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Evolução Agrícola
das lavouras tradicionais daquele primeiro setor; decadência para que não se
encontrou, como se deu no Sul com o café, um substituto adequado. Decadência
aquela cuja causa precípua se encontra na desfavorável conjuntura internacional.
Os países europeus, e também os Estados Unidos, que são os grandes
consumidores de açúcar e prin-cipais mercados para a produção dos trópicos
americanos, tornam-se, com a utilização da beterraba, de consumidores em
produtores; A crise dos países produtores de cana é geral. As colônias ainda
gozarão de certas regalias nos mercados de suas metrópoles respectivas. Mas os
produtores independentes não contarão com outra coisa que suas próprias forças.
O Brasil, entre eles, será particularmente atingido. Desvantajava-o uma posição
geográfica excêntrica; mas sobretudo o nível rudimentar de sua técnica de
produção, a que já me referi anteriormente. A sua contribuição ao mercado
internacional irá assim, em termos relativos, em declínio:
sofrerá consideravelmente com este novo golpe que o privava de mão-de-obra fácil
e relativamente barata. O Sul seria menos atingido porque se encontrava em fase
ascendente de progresso e se refará mais rapidamente. Mas o que sobretudo
favoreceu o Sul em contraste com o Norte, é que nele se aclimatou admiravelmente
a cultura de um gênero que se tornaria no correr do séc. XIX de particular
importância comercial: o café.
Mas tudo isto é apenas um pequeno começo; o primeiro grande cenário da lavoura
cafeeira no Brasil é o vale do rio Paraíba, no seu médio e depois alto-curso. As
condições naturais são aí esplêndidas. Uma altitude que oscila entre 300 e 900 m
mantém a temperatura, embora em latitude tropical, dentro dos limites ideais
para a planta, e regulariza as precipitações. Região muito acidentada, não lhe
faltam encostas bem protegidas contra o vento (fator importante numa planta
arbustiva de grande porte como o cafeeiro) e convenientemente expostas. A mata
virgem que a revestia deu solos magníficos. O vale do Paraíba tornou-se assim um
grande centro condensador de lavouras e de população; em meados do séc. XIX
reúne-se aí a maior parcela da riqueza brasileira. Subindo pelo rio, os cafezais
invadem e ocupam largamente a parte oriental da província de São Paulo.
Em matéria de organização, a lavoura cafeeira seguiu os moldes tradicionais e
clássicos da agricultura do país: a exploração em larga escada, tipo "plantação" (a
plantation dos economistas ingleses), fundada na grande propriedade
monocultural trabalhada por
escravos negros, substituídos mais tarde, como veremos noutro capítulo, por
trabalhadores assalariados. Contribuem para fixar este sistema de organização as
mesmas circunstâncias assinaladas para as demais culturas brasileiras. Reforçam-
nas aliás agora, a tradição já formada no país e seu regime social; sem contar que o
cafeeiro, sendo uma planta de produção retardada, exige para seu cultivo maior
inversão de capitais. Torna-se assim ainda menos acessível ao pequeno
proprietário e produtor modesto.
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pirado em 1841. Recupera o Brasil sua liberdade de ação monetária, uma vez que
com os demais países não havia outra coisa que a cláusula da "nação mais
favorecida". Era-lhe perfeitamente lícita uma modificação qualquer das tarifas,
contanto que fosse geral. O que não impedirá que a Inglaterra proteste
energicamente. Mas o estado das suas relações com o Brasil era tal, e tamanha a
hostilidade que levantava a abusiva ação dos seus cruzeiros contra o tráfico
africano, que a intervenção foi ineficaz. Os direitos de importação serão
sensivelmente elevados, fixando-se em redor de 30%, isto é, o dobro dos anteriores.
As rendas públicas crescerão bastante depois disto, e embora persista o deficit
orçamentário (pois as despesas cresceram na mesma proporção), isto permitirá
desafogar grandemente o tesouro.
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A lei do Ventre Livre não resultou assim, em última análise, senão numa diversão,
uma manobra em grande estilo que bloqueou muito mais que favoreceu a evolução
do problema escravista no Brasil. Foi preciso um decênio para que renascesse o
movimento libertador, que terá de esperar que as contradições inerentes à
escravidão cheguem ao auge da crise. Isto efetivamente se verificará a partir de
1880. A gradual diminuição da população escrava que havia quase trinta anos
deixara de ser alimentada pelo tráfico africano, tornara premente o problema do
fornecimento de braços para a lavoura. O Norte, embora mais ou menos
estacionário, sofria porque o Sul, em particular São Paulo, drenava toda sua mão-
deobra; e este, apesar de tal recurso, não tinha mãos a medir para atender às
necessidades da cultura cafeeira cujo ritmo de crescimento, graças à forte
valorização do produto depois de 1880, che gara a um nível considerável. A
malograda experiência de anos anteriores tornara patente que, dentro do sistema
escravista vigente, não era possível a solução do problema com trabalhadores
europeus. Tentara-se também importar coolies chineses, e chegou-se mesmo a
formar uma corrente imigratória do Oriente. A idéia não foi contudo por diante,
porque a Inglaterra não verá com bons olhos esta ressurreição, sob nova forma, do
tráfico de escravos; e não lhe foi difícil matá-la no nascedouro. Todas estas
circunstâncias, acrescidas ao caminho já andado pela questão servil, emprestam-
lhe extrema violência quando depois de 1880 retorna ao primeiro plano das
preocupações do país. Era como se as comportas se abrissem para águas
longamente represadas. Tá não se tratará mais de soluções parciais e
preparatórias: a abolição irrestrita, sem condições e imediata, inscrevesse desde
logo na ordem do dia. Toda essa agitação repercute fundamente na Assembléia
Legislativa. A sua maioria, saída de eleições em que a palavra pertence sobretudo à
classe conservadora e diretamente interessada na matéria, os grandes
proprietários e fazendeiros, é por natureza escravocrata. A manipulação das urnas
eleitorais incumbe-se de eliminar as vozes discordantes. Mas uma depuração
completa nem sempre é possível; e em frente à maioria esmagadora de
escravocratas, erguem-se sempre adversários resolutos, pouco numerosos é
verdade, mas contando com a opinião da imensa maioria do país e sustentados pela
agitação das ruas. A reação não se sente por isso com forças para lutar
abertamente: procura ladear o assunto com evasivas e tangentes proteladoras.
Sucedem-se assim as combinações ministeriais, cada qual com seus ensaios de
conciliação. Nenhuma poderá durar porque já não havia mais meio termo possível
entre os extremos da questão: escravidão ou abolição total e imediata. E entre
outras a lei de 28 de setembro de 1885 que concedeu liberdade aos escravos
maiores de sessenta anos: uma estrondosa gargalhada repercutirá pelo país.
Ninguém levou a sério o que a reação escravocrata pretendia apresentar como
uma larga e generosa concessão. Ela recorre então a meios extremos; e como
sempre se dá nestes momentos de agonia de uma situação, abaixa a máscara e abre
luta franca. Naquele mesmo ano (1885), é chamado ao governo o grupo político
mais intransigentemente escravista, que sem reservas descobre suas armas contra
o abolicionismo. Abandonava-se a tática de meios brandos e concessões. A luta era
agora de vida ou morte. O contragolpe não se faz esperar. Amplia-se a agitação
popular, e desta vez é sobretudo entre os escravos que ela se desencadeia. O
abandono das fazendas se torna diuturno; os abolicionistas, organizados em
sociedades e agrupamentos fortemente constituídos e ramificados em toda parte,
estimulam e protegem as fugas. Estava quebrada a disciplina das senzalas, e as
mais enérgicas medidas do governo para restabelecê-las se mostravam inócuas.
Desde 1880 havia mesmo entre ela duas sociedades abolicionistas que funcionavam
na Escola Militar e apanhavam assim os jovens oficiais no período mesmo de sua
formação ideológica. A tarefa de capturar escravos fugidos será considerada
humilhante, e o exército se recusará abertamente á cumpri-la. Nestas condições, o
vulto que o movimento tornado incontrolável adquirira, punha o país na iminência
da mais completa desordem. Começa então a debandada nos meios escravocratas
fundamente alarmados com as perspectivas de um desenlace trágico cuja
aproximação tudo indicava. Os seus setores mais previdentes compreendem que a
resistência tomara-se inútil, e insistir nela seria apenas levar a questão para o
terreno da violência declarada e aberta. Quase 800.000 escravos, numa população
total que não ultrapassava 14 milhões, eram uma ameaça tremenda; ainda mais
que eles se concentravam em maioria nos agrupamentos numerosos das fazendas e
grandes propriedades isoladas no interior e desprovidas de qualquer defesa eficaz.
A campanha estava ganha para os abolicionistas. Os próprios interessados diretos
na escravidão abandonavam o terreno da luta. Em março de 1888 cai o último
governo escravocrata do Brasil; dois meses depois, a Assembléia Geral, abrindo
suas sessões, vota em poucos dias, com uma quase unanimidade, a lei de 13 de maio
que duma penada punha termo à escravidão no Brasil.
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Imigração e Colonização
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Síntese da Evolução Econômica do Império
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Apogeu de um Sistema
22
A Crise de Transição
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Expansão e Crise da Produção Agrária
CAFÉ
BORRACHA
CACAU
Com menos dramaticidade que o da borracha, porque não
alcançará nunca suas culminâncias, mas com aspectos muito
semelhantes, desenrola-se outro cenário do Brasil econômico
moderno: o do cacau.
O cacaueiro também é uma árvore nativa da América tropical;
e seu fruto foi aproveitado, como já notei no capítulo 9,
desde o início da colonização. Cultivou-se mesmo, embora em
escala pequena, e do Amazonas se difundiu para outras
regiões do Brasil. Em meados do séc. XVIII começa a ser
plantado no sul da Bahia onde encontrará excelentes
condições naturais favoráveis .
Mas ao contrário da borracha, as regiões que desde o início
deste surto comercial do cacau tirarão dele maior proveito
não serão as do habitat nativo da planta. O cacaueiro se
difundira largamente pelo mundo, e muito cedo, desde o séc.
XVIII, encontra-se em boa parte da América, na África (Ilha
de São Tomé, Nigéria, Costa do Ouro, Costa do Marfim,
Camerum, Fernando Pó), e na Ásia (Ceilão). No Brasil, a
maior região produtora não será mais o vale amazônico, que
ficará em plano modesto e insignificante, mas o sul da
Bahia. As culturas da Bahia não terão progresso apreciável
até princípios do séc. XIX. A primeira exportação
oficialmente registrada será para a Inglaterra em 1825,
consistindo de 26,8 modestas toneladas.
Depois disto encontramos um crescimento paulatino e regular
que atinge em 1880, 1.668 toneladas. Daí por diante é uma
ascensão brusca: 3.502 toneladas em 1890; 6.732 em 1895;
13.131 em 1900. Observe-se a data do início deste surto:
1880. É a mesma para igual acontecimento na exportação da
borracha.
Mas diversamente da produção de borracha, o Brasil não
estará só nos mercados internacionais. Muitos serão os
concorrentes, e dentre eles pesam sobretudo as regiões
produtoras da África, cujo desenvolvimento ainda será mais
rápido que o do Brasil. Assim a Ilha de São Tomé, que em
1870 não produz mais que 44 toneladas, e em 1900 vai além
de 20.000. Mas apesar disto, o Brasil manterá o passo; o
aumento do consumo mundial era vertiginoso e dava lugar
para todo mundo. As lavouras da Bahia se estenderão em
ritmo acelerado, e a época será de larga e ininterrupta
prosperidade. Não tardarão contudo algumas sombras neste
quadro animador. Em princípios do século atual surgem as
primeiras dificuldades. Começam-se a sentir os efeitos de
uma nova concorrência que estava levando de vencida todos
os antigos produtores mundiais: a da Costa do Ouro. Os
ingleses repetiam aí a proeza que simultaneamente estavam
realizando no Oriente com a borracha. Este surto fulminante
da colônia inglesa limitará definitivamente as anteriores
perspectivas de todos os demais produtores de cacau. Do
Brasil, inclusive. Não cessará, é verdade, o
desenvolvimento de suas culturas, e o país manterá o
segundo lugar da produção mundial; mas um segundo lugar
muito modesto.
AÇÚCAR
As demais atividades agrárias além das que acabamos de ver,
não representam, no conjunto do período republicano até
1930, senão papel medíocre e de insignificante expressão
econômica.
Além disto, a evolução da produção açucareira
nestes últimos cinqüenta anos caracteriza-se por certos
aspectos peculiares que merecem destaque e lançam muita luz
sobre o caráter fundamental da economia brasileira:
economia de exportação. Efetivamente,
assistiremos aí ao tremendo esforço de adaptação de uma
atividade produtora, organizada em função da exportação, ao
mercado interno cuja capacidade de absorção ela ultrapassa
largamente.
Tendo perdido seus mercados externos, a produção do açúcar
fica restrita unicamente ao interno. E daí uma crise
profunda e de graves conseqüências. A falta de plasticidade
da estrutura econômica brasileira fará as regiões de
monocultura açucareira insistirem numa atividade que já
perdera boa parte do seu sentido, em vez de diversificarem
sua economia e procurarem outras perspectivas. Condenam-
se com isto a um nível econômico muito baixo e à
estagnação.
O aumento do preço dos escravos, conseqüência da extinção
do tráfico e da concorrência da lavoura do café em
expansão, contará por muito nestas dificuldades que a
abolição da escravidão ainda multiplicará.
A quota de exportação do Brasil fixada na Conferência
Internacional de Londres (1937), será apenas de 1,6%, o que
indica a ridícula participação brasileira no moderno
comércio internacional de açúcar.
Praticamente o Brasil perdera seu mercado externo. Tinha de
satisfazer-se por isso unicamente com o interno. A situação
tornar-se-á catastrófica quando por efeito das crises
sucessivas do café, São Paulo começará a aplicar suas
atividades, em escala crescente, na produção do açúcar.
Como consumidor que era, sua vantagem sobre outras regiões
produtoras que tinham de exportar quase toda sua produção,
era considerável. A produção paulista que no ano agrícola
(junho a maio) de 1894-95 era de 96.000 sacas de 60 kg
apenas, subirá em 1930-31 para mais de um milhão.
Acompanhando a crise da produção açucareira, observa-se
nela desde a última parte do séc. XIX, mas sobretudo no
atual, uma crescente concentração da produção que terá
profundas consequências de ordem econômica e social.
A maior parte dos engenhos se instalou com todos os
aperfeiçoamentos da época. Apesar disto, não foi grande seu
sucesso. Atribuiu-se o fato e provavelmente com razão, à
irregularidade do fornecimento da cana. As antiquadas e
rotineiras lavouras não mantinham um ritmo de produção
compatível com as necessidades do processo industrial. As
antigas propriedades não conservam mais de "engenho" senão
o nome, pois não passam de fornecedores de cana para as
usinas.
A par desta progressiva absorção realizada pela usina, e a
conseqüente concentração da riqueza que ela provoca — fato
este da maior importância social — desenrola-se o drama das
relações entre ela e seus fornecedores de cana. É uma luta
permanente. Não é somente uma questão de maior ou menor
preço da cana que está em jogo, mas a própria subsistência,
como vimos, do fornecedor. Este é ameaçado cada vez mais
pelo crescimento progressivo das lavouras próprias das
usinas que vão assim, paralelamente, reduzindo suas
aquisições de matéria-primas.
O desaparecimento dos engenhos, mesmo como simples
fornecedores autônomos parece hoje apenas uma questão de
tempo. Militam a favor das usinas os grandes recursos
financeiros de que dispõem, os preços de custo da cana mais
baixos que são capazes de alcançar, 81 os inconvenientes de
relações pouco amenas entre usineiros e fornecedores que
lei alguma poderá jamais corrigir e que conspiram
permanentemente contra a subsistência, lado a lado, de
categorias tão diferenciadas pelo interesses respectivos.
Dentro da ordem atual, o que não for usina, tanto na
fabricação do açúcar como na cultura da cana, não será
afinal mais que uma reminiscência do passado, ou então
resíduo anacrônico perpetuado pela inércia.
PEQUENA PROPRIEDADE82
Um dos mais importantes fatos da moderna fase da economia
agrária brasileira é o processo de retalhamento da
propriedade fundiária rural e o aparecimento, em escala
crescente, da pequena propriedade, quase ausente no
passado. A pequena propriedade, quando aparece, é apenas
excepcional e ocasionalmente. O assunto já foi aliás
abordado em capítulo anterior, e aí se mostrou
que a pequena propriedade não representou no passado, como
não podia representar, um elemento ponderável no conjunto
da economia brasileira. É somente no séc. XIX, e mercê de
circunstâncias novas e específicas dessa fase moderna de
nossa evolução, que ela começaa tomar vulto.
O crescimento e conseqüente adensamento da população, a
partilha por sucessão hereditária, a desagregação do regime
servil, as crises atravessadas pelo sistema da grande
exploração e sua ruína em diferentes regiões do país,
figuram entre as circunstâncias principais que favorecem a
eclosão de uma nova economia de caráter camponês e fundada
na pequena propriedade. Mas o fator imediato e mais
importante que inicialmente condicionará o estabelecimento
e progresso desse novo tipo de organização agrária, será a
grande imigração européia do século passado, reforçada no
atual pela asiática (japoneses). A ambição pela posse da
terra forma nesses imigrantes um impulso muito poderoso, e
constitui ela com certeza um dos mais fortes senão o mais
forte estímulo que os leva a abandonarem sua pátria onde
tal oportunidade lhes é negada. E mesmo quando não
conseguem alcançar desde logo esse objetivo, como
efetivamente se deu no Brasil na maior parte dos casos,
representa contudo um ideal sempre presente que influi
fortemente na evolução dos acontecimentos..
Será, no correr do séc. XIX, o grande afluxo
de trabalhadores europeus que romperá inicialmente os
primitivos quadros econômicos e sociais do país e
condicionará seu desenvolvimento.
Ele será facilitado pelas próprias condições em que muitas
vezes, sobretudo no começo, se realizará tal afluxo. A
pequena propriedade encontrará seu primeiro meio propício
nas colônias agrícolas, descritas em capítulo anterior, e
que começam a ser estabelecidas no Brasil desde a
transferência da corte portuguesa em 1808. Durante todo o
correr do século passado, e ainda no atual, multiplicar-se-
ão, embora com intensidade variável, estes núcleos
de pequenas propriedades que se difundem largamente no
extremo-sul do país: Rio Grande, Santa Catarina, Paraná.
Pode-se considerar assim que a pequena propriedade está
preenchendo uma função que no passado, sobretudo nos
períodos de apogeu da grande lavoura, cabia à importação.
Era do estrangeiro que nos vinha a maior parte dos gêneros
de abastecimento de que o país necessitava.
Isto já foi em parte superado. Voltar agora a tal sistema
só seria possível com o retorno das exportações maciças e
crescentes que já conhecemos, o que nada faz prever. Além
disto, as exigências do país se alargaram de tal forma, com
tendência a se alargarem cada vez mais, que não será
possível satisfazê-las unicamente com importações, por mais
volumosas que elas sejam. Aliás outros fatores contam nesta
matéria, como a facilidade e presteza do abastecimento,
incompatíveis com a importação num país da posição e das
condições geográficas do Brasil. E isto ainda sem
computar os aspectos sociais e mesmo políticos da questão.
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A Industrialização