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HIGIENE DO TRABALHO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2. HIGIENE DO TRABALHO .................................................................................... 4
3. RISCOS ................................................................................................................ 5
3.1 Riscos Químicos ............................................................................................ 7
3.2 Riscos Biológicos ........................................................................................... 8
3.3 Riscos Relativos ao Manuseio, Armazenagem e Transporte de Substâncias
Agressivas/Insalubridade/Periculosidade ................................................................. 9
3.3.1 Atividades insalubres ............................................................................... 9
3.3.2 Atividades periculosas ........................................................................... 10
4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL /EPI ......................................... 12
4.1 Aspectos Técnicos ....................................................................................... 12
4.2 Aspectos Psicológicos .................................................................................. 13
4.3 Obrigações dos Empregadores, Empregados, Governo e Fabricantes ....... 13
5. PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR.............................................. 15
6. CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO .............................................................................................................. 16
6.1 Condições Gerais ......................................................................................... 16
1. INTRODUÇÃO

A Associação Norte-Americana de Higienistas Industriais define da seguinte


maneira o conceito de higiene industrial:
[...] A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reco-
nhecimento, a avaliação e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões
originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou
ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as
pessoas da comunidade (ROCHA; FIAMENI, 2014).
A higiene do trabalho ou higiene industrial, como é conhecida por muitos, tem
papel fundamental dentro do vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade
de vida. É nos preceitos dessa ciência que os membros do SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), por meio de
seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição específicos,
conseguem garantir que o funcionário labore em um ambiente de trabalho saudável,
em um lugar em que seja garantida, na medida do possível, sua integridade física e
psíquica. Para que esses profissionais consigam atingir seus objetivos, eles utilizam
dois fatores muito comuns nas avaliações ambientais, que são os critérios qualitativos
e os quantitativos dos riscos.
2. HIGIENE DO TRABALHO

A higiene do trabalho - ou higiene industrial, como também é conhecida por


muitos - tem papel fundamental no vasto campo da segurança do trabalho e da
qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), por
meio de seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição
específicos, conseguem garantir na prática que o funcionário labore em um ambiente
de trabalho saudável, ou seja, em um lugar onde lhe seja garantida, na medida do
possível, sua integri- dade física e psíquica.
Nesse mesmo, sentido a Associação Norte-Americana de Higienistas
Industriais define esta ciência como:

[...] A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o
reconhe- cimento, a avaliação e o controle daqueles fatores ambientais ou
tensões originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças,
prejuízos à saúde ou ao bem- estar, desconforto significativo e ineficiência
nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade.

Para que esses profissionais consigam atingir seus objetivos, eles utilizam dois
fatores muito comuns nas avaliações ambientais: critérios qualitativos e quantitativos
dos riscos.
3. RISCOS

Risco é a possibilidade, evidente ou não, de causar lesão ou morte, danos e


per- das patrimoniais, interrupções no processo produtivo ou afetar a comunidade ou
o meio ambiente.
Os riscos podem ser classificados nas seguintes categorias: físicos, químicos,
biológicos e de acidentes. Segundo a Norma Reguladora (NR) n. 9 – Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (MTE, 2015) –, consideram-se riscos ambientais os
agentes físicos (ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações etc.), químicos (compostos ou produtos que possam penetrar nas vias
respiratórias), e biológicos (bactérias, fungos, bacilos, parasitas, vírus, entre outros)
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador.
O custo das melhorias nas condições e no ambiente de trabalho é um inves-
timento com retorno garantido, pois gera aumento de produtividade, redução dos
acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo, e melhora o relacionamento
empresa-empregado (GONÇALVES et al., 2007, OLIVEIRA, 2009).
Para classificar e qualificar os riscos inerentes aos processos de trabalho nas
organizações, são utilizadas representações gráficas chamadas de Mapas de Riscos.
De acordo com a NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –, os Mapas
de Riscos têm como objetivo reunir as informações necessárias para realizar o
diagnóstico da situação de saúde e segurança no trabalho nas em- presas, permitir a
troca e divulgação de informações para os trabalhadores e fomentar sua participação
nas atividades de prevenção (MTE, 2015, OLIVEIRA; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2010).
Para a confecção do Mapa de Risco deve-se conhecer profundamente o
processo de trabalho e o local onde ele é desenvolvido, identificando os riscos, as
medidas preventivas e sua eficácia e os principais indicadores de saúde, tais como as
queixas dos trabalhadores expostos aos riscos, os acidentes de trabalho ocorridos e
as doenças profissionais diagnosticadas (MTE, 2015). Os riscos ocupacionais são
classificados/representados em grupos conforme sua natureza e gravidade (ver
Quadro 1 e Figura 1).
Quadro 1 - Classificação dos riscos ocupacionais.

Fonte: Adaptado da NR 9.

Figura 1: Representação dos riscos conforme a gravidade.

Fonte: Costa; Costa, 2004.

No Brasil, a legislação trabalhista atribui à Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes (CIPA) a responsabilidade pela elaboração do Mapa de Riscos, sempre
com a participação dos trabalhadores envolvidos na execução das tarefas anali-
sadas. A Figura 2 apresenta um exemplo de Mapa de Risco.
Figura 2: Exemplo de Mapa de Risco.

Fonte: (OLIVEIRA, 2009).

3.1 Riscos Químicos

Os riscos químicos envolvem substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo por exposição crônica ou acidental. O contato das
pessoas com esses produtos pode gerar diversos efeitos, como câncer, mutações,
doenças nos sistemas, entre outros.
»Apesar de quase todos os trabalhadores estarem sujeitos à exposição
química, esse tema ganha mais relevância em alguns setores em virtude da
presença mais intensa desses componentes, como nas indústrias química,
petroquímica e petrolífera, na produção de cloro-soda, amianto, baterias, na
metalurgia e na siderurgia, entre outros (MATTOS e MÁSCULO, 2011).
A NR 9 do MTE,8 que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), define como agentes químicos:
[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvi- dos pelo organismo através da pele ou
por ingestão (BRASIL, 1994).

A NR 15 do MTE, que trata das atividades e das operações insalubres, define


em seus anexos 11, 12 e 13 (BRASIL, 1978b)
»Anexo 11

[...] o método e os parâmetros para se calcular o grau de insalubridade em


função da exposição a agentes químicos para os quais há limite de tolerância
para absorção por via respiratória ou cutânea.

»Anexo 12

[...] os procedimentos de medição e limites de tolerância para a exposição


dos trabalhadores a poeiras minerais (asbesto, manganês e seus compostos,
e sílica livre cristalizada).

»Anexo 13

[...] apresenta os diferentes graus de insalubridade relativos a atividades e


operações envolvendo agentes químicos, tais como arsênico, chumbo, cromo
e benzeno.

3.2 Riscos Biológicos

A NR 9 do MTE, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA), define como agentes biológicos “[...] as bactérias, os fungos, os bacilos, os
parasitas, os protozoários, os vírus, entre outros” (BRASIL, 1994).
Os riscos biológicos estão presentes em quase todas as atividades exercidas
por trabalhadores que laboram em ambientes onde possam estar presentes esses
agentes. Locais onde, independentemente da vontade do trabalhador, há agentes
biológicos, como é o caso de hospitais, serviços de esgoto etc.
Não é de se admirar ver acidentes com agulhas injetáveis em hospitais e
centros cirúrgicos durante o tratamento de pacientes contaminados com vírus HIV
(sigla em inglês), contaminação dos trabalhadores envolvidos em coletas de lixo
residencial e outras atividades em que haja a presença de fungos e bactérias.

3.3 Riscos Relativos ao Manuseio, Armazenagem e Transporte de Substâncias


Agressivas/Insalubridade/Periculosidade
3.3.1 Atividades insalubres

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 189, traz interessante
definição sobre a insalubridade, conforme a seguir (BRASIL, 1943):

[...] Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por


sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos.

Nesse mesmo sentido, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da


Portaria MTb no 3.214, de 08 de junho de 1978, criou a NR 15,6 que trata das
atividades e das operações insalubres. Segundo essa norma, o exercício de trabalho
em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional,
incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
»40%, para insalubridade de grau máximo;
»20%, para insalubridade de grau médio;
»10%, para insalubridade de grau mínimo;
E, ainda, nos termos dessa NR, são consideradas atividades ou operações
insalubres as que se desenvolvem:
» Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos da NR 15, conforme a
seguir:
Anexo no 1 - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente;
Anexo no 2 - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto;
Anexo no 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor;
Anexo no 5 - Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes;
Anexo no 11 - Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por Limite
de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho;
Anexo no 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais.
» Nas atividades mencionadas nos anexos da NR 15:
Anexo no 6 - Trabalho sob Condições Hiperbáricas;
Anexo no 13 - Agentes Químicos;
Anexo no 14 - Agentes Biológicos.
» Comprovadas por meio de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes
dos anexos da NR 15:
Anexo no 7 - (Radiações Não Ionizantes);
Anexo no 8 - (Vibrações);
Anexo no 9 - (Frio);
Anexo no 10 - (Umidade).
Interessante observar que, no caso de incidência de mais de um fator de
insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de
acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

3.3.2 Atividades periculosas

O art. 193 da CLT traz, em uma linguagem simples, a seguinte definição de


periculosidade (BRASIL, 1943):

[...] São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamenta- ção aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição per- manente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais
de segurança pessoal ou patrimonial; [...]

Por sua vez, a NR 1611 do MTE, que trata das atividades e das operações
perigosas, por meio da Portaria GM no 518, de 04 de abril de 2003, acrescentou
também no rol dessas atividades, fazendo jus ao respectivo adicional (BRASIL,
2012b):

III - as atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou


substâncias radioativas.

O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um


adicional de 30% sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou de
periculosidade que, porven- tura, lhe seja devido, cujo direito cessará a eliminação do
risco à sua saúde ou à sua integridade física (art. 194 da CLT).

 Fique Atento:
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo
as normas do Ministério do Trabalho, serão feitas por meio de perícia a cargo de
médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, registrados no Ministério do
Trabalho.
4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL /EPI

EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador


visando à sua proteção de riscos que ameaçam sua saúde e a segurança no trabalho
(GONÇALVES et al., 2007). Eles devem ser utilizados quando não é possível eliminar
ou isolar os riscos, e as medidas coletivas de proteção não são suficientes para
garantir a integridade dos trabalhadores e/ou quando a tarefa a ser executada
apresenta um potencial de risco (COSTA; COSTA, 2004, OLI- VEIRA, 2009).
As empresas são obrigadas a fornecer, gra- tuitamente aos empregados, EPIs
adequa- dos ao risco a que estão submetidos, e em perfeito estado de conservação e
funciona- mento, nas situações em que as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente in- viáveis ou não ofereçam completa proteção contra os acidentes do
trabalho e/ou doen- ças ocupacionais (OLIVEIRA, 2009).
Os EPIs podem ser dos seguintes tipos:
a) proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
b) proteção respiratória: máscaras e filtros;
c) proteção visual e facial: óculos e viseiras;
d) proteção da cabeça: capacetes;
e) proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;
f) proteção de pernas e pés: sapatos, botas, botinas, perneiras e polainas;
g) proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões; e
h) proteção contra radiação solar: protetor solar.

4.1 Aspectos Técnicos

Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho (SESMT), ou à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
Recomendar o EPI adequado é um aspecto que requer conhecimento técnico
sobre como proceder para escolher corretamente o tipo e o modelo que reúna
segurança, para neutralizar a agressividade do risco, e o conforto para o usuário.
Então, é preciso determinar os tipos de riscos presentes no processo e no
ambiente de trabalho e que se pretende neutralizar, proceder a uma avaliação
qualitativa e quantitativa desses riscos e determinar a parte do corpo do trabalhador
que fica mais exposta aos riscos determinados.

4.2 Aspectos Psicológicos

Nos treinamentos ou medidas educacionais com o fim de orientar o uso correto


do EPI, devem ser levados em consideração os aspectos psicológicos.
Antes de fornecer o EPI ao trabalhador é preciso que a empresa faça um
trabalho de conscientização sobre os motivos que justificam o uso desse equipamento
e a real utilidade do mesmo. A finalidade dessa conscientização é estabelecer uma
condição psicológica positiva em relação à utilização do EPI pelo trabalhador, como
algo intrínseco à sua atividade. Caso contrário o trabalhador poderá rejeitar o uso, ou
mesmo aceitar como uma imposição, dando origem a um conflito ou condição
psicológica negativa que certamente prejudicará sua segurança e desempenho no
trabalho.

4.3 Obrigações dos Empregadores, Empregados, Governo e Fabricantes

De acordo com a Norma iRegulamentadora 6 (Portaria GM 3214, de 8 de junho


de 1978) do Ministério do Trabalho e Emprego, os empregadores, os empregados, os
fabricantes (ou importadores) e o governo (Ministério do Trabalho e Emprego), têm
obrigações específicas relacionadas com os Equipamentos de Proteção Individual. A
seguir são apresentadas as referidas obrigações.
1. Cabe ao empregador
a) Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade.
b) Exigir seu uso.
c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.
d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação.
e) Substituir imediatamente o EPI quando danificado ou extraviado.
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica.
g) Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade
observada.
2. Cabe ao empregado
a) Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina.
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação.
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impróprio para
uso.
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
3. Cabe ao fabricante nacional e ao importador
a) Cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho.
b) Solicitar a emissão do certificado de aprovação.
c) Solicitar a renovação do certificado de aprovação (CA) quando vencido o
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho.
d) Requerer novo CA quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado.
e) Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem
ao CA.
f) Comercializar ou colocar à venda somente EPI portador de CA.
g) Comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos.
h) Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando
sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso.
i) Fazer constar do EPI, em caracteres indeléveis, o número do lote de
fabricação, o nome comercial da empresa fabricante e o número do CA.
4. Cabe ao Ministério do Trabalho e do Emprego
a) Cadastrar o fabricante ou o importador do EPI.
b) Receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA do EPI.
c) Estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios do
EPI.
d) Emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador.
e) Fiscalizar a qualidade do EPI.
f) Suspender o cadastro da empresa fabricante ou importadora e cancelar o
CA.
5. PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR

A partir de 1994, a legislação brasileira de saúde e segurança no trabalho


passou a adotar um novo enfoque e estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas
ela- borarem e implementarem dois programas, um ambiental, o PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), e um médico, O PCMSO (Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional) (MIRANDA; DIAS, 2004, OLIVEIRA, 2009).
A NR (Norma Regulamentadora) n. 9 orienta o desenvolvimento e a
implantação do PPRA, e a NR n. 7 orienta o desenvolvimento e a implantação do
PCMSO nas empresas, em geral (MTE, 2015, MIRANDA; DIAS, 2004).
Para garantir a efetiva implementação do PPRA, a norma estabelece que as
empresas devem adotar mecanismos de avaliação que permitam o cumprimen- to das
etapas, ações e metas previstas. Serão considerados fatores de riscos ambientais os
agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho em
determinadas concentrações ou intensidade, com um tempo de exposição do
trabalhador a eles com limites preestabelecidos (OLIVEIRA, 2009).
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do seu próprio
proces- so de trabalho e dos riscos ambientais inerentes devem ser seriamente consi-
derados quando do planejamento e execução do PPRA (MIRANDA; DIAS, 2004).
O PCMSO é um programa médico com caráter preventivo, a partir do rastrea-
mento e diagnóstico precoce dos riscos à saúde relacionados ao trabalho. Para a
confecção do PCMSO, é necessário um estudo prévio para a identificação dos riscos
ocupacionais existentes na empresa, que pode ser realizado por meio de visitas aos
locais de trabalho, com base nas informações contidas no PPRA. A implementação
desses programas é fundamental para a promoção da saúde e proteção do
trabalhador no ambiente de trabalho, pois permite o controle da situação de exposição
dos funcionários aos riscos ambientais e o acompanha- mento das medidas de
melhoria contínua no ambiente de trabalho (MIRANDA; DIAS, 2004, OLIVEIRA, 2009).
6. CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO

A NR 24 do Ministério do Trabalho é a norma que regulamenta as condições


sanitárias e de conforto nos locais de trabalho. Ela aborda assuntos diversos, como
alojamentos adequados a condições dos trabalhadores, refeitórios e vestiários limpos
e asseados etc., sempre com a finalidade de garantir um ambiente saudável para o
trabalhador.

6.1 Condições Gerais

Um ambiente de trabalho limpo, asseado, organizado e seguro, com postos de


traba-lho (maquinários, equipamentos, mesas de trabalho, computadores) adequados
ao perfil do funcionário (alto, baixo, magro, obeso etc.), dignifica o trabalhador,
fazendo-o sentir-se importante na organização, aumentando sua autoestima, bem
como a produtividade de seus serviços. Esse ambiente também torna o empregado
apto a desenvolver suas funções com zelo, responsabilidade e dedicação, pois ele
sabe muito bem que é seu dever manter limpo e organizado seu posto de trabalho, da
mesma forma em que foi encontra-do; caso contrário, pode sofrer sanções
disciplinares. O Ministério do Trabalho (MT), na Portaria 3.214, de 8 junho de 1978,
criou duas Normas.
Regulamentadoras (NR): a NR 17, que trata de Ergonomia, e a NR 24, que
aborda as Con-dições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho, ambas de
extrema importância na segurança do trabalho.
A Norma Regulamentadora 17 (Ergonomia) do MT visa estabelecer parâmetros
que permi-tam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalha-dores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos
relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização
do trabalho. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito
anos e superior a quatorze anos.
Não se pode exigir nem admitir o transporte manual de cargas cujo peso possa
comprometer a saúde ou a segurança do trabalhador.
O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de
ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua
saúde ou a sua segurança. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito
em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao
trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos
seguintes requisitos mínimos:
a. ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo
de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura
do assento;
b. ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c.
ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação
adequados dos segmentos corporais.
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelec-tual e atenção constantes, tais como salas de controle, laboratórios, escritórios,
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas
as seguintes condições de conforto:
a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma
brasileira registrada no Inmetro;
b. índice de temperatura efetiva entre 20 °C (vinte graus Celsius) e 23 °C (vinte
e três graus Celsius);
c. velocidade do ar não superior a 0,75 m/s; d. umidade relativa do ar não
inferior a 40% (quarenta por cento).
A NR 24 do Ministério do Trabalho é a norma que regulamenta as condições
sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, abordando assuntos diversos, como
alojamentos adequados a condições dos trabalhadores, refeitórios e vestiários limpos
e asseados etc., sempre com a finalidade de garantir um ambiente saudável para o
trabalhador.
É considerada satisfatória a metragem de 1 metro quadrado, para cada
sanitário, por 20 (vinte) operários em atividade.
As instalações sanitárias deverão ser separadas por sexo.
Os lavatórios poderão ser formados por calhas revestidas com materiais
impermeáveis e laváveis, possuindo torneiras de metal, tipo comum, espaçadas de
0,60 m, devendo haver disposição de 1 (uma) torneira para cada grupo de 20 (vinte)
trabalhadores. Será exigido, no conjunto de instalações sanitárias, um lavatório para
cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades ou operações insalubres, ou nos trabalhos
com exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou
substâncias que provoquem sujidade. Será exigido 1 um chuveiro para cada 10 (dez)
trabalhadores nas atividades ou operações insalubres, ou nos trabalhos com
exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou
substâncias que provoquem sujidade, e nos casos em que estejam expostos a calor
intenso.
É indispensável que os funcionários da cozinha encarregados de manipular
gêneros, refeições e utensílios disponham de sanitário e vestiário próprios, cujo uso
seja vedado aos comensais e que não se comuniquem com a cozinha. Nos
estabelecimentos em que trabalhem mais de 300 (trezentos) operários, é obrigatória
a existência de refeitório, não sendo permitido aos trabalhadores tomarem suas
refeições em outro local do estabelecimento. É proibida, ainda que em caráter
provisório, a utilização do refeitório para depósito, bem como para quaisquer outros
fins.
Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de 30 (trinta) até 300 (trezentos)
empregados, embora não seja exigido o refeitório, deverão ser asseguradas aos
trabalhadores condições suficientes de conforto para a ocasião das refeições. As
áreas previstas para cozinha e depósito de gêneros alimentícios deverão ser de 35%
(trinta e cinco por cento) e 20% (vinte por cento), respectivamente, da área do
refeitório. Alojamento é o local destinado ao repouso dos operários, e a capacidade
máxima de cada dormitório será de 100 (cem) operários.
A empresa que contratar terceiros para a prestação de serviços em seus
estabelecimentos deve estender aos trabalhadores da contratada as mesmas
condições de higiene e conforto oferecidas aos seus próprios empregados.
Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água
potável, em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos. Onde
houver rede de abastecimento de água deverão existir bebedouros de jato inclinado e
guarda protetora, sendo proibida sua instalação em pias ou lavatórios, e na proporção
de 1 (um) bebedouro para cada 50 (cinquenta) empregados.
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