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A competência que

transforma








É muito comum ouvir que empatia é a capacidade de
se colocar no lugar do outro. Mas será que é só isso?
Sabemos que a empatia é uma das Competências
Gerais a serem trabalhadas na escola, de acordo com
a Base Nacional Comum Curricular. Diante disso,
alguns questionamentos podem surgir: A empatia
nasce com a gente ou é possível aprendê-la? Como
fazer para desenvolver a empatia na escola?
Nesta aula, você vai saber qual é o conceito de
empatia e vai conhecer maneiras simples de
desenvolvê-la com seus alunos.
De acordo com o dicionário Michaellis, empatia é:

Habilidade de Compreensão Qualquer ato de Capacidade de Sentimento que


imaginar-se dos sentimentos, envolvimento interpretar objetos externos
no lugar de desejos, ideias e emocional em padrões não provocam em
outra pessoa. ações de relação a uma verbais de uma pessoa.
outrem. pessoa, a um comunicação.
grupo e a uma
cultura.
Portanto, a empatia
Este vínculo
A psicologia e a é a capacidade
permite que as Tal conexão é
neurociência psicológica de
pessoas se possível graças à
definem a empatia sentir o que
sintam capacidade de
como um vínculo sentiria outra
conectadas, por colocar-se no
afetivo e pessoa, caso
mais diferentes lugar do outro.
intuitivo. estivesse na mesma
que sejam.
situação.
A empatia possui três níveis:

Quando o indivíduo,
além de sentir as
Quando o indivíduo emoções e entender os
Quando o indivíduo possui a capacidade de problemas alheios, se
possui a capacidade de sentir fisicamente as propõe a ajudar.
compreender o que a emoções do outro.
outra pessoa sente.
Empatia e cooperação compõem a nona Competência
Geral da Base Nacional Comum Curricular.

O que se espera?
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação nas atividades escolares.

E qual a sua função?


Desenvolver a habilidade de fazer-se respeitar e promover
o respeito ao outro, acolher e valorizar a diversidade sem
preconceitos, reconhecendo-se como parte de uma
coletividade com a qual deve se comprometer.
Como se explica a empatia?

Na década de 1990, Embora os neurônios-


neurocientistas italianos espelho ainda não tenham
descobriram estruturas sido localizados em cérebros
cerebrais capazes de humanos, os neurocientistas
regular a aprendizagem por acreditam que eles sejam os
imitação e a empatia em responsáveis por nossa
macacos. Estas estruturas capacidade de compreender,
foram nomeadas de imitar, empatizar e aprender
neurônios-espelho. com os outros.

O exercício intencional da empatia estimula os neurônios-espelho e propicia


o alinhamento da aprendizagem com a maneira como nosso cérebro funciona.
Podemos concluir, portanto, que a empatia pode e deve ser treinada.
Outra descoberta das pesquisas
envolvendo neurônios-espelho é a de que
a organização social dos estudantes
(pequenos grupos colaborativos x sala
inteira) e a variação dos estímulos e
das estratégias pedagógicas utilizadas
pelos professores (exposição oral,
animações, áudio, vídeo, simulações etc.)
influenciam significativamente a
aprendizagem.
Quer saber mais sobre as pesquisas
envolvendo os neurônios-espelho e seus
resultados práticos para a sala de aula?
Acesse este link.
Como podemos estimulado a ser
perceber, uma parcela empático, maior será a
da empatia é fruto da chance de que se torne
herança genética, ou um adulto disposto a
seja, já nasce com a ajudar os demais, o que,
pessoa. a longo prazo, pode
promover uma
O restante, porém, vai
verdadeira
depender das
transformação social.
experiências realizadas
ao longo da vida. Por esse motivo é tão
importante que a
Dessa forma, quanto
empatia seja trabalhada
mais um indivíduo, seja
na escola.
ele criança ou
adolescente, for
Imagine que a empatia é um
músculo a ser exercitado, treinado.
Assim como ocorre com as demais
partes do corpo que recebem
treinamento, a empatia também se
fortalece com o estímulo e pode
ser desenvolvida por todos,
independente da idade.
A seguir, confira algumas ideias
simples para estimular a empatia em
seus alunos.
Prepare-se e prepare seus
alunos para que o exercício da
empatia funcione.

Seja você o exemplo, entenda


e lide com suas próprias
emoções, acolha as emoções dos
seus alunos.

Crie um espaço seguro,


confiável, onde os alunos se
sintam confortáveis para
compartilhar seus sentimentos.
A turma, em conjunto, deve
negociar e estabelecer as
regras de convivência para
que as atividades sejam
desenvolvidas. Posteriormente,
todos devem se sentir
responsáveis pelo cumprimento
das regras.
Estimule os trabalhos e as
brincadeiras em grupo.
Eles são muito propícios para o
desenvolvimento da empatia,
pois os alunos têm a
possibilidade de treinar a
capacidade de escutar o outro,
além de estabelecer vínculos.
A neurocientista Laiali Chaar
descreveu algumas atividades
práticas que ajudam a treinar a
empatia e você pode conferir, na
sequência, as que podem ser
implementadas na sua aula! Para
conhecer as propostas na
íntegra, clique aqui.

Além destas, você vai ver outras


propostas que buscam os
mesmos resultados. Vamos lá?
Interpretar/cantar: cada música transmite um sentimento e, para
interpretá-la, é preciso entender cada um deles.
Como fazer? A turma pode se dividir em pequenos grupos. Cada grupo
escolhe uma música para interpretar. Depois, todos conversam sobre o que
sentiram durante a apresentação. Vale, também, fazer uma dramatização
da música ou criar uma versão nova para ela.

Dançar em conjunto: a dança trabalha a empatia a partir do estímulo da


comunicação não verbal.
Como fazer? A turma pode se dividir em duplas ou em grupos. Todos
podem dançar a mesma música ou cada grupo escolhe sua música. Depois
de alguns ensaios, os alunos apresentam suas coreografias e, para finalizar,
conversam sobre o que sentiram ao longo da experiência.
Contar histórias: as histórias permitem experimentar sensações e
emoções diferentes das nossas, fazendo com que sejamos capazes de nos
imaginar em situações diferentes das que estamos acostumados.
Como fazer? Os alunos podem ser organizar em grupos, duplas ou
individualmente. Cada grupo escolhe ou cria sua história e, em seguida,
compartilha com a turma.

Exercícios de resolução de problemas: resolver problemas de forma


colaborativa constrói empatia por meio de vitórias e desafios compartilhados.
Como fazer? Uma situação-problema é apresentada para os grupos, que
devem pensar em estratégias para solucionar a questão. Em seguida, as
soluções devem ser compartilhadas. Por fim, a turma define, a partir de
tudo o que foi compartilhado, uma solução conjunta para a situação.
As atividades Ao imergir em seus
propostas devem próprios
ser realizadas como sentimentos e em
se fossem experiências
exercícios de alheias, os alunos
imersão, ou seja, aprendem a olhar
os alunos devem para além dos
ser estimulados a rótulos e
mergulhar em cada estereótipos,
atividade, estando exercitando uma
atentos ao que profunda
sentem e ao que é compreensão do
compartilhado por outro.
cada um.
A empatia também pode ser trabalhada em
situações comuns do dia a dia da escola.
Veja dois exemplos:
➢ Quando há algum desentendimento entre
dois ou mais alunos, é necessário que os
professores procurem entender o que está
se passando e quais motivos levaram à
discussão, antes de pensar em punições.
➢ Em situações de bullying, os alunos
envolvidos devem ser estimulados a
refletir sobre os sentimentos que causam
no outro, além de explicitar o que sentem.

Nestes casos, a atuação dos professores


deve ser no sentido de fortalecer as
relações, contribuindo no manejo dos
conflitos e na identificação dos próprios
sentimentos e emoções, questão que ainda
está em formação nas crianças e
adolescentes.
Existem algumas retratada é bem útil
dinâmicas de grupo para ser utilizada,
divertidas e rápidas que também, como um
podem ser feitas com os exercício de empatia.
alunos e que fazem Você pode propor que os
refletir sobre a empatia. alunos façam a
Clique aqui para conferir dublagem do filme.
a dinâmica da formiga.
Por fim, os alunos
Este vídeo apresenta a podem assistir ao vídeo
animação “A ponte”, “A história das colheres
sem som, para trabalhos de cabo grande” e
de dublagem, compartilhar as
sonoplastia e de trilha impressões sobre o que
sonora. A situação viram e sentiram.
Ao final de cada experiência, destaque as
ações realizadas e estimule a reflexão.
Ação e reflexão se complementam no
processo de aprendizagem significativa.

A reflexão permite que os alunos


analisem, compreendam e nomeiem os
sentimentos, apreciem as diferenças e
visualizem as escolhas dos outros.

As ações devem ser encorajadas


a partir do estímulo a atitudes proativas,
combatendo as forças contrárias
à empatia.
O exercício da geram aprendizado.
Insira o texto aquipode e
empatia
A união das frentes
deve extrapolar os
escola, família e
muros da escola.
comunidade
Compartilhe suas
possibilita o
ideias com outros
entendimento de
professores,
que a empatia deve
convide os pais dos
ser cultivada e
alunos para este
praticada de forma
desafio, envolva a
permanente, em
comunidade.
diversos ambientes,
Lembre-se que propiciando
esforços e vitórias mudanças em todos
compartilhadas os envolvidos.
Você pôde perceber que o aprendizado da empatia
carrega consigo o desenvolvimento das habilidades de
escutar e de trabalhar em grupo. Quando se tornam
mais empáticos, os alunos se sentem, também mais
amparados, tanto pelos seus educadores quanto por
seus colegas e amigos.
Por este e por todos os outros motivos citados
anteriormente, percebemos que trabalhar a empatia na
escola faz com que os alunos aprendam a ser mais
compreensivos e tolerantes, a pensar antes de agir, o
que contribui para evitar a prática do bullying infantil.
Como consequência, evita-se a depressão e outros
problemas que têm assolado a infância e a adolescência
na atualidade. Então, está pronto para começar a treinar
a empatia com seus alunos?

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