24
12Mg 12 12 10
2+

26
12Mg 12 14 12
Organização de elementos na Tabela Periódica
Estados da matéria
Sólidos

Organização segundo um padrão regular. As partículas podem vibrar em torno de


um ponto fixo, mas não podem mover-se.

Os sólidos não podem fluir e são considerados incompressíveis.


Estados da matéria
Líquidos

Organização aleatória de partículas. As partículas podem mover-se, embora com


pouca liberdade.

Os líquidos podem fluir assumir a forma do recipiente em que estão contidos. No


entanto, tal como os sólidos, são considerados incompressíveis.
Estados da matéria
Gases

Organização aleatória de partículas, que se encontram muito afastadas. As partículas


movem-se muito rapidamente, podendo colidir entre si.

Os gases podem fluir assumir e ocupam todo o espaço disponível do recipiente em


que estão contidos. São facilmente compressíveis.
Transições de estado

Sublimação

Fusão Vaporização Ionização

Solidificação Condensação Desionização

Ressublimação

Iões e electrões

T EM PER AT UR A OU EN ER G IA
Lei de Boyle-Mariotte
Esta lei enuncia que a pressão absoluta e o volume de uma determinada
quantidade de gás confinado (num sistema fechado) são inversamente
proporcionais se a temperatura permanecer constante.

O mesmo é dizer que o produto da pressão (P) pelo volume (V) de um gás
nessas condições é uma constante:
P×V=k
Leis de Gay-Lussac
1ª Lei: Proporções volumétricas
Quando os gases são mantidos nas mesmas condições de pressão e
temperatura, os seus volumes mantém-se em proporções fixas.

2ª Lei: Transformação isovolumétrica (ou isocórica)


Para uma massa fixa de gás, com volume constante, a sua pressão é
diretamente proporcional à sua temperatura. Ou seja:

$% $'
&%
= &'
=> 𝑃) ×𝑇, = 𝑃, ×𝑇)

3ª Lei: Transformação isobárica


Numa transformação isobárica (pressão constante), para uma certa massa de
gás, o volume e temperatura são diretamente proporcionais. Ou seja:

-% -'
&%
= &'
=> 𝑉) ×𝑇, = 𝑉, ×𝑇)
Lei de Raoult

A pressão parcial de cada um dos componentes de uma solução ideal


depende das pressões de vapor dos componentes e da fração molar destes
mesmos componentes.

Uma vez alcançado o equilíbrio na solução, a pressão de vapor total da


solução é:

Psolução = (P1)puroX1 + (P1)puroX1…

e a pressão de vapor individual ou pressão parcial de cada componente é:

Pi = (Pi)puroXi
Constante produto de solubilidade

O produto de solubilidade (Kps) é o produto das concentrações (em mol/L) de


cada um dos iões existentes numa solução saturada. O valor da concentração
de cada um dos iões deve ser elevado a um expoente que é igual ao respetivo
coeficiente estequiométrico na equação química de dissociação.

Assim, para uma equação geral:

AxBy x A+y + y B-x

O Kps ficará:
Kps = [A+y]x . [B-x]y
Constante produto de solubilidade

Os valores do Kps são específicos para cada substância, sendo constantes a


uma determinada temperatura. Vejamos alguns exemplos, considerando
soluções aquosas e a 25 ºC:

CaF2 Ca+2 + 2 F- Kps = [Ca+2] . [F-]2 = 4,9 × 10-11

FeS Fe+2 + S-2 Kps = [Fe+2] . [S-2] = 5 × 10-18


Constante produto de solubilidade - influência da temperatura

É importante lembrar que:

Os valores do Kps mantêm o seu valor constante apenas em soluções


saturadas de eletrólitos pouco solúveis.

Se a dissociação iónica ocorrer segundo uma reação endotérmica, um


aumento da temperatura causará um aumento da solubilidade (favorece o
sentido 1), e assim o valor de Kps aumentará. Por outro lado, uma diminuição
da temperatura causará uma diminuição da solubilidade (favorece o sentido
2), e assim o valor de Kps diminuirá.

Se a dissociação iónica ocorrer segundo uma reação exotérmica, um aumento


da temperatura causará uma diminuição da solubilidade (favorece o sentido
2), e assim o valor de Kps diminuirá. Por outro lado, uma diminuição da
temperatura causará um aumento da solubilidade (favorece o sentido 1), e
assim o valor de Kps aumentará.
Constante produto de solubilidade - exercício de aplicação

Um solução saturada de Ag3PO4, a 25 °C, contém 1,25 miligramas desse sal por
litro de solução.

Calcule as concentrações (solubilidade), em mol/L, de cada um dos iões


formados e o valor da constante produto de solubilidade (Kps) do Ag3PO4.

Considere as massas molares:

Ag = 107,8682 g/mol;
P = 30,9738 g/mol;
O = 15,9994 g/mol
Resolução

Em primeiro lugar, é necessário representar a reação correspondente:

Ag3PO4 (s) 3 Ag+ (aq) + PO23


1 (aq)

Depois, deve escrever-se a equação de Kps:

Kps = [Ag+]3 . [PO23


1 ]

As concentrações devem ser inseridas na equação em mol/L. Assim, tem


primeiro de converter-se a massa (1,25 g) de fosfato de prata (Ag3PO4) em
mol:

Mr (Ag3PO4) = Ar (Ag) × 3 + Ar (P) + Ar (O) × 4


= 107,8682 × 3 + 30,9738 + 15,9994 × 4
= 418,576
Resolução

6
O número de moles é dado pela fórmula 𝑛 =
7

),,9 ×):;<=
Assim: 𝑛 = 1)>,9?@ =/6BC
ó 𝑛 ≈ 2,986 × 10-6 mol

Ag3PO4 3 Ag+ + PO23


1

Atendendo à estequiometria da reação, a quantidade de Ag+ formado


corresponde a 3 vezes a do Ag3PO4, enquanto que a quantidade de PO23
1 é
estequiometricamente igual à de Ag3PO4.

Assim, a equação fica:


Kps = (3 × 2,986 × 10-6)3 × 2,986 × 10-6 ó

ó Kps = 2,146 × 10-21


Resolução

Resumindo, e para responder à questão colocada:

Solubilidade do ião prata (Ag+ ) = 2,986 × 10-6 mol/L × 3 = 8,958 × 10-6 mol/L

Solubilidade do ião fosfato (PO23


1 ) = 2,986 × 10 mol/L
-6

Kps = 2,146 × 10-21


Efeito do ião comum

Considere uma solução saturada de AgCl em água:

AgCl (s) Ag+ (aq) + Cl- (aq)

A 25 ⁰C, a Kps do cloreto de prata é 1,8 × 10-10

Assim, aplicando os cálculos explicados anteriormente, facilmente se chega à


conclusão de que as solubilidades do ião prata e do ião cloreto são iguais,
apresentando ambas um valor aproximado de 1,342 × 10-5 mol/L.

Porém, como dito anteriormente, esta solubilidade está associada a uma


solução aquosa, e assim as concentrações de Ag+ e Cl- provêm exclusivamente
da ionização do soluto (AgCl).
Efeito do ião comum

Considere agora que à solução anterior (solução saturada de AgCl) era


adicionada uma solução de NaCl com uma concentração de 1 × 10-3 mol/L.
Este sal é fortemente solúvel em água (repare na seta de um só sentido):

NaCl (s) à Na+ (aq) + Cl- (aq)

Assim a solução adicionada conterá 1 × 10-3 mol/L de Na+ e Cl-, devido à


dissolução total do NaCl. O Na+ não interfere na solubilidade do AgCl; e no
caso do Cl-?

Comecemos por recordar a dissolução do AgCl:

AgCl (s) Ag+ (aq) + Cl- (aq)


Efeito do ião comum

Considerando a reação anterior, a equação do Kps fica:

Kps = [Ag+] × [Cl-]

A concentração de Ag+ nestas condições, e portanto a solubilidade do sal é


dada por:

[Ag+] = Kps / (Cl-] ó [Ag+] = 1,8 × 10-10/ 1,0 × 10-3 = 1,8 × 10-7 mol/L

Assim, a solubilidade do ião prata e consequentemente do AgCl numa


solução com 1,0 × 10-3 de NaCl é cerca de 75 vezes mais baixa do que em
água pura (relembrar que 1,342 × 10-5 / 1,8 × 10-7 » 75), precisamente devido
à presença do ião cloreto (IÃO COMUM) proveniente de uma outra fonte que
não o AgCl.
Reações ácido-base

Uma reação ácido-base é, como o próprio nome indica, uma reação entre
um ácido e uma base. Ao longo da história da Química, já foram propostas
diferentes definições de ácido e base. No contexto, deste capítulo, e apesar
de não ser a mais recente, vamos considerar a definição de Brønsted-Lowry:

Ácido - substância com capacidade de ceder protões (H+).

Base - substância com capacidade de aceitar protões (H+).

Quando um ácido liberta um protão, a substância resultante é designada


como a sua base conjugada (é simplesmente o ácido com menos um
protão).

Similarmente, quando uma base aceita um protão, a substância resultante é


designada como o seu ácido conjugado (é simplesmente a base com mais
um protão).
Reações ácido-base

Vejamos alguns exemplos típicos.

i) a libertação de H+ do ácido clorídrico (HCl) produz o anião cloreto (Cl−),


que é a base conjugada do ácido:

HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq)

ii) a adição de H+ ao amoníaco (NH3), que assim se comporta como base,


produz NH4+, que é o seu ácido conjugado.

H+(aq) + NH3(aq) → NH4+(aq)


Reações ácido-base

iii) Esta é exatamente a mesma situação que se verifica quando o H+ é


adicionado ao anião hidróxido (HO−), para formar água, que portanto
será o ácido conjugado deste anião:

H+(aq) + HO-(aq) → H2O (aq)

iv) A adição de ácido acético (CH3COOH) a amoníaco é outro exemplo


comum:
CH3COOH(aq) + NH3(aq) → NH4+(aq) + CH3COO-(aq)

v) Nem sempre as substâncias se comportam exclusivamente como ácido


ou base. Em certas situações, podem atuar simultaneamente como
ácido ou base, sendo designadas como anfotéricas ou anfipróticas. A
dissociação da água é um exemplo recorrente:

2 H2O(l) → H3O+(aq) + HO-(aq)


Reações ácido-base

No exemplo anterior, duas moléculas de água exatamente iguais


comportam-se complementarmente como ácido e base. O H+ que a primeira
molécula (ácido) liberta é aceite pela segunda molécula (base). A base
conjugada da primeira molécula é o HO−, e o ácido conjugado da segunda
molécula é o H3O+.

Esta dissociação acontece em pouca extensão. Na água pura, a 25 ⁰C, as


concentrações de HO− e H3O+ são iguais, apresentando um valor de 1 × 10-7
mol/dm3. É precisamente esta a razão que faz com que a água pura tenha o
mesmo valor de pH e pOH.

pH = -log[H3O+] ó pH = -log (1 × 10-7 mol/dm3) ó pH = 7

pOH= -log[HO-] ó pOH = -log (1 × 10-7 mol/dm3) ó pOH = 7


Reações ácido-base

O produto das concentrações destes dois iões, a 25 ⁰C, tem um valor


constante e igual a 1 × 10-14.

No exemplo anterior: 1 × 10-7 × 1 × 10-7 = 1 × 10-14

Se a concentração de um dos iões aumentar, a do outro terá então que


diminuir. Vejamos, por exemplo, o que acontece se a concentração de H3O+
aumentar de 1 × 10-7 mol/dm3 para 1 × 10-5 mol/dm3:

[HO-] × [H3O+] = 1 × 10-14 ó


ó [HO-] × 1 × 10-5 = 1 × 10-14 ó
ó [HO-] = 1 × 10-14/(1 × 10-5) ó [HO-] = 1 × 10-9 mol/dm3

Então, a concentração de HO- terá obrigatoriamente de diminuir de 1 × 10-7


mol/dm3 para 1 × 10-9 mol/dm3.
Reações ácido-base
Vejamos agora o que acontece em relação à associação entre os valores das
concentrações de H3O+ e HO- e aos valores de pH e pOH, respetivamente.

Sempre que a concentração de H3O+ aumenta, o valor de pH diminui. No


exemplo anterior:

Inicialmente: pH= -log[H3O+] ó pH = -log (1 × 10-7 mol/dm3) ó pH = 7

Depois de a concentração de H3O+ aumentar: pH = - log (1 × 10-5 mol/dm3)


ó pH = 5

Analogamente, a diminuição da concentração de HO- implica um aumento


de pOH:

Inicialmente: pOH = -log[HO-] ó pOH = -log (1 × 10-7 mol/dm3) ó pOH = 7

Depois de a concentração de HO- diminuir: pOH = - log (1 × 10-9 mol/dm3) ó


pOH = 9
Reações ácido-base

Este cálculo também podia ser feito a partir da razão entre pH e pOH. Na
verdade, a soma destes dois valores, a 25 ⁰C, é sempre 14.

Assim: pH + pOH = 14

Como o pH passou a ser 5:

5 + pOH = 14 ó pOH = 14 - 5 ó pOH = 9

Resumindo:
- Se a concentração de H3O+ aumentar, o pH diminui e o pOH aumenta.
- Se a concentração de H3O+ diminuir, o pH aumenta e o pOH diminui.
- Se a concentração de HO- aumentar, o pH aumenta e o pOH diminui.
- Se a concentração de HO- diminuir, o pH diminui e o pOH aumenta.
Reações ácido-base

Soluções com pH e pOH igual a 7, são neutras.


Soluções com pH entre 0 e 7, ou pOH entre 7 e 14, são ácidas.
Soluções com pH entre 7 e 14, ou pOH entre 0 e 7, são alcalinas.
Equilíbrio ácido-base

Constante de acidez

A constante de acidez, Ka, é uma constante de dissociação ácida, ou


constante de ionização ácida, representado uma constante de equilíbrio
que exprime o grau de dissociação para um determinado ácido de Brønsted-
Lowry. Esta constante será tanto mais elevada, quando mais forte for o
ácido, uma vez que é uma medida da facilidade com que um determinado
ácido cede protões H+.

De uma forma geral, considerando a equação:

HA(aq) + H2O(l) A-(aq) + H3O+(aq) +

A expressão da constante de acidez, será:

G; ×[I<JK ]
𝑘F = [IG]
Equilíbrio ácido-base
Caso prático:
Calcular a concentração da base conjugada resultante da dissociação do
ácido acético numa solução a 0,1 M, a 25 ⁰C. Qual o pH da solução?
Considerar ka(CH3COOH) = 1,8 × 10-5, a 25 ⁰C

Resolução:
Neste tipo de exercícios, deve considerar-se as concentrações iniciais, a
variação de concentrações, e as concentrações no equilíbrio:

CH3COOH(aq) + H2O(l) CH3COO-(aq) + H3O+(aq)


Início 0,1 0 1 × 10-7
Variação –X +X +X
Equilíbrio 0,1 – X X 1 × 10-7 + X
Equilíbrio ácido-base

Algumas considerações:

i) Nestes exercícios, apenas as substâncias em solução aquosa (aq) são


consideradas, razão pela qual a H2O(l), estando no estado líquido, não
foi considerada. Não tem sentido falar em concentração de uma
substância líquida, sólida ou gasosa.

ii) O valor indicado para a concentração de H3O+ logo no início vem da


dissociação da água nos seus correspondentes iões. Relembremo-nos
dos diapositivos anteriores, em que é indicado que a concentração de
H3O+ e HO-, em água pura a 25 ⁰C, é 1 × 10-7 M.

Continuando, a expressão da constante de acidez fica:


NOTA: Os valores das concentrações de cada
CH3COO− ×[H3O+] componente devem ser elevados aos correspondentes
𝑘F = [CH3COOH] coeficientes estequiométricos, mas como neste caso
são todos 1, não é necessário indicar o expoente.
Equilíbrio ácido-base
Substituindo:

X (1 × 10−7 + X)
1× 10−5 = ó 1 × 10−6 – (1 × 10−5)X = X × 10−7 + X2 ó
0,1 – X

ó 1 × 10−6 – 1,01 × 10−5 X = X2 ó

Como temos uma equação quadrática completa, deve ser igualada a zero
segundo a ordem aX2 + bX + c = 0 e resolvida recorrendo à fórmula resolvente:

ó – X2 – 1,01 × 10−5 X + 1 × 10−6 = 0

Neste caso: a = -1; b = – 1,01 × 10−5; c = 1 × 10−6

Relembrando a fórmula resolvente: −𝑏 ± 𝑏 , − 4 ×𝑎×𝑐


𝑥=
2×𝑎
Equilíbrio ácido-base
Substituindo:
−(– 1,01 × 10−5) ± (– 1,01 × 10−5), −4 × −1 ×1 × 10−6
𝑥=
2×(−1)

Os dois valores de 𝑥 são: » 0,0009950 e » - 0,0010051

O valor negativo não tem, neste caso, sentido prático uma vez que se trata
de uma quantidade química.

Relembrando a equação, temos que X representa a quantidade de CH3COO-.


Assim sendo, a concentração da base conjugada é 0,0009950 M.

Em relação ao pH:

pH= -log[H3O+] ó pH = -log (1 × 10-7 + 0,0009950 mol/dm3) ó pH » 3,00


Equilíbrio ácido-base

A resolução do exercício pode ser matematicamente trabalhosa. Vejamos


como pode simplificar-se com algumas aproximações:

Comecemos por recordar o enunciado:


Calcular a concentração da base conjugada resultante da dissociação do
ácido acético numa solução a 0,1 M, a 25 ⁰C. Qual o pH da solução?
Considerar ka(CH3COOH) = 1,8 × 10-5, a 25 ⁰C

Resolução:
CH3COOH(aq) + H2O(l) CH3COO-(aq) + H3O+(aq)
Início 0,1 0 1 × 10-7
Variação –X +X +X
Equilíbrio 0,1 – X X 1 × 10-7 + X
» 0,1 »X
Equilíbrio ácido-base

Como pode ver-se no diapositivo anterior, 0,1 – X, foi aproximado a 0,1; isto
faz-se porque o valor de X, tendo em atenção o valor de ka(CH3COOH) = 1,8
× 10-5 deverá ser pequeno em comparação com 0,1. No final terá de ser feita
uma verificação.

Situação análoga passa-se com a aproximação de 1 × 10-7 + X a X, uma vez


que o valor de 1 × 10-7 deverá ser desprezável quando comparado com o
valor de X. Também esta aproximação deverá ser verificada no final.

CH3COO− ×[H3O+]
A expressão de 𝑘F = , fica então
[CH3COOH]

X× X
1 × 10−5 = 0,1 ó X2 = 1 × 10−5 × 0,1 ó X = 1 × 10−6 ó X = ±1 × 10−3

Com as aproximações, foi muito mais rápido chegar ao valor de X.


Verifiquemos antes de mais, se as aproximações podiam ser feitas.
Equilíbrio ácido-base

Em relação à aproximação de 0,1 – X a 0,1:

1 × 10−3
0,1 × 100% = 1%, como este resultado é inferior a 5%, a aproximação
pode ser feita.

Em relação à aproximação de 1 × 10-7 + X a X :

1 × 10−7
× 100% = 0,01%, como este resultado é inferior a 5%, a
1 × 10−3
aproximação pode também ser feita.

Em relação ao pH:

pH= -log[H3O+] ó pH = -log (1 × 10-3 mol/dm3) ó pH = 3,00, que é também


praticamente igual co obtido com o método calculado sem efetuar
aproximações.
Cinética química

A cinética química estuda essencialmente a velocidade das reações químicas


e os fatores que a influenciam.

De uma forma geral, a cinética de uma reação pode ser dividida em duas
componentes principais:

1) a determinação experimental da velocidade de uma reação e da


dependência dos parâmetros que a influenciam;

2) O mecanismo de reação através do qual são descritas as diferentes etapas


de formação dos produtos.

A cinética química tem grande aplicação prática, sendo por exemplo útil para
prever a rapidez com que um medicamento atua no organismo ou para
facilitar processos industriais (adição de catalisadores).
Cinética química

A velocidade de taxa de reação (também designada como taxa de reação)


pode ser influenciada por diferentes fatores, tais como as concentrações dos
reagentes, estado físico dos reagentes, grau de divisão dos reagentes,
temperatura, condições de luminosidade, pressão, presença de
catalisadores, presença de inibidores, entre outros.

De seguida serão analisados os modos de ação de cada um destes fatores


sobre a velocidade das reações:

1) Concentração dos reagentes - as reações químicas resultam da colisão


eficaz entre os constituintes dos reagentes para se formarem os produtos
da reação. Ao aumentar a concentração de reagentes, aumentará a
quantidade de constituintes e consequentemente a probabilidade de
ocorrerem colisões eficazes, o que se traduz numa maior velocidade.
Cinética química

2) Estado físico dos reagentes - o estado físico (sólido, líquido ou gasoso) de


um reagente é também um importante fator da velocidade de reação.
Quando os reagentes estão no mesmo estado, como por exemplo em
solução aquosa, o contacto entre as suas partículas é facilitado.

Por outro lado, se os reagentes estiverem em estados diferentes, o


contacto entre as suas partículas é limitado às zonas de interface,
limitando a velocidade da reação. Nestes casos, pode ser necessário
recorrer a uma agitação vigorosa do meio reacional, de maneira a que a
reação possa ocorrer de forma completa.
Esta situação está também relacionado como grau de divisão dos
reagentes, já que quanto mais finamente dividido este estiver (detalhado
no ponto seguinte 3) Superfície de contacto), maior vai ser a sua área de
superfície, o que aumenta a velocidade de reação.
Cinética química

3) Superfície de contacto - quando na mesma reação se encontram


reagentes em estados físicos distintos, o aumento da superfície de
contato (grau de divisão dos reagentes) aumenta a velocidade das
reações.

Considerando, por exemplo, uma reação entre uma substância sólida e


uma líquida, quanto mais reduzida a pó estiver a substância sólida, maior
é a superfície de contacto entre as partículas de ambas as substâncias e,
portanto, maior é a possibilidade de essas partículas colidirem umas com
as outras.

Um exemplo laboratorial que ilustra bem esta influência é a reação do


iodo dividido em grânulos com o zinco. A reação é muito mais rápida com
o zinco em pó do que com o zinco em lâmina, após adição de água sobre
os reagentes.
Cinética química

4) Natureza dos reagentes - dependendo das substâncias que reagem, o


tempo de reação variará, principalmente porque a velocidade com que se
quebram ou formam ligações depende da natureza dos reagentes.

Por exemplo, as reações ácidas, a formação de sais, ou as reações de


troca iónica são reações rápidas.

Outros exemplos mais conhecidos são as reações dos explosivos, que


muitas vezes ocorrem numa fase inicial dentro da própria molécula de
uma única substância.

Também exemplos de reações rápidas são as oxidações de metais nobres,


que produzem óxidos extremamente resistentes e aderentes e que
impedem a continuidade da reação (passivação).
Cinética química

5) Temperatura - com o aumento da temperatura, aumenta-se a energia


cinética média das moléculas do sistema e, assim, o número de colisões
efetivas entre elas. Esta é, na verdade, a base da conservação de
alimentos pelo frio, dado que as temperaturas reduzidas atrasam as
reações químicas desenvolvidas pelos microrganismos decompositores.

A regra de Van’t Hoff, estabelecida já no século XIX, indica que um


aumento de 10 graus Celsius na temperatura do sistema, irá duplicar a
velocidade da reação. Atualmente, sabe-se que esta regra não pode ser
aplicada em todas as situações, mas, ainda assim, é muitas vezes útil para
fazer previsões aproximadas do comportamento da velocidade de certas
reações.
Cinética química
6) Pressão - com o aumento da pressão em um sistema, aumenta o número
de colisões entre as moléculas que o compõe, possibilitando um maior
número de colisões efetivas entre as partículas, e aumentando assim a
velocidade da reação. É importante porém perceber que a pressão só
exerce influência significativa na taxa de reação quando houver pelo
menos uma substância gasosa como reagente.

7) Presença de um catalisador - os catalisadores aumentam a velocidade de


uma reação química, sem participar na formação dos produtos (os
produtos formados são exatamente iguais com ou sem catalisador), sendo
completamente regenerados no final. Atuam promovendo vias reacionais
com menor energia de ativação, pelo que um maior número de reações
são favorecidas e a velocidade da reação aumenta.

8) Presença de um inibidor - os inibidores são substâncias que têm um


papel oposto ao dos catalisadores, diminuindo a velocidade das reações
devido a aumentarem a energia de ativação necessária. São por vezes
designados como anti-catalisadores ou catalisadores negativo.
Cinética química

O estudo da cinética química baseia-se na determinação experimental das


velocidades de reação, das quais depois são obtidas as equações cinéticas das
reações químicas (ou, de forma mais simples, lei da velocidade) e a constante
cinética.

As leis da velocidade dependem da ordem de reação de cada reagente. Estas


leis podem ser de ordem zero (as taxas de reação são independentes da
concentração), de primeira ordem, segunda ordem, ou outros valores
específicos que são obtidos através de cálculos matemáticos.

Vejamos de seguida alguns exemplos práticos de determinação das ordens


parciais e totais de uma reação.
Cinética química
Dada a equação a seguir representada:

H2O2 + 2 Cl- + 2 H3O+ → 2 H2O + Cl2

Foram realizadas quatro experiências com quantidades diferentes de


reagentes. Em cada uma deles, foi medido o tempo que de formação do Cl2.
A tabela seguinte indicada os dados desses ensaios experimentais:

Experiência [H2O2] (mol/L) [Cl-] (mol/L) [H3O+] (mol/L) Tempo (s)


1 0,75 0,75 0,75 50
2 0,50 0,75 0,75 100
3 0,75 0,75 0,50 50
4 0,75 0,50 0,75 200
Cinética química

Os dados da tabela anterior indicam que a velocidade da reação considerada


depende da concentração de (selecione a opção correta):

a) H2O2 e Cl-
b) H2O2 e H3O+
c) H2O2
d) H2O2, Cl- e H3O+
e) Cl-

A resolução e indicação da alternativa correta de resposta encontram-se nos


próximos diapositivos.
Cinética química

Experiência [H2O2] (mol/L) [Cl-] (mol/L) [H3O+] (mol/L) Tempo (s)


1 0,75 0,75 0,75 50
2 0,50 0,75 0,75 100
3 0,75 0,75 0,50 50
4 0,75 0,50 0,75 200
Vejamos agora o caso do Cl-. As únicas experiências em que a sua
concentração varia e as concentrações de H2O2 e H3O+ se mantêm
constantes são a 1 e a 4. De notar que nesses dois casos o tempo da reação
se alterou, e portanto a velocidade da reação depende da concentração de
Cl-.

Finalmente, temos o caso do H3O+. As únicas experiências em que a sua


concentração varia e as concentrações de H2O2 e Cl- se mantêm constantes
são a 1 e 3. De notar que nesses dois casos, o tempo da reação não se
alterou, e portanto a velocidade da reação não depende da concentração de
H3O+. Assim, a resposta correta à questão é a alínea a).
Cinética química

Para saber se a velocidade depende da concentração de um determinado


reagente devemos escolher duas experiências em que a sua concentração
varie e em que as concentrações dos outros reagentes se mantenham
constantes. Relembrando a tabela:

Experiência [H2O2] (mol/L) [Cl-] (mol/L) [H3O+] (mol/L) Tempo (s)


1 0,75 0,75 0,75 50
2 0,50 0,75 0,75 100
3 0,75 0,75 0,50 50
4 0,75 0,50 0,75 200

Começando pelo H2O2, as únicas experiências em que temos a sua


concentração a variar e as concentrações de Cl- e H3O+ a manterem-se
constantes são a 1 e 2. De notar que nesses dois casos, o tempo da reação
se alterou, e portanto a velocidade da reação depende da concentração de
H2O2.
Cinética química
Na atmosfera de cidades poluídas, há diversas reações que podem acontecer.
Um exemplo bem conhecido é:

NO2(g) + O3(g) → NO3(g) + O2(g)


Utilizando os dados a seguir e a equação fornecida, qual das opções seguintes
representa de forma correta a expressão da velocidade e o valor da constante
da velocidade desse processo:
[NO2] [O3] velocidade
Experiência
(mol/L) (mol/L) (mol.L-1.s-1)
1 1,5 × 10-4 3 × 10-5 0,066
2 1,5 × 10-4 6 × 10-5 0,132
3 7,5 × 10-5 6 × 10-5 0,066
a) v = k × [NO2]; 2,28 × 107
b) v = k × [O3]; 4,43 × 107
c) v = k × [NO2] × [O3]; 1,4(6) × 107
d) v = k × [NO2] × [O3]; 2,02 × 107
e) v = k × [NO2] × [O3]; 2,25 × 107
Cinética química
Para determinar a constante de velocidade, é necessário formular a expressão
da velocidade. Para isso, temos que descobrir a ordem (a e b) de cada um dos
participantes reagentes da equação.
v = K × [NO2]a × [O3]b

[NO2] [O3] velocidade


Experiência
(mol/L) (mol/L) (mol.L-1.h-1)
1 1,5 × 10-4 3 × 10-5 0,066
2 1,5 × 10-4 6 × 10-5 0,132
3 7,5 × 10-5 6 × 10-5 0,066

Comecemos por ver os reagentes das concentrações dos quais a velocidade


depende, seguindo o raciocínio anterior:

Para a [NO2], escolhemos as experiências 2 e 3, nas quais se verifica que


quando a concentração diminui para metade, a velocidade diminui na mesma
proporção. Assim, a velocidade depende da [NO2], e como a concentração e a
velocidade variam da mesma forma, a ordem parcial em relação a NO2 é 1.
Cinética química

[NO2] [O3] velocidade


Experiência
(mol/L) (mol/L) (mol.L-1.h-1)
1 1,5 × 10-4 3 × 10-5 0,066
2 1,5 × 10-4 6 × 10-5 0,132
3 7,5 × 10-5 6 × 10-5 0,066

No caso da [O3], começamos por escolher as experiências 1 e 2, único caso


em que as suas concentrações variam, enquanto a de [NO2] se mantém
constante. Quando a concentração de [O3] duplica, a velocidade também
duplica, e portanto a velocidade também depende da [O3], uma vez mais com
ordem parcial 1.

Assim, apenas as opções c), d) e e) continuam a ser possíveis, dado que são
as únicas em que a velocidade da reação depende dos dois reagentes.
Cinética química
[NO2] [O3] velocidade
Experiência
(mol/L) (mol/L) (mol.L-1.h-1)
1 1,5 × 10-4 3 × 10-5 0,066
2 1,5 × 10-4 6 × 10-5 0,132
3 7,5 × 10-5 6 × 10-5 0,066

Para escolher entre essas 3 opções, basta calcular o valor de k, considerando


para isso qualquer uma das 3 experiências. Vejamos o exemplo com a
experiência 1:

v = k × [NO2] × [O3] ó 0,066 = k × 1,5 × 10-4 × 3 × 10-5 ó


k = 1,4(6) × 107 L/(mol.s)

Assim, a opção correta é a c).

Sugestão: Calcule k utilizando os dados das experiências 2 e 3 para verificar a


obtenção do mesmo valor.
Cinética química
Considere a seguinte reação a 50 ⁰C e os resultados das experiências
indicados na tabela e indique qual das opções representa corretamente a lei
cinética.
(CH3)3CBr(aq) + HO-(aq) → (CH3)3COH(aq) + Br-(aq)

[(CH3)3CBr] [HO-] velocidade


Experiência
(mol/L) (mol/L) (103 mol.L-1.s-1)
1 0,5 0,05 5
2 1 0,05 10
3 1 0,1 10

a) V = k × [(CH3)3CBr]
b) V = k × [OH-]
c) V = k × [(CH3)3CBr] . [OH-]
d) V = k × [(CH3)3CBr]2 . [OH-]
e) V = k × [(CH3)3CBr] . [OH-]2 NOTA: a resposta correta é a a)
Reações de oxidação-redução

As reações de redução-oxidação ou oxirredução (também conhecidas


simplesmente como reações redox) são reações em que ocorre transferência
de eletrões. Esta transferência é feita da espécie redutora para a espécie
oxidante. Assim, para que exista uma reação redox, tem sempre de haver uma
espécie que ceda eletrões e outras que os aceite.

O redutor é a espécie que cede eletrões; o oxidante é a espécie que recebe os


eletrões cedidos pelo redutor.

Quando o redutor cede eletrões converte-se numa espécie oxidada,


designando-se esta espécie como par redox. Analogamente, quando a espécie
oxidante capta os eletrões do meio, converte-se numa espécie reduzida,
formando igualmente um par redox com seu precursor oxidado.
Em suma, o oxidante reduz-se e o redutor oxida-se.
Números de oxidação

Durante o processo de oxidação, o número de oxidação da espécie que se


oxida, aumenta. Por outro lado, durante a redução, o número de oxidação da
espécie que se reduz, diminui.

Este número de oxidação é um número inteiro que representa o número de


eletrões utilizados por um átomo quando este forma um determinado
composto.

O número de oxidação:
- Aumenta se o átomo perde eletrões (funcionando como a espécie que se
oxida), ou se o átomo os partilha com outro elemento que tenha maior
tendência a captá-los.
- Diminui quando o átomo ganha eletrões (funcionando como a espécie que
se reduz), ou se o átomo os partilha com outro elemento que tenha maior
tendência a cedê-los.
- É nulo se o elemento é neutro ou não está combinado com outras espécies.
Números de oxidação

O número de oxidação é variável dentro de cada elemento, mas existem


algumas regras que podem ser consideradas para facilitar os cálculos de
oxidação-redução:

1) O número de um átomo no estado elementar é zero. Exemplos: Fe, C, H2,


P4,…

2) Para espécies monoatómicas, o número de oxidação coincide com a carga


da espécie. Exemplos:

P3- → o número de oxidação é -3


O2- → o número de oxidação é -2
Cl- → o número de oxidação é -1
Ne → o número de oxidação é 0
Na+ → o número de oxidação é +1
Mg2+ → o número de oxidação é +2
Al3+ → o número de oxidação é +3
Números de oxidação

O número de oxidação é variável dentro de cada elemento, mas existem


algumas regras que podem ser consideradas para facilitar os cálculos de
oxidação-redução:

3) Nos iões poliatómicos, constituídos por uma única espécie de átomos, o


número de oxidação é igual ao quociente entre a carga do ião e o número
de átomos que o constituem: Exemplos:

Hg22+→ o número de oxidação é +1


O22-→ o número de oxidação é -1

4) A soma dos números de oxidação dos átomos numa molécula é zero.

5) A soma dos números de oxidação dos átomos num ião poliatómico é igual à
carga desse ião.
Números de oxidação
6) O número de oxidação do oxigénio, na maioria dos casos, e como sempre
acontecerá nos casos de estudo abordados nesta unidade curricular é -2.
Porém, pode assumir outros valores:
Espécie Número de oxidação Exemplo
O → na maioria dos casos -2 MgSO4, CaCO3,…
O → no óxido de flúor +2 F2O
O → nos peróxidos -1 H2O2, K2O2, Na2O2,…

7) O número de oxidação do hidrogénio, na maioria dos casos, e como sempre


acontecerá nos exemplos abordados nesta unidade curricular é +1. Porém,
pode assumir outros valores:

Espécie Número de oxidação Exemplo


H → com não metais +1 H2O, H3PO4, NaOH…
H → com metais (hidretos) -1 NaH, KH,...
Números de oxidação

8) Os átomos dos elementos do grupo I (exceto hidrogénio, que como vimos


também pode ser -1) da Tabela Periódica, têm sempre número de oxidação
+1. Ex: Li, Na, K,…

9) Os átomos dos elementos do grupo II da Tabela Periódica, têm sempre


número de oxidação +2 Ex: Mg, Ca, Sr, Ba,…

10) Os halogéneos (grupo XVII), quando formam iões negativos, têm número de
oxidação -1. Um exemplo muito conhecido é o do cloro (halogéneo), na
molécula de cloreto de sódio (NaCl); outros exemplos são o do flúor no KF
ou NaF, ou o do bromo nas moléculas de CaBr2 ou MgBr2, entre vários
outros.
Exercícios de aplicação
1) Acerte a seguinte equação de oxidação-redução considerando que
acontece em meio ácido:

Fe2+ + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+

i) Primeiramente, começamos por identificar os números de oxidação de


cada espécie: +2 -2 +3 +3
Fe + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+
2+

Os números de oxidação dos iões são fáceis de indicar, dado que são iguais às
respetivas cargas. Para saber o número de oxidação (n.o.) do crómio em Cr2O72-
podemos recorrer a uma equação simples:
Número de oxidação do
oxigénio

2 × n.o. (Cr) + 7 × -2 = -2 ó n.o. (Cr) = +12/2 ó n.o. (Cr) = +6

Número de átomos Número de átomos de Carga do ião


de crómio em Cr2O72 oxigénio em Cr2O72
Exercícios de aplicação
Olhando novamente para a equação:
+2 +6 -2 +3 +3
Fe2+ + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+

É fácil entender que a espécie oxidada é o Fe2+ (o seu número de oxidação


passa de +2 a +3) e que a espécie reduzida é o crómio (o seu número de
oxidação passa de +6 a +3).
As semi-equações de oxidação e redução são então:
+2 +3
Oxidação: Fe2+ → Fe3+
+6 -2 +3
Redução: Cr2O7 2- → Cr3+

ii) O que se faz de seguida é acertar ambas as equações quanto às massas,


acertando todos os elementos exceto o oxigénio e o hidrogénio. Na equação
de oxidação o quantidade de ferro está certa. Na equação de redução, há
dois átomos de crómio nos reagentes e um átomo de crómio nos produtos.
Assim, é necessário multiplicar o crómio dos produtos por 2:
+6 -2 +3
Cr2O7 2- → 2 Cr3+
Exercícios de aplicação
iii) De seguida acertam-se as massas do oxigénio, o que só é necessário na
semi-equação de redução, dado que na de oxidação não há oxigénio. Neste
tipo de equações, o oxigénio acerta-se por adição de água:
+6 -2 +3
Cr2O7 2- → 2 Cr3+ + 7 H2O

iv) A adição de água criou um desequilíbrio no número de átomos de


hidrogénio, pelo que é necessário agora acertar as massas deste elemento:
+6 -2 +3
14 H+ + Cr2O7 2- → 2 Cr3+ + 7 H2O

v) Estando as massas acertadas, as equações acertam-se agora quanto às


cargas:
+2 +3
Fe2+ → Fe3+ + 1 e-

No caso da semi-equação de redução, a carga nos reagentes era +2 e carga nos


produtos era +3; acrescentou-se então 1 eletrão do lado dos produtos,
chegando-se à carga de +2 em ambos os membros da equação.
Exercícios de aplicação
No caso da semi-equação de redução, a carga dos regentes era +12, enquanto a
carga do lado dos produtos era +6. Acrescentaram-se então 6 eletrões do lado
dos reagentes para que ambos os membros ficassem com uma carga de +6.
+6 -2 +3
6 e- + 14 H+ + Cr2O7 2- → 2 Cr3+ + 7 H2O

vi) As duas semi-equações estão agora certas quanto às cargas e quanto às


massas, mas o número de eletrões envolvidos nas duas também tem de ser
o mesmo. Isto implica que se multiplique a semi-equação de oxidação por 6,
dado que nesta estava envolvido apenas 1 eletrão, enquanto na de oxidação
estavam envolvidos 6: +2 +3
(Fe2+ → Fe3+ + 1 e-) × 6

vii) Finalmente somam-se as duas semi-equações:


+6 -2 +3
6 e- + 14 H+ + Cr2O7 2- → 2 Cr3+ + 7 H2O
+2 +3
(Fe2+ → Fe3+ + 1 e-) × 6
6 e- + 14 H+ + Cr2O72- + 6 Fe2+ → 2 Cr3+ + 7 H2O + 6 Fe3+ + 6 e-
Exercícios de aplicação

É importante verificar que a equação geral resultante está certa quanto às


cargas e quanto às massas:

14 H+ + Cr2O72- + 6 Fe2+ → 2 Cr3+ + 7 H2O + 6 Fe3+

Reagentes Produtos
Átomos de hidrogénio 14 14
Átomos de crómio 2 2
Átomos de oxigénio 7 7
Átomos de ferro 6 6
Carga +24 +24
Exercícios de aplicação
1) Consideremos agora a mesma equação, mas vejamos como a proceder para
efetuar o seu acerto em meio básico:

Fe2+ + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+

i) O primeiro passo é exatamente igual:


+2 -2 +3 +3
Fe2+ + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+

Os números de oxidação dos iões são fáceis de indicar, dado que são iguais às
respetivas cargas. Para saber o número de oxidação (n.o.) do crómio em Cr2O72-
podemos recorrer a uma equação simples:
Número de oxidação do
oxigénio

2 × n.o. (Cr) + 7 × -2 = -2 ó n.o. (Cr) = +12/2 ó n.o. (Cr) = +6

Número de átomos Número de átomos de Carga do ião


de crómio em Cr2O72 oxigénio em Cr2O72
Exercícios de aplicação
Olhando novamente para a equação:
+2 +6 -2 +3 +3
Fe2+ + Cr2O72- → Fe3+ + Cr3+

É fácil entender que a espécie oxidada é o Fe2+ (o seu número de oxidação


passa de +2 a +3) e que a espécie reduzida é o crómio (o seu número de
oxidação passa de +6 a +3).
As semi-equações de oxidação e redução são então:
+2 +3
Oxidação: Fe2+ → Fe3+
+6 -2 +3
Redução: Cr2O7 2- → Cr3+

ii) O que se faz de seguida é acertar ambas as equações quanto às massas,


acertando todos os elementos exceto o oxigénio e o hidrogénio. Na equação
de oxidação o quantidade de ferro está certa. Na equação de redução, há
dois átomos de crómio nos reagentes e um átomo de crómio nos produtos.
Assim, é necessário multiplicar o crómio dos produtos por 2:
+6 -2 +3
Cr2O7 2- → 2 Cr3+
Exercícios de aplicação
iii) De seguida acertam-se as massas do oxigénio, o que só é necessário na
semi-equação de redução, dado que na de oxidação não há oxigénio. Em
meio básico, o oxigénio acerta-se adicionando uma molécula de água por
cada oxigénio a menos do lado que tem menos oxigénios e dois iões HO-
por cada molécula adicionada do lado oposto:
+6 -2 +3
Cr2O7 2- + 7 H2O → 2 Cr3+ + 14 HO-

iv) De seguida, procede-se ao acerto quanto às cargas:


+6 -2 +3 3+
6 e- + Cr2O7 2- + 7 H2O → 2 Cr + 14 HO-

No caso da semi-equação de redução, a carga dos regentes era -2, enquanto a


carga do lado dos produtos era -8. Acrescentaram-se então 6 eletrões do lado
dos reagentes para que ambos os membros ficassem com uma carga de -8.
+2 +3
Fe2+ → Fe3+ + 1 e-

A forma de acerto da semi-equação de redução já foi explicada em meio ácido.


Exercícios de aplicação

v) As duas semi-equações estão agora certas quanto às cargas e quanto às


massas, mas o número de eletrões envolvidos nas duas também tem de ser
o mesmo. Isto implica que se multiplique a semi-equação de oxidação por 6,
dado que nesta estava envolvido apenas 1 eletrão, enquanto na de oxidação
estavam envolvidos 6: +2 +3
(Fe → Fe3+ + 1 e-) × 6
2+

vi) Finalmente somam-se as duas semi-equações:

6 e- + Cr2O72- + 7 H2O → 2 Cr3+ + 14 HO-

6 Fe2+ → 6 Fe3+ + 6 e-
6 e- + 7 H2O + Cr2O72- + 6 Fe2+ → 2 Cr3+ + 14 HO- + 6 Fe3+ + 6 e-
Exercícios de aplicação
É importante verificar que a equação geral resultante está certa quanto às
cargas e quanto às massas:

7 H2O + Cr2O72- + 6 Fe2+ → 2 Cr3+ + 14 HO- + 6 Fe3+

Reagentes Produtos
Átomos de hidrogénio 14 14
Átomos de crómio 2 2
Átomos de oxigénio 14 14
Átomos de ferro 6 6
Carga +10 +10
Exercícios de aplicação
Acerte a seguinte equação de oxidação-redução em meio ácido:

SO32- + MnO4- → SO42- + Mn2+

NOTA: A solução global é:

5 SO32- + 2 MnO4- + 6 H+ → 5 SO42- + 2 Mn2+ + 3 H2O

Reagentes Produtos
Átomos de enxofre 5 5
Átomos de oxigénio 23 23
Átomos de manganês 2 2
Átomos de hidrogénio 6 6
Carga -6 -6

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