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1.

3 Participação popular e
controle social na saúde52

Maria Inês Souza Bravo53

Juliana Souza Bravo de Menezes54

Apresentação Pretende ser um contraponto ao pro- algumas reflexões com relação à parti-
jeto privatista, reconstruído na década de cipação social nos conselhos. O terceiro
O texto pretende oferecer subsídios 1990, que propõe o Controle Social nas destaca as proposições para a participa-
para o fortalecimento da participação Organizações Sociais, diferindo da con- ção social nos conselhos como também
popular na atual conjuntura. Vai ressal- cepção contida na Constituição de 1988. a importância de criação de outros canais
tar como mecanismo importante os con- A base de sustentação dessa proposta é como os Fóruns de Políticas Sociais e
selhos de saúde oriundos do processo de o esgotamento das formas de articulação suas articulações nacionais.
redemocratização da sociedade brasileira Estado-Sociedade e a composição dos
dos anos 1980 e inscritos na Constituição conselhos pautada em critérios meritocrá-
de 1988, bem como os Fóruns em defesa Participação Social e
ticos e não paritários, diferenciando–se
das Políticas Públicas. Procura refletir so- frontalmente da perspectiva gestada nos Controle Social: alguns
bre os impasses vivenciados pelos conse- anos 1980. marcos significativos
lhos na atualidade e levantar alternativas
O artigo está estruturado em três itens. A sociedade brasileira, na década de
para o enfrentamento das questões que
O primeiro aborda a concepção de parti- 1980, ao mesmo tempo em que vivenciou
têm como pressuposto central a impor-
cipação e controle social na saúde, expli- um processo de democratização política
tância da organização e mobilização dos
citando alguns marcos significativos. No superando o regime ditatorial instaurado
trabalhadores para a conquista do direito
segundo item vai-se ressaltar os conselhos em 1964, experimentou uma profunda e
à saúde.
na luta em defesa da saúde e apresentar prolongada crise econômica que persiste

52Este artigo está pautado em diversos textos das autoras, cabendo destacar: Bravo (2001); Bravo & Souza (2002); Bravo (2006); Menezes (2010).
53Assistente Social, doutora em Serviço Social (PUC/SP) e pós-doutora em Serviço Social pela UFRJ, professora aposentada da UFRJ, professora adjunta
da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), coordenadora dos projetos “Políticas Públicas de Saúde: o potencial
dos movimentos sociais e dos conselhos do Rio de Janeiro” e “Saúde, Serviço Social e Movimentos Sociais”. Integrante do Fórum de Saúde do Rio de
Janeiro e da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde (e-mail: mibravo@uol.com.br).
54Especialista e mestre em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), assistente social do Hospital Federal de Bonsucesso/Ministério da Saúde. Integrante do
projeto “Políticas Públicas de Saúde: o potencial dos movimentos sociais e dos conselhos do Rio de Janeiro” da Faculdade de Serviço Social da Universi-
dade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro e da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde (e-mail:
julianasbravo@gmail.com).
até os dias atuais. corrigido em suas práticas habituais (Car- social tem como marco o processo de
As decepções com a transição demo- valho, 1995). redemocratização da sociedade brasi-
crática ocorreram principalmente, com Ao problematizar a participação da leira com o aprofundamento do debate
seu giro conservador após 1988, não se sociedade civil nas instâncias de decisão, referente à democracia57.
traduzindo em ganhos materiais para a Moroni (2009) cita quatro mitos que difi- A noção de democracia é concebida
massa da população. cultam a participação: por diversos autores como um processo
Um aspecto importante a ser ressalta- • A participação por si só muda a rea- histórico e está relacionada à soberania
do, nesse período, foi o processo consti- lidade – este é um mito que despolitiza a popular. Nesta concepção, a democracia
tuinte e a promulgação da Constituição participação, pois não percebe a correla- representativa é considerada uma vitó-
de 1988, que representou, no plano jurí- ção de forças. ria dos movimentos organizados da so-
dico, a promessa de afirmação e extensão ciedade civil58, entretanto, é percebida
• A sociedade não está preparada para
dos direitos sociais em nosso país frente como uma vitória parcial uma vez que
participar como protagonista das políticas
à grave crise e às demandas de enfrenta- na sociedade capitalista existe a hege-
públicas – “este mito baseia-se no precon-
mento dos enormes índices de desigual- monia da classe capitalista dominante,
ceito do saber, em que a burocracia ou o
dade social. havendo um limite interno pois as prin-
político detém o saber e a delegação para
A Constituição Federal introduziu cipais decisões econômicas são tomadas
decidir. Tal mito justifica a tutela do esta-
avanços que buscaram corrigir as históri- pelo poder privado. Para Ingrao (1980),
do sobre a sociedade civil, o que leva, por
cas injustiças sociais acumuladas secular- a democracia precisa ser ampliada, ha-
exemplo, o Estado não criar espaços ins-
mente, incapaz de universalizar direitos titucionalizados de participação ou a in- vendo necessidade de democracia di-
tendo em vista a longa tradição de priva- dicar, escolher e determinar quem são os reta, de base, articulada à democracia
tizar a coisa pública pelas classes domi- representantes da sociedade nos espaços representativa para se concretizar a de-
nantes. criados, assim como não disponibilizar as mocracia progressiva ou seja, a demo-
informações” (Moroni, 2009: 254 -255). cracia de massas. Netto (1990) conside-
Com relação à descentralização do po-
ra que a democracia de massas – com
der federal e da democratização das po- • A sociedade não pode compartilhar ampla participação social deve conjugar
líticas públicas, importantes dispositivos da construção das condições políticas
foram definidos no sentido da criação de as instituições parlamentares e os siste-
para tomar e implementar decisões – este mas partidários com uma rede de orga-
um novo pacto federativo, sendo o muni- mito considera que o momento de partici-
cípio reconhecido como ente autônomo nizações de base: sindicatos, comissões
pação da sociedade e dos cidadãos é pelo de empresas, organizações profissionais
da federação, transferindo-se para o âm- voto, questionando a democracia partici-
bito local novas competências e recursos e de bairro, movimentos sociais urbanos
pativa defendendo apenas a democracia e rurais, democráticos.
públicos capazes de fortalecer o controle representativa.
social e a participação da sociedade civil O controle social é um direito con-
nas decisões políticas. • A sociedade é vista como elemento quistado pela Constituição Federal de
que dificulta a tomada de decisões – “seja 1988, mais precisamente do princípio
Vianna (2009), ao mapear a produção pela questão do tempo (demora em deci-
acadêmica recente no Brasil sobre o tema “participação popular”, como já foi si-
dir, obrigatoriedade de convocar reuniões, nalizado e são garantidas duas instân-
da participação, sinaliza que a maior par- etc.), seja pela questão de posicionamento
te dos estudos analisados compreende a cias formais, que são também espaços
crítico diante das propostas ou da ausência de luta: os conselhos e as conferências.
participação social como componente es- delas por parte do Estado” (Idem: 255).
sencial para a preservação do direito uni- Destaca-se, entretanto, que esses não
versal às políticas de seguridade social, Para o autor, esses mitos são disfarces são os únicos espaços de ação para o
construção da cidadania e fortalecimento ideológicos utilizados por aqueles que exercício do controle democrático ape-
da sociedade civil, relacionando direta- detêm o poder político no Brasil. Neste sar de, sem dúvida, serem mecanismos
mente à concepção da participação como sentido, tais mitos necessitam ser des- fundamentais, já que estão previstos em
parte do processo de democratização do construídos com base em uma concepção lei federal (Barros, 1994: 35)59.
Estado55. ampliada de democracia e da politização
da participação. Estas instâncias podem e devem ser
A participação social tem como uma parceiras na luta pelo controle social.
de suas expressões a ideia da sociedade Historicamente, a categoria controle Ou seja, são instituições/espaços que
controlando o Estado, ou seja, a proposta social foi entendida apenas como controle podem auxiliar os defensores da polí-
é transformar o Estado superando o seu do Estado ou do empresariado sob às mas- tica pública, na defesa dos seus direi-
caráter autoritário e socialmente exclu- sas. É nessa acepção que quase sempre o tos. Concebe-se o controle social, não
dente, através da presença e organização controle social é usado na Sociologia somente como uma luta legal por um
de segmentos importantes na democrati- clássica, ou seja, no seu sentido coercitivo direito adquirido mas como a poten-
zação desse espaço. A fiscalização – ideia sobre a população. Entretanto, o sentido cialidade e criatividade dos usuários na
tão presente na participação social e no de controle social inscrito na Constitui- elaboração da política, já que são estes
controle democrático das políticas sociais ção, é o da participação da população na os que realmente sabem, por percebe-
– nasce mais com o intuito de impedir o elaboração, implementação e fiscalização rem no cotidiano, como deve ser uma
Estado transgredir do que induzi-lo a agir, das políticas sociais56. política pública e quais as falhas atuais
pois o Estado precisa ser vigiado, contido, Esta última concepção de controle dos serviços.
30 setembro de 2011 Cadernos de Saúde
Nos anos 1990, assistiu-se o redire- como vias ou possibilidades de mudan- humana pela erradicação do trabalho
cionamento do papel do Estado, já no ças sociais, no sentido de democratiza- alienado por uma nova centralidade
contexto do avanço das teses neolibe- ção das relações de poder, pela esquer- emancipadora que emerge da esfera
rais. A afirmação da hegemonia neo- da” (2003: 107). comunicacional e discursiva62 (Idem).
liberal no Brasil, com a redução dos Abreu (1999) chama a atenção que a Habermas também influenciou o con-
direitos sociais e trabalhistas, desem- arena principal de atuação dos Conse- ceito de “democracia deliberativa” que
prego estrutural, precarização do traba- lhos refere-se à esfera das políticas pú- começa a ser utilizado na metade dos
lho, desmonte da previdência pública, blicas, como direitos sociais, nos mar- anos oitenta. A “democracia delibera-
sucateamento da saúde e da educação, cos da política distributivista da riqueza tiva” busca o consenso, através do diá-
tende a debilitar os espaços de repre- social. A autora destaca que a luta por logo entre partes abertas para ouvir os
sentação coletiva e controle democráti- direitos sociais no sentido da universa- argumentos dos demais e mudar suas
co sobre o Estado, conquistas da Cons- lização e da democratização das políti- posições (Gonzáles, 2000).
tituição de 1988. cas públicas não pode ser deslocada do A terceira concepção ressaltada
Na atual conjuntura brasileira, movimento por transformações no pla- pelas autoras é a que compreende os
considera-se fundamental envolver os no econômico, tendo em vista o avanço conselhos como espaços de cooptação
diversos sujeitos sociais preocupados desta luta para além do horizonte histó- da sociedade civil por parte do Estado.
com as Políticas Públicas defendendo rico da democracia burguesa. Desta for- Essa visão é pautada no estruturalis-
a ampliação dos direitos sociais e as ma, os Conselhos podem constituir-se mo marxista, cuja principal referência
conquistas obtidas na Constituição de em instâncias de luta pela democratiza- é Althusser63 . Ao analisar o Estado e
1988. Ressalta-se, como fundamental ção das relações sociais e transformação as instituições apenas como aparelhos
nesse processo, a efetiva participação da práxis, supondo, portanto, a inscrição repressivos, não se visualiza as contra-
social da sociedade civil e mecanismos desta luta no horizonte societário da dições que podem emergir nos espaços
importantes dessa resistência são os classe subalterna. dos conselhos a partir dos interesses
Conselhos e Conferências concebidos divergentes. Essa concepção, segundo
como espaços de tensão entre interes- Bravo & Souza (2002) destacam Bravo & Souza (2002), expressa uma
ses contraditórios na luta por melhores quatro posições teóricas e políticas so- visão maniqueísta da relação Estado e
condições de vida. bre os conselhos de saúde em discussão sociedade, nega a historicidade e a di-
na atualidade. A primeira compreende mensão objetiva do real.
os conselhos como espaços tensos,
Os Conselhos na contraditórios, em que diferentes inte-
Quanto ao potencial político dos
luta por Saúde conselhos, as três concepções teóri-
resses estão em disputa. Esta concep-
cas analisam de forma diferenciada.
A existência de conselhos no Brasil ção, que entende os conselhos enquan-
A primeira concepção faz uma análi-
não é uma experiência recente, confor- to uma “arena de conflitos”, pauta-se
se realista desses espaços; a segunda
me ressaltam diversos autores, caben- em Gramsci60 e nos neogramscianos, e considera possível uma pauta consen-
do ressaltar: Raichelis (1998) e Gohn é a utilizada pelas autoras deste texto. sual entre todos os participantes do
(1990). Destaca-se as práticas operá- Esta concepção que tem como refe- conselho, sendo otimista e utópica; a
rias do início do século XX e as comis- rência Gramsci, não é hegemônica nas terceira não acredita no potencial dos
sões de fábrica, estimuladas pelas opo- pesquisas existentes na área da saúde. conselhos, sendo considerada como
sições sindicais nos anos 1970 e 1980, Por outro lado, um número significa- pessimista.
como também a ampliação dos movi- tivo de estudos tem interpretado os Por fim, a quarta posição tem como
mentos sociais nesse período e sua luta conselhos como um espaço de consen- referência a tendência neoconservadora
contra o autoritarismo, implantado no so, de pacto, isto é, onde os diferentes que não aceita os espaços dos conselhos,
país após 1964. interesses convergem em um interesse pois questiona a democracia participativa
Os Conselhos de Saúde são uma comum. Tal concepção baseia-se em defendendo apenas a democracia repre-
inovação na gestão e apontam para a Habermas61 e nos neohabermesianos sentativa.
democratização da relação Estado-So- que não leva em consideração a corre-
Algumas reflexões são possíveis de
ciedade a partir da inserção de novos lação de forças. serem feitas a partir da revisão da bi-
sujeitos sociais na construção da esfera Habermas afirma que a democracia bliografia e da pesquisa realizada por
pública (Bravo, 2001). está ligada ao ato argumentativo, con- Bravo (2001) com relação aos limites
As concepções presentes sobre os siderando a teoria da ação comunica- e possibilidades dos Conselhos, tendo
Conselhos têm sido problematizadas tiva. Para esse teórico, a proposta “é a por referência a concepção dos mesmos
por diversos autores. Gohn ressalta de substituir a ‘utopia do trabalho’ pela enquanto um dos espaços de luta pela
que os conselhos como instrumento da racionalidade comunicativa, único conquista da hegemonia. Considera-se
da democracia esteve e está presente meio que visualiza como capaz para que esses mecanismos são importantes
no debate entre setores liberais e de afirmar os valores da solidariedade para a democratização do espaço público
esquerda. “A diferença é que eles são contra o poder e o dinheiro” (Duriguet- e não podem ser nem super valorizados,
pensados como instrumentos ou meca- to, 2007: 113). Este propõe a substi- nem sub-valorizados. Algumas questões,
nismos de colaboração pelos liberais; e tuição da centralidade da emancipação entretanto, precisam ser enfrentadas para
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a ampliação de seu potencial de ação, a apropriação dos Conselhos pelo gestor e tra a privatização da saúde e pela Reforma
saber: falta de respeito pelo poder públi- perda de diálogo com a sociedade. Sanitária formulada nos anos 1980.
co das deliberações dos conselhos, como A concepção de Estado participativo é Inicialmente, foi denominada de
também das leis que regulamentam seu muito recente e se problematiza quando se “Frente Nacional Contra as OSs e pela
funcionamento; burocratização das ações tem uma conjuntura, que desmobiliza a par- procedência da ADI 1.923/98”, como
e dinâmica dos Conselhos que não viabi- ticipação popular e defende o Estado míni- resultado de uma articulação dos Fóruns
lizam a efetiva participação dos represen- mo - ausente nas políticas públicas e sociais, de Saúde dos estados de Alagoas, Paraná,
tantes; posicionamento dos Conselhos de como preconiza o projeto neoliberal. Rio de Janeiro, São Paulo e do município
forma tímida em relação à agenda neoli- de Londrina em torno da procedência da
beral; falta de conhecimento da sociedade referida Ação Direta de Inconstituciona-
civil organizada sobre os Conselhos, bem Proposições para a
lidade (ADI), contrária à Lei 9.637/98
como ausência de articulação mais efetiva Participação Social nos que cria as Organizações Sociais (OSs),
dos representantes com suas bases; contri- Conselhos e nos Fóruns que tramita no Supremo Tribunal Fede-
buição ainda incipiente dos mesmos para de Saúde ral (STF) para julgamento, desde 1998.
a democratização da esfera pública; a A priorização desta luta pela Frente foi
Pelo exposto, o que se verifica a partir
chantagem institucional do poder executi- devido à possibilidade da votação desta
dos anos 1990 é a substituição das lutas
vo ao acenar para o prejuízo para a popu- ADI, no STF, acontecer em 2010, confor-
coletivas, efetivadas na década de 1980,
lação, caso as propostas apresentadas se- por lutas corporativas, em defesa de gru- me veiculado na imprensa. A decisão de
jam contestadas pelos conselheiros e falta pos de interesses particulares e imediatos sua inconstitucionalidade pelo STF, poria
de soluções jurídicas mais ágeis quanto dos trabalhadores. As classes dominantes fim às Organizações Sociais nos Estados
à necessidade de enfrentamento com o têm desenvolvido como ideário a ameri- e Municípios em que elas já estão implan-
executivo. Outro aspecto a ser ressaltado canização da sociedade brasileira com o tadas, barrando sua expansão. Seria um
é a articulação da luta por direitos com o objetivo de neutralizar os processos de precedente importante para desmontar
movimento por transformações no plano resistência com estratégias persuasivas e a “coluna vertebral” da privatização dos
econômico, superando a visão politicista desmobilizadoras da ação coletiva, procu- serviços públicos no Brasil65.
da política social. rando o consentimento das classes subal- Aos poucos, entidades, sindicatos e
Para o enfrentamento dessas questões, ternas. movimentos sociais de âmbito nacional
têm-se apresentado como propostas para O cidadão é dicotomizado em cliente foram aderindo à esta luta. Em 2011, em
o fortalecimento do controle democrático e consumidor. O cliente é objeto das polí- diversos estados se reorganizaram outros
o aprofundamento de investigações acer- ticas públicas, ou seja, do pacote mínimo Fóruns de Saúde (Rio Grande do Norte,
ca da temática, bem como a efetivação de e o consumidor tem acesso aos serviços Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, Rio
assessorias aos conselheiros dos diversos via mercado. Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba)
conselhos existentes. - espaços onde trabalhadores, usuários,
Nesse contexto, é fundamental, na
Os estudos e assessorias efetivados contra-corrente, a defesa da democracia, intelectuais, estudantes e movimentos so-
precisam ser norteados por alguns pres- da participação da sociedade nas políticas ciais se reúnem em torno da afirmação de
supostos: a percepção dos Conselhos na públicas, a socialização das informações. um SUS público, estatal e de qualidade. A
relação Estado-sociedade; a valorização partir das mobilizações, os Fóruns junto
Nos anos 2000, foram criados e/ou
dos movimentos sociais como relevantes com inúmeros sindicatos, partidos e or-
estimulados outros mecanismos de par-
para a defesa e a ampliação dos direitos ganizações passaram a construir a Frente
ticipação para pressionar os conselhos e
sociais; a clareza de que os Conselhos não Nacional contra a Privatização da Saúde.
fortalecer a luta por saúde, considerada
substituem os movimentos sociais. como melhores condições de vida e de Esta Frente já realizou diversas ativi-
Coerente com essa concepção de re- trabalho. Ressalta-se como significativo a dades como audiências com os Ministros
lação Estado-sociedade, é preciso evitar Frente Nacional contra a Privatização da do Supremo Tribunal Federal (STF)66;
algumas distorções presentes tanto nas Saúde e os Fóruns de Saúde existentes em realização de Seminário Nacional em
investigações quanto nas dinâmicas dos diversos estados brasileiros a saber: Rio novembro de 2010 no Rio de Janeiro que
Conselhos, tais como: as visões de de- de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Paraná, congregou 400 participantes de todos o
mocracia restrita ao aparelho de Estado Pernambuco, Rio Grande do Norte, Dis- país67 ; acompanhou a votação da ADI
(participação consentida); dos Conselhos trito Federal, Ceará, Rio Grande do Sul e 1923/98, no plenário do STF, em 31 de
como espaços de consenso, de controle Minas Gerais e em municípios como Lon- março de 201168 e realizou no dia 07 de
dos conflitos, de viabilização das ações do drina (Paraná), Santos (São Paulo) e Du- abril de 2011, dia mundial da saúde, di-
Estado com consentimento da população que de Caxias e Campos (Rio de Janeiro). versos atos estaduais contra a privatização
ou como parceria entre Estado-sociedade; A Frente Nacional é composta por da saúde.
o populismo e a cooptação desses meca- diversas entidades, movimentos sociais, A Frente Nacional contra a privatiza-
nismos pela burocracia do Estado; a frag- fóruns de saúde, centrais sindicais, sin- ção da Saúde retoma como fonte unifica-
mentação da questão social em múltiplos dicatos, partidos políticos e projetos uni- dora de lutas, a mesma motivação que deu
Conselhos com a participação reduzida versitários64 e tem por objetivo defender sustentação às lutas travadas pelo Movi-
da sociedade (os mesmos sujeitos políti- o Sistema Único de Saúde (SUS) público, mento Sanitário nos anos 1980: o comba-
cos participando de diversos Conselhos); estatal, gratuito e para todos, e lutar con- te à privatização da saúde. Tanto quanto
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este Movimento, a Frente também se opõe • Luta pela democratização do Estado; Notas
à tendência da prestação de assistência à • Divulgação e democratização das in- 55 Gramsci é o precursor da concepção de
saúde como fonte de lucro, pondo em Estado ampliado, com a elaboração da teoria
formações sobre as políticas de Segurida- marxista ampliada do Estado. Diversos auto-
cheque os “novos modelos de gestão” – de Social e de Saúde em particular; res, a partir de suas elaborações, têm contribuí-
OSs, Organizações da Sociedade Civil de do para o debate e produção dessa perspectiva,
• Articulação de um Fórum unificado
Interesse Público (OSCIPs), Fundações analisando as sociedades capitalistas avança-
de Seguridade Social, com a participação
Estatais de Direito Privado, Empresa Bra- das em que se evidenciou a maior complexida-
dos Conselhos de Saúde e Assistência de do fenômeno estatal, podendo-se destacar:
sileira de Serviços Hospitalares S.A – que
Social; Poulantzas (1980), Ingrao (1977/79) e Wolfe
promove a entrega de patrimônio, bens,
• Luta pela revogação da extinção do (1977) (Bravo, 1996).
serviços, servidores e recursos públicos
Conselho Nacional de Seguridade Social; 56 Carvalho (1995) trabalha a evolução do
para entidades privadas. conceito controle social, identificando quatro
Trata-se da tendência em curso do • Criação de meios eficazes para arti- momentos diferenciados: o Estado controlando
cular a sociedade civil, envolvendo diver- a sociedade; a sociedade apenas completando o
fundo público ser colocado a serviço do
sas entidades; Estado; a sociedade combatendo o Estado; e a
financiamento da reprodução do capital. sociedade participando das decisões do Estado.
Tendência que também tem se dado por • Defesa incondicional do SUS públi-
co, estatal, gratuito, universal e de quali- 57 Destaca-se a diferença entre o conceito de
dentro do SUS através da compra de ser- controle social inscrito na Constituição com
viços privados pela rede pública por meio dade; o proposto pela contrarreforma do Estado, do
de convênios, em detrimento da alocação • Luta pela gestão pública estatal e ser- governo FHC. Nesta concepção não há poder
de recursos públicos na ampliação dos viços públicos estatais de qualidade; decisório da sociedade civil nos conselhos
serviços públicos. que passam a ser consultivos e não paritários
• Defesa de investimento de recursos (Bresser Pereira e Grau, 1999).
Considerando que o SUS é fruto de públicos no setor público; 58 A concepção adotada de sociedade civil é
lutas sociais e patrimônio do povo brasi- • Luta contra todas as formas de priva- na perspectiva gramsciana, sendo considerada
leiro, não se pode apenas ficar observan- tização da rede pública de serviços: OSs, como o espaço onde se organizam os interes-
do sua destruição nos diversos estados a OSCIPs, Fundações Estatais de Direito ses em confronto, sendo o lugar onde se tornam
conscientes os conflitos e contradições. É na
partir da implantação da lógica do lucro Privado e Empresa Brasileira de Serviços sociedade civil que se encontram os “aparelhos
das inúmeras Organizações Sociais e Fun- Hospitalares S.A (MP 520), etc; privados de hegemonia” que são os partidos de
dações Privadas. • Luta pela Inconstitucionalidade da massa, os sindicatos, as diferentes associações,
Lei que cria as Organizações Sociais; os movimentos sociais, ou seja, tudo que resulta
Fiéis às lutas e aos princípios da Refor- de uma crescente socialização da política. A so-
ma Sanitária brasileira que concebeu a saú- • Defesa de concursos públicos e da ciedade civil gramsciana nada tem a ver com o
de como direito de todos e dever do Estado carreira pública no Serviço Público. que hoje se chama de “terceiro setor”, pretensa-
e ampliou a concepção de saúde para me- mente situado para além do Estado e do merca-
b) Quanto à organização dos Conse- do. Esta nova concepção de sociedade civil que
lhores condições de vida e trabalho, ou seja, lhos: tem sido muito difundida é restrita, despolitiza-
ênfase nos determinantes sociais, a Frente da e tem equívocos teóricos.
• Luta pela efetivação do controle
se posiciona contra a privatização da saú-
social; 59 Existem outros mecanismos que também,
de e em defesa da saúde pública estatal e se acionados, podem e devem ser entendidos
universal, procurando articular as lutas no • Articulação entre os diferentes sujei- enquanto espaços de exercício do controle
campo da saúde a um novo projeto societá- tos que atuam nos Conselhos e Fóruns, democrático, a saber: o Ministério Público,os
rio. Parafraseando Berlinguer (1978), que visando o fortalecimento dos mesmos, órgãos de defesa do consumidor, como o PRO-
para se ter saúde é necessário “modificar as através de Fóruns de Políticas Sociais; CON; os meios de comunicação e os conse-
condições de vida, as relações de trabalho, • Retorno constante e permanente dos lhos de profissionais.
as estruturas civis da cidade e do campo, conselheiros às suas bases; 60 Antonio Gramsci foi um político, cientis-
significa lesar interesses poderosos e olhar ta político, comunista e antifascista italiano.
• Estabelecimento de canais de inter- A influência póstuma de Gramsci encontra-se
com audácia para o futuro.” locução dos Conselhos com a Sociedade; associada, principalmente, aos mais de trinta
Para finalizar, vai-se reforçar alguns • Constituição de assessoria aos Con- cadernos de análise que escreveu durante o
temas para a agenda política em defesa selhos; período em que esteve na prisão. Estes traba-
lhos contêm seu pensamento sobre a história
da Saúde que deve permear a pauta dos • Realização de Cursos de Capacitação da Itália e nacionalismo, bem como ideias
Conselhos e ser assumida pelas diversas Política para Conselheiros da Sociedade sobre teoria crítica e educacional que são fre-
entidades sindicais, movimentos popula- Civil. quentemente associadas com o seu nome, tais
res, partidos políticos e Fóruns de Saúde. como: Hegemonia cultural; A ampliação da
Estas proposições são alguns indicati- concepção Marxista de Estado; A necessidade
Ressalta-se que essas propostas têm sido vos para a defesa e luta pela saúde pública de educar os trabalhadores e da formação de
levantadas em debates e discussões sobre estatal – que além de possível, mostra- intelectuais provenientes da classe trabalhado-
a temática e foram aqui re-agrupadas. As se necessária – como demanda real das ra, que ele denomina “intelectuais orgânicos”;
proposições serão abordadas sob dois ân- classes trabalhadoras e como instrumento A distinção entre a sociedade política e a civil;
gulos: quanto à relação Estado-Sociedade O historicismo absoluto; A crítica do determi-
estratégico com vistas à criação de uma nismo econômico; A crítica do materialismo
e quanto à organização dos Conselhos. outra ordem societária, sem dominação filosófico (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
a) Quanto à relação Estado-Sociedade: econômica, social e política. Antonio_Gramsci).
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61 Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo 09/06/2011). Também foram realizadas audi- túlio Vargas, 1999.
Alemão. Considerado como o principal her- ências com o Ministro Ricardo Lewandowski BRAVO, M. I. S. Serviço Social e Reforma
deiro das discussões da Escola de Frankfurt, (em 16/11/2010), com o chefe do gabinete Sanitária: lutas Sociais e Práticas Profissio-
Habermas procurou, no entanto, superar o pes- do Ministro Marco Aurélio (em 16/11/2010), nais. São Paulo: Cortez/ UFRJ, 1996.
simismo dos fundadores da Escola, quanto às e com o magistrado instrutor do gabinete do
possibilidades de realização do projeto moder- Ministro Gilmar Mendes (em 26/11/2010), ______________. Gestão Democrática na
no, tal como formulado pelos iluministas. Con- além da audiência com o Ministro presidente Saúde: O Potencial dos Conselhos. In: BRA-
cebe a razão comunicativa - e a ação comuni- do STF, Cezar Peluso (em 03/12/2010). Além VO, M. I. S., PEREIRA, P. A. (orgs.) Política
cativa ou seja, a comunicação livre, racional e dessas audiências, foram visitados os gabine- Social e Democracia. São Paulo: Cortez; Rio
crítica - como alternativa à razão instrumental tes de todos os ministros e entregue a seguinte de Janeiro: UERJ, 2001.
e superação da razão iluminista - “aprisiona- documentação: Abaixo Assinado pela proce- ______________. & SOUZA, R. O. Conse-
da” pela lógica instrumental, que encobre a do- dência da ADI 1.923/98, Carta aos Ministros lhos de saúde e Serviço Social: luta política e
minação. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ do STF com assinatura das entidades e o docu- trabalho profissional. In: Ser Social – Revista
Jürgen_Habermas). mento “Contra Fatos não há Argumentos que do programa de pós-graduação em política so-
62 Antunes (1999) desenvolve uma análise, com sustentem as Organizações Sociais no Brasil”. cial, n. 10. Brasília: UnB, 2002.
base no pensamento marxista, questionando a 67 O seminário nacional “20 anos de SUS, ______________. Desafios Atuais do Contro-
crítica de Habermas ao paradigma do trabalho. lutas sociais contra a privatização e em defesa le Social no Sistema Único de Saúde (SUS).
63 Louis Althusser foi um filósofo francês de da saúde pública e estatal”, inicialmente foi In: Serviço Social & Sociedade. São Paulo:
origem argelina. É considerado um dos princi- pensado para cerca de 100 pessoas e atraiu Cortez, n.88, 2006.
pais nomes do estruturalismo francês dos anos inúmeras entidades do país inteiro com mais CARVALHO, A. I. Conselhos de Saúde no
1960, juntamente com Claude Lévi-Strauss, de 400 lutadores da saúde. O seminário foi Brasil: participação cidadã e controle social.
Jacques Lacan, Michel Foucault ou Jacques um marco na retomada de um movimento de Rio de Janeiro: IBAM/Fase, 1995.
Derrida, apesar de seu cuidado em criticar o saúde com base popular e dimensão nacional.
DURIGUETTO, M. L. Sociedade Civil e De-
estruturalismo como espécie de ideologia bur- O II Seminário Nacional da Frente foi realiza-
mocracia: um debate necessário. São Paulo:
guesa. Marxista, filiou-se ao Partido Comunis- do nos dias 09 e 10 de julho de 2011, em São
Cortez, 2007.
ta Francês em 1948. No mesmo ano, tornou-se Paulo, e contou com 100 participantes. Neste
professor da École Normale Supérieure. Sua seminário houve a participação dos seguintes GONH, M. G. Conselhos populares e partici-
principal tese é o anti-humanismo teórico que Fóruns de Saúde: São Paulo, Rio de Janeiro, pação popular. Serviço Social & Sociedade.
consiste em afirmar a primazia da luta de clas- Alagoas, Pernambuco, Distrito Federal, Para- São Paulo: Cortez, n. 34,1990.
ses e criticar a individualidade como produto ná e Rio Grande do Sul. . ______________. Conselhos Gestores e Par-
da ideologia burguesa. Sua fama se deve tam- 68 A Frente teve direito a uma sustentação ticipação Sociopolítica. 2ª ed. São Paulo: Cor-
bém ao fato de ter cunhado o termo “aparelhos oral em defesa da referida ADI, fruto da ami- tez, 2003.
ideológicos de Estado” e analisado a ideologia cus curiae do SindSaúde/PR. Esta sustentação GONZÁLES, R. S. Democracia e Conselhos de
como espécie de prática em toda e qualquer oral, em nome da Frente, foi realizada por Dr. Controle de Políticas Públicas: uma análise com-
sociedade e não somente como erro ou engano Ludimar Rafanhim, advogado do referido sin- parativa. Tese de Doutorado em Ciência Política.
que o suposto iluminismo eliminaria (Fonte: dicato, e pelo professor Dr. Ari Solon da USP. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Gran-
http://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Althusser). Este foi um momento importante para a luta de do Sul, 2000.
64 Compõem a coordenação da Frente as em defesa da saúde como bem público, ficando INGRAO, P. As massas e o poder. Rio de Janei-
seguintes entidades: ABEPSS, ANDES, AS- evidente a posição contrária às OSs, diferente ro, Civilização Brasileira, 1980.
FOC, Central de Movimentos Populares, da atitude da Sociedade Brasileira para o Pro-
CFESS, CSP-CONLUTAS, CTB, Executiva gresso da Ciência (SBPC) que fez sustentação MENEZES, J. S. B. Saúde, participação e con-
Nacional dos Estudantes de Enfermagem e oral a favor das mesmas. O Ministro relator trole social: uma reflexão em torno de limites
Medicina, FASUBRA, FENASPS, FENTAS, da ADI, Ayres Britto, deu o voto pela sua pro- e desafios do Conselhos Nacional de Saúde na
Fórum Nacional de Residentes, Intersindical, cedência parcial, quando afirmou, ao tratar atualidade. Dissertação de Mestrado em Saúde
MST, Seminário Livre pela Saúde, os Fóruns do Programa Nacional de Publicização, nos Pública. Rio de Janeiro: ENSP/FIOCRUZ, 2010.
de Saúde já existentes, os setoriais e/ou nú- termos da Lei 9.637/98, que é: “Fácil notar, MORONI, J. A. O direito à participação no
cleos de saúde dos partidos políticos (PSOL, então, que se trata mesmo é de um programa Governo Lula. In: Participação, Democracia
PCB, PSTU, PT), Consulta Popular e projetos de privatização. Privatização, cuja inconstitu- e Saúde. FLEURY, S. e LOBATO, L. V. C.
universitários. cionalidade, para mim, é manifesta”. (Orgs.). Rio de Janeiro: CEBES, 2009.
65 Desta forma, foi criado um abaixo-assinado NETTO, J. P. Democracia e Transição Socia-
on-line pela procedência da ADI 1.923/98, Referências Bibliográficas lista: Escritos de teoria e política. Belo Hori-
atualmente com cerca de mais de 6000 signa- ABREU, M. M. A relação entre o Estado e a zonte, Oficina de Livros. 1990.
tários, e uma Carta aos Ministros do STF com Sociedade Civil – A questão dos conselhos de RAICHELIS, R. Esfera pública e os conselhos
330 assinaturas de entidades. Foi elaborado direitos e a participação do Serviço Social. In de assistência social: caminhos da construção
um documento intitulado “Contra Fatos não Serviço Social & Movimento Social (1). São democrática. São Paulo, Cortez, 1998.
há Argumentos que sustentem as Organizações Luís: EDUFMA, 1999.
Sociais no Brasil”, o qual demonstra com fatos VIANNA, M. L. T. W. Participação em saúde:
ocorridos nos Estados e Municípios brasileiros ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: en- do que estamos falando? In: Sociologias, Porto
que já implantaram as OSs como modelo de saios sobre a afirmação e a negação do traba- Alegre, ano 11, nº 21, jan./jun. 2009.
gestão de serviços públicos, os prejuízos tra- lho. São Paulo: Boitempo, 1999.
zidos por essas à sociedade, aos trabalhadores BARROS, E. O controle social e o processo Site Consultado
e ao erário público, confirmando que não exis- de descentralização dos serviços de saúde. In: Wikipédia, a enciclopédia livre: http://
tem argumentos capazes de sustentar a defesa Brasil / Ministério da Saúde. Incentivo à par- pt.wikipedia.org
jurídica ou econômica das mesmas. Este docu- ticipação popular e o controle social no SUS.
mento encontra-se na parte 3 desta coletânea. Brasília, 1994.
66 A primeira foi com o Ministro relator da BRESSER PEREIRA, L. C. e GRAU, N. C
ADI 1923/98, Ayres Britto, em 22/10/2010, e a (Orgs.). O público não estatal na reforma do
última foi com o Ministro Celso de Melo (em Estado. Rio de Janeiro, Editora Fundação Ge-
34 setembro de 2011 Cadernos de Saúde

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